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FITOTECNIA: ARROZ, FEIJÃO E TRIGO Aula Prática 2: - Morfologia da planta de arroz, preparo do solo e manejo fitossanitário Prof. Dra. Cristina Célia Krawulski • Unidade de Ensino: 2, Seção 2.1 • Competência da Unidade: Conhecer e compreender o manejo agrícola de lavouras de arroz, buscando qualidade e eficiência na produção. • Resumo: Conhecer as características morfológicas e ecofisiológicas da cultura de arroz, e as principais pragas, doenças e plantas daninhas dessa lavoura. • Palavras-chave: Fitotecnia; Oryza sativa L; pragas; doenças. • Título da aula prática: Morfologia da planta de arroz, preparo do solo e manejo fitossanitário. • Aula Prática nº: 2 • Compreender o manejo cultural da lavoura de arroz. • Identificar, manejar e controlar as principais pragas, doenças e plantas daninhas na cultura do arroz. • Compõe a dieta alimentar de grande parte da população mundial. • Elevado balanceamento nutricional: 20% de energia e 15% PB diária. • Maior potencial para combater a fome no mundo. • 2º lugar em área plantada no mundo (150 milhões hectares). • 75% em sistemas de cultivo irrigado. • Ásia: 90% da produção e do consumo. • Maior produtor: China (Índia, Indonésia, Bangladesh, Vietnã, Tailândia, Burma, Japão). Arroz (Oryza sativa L.) • América Latina: 2º lugar em produção, 3º em consumo. • Brasil: 9º produtor - 2% da produção mundial; 55% América Latina. • 2018: produção de 11,39 milhões t (10% sequeiro). • Cultura versátil: diferentes tipos de solo e condições climáticas. • Terras altas (sequeiro): região de Cerrado (Centro-Oeste) – ILPF. • Várzeas (irrigado): mais comum na Região Sul. Fotos: Alberto Baêta dos Santos. Embrapa. Disponível em: https://bit.ly/37I1lEP . Acesso em: 15 ago. 2021. Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/co mmons/thumb/a/a4/Rice_terraces_in_Indo nesia-IMG_3082.jpg/800px- Rice_terraces_in_Indonesia-IMG_3082.jpg . Acesso em: 15 ago. 2021. Arroz irrigado na Indonésia Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Arroz. Acesso em: 19 set. 2021. Arroz em terraços – Filipinas; Colheita no Japão Foto: Cristina Célia Krawulski (2021). Cultivo de subsistência • Mais de 40.000 variedades de Oryza sativa. Fonte: https://planetaarroz.com.br/almanaque-do-arroz/. Acesso em: 15 ago. 2021. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Arroz. Acesso em: 19 set. 2021. Fonte: https://planetaarroz.com.br/a lmanaque-do-arroz/. Acesso em: 15 ago. 2021. Sementes não descascadas de espécies de Oryza a= Oryza longistaminata; b= Oryza glaberrima 1; c= Oryza glaberrima 2; d= Oryza brachyanta; e= Oryza eichingeri; f= Oryza punctata; g= Oryza barthii. Morfologia da planta de arroz • Planta monocotiledônea; Família Poaceae. • Caules ocos, flores reduzidas, de cor verde; aquênios especializados (cariopse). • Morfologia: raiz, caule, folha e panícula. • Raízes primárias e secundárias (adventícias). • 2 a 6 perfilhos por planta. Fo nt e: h tt ps :/ /b it. ly /3 sl Q la 0. Ac es so e m : 1 5 ag o. 2 02 1. Fonte: adaptada de COUNCE, P.A.; KEISLING, T.C.; MITCHELL, A.L. A Uniform and adaptative system for expressing rice develoment Crop Science, Madison, 40:436-443. 2000. Disponível em: http://www.agencia.cnptia.embra pa.br/Repositorio/Fig5_Fases_Fen ol_arroz_000jmqjkq8l02wxugl09d 9pwm7vudkic.jpg. Acesso em: 15 ago. 2021. Fases fenológicas do arroz Fonte: adaptada de COUNCE, P.A.; KEISLING, T.C.; MITCHELL, A.L. A Uniform and adaptative system for expressing rice develoment Crop Science, Madison, 40:436-443. 2000. Disponível em: http://www.agencia.cnptia.embrap a.br/Repositorio/Fig5_Fases_Fenol _arroz_000jmqjkq8l02wxugl09d9p wm7vudkic.jpg. Acesso em: 15 ago. 2021. Fonte: adaptada de COUNCE, P.A.; KEISLING, T.C.; MITCHELL, A.L. A Uniform and adaptative system for expressing rice develoment Crop Science, Madison, 40:436-443. 2000. Disponível em: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/ Repositorio/Fig5_Fases_Fenol_arroz_000 jmqjkq8l02wxugl09d9pwm7vudkic.jpg. Acesso em: 15 ago. 2021. Porquê conhecer as fases fenológicas? • Aplicar estratégias de manejo durante a fase mais adequada para a cultura. Exemplos: • V3 a V5, cultivo irrigado: iniciar a irrigação definitiva no solo, para formação da lâmina de água. • Entre V4 e R0: adubação de cobertura (N). (perfilhamento e início do desenvolvimento da panícula = maior extração de N). Diferentes sistemas de cultivo • Arroz irrigado: pré-germinado; transplante de mudas (solo encharcado ou submerso). Média: 7,13 t/ha. • Arroz de sequeiro: convencional; cultivo mínimo; plantio direto. Média: 2,35 ton/ha • Sequeiro: diferentes manejo e preparo do solo, semelhantes a outras culturas. Foto: Embrapa. Disponível em: https://www.embrapa.br/bme_images/m/446 80040m.jpg. Acesso em: 15 ago. 2021. Semeadura direta e transplante Cultivo pré-germinado • Conjunto de técnicas adotadas antes do plantio: sementes previamente germinadas, depois lançadas em quadros nivelados e inundados. • Vantagens: maior eficiência no controle do arroz daninho (vermelho e preto); menor influência do clima no preparo do solo e na semeadura; permite melhor planejamento das atividades necessárias ao plantio. Fotos: Alberto Baêta dos Santos. Embrapa. Disponível em: https://bit.ly/37I1lEP . Acesso em: 15 ago. 2021. 300 plântulas/m2 Sistema de transplantio • Semeadura indireta, alternativa para pequenas lavouras (Nordeste). • Usado em campos de produção de sementes. • Duas operações: sementeira ou viveiro; transplantio em campo definitivo. • Principais vantagens: produção de sementes de alta qualidade; maior eficiência no controle do arroz-vermelho. Fotos: Alberto Baêta dos Santos. Embrapa. Disponível em: https://bit.ly/37I1lEP . Acesso em: 15 ago. 2021. Manejo de plantas daninhas • Potencial de redução da produção. • Interferem na qualidade do arroz produzido. • Hospedeiras intermediárias de pragas e doenças (dano indireto). • Fator que mais limita a produção do arroz (competição). • Período crítico: entre 15 e 45 DAE. • Controle preventivo – mecânico – químico. • Manejo integrado. Fo nt e: C ob uc ci (2 01 1, p . 1 0) . Manejo de doenças • Incidência e severidade de cada doença variam em função do manejo da água, da adubação, da resistência das cultivares e das condições ambientais. • Patógeno – hospedeiro –ambiente. • Diagnóstico e identificação corretas: avaliação dos sintomas presentes na planta, coletar material afetado (laboratório). • Indicar as principais estratégias para o controle. Manejo integrado de doenças • Cultivares resistentes. • Preparo adequado do solo. • Incorporação dos restos culturais (SPD). • Adubação equilibrada. • Sementes de boa qualidade fitossanitária e fisiológica. • Profundidade de plantio uniforme. • Fungicidas: tratamento de sementes e pulverização da parte aérea. Brusone (Magnaporthe oryzae (Herbert) Barr.) • Doença mais destrutiva, de ocorrência nacional. • Sintomas: nas folhas, na base das plantas ou em diferentes partes da panícula. • Pequenas lesões de coloração marrom, necróticas, que evoluem, aumentando de tamanho. • Diminuição da área foliar e chochamento dos grãos. • Maiores perdas: lavouras de sequeiro (até 100%). • Centro-Oeste. Fotos: Antônio Pereira da Silva Filho. Fonte: Embrapa. Disponível em: <https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/arroz/arvore/CONT000fuzvmwzg02wyiv80166sqfmvyttys .html>. Acesso em: 29 ago. 2021. Fonte: Embrapa. Disponível em: <https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/arroz/arvore/CONT000fu zvmwzg02wyiv80166sqfmvyttys.html>. Acesso em: 29 ago. 2021. Foto: Antônio Pereira da Silva Filho. Fo to : S eb as tiã o Ar aú jo . Foto: Valácia L. S. Lobo. Mancha de grãos • Diferentes agentes causais: fungos (Bipolaris oryzae e Pyricularia oryzae) e bactérias (Pseudomonas fuscovagina e Erwinia spp.). • Deprecia a aparência e a qualidade dos grãos. • Reduz a massa dos grãos = perda no rendimentoindustrial. • Manchas aparecem desde o início da emissão das panículas até o seu amadurecimento. • Sintomas variáveis, dependem do patógeno predominante, do estádio de infecção e das condições climáticas. A olho nu é difícil identificar os patógenos envolvidos. • Doença favorecida pela ocorrência de chuva e alta umidade durante a formação dos grãos. • Acamamento (contato panículas com solo úmido). • Danos causados por percevejo (infecção por microrganismos). Foto: Valácia L. S. Lobo. Fonte: Embrapa. Disponível em: <https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/g estor/arroz/arvore/CONT000fuzvmwzg02wy iv80166sqfmvyttys.html>. Acesso em: 29 ago. 2021. Controle/manejo • Tratamento de sementes com fungicida: diminui o inóculo inicial, aumenta o vigor e o estande inicial. • Uso de cultivares resistentes (quando disponível). • Uso de fungicidas sistêmicos no início da emissão das panículas. Mancha parda (Bipolaris oryzae Shoem) • Doença que mais ataca plantas do arroz no Brasil. • Principal fator de incidência: baixa fertilidade do solo, com baixos níveis de adubação (K – Ca – Mg - Mn – Mg – Si – Fe). • Temperatura ótima para infecção: 20 e 30 ºC; UR superior a 89%; molhamento das folhas. • Inóculo inicial: sementes infectadas (1-4 anos) e restos culturais. • Infecção secundária: disseminação de conídios (ar). Sintomas • Sementes infectadas: redução na germinação. • Plântulas: lesões no coleóptilo, de cor marrom e formato circular ou oval. • Folhas: lesões circulares ou ovais, com margem parda ou avermelhada, e centro acinzentado ou esbranquiçado. • Lesões nas bainhas; esterilidade das espiguetas. • Grãos: manchas marrom escuras nas glumas, que podem coalescer e cobrir o grão inteiro. • Controle: idem “Mancha de Grãos”. Foto: Valácia L. S. Lobo. Fonte: Embrapa. Disponível em: <https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/arroz/arvore/CONT000fuzvmwzg 02wyiv80166sqfmvyttys.html>. Acesso em: 29 ago. 2021. Escaldadura (Monographella albescens (Thume) • Se manifesta em níveis significativos em todo o Brasil. • Epidemia comum nas lavouras plantadas em rotação com soja. • Inóculo primário: sementes infectadas e restos culturais. • Condições climáticas favoráveis: alta pluviosidade, temperatura média 24 e 28°C, períodos prolongados de orvalho, alta densidade de semeadura e N em excesso. • Danos causados por insetos: porta de entrada. • Manchas verde-oliva nas extremidades apicais das folhas mais velhas, ou nas bordas das lâminas foliares, sem margens bem definidas ao longo do bordo foliar. • As lesões evoluem formando sucessões de faixas concêntricas, com alternância das cores marrom clara e escura. • Lesões coalescem = necrose e morte da área foliar. • Paralisa o crescimento das plantas em pleno estádio de emborrachamento (quantidade/qualidade grãos). Sintomas Fotos: Sebastião Araujo. Fonte: Embrapa. Disponível em: <https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/arroz/arvore/CONT000fuzvmwzg 02wyiv80166sqfmvyttys.html>. Acesso em: 29 ago. 2021. Outras doenças do arroz • Mal do pé • Mancha estreita. • Podridão da bainha. • Carvão da folha. • Falso carvão. • Cárie ou carvão dos grãos. • Queima da bainha. • Ponta branca. Fonte: Embrapa. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br /digital/bitstream/item/172107 /1/35118.pdf. Acesso em: 19 set. 2021. BRS Pampa Arroz Irrigado BRS A-702 CL Arroz Irrigado Pragas principais (pragas-chave) • Broca do colo (Elasmopalpus lignosellus Zeller). • Pulgão da raiz (Rhopalosiphum rufiabdominale). • Cascudo preto (Euetheola humilis). • Ácaro (Schizotetranychus oryzae). • Lagartas desfolhadoras (Spodoptera frugiperda). • Percevejo do grão (Oebalus poecilus). Fotos: J. A. Barrigossi Embrapa. Disponível em: https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/arroz/arvore/CONT000fuye4xq50 2wyiv80166sqfkuf0j1h.html. Acesso em: 29 ago. 2021. • Surtos mais frequentes: solos arenosos, precipitação baixa e temperatura elevada. • Ataques esporádicos e localizados ou devastar grandes áreas. Fotos: J. A. Barrigossi Embrapa. Disponível em: https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/arroz/arvore/CONT000fuye4xq50 2wyiv80166sqfkuf0j1h.html. Acesso em: 29 ago. 2021. Atenção para plantios próximos de cultivos de milho e sorgo. Fonte: Embrapa. Disponível em: https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/arroz/arvore/CONT000fuye4xq50 2wyiv80166sqfkuf0j1h.html. Acesso em: 29 ago. 2021. Atenção em áreas de plantio direto: aração do solo para expor as larvas (aos inimigos naturais e à ação direta dos componentes climáticos). Fotos: J. A. Barrigossi; J.F. A. Silva. Embrapa. Disponível em: https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/arroz/arvore/CONT000fuye4xq50 2wyiv80166sqfkuf0j1h.html. Acesso em: 29 ago. 2021. • Início da floração. • Espiguetas fase leitosa. • Perda qualitativa e quantitativa Disponível em: https://www.embrapa.br/documents/1344498/2767889/man ual-de-identificacao-de-pragas-do-arroz.pdf/8145bc4c-8309- 4e30-af31-8bc3f4176fa8 . Acesso em: 29 ago. 2021. • Visita técnica: Coleta e identificação de pragas, doenças e plantas daninhas em lavoura de arroz • Grupos. • Análise da fenologia das plantas de arroz (10 - 15 plantas). • Coleta manual de insetos, plantas com sintomas de doenças e plantas daninhas (ficha/etiqueta). • Armazenados em frascos (vidro ou plástico). Lavoura de arroz • Estereomicroscópio e microscópio binocular. • Visualização direta, definir se é um inseto-praga ou não; identificação da espécie (nome científico). • Observar e descrever os sintomas encontrados nos materiais biológicos (folhas, raiz, caule e panícula). • Apresentação dos resultados encontrados. Laboratório • Plantio de arroz irrigado ou sequeiro: 7 dicas para produzir mais e melhor. Disponível em: <https://blog.aegro.com.br/plantio-de-arroz/>. Acesso em: 15 ago. 2021. • Guia prático: Manejo do arroz de sequeiro favorecido. Disponível em: <https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1096458/1/G uiaManejodoarrozdesequeirofavorecido.pdf>. Acesso em: 15 ago. 2021. Sugestões de leitura
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