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Roteiro de Estudo: SOCIEDADES DESPERSONIFICADAS - Prof. André Bessa - Página 1 -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Roteiro de Estudo: SOCIEDADES DESPERSONIFICADAS - Prof. André Bessa - Página 1 FACULDADE MARTHA FALCÃO / WYDEN – CURSO DE DIREITO Direito Empresarial / Roteiro de Estudo: AS SOCIEDADES DESPERSONIFICADAS - Prof. ANDRÉ BESSA - DESPERSONIFICADAS, como a própria designação sugere, são as sociedades desprovidas de personalidade jurídica, inseridas nessa categoria a sociedade em comum e a sociedade em conta de participação. 1) Sociedade em comum – regida pelos arts. 986 a 990 do CC e, subsidiariamente, pelas normas da sociedade simples (que é um tipo societário personificado, por isso a subsidiariedade ocorre com restrições), a sociedade em comum é a sociedade de fato, ou irregular, significando que não tem atos constitutivos ou, se os tem, não foram ainda levados a registro. Como não há personalidade jurídica, os sócios são titulares comuns de todos os bens e responsáveis por todas as dívidas da sociedade (art. 988). Não obstante, segundo o art. 987 do CC, os sócios em comum, nas suas relações entre si ou com terceiros, somente podem provar a sociedade por escrito (o que não significa, necessariamente, mediante contrato, mas quaisquer documentos lícitos). Por outro lado, terceiros interessados por qualquer motivo em provar sua existência, poderão fazê-lo por todos os meios idôneos. Os bens em comum podem ser constrangidos para garantir qualquer obrigação tida como da sociedade, porque contraída por sócio, em ato de gestão, a menos que exista algum pacto expresso limitando os poderes desse sócio, que o terceiro conheça ou devesse conhecer (art. 989) e tais poderes, obviamente, hajam sido extrapolados. Não somente os bens sociais respondem pelas obrigações sociais, mas os bens particulares dos sócios também, de conformidade com o disposto no art. 990 do CC, que se vinculam solidária e ilimitadamente a tais obrigações. E, nesta hipótese, ainda que, como regra, os sócios de qualquer sociedade tenham o direito de indicar bens sociais para serem executados antes dos seus, não se confere esse direito ao sócio em comum que tenha contratado pela sociedade. Roteiro de Estudo: SOCIEDADES DESPERSONIFICADAS - Prof. André Bessa - Página 2 -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Roteiro de Estudo: SOCIEDADES DESPERSONIFICADAS - Prof. André Bessa - Página 2 2) Sociedade em conta de participação – a sociedade em conta de participação talvez seja impropriamente denominada “sociedade”. Trata-se, na verdade, de um contrato, celebrado entre determinados sujeitos – um dos quais denominado sócio ostensivo e o outro sócio participante – para a consecução de um negócio, ou uma série de negócios, de interesse de ambos. O sócio participante, que pode ser pessoa física ou jurídica, é uma espécie de investidor, sem interesse, tempo ou condições de se expor no negócio, mas desejando participar dos resultados. O sócio ostensivo, ao seu turno, que também pode ser pessoa física ou jurídica, será o único a tratar com terceiros e o fará em nome próprio (na maior parte das vezes o terceiro até desconhece haver sócio participante no negócio), devendo apenas prestar contas ao sócio participante e não podendo admitir novo sócio sem consentimento do participante (art. 995). Somente o sócio ostensivo responde perante terceiros; o sócio participante, por outro lado, só tem responsabilidades perante o ostensivo (art. 991 do CC), a menos que interfira, que se exponha nos negócios (art. 993, parágrafo único). Pode uma conta de participação provar-se por todos os meios admitidos em direito (art. 992), não dependendo esse tipo de contrato de qualquer formalidade e, mesmo quando existente, não tem o efeito de conferir personalidade à “sociedade” (art. 993). As contribuições dos sócios participante e ostensivo, de acordo com o art. 994 do CC, constituem um patrimônio especial, sujeito a regras específicas em caso de falência (art. 994). Por não ter personalidade jurídica, esse tipo de sociedade, ao dissolver-se, acarreta apenas para o sócio ostensivo o dever de prestar contas (art. 996). OBSERVAÇÃO: O presente roteiro de estudo, no formato atual, destina-se a orientação, não esgotando, em nenhuma hipótese, o respectivo conteúdo, cujo estudo deve ser complementado, para todos os fins, com a doutrina, a legislação, a jurisprudência, exercícios e eventuais anotações obtidas em sala de aula. Dúvidas / críticas / sugestões: andrebessa@globo.com
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