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Primeiros Socorros em Ambiente Natural

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Apostila 
 
CURSO PRESENCIAL DE 
PRIMEIROS SOCORROS EM AMBIENTE NATURAL 
 
Autores (conteúdo e fotos): 
Caio Monteiro de Barros 
Ricardo Luis Corrêa 
 
 
Direitos Autorais Fornecidos a: 
ABETA: Associação das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura 
Programa de Qualificação e Certificação em Turismo de Aventura 
 
 
 
Nota 
 
O Atendimento Pré Hospitalar está em permanente mudança. Os cuidados normais e 
padrões de segurança devem ser seguidos, com as novas pesquisas e a experiência 
clínica acompanham nosso conhecimento, alterações nas condutas, tratamentos e 
mesmo terapias a base de drogas podem ser necessárias ou apropriadas, principalmente 
tratando-se de Ambiente Natural aonde o tempo de resposta das equipes de Emergência 
e o deslocamento aos centros de saúde com mais recursos despendem um maior tempo, 
esforço e profissionais qualificados e capacitados. Os Leitores são aconselhados a 
buscar informações continuamente com fabricantes e distribuidores dos produtos para 
verificar os métodos de uso, a duração, as recomendações e as contra-indicações. É de 
responsabilidade do socorrista, com base nas suas experiências e contado com as 
experiências do cliente, determinar o melhor tratamento a cada indivíduo, sendo cada 
atendimento único e individualizado. Nem os autores e nem o editor assumem qualquer 
responsabilidade por eventual dano ou perda a pessoas e/ou a propriedade originada por 
esta publicação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Os Autores 
 
Caio Monteiro de Barros (caio@com4.com.br) 
 
 Médico, emergencista, intensivista, com formação específica de urgência em ATLS 
(Advance Trauma Life Suport), e PHTLS (pré hospital trauma life suport) ambos os 
cursos de reconhecimento internacional e aprovados pela NAEMT (USA) e Colégio 
Americano de Cirurgiões. Responsável pelo atendimento de urgência e emergência do 
Município de Colina – SP e coordenador do Pronto Socorro Geral e Especializado da 
Santa Casa de Barretos, coordenador Geral do Programa Ministerial SAMU em 
Barretos (Serviço de Atendimento móvel de Urgência). Médico responsável pelas 
unidades de medicina do trabalho do JBS/FRIBOI e Frigorífico MINERVA mais de 2 
anos. Médico formador de profissionais em área de resgate, urgência e emergência 
médica. Além da formação médica, é engenheiro civil, formado há 15 anos e atualmente 
estudante de Direito. Participa de expedições comerciais da Aimberê e Travessia 
Ecoturismo como médico integrante da equipe, mergulhador PADI Básico, Avançado, 
Nitrox e Rescue. 
 
Ricardo Luis Corrêa (ricardinhosc@yahoo.com.br ) 
 
Enfermeiro, emergencista formado na USP de Ribeirão Preto-SP, com formação 
específica em BLS ( Basic Life Suport), ATLS (Advance Trauma Life Suport) e 
PHTLS (pré hospital trauma life suport) cursos com reconhecimento internacional e 
aprovados pela NAEMT (USA) e Colégio Americano de Cirurgiões, Enfermeiro da 
Unidade de Suporte Avançado de Vida do SAMU de Barretos, sendo um dos 
coordenadores durante 3 anos, Professor Universitário há mais de 5 anos, lecionando 
atualmente nos cursos de Turismo, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, 
Biomedicina e Engenharia Aeroespacial todas as disciplinas relacionadas a Atividades 
Praticas em Ambiente Natural e Primeiros Socorros em Ambiente Natural e/ou Urbano. 
Iniciou suas atividades em ambientes naturais com escalada em rocha em 1992 no 
C.U.M.E ( Centro Universitário de Montanhismo e Excursionismo tornando-se 
membro, em São Carlos, posteriormente teve contato e iniciou-se no montanhismo e 
canionismo, tornando-se praticante de varias modalidades esportiva em ambiente 
natural, Mergulhador PADI Básico, Avançado e Nitrox, possui conhecimento sobre 
algumas das maiores escolas de resgate em Montanha reconhecidas mundialmente, já 
tendo participado dos principais cursos no Brasil como o do COSMO, Vertical Pró 
Treinamentos e Marumbi Montanhismo, atuando como instrutor em algumas destas 
empresas. Atua profissionalmente nas áreas de segurança em altura, trabalho em altura, 
resgate em altura e industrial, e resgate em espaço confinado há mais de 6 anos e 
ministra pela sua escola, em São Carlos – SP, a QUINTO ELEMENTO ESPORTES DE 
AVENTURA há mais de 15 anos atuando com cursos de capacitação técnica/esportiva 
em: escalada em rocha, montanhismo, técnicas em ambientes verticais e canionismo por 
todo Brasil . 
 
 
 
 
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ÍNDICE 
 
 Os autores...........................................................................................................01 
 Índice...................................................................................................................02 
 Considerações Iniciais ......................................................................................05 
 
1. Introdução...............................................................................................................07 
 1.1- Prevenção de acidentes.................................................................................07 
 1.2 - Planejamento e sobrevivência em ambiente natural...................................09 
 1.3- Materiais e equipamentos de uso pessoal.....................................................09 
 1.3.1- Materiais e Equipamentos Médicos...............................................11 
 1.3.2- Epi e Epc........................................................................................13 
 1.3.3- Cuidados Gerais com os Materiais................................................26 
2. Avaliação e Atendimento de Vítimas usando o A.B.C.D.E...................................28 
 2.1- Avaliação do local........................................................................................28 
 2.2- Segurança da cena .......................................................................................29 
 2.3- Condutas iniciais - Situação Fática..............................................................29 
 2.4- Avaliação da vítima......................................................................................29 
2.4.1- A- AIRWAY - vias aéreas com controle da coluna cervical................................30 
2.4.2 - Circulation - Circulação.......................................................................................33 
2.4.3 - Disability – Neurológico......................................................................................35 
2.4.4- E - Exposição da vítima........................................................................................36 
2.4.5- Transporte.............................................................................................................38 
2.5- Considerações especiais...........................................................................................43 
2.5.1- Diferenças no Idoso...............................................................................................43 
2.5.2- Diferenças na Criança...........................................................................................44 
2.5.3- Diferenças na mulher............................................................................................45 
 2.5.3.1- Gestante .....................................................................................45 
3. Urgências clínicas..................................................................................................45 
3.1- Psiquiátricas.............................................................................................................45 
3.2- PCR..........................................................................................................................46 
3.3- Asma........................................................................................................................49 
3.4- Convulsões...............................................................................................................49 
3.5- Desmaios..................................................................................................................50- 3 - 
3.6- Diarréia e desidratação.............................................................................................50 
3.7- Queimaduras.............................................................................................................51 
4. Choque......................................................................................................................52 
 4.1- Choque Volêmico.........................................................................................52 
 4.1.1- Hemorragias...................................................................................52 
 4.2- Choque Cardiogênico...................................................................................53 
 4.3- Choque Neurogênico....................................................................................53 
5. Traumas..................................................................................................................54 
 5.1 - Corpo Estranho............................................................................................54 
 5.1.1- Engasgamento................................................................................54 
 5.1.2- Olhos..............................................................................................56 
 5.1.3- Membros........................................................................................57 
5.2- Trauma Craneoencefálico........................................................................................58 
5.3- Trauma Raquimedular..............................................................................................59 
5.4- Trauma Torácico......................................................................................................60 
5.5- Trauma Abdominal..................................................................................................61 
5.6- Trauma Facial...........................................................................................................62 
5.7- Trauma Músculo-esquelético...................................................................................63 
6. Intoxicações Gerais e Tratamento..........................................................................69 
 6.1- Plantas..........................................................................................................69 
 6.2- Medicamentos..............................................................................................70 
 6.3- Alimentar......................................................................................................71 
7. Afogamento e quase afogamento...........................................................................71 
8. Animais...................................................................................................................72 
 8.1- Peçonhentos.............................................................................................................72 
8.1.1- Ofídios...................................................................................................................72 
8.1.2- Aracnídeos.............................................................................................................75 
8.1.3- Escorpionico..........................................................................................................75 
8.1.4- Abelhas..................................................................................................................76 
8.1.5- Vespas...................................................................................................................76 
8.2- Não peçonhentos......................................................................................................77 
8.2.1- Mamíferos.............................................................................................................77 
8.2.2- Carrapatos.............................................................................................................78 
8.2.3- Lagartas................................................................................................................78 
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8.2.4- Insetos em geral.....................................................................................................79 
9. Patologias relacionadas ao Frio..............................................................................79 
 9.1- Hipotermia....................................................................................................79 
 9.2- Lesões causadas pelo frio.............................................................................80 
 9.3- Congelamento...............................................................................................80 
10. Patologias ao Calor................................................................................................81 
 10.1- Hipertermia.................................................................................................81 
10.2- Insolação.................................................................................................................81 
 10.3- Intermação..................................................................................................82 
11. Anexos...................................................................................................................83 
11.1- Problemas de altitude.............................................................................................83 
11.2- Gestação e parto.....................................................................................................85 
11.3- Esportes em altura..................................................................................................87 
11.4- Raio e eletricidade..................................................................................................88 
12. Referências Bibliográficas......................................................................................89 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Considerações Iniciais 
 
Com o mundo globalizado, os mercados financeiros abertos e as quedas de barreiras e 
divisas mundiais, o turismo vem aumentando acintosamente. O Brasil a cada dia recebe 
mais turistas estrangeiros e o turismo interno vem apresentando um crescimento acima 
do esperado há alguns anos consecutivos. Esse movimento aumenta conseqüentemente 
os incidentes e acidentes em ambiente natural e a preocupação e o compromisso dos 
profissionais e empresários do setor deve ser em como prevení-los, para que o 
crescimento ocorra de modo ordenado e seguro para todas as partes envolvidas. 
Os clientes de ecoturismo e turismo de aventura, cada dia mais, possuem meios para se 
informar sobre a qualidade dos serviços que lhes estão sendo oferecidos, da capacitação 
dos profissionais envolvidos nos eventos e de suas responsabilidades sociais, 
profissionais, éticas e legais, cabendo aos fornecedores de serviços uma rápida e 
fundamental adequação as novas exigências desta cliente-lá. 
Atualmente existe um contrato de grande interesse a todos profissionais envolvidos com 
a atividade. O Ministério do Turismo (Mtur) e a Associação Brasileira de Normas 
Técnicas (ABNT) firmaram um contrato que possibilita, após breve cadastro, visualizar 
e imprimir as normas técnicas brasileiras publicadas no âmbito do Comitê Brasileiro de 
Turismo (ABNT/CB-54). 
Recomenda-se o cadastro e download das normas de interesse, sendo um total de 60 
disponíveis gratuitamente. 
Site: http://www.abntnet.com.br/mtur/ 
 
Algumas normas de Turismo de Aventura publicadas: 
 
NORMAS PUBLICAÇÃO 
ABNT NBR 15285 - Turismo de aventura - Condutores - Competências de
pessoal 
31/10/2005 
ABNT NBR 15286 - Turismo de aventura - Informações mínimas preliminares a
clientes 
31/10/2005 
ABNT NBR 15331 - Turismo de aventura - Sistema de gestão de segurança -
Requisitos 
30/12/2005 
ABNT NBR15334 - Turismode aventura - Sistema de gestão da segurança -
Requisitos de competências para auditores 
30/04/2006 
ABNT NBR 15370 - Turismo de aventura - Condutores de rafting -
Competências de pessoal 
31/05/2006 
ABNT NBR 15383 - Turismo de aventura - Condutores de turismo fora-de-
estrada em veículos 4x4 ou bugues - Competências de pessoal 
24/07/2006 
ABNT NBR 15397 - Turismo de aventura - Condutores de montanhismo e de
escalada - Competências de pessoal 
25/09/2006 
ABNT NBR 15398 - Turismo de aventura - Condutores de caminhada de longo
curso - Competências de pessoal 
25/09/2006 
ABNT NBR 15399 - Turismo de aventura - Condutores de espeleoturismo de
aventura - Competências de pessoal 
30/10/2006 
ABNT NBR 15400 - Turismo de aventura - Condutores de canionismo e
cachoeirismo - Competências de pessoal 
11/12/2006 
ABNT NBR 15453 - Turismo de aventura - Turismo fora-de-estrada em veículos
4x4 ou bugues - Requisitos para produto 
29/12/2006 
ABNT NBR 15500 - Turismo de aventura - Terminologia 10/09/2007 
ABNT NBR 15503 - Turismo de aventura - Espeleoturismo de aventura -
Requisitos para produto 
16/06/2008 
ABNT NBR 15505-1 - Turismo com atividades de caminhada Parte 1: Requisitos
para produto 
18/02/2008 
 - 6 - 
ABNT NBR 15505-2 - Turismo com atividades de caminhada Parte 2:
Classificação de percursos) 
18/02/2008 
ABNT NBR 15507-1 - Turismo eqüestre – Parte 1: Requisitos para produto 09/06/2008 
ABNT NBR 15507-2 - Turismo eqüestre – Parte 2: Classificação de percursos 09/06/2008 
ABNT NBR 15509-1 - Cicloturismo - Parte 1: Requisitos para produto 13/08/2007 
ABNT NBR ISO 24801-1 - Serviços de mergulho recreativo - Requisitos mínimos
relativos à segurança para o treinamento de mergulhadores Parte 1: Nível 1 -
Mergulhador supervisionado 
28/01/2008 
ABNT NBR ISO 24801-2 - Serviços de mergulho recreativo - Requisitos mínimos
relativos à segurança para o treinamento de mergulhadores autônomos Parte 2:
Nível 2 - Mergulhador autônomo 
28/01/2008 
ABNT NBR ISO 24801-3 - Serviços de mergulho recreativo - Requisitos mínimos
relativos à segurança para o treinamento de mergulhadores autônomos Parte 3:
Nível 3 - Condutor de mergulho 
28/01/2008 
ABNT NBR ISO 24802-1 - Serviços de mergulho recreativo - Requisitos mínimos
relativos à segurança para o treinamento de instrutores de mergulho autônomo
Parte 1: Nível 1 
28/01/2008 
ABNT NBR ISO 24802-2 - Serviços de mergulho recreativo - Requisitos mínimos
relativos à segurança para o treinamento de instrutores de mergulho autônomo
Parte 2: Nível 2 
28/01/2008 
ABNT NBR ISO 24803 - Serviços de mergulho recreativo - Requisitos para
prestadores de serviços de mergulho autônomo recreativo 
28/01/2008 
 
Todas as empresas que trabalham com turismo devem estar em conformidade com as 
normas da ABNT, estas são parâmetros técnicos para análise judicial de maior 
relevância em nosso país, um importante passo para o crescimento ordenado e seguro do 
setor, cabendo agora a regulamentação e certificação das empresas e profissionais, 
processo já em andamento. 
Nessas mesmas normas temos as citações sobre as competências dos condutores em 
diversas modalidades, inclusive sobre cursos e treinamentos necessários, incluindo o de 
Primeiros Socorros. 
Aproveitem o material para estudar, também procurem outras bibliografias e cursos para 
atualização do conhecimento. A reciclagem e treinamento devem ser constantes para em 
caso de emergência os primeiros atendimentos serem prestados com eficiência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 - 7 - 
1. Introdução 
 
O trauma está presente em todos os ambientes, tendo sua morbidade e mortalidade 
afetando cada vez mais populações jovens, principalmente em se tratando de traumas 
relacionados a ambientes naturais. 
Este curso de Primeiros Socorros em Ambiente Natural pretende abordar o atendimento 
ao paciente traumatizado, fornecer conhecimentos básicos e capacidades necessárias à 
identificação e tratamento, no sentido de estabilizar a vítima retirando o risco da morte 
imediata, através de rápida avaliação e conduta inicial, preparando o paciente para ser 
transportado para centros de referência aonde encontraremos maiores recursos. 
Baseado em aulas teóricas e sessões práticas, haverá treinamentos e bases para 
tratamento do politrauma. 
Este manual dá a estrutura básica tanto aos profissionais da saúde como aos leigos, os 
quais adquirem conhecimentos e técnicas de abordar e tratar estas vítimas com 
equipamentos mínimos e básicos sem grande auxílio tecnológico. 
Existem vários cursos de urgência e emergência tais como os cursos do American 
College of Surgeans, ATLS, PHTLS, entre outros. Estes cursos são direcionados aos 
médicos e paramédicos que trabalham em hospitais ou nas cidades, porém muito bem 
equipados, o que em ambientes naturais muitas vezes não dispõem de tais recursos, daí 
a necessidade da criação de um curso que prevê o mínimo de equipamentos e um 
máximo de eficiência. 
 Esse curso de Primeiros Socorros em Ambiente Natural não é um substituto destes 
cursos, mas usa princípios básicos semelhantes seguindo padrões internacionais e 
enfatiza os cuidados básicos do trauma com mínimos recursos. 
 
Objetivos 
 
No final deste curso deverá: 
 
1. Identificar os materiais de urgência e saber a sua utilização, armazenagem e limpeza; 
2. Saber sobre as peculiaridades do atendimento em ambiente natural; 
3. Ser capaz de avaliar de maneira rápida e precisa as necessidades do doente em 
ambiente natural; 
4. Ser capaz de reanimar e estabilizar a vítima; 
5. Saber lidar com vítimas em casos específicos de primeiros socorros, tais como: 
acidentes com animais, plantas, problemas com temperatura, choques, convulsões, 
fraturas, partos, problemas de altitude, entre outros que serão especificados neste 
material; 
6. Saber como organizar uma equipe de profissionais para um atendimento em ambiente 
natural. 
 
1.1 Prevenção de acidentes 
 
Parece ser estranho falar de prevenção de acidentes, quando o tema é primeiros 
socorros, mas este é um dos principais capítulos desta apostila, as estatísticas mostram 
que 90% dos acidentes poderiam ter sido evitados, tendo ocorrido por imperícia (falta 
de técnica ou habilidade), imprudência (falta de precaução e cautela) ou negligência 
(descuido) dos envolvidos. 
Nunca devemos esquecer que as melhores equipes de resgate são aquelas que não 
precisam atuar em situações de risco, alto estresse e emergências. O ideal é uma 
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avaliação dos riscos e seu tratamento adequado, para evitar que os acidentes ocorram ou 
exista qualquer tipo de transtorno. 
Pessoas saudáveis física, mental, social e espiritualmente têm menor chance de ficar 
doentes ou de se envolver em acidentes, sendo quatro os fatores determinantes para a 
sua saúde: hábito de vida, condições ambientais (poluição, infra-estrutura das cidades), 
herança genética e assistência médica. 
 
Medidas Gerais de Prevenção de Acidentes e Doenças em Ambientes Naturais 
 
-Alimentação equilibrada; 
- Atividade física regular; 
- Vacinação em dia; 
-Animais domésticos com a vacinação em dia e em locais adequados; 
-Evitar exposição excessiva ao sol, utilizando sempre cremes com fatores protetores e 
chapéus; 
-Utilizar medicamentos somente após consultar um médico; 
-Nunca deixar armas, produtos químicos e remédios ao alcance de indivíduos com 
predisposição ao suicídio; 
-Atenção no transito e dirigir com prudência, respeitando as leis e os limites de 
velocidade; 
-Não fazer uso abusivo de álcool; 
-Evitar o uso de cigarros e drogas; 
-Não carregar armas de fogo ou similares; 
-Sempre utilizar os equipamentos de segurança adequados ao seu ambiente de trabalho; 
-Evitar nadar em locais impróprios; 
 
Medidas Preventivas Específicas para a Infância 
 
-Alimentação adequada; 
-Evitar exposição de crianças a temperaturas muito baixas; 
-Nunca deixar produtos químicos, plantas venenosas, remédios e produtos de limpeza 
ao alcance das crianças; 
-Não comprar brinquedos com pontas cortantes ou quepossam ser engolidos pelas 
crianças; 
-Evitar traumas, não deixando as crianças sem acompanhamento de um adulto em locais 
onde possam cair; 
-Não deixar cabos de panelas voltados para fora do fogão, onde possam ser alcançados 
pelas crianças; 
-Não deixá-las próximo da água ou dentro de piscina sem o acompanhamento de um 
adulto; 
-Usar cadeiras de segurança durante o transporte em automóveis; 
-Não deixar que saiam a pé, de bicicleta, ou se aventurem sem acompanhantes adultos; 
 
Medidas Preventivas na Terceira Idade 
 
-Redobrar os cuidados principalmente quando há perda de memória; 
-Prevenir Quedas e Fraturas; 
-Manter acesso fácil aos locais de visitação; 
-utilizar sapatos antiderrapantes; 
-Evitar locais escorregadios e prevenir com corrimões para segurança do idoso; 
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-Preparar acesso fácil tanto evitando grandes inclinações como informando distâncias e 
grau de dificuldade de trilhas; 
-Sempre que necessário sugerir e ou oferecer bastões às caminhadas. 
 
1.2 Planejamento e Sobrevivência em Ambiente Natural 
 
Neste capítulo apresentaremos algumas dicas para a pratica de atividades ao ar livre, e 
em lugares com infra-estrutura reduzida ou limitada para os casos de acidentes ou 
imprevistos. 
 
Planejamento e Logística: 
 
É necessário para qualquer atividade, tanto as de um dia ou mais, que as autoridades 
locais, familiares e/ou amigos saibam o itinerário que será percorrido. Assim como os 
objetivos, previsões de saída e chegada e o tempo necessário para a realização da 
atividade proposta. 
Sempre que possível dispor de mapas, croquis, guias, ou ao menos uma descrição 
confiável do percurso, avaliação da previsão do tempo e do relevo, levando em conta a 
época do ano. 
 
É recomendado que haja pessoas no grupo com conhecimento sobre: 
 
-Orientação e navegação com recursos da natureza e instrumentos, como carta 
topográfica, bússola e GPS; 
-Conhecer sobre animais peçonhentos; 
-Possuir conhecimento sobre caminhadas em diferentes terrenos, e suas características 
específicas para abrigo; 
-Construção de abrigos de emergência; 
-Obtenção de água e fogo; 
-Construção de armadilhas para pesca; 
-confecção de alimentos de origem animal e vegetal. 
 
1.3 Materiais e Equipamentos de uso Pessoal 
 
Para cada atividade a ser realizada em ambiente natural, existem materiais e 
equipamentos estudados e confeccionados para suprir as necessidades dos praticantes da 
melhor maneira possível, tornando as atividades mais seguras e confortáveis, 
aumentado a possibilidade de êxito e satisfação. Vale lembrar-se de algumas dicas e 
alguns itens básicos para a maioria das práticas em ambiente natural. Muitas vezes o 
que parece um detalhe pode adiar alguns sonhos e viagens: 
 
-Roupas Sintéticas: 
 
Existem muitos tipos de tecidos naturais e sintéticos no mercado, cada um mais 
adequado ao ambiente e a prática esportiva específica. Nem sempre são muito 
acessíveis financeiramente, são bons investimentos, pois esses possuem algumas 
características especificas e desejáveis como: serem mais leves e compactos, não reter 
água e suor, secar rápido, distribuir o calor em áreas maiores para ventilação, diminuir a 
perda de calor e aumentar o conforto térmico. 
 
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-Mochilas: 
 
São muitos os modelos e tamanhos disponíveis no mercado, porém devemos dar 
preferência as mochilas que possuem as características a seguir: estrutura mais rígida e 
leve; tecido resistente a abrasão; costuras reforçadas; zíper de boa qualidade; proteção 
na região em contato com as costas com um bom acolchoamento e preferencialmente 
com sistema de ventilação eficiente; fita na região da barriga resistente e acolchoada; 
fita peitoral para estabilização; capa para chuva e proteção, entre outros. O tamanho e 
modelo devem ser adequados à atividade que será realizada e ao porte físico de quem 
irá carregar, de acordo com a atividade proposta. 
 
-Reservatório para água: 
 
Cantil ou Hidro Camel são as opções mais conhecidas e utilizadas. Todos os 
reservatórios não devem soltar cheiro, gosto ou cor na água, preferencialmente devem 
ser leve, compacto, difícil de quebrar e resistente a impactos, possa ser exposto a 
variações de temperatura e pressão. 
 
-Saco de dormir ou rede: 
 
Os sacos de dormir são bastante úteis nos dias de frio, devendo ser dimensionado para o 
clima e temperatura do local. São muitos os modelos no mercado com diferentes pesos, 
volumes e temperaturas recomendada para uso. Muitas vezes é um item fundamental 
para um bom descanso e uma boa continuidade das atividades. 
As redes são alternativas interessantes para substituir as barracas e isolante, diminuindo 
peso e volume. Não dispensa o saco de dormir e cobertura em dias de tempo ruim, 
devendo ser avaliada a viabilidade de montagem e uso durante a atividade, e o habito de 
quem irá utilizar. 
 
-Isolante Térmico: 
 
São utilizados em conjunto com os sacos de dormir para evitar a perda de calor para o 
solo. Existem diversos modelos, tamanhos e pesos, o que diferem nas suas 
características técnicas e valor. 
 
-Canivete: 
 
São muitos os modelos no mercado, já os com variadas funções (mas não 
exageradamente) são os mais recomendados, sendo um curinga dentre os equipamentos 
e havendo utilidades muito diversificadas. 
 
-Estojo de Primeiros Socorros: 
 
É recomendado um modelo com o mínimo de itens que deve ser adequado à 
necessidade e conhecimento dos participantes. 
 
 
 
 
 
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-Medicação de uso específico e geral: 
 
É recomendado ter em mãos algumas medicações para uso comum como citamos no 
ESTOJO de PS, além de todas as medicações específicas em uso por participantes com 
prescrição médica. Lembrando de levar, ao menos, a quantidade para um dia a mais de 
atividade do que o previsto. 
 
-Protetor solar e repelente de insetos: 
 
Protetor solar com fator acima de 15, que deve ser usado 30 minutos antes do início da 
atividade e repassado a cada 4 horas. Vale lembrar que a proteção física por roupas e 
tecidos é a melhor alternativa. 
Repelente de insetos também dever ser passado antes da exposição e repassado várias 
vezes ao dia, dando prioridade ao início e final do dia, quando a incidência de insetos é 
maior. 
 
-Fósforo: 
 
 Existem modelos a prova d’água, mais difícil de achar mas muito valioso em 
emergências. 
 
-Estojo de Higiene pessoal: 
 
Papel higiênico, sabonete, escova, pasta, espelho pequeno, etc. 
 
-Alimentação para emergências: 
 
Devemos dar preferência a: barras de cereais ou barras de energia, balas e chocolate, 
frutas secas como banana e grãos ricos em energia. 
 
- Lanterna; 
- Anorak ou Capa de Chuva. 
- sal e açúcar; 
- Bússola; 
- Binóculo ou monóculo; 
- Meia Calça feminina; 
- Interpretar sinais do tempo e prever fenômenos climáticos; 
- Prevenir e combater incêndios; 
- Fazer nós, laços e amarrações; 
- Saber como evitar ser atingido por raios; 
- Pedir socorro por rádio e sinalizar para aeronaves ou barco de resgate. 
 
1.3.1 Materiais e Equipamentos Médicos 
 
a) Luvas; 
b) Óculos de segurança; 
c) Proteção Respiratória; 
d) Avental; 
e) Gorro; 
f) Proteção dos pés. 
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VIAS AÉREAS 
 
a) Torpedo de Oxigênio Medicinal; 
b) Mascaras Faciais; 
c) Dispositivos de Ventilação; 
d) Lenço Facial; 
e) Sistema Bolsa Mascara (Ambú com e sem reservatório de Oxigênio); 
f) Cânula de Guedel; 
g) Tubo Oro traqueal e Cânula de Duplo Lúmen; 
h) Cadarço para amarração do tubo; 
i) Seringa de 20 ml; 
j) Sonda Nasogastrica; 
k) Material para aspiração das vias aéreas; 
l) Luva estéril; 
m) Máscara Facial; 
n) Óculos de segurança; 
o) Laringoscópio com jogos de laminas curvas e retas; 
p) Lanterna; 
q) Lidocaína geléia e Spray; 
r) Kit de instrumental cirúrgico; 
 
CIRCULAÇÃO 
 
a) Material para Acesso Venoso; 
b) Gelco; 
c) Agulhas para aspiração de medicação; 
d) Scalps; 
e) Infusor em Y; 
f) Garrote; 
g) Seringas; 
h) Lamina de Bisturi; 
i) Esparadrapo Hipoalergenico; 
j) Esparadrapo Micropore; 
k) Gaze; 
l) Ampola Glicose 50%; 
m) Ampola SF 09%; 
n) Equipo de Soro; 
o) Soro Ringercom Lactato; 
p) Soro Fisiológico; 
q) Soro Glico Fisiológico; 
r) Soro Glicosado; 
s) Manta para Queimados e Vísceras; 
t) Manta Aluminizada; 
u) Kit Parto. 
 
TRAUMA 
 
a) Talas moldáveis para dedo/ mão/ mm superior e mm inferior/ fêmur; 
b) Tesoura para cortar roupas; 
 - 13 - 
c) Ataduras; 
d) Gaze; 
e) Gazes Absorventes; 
f) Bandagem Triangular. 
 
MEDICAÇÃO 
 
a) Analgésico; 
b) Antitérmico; 
c) Ampola Soro Fisiológico; 
d) Algodão. 
 
EQUIPAMENTOS DE USO GERAL 
 
a) Colar Cervical; 
b) Prancha Rígida; 
c) KED; 
d) Manta Aluminizado; 
e) Tesoura; 
f) Kit de pequenas Cirurgias; 
g) Drenos de Tórax; 
h) Desfibrilador; 
i) Respirador Artificial; 
j) Monetarização do Paciente; 
k) Estetoscópio; 
l) Esfignomanometro; 
m) Glicosimetro; 
n) Termômetro; 
o) Álcool 70; 
p) PVPI; 
q) Clorohexedina; 
r) Água Oxigenada. 
 
1.3.2 EPI e EPC 
 
a) Luvas 
 
Um dos EPI’s mais importantes e utilizados, geralmente confeccionada em Látex para 
procedimentos gerais. São ambidestras e possuem diversos tamanhos para serem 
calçadas bem justas. Não são esterilizadas, pois a principal finalidade é a proteção do 
socorrista, todas são descartáveis e de uso único. 
 
 - 14 - 
 
 
b) Óculos de segurança 
 
Devem ser utilizado para evitar o contato de gotas e partículas contaminadas da vítima 
com os olhos do socorrista e a transmissão de algumas doenças. Caso o socorrista utilize 
óculos de grau, devera continuar utilizando-o com a ressalva de não proteger 
igualmente, os óculos encontrados no mercado para segurança com C.A. ( Certificado 
de Aprovação) transparentes são os mais indicados. 
 
c) Máscaras Faciais - Proteção Respiratória 
 
Existem diversos tipos de mascaras faciais que são utilizadas de acordo com os 
tamanhos das partículas que o socorrista estará exposto. Em trauma utiliza-se mascaras 
cirúrgicas devido as gotículas serem “grandes” não passando pela mascara cirúrgicas 
comuns. Já em doenças transmissíveis é aconselhado o uso de mascaras com melhor 
poder de filtração, de acordo com a patologia e a sua transmissão. 
 
d) Avental 
 
Protege a roupa e pele do socorrista do contato com fluidos e secreções. Deve ser 
utilizado sempre que houver a possibilidade de contato direto com secreções e risco a 
exposição à contaminantes, evitando que entre em contato com pele ou mucosas do 
socorrista, e sua roupa. 
 
e) Proteção dos pés 
 
Sapatos fechados são fundamentais e importantes para não machucar os socorristas 
durante as urgências e evitar o contato com fluidos e secreções. Deve ter o solado 
adequado ao ambiente que estará atuando e ainda proteger em lesões por objetos perfuro 
- cortantes. 
 
f) Gorro 
 
Protege o couro cabeludo e os cabelos do contato com secreções e objetos 
contaminados, evitando a contaminação do socorrista e a transmissão destes agentes 
contaminantes em local de difícil visualização. 
 - 15 - 
 
VIAS AÉREAS 
 
a) Torpedo de Oxigênio Medicinal 
 
Confeccionados em diversos tipos de materiais como aço, alumínio e Kevlar, sendo o 
mais leve de todos, cada qual com sua especificidade, geralmente diminuindo peso e 
aumentando o volume armazenado, aumentando também o valor de custo do produto. 
Os cilindros mais leves e compactos são mais práticos quando existe a necessidade de 
transporte de vitimas por longos trechos sem acesso a veículos de apoio. Todos devem 
contem Oxigênio Medicinal, como é considerado uma “medicação”, pode ajudar em 
muitos casos e atrapalhar em outros, portanto, sua utilização depende de conhecimento 
especifico e autorização médica. 
 
b) Dispositivos de Ventilação 
 
Existem diversos dispositivos de ventilação artificial que devem ser utilizados com o 
objetivo de evitar que o socorrista tenha contato com fluídos e secreções da vítima e 
aumentar a efetividade da manobra com maiores concentrações de Oxigênio. 
Atualmente todas as mascaras faciais são confeccionadas em material transparente. Isso 
ocorre para que caso existam episódios vômito da vitima durante o procedimento, esse 
possa ser identificado rapidamente antes de ser realizada nova ventilação, evitando 
assim, a bronco aspiração das secreções existentes na boca da vitima. 
 
 
Máscara de ventilação 
 
-Lenço Facial 
 
É o mais rápido na primeira abordagem da vítima, devemos sempre ter em mãos para as 
primeiras ventilações de resgate. Possui uma válvula impedindo o contato do socorrista 
com secreções e o retorno de ar da vitima para o socorrista. 
 
-Dispositivo bolsa - mascara-(Ambú) 
 
O material mais utilizado por profissionais da saúde pela sua eficiência e praticidade, 
porem deve ser utilizado somente por pessoas devidamente capacitadas para não haver 
barotraumas e complicações decorrentes de mau uso. 
 
 
 
 
 - 16 - 
-Cânula de Guedel 
 
Dispositivo não invasivo utilizado na cavidade oral da vítima com o objetivo de manter 
a sua língua devidamente posicionada e proporcionar uma passagem de ar sem 
obstruções até as vias aéreas inferiores, utilizado somente em vitimas que tenham o 
reflexo de vômito abolido. 
 
 
Cânula de guedel 
 
-Tubo Oro traqueal e Cânula de Duplo lúmen 
 
Tratamento definitivo das Vias aéreas, procedimento invasivo e de competência médica. 
Tem o objetivo de introduzir um tubo dotado de um balão inflável em sua extremidade, 
que ao ser introduzido na traquéia é inflado com uma seringa de 20 ml, ficando assim 
devidamente posicionado abaixo das cordas vocais, criando um “selo”, evitando que o 
conteúdo gástrico seja broncoaspirado. Após a sua introdução e verificação de seu 
posicionamento, deve ser amarrado com um cadarço ou fixo com esparadrapo para não 
sair de sua posição inicial. 
 
c) Sonda Gástrica 
 
Tubo plástico e transparente crivado em uma ponta com abertura na outra, possui 
diversos diâmetros que deve ser selecionado de acordo com o tamanho da vítima e a 
necessidade da equipe. Pode ser introduzido pelas narinas ou pela boca quando existir a 
suspeita de Fratura de Base de Crânio. 
 
d) Material para aspiração das vias aéreas 
 
Quando a vítima apresentar vômito, devemos retirar a secreção da cavidade oral antes 
de reiniciar ou interromper as ventilações. Existem dispositivos manuais para sucção 
com reservatório, outros em formato de “peras” e aspiradores mais modernos a bateria 
ou elétricos, geralmente mais práticos de utilizar, porém mais difícil de transportar 
devido ao tamanho e peso. 
 - 17 - 
e) Luva estéril 
 
São as mesmas luvas de látex geralmente mais reforçadas, porem foram passadas por 
um processo para esterilização para não haver contaminação da vítima com agentes 
contaminastes levados pelas mãos do socorrista. 
 
f) Laringoscópio 
 
Material Fundamental para a realização da entubação oro - traqueal, para assegurar a 
manutenção de uma via definitiva e segura de ventilação ao paciente. O Laringoscópio 
possui diversos tipos de cabos, sendo modelos infantis geralmente os menores e os 
maiores para adultos, as laminas curvas são utilizadas para adultos e as retas para bebês 
e crianças. Todas as lâminas possuem uma lâmpada próxima a ponta para visualização 
cordas vocais e traquéia. No Mercado existem diversos modelos de Laringoscópio com 
sistema óptico para ser utilizado em entubações difíceis, em pacientes com colar 
cervical, pacientes com trauma bucomaxilo ou no pescoço, trauma na coluna, obesos, 
entre outros. 
 
g) Lanterna 
 
Fundamental para auxiliar a visualização das cordas vocais da vitima ou em qualquer 
situação que exista a necessidade de auxilio na iluminação. 
 
h) Lidocaína geléia e Spray 
 
Anestésico que poderá ser utilizado para lubrificação do Tubo Oro Traqueal ou sondas 
gástricas antes de sua introdução e para borrifar na região da glote para diminuir o 
desconforto e o reflexo de vômito, caso o paciente ainda apresente sinais de alerta 
durante a entubação. 
 
CIRCULAÇÃO 
 
a) Material para Acesso Venoso 
 
Existem diversos tipos de agulhas e calibres no mercado, as mais indicadas para o 
trauma são as do tipo gelco, que possuem uma capa de teflon revestindoa agulha 
externamente. Após a introdução do conjunto retira-se a agulha não existindo o risco de 
perder o acesso por transfixação da veia, quando a vitima movimenta o membro. 
Quanto mais calibroso e curto maior o volume-minuto infundido, as mais adequadas no 
trauma. 
 - 18 - 
 
 Abocath 
 
 
b) Seringas 
 
Material confeccionado em plástico descartável, não sendo recomendado a utilização de 
seringas de vidro em urgências, alguns modelos vem dotados de agulhas fixas e outros a 
agulha vem separada devendo ser adequado o calibre de acordo com a utilização. As 
seringas podem ser de pequeno volume para aspirar medicações, como as para insulina, 
ou de grandes volumes dependendo da utilização e da necessidade da equipe de resgate. 
Todas as seringas devem ser de uso único e descartada em local adequado para 
instrumentos perfuro cortantes, não devemos encapar novamente as agulhas assim 
como, retira-la para descarte separadamente, todo o conjunto deverá ser destinado para 
incineração em sua caixa como fora descartado logo após o uso. 
 
c) Lamina de Bisturi 
 
Lamina cortante geralmente utilizada para procedimentos cirúrgicos, podendo ser 
utilizada para retirada de tecidos em algumas situações aonde não exista alternativa 
mais adequada como tesoura sem ponta. 
 
d) Esparadrapo Hipoalergenico 
 
Esparadrapo resistente à tração, alguns modelos são impermeáveis, existem diferentes 
larguras de rolos que deve ser escolhido de acordo com a utilização. Existem pessoas 
que possuem alergia a cola ou ao tecido do esparadrapo, devendo ser substituído por 
outro produto que não cause alergias. 
 - 19 - 
 
 Esparadrapo 
 
e) Esparadrapo Micropore 
 
Esparadrapo que possui micro poros que permitem a pele “respirar” com maior 
facilidade, é indicado para colocar em contato direto com as lesões mais abertas e em 
processo de cicatrização, é mais raro os casos de alergia, sendo a opção preferencial aos 
alérgicos. 
 
Micropore 
 
 
f) Gaze 
 
Compressa de tecido transado com alta capacidade de absorção de líquidos, material 
extremamente polivalente, podendo estar em contato com as superfícies lesionadas para 
oclusão dos ferimentos e estancar hemorragias, devendo dar preferência aos produtos 
esterilizados. 
 
g) Ampola Glicose 50% 
 
Utilização somente com autorização e prescrição médica, uma ótima alternativa para 
reverter quadros de hipoglicemia. Enquanto a vítima apresentar reflexo de deglutição 
sem dificuldade pode ser colocado na boca, quando apresenta um nível de consciência 
mais rebaixado deve ser realizada a administração por via endovenosa. Antes e após a 
utilização de glicose deve-se verificar a glicemia por glicosimetria e avaliação clinica do 
paciente. 
 - 20 - 
 
 
Glicose 
 
h) Equipo de Soro 
 
Necessário para a infusão de substâncias endovenosa por períodos mais prolongados e 
em volumes maiores que não caibam em seringas, deve ser esterilizado e o 
procedimento para montagem deve ser respeitado para não haver a contaminação dos 
produtos e do paciente conseqüentemente. 
 
i) Soro Fisiológico a 09% de NaCl 
 
O Soro Fisiológico a 0,9% é a substância que possui a concentração mais próxima a do 
sangue humano, reduzindo as “agressões” a outras células. Utilizado para a hidratação 
por via endovenosa, diluição de medicamentos, limpeza de ferimentos da pele e tecido 
subcutâneo, mucosas e olhos, umidificação de queimaduras e eviscerações, entre outros. 
 
j) Soro Ringer com Lactato 
 
Utilizado em casos que requer uma reposição vôlemica mais agressiva ocupando o 
espaço que o sangue deixou de ocupar, como nos casos de choques, geralmente 
hipovolêmicos desencadeados por hemorragias. 
 
k) Solução Glico Fisiológica 
 
Solução contendo eletrólitos e glicose, podendo hidratar e fornecer glicose ao mesmo 
tempo. 
 
l) Soro Glicosado 
 
Existem diversas concentrações que deve ser adequada à necessidade do paciente. 
 
 
 
 
 
 
 - 21 - 
m) Manta para Queimados e Eviscerações 
 
Filme plástico e transparente que deve ser colocado sobre superfícies queimadas e 
vísceras expostas, evitando assim a exposição das áreas lesionadas ao meio ambiente, 
diminuindo a perda de líquidos e evitando uma maior contaminação e agravo lesões. 
 
n) Manta Térmica Aluminizada 
 
Manta em Plástico Aluminizado possui um lado mais refletivo que deve estar voltado 
para a vitima em caso de Hipotermia e voltado para fora em casos de Hipertermia, 
refletindo as “ondas de calor” novamente ao ambiente. 
 
 
Manta térmica 
 
o) Kit Parto 
 
Deve ser organizado em envelope resistente ou caixa, preferencialmente plastificado e 
contendo em um dos lados transparente para visualizar os produtos no kit e sua 
conservação. 
 
Quantidade Descrição 
02 Lençol descartável estéril 
02 Avental de manga longa 
02 Corte Clamps umbilicais em plástico 
01 Absorvente hospitalar 
02 Pares de luvas cirúrgicas esterilizada 
01 Lamina de bisturi 
01 Saco plástico 
02 Envelope de gaze com 10 unidades 
02 Braçadeira para identificação 
02 Álcool gel 
02 Mascara de procedimentos 
 - 22 - 
 
TRAUMA 
 
a) Talas Moldáveis 
 
São muitos os modelos no mercado, devemos dar preferência para as acolchoadas e 
flexíveis, sendo as e EVA as mais leves e compactas. Todas são de uso, devendo ser 
descartada em lixo hospitalar para incineração após sua contaminação. 
Existem modelos pequenos para dedos, até os maiores para membros inferiores e fêmur. 
 
 
 
b) Tesoura para cortar roupas 
 
Deve ser única e exclusiva do Kit de PS para corte de roupa das vítimas ou material 
para atendimento. Deve ser dada preferência aos modelos resistentes e de ponta 
arredondada, evitando causar danos maiores a vitima. 
 
 
Tesoura e canivet 
 
 
 
 
 - 23 - 
c) Ataduras de crepom ou elástica. 
 
Material versátil para enfaixar e imobilizar as áreas com lesões. Podem ou não conter 
elástico na sua confecção, é um dos materiais mais utilizados em atendimentos para 
imobilização de membros e realização de curativos, possuindo marcas com diversas 
larguras e comprimentos. 
 
 
Atadura 
 
d) Gaze 
 
Características já citadas acima. 
 
e) Gaze Absorvente 
 
Muito semelhante aos produtos utilizados em fraldas de crianças com a finalidade de 
reter uma quantidade maior de líquidos e secreções. 
 
f) Bandagem Triangular 
 
Material polivalente no Kit, podendo assumir vários utilidades como: imobilização de 
membros, contenção de sangramentos, tipóias, entre outros. 
 
 
EQUIPAMENTOS DE USO GERAL 
 
a) Esfignomanômetro 
 
Braçadeira utilizada para verificação da pressão arterial juntamente com um 
manômetro, existe diversas larguras de braçadeiras desde pediátricas a Adulto. Este 
material é lavável, geralmente com tratamento antimicrobiano. 
 
b) Colar Cervical 
 
Indicado para a imobilização da coluna cervical (pescoço), para resgate, transporte e 
socorro de pacientes vítimas de trauma, devendo ser em plástico rígido e do tamanho 
adequado ao paciente, não podendo ser maior com o risco de hiperextensão do pescoço 
e menor com o risco de compressão da cervical. 
 - 24 - 
Preferencialmente não deve possuir botões ou apoio de metal, ferro, alumínio ou outro 
material que não seja de plásticos ou de outro material que permitem a Rádio 
Transparência em Raio “X”. 
 
 
Colar cervical 
 
 
c) Prancha Rígida 
 
Pode ser confecciona em madeira ou plástico, tem a finalidade de manter a coluna 
vertebral da vitima reta e estável para não haver agravos em lesões, geralmente possui 
03 cintos para fixação da vitima com fechos de fivelas ou velcro, feitas de polipropileno 
de alta resistência ou metálicos. Usada para transporte e imobilização de acidentados, 
sendo do local das imobilizações provisórias à ambulância e/ou hospital. 
Pode ser limpa com água e sabão ou outros produtos químicos, secar à sombra. 
Geralmente é quadrada e permite a colocação de todo tipo de cintos imobilizadores e 
fixantes, como também para todo tipo de imobilizadores de cabeça laterias. Alguns 
modelos permitem tambéma imobilização pediátrica. 
 
d) Imobilizador de Cabeça Lateral 
 
Material utilizado em conjunto com as pranchas rígidas. Geralmente confeccionado em 
espuma de poliuretano expandida, emborrachada. Possui dois cintos imobilizadores 
reguláveis para testa e queixo do paciente. São presos em velcro ao tecido que veste a 
tábua (prancha) de resgate, deve possuir orifício auricular para verificação de 
sangramento. Deverá ser usado em conjunto com o colar cervical de resgate. 
 
e) KED 
 
Dispositivo indicado para a imobilização de vitimas nas operações de resgate em 
acidentes aonde não é possível a utilização de prancha rígida, abrangendo a região 
pélvica, abdominal, torácica e cabeça. Geralmente confeccionado em material bastante 
resistente ao atrito e abrasão com baixo peso e fácil de ser transportado na mão ou 
dentro de uma mochila. Equipamento versátil que requer treinamento para uso. 
 
f) Kit de pequenas Cirurgias 
 
Instrumental contendo pinças, tesouras, e demais materiais necessários para pequenos 
procedimentos. 
 - 25 - 
 
g) Desfibrilador Semi – Automático 
 
Os desfibriladores Semi-Automáticos são as alternativas mais simples e eficiente para a 
resuscitação. Este novo método de resuscitação aumentou consideravelmente a chance 
de sobrevivência após um ataque cardíaco. É de fácil operação em 3 passos: Iniciar, 
Análise e Choque, tendo uma carga rápida próxima há 10 segundos. Alguns modelos 
contam com display que podem conter: hora, número de choques, carga da bateria, 
memória, tipo de eletrodo, instruções e algoritmo para detecção de fibrilação, 
programação automática e gravação de eventos. 
 
h) Estetoscopico 
 
Material utilizado para proporcionar ao profissional uma alta sensibilidade acústica, 
possuindo um diafragma sensível que permite a alternância entre sons de baixa e alta 
freqüência. As olivas que ficam em contato com os ouvidos do profissional, 
preferencialmente devem ser macias e confortáveis, ajustando-se perfeitamente e 
promovendo um excelente selamento acústico, alguns modelos contam com um anel e 
diafragma com tratamento "anti-frio", mais confortável para o paciente. 
 
i) Glicosimetro 
 
Aparelho eletrônico que verifica a quantidade de “açúcar no sangue” para avaliação da 
glicemia e necessidade de tratamento ou não. 
 
j) Termômetro 
 
Existem modelos de mercúrio e os digitais, que devemos dar preferência por possuir 
uma maior amplitude para leitura e ser mais difícil de quebrar. 
 
k) Álcool 70 
 
Álcool vendido para uso hospitalar sendo mais diluído em água do que os de uso 
doméstico, conseguindo atingir o material genético das células as destruindo 
completamente, a utilização de álcool doméstico pode esporular os patógenos, que 
poderão desenvolver a doença posteriormente. 
 
 
Álcool 
 - 26 - 
 
l) PVPI 
 
Solução anti-séptica tópica, recomendado para tecidos e mucosa oral e vaginal, devendo 
ser aplicado diretamente sobre o local desejado com compressa esterilizada ou gaze, não 
deve ser utilizado em pacientes com alergia a iodo ou qualquer componente da fórmula. 
 
m) Água Oxigenada 
 
Recomendada para a primeira limpeza de ferimentos aonde exista a suspeita da 
contaminação por Tétano, não devendo ser utilizada com freqüência durante os 
curativos e requer cuidado no uso e após o uso, como evitar a exposição ao sol após 
aplicação, sobre o risco de queimaduras e manchas na pele. 
 
1.3.3 Cuidados Gerais com os Materiais 
 
Todos os equipamentos do KIT de Primeiros Socorros tem que ser revisados 
regularmente, temos que nos atentar as datas de validade, nunca devemos utilizar 
produtos com validade vencida com o risco de não alcançarmos o efeito desejado e 
ainda causar efeitos colaterais. 
Os frascos e invólucro dos produtos freqüentemente furam ou rasgam, estes produtos 
quando esterilizados devem ser considerados contaminados, devendo ser utilizado 
somente em procedimentos aonde não requer produtos esterilizados. 
Recomendamos que o Saco do kit fosse estanque, isto é, a prova de água, sendo que os 
materiais do seu conteúdo devem sempre estar secos, livre de umidade ou calor 
excessivo. 
 
Classificação de artigos médico hospitalares 
 
De acordo com a definição clássica de Spaulding os artigos médico-hospitalares 
didaticamente podem ser classificados em: 
 
1 - Críticos; 
2 - Semicríticos; 
3 - Não críticos. 
 
Esta classificação é realizada conforme o grau de contato do artigo com o organismo 
humano e indicados métodos com capacidade progressiva de descontaminação e 
processamento a fim de sua utilização seja realizada com segurança. 
 
Definições da classificação dos artigos, segundo Spaulding: 
 
1- Os artigos destinados à penetração através da pele e mucosas adjacentes, nos tecidos 
sub-epiteliais e no sistema vascular, bem como todos os que estejam diretamente 
conectados com este sistema, são chamados de ARTIGOS CRÍTICOS. De forma geral 
requerem esterilização para satisfazer os objetivos a que se propõem. 
 
2- Os artigos destinados ao contato com a pele não íntegra ou com mucosas íntegras, 
são chamados de ARTIGOS SEMI-CRÍTICOS e requerem desinfecção ou esterilização, 
dependendo do fim a que se destinam. 
 - 27 - 
 
3- Os artigos destinados ao contato com a pele íntegra do paciente são chamados de 
ARTIGOS NÃO CRÍTICOS e a simples limpeza pode ser suficiente.***Quando 
sujidade abundante ARTIGOS NÃO CRÍTICOS podem requerer desinfecção ou 
desinfecção. Artigos classificados nesta categoria se forem termo resistentes, poderão 
ser submetidos à autoclavagem, por facilidade operacional, eficácia e redução de custos, 
mesmo que a esterilização não seja a indicação para o fim a que se destina o artigo. 
 
Os passos do processamento de artigos variam de acordo com o tipo de uso do artigo: 
 
- limpeza ou descontaminação; 
- enxágüe após limpeza ou descontaminação; 
- secagem e estocagem ou uso imediato ou; 
- desinfecção e/ou esterilização conforme objetivo de uso do artigo; 
- enxágüe após o uso de soluções químicas para desinfecção ou esterilização; 
- secagem embalagem ou uso imediato; 
- secagem e estocagem. 
 
Equipamento de Proteção Individual (EPI) 
 
O manuseio de artigos requer que cada procedimento seja acompanhado da indicação do 
EPI específico, em relação à natureza do risco a qual o socorrista se expõe. O uso EPIs 
conforme preconizado em precauções padrão se refere a prevenção da transmissão de 
infecções através de contato com material biológico e é indispensável para a segurança 
dos socorristas. No entanto os riscos são em relação não apenas ao material biológico, 
mas também químico e térmico, já que os diferentes procedimentos de descontaminação 
têm diferentes princípios de atividade. 
 
TODA MATÉRIA ORGÂNICA, DE QUALQUER PACIENTE, 
INDEPENDENTEMENTE DE PORTADOR DE INFECÇÃO É CONSIDERADA 
POTENCIALMENTE INFECTANTE. 
 
Portanto, todo material após o contato com o organismo humano é considerado 
contaminado, independentemente do processo a ser submetido, sem levar em 
consideração o grau de sujidade presente. 
 
Limpeza ou descontaminação. 
 
Eliminação total ou parcial da carga microbiana de artigos e superfícies, tornando aptos 
para o manuseio seguro. Este processo pode ser aplicado através de limpeza, 
desinfecção ou esterilização. 
Teoricamente ocorrerá redução de microorganismos sempre que for reduzida a matéria 
orgânica. 
 
Limpeza 
 
O processo mais simples de processamento é a limpeza mecânica, e tem como objetivo 
remover sujidade e/ou matéria orgânica de determinado material ou ambiente. 
O processo de limpeza é considerado básico e fundamental para que qualquer 
procedimento mais complexo que vise destruição de microorganismos seja efetivo. A 
 - 28 - 
falha em procedimentos de limpeza podem implicar em falha nos procedimentos 
posteriores. 
A limpeza pode ser: seca ou úmida, realizada com o auxílio de um composto 
tensoativo. 
Materiais com ranhuras e orifícios de difícil acesso devem ser higienizados com o 
auxílio de um detergente enzimático. 
 
Enxágüe 
 
O enxágüe pode ser realizadode diferentes maneiras conforme a etapa, o tipo de 
tratamento do material e seu destino; 
Para o enxágüe após a limpeza a água deve ser potável e corrente; 
Para o enxágüe após esterilização a frio com solução química a água deve ser 
esterilizada; 
 
Para o enxágüe após desinfecção: 
 
a) a água deve ser potável e corrente se a desinfecção for com o objetivo de 
manuseio e uso seguro de material não crítico; 
b) a água deve ser esterilizada, se o material for de uso crítico; 
c) a água pode ser potável e corrente no caso de material semicrítico desde que com 
controles biológicos periódicos com período estabelecido pelo Serviço de Controle de 
infecção. 
 
Secagem 
 
A secagem dos artigos objetiva evitar a interferência da umidade nos processos e 
produtos posteriores e poderá ser feita por uma das seguintes alternativas: 
 
Pano limpo ou seco OU; 
Secadora de ar quente/frio OU; 
Estufa (regulada para este fim) OU; 
Ar comprimido; 
Não secagem e uso imediato. 
 
Em algumas situações a secagem não é realizada, sendo seu uso imediatamente após o 
tratamento. 
 
2 Avaliação e Atendimento de Vítimas usando o A.B.C.D.E.: 
 
Frente a atual globalização mundial e sistemas cada vez mais complexos de 
comunicação, através de telefones via satélites, sistemas de computadores, telefones 
celulares. Em qualquer atendimento de urgência e emergência da atualidade é essencial 
que haja um protocolo de medidas a ser seguido permitindo assim facilitar a transmissão 
de dados entre socorristas, enfermeiros e médicos. 
 
2.1 Avaliação do Local 
 
A avaliação do local do acidente e em seguida rápida avaliação da vítima, tem 
demonstrado ser peça fundamental para o sucesso do tratamento do paciente. 
 - 29 - 
A avaliação inicial do local do acidente é sempre cheia de nuances, pois, sempre há 
muitas informações que devem ser coletadas e de fundamental importância ao sucesso 
final do atendimento. Assim como riscos, nem sempre aparentes que podem colocar em 
risco a vida ou mesmo a segurança do socorrista. 
Quando avaliamos uma cena, devemos sempre nos certificar se a mesma oferece 
segurança tanto ao socorrista como à vítima e avaliar a situação fática do acidente. 
 
2.2 Segurança da Cena 
 
 Devemos inicialmente ter em mente que somente pessoas habilitadas e devidamente 
treinadas estão aptas a socorrer uma vítima de acidente, pois deste modo não corre o 
socorrista risco de se tornar mais uma vítima do acidente. Relatos mostram vítimas de 
afogamento que estavam tentando salvar um quase afogado, ou acidentados devido a 
exposição a riscos no local quando tentavam acudir vitima de acidente quer seja por 
risco de explosões, desmoronamentos, fogo, sangue e fluidos corporais, inundações e 
outras situações climáticas típicas de cada região, acidentes com materiais per furo, e 
outras tantas situações não elencadas. 
 
2.3 Condutas Inicias - Situação Fática 
 
 Ao chegar ao local deve o socorrista, levantar o ocorrido o número de vítimas 
envolvidas, tipo de socorro a ser prestado no local, tentar definir qual foi o mecanismo 
do trauma, quem e quais serviços já foram acionados, meios de comunicação 
disponíveis, meios de transporte e locais para se transportar as vítimas levando em conta 
a gravidade específica de cada uma. 
Em todas as situações clínicas ou traumáticas a avaliação do paciente deve ser feita de 
forma rápida e sistemática para se afastar possíveis causas que por falta de atendimento 
podem levar o risco de vida. 
Basicamente existem quatro tipos essenciais de pacientes, o primeiro grupo seriam 
aqueles que com lesões gravíssimas ou já se encontram em óbito no local do acidente ou 
vem a falecer nos primeiros minutos depois de ocorrido o acidente. O segundo grupo 
com lesões graves que podem colocar em risco a vida do paciente nas horas próximas 
do acidente, e pacientes com lesões leves em uma avaliação inicial mas que podem se 
deteriorar em seguida, e por ultimo pacientes com lesões leves. 
Para tanto iremos nos utilizar de um protocolo internacionalmente aceito para avaliação 
rápida do paciente, nos dando uma tranqüilidade de estabelecer qual a situação que 
melhor se encaixa a vítima e conseqüentemente determinar o melhor tratamento e 
conduta a ser estabelecida. 
Esta avaliação usa regra pneumônica do ABCDE primário, aonde temos A- de vias 
aéreas, B- de respiração e ventilação (em inglês Breathing), C- de circulação, D – de 
avaliação neurológica e desabilidades (em inglês Disability) e E- de Exposição da 
vítima. 
 
2.4 Avaliação da Vítima 
 
A Avaliação da vítima sempre deve começar pela letra A, seguido do B, depois C, D e 
finalmente o E, caso nos depararmos com algum “problema” durante a Avaliação do 
Paciente na letra, resolvemos esse problema prontamente antes de passar para a próxima 
letra da Avaliação, após a resolução do problema voltamos a Avaliar o Paciente 
novamente pelo A, depois B, C, D, E. 
 - 30 - 
Iremos a seguir definir cada uma das etapas detalhadamente. 
 
2.4.1 A- AIRWAY - vias aéreas com controle da coluna cervical 
 
Após imobilização da cabeça, contatar a vítima vigorosamente, solicitando por ajuda. 
Verificar nesta fase: 
 
• A boca se entreabre naturalmente; 
• Presença de corpo estranho na cavidade oral e/ou nasal do tipo: grama, dentes 
partidos, próteses dentais, fluidos e secreções. 
 
Procedimentos: 
 
• Alinhar sempre a região cervical, colocando colar cervical em casos de trauma; 
• Provocar se possível leve hiperextensão da cabeça; 
• Retirar corpos estranhos da cavidade orofaríngea; 
 
 
 
Abordagem inicial da vítima 
 
 - 31 - 
 
 
 
 
 Abordagem errada do paciente; instabilidade ao se agachar. 
 
 
 
Breathing – Respiração 
 
• Ver movimentos respiratórios; 
• Ouvir se está saindo ar pelas vias aéreas; 
• Sentir se existe ar “tocando”em sua face; 
• Verificar simetria de expansão torácica; 
• Verificar volume respiratório. 
 
Procedimentos: 
 
• Procurar por lesões abertas de tórax; 
• Caso não apresente respiração, fornecer duas ventilações boca a boca, ou boca a 
boca nariz, com dois segundos de duração e um intervalo de dois segundo entre as 
ventilações, sempre observando a expansão do tórax. 
 
 
 
 Abordagem da vítima Ver, ouvir e sentir 
 
 
 - 32 - 
 
Abertura simples da mandíbula 
 
 
Abertura com dedos cruzados 
 
 
Hiperextensão com elevação da base da língua 
 - 33 - 
 
Hiperextensão errada da cabeça; risco de lesão cervical 
 
 
Técnica de levantamento da mandíbula 
 
2.4.2 Circulation - Circulação 
 
• Verificar pulsos periféricos, caso não consiga verificar, procure por um pulso 
central; 
• Verificar temperatura da pele, coloração, umidade; 
• Verificar perfusão capilar periférica. 
 
Procedimentos: 
• Procurar por grandes sangramentos, comprimindo-os; 
• Em casos de choque volêmico deve-se elevar os membros inferiores em 30 cm e 
manter paciente aquecido com roupas. 
• Na ausência de pulso central, iniciar as manobras de RCP, com 30 massagens 
cardíacas, em um ritmo de 100 massagens por minuto após as ventilações de resgate já 
aplicadas na avaliação do B. 
 
 - 34 - 
 
 Verificação pulso radial Ambos os lados 
Pulso carotídeo 
 
 
Pulso carotídeo 
 
 
 
• Verificação de perfusão; premer e soltar; enchimento até 2 segundos; 
• Verificação da pele; 
• Hemorragias externas grandes. 
 
 
 
 - 35 - 
2.4.3 Disability – Neurológico 
 
• Fazer avaliação neurológica do tipo AVDI ou Glasgow; 
 
Avaliação do AVDI; 
 
Avaliando um paciente podemos didaticamente dividir em quatro níveis progressivos de 
piora neurológica para uma avaliação rápida sendo: 
A- De alerta , ou seja o paciente está acordado, consciente e sabe do que aconteceu; 
V- O paciente está verbalizando ou seja está falando mas nem sempre conexo ou dentro 
da realidade perguntada ou mesmo balbuciando frases desconexas em uma fase mais 
grave; 
 D- Reage a dor ou seja o paciente está desacordado mas quando estimulado por 
estímulosdolorosos reage á dor; 
 I- A pior fase neurológica , ou seja o paciente se encontra inconsciente, nem mesmo 
reagindo a estímulos dolorosos. 
 
Avaliação pela escala de Glasgow: 
 
Faz-se uma avaliação da abertura ocular que varia de 1 a 4, melhor resposta verbal, 
variando de 1 a 5, e melhor resposta motora de 1 a 6; a seguir faz-se a somatória e o 
resultado será desde 3 (coma profundo) até 15 ( estado de perfeita consciência). 
 
Abertura ocular: Melhor resposta verbal: Melhor resposta motora 
4- abre os olhos 
espontaneamente; 
3 -abre os olhos quando 
solicitado verbalmente; 
2 -abre os olhos somente a 
estímulos dolorosos; 
1- não abre os olhos. 
5- conversa normalmente 
4- verbaliza mas não 
responde ao que é 
perguntado 
3- fala desconexa 
2- emite sons ininteligíveis 
1- não fala 
6- mexe espontaneamente 
5- localiza a dor 
4- retira à dor 
3- contração generalizada 
2-hiperextensão 
generalizada 
1- não mexe 
 
Observação importante: Abaixo de uma contagem de 8 consideramos estado de coma 
que varia de superficial (8) a coma Profundo (3).Quando um paciente se encontra em 
coma grau 3 confirmado por exames devemos suspeitar de morte encefálica; todo e 
qualquer grau de coma se torna perigoso, pois o paciente pode broncoaspirar, situação 
comum em coma alcoólico, fato que pode levar a êxito letal. 
 
 
• Verificar as pupilas: se muito dilatadas ou puntiformes, iguais ou desiguais. 
 
Midriase-as duas pupilas se encontram dilatadas (como quando tiramos fotos com 
flash). 
Miose-as pupilas se encontram muito fechadas (assemelha-se a se olhar para uma luz 
forte). 
Anisocoria-uma maior do que a outra. 
Isocoricas-as duas pupilas com o mesmo tamanho. 
 
 
 
 - 36 - 
Pegadas neurológicas 
 
Premer o dedo Testar o trapézio 
 
 
 
Pressão sobre o externo 
 
 
Posição incorreta da mão Posição correta da mão e dedos 
 
 
2.4.4 E - Exposição da Vítima 
 
• Retirar toda a roupa, fatores externos de agressão, procurar por lesões; 
• Procurar por fraturas expostas ou não, imobilizando-as; 
 - 37 - 
• Cobrir a vitima com panos e roupas secas e quentes para evitar hipotermia; 
• Evitar a exposição desnecessária e em ambiente inadequado e constrangedor para a 
vítima; 
• Exposição da vítima inteira podemos manter as roupas intimas e cobrir com lençol 
para ir avaliando por etapas - para se expor a vitima devemos avaliá-la por completo, 
nunca se esquecendo de olhar as costas; 
• Cobrir a vitima após exposição e analise completa, pois assim evitamos a perda de 
calor e resguardamos a intimidade do cliente. 
 
Seqüência de rolamento de paciente com um único socorrista, aonde não exista suspeita 
de lesão em coluna cervical, também conhecido como posição de recuperação: 
 
 
 
 
 
 - 38 - 
 
 Rotação errada de cabeça; sempre rodar paciente por inteiro. 
 
 
Rotação correta do mantendo a estabilização da coluna cervical. 
. 
2.4.5 Transporte 
 
Seqüência retirando um paciente de local inadequado realizado por um único socorrista; 
evitar fazê-lo em caso de suspeita de trauma de coluna: 
 
 - 39 - 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 - 40 - 
 
 
 
 
 
 
 
 - 41 - 
 
 
Mesmo quando parece difícil, lembre-se de manter a estabilização da cabeça e coluna 
cervical e trabalhar em equipe. 
 
 - 42 - 
 
 
Movimentação a cavalera, com os joelhos flexionados ficaria mais fácil e sem 
constrangimentos! 
 
 
 
Elevação errada da prancha, sempre deve-se suspender pelas laterias para não existir angulação 
da prancha. 
 - 43 - 
 
 
Retirada de Vítimas de Trauma quando sentadas, dentro de veículos ou em espaços 
limitados. 
 
2.5 Considerações especiais 
 
2.5.1 Diferenças no Idoso 
 
Os considerados atualmente na melhor idade, conhecido como a terceira idade, 
apresentam uma serie de alterações anatômicas e fisiológicas associadas ao 
envelhecimento. As doenças crônicas e as medicações podem aumentar a probabilidade 
de certos traumas, complicar lesões traumáticas e causar diminuição da capacidade de 
compensação do choque, muitos fatores podem mascarar sinais precoces de 
deterioração, aumentando a possibilidade de súbita descompensação sem sinais 
indicadores, portanto a atendimento a qualquer idoso vitima de trauma deve ser 
imediato. 
No doente idoso, pode ter ocorrido lesões mais graves do que as apresentadas 
inicialmente, as lesões e as condições encontradas terão efeitos mais profundos nos 
idosos do que em um doente mais jovem. 
O Processo de envelhecimento determina alterações na estrutura física, na compensação 
corporal e no funcionamento orgânico como: 
 
- Diminuição da massa cerebral; 
- Diminuição da percepção de profundidade; 
- Diminuição da discriminação de cores; 
- Diminuição da reação pupilar; 
- Diminuição da capacidade respiratória vital; 
- Diminuição da função renal; 
- Perda de 5 a 7 centímetros da estatura e degeneração das articulações; 
- Diminuição da capacidade auditiva, olfato e paladar; 
- Diminuição da produção de saliva; 
 - 44 - 
- Diminuição da debito e freqüência cardíacos; 
- Diminuição da elasticidade da pele e adelgaçamento da epiderme; 
- Redução de 15% a 30% da gordura corporal. 
 
Meia-idade 50 a 64 anos 
Idade tardia 65 a 79 anos 
Idade avançada 80 anos ou mais 
 
2.5.2 Diferenças na Criança 
 
O atendimento as crianças requer um conhecimento adicional sobre as características e 
peculiaridades deste grupo etário, elas tem a capacidade de compensar perdas maiores 
de volume por mais tempo que os adultos, mas quando deterioram é de maneira mais 
rápida e grave. 
Crianças com traumas e os seguintes sinais devem ser consideradas instáveis e devem 
ser transportadas para um hospital com urgência: 
 
- Dificuldade respiratória; 
- Sinais de choque ou de instabilidade circulatória; 
- Alguns períodos de inconsciência após o trauma; 
- Trauma fechado significativo no tórax; 
- Costelas fraturadas; 
- Trauma fechado significativo no abdome; 
- Fratura pélvica. 
 
Para uma melhor retificação das vias aéreas é recomendado a colocação de um coxim 
abaixo do tórax da criança, para eliminar a angulação causada pela sua cabeça ao apoiar 
ao solo, tornando as ventilações mais fáceis e efetivas. 
 
Grupo 
 
Idade Freqüência 
ventilatória ( 
VPM) 
VPM necessidade de assistência 
ventilatória com mascara facial 
Recém-nascido Até 6 semanas 30-50 Menor 30, maior 50 
Lactente Pós até 1 anos 20-30 Menor 20, maior 30 
Criança 1 a 2 anos 20-30 Menor 20, maior 30 
Pré-escolar 2 a 6 anos 20-30 Menor 20, maior 30 
Escolar 6 a 13 anos (12-20)-30 Menor 20, maior 30 
Adolescente 13 a 16 anos 12-20 Menor 12 , maior 20 
Tabela: Freqüência ventilatória para pacientes pediátricos 
Grupo 
 
Idade Freqüência de 
Pulso 
( bpm) 
Bpm que indica possibilidade de 
problema grave( bradicardia ou 
taquicardia) 
Recém-nascido Até 6 
semanas 
120-160 Menor 100, maior 150 
Lactente Pós até 1 
anos 
80-140 Menor 80, maior 120 
Criança 1 a 2 anos 80-130 Menor 60, maior 110 
Pré-escolar 2 a 6 anos 80-120 Menor 60, maior 110 
Escolar 6 a 13 anos (60-80)-100 Menor 60, maior 100 
 - 45 - 
Adolescente 13 a 16 anos 60-100 Menor 60 , maior 100 
 Tabela: Freqüência de Pulso para pacientes pediátricos 
 
2.5.3 Diferenças na mulher 
 
Quando temos mulheres vitimas de acidentes temos que dar importância a uma serie de 
alterações anato fisiológicas que discorremos neste texto, além de uma serie de fatores 
relacionados ao ambiente e ao atendimento como: 
 
- Proporcionar uma comunicação efetiva e acalmar a vitima 
- Manter a integridade física da mulher 
- Preservar a sua intimidade evitando a exposição excessiva e a pessoas indevidas 
- Evitar manusear a vitima desnecessariamente e em demasia 
- nunca tocando em regiões intimas. 
 
2.5.3.1 Gestante 
 
A possibilidade de uma moça estar grávida deve ser considerada a qualquer mulher 
entre os 10 e 50 anos, essas mudanças na gestação também interferem no padrão de 
atendimento, asalterações mais freqüentes são: 
-O útero vai mudando de posição de acordo com o desenvolvimento do feto; 
-O volume plasmático aumenta progressivamente e o número de células vermelhas 
diminui, resultando em uma anemia fisiológica na gravidez; 
-Freqüência cardíaca aumenta de 10 a 15 batimentos por minuto; 
-A pressão arterial cai de 5 a 15 mmHg; 
-O volume inspirado aumenta; 
-O tempo entre as eliminações de urina diminui. 
 
Devido a serie de alterações anatômicas e fisiológicas importantes e previsíveis que 
podem influenciar a avaliação e tratamento da doente grávida, devemos estar atento 
para detectar situações peculiares em relação a gestante como: 
-trauma penetrante ou fechado do útero; 
-descolamento de placenta; 
-embolia por líquido amniótico; 
-isoimunização e ruptura prematura da bolsa. 
 
Atenção especial deve ser dada sempre a segunda vítima, que é o feto, estabilizando se a 
mãe o ambiente do feto tende a se estabilizar, é importante esta criança passar pela 
avaliação de um obstetra com urgência. 
 
3. Urgências clínicas 
 
3.1 Psiquiátricas 
 
Definição: 
 
Distúrbios comportamentais de aparecimento súbito. 
 
 
 - 46 - 
Diagnóstico: 
 
-Aparecimento de medos súbitos; 
-ansiedade excessiva; 
-tristeza ou agitação excessiva; 
-agressividade repentina; 
-perda de memória; 
-alucinações. 
 
Conduta: 
 
- identificar o problema isolando o agente desencadeante; 
- deslocar a pessoa a ambiente calmo e seguro; 
- incentivando o paciente a relaxar; 
- solicitar a presença de familiar ou amigo próximo; 
- não discutir e não confrontar com a pessoa; 
- identificar idéias suicidas e prevení-las. 
 
Procedimentos específicos: 
 
-Retirar imediatamente a pessoa do ambiente aonde foi desencadeado o distúrbio; 
-isolar a pessoa deixando-a na presença apenas de familiar ou amigo que conheça a 
situação; 
-retirar todo e qualquer material cortante ou perfuro contuso, produtos químicos, 
medicações, inflamáveis, cordas da proximidade da vítima; 
- manter vigilância constante até a entrega do paciente a ajuda especializada; 
- em caso de surto psicótico grave, realizar contenção protetória do paciente. 
 
3.2 PCR 
 
Parada Cardiorrespiratória. 
 
Definição: 
 
Ausência súbita de movimentos cardíacos e respiratórios. 
 
Diagnóstico: 
 
 -Ausência de movimentos respiratórios; 
 -Ausência de pulso (radial, femoral e carotídeo); 
 -Inconsciência. 
 
Conduta: 
 
 - Chamar a vítima; 
 - Solicitar auxilio; 
 - Realizar ABC (vide capitulo 01); 
 - iniciar ventilação de resgate (02 ventilações). 
 
 - 47 - 
 
Máscara na paciente Ventilando paciente 
 
- iniciar massagem cardíaca (30 compressões: 02 ventilações) 
 
 
Correto - superfície dura Errado - superfície mole 
 
Procedimentos específicos: 
 
 - Coloque a vítima deitada de costas sobre uma superfície preferencialmente plana 
e rígida; 
 
Posição correta socorrista e vítima 
 
 - 48 - 
 -Elevação do queixo - Os dedos de uma das mãos são colocados abaixo do queixo, 
o qual é suavemente tracionado para cima, elevando-o anteriormente. 
 
 
Correto- extensão do pescoço Errado-flexão do pescoço 
 
 - Respiração boca à boca ou boca nariz - colocar a boca com firmeza sobre a boca 
ou narinas da vítima, assegurando de se ocluir a outra entrada. Assoprar para dentro da 
boca ou nariz da vítima até notar que o seu peito está se mobilizando, expandindo o 
tórax. A seguir, deixar a vítima expirar livremente. Repetir este procedimento 12 a 15 
vezes por minuto. 
 
 
- Compressão do externo para massagem cardíaca: 
 
- Coloque suas mãos sobrepostas no terço inferior do esterno; 
 
Posição correta para massagem cardíaca 
 
- Faça compressão sobre o esterno de encontro à coluna deprimindo de 4 a 5 
centímetros o tórax, com o socorrista posicionado na linha do ombro da vitima, 
preferencialmente ao lado esquerdo da vítima, e a noventa graus com o solo ; 
 
 
 
 - Checar respiração e pulso a cada 04 ciclos completos 
 - 49 - 
- Somente parar se paciente voltar a respirar espontaneamente com presença de pulso ou 
com a chegada de pessoal especializado. 
 
 
3.3 ASMA 
 
Definição: 
 
Dispnéia de aparecimento gradual ou súbito, relacionado com alergia. 
 
Diagnóstico: 
 
- tosse; 
- falta de ar variando de leve, moderada ou intensa; 
- chiado no peito. 
 
Conduta: 
 
-suspensão imediata de atividade física; 
-Tranqüilizar a vitima; 
-deixar em local arejado, preferencialmente sentando a vítima; 
-perguntar sobre alergias e medicações em uso. 
 
Procedimentos específicos: 
 
-contatar equipe especializada conforme o caso; 
-administrar bronco dilatadores se indicado; 
-administrar antialérgicos, tanto sistêmicos como locais se indicado. 
 
3.4 Convulsões 
 
Definição: 
 
Distúrbios de condução em transmissores neuronais. 
 
Diagnóstico: 
 
-inconsciência; 
-contraturas musculares generalizadas ou localizadas; 
- tempo Maximo de duração 30 segundos podendo ser repetida; 
- após crise pessoa fica sonolenta e “esquecida”. 
 
Conduta: 
 
-manter a vítima deitada; 
-proteger a cabeça evitando pancadas; 
-manter vias aéreas desobstruídas; 
-acalmar a vítima pós crise. 
 
Procedimentos específicos: 
 - 50 - 
 
-perguntar sobre medicamentos específicos; normalmente a crise advêm de interrupção 
de medicação ou subdosagem. 
-medicar a vítima conforme seu prontuário médico; 
-suspender atividade física; 
-manter alimentação leve e hidratação. 
 
3.5 Desmaios 
 
Diagnóstico: 
 
A pessoa perde a consciência e cai; 
 
Conduta: 
 
Excluir parada cardiorrespiratória (ABC), deitar a pessoa de costas em local arejado, 
afrouxar as roupas e erguer as pernas cerca de 30 cm. Se ela apresentar respiração 
ruidosa, colocar na posição de recuperação. Quando a vitima recuperar a consciência e 
estiver apta a engolir, fornecer um pouco de água com açúcar ou outro liquido doce. 
 
3.6 Diarréia e desidratação 
 
Definição: 
 
Perdas sensíveis e insensíveis de líquidos por evacuação, vômito ou mesmo sudorese 
excessiva. 
 
Diagnóstico: 
 
Estes sinais podem estar presentes conjunta ou isoladamente conforme gravidade. 
-evacuações constantes com fezes amolecidas; 
-pele fria e pegajosa; 
-cefaléia, tonturas; 
-vômitos; 
-câimbras; 
-Urina ausente ou diminuída e concentrada; 
-presença ou não de febre. 
 
Conduta: 
 
-hidratação preferencialmente via oral; 
-suspender alimentação sólida por no mínimo 06 horas; 
-evitar atividade física intensa. 
 
Procedimentos específicos: 
 
-lavar sempre as mãos; 
-evitar uso de água de fonte desconhecida; 
-usar água filtrada , fervida ou tratada com hipoclorito; 
- fazer reposição de eletrólitos com soluções hidratantes. 
 - 51 - 
 
 
3.7 Queimaduras 
 
Definição: 
 
Lesões provocadas pela exposição à fonte de calor. 
 
Diagnóstico: 
 
-fator de exposição; 
-vermelhidão local; 
-dor local; 
-calor local; 
-presença de bolhas; 
-edema; 
-áreas queimadas com perda de substancia. 
 
Conduta: 
 
-lavar o local com abundante água corrente; 
-retirar o fator agressor quando possível; 
-administrar analgésicos se necessário; 
-fazer curativos oclusivos; 
- não retirar roupas ou tecidos aderidos. 
-hidratação da vítima. 
 
Procedimentos específicos: 
 
-pesquisar comprometimento grave de vias aéreas (tosse, rouquidão); 
-transporte da vitima a centro referenciado conforme gravidade. 
 
 
 
 - 52 - 
Cabeça 9
Pescoço 1
Braço Direito 9
Braço Esquerdo 9
Frente do Torax 9
Dorso Torax 9
Frente do Abdomen 9
Dorso da regiao abdominal 9
Frente da perna( cada) 9
Dorso da perna ( cada) 9
Total 100% 
 
 
4. Choque 
 
Definição: 
 
Situações em que o organismo por diversas razões entra em franco colapso necessitando 
de urgentes medidas, podendo ser de natureza volêmica, cardiogenica, neurogênica, 
infecciosa ou misto. 
 
4.1 Choque Volêmico 
 
Definição: 
 
Choque devido a perda de volume igual ou superior a 02 litros, podendo ser por 
hemorragias, desidratação entre outros. 
 
 4.1.1 Hemorragias 
 
Definição:

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