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Teorias Psicogenéticas

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Teorias psicogenéticas 
A principal contribuição dessas teorias à 
educação está na possibilidade de 
visualizar o sujeito na sua totalidade, 
compreendendo-o nos processos 
subjacentes a interação sujeito objeto, 
em que a escola tem o papel de 
desenvolver o pensamento/capacidade 
de analisar do aluno. 
Parte I – Fatores Biológicos e Sociais 
 O Lugar da Interação na Concepção de Jean Piaget 
Yves de La Taille 
 
 Vygotsky e o processo de formação de conceitos 
Marta Khol de Oliveira 
 
 Do Ato Motor ao Ato Mental:a Gênese da 
 Inteligência Segundo Wallon 
Heloysa Dantas 
 “…a inteligência humana somente se 
desenvolve no indivíduo em função de 
interações sociais que são, em geral, 
demasiadamente negligenciadas.” 
Jean Piaget - Biologie et Connaissance 
 
O Lugar da Interação na Concepção 
de Jean Piaget 
Para Piaget o “desenvolvimento intelectual 
é, simultaneamente obra da sociedade e 
do indivíduo”. 
O Lugar da Interação na Concepção de 
Jean Piaget 
O HOMEM COMO SER SOCIAL 
 Definição de “ser social” para Piaget 
significa o indivíduo que consegue 
relacionar-se com seus semelhantes de 
forma equilibrada (qualidade das trocas 
intelectuais). 
“O homem normal não é social da mesma maneira 
aos seis meses ou aos vinte anos de idade, e, por 
conseguinte, sua individualidade não pode ser da 
mesma qualidade nesses dois diferentes níveis”. 
 
Estágios de Desenvolvimento 
Sensório-motor (até 2 anos) 
 inteligência essencialmente individual, aplica-se a 
situações e ações concretas e não depende de 
trocas sociais. 
 ações de diferenciação entre o próprio corpo e 
os objetos. 
 
...”a partir da aquisição da linguagem, 
inicia-se uma socialização efetiva da 
inteligência.” 
Pré-operatório (dos 2 aos 6/7 anos) 
 Ainda há limitações para trocas intelectuais 
equilibradas: falta de escala comum de 
referências (condição para o verdadeiro diálogo). 
 Não há a conservação de definições, há a 
presença de contradições. 
 ... a criança pequena tem extrema dificuldade em 
se colocar no ponto de vista do outro, fato que a 
impede de estabelecer relações de reciprocidade. 
Estágios de Desenvolvimento 
PENSAMENTO EGOCÊNTRICO 
Estágios de Desenvolvimento 
A criança não tem domínio do seu “eu”, não é 
autônoma e sim heterônoma nos modos de pensar e 
agir. 
As noções EU e do OUTRO são construídas 
conjuntamente, num longo processo de 
diferenciação. 
Estágio operatório concreto (dos 6/7 anos aos 
11/12 anos) 
 capaz de aceitar o ponto de vista do outro 
 capaz de levar em conta mais de uma perspectiva 
(relatividade) 
 capacidade de classificação, agrupamento, reversibilidade 
 consegue realizar atividades concretas que não exigem 
abstração 
 surgimento da personalidade em oposição ao 
egocentrismo 
 
 
Estágios de Desenvolvimento 
Personalidade em Piaget 
Estágios de Desenvolvimento 
“A personalidade não é o “eu” enquanto 
diferente dos outros “eus” e refratário à 
socialização, mas é o indivíduo se submetendo 
voluntariamente às normas de reciprocidade e 
de universalidade. (...) a personalidade 
constitui o produto mais refinado da 
socialização (...) é, pois, uma coordenação da 
individualidade com o universal.” 
Estágio das operações formais (dos 11/12 
anos até a vida adulta) 
 raciocínio sobre hipóteses e ideias abstratas 
 a linguagem serve de suporte conceitual 
 
Estágios de Desenvolvimento 
As operações mentais se compõem de 
maneira associativa, permitindo ao indivíduo 
conhecer e interpretar o mundo. 
O PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO 
 Para Piaget há dois tipos de relação 
social, motivadas por uma demanda social 
de algum tipo: 
Coação e Cooperação 
 
Coação Social 
“(...) relação entre dois ou mais indivíduos na 
qual intervém um elemento de autoridade ou 
de prestígio.” 
 elementos de autoridade/prestígio individuais ou culturais 
 o coagido tem pouca participação racional na produção, 
conservação ou divulgação das ideias 
 não há diálogo e descentralização, apenas isolamentos 
 freio no desenvolvimento da inteligência 
 nível baixo de socialização e empobrecimento das relações 
sociais 
 
 
Cooperação Social 
Relações que pressupõe a coordenação das 
operações de dois ou mais sujeitos. 
 não há assimetria, imposição, repetição, 
crença, etc 
 há discussão, troca de pontos de vista, 
controle mútuo dos argumentos e das provas 
 alto nível de socialização 
 
 
Coação é uma etapa obrigatória e necessária na 
socialização da criança, 
mas para o desenvolvimento das operações 
mentais são necessárias relações de 
Cooperação, primeiro entre as crianças, e a 
valorização das noções de igualdade e respeito 
mútuo. 
 Piaget pensa o social e as suas influências sobre os 
indivíduos pela perspectiva da ética! 
DIREITOS HUMANOS 
Vygotsky e o Processo de Formação 
de Conceitos 
“A cultura torna-se parte da natureza humana 
num processo histórico que, ao longo do 
desenvolvimento da espécie e do indivíduo, 
molda o funcionamento psicológico do homem.” 
“Suas proposições contemplam, assim, a dupla 
natureza do ser humano, membro de uma 
espécie biológica que só se desenvolve no 
interior de um grupo social.” 
Substrato biológico e construção 
cultural no desenvolvimento humano 
 Vygotsky tem como um de seus pressupostos 
básicos a ideia de que o ser humano constitui-se 
enquanto tal na sua relação com o outro social. 
Rejeita a ideia de funções mentais fixas e imutáveis 
e trabalha com a noção de cérebro como um sistema 
aberto, de grande plasticidade, cuja estrutura e 
modos de funcionamento são moldados ao longo 
da história da espécie e do desenvolvimento 
social. 
 
A organização cerebral é baseada em sistemas 
funcionais que se estabelecem em dois processos: 
 filogenético (relativo a espécie humana) 
 supõe uma organização básica do cérebro 
humano resultante da evolução da espécie 
 ontogenético (relativo ao homem) 
a estrutura dos processos mentais e as 
relações entre os vários sistemas funcionais 
transformam-se ao longo do desenvolvimento 
individual 
 
 
 
Funções psicológicas 
 Elementares (ou naturais) têm origem no 
funcionamento biológico e foram também 
chamadas de naturais por nascerem conosco e 
se desenvolverem conforme nosso organismo 
vai crescendo e se tornando mais complexo. 
 
Exemplos: o reflexo, a percepção, a atenção e a 
memória imediata. 
 
 Superiores (ou culturais) são características 
tipicamente humanas, são reguladas de 
maneira consciente pelo indivíduo. São 
construídas de fora para dentro do indivíduo. 
 
Exemplo: atenção dirigida e voluntária, memorização 
mediada, pensamento, ou qualquer comportamento que seja 
intencional e controlado. 
 
Funções psicológicas 
Mediação 
Uma ideia central para a compreensão das 
concepções de Vygotsky sobre o 
desenvolvimento humano como processo sócio 
histórico é a ideia de mediação. Enquanto 
sujeito de conhecimento o homem não tem 
acesso direto aos objetos, mas um acesso 
mediado, isto é, feito através dos recortes do 
real operados pelos sistemas simbólicos de que 
dispõe. 
 Representação mental – capacidade de lidar 
com sistemas simbólicos que substituem o real e 
que possibilita fazer relações mentais na 
ausência dos referentes concretos. 
 
Por exemplo: imaginar coisas não vivenciadas, fazer 
planos para um tempo futuro, transcender no espaço e 
no tempo, libertar-se dos limites do mundo físico. 
 
Mediação 
 Sistemas simbólicos - que se interpõem entre 
sujeito e objeto de conhecimento têm origem 
social. 
 É a cultura que fornece ao indivíduo os sistemas 
simbólicos de representação da realidade e o universo 
de significações que permite construir uma ordenação, 
uma interpretação, dos dados do mundo real, ocorre uma 
internalização de formas culturais de comportamento, 
em atividades internas e intrapsicológicas. 
 
Mediação 
O processo de formação de 
conceitos 
Funções básicas da linguagem humana: 
 intercâmbio social pensamento generalizante 
 Além da comunicação (intercâmbio social) a 
linguagem generaliza a experiência, ordenando as 
instâncias do mundo real em categorias conceituais cujo 
significado é compartilhado pelos usuários dessa 
linguagem. 
 
 A linguagem favorece os 
processos de abstração e 
generalização , sendo as palavras os 
signos mediadores da relação do 
homem com o mundo. 
 
Mediação 
Os conceitos são construções 
culturais 
O pensamento verbal não é uma forma de 
comportamento natural e inata, mas 
determinada por um processo histórico-
cultural e tem propriedades e leis 
específicas que não podem ser encontradas 
nas formas naturais de pensamento e fala. 
 
Estágios do processo de formação 
de conceitos 
1. a criança forma conjuntos sincréticos, agrupando 
objetos com base em nexos vagos, subjetivos e de base 
perceptual, como a proximidade espacial. 
2. pensamento por complexo - os agrupamentos possuem 
ligações concretas e factuais e não abstratas e lógicas. 
Os objetos são combinados com base em sua 
similaridade. 
3. pensamento conceitual – agrupa os objetos de acordo 
com um único atributo, sendo capaz de abstrair 
características isoladas da totalidade da experiência 
concreta. 
 
“(...) todas as funções psíquicas superiores são 
processos mediados, e os signos constituem o meio 
básico para dominá-las e dirigi-las. O signo mediador 
é incorporado à sua estrutura como uma parte 
indispensável, na verdade a parte central do 
processo como um todo. Na formação de conceitos 
esse signo é a palavra, que em princípio tem o papel 
de meio na formação de um conceito e, 
posteriormente, torna-se o seu símbolo.” 
Processo de formação de conceitos 
 Conceito espontâneo origem no 
confronto com uma situação concreta 
(cotidiano). 
 
 Conceito científico origem em uma 
situação mediada em relação a seu 
objeto (ensino). 
 
Processo de formação de conceitos 
Aprendizagem 
A intervenção pedagógica provoca avanços que não 
ocorreriam espontaneamente. A importância da 
intervenção deliberada de um indivíduo sobre outros 
como forma de promover desenvolvimento articula-se 
com um postulado básico de Vygotsky: a 
aprendizagem é fundamental para o 
desenvolvimento desde o nascimento da criança. A 
aprendizagem desperta processos internos de 
desenvolvimento que só podem ocorrer quando o 
indivíduo interage com outras pessoas 
Do Ato Motor ao Ato Mental: 
a Gênese da Inteligência Segundo Wallon 
(...) para Wallon, o ser humano é 
organicamente social, isto é, sua estrutura 
orgânica supõe a intervenção da cultura para 
se atualizar. 
Utilização da doença como um (dos muitos) 
elementos necessário à compreensão da 
normalidade. 
 
A motricidade: 
do ato motor ao ato mental 
Duas funções na atividade muscular: 
 
Cinética ou Clônica – responde pelo movimento visível, 
pela mudança de posição do corpo ou de segmentos do 
corpo no espaço. Músculo em movimento. 
 
Postural ou Tônica – responde pela manutenção da 
posição assumida (atitude) e pela mímica. Músculo 
parado. 
 
A motricidade humana, descobre Wallon em 
sua análise genética, começa pela atuação 
sobre o meio social, antes de poder 
modificar o meio físico. O contato com este, 
na espécie humana, nunca é direto: é sempre 
intermediado pelo social, tanto em sua 
dimensão interpessoal quanto cultural. 
A motricidade: 
do ato motor ao ato mental 
Sequência do aparecimento dos 
diferentes tipos de movimento 
 Imediatamente após o nascimento, a motricidade 
consiste, além dos reflexos, apenas em movimentos 
impulsivos e não coordenados, que serão ignorados por 
serem ineficazes. 
 Mas a partir deles evoluirão os movimentos expressivos, 
que dura aproximadamente três meses, e daí até o final 
do primeiro ano ocorrerá a etapa expressivo-emocional. 
 A maior parte das manifestações motoras são gestos dirigidos 
às pessoas (apelo): manifestações de alegria, surpresa, tristeza, 
desapontamento, expectativa, etc. 
 
 
 
 Após o seis meses irá predominar os gestos 
instrumentais, práxicos e que irão se impor 
no final do primeiro ano: a marcha (andar) , a 
preensão (pegar), a investigação ocular 
sistemática (olhar). 
A exploração da realidade exterior só será possível 
quando o olho e a mão adquirirem a capacidade de pegar 
e olhar praxicamente. 
Sequência do aparecimento dos 
diferentes tipos de movimento 
Movimento e Pensamento 
Imobilizar uma criança de dois anos que 
fala e gesticula é atrofiar o seu fluxo 
mental, pois o movimento, a princípio, 
desencadeia e conduz o pensamento, é 
só depois que ocorrerá o inverso: o 
controle do gesto pela ideia. 
 
As fases da inteligência 
 No 1º ano de vida domina as relações 
emocionais com o ambiente e o cognitivo 
está latente e ainda indiferenciado da 
atividade afetiva. É a preparação das 
condições sensório-motoras (olhar, pegar, 
andar) que permitirão a exploração intensa 
e sistemática do ambiente. 
 
 No 2º ano de vida ocorre a inteligência prática 
ou das situações, conhecida com o nome de 
sensório-motora. 
 De forma simultânea a função simbólica, 
influenciada pelo meio humano, desponta e 
confirma uma nova forma de relação com o 
real, onde a fala e as condutas 
representativas emanciparão a inteligência da 
percepção imediata. 
 
As fases da inteligência 
Sincretismo 
 Com a função simbólica e a linguagem surge o 
pensamento discursivo, com as características de 
sincretismo. 
Sincretismo em Psicologia significa um fenômeno que 
caracteriza uma fase do desenvolvimento da criança 
durante a qual ela percebe os objetos no seu conjunto, 
sem os individualizar, só conseguindo distinguir os 
elementos do todo num período mais avançado do seu 
desenvolvimento mental. 
“Sol é o céu, mas não são a mesma coisa.” 
 
Função da inteligência 
Necessidade de superação do sincretismo, no 
plano do pensamento, do discurso e do objeto. A 
função da inteligência, para o adulto como para 
a criança, reside na explicação da realidade. 
 Explicar supõe definir, atribuir qualidades 
específicas de um objeto, resultando em 
integrá-lo a uma classe maior e diferenciá-
lo das vizinhas. 
 
Diferenciação e Integração 
Para Wallon, explicar é determinar 
condições de existência, entendimento 
que abarca os mais variados tipos de 
relações (...) tudo está ligado a 
tudo(...). 
Entre os 5 e os 9 anos há uma redução 
do sincretismo, que permite o 
aparecimento de uma forma de 
pensamento chamado de “categorial”: 
contém a qualidade diferenciada da coisa 
em que se apresenta e ao permitir 
atribuir qualidades específicas de um 
objeto, torna-o distinto de outros. 
 
As fases da inteligência 
Linguagem 
No início o pensamento é conduzido pela 
linguagem em seus níveis mais primitivos: 
musicalidade, rimas, automatismos (fala 
se reflexão). 
 A palavra carrega a ideia, como o 
gesto carrega a intenção. 
Parte II – Afetividade e Cognição 
 Desenvolvimento do Juízo Moral e Afetividade na Teoria de 
Jean Piaget 
Ives de La Taille 
 
 O problema da Afetividade em Vygotsky 
Marta Kohl de Oliveira 
 
 A Afetividade e a Construção do Sujeito na Psicogenética de 
Wallon 
Heloysa Dantas 
Desenvolvimento do Juízo Moral e 
Afetividade na Teoria de Jean Piaget 
 
“Toda moral consiste num sistema de 
regras e a essência de toda moralidade 
deve ser procurada no respeito que o 
indivíduo adquire por estas regras.” 
As Regras do Jogo 
Para Piaget, os jogos coletivos de regras são 
paradigmáticos para a moralidade humana. 
1. representam uma atividade interindividual 
necessariamente regulada por certas normas 
2. embora tais normas não tenham em si caráter 
moral, o respeito a elas devido é, ela sim, moral 
3. tal respeito provém de mútuos acordos entre 
os jogadores 
 
A evolução da prática e da 
consciência da regra 
 Anomia - Crianças de até cinco, seis anos de idade 
não seguem regras coletivas. 
 Heteronomia - Crianças de até nove, dez anos em 
média. Há apenas o respeito à autoridade.Não há 
consciência, nem reflexão, apenas obediência as 
regras. 
 Autonomia - correspondem à concepção adulta do 
jogo. Legitimação das regras. Aqui o indivíduo adquire 
a consciência moral, possui princípios éticos e morais. 
O Dever Moral 
A criança pequena não desconhece o fato de haver 
ações intencionais e outras casuais (o "sem querer"). 
Todavia, tal conhecimento ainda não comparece no seu 
universo moral, não existe como critério para julgar as 
ações próprias e as dos outros. Somente vai 
comparecer quando ela compreender os deveres 
como decorrentes de obrigações mútuas que 
implicam acordos entre as consciências e não mera 
conformidade das ações a determinados 
mandamentos. 
A Justiça 
Para a criança pequena, a justiça se confunde 
com a lei e com a autoridade. 
 "justiça imanente“ - Todo crime será 
inelutavelmente castigado, mesmo que seja 
por forças da natureza (justiça retributiva). 
 
Questão das Sanções 
 Sanções expiatórias - quando a qualidade do 
castigo é estranha àquela do delito; por 
exemplo, privar de sobremesa alguém que 
mentiu. Mais forte em crianças pequenas. 
 Sanções por reciprocidade - por exemplo, 
excluir do grupo alguém que mentiu porque a 
mentira é justamente incompatível com a 
confiança mútua. 
Relação da justiça com a 
autoridade 
As crianças menores estimam que a ordem adulta 
é "justa", pois provém de um adulto e deve ser 
obedecida. Algumas crianças, a partir de seis 
anos, já mostram sinais de que concebem a ordem 
materna injusta, mas mesmo assim preconizam 
como correta a obediência. Pode-se pensar que 
estas crianças estão numa fase de transição: já 
"sentem" a injustiça, mas ainda não acham 
moralmente lícito a ela se oporem. 
A partir de 8/9 anos em média, a desobediência já 
é vista como correta, ou seja como ato legítimo 
quando há flagrante injustiça. 
 
Um sujeito de 12 anos aconselha uma viva 
discussão com a "autoridade". Este sujeito já 
separa a noção de justiça daquela de 
autoridade. É o traço essencial da autonomia 
moral. 
 
Relação da justiça com a 
autoridade 
Autonomia e Aprendizagem 
Para Piaget a coerção é inevitável no início da 
educação, mas não pode permanecer exclusiva 
para não encurralar a criança na heteronomia. 
Assim, para favorecer a conquista da 
autonomia, a escola precisa respeitar e 
aproveitar as relações de cooperação que 
espontaneamente, nascem das relações entre 
as crianças. 
AFETIVIDADE E INTELIGÊNCIA NA TEORIA 
PIAGETIANA DO DESENVOLVIMENTO DO JUÍZO 
MORAL 
 Piaget não vê uma luta entre afetividade 
e moral, eles se conjugam em harmonia. 
 A emoção impulsiona a inteligência 
(razão) na busca da autonomia. 
 Piaget defende que a evolução da 
inteligência permite organizar - sempre 
na área moral - o mundo afetivo. 
O Problema da Afetividade em Vygotsky 
Em termos contemporâneos, Vygotsky 
poderia ser considerado um cognitivista, na 
medida em que se preocupou com a 
investigação dos processos internos 
relacionados à aquisição, organização e uso 
do conhecimento e, especificamente, com sua 
dimensão simbólica. 
Os termos utilizados por Vygotsky para designar 
processos que denominamos cognitivos são 
"funções mentais" e "consciência“. 
 funções mentais - processos como 
pensamento, memória, percepção e atenção. 
1. Funções mentais elementares (atenção 
involuntária) 
2. Funções mentais superiores (atenção 
voluntária e memória lógica) 
Consciência 
Vygotsky a concebe como organização 
objetivamente observável do 
comportamento, que é imposta aos seres 
humanos através da participação em 
práticas socioculturais (importância da 
linguagem como constituinte da 
consciência). 
Subjetividade e Intersubjetividade 
 Subjetividade é a ação real do sujeito, refere-
se a “processos voluntários, ações 
conscientemente controladas, mecanismos 
intencionais” (Função Mental Superior). 
 A Intersubjetividade é o “salto qualitativo da 
psicologia animal para a psicologia humana”, é a 
internalização da consciência, onde o individuo 
toma posse do material cultural (ação no mundo). 
Sentido e Significado 
“O significado refere-se ao sistema de 
relações objetivas que se formou no processo 
de desenvolvimento da palavra” (compreensão 
da palavra). 
 
“O sentido refere-se ao significado da palavra 
para cada indivíduo, ao seu contexto e as 
vivências afetivas do indivíduo.” 
 
Discurso interior 
“É a forma internalizada da linguagem, 
onde o sentido predomina sobre o 
significado das palavras. Estas 
desempenham um papel central no 
desenvolvimento do pensamento e na 
evolução histórica da consciência como 
um todo.” 
 
A Afetividade e a Construção do Sujeito na 
Psicogenética de Wallon 
A Teoria da Emoção 
A dimensão afetiva ocupa lugar central na 
construção da pessoa e do conhecimento. Ela 
só pode ser atingida através da mediação 
cultural (social). Instrumento de sobrevivência 
 
Características do comportamento 
emocional 
 nutre-se com a presença dos outros; 
 aumenta a tendência para reduzir a eficácia do 
funcionamento cognitivo, sendo regressiva; 
 a emoção é potencialmente anárquica, 
explosiva, imprevisível e assustadora. 
 A emoção esculpe o corpo, imprime-lhe forma 
e consistência (ATIVIDADE 
PROPRIOPLÁSTICA) 
Afetividade e Inteligência 
A história de construção da pessoa é constituída por uma sucessão 
pendular de momentos dominantemente afetivos ou cognitivos, não 
paralelos, mas integrados. 
 no início da vida, afetividade e inteligência estão 
sincreticamente misturadas, com o predomínio da primeira. 
 a puberdade retorna para o primeiro plano um tipo de 
afetividade que incorporou a função categorial (quando esta 
se construiu, evidentemente). Nasce então aquele tipo de 
conduta que coloca exigências racionais às relações 
afetivas: exigências de respeito recíproco, justiça, 
igualdade de direitos. 
As etapas da construção do eu Wallon 
admite, na construção do eu, fases 
 centrípetas e anabólicas (as de 
predomínio afetivo) e 
 centrífugas e catabólicas 
(predomínio da inteligência) 
Inteligência e Pessoa 
 a sofisticação dos recursos intelectuais é 
utilizável na elaboração de personalidades 
ricas e originais. 
 O produto último da elaboração de uma 
inteligência concreta, pessoal, corporificada 
em alguém, é uma pessoa. A construção da 
pessoa é uma autoconstrução. 
Universalidade, 
Autonomia do Sujeito 
e Falseabilidade 
 Questão da universalidade 
 pertinência do homem à espécie humana: a ligação 
biológica aos processos históricos que estão presentes 
na constituição do ser humano, dá-se pela plasticidade 
do cérebro (órgão material da atividade mental) 
 universalidade na própria importância do fator 
cultural: homem e cultura não se dissociam. Mediação 
simbólica, linguagem, papel do outro social na 
constituição do ser psicológico são universais. 
Perspectiva Vygotskiana 
 Questão da Autonomia do sujeito 
 relação entre indivíduo e sua cultura. 
 trajetória individual. 
 natureza das funções psicológicas superiores. 
Cada indivíduo é único, constituindo seus 
significados e recriando sua própria 
cultura. 
Perspectiva Vygotskiana 
Questão da Falseabilidade 
Seria necessário investigar melhor duas 
dimensões das proposições vygotskianas: 
 o processo de internalização pelo indivíduo, 
de instrumentos e símbolos culturais e 
 a relação entre aquisição de funções 
psicológicas e o controle consciente sobre 
estas mesmas funções 
Perspectiva Vygotskiana 
Perspectiva Walloniana 
Questão da Autonomia do Sujeito 
A autonomia oscila entre os limites da 
biologia e os construídos pela história 
humana.. A ideia de conflito autógeno, de 
tensão intra e interpessoal dá um tom 
dinâmico, profundamente libertador. Na 
oposição, o sujeito se constrói e se liberta. 
Questão da Universalidade 
A universalidade opõe-se à historicidade, 
relativismo cultural e individualidade. Wallon 
afirma: “nada há de absoluto na razão humana”. 
No plano cognitivo,a universalidade fica 
afastada, mas no plano afetivo tem a mesma 
universalidade que o organismo. 
Perspectiva Walloniana 
Questão da Falseabilidade 
Wallon tem uma concepção materalista 
dialética, portanto, seu critério de verdade é 
histórico (provisório e relativo). O valor de 
verdade avalia-se proporcionalmente à 
capacidade do sujeito fazer descobertas por 
si próprio, tendo em vista seu potencial 
dinamogênico (excitação funcional). 
Perspectiva Walloniana 
Perspectiva Piagetiana 
Questão da Universalidade 
A teoria de Piaget busca a universalidade. O 
objeto de estudo de Piaget é o sujeito 
epistêmico, sujeito do conhecimento, o que 
está em cada um de nós (sujeitos 
psicológicos) e que dentro de cada cultura 
constrói conhecimentos, sejam ou não 
científicos. 
Questão da Autonomia do Sujeito 
A autonomia evidencia-se pela participação do 
sujeito na elaboração de novas formas de 
pensar e novos conhecimentos. Há uma 
condição para a criança chegar à autonomia: a 
cooperação (cooperação), obtida nas relações 
sociais que permitem a emancipação 
intelectual, moral e afetiva. 
Perspectiva Piagetiana 
A Questão da Falseabilidade 
Há que se partir de duas críticas que se 
opõem. 
 Em primeiro lugar que as crianças são mais 
precoces do que Piaget imaginava. 
 Em segundo lugar, há uma acusação ao 
otimismo de Piaget, em relação às altas 
capacidades cognitivas do ser humano. 
Perspectiva Piagetiana

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