Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Biologia celular e molecular Biologia molecular e suas aplicações. Profa. Dra. Cristiane M Leite • Unidade de Ensino: 4 • Competência da Unidade: Ser capaz de correlacionar os conhecimentos sobre biologia celular na aplicação de técnicas de biologia molecular. • Resumo: Bases da diversidade genética; sequenciamento e mapeamento genético; aplicações de marcadores moleculares e da genômica; principais conceitos de OGM e clonagem; etapas de um protocolo de extração de DNA; normas aplicadas aos OGM no Brasil; biologia molecular e suas aplicações; princípios e exemplos da biossegurança; bioética em pesquisa e realização de procedimentos biomoleculares; boas práticas de laboratório no seu dia-a-dia. • Palavras-chave: OGM; marcadores moleculares; diversidade genética; PCR; sequenciamento genético; mapeamento genético; genômica; bioinformática; clonagem; isolamento de DNA; engenharia genética; fertilização in vitro; transgênicos; células-tronco; ética em pesquisa. • Título da Teleaula: Biologia molecular e suas aplicações. • Teleaula nº: 4 Contextualização da teleaula • Genômica e sequenciamento de DNA (etapas); • Reação em cadeia da polimerase (PCR); • Clonagem; • Organismo geneticamente modificado; • Marcadores moleculares; • Extração de DNA (etapas); Contextualização da teleaula • Legislação aplicada a biossegurança; • Boas práticas de laboratório. Genômica e sequenciamento do DNA. Genômica • Possibilita estudar funções e variações genotípicas do DNA, das expressões de determinados genes e do fluxo dos mesmos entre as populações. Ciência que estuda o genoma dos indivíduos em sua totalidade, sequenciando e mapeando os nucleotídeos que compõem os cromossomos dos seres vivos. Sequenciamento do DNA • Técnicas de sequenciamento: • Shotgun; • Clone Ordenado. Sequenciamento do DNA - Shotgun Molécula grande de DNA Fragmentação Sequência montada Montagem das sequências de DNA Fonte: Adaptado de National Human Genome Research Institute/Wikimedia Commons. Reação em cadeia da polimerase (PCR). Fonte: Avatar Maker. Você é um pesquisador do Instituto de Genética Molecular, e desenvolve uma pesquisa envolvendo mapeamento genético de uma planta, na qual determinada proteína causa doenças em insetos-praga quando ingerida. Contudo, não é uma planta de interesse comercial. Você precisa escrever um projeto para concorrer à verba para que essa pesquisa seja desenvolvida. Utilidadde prática da planta para auxiliar em outras culturas; Utilidade do mapeamento genético e aplicação em outros organismos; Utilidade de PCR nesse contexto e que genes seriam encontrados em cada parte da célula;Fonte: Modificado de Pixabay. Justificativa para o estudo da planta • DNA dos eucariotos: no núcleo, mitocôndrias e cloroplastos. • Objetivo do estudo: encontrar os genes responsáveis pela produção da proteína que causa doenças em insetos que predam essa planta. • Aplicação: os genes podem ser inseridos em plantas de interesse comercial, diminuindo a necessidade de aplicação de inseticidas para controle de pragas. • Ferramenta para a pesquisa: • PCR (termociclador) Fonte: Ca.garcia.s/Wikimedia Commons. Reação em cadeia da polimerase (PCR) • Termociclador: ciclos de temperatura, repetindo a reação de síntese de novas fitas de DNA por meio da Taq Polimerase e como uso de primers de DNA que se ligam à região de interesse da sequência genética; Fonte: Ca.garcia.s/Wikimedia Commons. Ciclo 2 Ciclo 1 Desnaturação Anelamento Extensão IniciadorIniciador OH HO 3’ 3’ 3’ 3’ 3’ 3’ 3’ 3’ 3’ 3’ 3’ 3’ 5’ 5’ 5’ 5’ 5’ 5’ 5’ 5’ 5’ 5’ 5’ 5’ Desnaturação DNA 2 moléculas 1 molécula 1. Fase de desnaturação; 2. Anelamento; 3. Fase de extensão. Fonte: Modificado de SNUSTAD, P.D.; SIMMONS, M.J. Fundamentos de genética. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. Clonagem. Clonagem • Produção de indivíduos geneticamente idênticos; Fonte: Squidonius/Wikimedia Commons. Clonagem teurapêutica • Proibida por lei no Brasil.Músculo Neurônios Sangue Células somáticas Remoção do núcleo Óvulo não fertilizado Embrião Fonte: Modificado de MENCK, C. F. M; SLUYS, M. V. Genética molecular básica – dos genes ao genoma. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. Organismos geneticamente modificados. Organismos geneticamente modificados • Organismo recebe modificações em seu genoma, sem receber material genético de organismos exógenos. Transgênico Indivíduo recebe material genético proveniente de um ser vivo de outra espécie. Vegetais transgênicos: organismos que recebem genes de resistência à insetos (gebe Bt) e herbicidas (gene RR). Plasmídeo Gene-alvo Bactéria Plasmídeo recombinante Gene-alvo integrado Planta transgênica expressando o gene-alvo Fonte: Modificado de MENCK, C. F. M; SLUYS, M. V. Genética molecular básica – dos genes ao genoma. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. Substâncias e produtos transgênicos • Interferon humano; • Insulina humana; • Vacina da hepatite B; • Hormônio do crescimento humano. Perguntas Marcadores moleculares. Marcadores moleculares • Utilização: estudos de diversidade, mapeamentos de genes em espécies cultivadas, sistemática, sinalização de genes de resistência a pragas e doenças, avaliação e caracterização de germoplasma, melhoramento e seleção genética, testes de pureza genética, etc. Sequências específicas de DNA que codificam determinados fenótipos e são herdados geneticamente. Tipos de marcadores moleculares • RFLP, RAPD e AFLP; • SSR ou microssatélites; • ISSR; • DArTs; • SNP e InDels. Extração do DNA. Extração do DNA • Lise das membranas e exteriorização da molécula; • Purificação (separação do DNA de outros componentes celulares). Protocolos de extração são adaptáveis a cada tipo de organismo ou espécie a ser estudado. Etapas do isolamento do DNA 1. As células são cultivadas in vitro ou obtidas de uma amostra do indivíduo; 2. As membranas celulares sofrem lise, liberando o conteúdo interno; 3. O conteúdo celular é tratado com reagentes/enzimas e seus componentes são desnaturados, digeridos e removidos, restando somente o DNA; Etapas do isolamento do DNA 4. O DNA é precipitado por componentes químicos e centrifugações, e mantido em solução aquosa. Extração de DNA células vegetais Protocolo proposto por Doyle & Doyle (1987) 1. Tecido vegetal desidratado adição de nitrogênio líquido; 2. Ao macerado acrescentar: tampão de extração; EDTA, TRIS HCl manter o pH CTAB lise das membranas da célula precipitação do DNANaCl PVP e β-mercaptoetanol Evitam ligação de polifenóis ao DNA 4. Manter em banho-maria 65°C (1h); 5. Esperar esfriar e acrescentar solução de CIA (solvente orgânico); 6. Homogeneizar e centrifugar as amostras; 7. Visualização de duas fases na amostra; 8. Recolher sobrenadante com pipeta. 9. Acondicionar amostra em -20 °C. 10. Centrifugar e descartar sobrenadante; 3. Homogeneizar e transferir para tubos eppendorf; 11. Aguardar o pellet secar e suspender novamente com solução de TE RNAse, mantendo em banho- maria (37°C), por 1 h; 12. Aguardar a amostra esfriar e acondicionar em -20 °C; 13. Quantificar por espectrofotometria ou eletroforese em gel de agarose; 14. Realizar a PCR. Legislação aplicada à biossegurança. O seu laboratório deseja iniciar uma nova linha de pesquisa com células-tronco embrionárias humanas, visando fertilização in vitro. Para tal, será necessário um capital que deverá vir de investidores internacionais. Mas, os investidores querem saber os trâmites legais para essa atividade no país antes de investirem o dinheiro no Instituto. Você deverá elaborar um documento para sanar as dúvidas dos investidores. Fonte: Avatar Maker. Fonte: Avatar Maker. Legislação aplicada à biossegurança • Lei nº 11.105 de 24 de março de 2005 (Lei de Biossegurança). • Criação do Conselho Nacional de Biossegurança(CNBS) e reestruturação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). Estabelece importantes normas relacionadas à construção, cultivo, produção, manipulação, transporte, transferência, importação, exportação, armazenamento, pesquisa, comercialização, consumo, liberação no meio ambiente, e descarte de OGM. Lei nº 11.105/2005 também regulamenta algumas práticas ligadas à engenharia genética (art. 6º), baseada no Princípio da Precaução. • Proíbe as seguintes atividades: Algumas técnicas da biologia molecular, como clonagem humana; engenharia genética em células germinativas, zigotos e embriões humanos; implementação de projetos com OGM sem registro e acompanhamento; o uso, comércio, registro, patenteamento e licenciamento de tecnologias genéticas de restrição do uso, entre outras. Lei nº 11.105/2005 permite o uso de células-tronco embrionárias para fins de pesquisa e terapia (art. 5º), desde que sejam oriundas de processos de fertilização in vitro de embriões não utilizados no processo, atendendo às condições de serem obtidas de embriões inviáveis ou de embriões congelados há 3 anos ou mais. Também é necessário o consentimento dos doadores e fica proibida a comercialização das células-tronco. • Art. 40: • Os alimentos que contenham ou sejam produzidos a partir de OGM devem possuir a informação contida em seus rótulos. • Decreto n° 4.680/2003: • Obriga empresas que comercializam produtos com mais de 1% da matéria prima oriunda de transgênicos a identificá-los. Fonte: Grupo Transgênicos/Wikimedia Commons. Projeto de lei avança no senado para desobrigar os fabricantes de informar a existência de OGM nos produtos. • Concentração de OGM nos produtos menor que 1%: não haverá a obrigação da rotulagem. • Concentração maior que 1%: a informação deve estar contida no rótulo, mas sem o tradicional símbolo com a letra “T”. Resolvendo a situação-problema • Lei de Biossegurança (Lei nº 11.105/2005) – Art. 6 Determina proibição da clonagem e engenharia genética em células germinativas, zigotos e embriões humanos. A lei não determina a proibição em células de animais e vegetais. Portanto, a transgenia e engenharia genética é permitida nesses casos. Boas práticas de laboratório. Boas práticas de laboratório Incluem: • Uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) e equipamentos de proteção coletiva (EPCs); • Organização e higienização adequada do ambiente de trabalho, higiene pessoal, entre outras. Norma Regulamentadora nº 32 do Ministério do Trabalho (NR 32 - Segurança e Saúde No Trabalho em Serviços De Saúde) Fonte: SIMI, LUCAS DETOGNI. Bioética e biossegurança. In: Biologia celular e molecular. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional, 2018. Perguntas Recapitulando a aula • Genômica e sequenciamento de DNA (etapas); • Reação em cadeia da polimerase (PCR); • Clonagem; • Organismo geneticamente modificado; • Marcadores moleculares; • Extração de DNA (etapas); Recapitulando a aula • Legislação aplicada a biossegurança; • Boas práticas de laboratório. Referência das figuras • National Human Genome Research Institute - National Institutes of Health. National Human Genome Research Institute. “Talking Glossary of Genetic Terms.”Retrieved November 17, 2016, from https://www.genome.gov/glossary/index.cfm?id=109, Public Domain. Disponível em https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=53246958. Acesso em 13 ago 2019. • Avatar Maker. Disponível em http://avatarmaker.com/. Acesso em 13 ago 2019. • Pixabay. Disponível emhttps://pixabay.com/pt/lista-de-verifica%C3%A7%C3%A3o-placa-de- grampo-310092/. Acesso em 13 ago 2019. • Ca.garcia.s - Own work, CC BY-SA 4.0. Disponível em https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=52712932. Acesso em 13 ago 2019. • SNUSTAD, P.D.; SIMMONS, M.J. Fundamentos de genética. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. Referência das figuras • Squidonius (talk) - Own work (Original text: self-made), Public Domain. Disponível em https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=10532979. Acesso em 14 jun 2018. • MENCK, C. F. M; SLUYS, M. V. Genética molecular básica – dos genes ao genoma. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. • Grupo Transgênicos - Own work, CC BY-SA 4.0. Disponível em https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=49474831. Acesso em 12 ago 2019. • SIMI, LUCAS DETOGNI. Bioética e biossegurança. In: Biologia celular e molecular. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional, 2018. . In whole genome shotgun sequencing (top), the entire genome is sheared randomly into small fragments (appropriately sized for sequencing) and then reassembled. In hierarchical shotgun sequencing (bottom), the genome is first broken into larger segments. After the order of these segments is deduced, they are further sheared into fragments appropriately sized for sequencing.
Compartilhar