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A VISÃO DE LONGO PRAZO DOS JOVENS PERANTE A APOSENTADORIA

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO 
 
ANDERSON RIBEIRO LIMA 
 
 
 
A VISÃO DE LONGO PRAZO DOS 
JOVENS PERANTE A APOSENTADORIA 
 
 
 
NITERÓI 
2022 
 
 
 
UFF - UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANDERSON RIBEIRO LIMA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A VISÃO DE LONGO PRAZO DOS JOVENS PERANTE A APOSENTADORIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NITERÓI 
2022 
Ficha catalográfica automática - SDC/BAC
Gerada com informações fornecidas pelo autor
Bibliotecário responsável: Debora do Nascimento - CRB7/6368
L732v Lima, Anderson Ribeiro
 A visão de longo prazo dos jovens perante a aposentadoria /
Anderson Ribeiro Lima ; Ivando Silva de Faria, orientador.
Niterói, 2022.
 49 f. : il.
 Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Administração)-Universidade Federal Fluminense, Faculdade de
Administração e Ciências Contábeis, Niterói, 2022.
 1. Educação Financeira. 2. Aposentadoria. 3. Produção
intelectual. I. Faria, Ivando Silva de, orientador. II.
Universidade Federal Fluminense. Faculdade de Administração
e Ciências Contábeis. III. Título.
 CDD -
 
 
 
ANDERSON RIBEIRO LIMA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A VISÃO DE LONGO PRAZO DOS JOVENS PERANTE A APOSENTADORIA 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso de graduação 
apresentado à Faculdade de Administração e 
Ciências Contábeis da Universidade Federal 
Fluminense, como requisito parcial para 
obtenção do título de Bacharel em 
Administração. 
 
 
 
 
 
 
 
Orientador: Professor Ivando Silva de Faria 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NITERÓI 
2022 
 
 
 
ANDERSON RIBEIRO LIMA 
 
 
 
 
 
 
 
A VISÃO DE LONGO PRAZO DOS JOVENS PERANTE A APOSENTADORIA 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao 
Departamento de Administração da 
Universidade Federal Fluminense, como 
requisito parcial para obtenção do grau de 
Bacharel em Administração. 
 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
Prof. Dr. Ivando Silva de Faria – Orientador 
Universidade Federal Fluminense 
 
 
 
Prof. Dr. Fábio Roberto Bárbolo Alonso 
Universidade Federal Fluminense 
 
 
 
Prof. Dr. Luis Pérez Zotes 
Universidade Federal Fluminense 
 
 
 
 
NITERÓI 
2022 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
Agradeço primeiramente a Deus, que é o responsável por tudo de bom que acontece 
na minha vida. 
A minha família, que sempre me guiou e me orientou a seguir o caminho do 
conhecimento e meritocracia, em especial a minha mãe, uma grande mulher, que sempre 
lutou para me proporcionar a melhor educação possível. 
A minha filha, que é o grande amor da minha vida e a minha maior motivação em 
me tornar uma pessoa melhor a cada dia que passa. 
E por fim, ao meu orientador, por ter acreditado em mim, e pela contribuição 
essencial na construção do meu trabalho de conclusão de curso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alguém está sentado na sombra hoje porque 
alguém plantou uma árvore há muito tempo 
atrás. 
Warren Buffett 
 
 
 
RESUMO 
 
 
Este trabalho tem por objetivo apresentar o posicionamento dos jovens perante a 
aposentadoria. Para isso, utilizou-se o método bibliográfico a fim de compreender o 
conceito de educação financeira e o seu grau de maturidade quanto ao ensino nas esolas 
brasileiras, e entender sua influência sobre o comportamento financeiro da população. 
Logo após, foi aplicado um questionário de perguntas fechadas com vistas a levantar 
dados sobre o perfil das pessoas, o comportamento do jovem perante ao consumo e a 
poupança e assim, analisar se os jovens estão com um pensamento a longo prazo, visando 
a garantir um futuro sem sustos e capaz de sustentar seu estilo de vida após se aposentar. 
A amostra foi elaborada com 14 perguntas que somadas tentavam entender o 
posicionamento dos 107 respondentes. Os resultados mostraram que apesar das pessoas 
possuírem o hábito de poupar uma parte da renda no fim do mês, concluiu-se que essa 
quantia poupada é pequena, e consequentemente, insuficiente para arcar com seu padrão 
de vida. Em relação ao consumo, os jovens mostraram ser pessoas imediatistas, 
independente do valor do produto/serviço, eles antecipam o consumo e em contrapartida 
arcam com o altos valores de juros em decorrência do parclamento de suas compras. E 
apesar dessa atitude, são indivíduos que não conseguem arcar com mais de um ano de 
despesas, caso percam sua fonte de renda, e consequentemente, não conseguirão arcar 
com seus longos parcelamentos. Além disso, se mostraram ser pessoas que não confiam 
na aposentadoria, mas mesmo assim se preparam mal, ou até mesmo não se preparam, 
para chegada de sua velhice, e por isso acabam arcando com as consequências da falta de 
planejamento, como por exemplo, a extensão de sua vida profissional. 
 
Palavras-chave: Educação financeira. Aposentadoria. Poupança. 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
This work aims to present the position of young people towards retirement. For this, the 
bibliographic method was used in order to understand the concept of financial education and its 
degree of maturity regarding teaching in Brazilian schools, and to understand its influence on 
the financial behavior of the population. Soon after, a questionnaire with closed questions was 
applied in order to collect data on the profile of people, the behavior of young people in relation 
to consumption and savings and, thus, to analyze whether young people are thinking about the 
long term, aiming to guarantee a future without scares and able to sustain their lifestyle after 
retiring. The sample was prepared with 14 questions that together tried to understand the 
positioning of the 107 respondents. The results showed that despite people having the habit of 
saving part of their income at the end of the month, it was concluded that this amount saved is 
small, and consequently, insufficient to cover their standard of living. In relation to 
consumption, young people proved to be immediate people, regardless of the value of the 
product/service, they anticipate consumption and, on the other hand, pay the high interest rates 
due to the payment of their purchases. And despite this attitude, they are individuals who cannot 
afford more than a year of expenses, if they lose their source of income, and consequently, will 
not be able to afford their long installments. In addition, they proved to be people who do not 
trust retirement, but even so, they prepare poorly, or even do not prepare, for the arrival of their 
old age, and therefore end up bearing the consequences of the lack of planning, such as, for 
example, the extension of your professional life. 
 
Keywords: Financial education. Retirement. Savings. 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 - Manutenção do custo de vida ................................................................................. 39 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 1 - Planejamento para aposentadoria .......................................................................... 22 
Gráfico 2 - Planejamento para aposentadoria, por faixa etária ................................................ 23 
Gráfico 3 - Gêneros dos respondentes ..................................................................................... 32 
Gráfico 4 - Renda mensal dos respondentes ............................................................................ 33 
Gráfico 5 - Escolaridade dos respondentes .............................................................................. 33 
Gráfico 6 - Faixa etária dos respondentes................................................................................ 34 
Gráfico 7 - Hábito de poupança dos respondentes .................................................................. 35 
Gráfico 8 - Comportamento de consumo- Até R$ 4.999,99 ................................................... 37 
Gráfico 9 - Comportamento de consumo - Entre R$ 5.000,00 - R$ 99.999,99 ....................... 38 
Gráfico 10 - Comportamento de consumo - A partir R$ 100.000,00 ...................................... 38 
Gráfico 11 - Capacidade de manutenção do custo de vida ...................................................... 39 
Gráfico 12 - Confiança perante a aposentadoria...................................................................... 40 
Gráfico 13 - Cenário perante a aposentadoria ......................................................................... 41 
Gráfico 14 - Fator responsável pela não contribuição ao INSS .............................................. 42 
Gráfico 15 - Possuirá condições de trabalhar após se aposentar? ........................................... 43 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
 
B3 Banco, Bolsa, Balcão 
EF Educação Financeira 
ENEM Exame Nacional do Ensino Médio 
HSBC Hong Kong and Shanghai Banking Corporation 
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
INSS Instituto Nacional do Seguro Social 
MBA Master of Business Administration 
MEC Ministério da Educação 
OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento 
PEIC 
Pesquisa Nacional de Endividamento e 
Inadimplência do Consumidor 
RGPS Regime Geral de Previdência Social 
SPC Serviço de Proteção ao Crédito 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO .................................................................................................... 12 
CAPÍTULO 1: EDUCAÇÃO FINANCEIRA E APOSENTADORIA ...................... 15 
1.1 EDUCAÇÃO FINANCEIRA ............................................................................ 15 
1.2 AUSÊNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA NAS ESCOLAS ........................... 17 
1.3 CONSUMISMO NO BRASIL ........................................................................... 19 
1.4 APOSENTADORIA ......................................................................................... 21 
1.2 PLANEJAMENTO PARA A APOSENTADORIA .............................................. 22 
CAPÍTULO 2 : PESQUISA DE CAMPO .............................................................. 25 
1.3 METODOLOGIA ............................................................................................ 25 
1.4 COLETA DE DADOS ...................................................................................... 25 
1.5 POPULAÇÃO DA AMOSTRA ......................................................................... 25 
1.6 QUESTIONÁRIO ............................................................................................ 26 
CAPÍTULO 3: RESULTADOS DA PESQUISA..................................................... 32 
3.1 PERFIL DOS ENTREVISTADOS ..................................................................... 32 
3.2 HÁBITO DE POUPANÇA................................................................................ 35 
3.3 CONSUMO ..................................................................................................... 36 
3.4 CUSTO DE VIDA ............................................................................................ 39 
3.5 CONFIANÇA PERANTE A APOSENTADORIA ............................................... 40 
3.6 CENÁRIO PERANTE A APOSENTADORIA .................................................... 41 
CONCLUSÃO ...................................................................................................... 44 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 46 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o 
conceito de educação financeira é o processo que permite melhorar a compreensão em relação 
aos produtos e serviços financeiros, se tornando capaz de fazer escolhas de forma bem 
informada. 
A educação financeira também abrange a parte prática: gestão de dívidas, estratégias de 
investimento eficientes e valor do dinheiro-tempo. O analfabetismo financeiro pode levar a más 
escolhas financeiras que podem ter efeitos negativos no bem-estar financeiro de um indivíduo. 
Levando em conta sua importância, nada mais justo do que levar esse conhecimento 
para dentro das escolas. As aulas de educação financeira ensinam aos alunos os conceitos 
básicos de gerenciamento de dinheiro: orçamento, poupança, dívida, juros, investimento, 
impostos e muito mais, estabelecendo uma base para que os alunos construam bons hábitos com 
o uso de dinheiro e evitam muitos dos erros que podem percorrer toda a vida. 
Um dos erros que pode ser evitado com o ensino da educação financeira é falta de 
planejamento para a aposentadoria. De acordo com o IBGE, apenas 1% dos aposentados são 
financeiramente independentes, ou seja, conseguem arcar com o seu estilo de vida. 
Embora existam visões polêmicas sobre a aposentadoria no Brasil, fica claro que a 
combinação de população crescendo em alta velocidade, brasileiros vivendo mais e maior 
número de aposentados é explosiva. E com o passar dos anos, essa situação ficará cada vez mais 
preocupante. 
Dessa forma, planejar a aposentadoria ainda na juventude pode ser a garantia de um 
futuro digno e com a possibilidade de garantir capacidade de consumo e tranquilidade em uma 
das fases mais complicadas e exigentes da vida, a terceira idade. 
Considerando o exposto, apresentamos a seguir aspectos relacionados `´a questão que 
buscamos responder nesta pesquisa, a partir da exposição de seus objetivos geral e específicos. 
 
CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA 
 
• Questão Problema 
Qual o posicionamento dos jovens perante a aposentadoria? 
 
 
13 
 
 
• Objetivos 
 
• Objetivo Geral 
O presente estudo apresenta como objetivo geral mostrar a importância da educação 
financeira e do planejamento prévio dos jovens visando a sua aposentadoria. 
 
• Objetivos Específicos 
 
(i) Identificar a importância da educação financeira; 
(ii) Investigar o comportamento de poupança dos jovens; 
(iii)Identificar a relação das pessoas com o consumo; 
(iv) Conhecer o grau de relevância que os jovens dão a aposentadoria 
 
METODOLOGIA 
 
 
O estudo foi realizado em uma abordagem qualitativa, de cunho bibliográfico e 
investigativo, onde se coletaram informações por meio de leituras de obras acerca desta área 
científica necessárias à resposta ao problema proposto. 
Depois de realizado o levantamento bibliográfico, foi realizado o compartilhamento de 
um questionário composto por 14 perguntas, com a finalidade de levantar informações capazes 
de responderem a questão problema do estudo. Como resultado, obteve-se um total de 107 
respostas. A pesquisa feita de maneira online, através da ferramenta Google Forms, durante o 
perído de 24 de junho de 2022 a 04 de julho de 2022. 
Por fim, realizou-se o tratamento e validação das respostas dos participante a fim de se 
obter uma pesquisa assertiva e relevante. 
 
JUSTIFICATIVA DO ESTUDO 
 
 
O estudo traz um interesse muito grande ao pesquisador, já que a falta de uma educação 
financeira pode acarretar em um futuro conturbado, mesmo após anos de trabalho. É por isso 
que pensar na aposentadoria desde cedo é tão importante. Principalmente pelo retorno e 
conforto que ela é capaz de proporcionar na hora que a velhice chegar. Quanto antes a pessoa 
começar a investir, maior será o retorno que virá depois. Por outro lado, quanto mais se adia 
14 
 
 
esse planejamento, mais chance a pessoa terá de ter que lidar com situações difíceis. 
 
 
ORGANIZAÇÃO DO TEXTO 
 
 
O texto está organizado em três capítulos. No primeiro é apontado uma introdução sobre 
o que será abordado neste trabalho, como uma contextualização sobre educação financeira; o 
impacto da ausência dessa habilidade nas escolas. Além disso, tentou-se decifrar o perfil 
consumidor dos jovens, dividindo os gastos em três níveis. E por fim, abordou-se a questãoda 
aposentadoria e do seu planejamento. O segundo capítulo aborda a metodologia que foi 
utilizada para a obtenção do diagnóstico. No terceiro capítulo os resultados são apontados. Por 
fim, apresentamos a conclusão, baseada no resultado do questionário que identificou a visão de 
longo prazo que os jovens possuem perante a aposentadoria. 
15 
 
 
CAPÍTULO 1: EDUCAÇÃO FINANCEIRA E APOSENTADORIA 
 
1.1 EDUCAÇÃO FINANCEIRA 
A inteligência financeira é uma habilidade fundamental que deve ser desenvolvida por 
todas as pessoas, independente da profissão ou da classe social, afinal, todos nós dependemos 
do dinheiro para sobreviver. O dinheiro é uma peça fundamental da nossa sociedade e para 
saber administra-lo precisamos ter a educação financeira como base para tomada de decisões, 
seja de cunho familiar ou pessoal, se você é jovem ou adulto, não importa, entender sobre 
finanças deve ser um pilar essencial para todos. 
De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico 
(OCDE), a educação financeira pode ser definida como o processo pelo qual consumidores e 
investidores melhoram sua compreensão sobre produtos, conceitos e riscos financeiros, e obtêm 
informação e instrução, desenvolvem habilidades e confiança, de modo a ficarem mais cientes 
sobre os riscos e oportunidades financeiras, para fazerem escolhas mais conscientes e, assim, 
adotarem ações para melhorar seu bem-estar. 
A independência financeira é um conceito que poucos conhecem, é poder viver dos 
frutos de investimentos e patrimônio próprio. Para alguns, significa poder deixar de trabalhar 
ou se aposentar, mas a independência financeira é muito mais do que isso, significa liberdade. 
Liberdade de fazer o que você gosta, talvez até ganhando com isso, com a segurança de não 
perder a tranquilidade no futuro (DROP #14, 2017). 
Segundo Peretti (2007), os hábitos culturais tornaram a educação financeira um tabu, 
algo a ser desmistificado. O objetivo da educação financeira deve ser o de criar uma 
mentalidade adequada e saudável em relação ao dinheiro, na qual exige uma perspectiva de 
longo prazo, muito treino e persistência (D’AQUINO, 2008). Entende-se que a educação 
financeira conduz a um planejamento eficaz, do qual o controle financeiro favorece a qualidade 
de vida pelo uso consciente do dinheiro. 
Até meados de 1990, o brasileiro estava acostumado com as elevadas taxas de inflação, 
em que os preços subiam quase que diariamente, e, com isso, o brasileiro não criou hábitos de 
planejamento financeiro. Com a implantação do Plano Real no Brasil, em 1994, iniciou-se um 
processo de estabilização econômica, possibilitando, assim, que as pessoas passassem a 
consumir mais. Porém, devido à falta de hábito de planejar as finanças pessoais, a população 
brasileira se endividou (LEAL e NASCIMENTO, 2011). 
As pessoas endividadas, sem dinheiro para cumprir com os seus compromissos, 
16 
 
 
passaram a ter problemas de relacionamento pessoal e familiar. (LEAL e NASCIMENTO, 
2011). 
Segundo os dados apresentados pela Pesquisa Nacional de Endividamento e 
Inadimplência do Consumidor (PEIC, 2019), em relação ao número total de famílias do Brasil, 
no período de janeiro de 2016, havia um total de 61,6% de endividados; no período de janeiro 
de 2017, o total era de 58,7% de endividados; em janeiro de 2018, o total estava em 61,3%; e 
em abril de 2019, o total de endividados era de 62,7%; sendo possível perceber que a educação 
financeira ainda não faz parte do dia a dia da população, devido à falta de planejamento do 
orçamento e do consumo consciente (MORAES, 2019). A falta de educação financeira se torna 
um problema, o mais tardar, na idade da aposentadoria. 
Investir em educação é o caminho e a base para mudar qualquer realidade. Com a 
educação financeira, não seria diferente. De acordo com o Serasa, cerca de 25% da população 
endividada tem entre 18 e 30 anos, dado que reforça a importância de a educação financeira 
no Brasil ser pauta na vida de jovens desde muito cedo. Tanto nas escolas quanto dentro de 
casa, desenvolver nas crianças e adolescentes a consciência da construção de um bom 
relacionamento com o dinheiro é o primeiro passo dessa jornada – e, não por acaso, o mais 
importante deles (VEXTER, 2021). 
 
17 
 
 
1.2 AUSÊNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA NAS ESCOLAS 
Na escola é ensinado a seguir um padrão, onde se vai à escola, tira boas notas, passa de 
ano, sobe de ano, tira boas notas, e assim sucessivamente até você se formar, realizar o ENEM 
e entrar para faculdade, onde você vai realizar um curso para exercer uma profissão, que você 
foi incentivado a escolher, e nos seus próximos 45 anos de vida você deverá exerce-la em uma 
boa empresa para poder ter estabilidade na vida e, consequentemente, ter um futuro garantido. 
Esse é o modelo tradicional que a sociedade enxerga como o modelo certo (PERRUCHO, 
2021). 
Entretanto, a escola, famílias e sociedade devem exercer a responsabilidade de formar 
crianças e adolescentes para a vida financeira, de maneira saudável, atuando de forma crítica e 
consciente, onde todos consigam realizar corretamente seu papel na sociedade organizada 
(REBELLO e ROCHA FILHO, 2015). 
Todo mundo lida com dinheiro, independentemente de sua profissão, e para isso é 
necessário que as pessoas saibam como investir seu dinheiro que recebe no mês, saibam como 
diversificar sua renda para cumprir determinados objetivos que tem em sua vida, saibam que 
não precisam depender do INSS aos 65 anos de idade. (PERRUCHO, 2021). 
No Brasil, o tema ainda não ganhou as mesmas proporções. O que existe são algumas 
iniciativas independentes ou por parte de algumas instituições públicas e privadas, que 
contribuem para a informação do consumidor, mas ainda está aquém da transferência de 
conhecimentos financeiros necessários a decisões de mercado e de negócios por parte da 
população (VIEIRA, BATAGLIA e SEREIA, 2011, p. 3). 
Não há obrigatoriedade da educação financeira no sistema de ensino. O MEC preconiza 
a contextualização do ensino, que pressupõe um processo de aprendizagem apoiado no 
desenvolvimento de competências para inserção dos estudantes na vida adulta, mediante a 
multidisciplinaridade, o incentivo do raciocínio e da capacidade de aprender (SAVOIA, SAITO 
e SANTANNA, 2007, p. 15). 
No ensino de matemática, recomenda-se estimular: a capacidade de leitura e 
interpretação de textos com conteúdo econômico; a habilidade de análise e julgamento dos 
cálculos de juros nas vendas a prazo; a compreensão do relacionamento entre a matemática e 
os demais campos de conhecimento, como a economia; a utilização desta para promover ações 
de defesa dos direitos do consumidor (MEC, 2000a, 2000b). 
Tais orientações são oriundas da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (no 
9.384/96), mas não demonstram uma preocupação explícita do MEC com a inserção da 
18 
 
 
educação financeira no ensino. 
No entanto, é preciso trabalhar a EF de modo amplo, pois, via de regra, tem sido 
relacionada somente aos conteúdos de Matemática Financeira, como exemplo: juros simples e 
compostos, descontos, porcentagens, amortizações. Mas esses são assuntos correspondentes 
apenas a uma parcela da disciplina, que envolve tantos outros, como consumo planejado e 
consciente; orçamento; planejamento financeiro; utilização do crédito e gerenciamento de 
dívidas; juros; poupança; administração das dívidas; empreendedorismo, aplicações e 
investimentos; responsabilidade socioambiental; plano de previdência (CAMPOS, 2012). 
Se não se tem educação formal na escola e nenhum adulto de hoje teve educação 
financeira na escola, o aprendizado vem das gerações anteriores, e as gerações anteriores tem 
vícios muito fortes, crenças que são muito limitadoras no sentido do sucesso financeiro (DROP 
#291, 2021). 
 
 
19 
 
 
1.3 CONSUMISMO NO BRASIL 
Você já sentiu como se estivesse prejudicando seu patrimônio e a suavida por fazer 
escolhas sem pensar direito. Isso acontece porque nossas escolhas são influenciadas por regras 
não escritas, os vícios sociais, comportamentos que nós repetimos sem questionar (DROP #291, 
2021). 
Para se entender essa situação, vamos analisar o exemplo abaixo: 
A criança nasce com uma condição financeira fornecida pela família. Enquanto cresce, 
existe um aumento no padrão de consumo em casa, relacionado com o aumento do PIB do país. 
Quando chega aos 30, a pessoa se casa e começa a absorver os gastos que eram bancados antes 
pelos pais, e com menos dinheiro sobrando, o padrão de consumo cai. Porém, para ser bem 
visto perante a sociedade, o casal se esforça para manter o mesmo padrão, assumindo dívidas 
com casa e carros, e com muito esforço, o padrão do casal se eleva e pode até superar o dos 
pais. Mas quando esse brasileiro está próximo dos 60 anos, ele percebe que alcançou o ápice da 
sua renda e a partir daí começa a queda. 
Para corroborar com a situação, o custo de vida não diminui com a aposentadoria, ele 
só aumenta. Os gastos com saúde aumentam com o passar dos anos, o próprio avanço da idade 
nos induz a gastar mais tanto com terapias preventivas, como corretivas já que é natural o 
surgimento de novos problemas ao longo do tempo. E os planos de saúde, dos quais mais de 
30% dos brasileiros são clientes segundo dados do IBGE podem ter suas mensalidades mais do 
que triplicadas em duas ou três décadas (DROP #77, 2018). 
Soma a isso, a abundância de tempo livre que é um convite ao lazer, e lazer não custa 
pouco; o aumento da família que significa que você receberá mais convites para comemorações 
e festividades, e consequentemente seus custos com presentes e roupas para cumprir com seu 
papel social aumentam, e com isso o aposentado não consegue manter o mesmo estilo de vida 
e começa a se desfazer dos imóveis e procurar lugares mais baratos e próximo dos filhos. Logo, 
chega o momento que o brasileiro idoso não consegue mais se sustentar sozinho e começa a 
depender dos seus filhos (DROP #77, 2018). 
Antigamente, quando a expectativa de vida era menor, isso não era problema, pois o 
patrimônio vendido pelo idoso o sustentava pelo resto da vida. Hoje com uma expectativa de 
vida maior é necessário planejamento diferente (DROP #77, 2018). 
De acordo com a “Tábuas Completas de Mortalidade para o Brasil 2020” divulgada pelo 
IBGE em novembro de 2021, a expectativa de vida ao nascer seria de 76,8 anos no Brasil, 
desconsiderando a crise de mortalidade causada pela pandemia no ano de 2020. 
20 
 
 
O que é boa notícia para a medicina não se traduz em comemoração para a economia. 
Mais gente para desfrutar, menos gente para contribuir. São mais pessoas esperando depender 
de um sistema previdenciário que não funciona bem já para os aposentados de hoje. (CERBASI, 
2014, p. 17). 
 
21 
 
 
1.4 APOSENTADORIA 
A aposentadoria surgiu em 1889 na Alemanha com o intuito de auxiliar os trabalhadores 
alemães da agricultura, comércio e indústria que atingissem 70 anos ou mais. Nessa época, as 
pessoas tinham uma expectativa de vida bem mais baixa do que a hoje, então uma minoria 
conseguia exercer esse direito, e quando conseguia, usufruía por pouco tempo. Além disso, 
pode-se destacar nesse período, o alto número de filhos que nasciam, fazendo com que cada 
vez mais gente entrasse no mercado de trabalho, e consequentemente, gerando impostos e 
permitindo que o Governo pagasse o valor para essa pequena parcela de pessoas da sociedade 
(PERINI, 2016). 
Voltando ao Brasil do século XXI, observa-se um cenário de uma alta massa de 
aposentados, com uma expectativa de vida cada vez maior e uma taxa de natalidade baixa. Além 
disso, a idade de aposentadoria ficou mais baixa comparada a Alemanha do século XIX. Então, 
Temos cada vez mais aposentados, e cada vez menos gente entrando no mercado de trabalho, 
tornando cada vez mais a previdência social insustentável (PERINI, 2016). 
Pode-se considerar dois motivos essenciais para a compreensão das preocupações do 
governo brasileiro: o primeiro deles aborda o envelhecimento da população, considerando um 
significativo incremento dos gastos com a saúde; o segundo considera a redução da taxa de 
natalidade, fator que, no futuro, implicaria menor número de trabalhadores e maior camada da 
população aposentada, elementos que, nesse caso, são vistos como desafios para a previdência 
social. 
Para minimizar esse impacto, o Governo terá que reduzir cada vez mais os benefícios, 
podendo até dar aumentos, porém inferiores a inflação, fazendo com que o aposentado ganhe 
cada vez menos (PERINI, 2016). E foi isso que aconteceu no ano de 2019, com o intuito de 
torna-la mais sustentável, foi promulgada pelo Congresso Nacional, a nova previdência que 
trouxe uma série de modificações ao sistema previdenciário brasileiro. São novas idades de 
aposentadoria, novo tempo mínimo de contribuição e regras de transição para 
O esforço feito pela maioria das pessoas para sua aposentadoria já seria insuficiente 
mesmo se o cenário não fosse tão ruim (CERBASI, 2014, p. 23). Soma-se a isso, a falta de 
planejamento para a aposentadoria, afinal uma pesquisa feita em todo mundo pelo banco HSBC 
apontou que os brasileiros gostariam de se aposentar aos 46 anos, porém 25% dos entrevistados 
brasileiros não sabem qual será sua principal fonte de renda na aposentadoria (CERBASI, 2014, 
p. 24). 
 
22 
 
 
1.2 PLANEJAMENTO PARA A APOSENTADORIA 
 
“Segundo indicador Serasa Experian de Educação Financeira, em 2013, 48% dos 
brasileiros não faziam nenhum tipo de investimento para sua aposentadoria” (CERBASI, 2014, 
p. 23). 
“De acordo com o mesmo estudo, para 42% dos brasileiros, a contribuição para o 
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é o único tipo de investimento feito para a 
aposentadoria, 5% investem em um plano de previdência privada para complementar a renda 
futura do INSS, e 2% dos entrevistados contribuem somente para a previdência privada e não 
para o INSS” (CERBASI, 2014, p. 23). 
“Mais de 50% das pessoas afirmam ter um plano de aposentadoria, porém, grande parte 
desse grupo contribui apenas com o INSS (48,9%), (CERBASI, 2014, p. 24). 
 
Gráfico 1 - Planejamento para aposentadoria 
 
Fonte: Série Cidadania Financeira Nº 5 (2017) 
 
“A partir de 25 anos a taxa de contribuição apenas para o INSS se torna mais relevante, 
provavelmente devido à inserção e permanência no mercado de trabalho. O padrão para as 
respostas é similar entre as faixas etárias para as demais alternativas” (BANCO CENTRAL DO 
BRASIL, 2017, p. 53). 
23 
 
 
Gráfico 2 - Planejamento para aposentadoria, por faixa etária 
 
Fonte: Série Cidadania Financeira Nº 5 (2017) 
 
A maioria das pessoas não planeja sua aposentadoria, sua vida pós-carreira, apenas 
conta com o Governo ou ajuda da família e de filhos (DROP #14, 2017). 
“Todos convivemos com avós, pais ou tios que sofrem algum tipo de privação, somos 
alertados diariamente pela mídia sobre o rombo do INSS, temos consciência de que aposentar-
se está cada vez mais sofrido e, mesmo assim, pouco fazemos para mudar a situação” 
(CERBASI, 2014, p. 23). 
De acordo com o IBGE, apenas 1% dos aposentados de todo o país são completamente 
independentes financeiramente, então para entendermos melhor esse cenário, vamos analisar a 
seguinte situação: 
Uma pessoa recebe R$ 3.000,00 por mês, contribui com 12% do seu salário com o INSS 
(alíquota correspondente a sua média salarial) e o empregador com mais 20%. Então, vamos 
supor que esse funcionário pega esse dinheiro e, ao invés de usá-lo na Previdência Social, ele 
investe em um ativo que possui uma rentabilidade de 0,5% ao mês. Após 45 anos, quando 
chegasse aos 65 anos de idade, ele receberia de renda passiva R$ 13.228,76 por mês, pois teria 
acumulado um patrimônio de R$ 2.645.752,91. E caso, esse recurso fosse utilizado com o 
INSS? O funcionário se aposentaria ganhandobem menos que R$ 5.839,45, pois é o teto do 
24 
 
 
RGPS, e alguém que ganha R$ 3.000,00 mensais nunca vai se aposentar com o teto do INSS. 
Então isso mostra o direito que todos deveriam ter de ser dado educação financeira de 
base, não é algo que se deve ver na faculdade, deveria ser dado no ensino básico, auxiliando na 
construção de adultos mais conscientes, que constroem um futuro de maneira sólida 
(PERRUCHO, 2021). 
Porém, se engana quem pensa que a solidez está atrelada ao descanso. Existe um 
fenômeno ainda pouco estudado que mostra que mesmo as pessoas que se planejam bem no 
futuro abastado, estarão ativas no mercado de trabalho no período que planejavam estar 
aposentadas. São as pessoas que continuarão trabalhando por causa da liberdade de escolha 
resultante da independência financeira, da liberdade adquirida que transforma o trabalho em 
uma atividade prazerosa que poucas pessoas podem usufruir (DROP #14, 2017). 
Aqui, o objetivo de trabalhar não é apenas ganhar dinheiro, mas se manter inspirado, e 
é por isso que ao invés de só usufruir da fortuna acumulada, tantos empresários e profissionais 
de sucesso optam por se manter tão ativos quanto na juventude até chegar a idade típica da 
aposentadoria (DROP #14, 2017). 
O que muitas pessoas não sabem é que, na realidade, eles não querem se aposentar, mas 
sim possuir a liberdade de fazer o que lhes agrada sem terem de se preocupar com a obtenção 
de renda (CERBASI, 2014, p. 82). 
“Aposentadoria, no sentido que o senso comum dá a essa palavra, é um conceito 
ultrapassado se considerarmos o estilo de vida que todos nós queremos e buscamos ter” 
(CERBASI, 2014, p. 07). 
 
 
25 
 
 
CAPÍTULO 2 : PESQUISA DE CAMPO 
 
1.3 METODOLOGIA 
Neste capítulo abordaremos a metodologia utilizada na pesquisa que teve como objetivo 
identificar a importância que as pessoas dão ao seu futuro, planejando a sua aposentadoria de 
maneira prévia. 
Para identificar o perfil do entrevistado foram feitas 4 perguntas com o objetivo de se 
obter o gênero, faixa etária, nível de escolaridade e sua faixa de renda mensal. 
Com o estudo realizado, buscamos entender com qual constância pessoas tendem a 
poupar parte de sua renda; por quanto tempo conseguiria viver sem sua principal fonte de renda, 
caso fosse adepto a prática da poupança mensal recorrente. Além disso, tentamos compreender 
o modo como agem perante ao consumo, sendo expostos a situações de compras com valores 
diferentes umas das outras. E por fim, entender seu nível de confiança e visão futura sobre a 
sua aposentadoria. 
Foram feitas 14 perguntas abordando os pilares: Perfil do entrevistado, Relação com 
Consumo e Planejamento da Aposentadoria. 
Vale ressaltar que, o participante deveria responder as últimas três perguntas levando 
em consideração a sua resposta da questão 11. 
 
1.4 COLETA DE DADOS 
Na primeira etapa de coleta de dados, optei por realizar entrevistas através de um 
formulário que foi compartilhado em diversos grupos do WhatsApp, utilizando a ferramenta do 
Google (Google Forms)1. Essa ferramenta está disponível gratuitamente e permite aos usuários: 
criar formulários, coletar dados de forma simples e exportar para o Microsoft Excel. Sendo 
assim, cada pessoa respondeu um questionário contendo 14 perguntas. Depois disso, os dados 
foram coletados e exportados para Microsoft Excel. Após a exportação, os dados foram tratados 
por meio do programa Microsoft Excel, e por fim usados na construção do trabalho. 
 
1.5 POPULAÇÃO DA AMOSTRA 
A pesquisa foi respondida por 107 pessoas e o público respondente possui idade entre 
 
1 O formulário está disponível no link: https://forms.gle/J5bYeppSboTp1Gqo6 . 
https://forms.gle/J5bYeppSboTp1Gqo6
26 
 
 
18 e 60 anos. Foram observados respondentes de todas as classes socias e, praticamente, todos 
possuíam, no mínimo, o ensino superior completo. Mulheres corresponderam a 60,7% dos 
respondentes frente a 39,3% dos entrevistados de sexo masculino. 
 
1.6 QUESTIONÁRIO 
 
Pergunta 1 
 
Pergunta Qual o seu sexo? 
Justificativa Será importante usar esse dado para segmentar o público. 
Opções 
a) Masculino 
b) Feminino 
c) Prefiro não informar 
 
Pergunta 2 
 
Pergunta Qual a sua faixa etária? 
Justificativa Será importante usar esse dado para segmentar o público. 
Opções 
a) Menor de 18 anos 
b) 18 - 30 anos 
c) 31 - 45 anos 
d) 46 - 60 anos 
e) Acima de 60 anos 
 
Pergunta 3 
 
Pergunta Qual sua escolaridade? 
Justificativa Será importante usar esse dado para segmentar o público. 
Opções 
a) Ensino Fundamental Incompleto 
b) Ensino Fundamental Completo 
c) Ensino Médio Incompleto 
d) Ensino Médio Completo 
e) Ensino Superior Incompleto 
f) Ensino Superior Completo 
g) Pós-graduação/MBA Incompleto 
h) Pós-graduação/MBA Completo 
27 
 
 
 
Pergunta 4 
 
Pergunta Qual sua faixa de renda mensal? 
Justificativa Será importante usar esse dado para segmentar o público. 
Opções 
a) Desempregado 
b) Até 1 salário Mínimo 
c) 1 - 3 Salários Mínimos 
d) 3 - 5 Salários Mínimos 
e) 5 - 10 Salários Mínimos 
f) Acima de 10 Salários Mínimos 
 
Pergunta 5 
 
Pergunta Você é uma pessoa que poupa regularmente? 
Justificativa 
Pergunta importante para saber se o entrevistado controla 
seus débitos e pensa a longo prazo. 
Opções 
a) Sim 
b) Não 
 
Pergunta 6 
 
Pergunta 
Com relação a produtos/serviços no valor de até R$ 
4.999,99; marque a alternativa que mais se enquadra ao 
seu perfil: 
Justificativa 
Pergunta importante para entender a relação entre o 
entrevistado e seu grau de consumo. 
Opções 
a) Compro, parcelo, antecipo o consumo e aumento os 
custos financeiros. 
b) Poupo, compro à vista, retardo o consumo e diminuo 
os custos financeiros. 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
Pergunta 7 
Pergunta 
Com relação a produtos/serviços no valor de R$ 5.000,00 
até R$ 100.000,00; marque a alternativa que mais se 
enquadra ao seu perfil: 
Justificativa 
Pergunta importante para entender a relação entre o 
entrevistado e seu grau de consumo. 
Opções 
a) Compro, parcelo, antecipo o consumo e aumento os 
custos financeiros. 
b) Poupo, compro à vista, retardo o consumo e diminuo 
os custos financeiros. 
 
Pergunta 8 
 
Pergunta 
Com relação a produtos/serviços no valor acima de R$ 
100.000,00; marque a alternativa que mais se enquadra 
ao seu perfil: 
Justificativa 
Pergunta importante para entender a relação entre o 
entrevistado e seu grau de consumo. 
Opções 
a) Compro, parcelo, antecipo o consumo e aumento os 
custos financeiros. 
b) Poupo, compro à vista, retardo o consumo e diminuo 
os custos financeiros. 
 
Pergunta 9 
 
Pergunta 
Se você perdesse sua principal fonte de renda hoje, por 
quanto tempo você conseguiria cobrir o seu custo de vida 
sem pegar um empréstimo? 
Justificativa 
Pergunta importante para compreender se poupar é uma 
atividade recorrente do entrevistado. 
Opções 
a) 1 - 3 meses 
b) 3 - 6 meses 
c) 6 - 12 meses 
d) 12 - 24 meses 
e) Acima de 24 meses 
29 
 
 
Pergunta10 
 
Pergunta 
Ao pensar sobre sua aposentadoria, você se sente 
confiante e não desconfortável? 
Justificativa 
Pergunta importante para compreender o nível de 
confiança que o entrevistado tem em se aposentar. 
Opções 
a) Sim 
b) Não 
b) Não sei 
 
Pergunta 11 
 
Pergunta 
Em relação à sua aposentadoria, qual das alternativas 
abaixo melhor representa sua situação? 
Justificativa 
Pergunta importante para compreender a visão que o 
entrevistado tem sobre sua situação de poupança. 
Opções 
a) Não faço nenhuma contribuição pra minha 
aposentadoria 
b) Contribuo apenas com o INSS 
c) Faço um plano de previdência/poupança 
complementar para aposentadoria 
d) Contribuo com fundo de pensão da minha empresa 
onde trabalho 
e) Faço investimentos financeiros visando a 
aposentadoria 
f) Não vejo necessidade de poupar para minha 
aposentadoria complementar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30Pergunta 12 
Pergunta 
Caso você não faça nenhuma contribuição para sua 
aposentadoria, qual é o fator responsável por essa 
decisão? 
Justificativa 
Pergunta importante para compreender o motivo do 
entrevistado não poupar visando sua aposentadoria. 
Opções 
a) Meu salário não me permite aproveitar o agora, 
imagina pensar no futuro 
b) Ainda sou novo para pensar nisso 
c) A aposentadoria do governo será suficiente para meu 
estilo de vida 
d) Dependo do meu cônjuge/companheiro 
e) Dependo dos meus filhos ou outros membros da 
família 
f) Não se aplica 
 
Pergunta13 
 
Pergunta 
Caso o INSS seja sua única forma de planejamento para 
aposentadoria, se necessário, você se sente em condições 
de trabalhar após complementar seu prazo de 
aposentadoria? 
Justificativa 
Pergunta para compreender se o entrevistado tem a 
ciência de que se a sua aposentadoria governamental for 
insuficiente para seu padrão de vida, ele terá que 
trabalhar para poder complementar sua renda e arcar com 
seus custos. 
Opções 
a) Sim 
b) Não 
c) Não sei 
d) Não se aplica 
 
 
 
 
31 
 
 
Pergunta14 
Pergunta 
Caso você não veja necessidade de realizar um 
planejamento para sua aposentadoria, qual o fator 
responsável por essa decisão? 
Justificativa 
Pergunta importante para compreender o motivo do 
entrevistado não achar importante a poupança visando 
sua aposentadoria. 
Opções 
a) Serei sucessor da empresa da minha família 
b) Possuo a expectativa de receber uma herança 
c) Dependo do meu cônjuge/companheiro 
d) Dependo dos meus filhos ou outros membros da 
família 
e) Não se aplica 
 
 
 
32 
 
 
CAPÍTULO 3: RESULTADOS DA PESQUISA 
 
3.1 PERFIL DOS ENTREVISTADOS 
Após o compartilhamento do questionário, obteve-se um total de 107 respostas, e todas 
foram consideradas válidas. A pesquisa feita de maneira online, sendo ela realizada dentro de 
um período de 13 dias, começando no dia 24 de junho de 2022 e indo até o dia 04 de julho de 
2022. 
Do grupo, 65 eram mulheres e 42, homens; equivalente a 61% e 39% da amostra, 
respectivamente. 
 
Gráfico 3 - Gêneros dos respondentes 
 
Fonte: Elaboração própria 
 
 
33 
 
 
Gráfico 4 - Renda mensal dos respondentes 
 
Fonte: Elaboração própria 
 
A faixa de renda predominante foi entre 1 e 3 salários mínimos, equivalente a 29% das 
respostas. Seguida da faixa entre 3 e 5 salários mínimos, e entre 5 e 10 salários mínimos, 
correspondendo a 20% e 19%, respectivamente, conforme o gráfico abaixo. 
Em relação ao nível de escolaridade da amostra, 36% declarou ter ensino superior 
incompleto, 29% pós-graduados/MBA, 22% ensino superior completo, 8% ensino médio 
completo e ainda, 7% foi composto por pós-graduados/MBA incompletos. 
 
Gráfico 5 - Escolaridade dos respondentes 
 
Fonte: Elaboração própria 
34 
 
 
 
Ao buscar compreender o comportamento de poupança dos jovens, foi incluso a faixa 
etária para poder segregar as informações. Aqueles cuja a idade corresponde entre 18 e 30 anos 
compõem o grupo dos jovens, já aqueles que possuem a idade entre 31 e 45 anos são 
considerados os adultos. Enquanto aqueles que possuem entre 45 e 60 anos estão dentro de um 
grupo de pessoas que, caso não tenham planejado seu futuro, têm uma situação bem delicada 
pela frente. Não houve respondentes com mais de 60 anos e nem menores de 18. 
 
Gráfico 6 - Faixa etária dos respondentes 
 
Fonte: Elaboração própria 
 
35 
 
 
3.2 HÁBITO DE POUPANÇA 
Gráfico 7 - Hábito de poupança dos respondentes 
 
Fonte: Elaboração própria 
 
Se focarmos em realizar nossos sonhos no presente, podemos abrir mão da sua liberdade 
de escolha no futuro. Isso pode ser explicado matematicamente. A fórmula dos juros compostos 
tem o fator "tempo" como sendo a variável mais relevante. Ela é exponencial. O seu dinheiro é 
muito mais eficiente quando trabalhado para o futuro ao invés de ser gasto no presente. Por isso 
é imprescindível ter a disciplina de fazer aportes periódicos (OS 12 PRINCÍPIOS, 2021). 
A gerente de desenvolvimento em negócios do Sicredi, Adriana Zandoná, destaca uma 
das principais vantagens do ato de poupar regularmente: a construção de uma reserva de 
emergência. “Ter essa reserva faz toda a diferença para lidar com imprevistos. Isso ficou muito 
claro neste momento em que estamos passando por uma pandemia. Vimos na prática, como 
quem não estava preparado sofreu grandes consequências e ficou desestabilizado 
financeiramente”. A atitude de poupar também proporciona recursos para realizar sonhos e 
projetos no futuro. 
Levando em consideração nossa amostra, destacamos que das 48 pessoas possuem entre 
18 e 30 anos, 56% poupam regularmente, mesmo percentual de poupadores que possuem entre 
31 e 45 anos. Já com relação as pessoas com mais de 60 anos, destacamos que 89% possui o 
hábito desta prática. 
Com esse resultado, destaco que o percentual de jovens que poupam é o mesmo 
percentual que dos “adultos”, que na maioria das vezes, possuem mais responsabilidades, como 
36 
 
 
a criação de filhos, sustento da residência, entre outras. Com isso, podemos concluir que a 
mentalidade do pensamento a longo prazo está se firmando na mente dos jovens. Para 
corroborar tal informação, destaco o levantamento realizado pela B3 no primeiro trimestre de 
2022 com relação ao número de investidores pessoa física na bolsa. De 2018 a 2022, percentual 
de investidores que possuíam entre 19 e 24 anos cresceu 8% no período, já o percentual de 
pessoas que possuíam em entre 40 e 59 anos caiu os mesmos 8%. 
 
3.3 CONSUMO 
De acordo com os dados de 2021 do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), 46% dos 
brasileiros com idade entre 25 e 29 anos têm dívidas em atraso e estão inadimplentes, entre os 
jovens de 18 e 24 anos, a proporção é de 19%. Juntos, esses grupos representam 12,5 milhões 
de jovens brasileiros que começam a vida adulta endividados. Em relação ao controle de gastos, 
apenas 25% dos jovens afirmam que procuram fazer o seu planejamento financeiro em 
comparação aos 75% dos jovens da chamada Geração Z, que tem entre 18 a 25 anos, que 
afirmam não realizarem o controle de seus gastos. Quando questionados acerca das prováveis 
causas para não realizarem o planejamento financeiro, temos: 19% justificam não saber realizar 
o controle, 18% afirmam ter preguiça para fazer, 18% apontam como causa a falta de hábito ou 
indisciplina e 16% justificam a falta de controle financeiro por não terem rendimentos. 
A psicóloga infanto-juvenil Susan Noce Perboni afirma que as crianças e adolescentes 
são alvos fáceis da mídia, sendo os que mais consomem produtos. Para ela, a necessidade de 
aceitação por determinado grupo e de estar dentro dos padrões da moda são exemplos que os 
levam a comprar mais, visto que esses jovens possuem baixa autoestima e não têm a maturidade 
necessária, sendo altamente influenciáveis (VERTEMATTI, 2009). 
Não só o jovem, mas o ser humano em si, tende a preferir as coisas agora, ao invés de 
depois, e isso pode explicar a existências dos juros, pois é muito melhor você ter uma casa agora 
para morar, por exemplo, do que ter uma casa somente daqui 30 anos. Um ponto interessante é 
que quanto mais jovens nós somos, mais imediatistas costumamos ser. Uma criança, por 
exemplo, ela tem níveis de preferencias temporais altíssimos, ela quer tudo na mesma hora. A 
medida que essa criança vai crescendo ela aprende que certas coisas levam tempo. Aqueles que 
prosperam geralmente adiam a gratificação, entendem que é necessário esperar para conquistas 
mais coisas. Então quando começam a poupar e entendem isso, eles deixam de ser uma criança 
e passa a ser um adulto, pois crianças querem tudo na mesma hora, adultos se preocupam com 
o futuro (PERINI, 2022). 
37 
 
 
Conforme os gráficos da pesquisa abaixo, chegamos a conclusão que apesar da faixa 
etária das pessoas, elas tendem a antecipar o consumo, mesmo que para isso tenha que arcar 
comos elevados juros que, geralmente, mais que duplicam o valor final do serviço/produto. 
Levando em consideração o consumo dos jovens frente aos bens que custam, no 
máximo, cinco mil reais, 71% deles optam pela decisão de realizar a compra de forma 
parcelada. Já os adultos que pertencem aos indivíduos que possuem idade entre 31 e 45 anos, 
64% optam pela mesma opção. Mesmo caminho que 66% das pessoas que possuem entre 46 e 
60 anos seguem na hora de realizar uma compra desse tipo. 
 
Gráfico 8 - Comportamento de consumo - Até R$ 4.999,99 
 
Fonte: Elaboração própria 
 
Já com relação ao consumo de produtos/serviços que circulam entre os valores de cinco 
a cem mil, tivemos 60% dos jovens optando pela decisão de realizar a compra de forma 
parcelada. 70% dos adultos e 56% dos indivíduos que tem entre 46 e 60 seguiriam o mesmo 
caminho. 
38 
 
 
 Gráfico 9 - Comportamento de consumo - Entre R$ 5.000,00 - R$ 99.999,99 
 
Fonte: Elaboração própria 
 
Quando o assunto são bens avaliados acima de cem mil, temos 58% dos jovens, 74% 
dos adultos e 67% dos indivíduos que tem entre 46 e 60 preferem encaram um parcelamento 
que, provavelmente, está com um valor de juros altíssimo para poder realizar a compra. 
 
 
 Gráfico 10 - Comportamento de consumo - A partir R$ 100.000,00 
 
Fonte: Elaboração própria 
 
39 
 
 
 
3.4 CUSTO DE VIDA 
 
Gráfico 11 - Capacidade de manutenção do custo de vida 
 
Fonte: Elaboração própria 
 
Se analisarmos a capacidade dos entrevistados, separando-os por faixa etária, teremos a 
seguinte divisão: 
 
Tabela 1 - Manutenção do custo de vida 
 
Fonte: Elaboração própria 
 
Partindo da informação que as pessoas tendem a preferir o consumo imediato e para isso 
se endividam com as inúmeras parcelas por causa dessa decisão conforme vimos no estudo 
acima, vamos realizar a análise de uma situação hipotética: Três jovens são expostos a três 
situações diferentes. O primeiro jovem compra um vídeo game e decide dividi-lo em 12x (Valor 
40 
 
 
máximo de R$ 4.999,99). O segundo decide realizar o sonho do seu primeiro automóvel e para 
isso faz um parcelamento em 48x (Valor entre R$ 5.000,00 a R$ 100.000,00). Já o terceiro 
jovem vai se casar, e para isso, ele decide comprar uma casa para viver com sua futura esposa, 
e para isso, ele assume um parcelamento de 360x do restante do valor (Valor acima de R$ 
100.000,00). 
Analisando a tabela 1 do estudo, chegamos ao número de 94% dos jovens com uma 
capacidade de manter seu custo de vida, no máximo, até um ano após perder sua principal fonte 
de renda. Mas mesmo com esse baixo poder de se sustentar, eles optam pelo imediatismo e, em 
contrapartida, assumem uma obrigação mensal com as parcelas carregadas de juros. Com isso, 
entende-se o alto número de jovens inadimplentes e endividados, de acordo com os números 
do SPC já expostos anteriormente. 
 
 
3.5 CONFIANÇA PERANTE A APOSENTADORIA 
 
Gráfico 12 - Confiança perante a aposentadoria 
 
Fonte: Elaboração própria 
 
Quando realizamos segregação do estudo entre faixas etárias e analisamos os dados 
referentes a confiança das pessoas em se aposentar, temos que 56% dos jovens entre 18 e 30 
anos não confiam em sua aposentadoria. Retirando do estudo as pessoas que não possuem uma 
opinião formada sobre a situação, esse valor sobe para 68%. Ou seja, apesar de 68% dos jovens 
não confiarem em sua aposentadoria, apenas 6% deles conseguem se sustentar durante um 
41 
 
 
período acima de 12 meses. Com isso, chegamos a conclusão de que mesmo com este cenário, 
os jovens não poupam para o seu futuro, e muito menos, investem pensando a longo prazo. 
 
3.6 CENÁRIO PERANTE A APOSENTADORIA 
 
Gráfico 13 - Cenário perante a aposentadoria 
 
Fonte: Elaboração própria 
 
Ao realizar o levantamento dos dados, considerando apenas os indivíduos que possuem 
de 18 a 30 anos, destaco que 40% contribuem apenas com o INSS visando o seu futuro. 
O conceito normal de aposentadoria tenta convencer as pessoas que elas poderão viver 
por 20 ou 30 anos com a mesma renda (CERBASI, 2014). 
Para entender melhor essa afirmação, vamos exemplificar uma situação: Imagine que 
você tenha uma vida, ainda jovem, tem uma vida que possui uma rotina estabelecida, que traz 
muito conforto pra você e além disso, tira 30 dias de férias por ano. Devido a isso, você se sente 
realizado com sua vida e planeja a sua aposentadoria da mesma maneira que você vive hoje, ou 
seja, com 65 anos você quer continuar tendo essa mesma rotina. Então, para isso basta ter a 
renda atual lá na frente ou corrigida pela inflação para que você tenha o mesmo estilo de vida, 
correto? É aqui que muitas se enganam, e por uma razão muito simples, imagina um jovem de 
25 anos tirando 30 dias de férias, esses dias podem ser muito interessantes, confortáveis 
dormindo em um albergue, com banheiro coletivo, dividindo quarto com os amigos, e mesmo 
assim serão férias memoráveis, divertidas. Já com 35 anos, se você for tirar férias, talvez sua 
preocupação esteja em encontrar um hotel que tenha monitores para cuidar dos seus filhos, que 
42 
 
 
tenham refeições que seus filhos podem comer, um grau de conforto um pouco maior. Com 45, 
o ideal é que esse hotel esteja próximo do ponto turístico. Com 60, que esse hotel seja no ponto 
turístico. Com 80 anos, talvez você tenha que ter um hotel que seja perto de alguma unidade 
hospitalar. Com isso, pode-se entender que o que era luxo para um jovem de 25 anos é o 
conforto básico que vai permitir que uma pessoa de 80 continue a viajar (PERINI, 2016). 
Além das pessoas que apenas contribuem com o INSS, temos 27% dos jovens que não 
fazem nenhum tipo de contribuição para o seu futuro. E de acordo com os entrevistados, o fator 
mais relevante para essa decisão é o baixo valor da renda mensal. 
 
Gráfico 14 - Fator responsável pela não contribuição ao INSS 
 
Fonte: Elaboração própria 
 
Partindo deste cenário, onde as pessoas não terão renda suficiente para custear seu estilo 
de vida ou até mesmo, no pior dos casos, não conseguir se aposentar, fizemos um levantamento 
para entender se essas pessoas acham que serão capazes de manter sua vida profissional após 
complementar seu prazo de aposentadoria. 
43 
 
 
Gráfico 15 - Possuirá condições de trabalhar após se aposentar? 
 
Fonte: Elaboração própria 
 
Desconsiderando as pessoas que se encaixavam na opção “Não se Aplica”, pois essa 
pergunta era apenas para as pessoas que só realizavam a contribuição para o INSS, 50% das 
pessoas acreditam que, mesmo estando aposentado, terão condições de trabalhar para 
complementar sua renda. Porém, por se tratar de algo fora do controle dos indivíduos, contar 
com esse cenário pode ser muito arriscado. 
Para finalizar a pesquisa, foi feita a seguinte pergunta: “Caso você não veja necessidade 
de realizar um planejamento para sua aposentadoria, qual o fator responsável por essa 
decisão?”. Na maioria dos casos, 60% para ser mais exato, as pessoas afirmaram que dependem 
do cônjuge e por isso não realizam esse planejamento prévio. O restante foi dividido entre 
pessoas que serão sucessores de empresas familiares, que possuem a expectativa de receber 
uma herança e até mesmo que dependem de seus parentes para sobreviver. 
 
 
44 
 
 
CONCLUSÃO 
 
Com o passar do tempo, o plano de se aposentar cedo se mostra uma tarefa bem difícil, 
os 65 anos aparecem como uma espécie de data-limite, até a qual devemos fazer os sacrifícios 
necessários para atingir a aposentadoria (CERBASI, 2014). 
É comum, acharmos que a aposentadoria pode fazer mal, que as pessoas se deprimem, 
porém não é a aposentadoria que deprime, mas as restrições impostas pela insuficiência 
financeira e pela dificuldade de se obter trabalho quando ele se mostra realmente necessário. 
Não é exagero dizer que a base da depressão que muitos sentem ao se aposentar é o 
arrependimento por não terem feito o necessáriomais cedo (CERBASI, 2014). 
Com isso, a educação financeira surge para auxiliar as pessoas a encontrar uma melhor 
maneira de gerenciar as próprias finanças. 
Com base nisso, buscou-se verificar neste estudo qual o comportamento geral dos jovens 
quanto ao planejamento da aposentadoria, buscando entender suas atitudes perante ao consumo 
e poupança. 
A partir dos resultados obtidos no questionário aplicado, conclui-se, portanto, que o 
comportamento dos jovens vem ganhando força perante a prática de poupar. Embora a maioria 
dos entrevistados tenha afirmado conseguir guardar alguma quantia em dinheiro, quando se 
observa o tempo que eles conseguiriam manter seu padrão de vida, caso perdesse sua fonte de 
renda, percebe-se que pouco recurso tem sido direcionado a ela. E ao se levar em consideração 
as possíveis finalidades desta poupança, o cenário torna-se mais preocupante, pois uma 
poupança pequena representa pouca capacidade de reação a imprevistos e ainda alta 
dependência do Estado ou de terceiros para o momento da aposentadoria. 
Acerca do consumo, nota-se que os jovens são muito afetados por esse fator, acabam 
pensando no curto prazo, querendo realizar o mais rápido possível o seu desejo, e por trás desse 
desejo pode haver inúmeras razões emocionais que afloram essa ânsia pelo ato da compra, ao 
invés de pensar, se de fato, esse produto/serviço tem algum valor para ela. 
Ainda com relação ao consumo, sugere-se que em pesquisas posteriores leve-se em 
conta o fato de que quanto maior o preço do bem de consumo, maior é o percentual de jovens 
que estão dispostos a esperar para realizar a compra de forma à vista. Há estudos que afirmam 
que os mais jovens estão menos preocupados com posse, não estão preocupados com 
financiamento de casa em ter um automóvel. Eles estão preocupados em mobilidade, mas uma 
mobilidade alternativa. (DROP #89, 2018). 
45 
 
 
Por fim, a respeito da execução perante ao planejamento da aposentadoria, nota-se que, 
os jovens, apesar de não confiarem em sua aposentadoria, protelam o seu planejamento, e 
acabam abrindo mão do fator mais relevante quando se trata de aposentadoria, o tempo. Quanto 
mais cedo a pessoa começa a poupar, menor é o grau de sacrifício que ela terá que despender 
para alcançar seus objetivos. E com isso, acabam colocando o seu esforço e dedicação de quase 
40 anos de trabalho na mão do Governo em troca de um salário mensal, que na grande maioria 
das vezes, é insuficiente para manter o custo de vida habitual do cidadão beneficiário, que para 
amenizar essa situação, tem que continuar a trabalhar para conseguir arcar com seus 
compromissos. 
 
 
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