Buscar

PRÁTICA GERAL I

Prévia do material em texto

Excelentíssimo Senhor Juiz do Trabalho da Vara do Trabalho de Parauapebas - Estado do Pará
TITO, brasileiro, solteiro, motoboy, inscrito no CPF sob o número XXX.XXX.XXX-XX, RG nº XXXXXXX, residente e domiciliado na Rua XXXXXXXX, nº XX, Bairro XXXXXXX, Cidade de Parauapebas, Estado do Pará, CEP XXXXX-XXX, por meio de seu advogado, que está subscreve, com base nos arts. 840 e seguintes da CLT, bem como na Lei nº 13.467/2017 e demais dispositivos legais aplicáveis, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, ajuizar a presente
AÇÃO TRABALHISTA
Em face da empresa PIZZARIA GOURMET LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº XXXXXXXXXXXXX, estabelecida na Rua XXXXXXXXX, nº XX, Bairro XXXXXXX, Cidade de Parauapebas, Estado do Pará, CEP XXXXX-XXX, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
I. DOS FATOS
O Autor, TITO, iniciou seu trabalho para a Ré em 15/12/2018 como motoboy, com um contrato de trabalho que durou até sua dispensa em 20/09/2022. O contrato foi formalizado, com remuneração mensal equivalente a um salário mínimo nacional.
Durante seu emprego, Tito tinha o benefício de escolher diariamente uma refeição do cardápio do estabelecimento, sem custo algum. Ele costumava realizar aproximadamente 10 entregas por turno e recebia regularmente R$ 1,00 de bonificação de cada cliente, totalizando uma média mensal de R$ 260,00 em bonificações.
Tito trabalhava seis dias por semana, com folga nas segundas-feiras e uma folga adicional uma vez por mês em um domingo. Seu horário de trabalho ia das 18h às 3h30, com um intervalo de 40 minutos para refeição.
Em agosto de 2022, Tito foi vítima de um incidente durante uma entrega, onde a pizzaria enviou uma pizza de calabresa a um cliente alérgico. Isso resultou em agressões verbais e físicas por parte do cliente, que soltou cães de guarda para atacar o entregador. Tito sofreu graves lesões e precisou se afastar por 30 dias, recebendo benefício previdenciário do INSS e arcando com despesas médicas de R$ 30,00 para a vacina antirrábica.
Após sua recuperação, Tito voltou ao trabalho em 20 de setembro de 2022, mas foi dispensado injustificadamente pela Ré.
Nos contracheques de Tito, constava o pagamento do salário mínimo nacional, desconto de INSS e, no mês de março de 2022, uma dedução de R$ 31,80 referente à contribuição sindical, sem autorização expressa.
Também é importante notar que durante todo o contrato de trabalho, houve o depósito regular de FGTS, conforme comprovado por meio de extrato analítico fornecido pela Caixa Econômica Federal.
II. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
O Autor fundamenta sua pretensão nos seguintes dispositivos legais e jurisprudência aplicável:
a) CLT
 - Aviso Prévio: Artigo 487 e seguintes.
 - Horas Extras: Artigo 59 e seguintes.
 - Multas por Atraso no Pagamento de Verbas Rescisórias: Artigo 477.
b) Lei nº 13.467/2017 (Reforma Trabalhista):
 - Horas Extras e Cálculo de Média das Bonificações: As alterações na Lei foram feitas em diversos artigos, como o Artigo 58-A, 58-B.
d) Lei nº 8.213/1991 (Benefícios da Previdência Social):
 - Afastamento por Acidente de Trabalho: Artigos 131 e seguintes.
 - Recebimento de Benefício Previdenciário do INSS: Artigo 59 e seguintes.
e) Código Civil Brasileiro:
 - Indenização por Danos Morais e Estéticos: Artigos 186 e 927 são frequentemente referenciados em casos de responsabilidade civil por danos.
III. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência:
1. A condenação da Ré ao pagamento das seguintes verbas rescisórias:
 a) Aviso prévio indenizado, no valor de um salário mínimo;
 b) 13º salário proporcional;
 c) Férias proporcionais com acréscimo de 1/3;
 d) Multas do art. 477 da CLT, pelo pagamento das verbas rescisórias fora do prazo;
 e) Liberação das guias para saque do FGTS e pagamento da multa de 40% sobre o saldo do FGTS;
2. A condenação da Ré ao pagamento das horas extras devidas, em razão das jornadas de trabalho que excediam o limite legal de 8 horas diárias e 44 horas semanais, com base na média das bonificações recebidas pelo Autor.
3. A declaração de nulidade do desconto de R$ 31,80 referente à contribuição sindical no mês de março de 2022, determinando-se a devolução desse valor ao Autor.
4. O reconhecimento da estabilidade do Autor em razão do acidente de trabalho sofrido em agosto de 2022, o que impede a sua dispensa arbitrária.
5. O pagamento de indenização por danos morais e estéticos ao Autor, em decorrência das agressões físicas e das lesões sofridas durante o acidente de trabalho.
6. O pagamento de adicional de insalubridade, considerando que o Autor foi exposto a situações de risco durante o exercício de sua função, especialmente após o incidente com os cães de guarda.
7. A intimação da Caixa Econômica Federal para comprovar os depósitos de FGTS durante todo o contrato de trabalho do Autor.
8. A condenação da Ré a anotar a baixa na CTPS do Autor, bem como a fornecer as guias necessárias para habilitação ao seguro-desemprego, caso preenchidos os requisitos legais.
9. A produção de todas as provas admitidas em direito, em especial a documental, testemunhal e pericial, se necessário.
10. A citação da Ré para, querendo, apresentar contestação, sob pena de revelia.
IV. DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ XXX, para fins fiscais e judiciais.
Nestes termos, pede deferimento.
Local, data.
Advogado
OAB

Continue navegando