Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
W BA 11 96 _V 1. 1 OBRIGAÇÃO, LANÇAMENTO E CRÉDITO TRIBUTÁRIO 2 Ana Luíza Vieira Santos Márcio Alexandre Ioti Henrique São Paulo Platos Soluções Educacionais S.A 2022 OBRIGAÇÃO, LANÇAMENTO E CRÉDITO TRIBUTÁRIO 1ª edição 3 2022 Platos Soluções Educacionais S.A Alameda Santos, n° 960 – Cerqueira César CEP: 01418-002— São Paulo — SP Homepage: https://www.platosedu.com.br/ Head de Platos Soluções Educacionais S.A Silvia Rodrigues Cima Bizatto Conselho Acadêmico Alessandra Cristina Fahl Ana Carolina Gulelmo Staut Camila Turchetti Bacan Gabiatti Camila Braga de Oliveira Higa Giani Vendramel de Oliveira Gislaine Denisale Ferreira Henrique Salustiano Silva Mariana Gerardi Mello Nirse Ruscheinsky Breternitz Priscila Pereira Silva Coordenador Gislaine Denisale Ferreira Revisor Renato Traldi Dias Editorial Beatriz Meloni Montefusco Carolina Yaly Márcia Regina Silva Paola Andressa Machado Leal Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)_____________________________________________________________________________ Santos, Ana Luíza Vieira Obrigação, lançamento e crédito tributário / Ana Luíza Vieira Santos, Márcio Alexandre Ioti Henrique. – São Paulo: Platos Soluções Educacionais S.A., 2022. 32 p. ISBN 978-65-5356-297-4 1. Obrigação tributária. 2. Responsabilidade tributária. 3. Lançamento. I. Henrique, Márcio Alexandre Ioti. II. Título. CDD 342 _____________________________________________________________________________ Evelyn Moraes – CRB 010289/O S237o © 2022 por Platos Soluções Educacionais S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Platos Soluções Educacionais S.A. 4 SUMÁRIO Apresentação da disciplina __________________________________ 05 Obrigação Tributária e os seus desdobramentos ____________ 06 Responsabilidade Tributária _________________________________ 21 Lançamento e Suspensão ____________________________________ 35 Extinção do Crédito Tributário _______________________________ 48 OBRIGAÇÃO, LANÇAMENTO E CRÉDITO TRIBUTÁRIO 5 Apresentação da disciplina O Direito Tributário faz parte dos ramos do Direito Público que disciplina a forma como Estado-poder, por intermédio da Administração Pública, arrecada dinheiro aos cofres públicos e imputa a obrigação tributária, para as pessoas físicas e pessoas jurídicas, de pagar o tributo. O objetivo principal do Direito é ordenar a vida social, disciplinando o comportamento dos seres humanos em suas relações e intersubjetividade. A finalidade precípua da relação jurídica, opera-se na regulação de condutas. A relação jurídica é o vínculo criado, entre o sujeito ativo e sujeito passivo, de exigir de outra o cumprimento de certa prestação. Assim, o vocábulo obrigação como sinônimo de relação jurídica. Esta disciplina terá como objetivo caminhar no Direito Tributário, indagando sobre relação jurídica tributária, a constituição do crédito tributário pelo lançamento tributário. Será abordada a delimitação do sujeito ativo e sujeito passivo, denominando o contribuinte de direito e contribuinte de fato, nos moldes da responsabilidade tributária, discutindo sobre responsabilidade por terceiro, responsabilidade por sucessão e responsabilidade por transferência. Por fim, esta disciplina tem o intuito de manter a atenção viva do cientista do Direito e do jurista, tanto na seara da hermenêutica como na prática, utilizando dos conceitos para elaboração de peças, pareceres ou mesmo artigos científico. 6 Obrigação Tributária e os seus desdobramentos Autoria: Ana Luiza Vieira Santos Leitura crítica: Renato Traldi Dias Objetivos • Explicar o conceito de obrigação tributária. • Entender no que consiste um fato gerador. • Definir critérios de determinação do sujeito ativo e passivo de uma obrigação tributária. 7 1. Obrigação tributária Direito Tributário é o ramo do Direito Positivo, que tem por objetivo regrar o comportamento das pessoas jurídicas de Direito Público e das pessoas privadas (naturais e jurídicas). O tema da obrigação tributária é um dos institutos mais importante da disciplina em estudo. As normas jurídicas tributárias estabelecem um vínculo entre pessoas, tendo por núcleo a arrecadação de valores dos patrimônios de particulares, que ficam obrigados a entregar a pecúnia aos cofres públicos, em razão de serem realizadas as denominadas hipóteses de incidência previstas na legislação. Tal situação constitui um verdadeiro vínculo que une duas (ou mais) pessoas, em polos opostos: de um lado, a administração pública (pessoa pública); e de outro, o contribuinte (pessoa física ou pessoa jurídica), envolvendo uma obrigação jurídica de dar de cunho patrimonial. Ressalta-se que, na obrigação tributária, não detém nenhuma espécie de obrigação política ou moral. Trata-se de uma relação jurídica tributária, que detém como traços a participação do Poder Público. O Código Tributário Nacional caracteriza a obrigação tributária no seu artigo 113: Art. 113. A obrigação tributária é principal e acessória. §1°A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento do tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente; § 2°A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nelas previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. 8 § 3°A obrigação acessória pelo simples fato da sua inobservância, converte- se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. A obrigação principal advém da ocorrência do fato gerador, que tem por característica o pagamento do tributo e extingue-se, consequentemente o crédito tributário. Por se tratar de um vínculo jurídico ligado ao Poder Público e os particulares, seu nascimento tem origem das atividades classificadas como tributos e correspondem o recolhimento dos respectivos valores em dinheiro. 1.1 Obrigação acessória A obrigação acessória também pode ser denominada de deveres instrumentais, pois trata de prestações, positivas ou negativas, previstas no interesse da arrecadação ou fiscalização dos tributos, conforme dispõe o artigo 113, §2°do CTN. Neste aspecto, a natureza da obrigação é de fazer e não fazer, ou mesmo de tolerar, desprovida do caráter da patrimonialidade. No aspecto prático, refere-se à atribuição de deveres aos administrados, por exemplo, contribuintes e responsáveis tributários, relativos à emissão de nota fiscal, a escrituração de livros contábeis, prestação de informações, documentos físicos ou virtuais que tenham um condão tributário. A legislação ordinária prevê penalidades para descumprimento dos deveres estabelecidos pela administração pública, que propriamente nem deveria ser denominado de acessórios, posto que nem sempre tem uma ligação com a obrigação principal, por exemplo: não incidência, isenções, imunidades, entre outros. O caráter da acessoriedade, em termos legais, nem sempre tipifica crime, como, por exemplo o Crime contra a Ordem Tributária, dada a possibilidade de inexistência do efetivo dano ao Erário. 9 2. Digressão doutrinária A natureza jurídica dos vínculos, que se estabelecem por intermédio da tributação, tem traços de conflitos entre os estudiosos. Cumpre examinar as primeiras concepções doutrinárias acerca do tema. A doutrina leva em consideração as construções teóricas embasadas no âmbito do Direito Civil, que suscita sobre a patrimonialidade do vínculo obrigacional. Na seara do Direito Civil, a obrigação é o vínculo jurídico em virtude do qual uma pessoa pode exigir da outra uma prestação em dinheiro economicamente apreciável, porém, ressalta-se que a obrigação no DireitoTributário pode ser entendida também como obrigação de fazer. Nesta ótica, pode-se vislumbrar, na seara do Direito Tributário, três espécies de relações jurídicas (COSTA, 2015). A primeira, é a relação jurídica obrigacional, fundamentada no vínculo abstrato em que o sujeito ativo ou credor (fisco, administração pública), que pode exigir, do sujeito passivo (contribuinte ou devedor), uma prestação de cunho patrimonial: o tributo. A segunda espécie de relação jurídica, é a relação de cunho não obrigacional. Consiste em um vínculo abstrato que advém da imputação normativa, por meio do qual o sujeito ativo pode exigir, do sujeito passivo, uma prestação consistente em um comportamento positivo ou negativo, visando assegurar o cumprimento da obrigação tributária, refere-se à imposição de deveres instrumentais. A terceira espécie é a relação jurídica de caráter puramente administrativo, que advém das primeiras e segundas espécies. É a relação jurídica sancionatória, vínculo que surge do não cumprimento da prestação do sujeito passivo, quer na obrigação principal, que na 10 obrigação acessória, autorizando a administração pública, fisco a aplicação de uma sanção. Assim, a relação jurídica sancionatória pode ou não revestir de um caráter patrimonial, cuja penalidade implique em natureza pecuniária ou não. O Código Tributário Nacional estabelece a relação jurídica sancionatória na seção dedicada à responsabilidade por infrações nos artigos 136 a 138 do Código Tributário Nacional (CTN). Doutrinadores, como José Souto Maior Borges e Paulo de Barros Carvalho (COSTA, 2015), interpretam a norma jurídica tributária em feixes distintos. José Souto Maior Borges, em sua concepção, não vê como vínculos existentes em matéria tributária, construindo uma doutrina distinta. Na sua concepção, a obrigação não constitui uma categoria lógica jurídica, mas sim, jurídico-positiva, que incumbe ao direito positivo definir os requisitos necessários na identificação do dever jurídico como sendo um dever obrigacional. Nesta interpretação, a patrimonialidade será ou não um requisito da obrigação, consoante a pressuposta ou não norma de direito obrigacional. (COSTA, 2015, p. 197) Neste raciocínio, a obrigação tributária é um dever jurídico disciplinado pelo Código Tributário Nacional, que tem o perfil de traçar sistematicamente a patrimonialidade. Já para Carvalho (2016): A relação jurídica é o vínculo abstrato, mediante a imputação normativa uma pessoa denominada de sujeito ativo, tem o direito subjetivo de exigir de outra, chamada de sujeito passivo, o cumprimento de certa prestação. (CARVALHO, 2016, p. 76) O enunciado acima interpreta da seguinte maneira: Se o sujeito passivo tem obrigação de pagar, logo, no mundo do direito positivo, estruturado 11 racionalmente, quando uma norma estatui que o contribuinte deve pagar o tributo, implica que o fisco tem o direito de receber em dinheiro. Ora, a obrigação leva em consideração a ocorrência do fato típico, previsto no descritor da norma, cujo objeto é um fazer ou não fazer. Por fim, o Código Tributário modulou o conceito de obrigação tributária sem o requisito da patrimonialidade atinente à concepção do ramo do Direito Civil, para dividi-lo em duas espécies: a obrigação que tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e a obrigação que tem prisma prestação de caráter não pecuniário. 3. Fato gerador, hipótese de incidência, fato imponível e lançamento tributário Diversos doutrinadores têm rechaçado, em virtude de sua equivocidade, visto que se traduz como uma situação hipotética, estampada na norma jurídica, quanto a concretização de um fato que faz surgir a obrigação tributária. Assim, o conceito de fato gerador se divide em dois: fato gerador in abstracto, para a hipótese normativa e fato gerador in concreto, para situação efetivamente ocorrida. O fato gerador in abstracto pode ser substituído pelos termos hipótese de incidência ou hipótese tributária. Ao passo que o fato gerador in concreto se refere ao fato imponível ou fato jurídico tributário, que exprime a ocorrência de um fato no plano concreto. Os fatos geradores consistem em situações fáticas, o aperfeiçoamento do fato jurídico por intermédio de prática dos respectivos atos de execução. 12 Os fatos geradores são situações jurídicas consolidadas no artigo 116 do CTN, sua adequada compreensão pressupõe a disciplina contida no Código Civil, quando preceitua subordinado a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta não se consolidar, não se terá adquirido o direito, a que se visa. Ao passo se for resolutiva a condição, pressupõe a de não realizar, posto que vigorar o negócio jurídico, podendo exercer a conclusão deste direito quando for estabelecido. Portanto, o fato gerador terá ocorrido, na hipótese de ato ou negócio jurídico condicional, se implementada a condição suspensiva, ou na hipótese de condição resolutiva, na circunstância que as consequências tributárias serão deflagadas desde o momento da prática do fato ou celebração do negócio jurídico. A hipótese de incidência é a descrição legislativa do fato jurídico. Uma vez acontecido, enseja o nascimento da obrigação tributária principal. Logo, a hipótese de incidência tributária desdobra-se em antecedente e consequente, que descreve o fato, delimitando as coordenadas de espaço e o tempo de sua ocorrência. Já no consequente, delimita uma relação jurídica que indica os sujeitos ativo e passivo, bem como seu objeto. Neste tópico, conjugam-se os critérios material, espacial e temporal. O critério material é o que descreve a conduta, o verbo. Tal conduta ou estado há de ocorrer em um determinado lugar. Neste critério, denomina-se o territorial ou geográfico, indicativo do local em que se considera ocorrido o nascimento da obrigação tributária. Por fim, o critério temporal é o tempo que nasce a obrigação tributária. O critério pessoal e o quantitativo compõe o consequente tributário, descrita na materialidade indicada pela coordenada espacial e temporal do fato antecedente da norma jurídica, imputando em uma relação jurídica mediante o qual um sujeito ativo possui o 13 direito de exigir o tributo do sujeito passivo, do dever de pagá-lo (critério subjetivo), apontando-se o valor da prestação pecuniária correspondente, a base de cálculo e a alíquota (critério quantitativo). O critério pessoal corresponde aos personagens, os sujeitos ativos e passivos, que protagonizam a relação jurídica tributária caracterizada como a obrigação tributária principal. A regra matriz de incidência tributária é uma norma jurídica de comportamento, um instrumento lógico que é dirigido diretamente aos contribuintes e serve para prescrever as condutas. O fato imponível é a ocorrência no mundo fenomênico do fato previsto na norma jurídica (fato gerador abstrato). A obrigação tributária nasce da ocorrência do fato imponível (fato gerador concreto), constituindo um vínculo obrigacional entre sujeitos ativo e passivo. O sujeito ativo torna-se o titular do direito subjetivo de exigir a prestação tributária e o sujeito passivo, o dever jurídico de cumpri-la. De tal modo, a obrigação tributária é de dar uma prestação pecuniária, ou seja, de dar dinheiro aos entes tributantes. Com o nascimento da obrigação tributária, o débito tributário é ilíquido e incerto, pois o contribuinte não sabe quanto deve pagar, onde, quando, porém, uma vez praticado o fato imponível (fato gerador concreto) de determinada exação pelo sujeito passivo de assumir a qualidade de devedor do débito tributário. O vínculo obrigacional nasce, mas depende da identificação do sujeito passivo e da quantificação de seu objeto e conteúdo econômico. A liquidez, certeza e exigibilidade que alterará o status da obrigação tributária para crédito tributário, que se formaliza com o lançamento tributário, ato administrativo, que formaliza e constitui o crédito tributário. O lançamentotributário torna líquida e certa a obrigação tributária e trata da exigibilidade do crédito tributário. O crédito tributário é o vínculo obrigacional devidamente quantificado, depois do lançamento 14 tributário, cujo sujeito ativo pode exigir do sujeito passivo, o pagamento do tributo. Para o Direito Tributário, a obrigação tributária só nascerá se documentada formalmente, por intermédio do lançamento. As espécies de lançamento tributário são: ofício, declaração e homologação. O lançamento de ofício é feito pelo Fisco e independe da participação do contribuinte. Por exemplo, a própria Fazenda Pública informa ao contribuinte quanto deve recolher em relação a determinada exigência. O lançamento por declaração, ou misto, é aquele que tem tanto a participação do contribuinte como do Fisco e se fundamenta na declaração do sujeito passivo, ou terceiro, prestada à Administração Pública. Por fim, o lançamento por homologação é conhecido como autolançamento, já que se tem o recolhimento exigido do contribuinte sem qualquer prévia manifestação do Fisco. É ato jurídico administrativo de natureza confirmatória, em cujo agente público, verificando o exato implemento das prestações tributárias determinado sujeito passivo, declara, de modo expresso, a obrigação tributária que houve, mas que já se encontra devidamente quitada até aquela data, em consonância com os termos da lei. Só haverá a extinção após a homologação expressa ou tácita. O pagamento antecipado requer um ato homologatório a ser realizado pelo Fisco, dissolvendo-se o vínculo obrigacional constituído. Se o Fisco discordar da atuação do contribuinte, quer por ter pago valor indevido ou ter declarado não haver necessidade de pagar, poderá realizar o lançamento tributário de ofício. Neste contexto, será conferido tratamento diferenciado, de acordo com as hipóteses de ter havido ou não pagamento, vejamos: I) não tendo havido o pagamento do tributo, não há o que homologar, sendo aplicável o prazo decadencial do artigo 173, inciso I do CTN; cinco anos, a contar do primeiro dia do exercício seguinte àquele cujo tributo poderia ter sido lançado; II) se houver pagamento, será 15 aplicável a contagem do prazo no art. 150, § 4°do CTN; cinco anos a contar da ocorrência do fato imponível. Por fim, o lançamento tributário visa à constituição do crédito tributário, imputando certeza, liquidez e exigibilidade. Ao passo que o auto de infração constitui a cobrança da penalidade pecuniária, em face da ocorrência de um ilícito, ora descumprimento de uma obrigação principal ou acessória. 4. Sujeito ativo, sujeição passiva tributária e capacidade tributária O sujeito ativo da obrigação tributária é o titular da capacidade tributária. Consiste na pessoa que detém aptidão para arrecadar tributos e fiscalizar a exação fiscal. O sujeito ativo da obrigação tributária é a pessoa titular do direito de exigir do sujeito passivo pagamento do tributo, obrigação principal ou um comportamento comissivo ou omissivo, obrigação acessória. No trato do tema da competência tributária, os sujeitos ativos da obrigação tributária consistem nas pessoas políticas que receberam a capacidade tributária por intermédio de delegação, que tenham personalidade jurídica de direito público, como, por exemplo, autarquia ou fundações. Já o sujeito passivo, concerne aquele que responde pelo débito inerente à obrigação tributária. Trata da pessoa física ou pessoa jurídica, que detém a aptidão de figurar no polo passivo da relação jurídica tributária. O contribuinte é aquele que detém relação pessoal e direta com a situação que constitui a hipótese de incidência, ao passo que o sujeito indireto é o responsável tributário, que não reveste de condição de contribuinte e sua obrigação advém de disposição legal. 16 A capacidade tributária independe da capacidade civil. A capacidade tributária passiva é a aptidão que a pessoa, titular de direitos fundamentais, tem para ocupar o papel de sujeito passivo de relações jurídicas de natureza fiscal. Difere da capacidade civil, uma vez que não há necessidade do sujeito passivo tributário completar dezoito anos de idade. A capacidade tributária trata do sujeito ser capaz de realizar o fato jurídico tributário. Posto isto, vale mencionar também que o Código Civil, em seu artigo 70, preceitua que domicílio é o local em que a pessoa natural estabelece sua residência com ânimo definitivo. No entanto, se a pessoa natural detiver várias residências, onde alternativamente vive, quaisquer uma delas poderá ser considerada domicílio, incluindo as relações profissionais. O domicílio tributário pode ser desmembrado da seguinte maneira: I) para pessoas naturais, o domicílio será sua residência habitual, na incerteza o centro habitual de sua atividade; II) para pessoas jurídicas de direito privado, o domicílio será o lugar da sede ou estabelecimento que realizar o fato jurídico tributário; III) para pessoas jurídicas de direito público, o domicílio será o local de qualquer das partições no território da pessoa política tributante. 5. Responsabilidade tributária A lei pode atribuir, de modo explícito, a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato imponível, excluindo, portanto, a responsabilidade do contribuinte ou a atribuição é feita em caráter supletivo. A responsabilidade tributária de pagar o tributo é deslocada do contribuinte, sujeito passivo direto para o responsável tributário, 17 sujeito passivo indireto, por intermédio da ocorrência de determinado previsto em lei. Ademais, no caso de haver solidariedade, resta ao Fisco a escolha do devedor ou devedores que serão cobrados para pagamento do dever jurídico. Ressalta-se que a solidariedade tributária é sempre passiva, posto que somente pode existir entre sujeitos que figurem neste polo. Não constitui modalidade de sujeição passiva indireta, uma vez que os devedores solidários não são terceiros, visto que realizam a situação fática descrita na hipótese de incidência. Logo, não se inclui terceira pessoa no polo passivo da obrigação. Há também o caso da responsabilidade por sucessão, que ocorre no momento em que o legítimo devedor desaparece e outro ocupa seu lugar. Tal passagem pode ocorrer por morte da pessoa física, ou extinção da pessoa jurídica ou venda de alguma propriedade ou estabelecimento comercial. Neste aspecto, serão pessoalmente responsáveis: i) o sucessor e o cônjuge meeiro pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha, no limite da herança (quinhão, legado, meação); ii) o espólio pelos tributos devido pelo de cujus até a data da abertura da sucessão; iii) o adquirente ou remitente, pela exação relativas aos bens adquiridos ou remidos e iv) a pessoa jurídica que resultar de fusão, transformação, incorporação, cisão1 (COSTA, 2015, p. 223-224). Por exemplo, o fundo de comércio é todo conjunto de titularidade de bens reunidos pela empresa para exploração da sua atividade comercial, potencial para seu desenvolvimento, bem como as mercadorias em estoque, empregados, investimentos e marca. 1 Fusão: consiste na operação cuja duas ou mais sociedades se unem para formar uma nova sociedade. Transformação: é quando uma sociedade anônima se transforma para sociedade limitada. Incorporação: é a operação mediante o qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra. Cisão: é a operação na qual se extingue uma sociedade, transferindo todo ou parte de seu patrimônio para outra sociedade já existente ou criada por intermédio da operação. 18 Quando o fundo de comércio é alienado, todo conjunto de bens móveis, reunidos pela empresa para exploração de sua atividade comercial, todo o conjunto passará para titularidade de outro, que responderá tributariamente pelo estabelecimento comercial adquirido. Logo, a alienação do fundo de comércio está sujeita à sucessão, posto que o adquirente sucederá o alienante em todos os direitos e obrigações declaradasno contrato de venda de compra, na universalidade dos bens tangíveis e intangíveis no exercício da atividade comercial. A responsabilidade tributária pressupõe que a pessoa física ou pessoa jurídica que adquirir de outra fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar com a respectiva exploração, responde pelos tributos, desde a data do fato venda e compra: i) integralmente, se o alienante cessar a exploração comercial, industrial ou da atividade; ii) subsidiariamente com a alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentre do prazo de seis meses, a contar da data da alienação, da nova atividade no mesmo ramo de comércio. Já o caso da responsabilidade de terceiro, ocorre na impossibilidade de cobrança da obrigação principal do contribuinte. Estes terceiros respondem solidariamente nos atos que intervirem ou omitirem e foram responsáveis, são exemplos: os pais que pagam os tributos devidos pelos filhos; tutores e curadores que pagam os tributos dos tutelados e curatelados; administradores de bens de terceiros, que pagam os tributos devidos por estes; inventariante que pagam os tributos devidos pelo espólio; síndicos que pagam os tributos devidos pela massa falida; os tabeliões, escrivães e demais serventuários que pagam os tributos em razão dos atos praticados no ofício; e sócios na liquidação de sociedade de pessoas. 19 O artigo 134, do CTN, leva em consideração a desídia de terceiros, que não cumprem os deveres a eles compelidos no que tange a realizar uma boa administração ou fiscalização. Neste sentido, a responsabilização não envolve a má-fé do terceiro ao passo que a penalização é aplicada apenas em caráter moratório. Ao passo que o artigo 135, do CTN, quando trata de responsabilidade de terceiro, tal preceito legal pressupõe que mandatário, prepostos, as pessoas elencadas no art. 134 do CTN, diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de Direito privado são pessoalmente responsáveis pelos créditos tributários resultantes de atos, negócios jurídicos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatuto. Portanto, a responsabilidade de terceiro tem o intuito de atingir aquele que tenha poder de gestão, de tomar decisões em nome da pessoa jurídica. A responsabilidade não é objetiva, perante a necessidade de verificar a validade do ato praticado, e é imputado a tais pessoas o dever de saldar dívida fiscal da pessoa jurídica que tenha praticado atos com dolo ou culpa. A caracterização do artigo 135, do CTN, tem como elemento indispensável o dolo do representante da pessoa jurídica, devidamente apurado por intermédio dos meios legais. Logo, deve ser caracterizada a gestão fraudulenta ou negócio jurídico com fulcro de lesar o credor tributário. Referências BECKER, A. A. Carnaval Tributário. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2004. CARVALHO, P. de B. Curso de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2016. 20 COSTA, R. H. Curso de Direito Tributário. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2015. MELO, J. E. S. de. Curso de Direito Tributário. 10 ed. São Paulo: Dialética, 2012. 21 Responsabilidade Tributária Autoria: Ana Luiza Vieira Santos Leitura crítica: Renato Traldi Dias Objetivos • Conceituar o termo Responsabilidade Tributária. • Exemplificar situações relativas à Responsabilidade Tributária. • Estabelecer critérios de definição da Responsabilidade Tributária. 22 1. Responsabilidade tributária O sujeito passivo é representado por um contribuinte ou por um responsável. O contribuinte pode ser constituí de uma pessoa física ou jurídica, que possua relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerado. A lei pode instituir de forma explícita um responsável tributário, que terá a obrigação de adimplir o tributo devido, substituindo o contribuinte da obrigação principal. Apesar da Magna Carta apontar as regras matrizes de incidência, implicitamente, a lei qualifica a responsabilidade tributária de modo expresso. Desta feita, a responsabilidade do terceiro nunca poderá ser presumida ou implícita; atinente será necessariamente estabelecida por lei seja como dispositivo do Código Tributário Nacional (CTN) ou da devida legislação ordinária. A norma jurídica tributária impõe a responsabilidade tributária a outra pessoa, que será o terceiro estabelecido pela lei. Nesta esteira, a responsabilidade tributária precisas duas normas jurídicas tributárias: a regra matriz de incidência tributária e a regra matriz de responsabilidade tributária. Cada regra matriz terá sujeitos e pressuposto de fato diferentes. Existem limitações constitucionais acerca da responsabilidade tributária, pois a Lei Complementar responderá pelo ônus tributário no que tange a razoabilidade de um terceiro. A exceção para obrigatoriedade de lei, que explicite a substituição tributária, ocorre quando responsabilidade do contribuinte e é estendida pelo caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da respectiva obrigação. Tal preceito legal está fundamentado nos artigos 128 a 133, do Código Tributário Nacional. 23 1.1 Contribuinte e responsável tributário O sujeito passivo é aquele que protagoniza o fato descrito na hipótese de incidência tributária, ora, o contribuinte natural da obrigação tributária aquele que tirou proveito econômico do fato jurídico tributário. A responsabilidade originária é originada pela relação de identidade entre a pessoa que deve pagar o tributo e penalidade pecuniária pelo envolvimento direto no fato gerador e que se beneficiou economicamente do fato, conforme estabelecido pelo artigo 123 do CTN. Art. 123. Salvo disposição de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não pode ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes. Por sua vez, o responsável tributário é o terceiro cuja obrigação tributária decorre de disposição expressa de lei e este terceiro não possui relação de natureza econômica, pessoal e direta com a situação que constitua o fato gerador. A responsabilidade tributária não pode ocorrer de forma implícita. Com isso, o responsável é classificado sujeito passivo indireto, dado que sua responsabilidade foi originada pela lei, e não pela referida relação. Portanto, é um terceiro com relação do fato jurídico tributário, por ser eleito pela legislação tributária, este responde pelo pagamento do tributo. Segundo Melo (2012), o legislado estabelece critérios dos procedimentos a serem realizados para substituição tributária, de modo que o intérprete e os destinatários da norma jurídica não enfrentem um caos tributário, em função das diferentes interpretações e de qualificações equivocadas. 24 Em sentido amplo, o contribuinte é aquele quem incumbe o cumprimento da prestação de natureza tributária, seja o pagamento do tributo, ou um comportamento positivo ou negativo, visando o interesse da arrecadação tributária. Logo, qualifica-se sujeito passivo tributário, contribuinte, que detém a relação jurídica sancionatória que importa penalidade. De acordo com Costa (2015), o sujeito passivo indireto ou responsável quando “sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei” (art. 121, parágrafo único, inciso II, CTN). Este terceiro foi eleito pela lei para responder pelo pagamento do tributo, mesmo sem ter relação com o fato jurídico tributário. O sujeito passivo indireto é resultante de substituição de imputação de responsabilidade por obrigação tributária de terceiro que não praticou a hipótese de incidência. Entretanto, o responsável possui vinculação indireta com o contribuinte. O substituto deve decorrer naturalmente da hipótese de incidência e da materialidade descrita da norma jurídica. Em um enfoque jurídico da substituição, o legislador afasta por completo o verdadeiro contribuinte querealiza o fato imponível, prevendo a lei, desde logo, fica compelida a pagar a dívida como própria, eis que a norma não contempla o débito tributário de terceiro (substituído). A substituição regressiva atribui uma responsabilidade tributária a uma terceira pessoa, distinta da obrigação tributária já concretizada, por razões de comodidade e praticidade. Tal fenômeno denomina-se diferimento, compreendido como postergação da exigência tributária num momento ulterior do ciclo mercantil. Algumas modalidades econômicas, normalmente enquadradas na substituição regressiva, são: insumos agropecuários, produtos in natura, gado, leite, resíduos de materiais e metal não ferroso. 25 A substituição progressiva refere-se a uma pessoa responsável pelo recolhimento de determinado valor, como exação tributo, relativamente a fato futuro e incerto, por intermédio de alocação de valor. Nesta esteira, por antecipação do contribuinte de uma obrigação tributária, não presume que venha a ser realizada no futuro. São exemplos de mercadorias inseridas na substituição progressiva: refrigerante, combustível, cerveja, produtos farmacêuticos, componentes eletrônicos, entre outros. 1.2 Modalidade de responsabilidade tributária A substituição tributária transfere, para outro devedor terceiro, a responsabilidade tributária e pode ocorrer em virtude da venda de imóveis, demais aquisições ou remições de bens, morte do contribuinte e alienação societárias. De acordo com o artigo 131 do CTN, as modalidades de responsabilidade tributária são: I. O adquirente ou remetente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos; II. O sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de “cujus” até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão, do legado ou da meação; III. O espólio, pelos tributos devidos pelo de “cujus” até a data da abertura da sucessão. (art. 131, CTN) Um exemplo de aplicação da modalidade de adquirente é um comprador de um automóvel que fica responsável pelo Imposto Sobre Propriedade de Veículo Automotor (IPVA) devido pelo proprietário anterior. No caso de um contribuinte falecer sem a liquidação de tributos gerados durante sua vida, tais como Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), IPVA, Imposto sobre Serviços (ISS), os tributos devem ser apurados e devem constar nos processos de inventário 26 dos bens desse contribuinte falecido, listando as pessoas habilitadas à sucessão do patrimônio, incluindo bens, direito e obrigações, com participação das Fazendas Públicas. Os responsáveis tributários pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias, resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos, por exemplo, as pessoas referidas no artigo anterior; os mandatários, prepostos e empregados; os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. Ademais, o inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente. A solidariedade é um instrumento de praticabilidade na seara tributária, uma vez que propicia a escolha da administração pública do devedor débito fiscal em relação qual seja o meio mais fácil e cômodo de exigir a dívida integralmente. Tal preceito corrobora às pessoas que têm interesse comum na situação que constitui o fato imponível da obrigação principal, refere-se às pessoas expressamente designadas por lei. A solidariedade não comporta o benefício de ordem. Logo, o Fisco não fica restrito a uma ordem de preferência que obrigaria a cobrar o contribuinte e, depois, realizar a cobrança do devedor solidário. Por fim, o artigo 134, do CTN, pressupõe a responsabilidade por terceiro nos casos de não ser possível exigir o cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, que respondam solidariamente pelos atos tributários que intervém. 1.3 Responsabilidade subsidiária A responsabilidade subsidiária ocorre quando a pessoa natural ou jurídica de direito privado, adquire outra, por qualquer título, fundo de 27 comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e mantém a respectiva exploração, na mesma razão social ou sob firma ou nome individual. Com isso, essa pessoa responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato, responde por: A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir o fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, corresponde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato (caput) I. integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; II. subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. (art. 133, CTN) Quando necessário, primeiramente, o contribuinte é exigido, apenas no caso de frustração, o responsável deverá pagar os tributos, sendo um exemplo típico de responsabilidade. Na falta de pagamento do contribuinte, presume-se a subsidiariedade. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis. Por exemplo, os pais são responsáveis pelos tributos devidos por seus filhos menores de dezoito anos. Os curadores e tutores são responsáveis pelos tributos devidos por seus curatelados e tutelados, respectivamente. No caso de um espólio, o inventariante é responsável pelo pagamento dos tributos devidos. Os elementos necessários à caracterização da responsabilidade tributária, previstos no art. 135 do CTN, são os seguintes: elemento 28 pessoal e elemento fático. O elemento pessoal refere-se ao sujeito ativo ou responsável pelo crédito tributário. Pode ser interpretado como o executor material, o administrador da sociedade, sócio, acionista, mandatário, preposto, empregado, diretor ou representante. O elemento fático corresponde a condutas infratoras, com existência de dolo ou excesso de poder ou infração de lei. A responsabilidade solidária possui caráter da subsidiariedade, uma vez que não se pode cobrar ambos os devedores e deve existir uma ordem de preferência a ser seguida. Em primeiro lugar, cobra-se do contribuinte. Em caso de não pagamento, exige-se o gravame do responsável tributário. 1.4 Responsabilidade por substituição em sentido estrito A responsabilidade de terceiros trata da responsabilidade em sentido estrito, relativa à situação cuja pessoa denominada a responder pelo débito do contribuinte deixou de cumprir um dever, legalmente estabelecido. A responsabilidade por substituição, pode ser intitulada como responsabilidade originária ou de primeiro grau. Esse tipo de responsabilidade ocorre quando a terceira pessoa (substituto) toma o lugar do contribuinte (substituído), antes da ocorrência do fato gerador. A lei atribui para o substituto a nomenclatura de responsável por substituição ou contribuinte substituto, ou, ainda, substituto tributário. A obrigação tributária de adimplir o tributo é do responsável, tornando o contribuinte desonerado de quaisquer deveres jurídicos. Esta responsabilidade surge em ocorrência do fato gerador, cuja sujeição passiva recai sobre um terceiro diferente daquela que possui relação jurídica original. Logo, em nenhum momento, o dever de pagar o tributo incide sobre a figura do contribuinte, não havendo qualquer mudança subjetiva na obrigação tributária. 29 No caso de uma empresa, os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado são pessoalmente responsáveis pelos créditos tributários atinentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticadoscom excesso de poderes, infração de lei, estatutos ou contrato social ou com dolo específico. Outro tipo de substituição tributária é substituição tributária para trás, que acontece quando há antecipação do recolhimento do tributo cujo fato gerador ocorrerá (se ocorrer) em um momento posterior, com lastro em base de cálculo presumida. Portanto, antecipa-se o pagamento do tributo, sem que se disponha de uma base de cálculo real apta a dimensionar precisamente o fato gerador, uma vez que ainda não ocorreu. Neste contexto, o terceiro somente será chamado a responder pelo débito tributário perante impossibilidade de exigência de seu pagamento pelo contribuinte de fato. Neste caso, a responsabilidade será solidária somente em relação aos responsáveis dentre si, no vínculo de natureza sancionatória. Portanto, não se trata de uma solidariedade tributária. A lei poderá atribuir, ao contribuinte da obrigação tributária, a condição de responsável tributário pelo pagamento de imposto ou contribuição para um fato gerador ocorrer posteriormente. É assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não ocorra o fato gerador presumido. O cálculo do recolhimento total é realizado sobre o valor pelo qual se presume que a mercadoria será vendida ao consumidor final. 1.5 Responsabilidade por transferência subitens por: terceiros e por infrações A responsabilidade por terceiros é disciplinada pelo artigo 134, do CTN, e determina que, nos casos do não cumprimento da obrigação 30 principal pelo contribuinte, respondem solidariamente pelos atos. Trata da responsabilidade que se ocorre quando uma terceira pessoa toma o lugar do contribuinte após a ocorrência do fato gerador, em razão de um evento a partir do qual se desloca (se transfere) o ônus tributário para um terceiro escolhido por lei. Este terceiro é denominado responsável tributário, propriamente dito. O responsável tributário responde por débito alheio, enquanto o substituto tributário (responsabilidade por substituição) responde pelo próprio débito fiscal. Neste contexto, mesmo após a ocorrência de um evento determinado, tais como morte do contribuinte, aquisição de bens, aquisição de fundo de comércio e entre outros, transfere-se do ônus do tributo pesa para o responsável tributário. Com o artigo 124, do CTN, os devedores solidários são: I. as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; denomina-se solidariedade natural, II. as pessoas expressamente designadas por lei; definem como solidariedade legal. (art. 124, CTN) Na responsabilidade solidária passiva, o Fisco pode exigir a totalidade do crédito de qualquer dos codevedores ou responsáveis tributários, independentemente de acordo entre eles para que apenas um destes responda pelos débitos tributários. Um dos efeitos da solidariedade é que o pagamento efetuado por um dos obrigados é compartilhado com os demais, evitando que mais de um responsável pague pelo mesmo débito. Outro efeito é que a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, retirando o dever de pagar o tributo. A exceção ocorre quando outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo e a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos demais. 31 A responsabilidade por sucessão é a transferência causa mortis, isto é, a transmissão do ônus ocorre para os herdeiros. Com a morte do de cujus, ocorre, consequentemente, a abertura da sucessão. O sucessor responde pelos débitos tributários já constituídos até a sucessão e pelos constituídos posteriormente a ela. Entretanto, a formalização da transferência da responsabilidade para os sucessores, depende da conclusão do processo de inventário (ou arrolamento), com a consequente partilha dos bens. O período para verificação dos tributos é iniciado com a abertura da sucessão (morte) e é concluído com o término do processo de inventário (partilha dos bens). A responsabilidade pelos tributos devidos pelo de cujus, até a data de sua morte, é do espólio. Trata da responsabilidade que será legitimada pela viabilidade de concretizar a exigibilidade tributária do contribuinte e em caráter subsidiário que competia a terceiro. Reitera-se que o espólio não é pessoa e consiste tão somente em uma universalidade de bens e direitos. Tal afirmação retrata a impossibilidade do espólio ser sujeito de direitos e obrigações na ordem jurídica. Logo, não é possível ao espólio figurar como devedor (sujeito passivo) em qualquer relação jurídica (os débitos porventura existentes seriam dos sucessores, que, em teoria, imediatamente passam a ser proprietários dos bens, titulares dos direitos e sujeitos passivos das obrigações). A responsabilidade encontra-se fundamentada no artigo 128, do CTN, concerne a terceira pessoa vinculada indiretamente ao fato jurídico tributário que ensejou a obrigação principal. A modalidade de sujeição passiva manifesta-se mediante a exclusão do crédito, o ônus tributário. A obrigação tributária não é satisfeita pelo contribuinte que satisfaz a prestação pecuniária correspondente, pertinentes por múltiplas hipóteses para um terceiro, que denomina responsável chamado para arcar o débito tributário. 32 A responsabilidade por infrações da legislação tributária está relacionada com a intenção do agente ou responsável e da efetividade, natureza ou extensão dos efeitos do ato. A responsabilidade é pessoal do agente, quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções. A exceção ocorre quando as infrações são praticadas no exercício regular da administração. Esta responsabilidade não desloca a figura do verdadeiro responsável, no caso do agente agir em conformidade em razão de manifesta imposição, há de se atentar para caracterização do tipo delituoso, especialmente a questão do dolo. Por fim, a Denúncia Espontânea trata de uma exclusão da responsabilidade quando acompanhada do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Neste contexto, a responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea, acompanhada pelo pagamento do tributo devido e dos juros de mora ou do depósito da importância arbitrado pelo Fisco, quando houver necessidade de apuração. O benefício da denúncia espontânea não é aplicável aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarado, mas pagos fora dos prazos legais. A simples confissão da dívida conjuntamente com pedido de parcelamento não configura denúncia espontânea. Após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, não se considera a denúncia apresentada como espontânea para atos relacionados com a infração. A classificação da denúncia como espontânea, com o consequente benefício do afastamento da responsabilidade pela infração, depende de que a confissão seja ocorra antes que o Fisco realize qualquer providência tendente a lançar o tributo. Conclui-se, portanto, que a obrigação tributária, há um único sujeito passivo que o Código Tributário Nacional denomina contribuinte. 33 Tal contribuinte é protagonista do fato jurídico tributário, portanto, considerado logicamente sujeito passivo da obrigação. A obrigação tributária que não é satisfeita pelo contribuinte satisfaz a prestação correspondente. A responsabilidade em sentido amplo, traduz numa natureza sancionatória, fundamentado nos artigos 134 e 135, do CTN, de caráter assecuratório, como na sucessão que aludem os artigos 130 e 132, do CTN. Por fim, na responsabilidade sancionatória tem elemento a culpa fundamento da responsabilidade, pelo simples fato de ser mais cômodo prático para a arrecadação tributária. A obrigação principal, o sujeito passivo direto, ou contribuinte, é protagonista do fato ensejador do nascimento dovínculo obrigacional, denominado de sujeito passivo indireto ou responsável de terceiro em relação do fato jurídico tributário, trata de uma relação jurídica distinta, uma vez que alcançado pela lei para satisfazer a prestação do objeto principal mediante ato ilícito, descumprimento do dever jurídico, em função de disciplina assecuratória para satisfação do crédito tributário. A denúncia da infração é especificada e formalizada por escrito, devidamente instruída por elementos de documentos pertinentes a critério da situação tributária. Por exemplo, se a infração referir ao descumprimento da obrigação acessória, falta de comunicação, mudança de endereço, bastará proceder tais informações via formulário ou eletronicamente. Referências BECKER, A. A. Carnaval Tributário. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2004. CARVALHO, P. de B. Curso de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2016. COSTA, R. H. Curso de Direito Tributário. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2015. MELO, J. E. S. de. Curso de Direito Tributário. 10. ed. São Paulo: Dialética, 2012. 34 35 Lançamento e Suspensão Autoria: Márcio Alexandre Ioti Henrique Leitura crítica: Renato Traldi Dias Objetivos • Demonstrar como é constituído o crédito tributário. • Analisar as diferentes espécies de lançamento. • Analisar as causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário. 36 1. Lançamento tributário Lançamento tributário é um ato jurídico administrativo, mediante o qual é inserida, no sistema jurídico, uma norma individual e concreta, que individualiza a conduta realizada em uma situação concreta pelo contribuinte, constituindo o crédito tributário. Sem o lançamento, o fisco não tem o conhecimento da conduta realizada pelo contribuinte, que deflagra a ocorrência do fato gerador, não podendo, dessa forma, exigir o pagamento do tributo devido. Assim, é somente com o lançamento que o fisco terá condições de perceber que a hipótese de incidência tributária foi realizada pelo contribuinte e, consequentemente, cobrar os valores devidos. Você consegue perceber qual a diferença entre o lançamento tributário e um auto de infração e imposição de multa? Veja, no lançamento tributário, a norma individual e concreta inserida no sistema traz em seu antecedente uma conduta lícita, deflagrando em seu antecedente, a relação jurídica tributária, que determina o pagamento do tributo ao fisco. Assim, o fato do indivíduo auferir renda faz com que tenha que pagar à União o imposto de renda devido, tendo como base de cálculo o valor da renda auferida, multiplicada pela alíquota de x%. Por outro lado, no auto de infração e imposição de multa, a conduta ocorrida no antecedente normativo é ilícita, deflagrando a obrigatoriedade de pagar um tributo inadimplido, bem como as penalidades pecuniárias decorrentes de tal inadimplemento. Dessa forma, se uma empresa deixa de recolher Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de 37 Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) em determinada operação e sofre fiscalização, será contra ela lavrado um auto de infração, sendo que o antecedente da norma será composto pelo fato dela ter deixado de recolher o tributo aos cofres públicos, ao passo que, no consequente, haverá a imposição do recolhimento do tributo, bem como da multa e dos juros incidentes na operação. No ordenamento jurídico brasileiro, há a previsão de três espécies de lançamento tributário: de ofício, por declaração e por homologação. A diferença entre tais espécies reside no fato da maior ou menor participação do contribuinte para a apuração do valor devido do tributo. Em outras palavras, o que diferencia as espécies de lançamento é a cooperação ou não do administrado para chegar-se no valor devido ao fisco. No lançamento de ofício, não há qualquer participação do contribuinte para a apuração do montante devido. É a própria administração pública que apura e lança o valor do tributo que deve ser pago pelo contribuinte, sem qualquer interferência deste. É o que se dá, por exemplo, com o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). No lançamento por declaração ou misto, como o próprio nome já diz, há atuação tanto do contribuinte quanto do fisco, para a apuração do tributo devido. Com base em declarações fornecidas pelo contribuinte, o fisco apura e determina o valor devido. Atualmente, não há qualquer tributo sujeito ao lançamento por declaração em nosso país. O lançamento por homologação, por sua vez, possui uma ampla atuação do contribuinte, sendo que a maioria dos tributos existente no país são sujeitos a essa espécie de lançamento. É ele que apura o valor devido, informa o fisco e faz o pagamento antecipado do valor que entende devido. Uma vez feito o pagamento, o fisco terá que realizar 38 a homologação e esta, nos termos do artigo 150, do Código Tributário Nacional, pode ser expressa ou tácita. A homologação expressa ocorre quando o fisco se manifesta expressamente sobre a conduta do contribuinte. A homologação tácita ocorre quando o fisco fica inerte pelo prazo de cinco anos. Esgotado esse prazo, considera-se homologado tacitamente o pagamento realizado pelo contribuinte. Agora, você sabe como o contribuinte realiza os procedimentos para informar o fisco? Isso ocorre por meio do cumprimento das obrigações acessórias, como, por exemplo, entrega de declarações e envio de Sistema Público de Escrituração Digital (SPEDs). Dessa forma, há a comunicação formal de todas as operações, valores e recolhimentos existentes para o fisco. Importante frisar que se o contribuinte não efetua o pagamento antecipado, o fisco poderá lançar de ofício o valor devido, devendo, contudo, apurar se o não recolhimento ocorreu com dolo, fraude ou simulação ou não. Havendo dolo, fraude, ou simulação, o tempo que o fisco dispõe para efetuar o lançamento de ofício é de cinco anos a contar do primeiro dia do exercício seguinte aquele em que poderia ter praticado o lançamento. São, portanto, duas situações diferentes: a. Falta de recolhimento do tributo, sem dolo, fraude ou simulação: o intervalo temporal para fins de lançamento é de cinco anos, a partir do instante da ocorrência do fato gerador. b. Falta de recolhimento com dolo, fraude ou simulação: o prazo para formalização da exigência e para aplicação de penalidades é de cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte aquele em que o lançamento poderia ter sido realizado. 39 Por fim, você deve ter em mente que, por se tratar de ato administrativo, o lançamento pode ser declarado nulo ou anulável, ocasião em que será realizado um lançamento de ofício, de forma substitutiva, nas hipóteses inseridas no artigo 149, do Código Tributário Nacional. Assim, percebe-se que o lançamento de ofício será sempre suplementar, isto é, caso o contribuinte não cumpra suas exigências, o fisco deverá efetuar o lançamento de ofício e também este deverá ser utilizado sempre que houver a necessidade de substituição de um lançamento declarado nulo ou anulável. 2. Suspensão da exigibilidade do crédito tributário Neste material, você entenderá como as causas de suspensão do crédito tributário atuam em relação à cobrança do tributo devido. Uma vez constituído o crédito tributário por meio do lançamento, o fisco pode exigir do contribuinte o pagamento do tributo devido, eis que, nos termos da relação jurídica tributária deflagrada, o fisco tem o direito de exigir o pagamento do tributo, ao passo que o contribuinte tem o dever jurídico de realizar referido pagamento. Importante salientar que, existindo a constituição do crédito tributário, se o contribuinte não efetuar o pagamento do tributo devido, haverá a inscrição do débito na dívida ativa, formando a chamada Certidão de Dívida Ativa (CDA). A Certidão de Dívida Ativa, nos termos do artigo 784, inciso IX, do Código de Processo Civil, é um título executivo extrajudicial, passível de embasar a ação de execuçãofiscal. 40 Por outro lado, os títulos executivos extrajudiciais devem possuir três requisitos, de acordo com o artigo 783, do Código de Processo Civil. Reza tal dispositivo legal: Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível. Portanto, todo título executivo extrajudicial deve ser certo, líquido e exigível. Ocorre que, o artigo 151, do Código Tributário Nacional, elenca uma série de causas que suspendem a exigibilidade do crédito tributário. São elas: a moratória, o depósito do montante integral, as reclamações e recursos administrativos, a concessão de liminares e o parcelamento. Será que você consegue perceber qual a consequência da existência de uma causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário? Ora, a consequência é clara! Se presente uma das causas previstas no artigo 151, do Código Tributário Nacional, o requisito da exigibilidade não estará contemplado e, portanto, o tributo não poderá ser cobrado pelo fisco. Contudo, um ponto é importante destacar: ainda que o tributo não possa ser cobrado, o fisco poderá realizar o seu lançamento, a fim de evitar a decadência. Isso é de suma importância, pois, caso o fisco não efetue o lançamento do tributo correspondente, seu crédito estará extinto, nos termos do artigo 156, inciso V, do Código Tributário Nacional. Outro ponto que merece destaque está elencado no parágrafo único, do artigo 151, do Código Tributário Nacional. Referido dispositivo determina que, ainda que esteja pendente uma causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, motivo pelo qual o fisco não pode cobrar o tributo devido, o contribuinte deverá cumprir todas as 41 obrigações acessórias decorrentes daquele tributo. Assim, deverá emitir notas fiscais, escriturar livros, enviar declarações etc. Agora, você estudará cada uma das causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, previstas no artigo 151, do Código Tributário Nacional. 2.1 Moratória e parcelamento A moratória e o parcelamento são institutos de forma muito semelhante e ambos possuem como objetivo principal a concessão de um prazo maior para que haja o pagamento do tributo devido. Para que haja a possibilidade do contribuinte aderir à moratória ou ao parcelamento, deve existir lei específica, sem a qual não há que se falar na possibilidade de utilização de tais institutos. Normalmente, os entes possuem leis concedendo a oportunidade do contribuinte aderir aos chamados parcelamentos ordinários, que, em regra, parcelam a dívida em até sessenta vezes, sem qualquer desconto em multa ou juros. Agora, há também os parcelamentos extraordinários, que são aqueles criados por leis específicas e que alongam o prazo de parcelamento, podendo conceder desconto na multa e nos juros incidentes sobre os tributos devidos. Além disso, a moratória pode ser concedida em caráter geral, hipótese em que gera direito adquirido para o contribuinte, ou em caráter individual, pela autoridade competente, ocasião em que, analisando os requisitos específicos será concedida ao contribuinte. No entanto, a moratória concedida em caráter individual não gera qualquer direito adquirido, podendo ser revogada a qualquer tempo, nos termos do artigo 155, do Código Tributário Nacional. 42 Durante o período em que o tributo estiver parcelado ou que o contribuinte esteja cumprindo a moratória, a exigibilidade do crédito tributário estará suspensa, impossibilitando o fisco de efetuar a cobrança do valor devido. 2.2. Depósito do montante integral O contribuinte pode ter a intenção de discutir judicialmente se deve ou não realizar o pagamento de determinado tributo. Assim, ingressa com uma ação judicial, buscando que o Poder Judiciário declare a existência ou não de determinada relação jurídica tributária ou anule determinado lançamento tributário, determinando que o contribuinte efetue ou deixe de efetuar o pagamento que o fisco está exigindo. Ocorre que o simples fato do contribuinte ingressar com uma ação judicial, para discutir a incidência de um tributo ou a legalidade de um lançamento, não impede o fisco de efetuar a cobrança do crédito tributário que entende devido. Dessa forma, para que o contribuinte não seja compelido a pagar o tributo, cuja incidência está discutindo em juízo, tem a possibilidade de efetuar o depósito do montante integral do crédito tributário que está sendo exigido pelo fisco, obtendo, com isso, a suspensão da exigibilidade de referido crédito, nos termos do artigo 151, inciso II, do Código Tributário Nacional. Preste atenção: o depósito deve ser do montante integral que está sendo cobrado pelo fisco e não do valor que o contribuinte entenda devido! Além disso, se o tributo que está sendo questionado for de única incidência, basta o contribuinte realizar um único depósito. Contudo, 43 se o tributo for de prestações periódicas, como por exemplo, Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COF|INS), que incidem mensalmente, deverão ser realizados diversos depósitos, a cada mês, até que a ação judicial se encerre. Importante frisar que o depósito do montante integral deve ser feito antes do vencimento do tributo. Neste caso, uma vez realizado o depósito, não há que se falar em mora ou incidência de juros. Entretanto, se o contribuinte efetuar o depósito após o vencimento do tributo, deverá depositá-lo com multa, juros e correção monetária, pois já se encontrava em mora. Outro ponto que deve ser ressaltado é o fato de que o depósito do montante integral é uma faculdade do contribuinte, não podendo ser exigido por ninguém. Em outras palavras, o contribuinte realiza o depósito apenas se quiser. Agora, uma vez realizado o depósito, o dinheiro fica à disposição do juízo e não poderá ser levantado por qualquer das partes antes do encerramento da ação judicial. Ao final do processo, se o contribuinte for vencedor da ação e ficar reconhecido o seu direito a não pagar o tributo, simplesmente levanta o dinheiro depositado e está extinto qualquer discussão a respeito do crédito tributário. Entretanto, se o contribuinte perde a ação e fica determinado que deverá realizar o pagamento do tributo ao fisco, este deverá converter o depósito em renda e realizar a quitação do crédito tributário devido, extinguindo a relação jurídica existente, nos termos do artigo 156, inciso VI, do Código Tributário Nacional. Veja que o fisco deverá aceitar a correção monetária incidente nos 44 depósitos judiciais, não podendo exigir qualquer montante a maior do contribuinte que realizou o depósito do montante integral. 2.3 Reclamações e recursos administrativos Todas as vezes em que o contribuinte recebe um lançamento tributário, poderá ingressar com uma impugnação administrativa e, com isso, instaurar um processo administrativo, para contestar tal lançamento. Dessa forma, a partir do momento em que o contribuinte ingressa com uma impugnação ou defesa administrativa, há a instauração de um processo administrativo, que, nos termos do artigo 151, inciso III, do Código Tributário Nacional, suspenderá a exigibilidade do crédito tributário, enquanto referido processo administrativo estiver em trâmite. A defesa administrativa poderá ocorrer na esfera municipal, estadual ou federal, a depender do tributo que estiver sendo discutido. Apesar de não ser obrigatório, são várias as vantagens de se utilizar o processo administrativo. Destacam-se as seguintes: a. Não é necessário realizar o pagamento de quaisquer custas para ingressar com a defesa na esfera administrativa. b. A princípio, não é necessária a presença de advogado para que o contribuinte instaure o processo administrativo. c. Há alto grau de especialização do julgador sobre a matéria objeto do processo administrativo, pois os Tribunais Administrativos possuem juízes especializados nos assuntos que são levados à segunda instância.d. Caso o contribuinte vença o processo administrativo, haverá coisa julgada, não podendo o fisco tentar reformar a decisão na esfera judicial. No entanto, se o contribuinte perder o processo administrativo, poderá levar a discussão ao Judiciário, podendo rediscutir todos os pontos já tratados na seara administrativa. 45 Isso ocorre justamente pelo princípio constitucional, insculpido no artigo 5, da Constituição Federal, de acesso à justiça, do direito de petição e da inafastabilidade do Poder Judiciário. Assim, o processo administrativo é um importante instrumento à disposição dos contribuintes. 2.4 Concessão de liminares Como já mencionado anteriormente, o contribuinte pode ter a intenção de questionar judicialmente a incidência de determinado tributo, seja pela interposição de uma ação declaratória, anulatória ou mesmo do mandado de segurança. Entretanto, para que o fisco, durante o trâmite do processo judicial, não possa cobrar o contribuinte do tributo que entende devido, de duas uma: ou o contribuinte realiza o depósito do montante integral ou obtém uma medida liminar, para suspender a exigibilidade do crédito tributário, nos termos do artigo 151, incisos IV e V, do CTN. Neste caso, as medidas liminares possíveis de serem obtidas são a tutela antecipada, a tutela cautelar e a liminar concedida em sede de mandado de segurança. Assim, caso o contribuinte comprove a existência dos requisitos autorizadores da liminar específica, que, em regra, se resumem ao fumus boni juris e no periculum in mora (evidentemente, cada espécie de liminar possui a sua nomenclatura específica para seus requisitos), o juiz deverá deferir a medida de urgência, com o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário. A princípio, uma vez concedida, se não houver a revogação por parte do Tribunal competente ou pelo próprio juiz de primeiro grau em momento posterior, a liminar perdura até o final da demanda. 46 Você sabe quais são as consequências disso? Veja abaixo. Se o contribuinte se consagra vencedor da demanda e não precisar efetuar o pagamento do tributo, a liminar se confirmará e nada será devido ao fisco. Entretanto, o problema ocorre na hipótese do contribuinte perder a ação e for obrigado a quitar o débito tributário. Neste caso, em razão da liminar, ele terá trinta dias, a contar do trânsito em julgado da ação, para efetuar o pagamento do tributo devido sem a incidência de multa ou juros, afinal não estava em mora, pois possuía uma ordem judicial permitindo que não fizesse o pagamento do tributo durante o trâmite processual. Contudo, após os trinta dias, se não houver a quitação do débito tributário, aí sim, será considerado em mora e terá que pagar os valores com a incidência de multa e juros. Portanto, é preciso que o contribuinte fique atento nesta situação, a fim de não ser pego de surpresa, tendo que efetuar o pagamento em trinta dias de todos os tributos que deixou de pagar durante o trâmite processual em razão da liminar existente a seu favor. Nesta temática, conseguimos verificar o instituto do lançamento tributário e suas implicações, bem como as causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário que influenciam no pagamento do tributo devido. Referências BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 5 set. 2022. BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei n. 5.172, de 25 de outubro de 1966. Brasília, 1966.Brasília, 1966. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm 47 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172compilado.htm. Acesso em: 5 set. 2022. BRASIL. Presidência da República. Secretaria-Geral. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015. Brasília, 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm. Acesso em: 5 set. 2022. CARRAZZA, R. A. Curso de Direito Constitucional Tributário. São Paulo: Malheiros, 2015. CARVALHO, P. de B. Curso de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2016. MACHADO, H. de B. Curso de Direito Tributário. São Paulo: Malheiros, 2008. PAULSEN, L. Direito Tributário, Constituição e Código Tributário à Luz da Doutrina e da Jurisprudência. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172compilado.htm. Acesso em: 5 set. 2022. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172compilado.htm. Acesso em: 5 set. 2022. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm. Acesso em: 5 set. 2022. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm. Acesso em: 5 set. 2022. 48 Extinção do Crédito Tributário Autoria: Márcio Alexandre Ioti Henrique Leitura crítica: Renato Traldi Dias Objetivos • Entender o que é extinção do crédito tributário. • Analisar as causas de extinção do crédito tributário. • Verificar as consequências para o contribuinte de cada uma das causas de extinção. 49 1. Introdução–Extinção do crédito tributário O crédito tributário é constituído por meio do lançamento e, não existindo qualquer causa de suspensão de sua exigibilidade, está apto a ser exigido pelo fisco competente. O Código Tributário Nacional, por sua vez, em seu artigo 156, elenca uma série de situações que, uma vez ocorridas, têm o condão de extinguir o crédito tributário, devidamente constituído pelo fisco. Analisaremos cada uma dessas causas, a fim de proporcionar um entendimento completo sobre o tema. São elas: 2. Pagamento O pagamento é a forma pela qual o fisco espera que o crédito tributário seja extinto pelo contribuinte. Uma vez cobrado do débito, o contribuinte quita o valor devido, estando adimplente com o fisco competente. Se não houver o pagamento do crédito, sobre o montante devido, incidirá juros e multa, de acordo com a legislação aplicável. Deve-se lembrar que a data de vencimento, bem como o prazo de pagamento de cada tributo deve ser estipulada pelo ente competente, dando notoriedade ao contribuinte de suas obrigações. Importante frisar, por fim, que, nos termos do artigo 165, do CTN, o contribuinte tem direito à restituição total ou parcial do tributo nas seguintes situações: cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido; erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao 50 pagamento; e, reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória. O pedido de restituição dos valores deve ocorrer, nos termos do artigo 168, do Código Tributário Nacional (CTN), dentro do prazo de cinco anos contados a partir da data de extinção do crédito tributário ou da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória, conforme o caso. 3. Compensação A compensação é um instituto muito utilizado no Direito Civil, mas que também pode ser aplicado ao Direito Tributário. Na compensação, os agentes participantes da relação jurídica instaurada são credores e devedores uns dos outros. Em outras palavras, o contribuinte deve tributo ao fisco, mas, ao mesmo tempo, possui créditos a seu favor, que devem ser quitados pelo fisco. Na seara tributária, para que o instituto da compensação possa ser utilizado, deve existir prévia lei, editada pelo ente competente, permitindo essa forma de extinção do crédito tributário. O artigo 170, do CTN, trata de forma genérica do instituto em matéria tributária, asseverando que podem ser objeto de compensação créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos. Um ponto importante que deve ser observado diz respeito à impossibilidadede proceder-se a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial, nos termos do artigo 170-A, do CTN. Assim: 51 Quadro 1 – Termos Situação admitida pela legislação. Situação não admitida pela legislação. Débito relativo ao tributo contestado no processo é compensado pela utilização de crédito relativo a outro tributo, não contestado. Suposto crédito relativo ao tributo contestado no processo é utilizado para compensar o débito relativo a outro tributo, não contestado. Fonte: elaborado pelo autor. 4. Transação O ente competente para criar e fazer incidir determinado tributo, também é competente para editar uma lei concedendo, ao contribuinte, a possibilidade de transacionar com o fisco. Portanto, a transação sempre depende de lei. Transação pode ser entendida como uma forma de acordo com o ente tributante, no qual as partes, por meio de concessões mútuas, colocam fim a um litígio e consequente extinção de crédito tributário. Na esfera federal, existe a Lei n. 13.988/202, que trata da possibilidade de transação de tributos federais, sendo importante asseverar que referida legislação exige sempre a observância do interesse público e estar conforme o juízo de oportunidade e conveniência da autoridade competente. 5. Remissão No Direito Tributário, é possível que o ente tributante perdoe, de forma parcial ou total, o crédito tributário, por meio do instituto da remissão. Pata tanto, deverá existir uma lei autorizadora, permitindo que o fisco renuncie ao recebimento do tributo devido pelo contribuinte. 52 Uma vez sendo autorizada por lei, a remissão deverá ser analisada caso a caso e deferida pelo ente competente por meio de despacho fundamentado, que não gerará direito adquirido, devendo ser observadas as exigências do artigo 172, do CTN, sejam: a situação econômica do contribuinte; a existência de erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato; a pequena importância do crédito tributário; considerações de equidade, em relação com as características pessoais ou materiais do caso; existência de condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante. 6. Prescrição e decadência Os institutos da prescrição e decadência possuem fundamental importância no Direito Tributário, visto que existem para conferir limites temporais para a atuação do fisco na cobrança dos tributos devidos. Assim, ambos institutos são verdadeiras garantias aos contribuintes, no sentido de que o fisco não poderá realizar suas condutas a qualquer tempo. Se as condutas do ente tributante não forem realizadas dentro de certo prazo, haverá a extinção do crédito tributário. Quando falamos em prescrição e decadência, precisamos analisar tais temas sob duas óticas: a do contribuinte e a do fisco. Para o contribuinte, decadência é a perda do direito de ingressar com a defesa administrativa, pelo decurso do prazo legal. Assim, ele perderá a chance de instaurar um processo administrativo para questionar a exação devida. Por outro lado, a prescrição para o contribuinte é a perda de ingressar com a competente ação de repetição de indébito para obter a restituição de tributos pagos indevidamente ou a maior. O prazo prescricional para o contribuinte é de cinco anos, contado a partir do pagamento indevido. 53 Sob a ótica do fisco, decadência é a perda do direito de lançar, ou seja, de constituir o crédito tributário. Esse prazo também é de cinco anos e é contado do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, ou da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado, nos termos do artigo 173, do CTN. Por outro lado, prescrição para o fisco é a perda do direito de ingressar com a ação de execução fiscal, a fim de executar a Certidão de Dívida Ativa (CDA), que demonstra a existência de um débito tributário. O prazo prescricional também é de cinco anos, mas seu termo inicial é a constituição definitiva do crédito tributário. Portanto, percebe-se que a decadência impede que o crédito seja constituído pelo lançamento, ao passo que a prescrição não permite que o crédito definitivamente constituído, seja executado judicialmente. Por fim, tanto a prescrição, quanto a decadência são matérias de ordem pública, motivo pelo qual podem ser conhecidas de ofício pelo juiz. 7. Conversão do Depósito em Renda O contribuinte pode pretender discutir judicialmente se está ou não sujeito à determinada incidência tributária ou pleitear a declaração de ilegalidade ou inconstitucionalidade de determinado tributo. No entanto, o simples fato do contribuinte entrar com uma ação judicial, não retira do fisco a prerrogativa de poder cobrar o tributo que entende devido. Desta feita, uma das formas que o contribuinte possui para impedir a cobrança do crédito tributário durante o trâmite do processo judicial é realizando o depósito do montante integral do valor cobrado pelo fisco, 54 suspendendo, com isso, a exigibilidade do crédito tributário, nos termos do artigo 151, inciso II, do Código Tributário Nacional. Feito o depósito e havendo o julgamento da demanda, o contribuinte pode se sagrar vencedor ou perdedor da causa. Se a ação for julgada procedente e ficar reconhecido o direito do não pagamento do tributo, basta o contribuinte levantar os valores depositados e não há que se falar em qualquer pagamento do fisco. Agora, na hipótese do contribuinte sair perdedor da ação judicial e for reconhecida a obrigatoriedade do pagamento do tributo ao fisco, aquele depósito que havia sido feito na ação judicial será levantado pelo fisco e convertido em renda, extinguindo o crédito tributário, de acordo com o artigo 156, inciso VI, do Código Tributário Nacional. Deve-se notar que, durante o trâmite da ação judicial, o valor depositado é corrigido mensalmente levando em consideração os índices aplicáveis aos depósitos judiciais. Essa correção deverá ser aceita pelo fisco, que não poderá exigir qualquer valor a maior do contribuinte. Assim, o valor depositado será levantado pelo fisco, com as correções monetárias incidentes na conta judicial, e o crédito será extinto. 8. O pagamento antecipado e a homologação do lançamento Esta causa de extinção do crédito tributário não precisaria estar elencada de forma expressa no artigo 156, do CTN, pois trata-se de situação de pagamento, já previsto no inciso I, de referido dispositivo legal. De qualquer forma, não podemos deixar de analisá-la de forma deparada, já que está inserida no inciso VI, do artigo 156, do CTN. 55 Como sabemos, o crédito tributário é constituído por meio do lançamento. Há três modalidades de lançamento no ordenamento jurídico brasileiro, sendo que são diferenciados tendo em vista a maior ou menor participação do contribuinte na apuração do valor devido ao fisco. Assim, temos o lançamento de ofício, o lançamento por declaração e o lançamento por homologação, este último previsto no artigo 150, do Código Tributário Nacional. No lançamento por homologação, é o contribuinte que apura o valor devido, realiza as declarações ao fisco e antecipa o pagamento do valor apurado a título de tributo. Uma vez completado esse procedimento por parte do contribuinte, ele deve aguardar a homologação do fisco, que pode ocorrer de forma expressa ou tácita. A homologação de forma expressa ocorre quando o fisco analisa o procedimento realizado pelo contribuinte e chancela tal procedimento, bem como o pagamento efetuado. Por outro lado, há homologação tácita quando o fisco não se manifesta pelo prazo de cinco anos após a ocorrência do pagamento por parte do contribuinte. Vencido esse prazo, considera-se que o débito foi quitado. Havendo a homologação do pagamento, seja expressa ou tácita, há a extinção do crédito tributário, pois considera-se
Compartilhar