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OBRIGAÇÃO, LANÇAMENTO E CREDITO TRIBUTÁRIO

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1.
1
OBRIGAÇÃO, LANÇAMENTO E 
CRÉDITO TRIBUTÁRIO
2
Ana Luíza Vieira Santos
Márcio Alexandre Ioti Henrique
São Paulo
Platos Soluções Educacionais S.A 
2022
 OBRIGAÇÃO, LANÇAMENTO E CRÉDITO 
TRIBUTÁRIO
1ª edição
3
2022
Platos Soluções Educacionais S.A
Alameda Santos, n° 960 – Cerqueira César
CEP: 01418-002— São Paulo — SP
Homepage: https://www.platosedu.com.br/
Head de Platos Soluções Educacionais S.A
Silvia Rodrigues Cima Bizatto
Conselho Acadêmico
Alessandra Cristina Fahl
Ana Carolina Gulelmo Staut
Camila Turchetti Bacan Gabiatti
Camila Braga de Oliveira Higa
Giani Vendramel de Oliveira
Gislaine Denisale Ferreira
Henrique Salustiano Silva
Mariana Gerardi Mello
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Coordenador
Gislaine Denisale Ferreira
Revisor
Renato Traldi Dias
Editorial
Beatriz Meloni Montefusco
Carolina Yaly
Márcia Regina Silva
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)_____________________________________________________________________________ 
Santos, Ana Luíza Vieira
Obrigação, lançamento e crédito tributário / Ana Luíza 
Vieira Santos, Márcio Alexandre Ioti Henrique. – São Paulo: 
Platos Soluções Educacionais S.A., 2022.
32 p.
ISBN 978-65-5356-297-4
1. Obrigação tributária. 2. Responsabilidade tributária.
3. Lançamento. I. Henrique, Márcio Alexandre Ioti. II. 
Título.
CDD 342
_____________________________________________________________________________ 
 Evelyn Moraes – CRB 010289/O
S237o 
© 2022 por Platos Soluções Educacionais S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, da Platos Soluções Educacionais S.A.
4
SUMÁRIO
Apresentação da disciplina __________________________________ 05
Obrigação Tributária e os seus desdobramentos ____________ 06
Responsabilidade Tributária _________________________________ 21
Lançamento e Suspensão ____________________________________ 35
Extinção do Crédito Tributário _______________________________ 48
OBRIGAÇÃO, LANÇAMENTO E CRÉDITO TRIBUTÁRIO
5
Apresentação da disciplina
O Direito Tributário faz parte dos ramos do Direito Público que disciplina 
a forma como Estado-poder, por intermédio da Administração Pública, 
arrecada dinheiro aos cofres públicos e imputa a obrigação tributária, 
para as pessoas físicas e pessoas jurídicas, de pagar o tributo.
O objetivo principal do Direito é ordenar a vida social, disciplinando 
o comportamento dos seres humanos em suas relações e 
intersubjetividade. A finalidade precípua da relação jurídica, opera-se na 
regulação de condutas.
A relação jurídica é o vínculo criado, entre o sujeito ativo e sujeito 
passivo, de exigir de outra o cumprimento de certa prestação. Assim, o 
vocábulo obrigação como sinônimo de relação jurídica.
Esta disciplina terá como objetivo caminhar no Direito Tributário, 
indagando sobre relação jurídica tributária, a constituição do crédito 
tributário pelo lançamento tributário.
Será abordada a delimitação do sujeito ativo e sujeito passivo, 
denominando o contribuinte de direito e contribuinte de fato, 
nos moldes da responsabilidade tributária, discutindo sobre 
responsabilidade por terceiro, responsabilidade por sucessão e 
responsabilidade por transferência.
Por fim, esta disciplina tem o intuito de manter a atenção viva do 
cientista do Direito e do jurista, tanto na seara da hermenêutica como na 
prática, utilizando dos conceitos para elaboração de peças, pareceres ou 
mesmo artigos científico.
6
Obrigação Tributária e os seus 
desdobramentos
Autoria: Ana Luiza Vieira Santos
Leitura crítica: Renato Traldi Dias
Objetivos
• Explicar o conceito de obrigação tributária.
• Entender no que consiste um fato gerador.
• Definir critérios de determinação do sujeito ativo e 
passivo de uma obrigação tributária.
7
1. Obrigação tributária
Direito Tributário é o ramo do Direito Positivo, que tem por objetivo 
regrar o comportamento das pessoas jurídicas de Direito Público e das 
pessoas privadas (naturais e jurídicas). O tema da obrigação tributária é 
um dos institutos mais importante da disciplina em estudo.
As normas jurídicas tributárias estabelecem um vínculo entre pessoas, 
tendo por núcleo a arrecadação de valores dos patrimônios de 
particulares, que ficam obrigados a entregar a pecúnia aos cofres 
públicos, em razão de serem realizadas as denominadas hipóteses de 
incidência previstas na legislação.
Tal situação constitui um verdadeiro vínculo que une duas (ou mais) 
pessoas, em polos opostos: de um lado, a administração pública (pessoa 
pública); e de outro, o contribuinte (pessoa física ou pessoa jurídica), 
envolvendo uma obrigação jurídica de dar de cunho patrimonial.
Ressalta-se que, na obrigação tributária, não detém nenhuma espécie de 
obrigação política ou moral. Trata-se de uma relação jurídica tributária, 
que detém como traços a participação do Poder Público.
O Código Tributário Nacional caracteriza a obrigação tributária no seu 
artigo 113:
Art. 113. A obrigação tributária é principal e acessória.
§1°A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por 
objeto o pagamento do tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se 
juntamente com o crédito dela decorrente;
§ 2°A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto 
as prestações, positivas ou negativas, nelas previstas no interesse da 
arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
8
§ 3°A obrigação acessória pelo simples fato da sua inobservância, converte-
se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.
A obrigação principal advém da ocorrência do fato gerador, que tem por 
característica o pagamento do tributo e extingue-se, consequentemente 
o crédito tributário. Por se tratar de um vínculo jurídico ligado ao Poder 
Público e os particulares, seu nascimento tem origem das atividades 
classificadas como tributos e correspondem o recolhimento dos 
respectivos valores em dinheiro.
1.1 Obrigação acessória
A obrigação acessória também pode ser denominada de deveres 
instrumentais, pois trata de prestações, positivas ou negativas, previstas 
no interesse da arrecadação ou fiscalização dos tributos, conforme 
dispõe o artigo 113, §2°do CTN. Neste aspecto, a natureza da obrigação 
é de fazer e não fazer, ou mesmo de tolerar, desprovida do caráter da 
patrimonialidade.
No aspecto prático, refere-se à atribuição de deveres aos administrados, 
por exemplo, contribuintes e responsáveis tributários, relativos à 
emissão de nota fiscal, a escrituração de livros contábeis, prestação de 
informações, documentos físicos ou virtuais que tenham um condão 
tributário.
A legislação ordinária prevê penalidades para descumprimento dos 
deveres estabelecidos pela administração pública, que propriamente 
nem deveria ser denominado de acessórios, posto que nem sempre tem 
uma ligação com a obrigação principal, por exemplo: não incidência, 
isenções, imunidades, entre outros.
O caráter da acessoriedade, em termos legais, nem sempre tipifica 
crime, como, por exemplo o Crime contra a Ordem Tributária, dada a 
possibilidade de inexistência do efetivo dano ao Erário.
9
2. Digressão doutrinária
A natureza jurídica dos vínculos, que se estabelecem por intermédio 
da tributação, tem traços de conflitos entre os estudiosos. Cumpre 
examinar as primeiras concepções doutrinárias acerca do tema.
A doutrina leva em consideração as construções teóricas embasadas no 
âmbito do Direito Civil, que suscita sobre a patrimonialidade do vínculo 
obrigacional.
Na seara do Direito Civil, a obrigação é o vínculo jurídico em virtude 
do qual uma pessoa pode exigir da outra uma prestação em dinheiro 
economicamente apreciável, porém, ressalta-se que a obrigação no 
DireitoTributário pode ser entendida também como obrigação de fazer.
Nesta ótica, pode-se vislumbrar, na seara do Direito Tributário, três 
espécies de relações jurídicas (COSTA, 2015).
A primeira, é a relação jurídica obrigacional, fundamentada no vínculo 
abstrato em que o sujeito ativo ou credor (fisco, administração pública), 
que pode exigir, do sujeito passivo (contribuinte ou devedor), uma 
prestação de cunho patrimonial: o tributo.
A segunda espécie de relação jurídica, é a relação de cunho não 
obrigacional. Consiste em um vínculo abstrato que advém da imputação 
normativa, por meio do qual o sujeito ativo pode exigir, do sujeito 
passivo, uma prestação consistente em um comportamento positivo 
ou negativo, visando assegurar o cumprimento da obrigação tributária, 
refere-se à imposição de deveres instrumentais.
A terceira espécie é a relação jurídica de caráter puramente 
administrativo, que advém das primeiras e segundas espécies. É a 
relação jurídica sancionatória, vínculo que surge do não cumprimento 
da prestação do sujeito passivo, quer na obrigação principal, que na 
10
obrigação acessória, autorizando a administração pública, fisco a 
aplicação de uma sanção.
Assim, a relação jurídica sancionatória pode ou não revestir de um 
caráter patrimonial, cuja penalidade implique em natureza pecuniária ou 
não.
O Código Tributário Nacional estabelece a relação jurídica sancionatória 
na seção dedicada à responsabilidade por infrações nos artigos 136 
a 138 do Código Tributário Nacional (CTN). Doutrinadores, como 
José Souto Maior Borges e Paulo de Barros Carvalho (COSTA, 2015), 
interpretam a norma jurídica tributária em feixes distintos.
José Souto Maior Borges, em sua concepção, não vê como vínculos 
existentes em matéria tributária, construindo uma doutrina distinta. Na 
sua concepção, a obrigação não constitui uma categoria lógica jurídica, 
mas sim, jurídico-positiva, que incumbe ao direito positivo definir os 
requisitos necessários na identificação do dever jurídico como sendo um 
dever obrigacional. Nesta interpretação, a patrimonialidade será ou não 
um requisito da obrigação, consoante a pressuposta ou não norma de 
direito obrigacional. (COSTA, 2015, p. 197)
Neste raciocínio, a obrigação tributária é um dever jurídico 
disciplinado pelo Código Tributário Nacional, que tem o perfil de traçar 
sistematicamente a patrimonialidade.
Já para Carvalho (2016):
A relação jurídica é o vínculo abstrato, mediante a imputação normativa 
uma pessoa denominada de sujeito ativo, tem o direito subjetivo de exigir 
de outra, chamada de sujeito passivo, o cumprimento de certa prestação. 
(CARVALHO, 2016, p. 76)
O enunciado acima interpreta da seguinte maneira: Se o sujeito passivo 
tem obrigação de pagar, logo, no mundo do direito positivo, estruturado 
11
racionalmente, quando uma norma estatui que o contribuinte deve 
pagar o tributo, implica que o fisco tem o direito de receber em dinheiro.
Ora, a obrigação leva em consideração a ocorrência do fato típico, 
previsto no descritor da norma, cujo objeto é um fazer ou não fazer.
Por fim, o Código Tributário modulou o conceito de obrigação tributária 
sem o requisito da patrimonialidade atinente à concepção do ramo do 
Direito Civil, para dividi-lo em duas espécies: a obrigação que tem por 
objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e a obrigação 
que tem prisma prestação de caráter não pecuniário.
3. Fato gerador, hipótese de incidência, fato 
imponível e lançamento tributário
Diversos doutrinadores têm rechaçado, em virtude de sua equivocidade, 
visto que se traduz como uma situação hipotética, estampada na norma 
jurídica, quanto a concretização de um fato que faz surgir a obrigação 
tributária.
Assim, o conceito de fato gerador se divide em dois: fato gerador in 
abstracto, para a hipótese normativa e fato gerador in concreto, para 
situação efetivamente ocorrida.
O fato gerador in abstracto pode ser substituído pelos termos hipótese 
de incidência ou hipótese tributária. Ao passo que o fato gerador in 
concreto se refere ao fato imponível ou fato jurídico tributário, que 
exprime a ocorrência de um fato no plano concreto.
Os fatos geradores consistem em situações fáticas, o aperfeiçoamento 
do fato jurídico por intermédio de prática dos respectivos atos de 
execução.
12
Os fatos geradores são situações jurídicas consolidadas no artigo 116 
do CTN, sua adequada compreensão pressupõe a disciplina contida 
no Código Civil, quando preceitua subordinado a eficácia do negócio 
jurídico à condição suspensiva, enquanto esta não se consolidar, não 
se terá adquirido o direito, a que se visa. Ao passo se for resolutiva 
a condição, pressupõe a de não realizar, posto que vigorar o negócio 
jurídico, podendo exercer a conclusão deste direito quando for 
estabelecido.
Portanto, o fato gerador terá ocorrido, na hipótese de ato ou negócio 
jurídico condicional, se implementada a condição suspensiva, 
ou na hipótese de condição resolutiva, na circunstância que as 
consequências tributárias serão deflagadas desde o momento da 
prática do fato ou celebração do negócio jurídico.
A hipótese de incidência é a descrição legislativa do fato jurídico. Uma 
vez acontecido, enseja o nascimento da obrigação tributária principal. 
Logo, a hipótese de incidência tributária desdobra-se em antecedente 
e consequente, que descreve o fato, delimitando as coordenadas de 
espaço e o tempo de sua ocorrência. Já no consequente, delimita uma 
relação jurídica que indica os sujeitos ativo e passivo, bem como seu 
objeto. Neste tópico, conjugam-se os critérios material, espacial e 
temporal.
O critério material é o que descreve a conduta, o verbo. Tal conduta 
ou estado há de ocorrer em um determinado lugar. Neste critério, 
denomina-se o territorial ou geográfico, indicativo do local em que se 
considera ocorrido o nascimento da obrigação tributária. Por fim, o 
critério temporal é o tempo que nasce a obrigação tributária.
O critério pessoal e o quantitativo compõe o consequente tributário, 
descrita na materialidade indicada pela coordenada espacial e 
temporal do fato antecedente da norma jurídica, imputando em 
uma relação jurídica mediante o qual um sujeito ativo possui o 
13
direito de exigir o tributo do sujeito passivo, do dever de pagá-lo 
(critério subjetivo), apontando-se o valor da prestação pecuniária 
correspondente, a base de cálculo e a alíquota (critério quantitativo).
O critério pessoal corresponde aos personagens, os sujeitos ativos e 
passivos, que protagonizam a relação jurídica tributária caracterizada 
como a obrigação tributária principal.
A regra matriz de incidência tributária é uma norma jurídica de 
comportamento, um instrumento lógico que é dirigido diretamente 
aos contribuintes e serve para prescrever as condutas.
O fato imponível é a ocorrência no mundo fenomênico do fato 
previsto na norma jurídica (fato gerador abstrato). A obrigação 
tributária nasce da ocorrência do fato imponível (fato gerador 
concreto), constituindo um vínculo obrigacional entre sujeitos ativo 
e passivo. O sujeito ativo torna-se o titular do direito subjetivo de 
exigir a prestação tributária e o sujeito passivo, o dever jurídico de 
cumpri-la. De tal modo, a obrigação tributária é de dar uma prestação 
pecuniária, ou seja, de dar dinheiro aos entes tributantes. Com o 
nascimento da obrigação tributária, o débito tributário é ilíquido 
e incerto, pois o contribuinte não sabe quanto deve pagar, onde, 
quando, porém, uma vez praticado o fato imponível (fato gerador 
concreto) de determinada exação pelo sujeito passivo de assumir a 
qualidade de devedor do débito tributário. O vínculo obrigacional 
nasce, mas depende da identificação do sujeito passivo e da 
quantificação de seu objeto e conteúdo econômico. A liquidez, certeza 
e exigibilidade que alterará o status da obrigação tributária para 
crédito tributário, que se formaliza com o lançamento tributário, ato 
administrativo, que formaliza e constitui o crédito tributário.
O lançamentotributário torna líquida e certa a obrigação tributária 
e trata da exigibilidade do crédito tributário. O crédito tributário é o 
vínculo obrigacional devidamente quantificado, depois do lançamento 
14
tributário, cujo sujeito ativo pode exigir do sujeito passivo, o 
pagamento do tributo. Para o Direito Tributário, a obrigação 
tributária só nascerá se documentada formalmente, por intermédio 
do lançamento.
As espécies de lançamento tributário são: ofício, declaração e 
homologação. O lançamento de ofício é feito pelo Fisco e independe 
da participação do contribuinte. Por exemplo, a própria Fazenda 
Pública informa ao contribuinte quanto deve recolher em relação a 
determinada exigência. O lançamento por declaração, ou misto, é 
aquele que tem tanto a participação do contribuinte como do Fisco e 
se fundamenta na declaração do sujeito passivo, ou terceiro, prestada 
à Administração Pública. Por fim, o lançamento por homologação 
é conhecido como autolançamento, já que se tem o recolhimento 
exigido do contribuinte sem qualquer prévia manifestação do Fisco. É 
ato jurídico administrativo de natureza confirmatória, em cujo agente 
público, verificando o exato implemento das prestações tributárias 
determinado sujeito passivo, declara, de modo expresso, a obrigação 
tributária que houve, mas que já se encontra devidamente quitada 
até aquela data, em consonância com os termos da lei.
Só haverá a extinção após a homologação expressa ou tácita. O 
pagamento antecipado requer um ato homologatório a ser realizado 
pelo Fisco, dissolvendo-se o vínculo obrigacional constituído. Se o 
Fisco discordar da atuação do contribuinte, quer por ter pago valor 
indevido ou ter declarado não haver necessidade de pagar, poderá 
realizar o lançamento tributário de ofício.
Neste contexto, será conferido tratamento diferenciado, de acordo 
com as hipóteses de ter havido ou não pagamento, vejamos: I) não 
tendo havido o pagamento do tributo, não há o que homologar, 
sendo aplicável o prazo decadencial do artigo 173, inciso I do CTN; 
cinco anos, a contar do primeiro dia do exercício seguinte àquele 
cujo tributo poderia ter sido lançado; II) se houver pagamento, será 
15
aplicável a contagem do prazo no art. 150, § 4°do CTN; cinco anos a 
contar da ocorrência do fato imponível.
Por fim, o lançamento tributário visa à constituição do crédito 
tributário, imputando certeza, liquidez e exigibilidade. Ao passo que 
o auto de infração constitui a cobrança da penalidade pecuniária, 
em face da ocorrência de um ilícito, ora descumprimento de uma 
obrigação principal ou acessória.
4. Sujeito ativo, sujeição passiva tributária e 
capacidade tributária
O sujeito ativo da obrigação tributária é o titular da capacidade 
tributária. Consiste na pessoa que detém aptidão para arrecadar 
tributos e fiscalizar a exação fiscal.
O sujeito ativo da obrigação tributária é a pessoa titular do direito de 
exigir do sujeito passivo pagamento do tributo, obrigação principal ou 
um comportamento comissivo ou omissivo, obrigação acessória.
No trato do tema da competência tributária, os sujeitos ativos da 
obrigação tributária consistem nas pessoas políticas que receberam 
a capacidade tributária por intermédio de delegação, que tenham 
personalidade jurídica de direito público, como, por exemplo, 
autarquia ou fundações. Já o sujeito passivo, concerne aquele que 
responde pelo débito inerente à obrigação tributária. Trata da pessoa 
física ou pessoa jurídica, que detém a aptidão de figurar no polo 
passivo da relação jurídica tributária.
O contribuinte é aquele que detém relação pessoal e direta com a 
situação que constitui a hipótese de incidência, ao passo que o sujeito 
indireto é o responsável tributário, que não reveste de condição de 
contribuinte e sua obrigação advém de disposição legal.
16
A capacidade tributária independe da capacidade civil. A capacidade 
tributária passiva é a aptidão que a pessoa, titular de direitos 
fundamentais, tem para ocupar o papel de sujeito passivo de relações 
jurídicas de natureza fiscal. Difere da capacidade civil, uma vez que 
não há necessidade do sujeito passivo tributário completar dezoito 
anos de idade. A capacidade tributária trata do sujeito ser capaz de 
realizar o fato jurídico tributário.
Posto isto, vale mencionar também que o Código Civil, em seu 
artigo 70, preceitua que domicílio é o local em que a pessoa natural 
estabelece sua residência com ânimo definitivo. No entanto, se a 
pessoa natural detiver várias residências, onde alternativamente vive, 
quaisquer uma delas poderá ser considerada domicílio, incluindo as 
relações profissionais.
O domicílio tributário pode ser desmembrado da seguinte maneira: 
I) para pessoas naturais, o domicílio será sua residência habitual, 
na incerteza o centro habitual de sua atividade; II) para pessoas 
jurídicas de direito privado, o domicílio será o lugar da sede ou 
estabelecimento que realizar o fato jurídico tributário; III) para 
pessoas jurídicas de direito público, o domicílio será o local de 
qualquer das partições no território da pessoa política tributante.
5. Responsabilidade tributária
A lei pode atribuir, de modo explícito, a responsabilidade pelo crédito 
tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato imponível, excluindo, 
portanto, a responsabilidade do contribuinte ou a atribuição é feita 
em caráter supletivo.
A responsabilidade tributária de pagar o tributo é deslocada do 
contribuinte, sujeito passivo direto para o responsável tributário, 
17
sujeito passivo indireto, por intermédio da ocorrência de 
determinado previsto em lei.
Ademais, no caso de haver solidariedade, resta ao Fisco a escolha do 
devedor ou devedores que serão cobrados para pagamento do dever 
jurídico. Ressalta-se que a solidariedade tributária é sempre passiva, 
posto que somente pode existir entre sujeitos que figurem neste 
polo. Não constitui modalidade de sujeição passiva indireta, uma vez 
que os devedores solidários não são terceiros, visto que realizam a 
situação fática descrita na hipótese de incidência. Logo, não se inclui 
terceira pessoa no polo passivo da obrigação.
Há também o caso da responsabilidade por sucessão, que ocorre 
no momento em que o legítimo devedor desaparece e outro ocupa 
seu lugar. Tal passagem pode ocorrer por morte da pessoa física, 
ou extinção da pessoa jurídica ou venda de alguma propriedade ou 
estabelecimento comercial.
Neste aspecto, serão pessoalmente responsáveis: i) o sucessor e 
o cônjuge meeiro pelos tributos devidos pelo de cujus até a data 
da partilha, no limite da herança (quinhão, legado, meação); ii) o 
espólio pelos tributos devido pelo de cujus até a data da abertura da 
sucessão; iii) o adquirente ou remitente, pela exação relativas aos 
bens adquiridos 
ou remidos e iv) a pessoa jurídica que resultar de fusão, 
transformação, incorporação, cisão1 (COSTA, 2015, p. 223-224).
Por exemplo, o fundo de comércio é todo conjunto de titularidade 
de bens reunidos pela empresa para exploração da sua atividade 
comercial, potencial para seu desenvolvimento, bem como as 
mercadorias em estoque, empregados, investimentos e marca. 
1 Fusão: consiste na operação cuja duas ou mais sociedades se unem para formar uma nova sociedade. 
Transformação: é quando uma sociedade anônima se transforma para sociedade limitada. 
Incorporação: é a operação mediante o qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra. 
Cisão: é a operação na qual se extingue uma sociedade, transferindo todo ou parte de seu patrimônio para outra 
sociedade já existente ou criada por intermédio da operação.
18
Quando o fundo de comércio é alienado, todo conjunto de bens 
móveis, reunidos pela empresa para exploração de sua atividade 
comercial, todo o conjunto passará para titularidade de outro, 
que responderá tributariamente pelo estabelecimento comercial 
adquirido. Logo, a alienação do fundo de comércio está sujeita à 
sucessão, posto que o adquirente sucederá o alienante em todos os 
direitos e obrigações declaradasno contrato de venda de compra, 
na universalidade dos bens tangíveis e intangíveis no exercício da 
atividade comercial.
A responsabilidade tributária pressupõe que a pessoa física 
ou pessoa jurídica que adquirir de outra fundo de comércio ou 
estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar 
com a respectiva exploração, responde pelos tributos, desde a data 
do fato venda e compra: i) integralmente, se o alienante cessar a 
exploração comercial, industrial ou da atividade; ii) subsidiariamente 
com a alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentre do 
prazo de seis meses, a contar da data da alienação, da nova atividade 
no mesmo ramo de comércio.
Já o caso da responsabilidade de terceiro, ocorre na impossibilidade 
de cobrança da obrigação principal do contribuinte. Estes terceiros 
respondem solidariamente nos atos que intervirem ou omitirem e 
foram responsáveis, são exemplos: os pais que pagam os tributos 
devidos pelos filhos; tutores e curadores que pagam os tributos dos 
tutelados e curatelados; administradores de bens de terceiros, que 
pagam os tributos devidos por estes; inventariante que pagam os 
tributos devidos pelo espólio; síndicos que pagam os tributos devidos 
pela massa falida; os tabeliões, escrivães e demais serventuários que 
pagam os tributos em razão dos atos praticados no ofício; e sócios na 
liquidação de sociedade de pessoas.
19
O artigo 134, do CTN, leva em consideração a desídia de terceiros, 
que não cumprem os deveres a eles compelidos no que tange a 
realizar uma boa administração ou fiscalização. Neste sentido, a 
responsabilização não envolve a má-fé do terceiro ao passo que a 
penalização é aplicada apenas em caráter moratório.
Ao passo que o artigo 135, do CTN, quando trata de responsabilidade 
de terceiro, tal preceito legal pressupõe que mandatário, prepostos, 
as pessoas elencadas no art. 134 do CTN, diretores, gerentes 
ou representantes de pessoas jurídicas de Direito privado são 
pessoalmente responsáveis pelos créditos tributários resultantes 
de atos, negócios jurídicos praticados com excesso de poderes ou 
infração de lei, contrato social ou estatuto.
Portanto, a responsabilidade de terceiro tem o intuito de atingir 
aquele que tenha poder de gestão, de tomar decisões em nome 
da pessoa jurídica. A responsabilidade não é objetiva, perante a 
necessidade de verificar a validade do ato praticado, e é imputado 
a tais pessoas o dever de saldar dívida fiscal da pessoa jurídica que 
tenha praticado atos com dolo ou culpa.
A caracterização do artigo 135, do CTN, tem como elemento 
indispensável o dolo do representante da pessoa jurídica, 
devidamente apurado por intermédio dos meios legais. Logo, deve 
ser caracterizada a gestão fraudulenta ou negócio jurídico com fulcro 
de lesar o credor tributário.
Referências
BECKER, A. A. Carnaval Tributário. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
CARVALHO, P. de B. Curso de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2016.
20
COSTA, R. H. Curso de Direito Tributário. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2015.
MELO, J. E. S. de. Curso de Direito Tributário. 10 ed. São Paulo: Dialética, 2012.
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Responsabilidade Tributária
Autoria: Ana Luiza Vieira Santos
Leitura crítica: Renato Traldi Dias
Objetivos
• Conceituar o termo Responsabilidade Tributária.
• Exemplificar situações relativas à Responsabilidade 
Tributária.
• Estabelecer critérios de definição da 
Responsabilidade Tributária.
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1. Responsabilidade tributária
O sujeito passivo é representado por um contribuinte ou por um 
responsável. O contribuinte pode ser constituí de uma pessoa física 
ou jurídica, que possua relação pessoal e direta com a situação que 
constitua o respectivo fato gerado. A lei pode instituir de forma explícita 
um responsável tributário, que terá a obrigação de adimplir o tributo 
devido, substituindo o contribuinte da obrigação principal.
Apesar da Magna Carta apontar as regras matrizes de incidência, 
implicitamente, a lei qualifica a responsabilidade tributária de modo 
expresso. Desta feita, a responsabilidade do terceiro nunca poderá ser 
presumida ou implícita; atinente será necessariamente estabelecida 
por lei seja como dispositivo do Código Tributário Nacional (CTN) ou da 
devida legislação ordinária.
A norma jurídica tributária impõe a responsabilidade tributária a 
outra pessoa, que será o terceiro estabelecido pela lei. Nesta esteira, a 
responsabilidade tributária precisas duas normas jurídicas tributárias: a 
regra matriz de incidência tributária e a regra matriz de responsabilidade 
tributária. Cada regra matriz terá sujeitos e pressuposto de fato 
diferentes.
Existem limitações constitucionais acerca da responsabilidade tributária, 
pois a Lei Complementar responderá pelo ônus tributário no que tange 
a razoabilidade de um terceiro.
A exceção para obrigatoriedade de lei, que explicite a substituição 
tributária, ocorre quando responsabilidade do contribuinte e é estendida 
pelo caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da respectiva 
obrigação. Tal preceito legal está fundamentado nos artigos 128 a 
133, do Código Tributário Nacional.
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1.1 Contribuinte e responsável tributário
O sujeito passivo é aquele que protagoniza o fato descrito na hipótese 
de incidência tributária, ora, o contribuinte natural da obrigação 
tributária aquele que tirou proveito econômico do fato jurídico 
tributário.
A responsabilidade originária é originada pela relação de identidade 
entre a pessoa que deve pagar o tributo e penalidade pecuniária 
pelo envolvimento direto no fato gerador e que se beneficiou 
economicamente do fato, conforme estabelecido pelo artigo 123 do 
CTN.
Art. 123. Salvo disposição de lei em contrário, as convenções particulares, 
relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não pode ser 
opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito 
passivo das obrigações tributárias correspondentes.
Por sua vez, o responsável tributário é o terceiro cuja obrigação 
tributária decorre de disposição expressa de lei e este terceiro não 
possui relação de natureza econômica, pessoal e direta com a situação 
que constitua o fato gerador. A responsabilidade tributária não pode 
ocorrer de forma implícita.
Com isso, o responsável é classificado sujeito passivo indireto, dado que 
sua responsabilidade foi originada pela lei, e não pela referida relação. 
Portanto, é um terceiro com relação do fato jurídico tributário, por 
ser eleito pela legislação tributária, este responde pelo pagamento do 
tributo.
Segundo Melo (2012), o legislado estabelece critérios dos procedimentos 
a serem realizados para substituição tributária, de modo que o 
intérprete e os destinatários da norma jurídica não enfrentem um caos 
tributário, em função das diferentes interpretações e de qualificações 
equivocadas.
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Em sentido amplo, o contribuinte é aquele quem incumbe o 
cumprimento da prestação de natureza tributária, seja o pagamento do 
tributo, ou um comportamento positivo ou negativo, visando o interesse 
da arrecadação tributária. Logo, qualifica-se sujeito passivo tributário, 
contribuinte, que detém a relação jurídica sancionatória que importa 
penalidade.
De acordo com Costa (2015), o sujeito passivo indireto ou responsável 
quando “sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra 
de disposição expressa de lei” (art. 121, parágrafo único, inciso II, CTN). 
Este terceiro foi eleito pela lei para responder pelo pagamento do 
tributo, mesmo sem ter relação com o fato jurídico tributário.
O sujeito passivo indireto é resultante de substituição de imputação de 
responsabilidade por obrigação tributária de terceiro que não praticou 
a hipótese de incidência. Entretanto, o responsável possui vinculação 
indireta com o contribuinte. O substituto deve decorrer naturalmente da 
hipótese de incidência e da materialidade descrita da norma jurídica.
Em um enfoque jurídico da substituição, o legislador afasta por completo 
o verdadeiro contribuinte querealiza o fato imponível, prevendo a lei, 
desde logo, fica compelida a pagar a dívida como própria, eis que a 
norma não contempla o débito tributário de terceiro (substituído).
A substituição regressiva atribui uma responsabilidade tributária a 
uma terceira pessoa, distinta da obrigação tributária já concretizada, 
por razões de comodidade e praticidade. Tal fenômeno denomina-se 
diferimento, compreendido como postergação da exigência tributária 
num momento ulterior do ciclo mercantil.
Algumas modalidades econômicas, normalmente enquadradas na 
substituição regressiva, são: insumos agropecuários, produtos in natura, 
gado, leite, resíduos de materiais e metal não ferroso.
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A substituição progressiva refere-se a uma pessoa responsável pelo 
recolhimento de determinado valor, como exação tributo, relativamente 
a fato futuro e incerto, por intermédio de alocação de valor. Nesta 
esteira, por antecipação do contribuinte de uma obrigação tributária, 
não presume que venha a ser realizada no futuro.
São exemplos de mercadorias inseridas na substituição progressiva: 
refrigerante, combustível, cerveja, produtos farmacêuticos, 
componentes eletrônicos, entre outros.
1.2 Modalidade de responsabilidade tributária
A substituição tributária transfere, para outro devedor terceiro, a 
responsabilidade tributária e pode ocorrer em virtude da venda de 
imóveis, demais aquisições ou remições de bens, morte do contribuinte 
e alienação societárias. De acordo com o artigo 131 do CTN, as 
modalidades de responsabilidade tributária são:
I. O adquirente ou remetente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos 
ou remidos;
II. O sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos 
pelo de “cujus” até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta 
responsabilidade ao montante do quinhão, do legado ou da meação;
III. O espólio, pelos tributos devidos pelo de “cujus” até a data da abertura 
da sucessão. (art. 131, CTN)
Um exemplo de aplicação da modalidade de adquirente é um 
comprador de um automóvel que fica responsável pelo Imposto Sobre 
Propriedade de Veículo Automotor (IPVA) devido pelo proprietário 
anterior. No caso de um contribuinte falecer sem a liquidação de 
tributos gerados durante sua vida, tais como Imposto Predial e 
Territorial Urbano (IPTU), IPVA, Imposto sobre Serviços (ISS), os tributos 
devem ser apurados e devem constar nos processos de inventário 
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dos bens desse contribuinte falecido, listando as pessoas habilitadas 
à sucessão do patrimônio, incluindo bens, direito e obrigações, com 
participação das Fazendas Públicas.
Os responsáveis tributários pelos créditos correspondentes a 
obrigações tributárias, resultantes de atos praticados com excesso de 
poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos, por exemplo, 
as pessoas referidas no artigo anterior; os mandatários, prepostos 
e empregados; os diretores, gerentes ou representantes de pessoas 
jurídicas de direito privado. Ademais, o inadimplemento da obrigação 
tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária 
do sócio-gerente.
A solidariedade é um instrumento de praticabilidade na seara tributária, 
uma vez que propicia a escolha da administração pública do devedor 
débito fiscal em relação qual seja o meio mais fácil e cômodo de 
exigir a dívida integralmente. Tal preceito corrobora às pessoas que 
têm interesse comum na situação que constitui o fato imponível da 
obrigação principal, refere-se às pessoas expressamente designadas por 
lei.
A solidariedade não comporta o benefício de ordem. Logo, o Fisco 
não fica restrito a uma ordem de preferência que obrigaria a cobrar o 
contribuinte e, depois, realizar a cobrança do devedor solidário.
Por fim, o artigo 134, do CTN, pressupõe a responsabilidade por terceiro 
nos casos de não ser possível exigir o cumprimento da obrigação 
principal pelo contribuinte, que respondam solidariamente pelos atos 
tributários que intervém. 
1.3 Responsabilidade subsidiária
A responsabilidade subsidiária ocorre quando a pessoa natural ou 
jurídica de direito privado, adquire outra, por qualquer título, fundo de 
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comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e 
mantém a respectiva exploração, na mesma razão social ou sob firma 
ou nome individual. Com isso, essa pessoa responde pelos tributos, 
relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até a data do 
ato, responde por:
A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir o fundo de 
comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e 
continuar a respectiva exploração, corresponde pelos tributos, relativos ao 
fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato (caput)
I.  integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria 
ou atividade;
II. subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou 
iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade 
no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. (art. 
133, CTN) 
Quando necessário, primeiramente, o contribuinte é exigido, apenas 
no caso de frustração, o responsável deverá pagar os tributos, sendo 
um exemplo típico de responsabilidade. Na falta de pagamento do 
contribuinte, presume-se a subsidiariedade.
Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da 
obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com 
este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem 
responsáveis. Por exemplo, os pais são responsáveis pelos tributos 
devidos por seus filhos menores de dezoito anos. Os curadores e 
tutores são responsáveis pelos tributos devidos por seus curatelados 
e tutelados, respectivamente. No caso de um espólio, o inventariante é 
responsável pelo pagamento dos tributos devidos.
Os elementos necessários à caracterização da responsabilidade 
tributária, previstos no art. 135 do CTN, são os seguintes: elemento 
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pessoal e elemento fático. O elemento pessoal refere-se ao sujeito ativo 
ou responsável pelo crédito tributário. Pode ser interpretado como 
o executor material, o administrador da sociedade, sócio, acionista, 
mandatário, preposto, empregado, diretor ou representante. O 
elemento fático corresponde a condutas infratoras, com existência de 
dolo ou excesso de poder ou infração de lei.
A responsabilidade solidária possui caráter da subsidiariedade, uma 
vez que não se pode cobrar ambos os devedores e deve existir uma 
ordem de preferência a ser seguida. Em primeiro lugar, cobra-se do 
contribuinte. Em caso de não pagamento, exige-se o gravame do 
responsável tributário.
1.4 Responsabilidade por substituição em sentido estrito
A responsabilidade de terceiros trata da responsabilidade em sentido 
estrito, relativa à situação cuja pessoa denominada a responder 
pelo débito do contribuinte deixou de cumprir um dever, legalmente 
estabelecido.
A responsabilidade por substituição, pode ser intitulada como 
responsabilidade originária ou de primeiro grau. Esse tipo de 
responsabilidade ocorre quando a terceira pessoa (substituto) toma o 
lugar do contribuinte (substituído), antes da ocorrência do fato gerador. 
A lei atribui para o substituto a nomenclatura de responsável por 
substituição ou contribuinte substituto, ou, ainda, substituto tributário. A 
obrigação tributária de adimplir o tributo é do responsável, tornando o 
contribuinte desonerado de quaisquer deveres jurídicos.
Esta responsabilidade surge em ocorrência do fato gerador, cuja 
sujeição passiva recai sobre um terceiro diferente daquela que possui 
relação jurídica original. Logo, em nenhum momento, o dever de pagar 
o tributo incide sobre a figura do contribuinte, não havendo qualquer 
mudança subjetiva na obrigação tributária.
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No caso de uma empresa, os diretores, gerentes ou representantes de 
pessoas jurídicas de direito privado são pessoalmente responsáveis 
pelos créditos tributários atinentes a obrigações tributárias resultantes 
de atos praticadoscom excesso de poderes, infração de lei, estatutos ou 
contrato social ou com dolo específico.
Outro tipo de substituição tributária é substituição tributária para trás, 
que acontece quando há antecipação do recolhimento do tributo cujo 
fato gerador ocorrerá (se ocorrer) em um momento posterior, com 
lastro em base de cálculo presumida. Portanto, antecipa-se o pagamento 
do tributo, sem que se disponha de uma base de cálculo real apta a 
dimensionar precisamente o fato gerador, uma vez que ainda não 
ocorreu.
Neste contexto, o terceiro somente será chamado a responder 
pelo débito tributário perante impossibilidade de exigência de seu 
pagamento pelo contribuinte de fato. Neste caso, a responsabilidade 
será solidária somente em relação aos responsáveis dentre si, no vínculo 
de natureza sancionatória. Portanto, não se trata de uma solidariedade 
tributária.
A lei poderá atribuir, ao contribuinte da obrigação tributária, a condição 
de responsável tributário pelo pagamento de imposto ou contribuição 
para um fato gerador ocorrer posteriormente. É assegurada a imediata e 
preferencial restituição da quantia paga, caso não ocorra o fato gerador 
presumido. O cálculo do recolhimento total é realizado sobre o valor 
pelo qual se presume que a mercadoria será vendida ao consumidor 
final.
1.5 Responsabilidade por transferência subitens por: 
terceiros e por infrações
A responsabilidade por terceiros é disciplinada pelo artigo 134, do 
CTN, e determina que, nos casos do não cumprimento da obrigação 
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principal pelo contribuinte, respondem solidariamente pelos atos. Trata 
da responsabilidade que se ocorre quando uma terceira pessoa toma o 
lugar do contribuinte após a ocorrência do fato gerador, em razão de um 
evento a partir do qual se desloca (se transfere) o ônus tributário para 
um terceiro escolhido por lei. Este terceiro é denominado responsável 
tributário, propriamente dito. O responsável tributário responde por 
débito alheio, enquanto o substituto tributário (responsabilidade por 
substituição) responde pelo próprio débito fiscal.
Neste contexto, mesmo após a ocorrência de um evento determinado, 
tais como morte do contribuinte, aquisição de bens, aquisição de fundo 
de comércio e entre outros, transfere-se do ônus do tributo pesa para 
o responsável tributário. Com o artigo 124, do CTN, os devedores 
solidários são: 
I. as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o 
fato gerador da obrigação principal; denomina-se solidariedade natural,
II. as pessoas expressamente designadas por lei; definem como 
solidariedade legal. (art. 124, CTN)
Na responsabilidade solidária passiva, o Fisco pode exigir a totalidade 
do crédito de qualquer dos codevedores ou responsáveis tributários, 
independentemente de acordo entre eles para que apenas um destes 
responda pelos débitos tributários. Um dos efeitos da solidariedade é 
que o pagamento efetuado por um dos obrigados é compartilhado com 
os demais, evitando que mais de um responsável pague pelo mesmo 
débito.
Outro efeito é que a isenção ou remissão de crédito exonera todos 
os obrigados, retirando o dever de pagar o tributo. A exceção ocorre 
quando outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, 
a solidariedade quanto aos demais pelo saldo e a interrupção da 
prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica 
aos demais.
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A responsabilidade por sucessão é a transferência causa mortis, isto é, 
a transmissão do ônus ocorre para os herdeiros. Com a morte do de 
cujus, ocorre, consequentemente, a abertura da sucessão. O sucessor 
responde pelos débitos tributários já constituídos até a sucessão e pelos 
constituídos posteriormente a ela.
Entretanto, a formalização da transferência da responsabilidade para 
os sucessores, depende da conclusão do processo de inventário (ou 
arrolamento), com a consequente partilha dos bens. O período para 
verificação dos tributos é iniciado com a abertura da sucessão (morte) e 
é concluído com o término do processo de inventário (partilha dos bens). 
A responsabilidade pelos tributos devidos pelo de cujus, até a data de 
sua morte, é do espólio.
Trata da responsabilidade que será legitimada pela viabilidade de 
concretizar a exigibilidade tributária do contribuinte e em caráter 
subsidiário que competia a terceiro. Reitera-se que o espólio não é 
pessoa e consiste tão somente em uma universalidade de bens e 
direitos. Tal afirmação retrata a impossibilidade do espólio ser sujeito de 
direitos e obrigações na ordem jurídica. Logo, não é possível ao espólio 
figurar como devedor (sujeito passivo) em qualquer relação jurídica (os 
débitos porventura existentes seriam dos sucessores, que, em teoria, 
imediatamente passam a ser proprietários dos bens, titulares dos 
direitos e sujeitos passivos das obrigações).
A responsabilidade encontra-se fundamentada no artigo 128, do CTN, 
concerne a terceira pessoa vinculada indiretamente ao fato jurídico 
tributário que ensejou a obrigação principal. A modalidade de sujeição 
passiva manifesta-se mediante a exclusão do crédito, o ônus tributário. 
A obrigação tributária não é satisfeita pelo contribuinte que satisfaz 
a prestação pecuniária correspondente, pertinentes por múltiplas 
hipóteses para um terceiro, que denomina responsável chamado para 
arcar o débito tributário.
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A responsabilidade por infrações da legislação tributária está 
relacionada com a intenção do agente ou responsável e da efetividade, 
natureza ou extensão dos efeitos do ato. A responsabilidade é pessoal 
do agente, quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou 
contravenções. A exceção ocorre quando as infrações são praticadas 
no exercício regular da administração. Esta responsabilidade não 
desloca a figura do verdadeiro responsável, no caso do agente agir em 
conformidade em razão de manifesta imposição, há de se atentar para 
caracterização do tipo delituoso, especialmente a questão do dolo.
Por fim, a Denúncia Espontânea trata de uma exclusão da 
responsabilidade quando acompanhada do pagamento do tributo 
devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada 
pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa 
de apuração. Neste contexto, a responsabilidade é excluída pela 
denúncia espontânea, acompanhada pelo pagamento do tributo devido 
e dos juros de mora ou do depósito da importância arbitrado pelo Fisco, 
quando houver necessidade de apuração.
O benefício da denúncia espontânea não é aplicável aos tributos sujeitos 
a lançamento por homologação regularmente declarado, mas pagos 
fora dos prazos legais. A simples confissão da dívida conjuntamente com 
pedido de parcelamento não configura denúncia espontânea.
Após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de 
fiscalização, não se considera a denúncia apresentada como espontânea 
para atos relacionados com a infração. A classificação da denúncia 
como espontânea, com o consequente benefício do afastamento da 
responsabilidade pela infração, depende de que a confissão seja ocorra 
antes que o Fisco realize qualquer providência tendente a lançar o 
tributo.
Conclui-se, portanto, que a obrigação tributária, há um único sujeito 
passivo que o Código Tributário Nacional denomina contribuinte. 
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Tal contribuinte é protagonista do fato jurídico tributário, portanto, 
considerado logicamente sujeito passivo da obrigação. A obrigação 
tributária que não é satisfeita pelo contribuinte satisfaz a prestação 
correspondente.
A responsabilidade em sentido amplo, traduz numa natureza 
sancionatória, fundamentado nos artigos 134 e 135, do CTN, de caráter 
assecuratório, como na sucessão que aludem os artigos 130 e 132, do 
CTN. Por fim, na responsabilidade sancionatória tem elemento a culpa 
fundamento da responsabilidade, pelo simples fato de ser mais cômodo 
prático para a arrecadação tributária.
A obrigação principal, o sujeito passivo direto, ou contribuinte, é 
protagonista do fato ensejador do nascimento dovínculo obrigacional, 
denominado de sujeito passivo indireto ou responsável de terceiro em 
relação do fato jurídico tributário, trata de uma relação jurídica distinta, 
uma vez que alcançado pela lei para satisfazer a prestação do objeto 
principal mediante ato ilícito, descumprimento do dever jurídico, em 
função de disciplina assecuratória para satisfação do crédito tributário.
A denúncia da infração é especificada e formalizada por escrito, 
devidamente instruída por elementos de documentos pertinentes 
a critério da situação tributária. Por exemplo, se a infração referir 
ao descumprimento da obrigação acessória, falta de comunicação, 
mudança de endereço, bastará proceder tais informações via formulário 
ou eletronicamente.
Referências
BECKER, A. A. Carnaval Tributário. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
CARVALHO, P. de B. Curso de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2016.
COSTA, R. H. Curso de Direito Tributário. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2015.
MELO, J. E. S. de. Curso de Direito Tributário. 10. ed. São Paulo: Dialética, 2012.
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Lançamento e Suspensão
Autoria: Márcio Alexandre Ioti Henrique
Leitura crítica: Renato Traldi Dias
Objetivos
• Demonstrar como é constituído o crédito tributário.
• Analisar as diferentes espécies de lançamento.
• Analisar as causas de suspensão da exigibilidade do 
crédito tributário.
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1. Lançamento tributário
Lançamento tributário é um ato jurídico administrativo, mediante o 
qual é inserida, no sistema jurídico, uma norma individual e concreta, 
que individualiza a conduta realizada em uma situação concreta pelo 
contribuinte, constituindo o crédito tributário.
Sem o lançamento, o fisco não tem o conhecimento da conduta 
realizada pelo contribuinte, que deflagra a ocorrência do fato gerador, 
não podendo, dessa forma, exigir o pagamento do tributo devido.
Assim, é somente com o lançamento que o fisco terá condições de 
perceber que a hipótese de incidência tributária foi realizada pelo 
contribuinte e, consequentemente, cobrar os valores devidos.
Você consegue perceber qual a diferença entre o lançamento tributário 
e um auto de infração e imposição de multa?
Veja, no lançamento tributário, a norma individual e concreta inserida 
no sistema traz em seu antecedente uma conduta lícita, deflagrando 
em seu antecedente, a relação jurídica tributária, que determina o 
pagamento do tributo ao fisco.
Assim, o fato do indivíduo auferir renda faz com que tenha que pagar à 
União o imposto de renda devido, tendo como base de cálculo o valor da 
renda auferida, multiplicada pela alíquota de x%.
Por outro lado, no auto de infração e imposição de multa, a 
conduta ocorrida no antecedente normativo é ilícita, deflagrando 
a obrigatoriedade de pagar um tributo inadimplido, bem como as 
penalidades pecuniárias decorrentes de tal inadimplemento.
Dessa forma, se uma empresa deixa de recolher Imposto sobre 
Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de 
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Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação 
(ICMS) em determinada operação e sofre fiscalização, será contra 
ela lavrado um auto de infração, sendo que o antecedente da norma 
será composto pelo fato dela ter deixado de recolher o tributo aos 
cofres públicos, ao passo que, no consequente, haverá a imposição do 
recolhimento do tributo, bem como da multa e dos juros incidentes na 
operação.
No ordenamento jurídico brasileiro, há a previsão de três espécies de 
lançamento tributário: de ofício, por declaração e por homologação.
A diferença entre tais espécies reside no fato da maior ou menor 
participação do contribuinte para a apuração do valor devido do tributo. 
Em outras palavras, o que diferencia as espécies de lançamento é a 
cooperação ou não do administrado para chegar-se no valor devido ao 
fisco.
No lançamento de ofício, não há qualquer participação do contribuinte 
para a apuração do montante devido. É a própria administração pública 
que apura e lança o valor do tributo que deve ser pago pelo contribuinte, 
sem qualquer interferência deste. É o que se dá, por exemplo, com o 
Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).
No lançamento por declaração ou misto, como o próprio nome já diz, 
há atuação tanto do contribuinte quanto do fisco, para a apuração do 
tributo devido. Com base em declarações fornecidas pelo contribuinte, 
o fisco apura e determina o valor devido. Atualmente, não há qualquer 
tributo sujeito ao lançamento por declaração em nosso país.
O lançamento por homologação, por sua vez, possui uma ampla atuação 
do contribuinte, sendo que a maioria dos tributos existente no país 
são sujeitos a essa espécie de lançamento. É ele que apura o valor 
devido, informa o fisco e faz o pagamento antecipado do valor que 
entende devido. Uma vez feito o pagamento, o fisco terá que realizar 
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a homologação e esta, nos termos do artigo 150, do Código Tributário 
Nacional, pode ser expressa ou tácita. A homologação expressa ocorre 
quando o fisco se manifesta expressamente sobre a conduta do 
contribuinte. A homologação tácita ocorre quando o fisco fica inerte pelo 
prazo de cinco anos. Esgotado esse prazo, considera-se homologado 
tacitamente o pagamento realizado pelo contribuinte.
Agora, você sabe como o contribuinte realiza os procedimentos para 
informar o fisco? Isso ocorre por meio do cumprimento das obrigações 
acessórias, como, por exemplo, entrega de declarações e envio de 
Sistema Público de Escrituração Digital (SPEDs). Dessa forma, há a 
comunicação formal de todas as operações, valores e recolhimentos 
existentes para o fisco.
Importante frisar que se o contribuinte não efetua o pagamento 
antecipado, o fisco poderá lançar de ofício o valor devido, devendo, 
contudo, apurar se o não recolhimento ocorreu com dolo, fraude ou 
simulação ou não.
Havendo dolo, fraude, ou simulação, o tempo que o fisco dispõe para 
efetuar o lançamento de ofício é de cinco anos a contar do primeiro 
dia do exercício seguinte aquele em que poderia ter praticado o 
lançamento.
São, portanto, duas situações diferentes:
a. Falta de recolhimento do tributo, sem dolo, fraude ou simulação: 
o intervalo temporal para fins de lançamento é de cinco anos, a 
partir do instante da ocorrência do fato gerador.
b. Falta de recolhimento com dolo, fraude ou simulação: o prazo 
para formalização da exigência e para aplicação de penalidades 
é de cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte 
aquele em que o lançamento poderia ter sido realizado.
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Por fim, você deve ter em mente que, por se tratar de ato administrativo, 
o lançamento pode ser declarado nulo ou anulável, ocasião em que será 
realizado um lançamento de ofício, de forma substitutiva, nas hipóteses 
inseridas no artigo 149, do Código Tributário Nacional.
Assim, percebe-se que o lançamento de ofício será sempre suplementar, 
isto é, caso o contribuinte não cumpra suas exigências, o fisco deverá 
efetuar o lançamento de ofício e também este deverá ser utilizado 
sempre que houver a necessidade de substituição de um lançamento 
declarado nulo ou anulável.
2. Suspensão da exigibilidade do crédito 
tributário
Neste material, você entenderá como as causas de suspensão do crédito 
tributário atuam em relação à cobrança do tributo devido.
Uma vez constituído o crédito tributário por meio do lançamento, o fisco 
pode exigir do contribuinte o pagamento do tributo devido, eis que, nos 
termos da relação jurídica tributária deflagrada, o fisco tem o direito de 
exigir o pagamento do tributo, ao passo que o contribuinte tem o dever 
jurídico de realizar referido pagamento.
Importante salientar que, existindo a constituição do crédito tributário, 
se o contribuinte não efetuar o pagamento do tributo devido, haverá 
a inscrição do débito na dívida ativa, formando a chamada Certidão de 
Dívida Ativa (CDA).
A Certidão de Dívida Ativa, nos termos do artigo 784, inciso IX, do Código 
de Processo Civil, é um título executivo extrajudicial, passível de embasar 
a ação de execuçãofiscal.
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Por outro lado, os títulos executivos extrajudiciais devem possuir três 
requisitos, de acordo com o artigo 783, do Código de Processo Civil. Reza 
tal dispositivo legal:
Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em 
título de obrigação certa, líquida e exigível.
Portanto, todo título executivo extrajudicial deve ser certo, líquido e 
exigível.
Ocorre que, o artigo 151, do Código Tributário Nacional, elenca uma 
série de causas que suspendem a exigibilidade do crédito tributário. São 
elas: a moratória, o depósito do montante integral, as reclamações e 
recursos administrativos, a concessão de liminares e o parcelamento.
Será que você consegue perceber qual a consequência da existência de 
uma causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário?
Ora, a consequência é clara! Se presente uma das causas previstas no 
artigo 151, do Código Tributário Nacional, o requisito da exigibilidade 
não estará contemplado e, portanto, o tributo não poderá ser cobrado 
pelo fisco.
Contudo, um ponto é importante destacar: ainda que o tributo não 
possa ser cobrado, o fisco poderá realizar o seu lançamento, a fim 
de evitar a decadência. Isso é de suma importância, pois, caso o fisco 
não efetue o lançamento do tributo correspondente, seu crédito 
estará extinto, nos termos do artigo 156, inciso V, do Código Tributário 
Nacional.
Outro ponto que merece destaque está elencado no parágrafo único, 
do artigo 151, do Código Tributário Nacional. Referido dispositivo 
determina que, ainda que esteja pendente uma causa de suspensão 
da exigibilidade do crédito tributário, motivo pelo qual o fisco não 
pode cobrar o tributo devido, o contribuinte deverá cumprir todas as 
41
obrigações acessórias decorrentes daquele tributo. Assim, deverá emitir 
notas fiscais, escriturar livros, enviar declarações etc.
Agora, você estudará cada uma das causas de suspensão da 
exigibilidade do crédito tributário, previstas no artigo 151, do Código 
Tributário Nacional.
2.1 Moratória e parcelamento
A moratória e o parcelamento são institutos de forma muito semelhante 
e ambos possuem como objetivo principal a concessão de um prazo 
maior para que haja o pagamento do tributo devido.
Para que haja a possibilidade do contribuinte aderir à moratória ou ao 
parcelamento, deve existir lei específica, sem a qual não há que se falar 
na possibilidade de utilização de tais institutos.
Normalmente, os entes possuem leis concedendo a oportunidade do 
contribuinte aderir aos chamados parcelamentos ordinários, que, em 
regra, parcelam a dívida em até sessenta vezes, sem qualquer desconto 
em multa ou juros. Agora, há também os parcelamentos extraordinários, 
que são aqueles criados por leis específicas e que alongam o prazo 
de parcelamento, podendo conceder desconto na multa e nos juros 
incidentes sobre os tributos devidos.
Além disso, a moratória pode ser concedida em caráter geral, hipótese 
em que gera direito adquirido para o contribuinte, ou em caráter 
individual, pela autoridade competente, ocasião em que, analisando 
os requisitos específicos será concedida ao contribuinte. No entanto, 
a moratória concedida em caráter individual não gera qualquer direito 
adquirido, podendo ser revogada a qualquer tempo, nos termos do 
artigo 155, do Código Tributário Nacional.
42
Durante o período em que o tributo estiver parcelado ou que o 
contribuinte esteja cumprindo a moratória, a exigibilidade do crédito 
tributário estará suspensa, impossibilitando o fisco de efetuar a 
cobrança do valor devido.
2.2. Depósito do montante integral
O contribuinte pode ter a intenção de discutir judicialmente se deve ou 
não realizar o pagamento de determinado tributo.
Assim, ingressa com uma ação judicial, buscando que o Poder Judiciário 
declare a existência ou não de determinada relação jurídica tributária 
ou anule determinado lançamento tributário, determinando que o 
contribuinte efetue ou deixe de efetuar o pagamento que o fisco está 
exigindo.
Ocorre que o simples fato do contribuinte ingressar com uma ação 
judicial, para discutir a incidência de um tributo ou a legalidade de 
um lançamento, não impede o fisco de efetuar a cobrança do crédito 
tributário que entende devido.
Dessa forma, para que o contribuinte não seja compelido a pagar o 
tributo, cuja incidência está discutindo em juízo, tem a possibilidade 
de efetuar o depósito do montante integral do crédito tributário que 
está sendo exigido pelo fisco, obtendo, com isso, a suspensão da 
exigibilidade de referido crédito, nos termos do artigo 151, inciso II, do 
Código Tributário Nacional.
Preste atenção: o depósito deve ser do montante integral que está 
sendo cobrado pelo fisco e não do valor que o contribuinte entenda 
devido!
Além disso, se o tributo que está sendo questionado for de única 
incidência, basta o contribuinte realizar um único depósito. Contudo, 
43
se o tributo for de prestações periódicas, como por exemplo, Programa 
de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da 
Seguridade Social (COF|INS), que incidem mensalmente, deverão ser 
realizados diversos depósitos, a cada mês, até que a ação judicial se 
encerre.
Importante frisar que o depósito do montante integral deve ser 
feito antes do vencimento do tributo. Neste caso, uma vez realizado 
o depósito, não há que se falar em mora ou incidência de juros. 
Entretanto, se o contribuinte efetuar o depósito após o vencimento do 
tributo, deverá depositá-lo com multa, juros e correção monetária, pois 
já se encontrava em mora.
Outro ponto que deve ser ressaltado é o fato de que o depósito do 
montante integral é uma faculdade do contribuinte, não podendo 
ser exigido por ninguém. Em outras palavras, o contribuinte realiza o 
depósito apenas se quiser.
Agora, uma vez realizado o depósito, o dinheiro fica à disposição do 
juízo e não poderá ser levantado por qualquer das partes antes do 
encerramento da ação judicial.
Ao final do processo, se o contribuinte for vencedor da ação e ficar 
reconhecido o seu direito a não pagar o tributo, simplesmente levanta 
o dinheiro depositado e está extinto qualquer discussão a respeito do 
crédito tributário.
Entretanto, se o contribuinte perde a ação e fica determinado que 
deverá realizar o pagamento do tributo ao fisco, este deverá converter 
o depósito em renda e realizar a quitação do crédito tributário devido, 
extinguindo a relação jurídica existente, nos termos do artigo 156, inciso 
VI, do Código Tributário Nacional. 
 
Veja que o fisco deverá aceitar a correção monetária incidente nos
44
depósitos judiciais, não podendo exigir qualquer montante a maior do 
contribuinte que realizou o depósito do montante integral.
2.3 Reclamações e recursos administrativos
Todas as vezes em que o contribuinte recebe um lançamento tributário, 
poderá ingressar com uma impugnação administrativa e, com isso, 
instaurar um processo administrativo, para contestar tal lançamento.
Dessa forma, a partir do momento em que o contribuinte ingressa 
com uma impugnação ou defesa administrativa, há a instauração de 
um processo administrativo, que, nos termos do artigo 151, inciso III, 
do Código Tributário Nacional, suspenderá a exigibilidade do crédito 
tributário, enquanto referido processo administrativo estiver em trâmite.
A defesa administrativa poderá ocorrer na esfera municipal, estadual ou 
federal, a depender do tributo que estiver sendo discutido.
Apesar de não ser obrigatório, são várias as vantagens de se utilizar o 
processo administrativo. Destacam-se as seguintes:
a. Não é necessário realizar o pagamento de quaisquer custas para 
ingressar com a defesa na esfera administrativa.
b. A princípio, não é necessária a presença de advogado para que o 
contribuinte instaure o processo administrativo.
c. Há alto grau de especialização do julgador sobre a matéria objeto 
do processo administrativo, pois os Tribunais Administrativos 
possuem juízes especializados nos assuntos que são levados à 
segunda instância.d. Caso o contribuinte vença o processo administrativo, haverá 
coisa julgada, não podendo o fisco tentar reformar a decisão na 
esfera judicial. No entanto, se o contribuinte perder o processo 
administrativo, poderá levar a discussão ao Judiciário, podendo 
rediscutir todos os pontos já tratados na seara administrativa. 
45
Isso ocorre justamente pelo princípio constitucional, insculpido no 
artigo 5, da Constituição Federal, de acesso à justiça, do direito de 
petição e da inafastabilidade do Poder Judiciário.
Assim, o processo administrativo é um importante instrumento à 
disposição dos contribuintes.
2.4 Concessão de liminares
Como já mencionado anteriormente, o contribuinte pode ter a intenção 
de questionar judicialmente a incidência de determinado tributo, seja 
pela interposição de uma ação declaratória, anulatória ou mesmo do 
mandado de segurança.
Entretanto, para que o fisco, durante o trâmite do processo judicial, 
não possa cobrar o contribuinte do tributo que entende devido, de 
duas uma: ou o contribuinte realiza o depósito do montante integral ou 
obtém uma medida liminar, para suspender a exigibilidade do crédito 
tributário, nos termos do artigo 151, incisos IV e V, do CTN.
Neste caso, as medidas liminares possíveis de serem obtidas são a tutela 
antecipada, a tutela cautelar e a liminar concedida em sede de mandado 
de segurança.
Assim, caso o contribuinte comprove a existência dos requisitos 
autorizadores da liminar específica, que, em regra, se resumem ao 
fumus boni juris e no periculum in mora (evidentemente, cada espécie 
de liminar possui a sua nomenclatura específica para seus requisitos), o 
juiz deverá deferir a medida de urgência, com o condão de suspender a 
exigibilidade do crédito tributário.
A princípio, uma vez concedida, se não houver a revogação por parte do 
Tribunal competente ou pelo próprio juiz de primeiro grau em momento 
posterior, a liminar perdura até o final da demanda.
46
Você sabe quais são as consequências disso? Veja abaixo.
Se o contribuinte se consagra vencedor da demanda e não precisar 
efetuar o pagamento do tributo, a liminar se confirmará e nada será 
devido ao fisco.
Entretanto, o problema ocorre na hipótese do contribuinte perder a 
ação e for obrigado a quitar o débito tributário. Neste caso, em razão 
da liminar, ele terá trinta dias, a contar do trânsito em julgado da ação, 
para efetuar o pagamento do tributo devido sem a incidência de multa 
ou juros, afinal não estava em mora, pois possuía uma ordem judicial 
permitindo que não fizesse o pagamento do tributo durante o trâmite 
processual. Contudo, após os trinta dias, se não houver a quitação do 
débito tributário, aí sim, será considerado em mora e terá que pagar os 
valores com a incidência de multa e juros.
Portanto, é preciso que o contribuinte fique atento nesta situação, a 
fim de não ser pego de surpresa, tendo que efetuar o pagamento em 
trinta dias de todos os tributos que deixou de pagar durante o trâmite 
processual em razão da liminar existente a seu favor.
Nesta temática, conseguimos verificar o instituto do lançamento 
tributário e suas implicações, bem como as causas de suspensão da 
exigibilidade do crédito tributário que influenciam no pagamento do 
tributo devido.
Referências
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. 
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 1988. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 
5 set. 2022.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei 
n. 5.172, de 25 de outubro de 1966. Brasília, 1966.Brasília, 1966. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
47
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172compilado.htm. Acesso em: 5 set. 
2022.
BRASIL. Presidência da República. Secretaria-Geral. Subchefia para Assuntos 
Jurídicos. Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015. Brasília, 2015. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm. Acesso 
em: 5 set. 2022.
CARRAZZA, R. A. Curso de Direito Constitucional Tributário. São Paulo: Malheiros, 
2015.
CARVALHO, P. de B. Curso de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2016.
MACHADO, H. de B. Curso de Direito Tributário. São Paulo: Malheiros, 2008.
PAULSEN, L. Direito Tributário, Constituição e Código Tributário à Luz da 
Doutrina e da Jurisprudência. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172compilado.htm. Acesso em: 5 set. 2022.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172compilado.htm. Acesso em: 5 set. 2022.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm. Acesso em: 5 set. 2022.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm. Acesso em: 5 set. 2022.
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Extinção do Crédito Tributário
Autoria: Márcio Alexandre Ioti Henrique
Leitura crítica: Renato Traldi Dias
Objetivos
• Entender o que é extinção do crédito tributário.
• Analisar as causas de extinção do crédito tributário.
• Verificar as consequências para o contribuinte de 
cada uma das causas de extinção.
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1. Introdução–Extinção do crédito tributário
O crédito tributário é constituído por meio do lançamento e, não 
existindo qualquer causa de suspensão de sua exigibilidade, está apto a 
ser exigido pelo fisco competente.
O Código Tributário Nacional, por sua vez, em seu artigo 156, elenca 
uma série de situações que, uma vez ocorridas, têm o condão de 
extinguir o crédito tributário, devidamente constituído pelo fisco.
Analisaremos cada uma dessas causas, a fim de proporcionar um 
entendimento completo sobre o tema. São elas:
2. Pagamento
O pagamento é a forma pela qual o fisco espera que o crédito 
tributário seja extinto pelo contribuinte. Uma vez cobrado do débito, 
o contribuinte quita o valor devido, estando adimplente com o fisco 
competente. Se não houver o pagamento do crédito, sobre o montante 
devido, incidirá juros e multa, de acordo com a legislação aplicável.
Deve-se lembrar que a data de vencimento, bem como o prazo de 
pagamento de cada tributo deve ser estipulada pelo ente competente, 
dando notoriedade ao contribuinte de suas obrigações.
Importante frisar, por fim, que, nos termos do artigo 165, do CTN, o 
contribuinte tem direito à restituição total ou parcial do tributo nas 
seguintes situações: cobrança ou pagamento espontâneo de tributo 
indevido ou maior que o devido; erro na edificação do sujeito passivo, 
na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito 
ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao 
50
pagamento; e, reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão 
condenatória.
O pedido de restituição dos valores deve ocorrer, nos termos do artigo 
168, do Código Tributário Nacional (CTN), dentro do prazo de cinco anos 
contados a partir da data de extinção do crédito tributário ou da data em 
que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a 
decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou rescindido a 
decisão condenatória, conforme o caso.
3. Compensação
A compensação é um instituto muito utilizado no Direito Civil, mas que 
também pode ser aplicado ao Direito Tributário. Na compensação, 
os agentes participantes da relação jurídica instaurada são credores 
e devedores uns dos outros. Em outras palavras, o contribuinte deve 
tributo ao fisco, mas, ao mesmo tempo, possui créditos a seu favor, que 
devem ser quitados pelo fisco.
Na seara tributária, para que o instituto da compensação possa 
ser utilizado, deve existir prévia lei, editada pelo ente competente, 
permitindo essa forma de extinção do crédito tributário.
O artigo 170, do CTN, trata de forma genérica do instituto em matéria 
tributária, asseverando que podem ser objeto de compensação créditos 
líquidos e certos, vencidos ou vincendos.
Um ponto importante que deve ser observado diz respeito à 
impossibilidadede proceder-se a compensação mediante o 
aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito 
passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial, nos 
termos do artigo 170-A, do CTN. Assim:
51
Quadro 1 – Termos
Situação admitida pela legislação. Situação não admitida pela legislação.
Débito relativo ao tributo contestado 
no processo é compensado pela 
utilização de crédito relativo a 
outro tributo, não contestado.
Suposto crédito relativo ao tributo 
contestado no processo é utilizado 
para compensar o débito relativo 
a outro tributo, não contestado.
 
Fonte: elaborado pelo autor.
4. Transação
O ente competente para criar e fazer incidir determinado tributo, 
também é competente para editar uma lei concedendo, ao contribuinte, 
a possibilidade de transacionar com o fisco. Portanto, a transação 
sempre depende de lei.
Transação pode ser entendida como uma forma de acordo com o ente 
tributante, no qual as partes, por meio de concessões mútuas, colocam 
fim a um litígio e consequente extinção de crédito tributário.
Na esfera federal, existe a Lei n. 13.988/202, que trata da possibilidade 
de transação de tributos federais, sendo importante asseverar que 
referida legislação exige sempre a observância do interesse público e 
estar conforme o juízo de oportunidade e conveniência da autoridade 
competente.
5. Remissão
No Direito Tributário, é possível que o ente tributante perdoe, de forma 
parcial ou total, o crédito tributário, por meio do instituto da remissão. 
Pata tanto, deverá existir uma lei autorizadora, permitindo que o fisco 
renuncie ao recebimento do tributo devido pelo contribuinte.
52
Uma vez sendo autorizada por lei, a remissão deverá ser analisada 
caso a caso e deferida pelo ente competente por meio de despacho 
fundamentado, que não gerará direito adquirido, devendo ser 
observadas as exigências do artigo 172, do CTN, sejam: a situação 
econômica do contribuinte; a existência de erro ou ignorância escusáveis 
do sujeito passivo, quanto a matéria de fato; a pequena importância 
do crédito tributário; considerações de equidade, em relação com as 
características pessoais ou materiais do caso; existência de condições 
peculiares a determinada região do território da entidade tributante.
6. Prescrição e decadência
Os institutos da prescrição e decadência possuem fundamental 
importância no Direito Tributário, visto que existem para conferir limites 
temporais para a atuação do fisco na cobrança dos tributos devidos.
Assim, ambos institutos são verdadeiras garantias aos contribuintes, 
no sentido de que o fisco não poderá realizar suas condutas a qualquer 
tempo. Se as condutas do ente tributante não forem realizadas dentro 
de certo prazo, haverá a extinção do crédito tributário.
Quando falamos em prescrição e decadência, precisamos analisar tais 
temas sob duas óticas: a do contribuinte e a do fisco.
Para o contribuinte, decadência é a perda do direito de ingressar com a 
defesa administrativa, pelo decurso do prazo legal. Assim, ele perderá 
a chance de instaurar um processo administrativo para questionar a 
exação devida.
Por outro lado, a prescrição para o contribuinte é a perda de ingressar 
com a competente ação de repetição de indébito para obter a restituição 
de tributos pagos indevidamente ou a maior. O prazo prescricional para 
o contribuinte é de cinco anos, contado a partir do pagamento indevido.
53
Sob a ótica do fisco, decadência é a perda do direito de lançar, ou seja, 
de constituir o crédito tributário. Esse prazo também é de cinco anos 
e é contado do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o 
lançamento poderia ter sido efetuado, ou da data em que se tornar 
definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento 
anteriormente efetuado, nos termos do artigo 173, do CTN.
Por outro lado, prescrição para o fisco é a perda do direito de ingressar 
com a ação de execução fiscal, a fim de executar a Certidão de Dívida 
Ativa (CDA), que demonstra a existência de um débito tributário. O 
prazo prescricional também é de cinco anos, mas seu termo inicial é a 
constituição definitiva do crédito tributário.
Portanto, percebe-se que a decadência impede que o crédito seja 
constituído pelo lançamento, ao passo que a prescrição não permite que 
o crédito definitivamente constituído, seja executado judicialmente.
Por fim, tanto a prescrição, quanto a decadência são matérias de ordem 
pública, motivo pelo qual podem ser conhecidas de ofício pelo juiz.
7. Conversão do Depósito em Renda
O contribuinte pode pretender discutir judicialmente se está ou não 
sujeito à determinada incidência tributária ou pleitear a declaração de 
ilegalidade ou inconstitucionalidade de determinado tributo.
No entanto, o simples fato do contribuinte entrar com uma ação judicial, 
não retira do fisco a prerrogativa de poder cobrar o tributo que entende 
devido.
Desta feita, uma das formas que o contribuinte possui para impedir a 
cobrança do crédito tributário durante o trâmite do processo judicial é 
realizando o depósito do montante integral do valor cobrado pelo fisco, 
54
suspendendo, com isso, a exigibilidade do crédito tributário, nos termos 
do artigo 151, inciso II, do Código Tributário Nacional.
Feito o depósito e havendo o julgamento da demanda, o contribuinte 
pode se sagrar vencedor ou perdedor da causa. Se a ação for julgada 
procedente e ficar reconhecido o direito do não pagamento do tributo, 
basta o contribuinte levantar os valores depositados e não há que se 
falar em qualquer pagamento do fisco.
Agora, na hipótese do contribuinte sair perdedor da ação judicial e for 
reconhecida a obrigatoriedade do pagamento do tributo ao fisco, aquele 
depósito que havia sido feito na ação judicial será levantado pelo fisco e 
convertido em renda, extinguindo o crédito tributário, de acordo com o 
artigo 156, inciso VI, do Código Tributário Nacional.
Deve-se notar que, durante o trâmite da ação judicial, o valor depositado 
é corrigido mensalmente levando em consideração os índices aplicáveis 
aos depósitos judiciais. Essa correção deverá ser aceita pelo fisco, que 
não poderá exigir qualquer valor a maior do contribuinte.
Assim, o valor depositado será levantado pelo fisco, com as correções 
monetárias incidentes na conta judicial, e o crédito será extinto.
8. O pagamento antecipado e a homologação 
do lançamento
Esta causa de extinção do crédito tributário não precisaria estar 
elencada de forma expressa no artigo 156, do CTN, pois trata-se de 
situação de pagamento, já previsto no inciso I, de referido dispositivo 
legal.
De qualquer forma, não podemos deixar de analisá-la de forma 
deparada, já que está inserida no inciso VI, do artigo 156, do CTN.
55
Como sabemos, o crédito tributário é constituído por meio do 
lançamento. Há três modalidades de lançamento no ordenamento 
jurídico brasileiro, sendo que são diferenciados tendo em vista a maior 
ou menor participação do contribuinte na apuração do valor devido ao 
fisco.
Assim, temos o lançamento de ofício, o lançamento por declaração e 
o lançamento por homologação, este último previsto no artigo 150, do 
Código Tributário Nacional.
No lançamento por homologação, é o contribuinte que apura o valor 
devido, realiza as declarações ao fisco e antecipa o pagamento do valor 
apurado a título de tributo. Uma vez completado esse procedimento por 
parte do contribuinte, ele deve aguardar a homologação do fisco, que 
pode ocorrer de forma expressa ou tácita.
A homologação de forma expressa ocorre quando o fisco analisa o 
procedimento realizado pelo contribuinte e chancela tal procedimento, 
bem como o pagamento efetuado.
Por outro lado, há homologação tácita quando o fisco não se manifesta 
pelo prazo de cinco anos após a ocorrência do pagamento por parte do 
contribuinte. Vencido esse prazo, considera-se que o débito foi quitado.
Havendo a homologação do pagamento, seja expressa ou tácita, há a 
extinção do crédito tributário, pois considera-se

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