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Variações nas Taxas Metabólicas

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA 
“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
Michele Matos dos Santos
Variações nas taxas metabólicas basais
 
 
 Rio Claro
 (
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA 
“JÚLIO DE MESQUITA FILHO
”
)
2014
Introdução
“O metabolismo oxidativo é o mecanismo mais eficiente de que os animais dispõem para libertarem energia dos alimentos que ingerem” (WOOD, 1994, v.1 p.70).
“O metabolismo energético é uma medida altamente integrativa e representativa, que exprime tanto a pressão que o ambiente exerce sobre o animal como as respostas que os bichos desenvolvem para sobreviver naquele hábitat” (NETO, 201? apud BICUDO, 2012, p. 98)
A taxa metabólica basal (TBM) é a taxa constante do metabolismo energético mensurada em aves e mamíferos em condições de estresse ambiental e fisiológico mínimo, e após terminado os processos digestivos e absortivos. Com exceção das aves e mamíferos, a temperatura ambiente afeta a temperatura corporal de todos os outros animais. (RANDALL; BURGGREN; FRENCH. 2000) 
· Por que aves tem metabolismo basal maior que os mamíferos? 
A variação metabólica entre aves e mamíferos, podem estar relacionadas a diversos fatores, por isso, é necessário considerar o gasto energético que esses possuem para os diferentes sistemas do corpo.
“O sistema respiratório das aves difere radicalmente dos pulmões dos répteis e mamíferos e é valiosamente adaptado, satisfazendo as altas demandas metabólicas do voo. (HICKMAN; ROBERTS; LARSON, 2009 p.562)
“Os músculos que promovem o voo da aves derivam da mesma musculatura apendicular envolvida no movimento dos membros anteriores dos tetrápodes. (...) os músculos trabalham em grupos antagonistas para movimentar as asas.” (MOYES; SCHULTE, 2010 p.580)
“A atividade muscular demanda uma grande quantidade de energia, principalmente na forma de ATP. (...) A contração muscular é um processo energeticamente dispendioso, e pequenas reduções na produção energética podem comprometer a locomoção.” (MOYES; SCHULTE, 2010 p.581)
“Os custos da locomoção diferem bastante entre animais nadadores, voadores e corredores quando cada um se move em sua velocidade ótima.” (MOYES; SCHULTE, 2010 p.616)
“Em muitos animais, a ingestão alimentar é extremamente bem ajustada em relação ao gasto energético.” (MAYER e THOMAS,1976 apud SCHIMIDT-NIELSEN, 1996 p.151)
“As aves pequenas, com suas altas taxas metabólicas, ingerem mais alimentos em relação à sua massa corpórea que as aves grandes. (...) As aves processam seu alimento rapidamente e são dotadas de um eficiente sistema digestivo”. (HICKMAN; ROBERTS; LARSON, 2009 p.561)
“(...) A taxa metabólica de um animal varia em uma proporção que se aproxima mais de sua área de superfície relativa do que de seu peso corpóreo. (...) a quantidade de alimento que um mamífero (ou ave) consome também é proporcional a seu peso corpóreo elevado a 0,7.” (HICKMAN; ROBERTS; LARSON, 2009 p.590)
· Por que eutérios tem maior metabolismo basal que metatérios?
Segundo Reis (2006) e Hickman; Roberts; Larson (2009) os eutérios são mamíferos placentários vivíparos.
Para esses indivíduos é necessário que haja uma preparação do corpo para receber a prole, já que após a fecundação a nutrição dos embriões ocorre através das mães. A gestação para indivíduos eutérios ocorre durante um período maior de tempo, já que é necessário que o embrião se desenvolva antes do nascimento.
Para Reis (2006) os metatérios não são placentários. Exemplo de animais metatérios ou marsupiais (mamíferos com bolsas, como gambás e cangurus).
“Em indivíduos marsupiais o embrião se desenvolve durante um tempo dentro do útero da mãe. Mas o embrião não se enraíza na parede uterina, e consequentemente recebe pouca alimentação da mãe antes do nascimento.” (HICKMAN; ROBERTS; LARSON, 2009 p.162)
“Os jovens marsupiais nascem portanto imaturos e são protegidos na parede abdominal da mãe e alimentados com leite.” (HICKMAN; ROBERTS; LARSON, 2009 p.162)
Dessa forma, é possível propor que, eutérios tem maior metabolismo basal que metatérios, pois, necessitam de uma quantidade maior de energia para concluir o período de gestação dos embriões e alimentá-los. 
Referências bibliográficas
BICUDO, F. Os pioneiros da América do Sul: Gambás e outros marsupiais brasileiros antecedem os cangurus australianos na escala evolutiva. Pesquisa FAPESP, São Paulo, Edição Especial, p. 98-99, Maio. 2012
HICKMAN, C. P.; ROBERTS, JR. LARRY; LARSON, A. Princípios integrados de zoologia. 11ª Ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2009.
MOYES, C.D.; SCHULTE, P.M. Princípios de fisiologia animal. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
RANDALL, D.; BURGGREN, W.; FRENCH K. Fisiologia animal: Mecanismos e adaptações. 4. ed. Rio de janeiro: Guanabara Koogan
REIS, N. R. et al. Mamíferos do Brasil. Londrina: Nelio R. dos Reis, 2006.
SCHMIDT-NIELSEN, K. Fisiologia animal: adaptação e meio ambiente. 5. ed. São Paulo: Santos, 2011.
WOOD, D. W. Princípios de fisiologia animal, São Paulo, Polígono, ed, da Universidade de São Paulo, 1973.
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