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W BA 11 87 _V 1. 0 COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA E TRIBUTOS 2 Thuanny Pereira São Paulo Platos Soluções Educacionais S.A 2022 COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA E TRIBUTOS 1ª edição 3 2022 Platos Soluções Educacionais S.A Alameda Santos, n° 960 – Cerqueira César CEP: 01418-002— São Paulo — SP Homepage: https://www.platosedu.com.br/ Head de Platos Soluções Educacionais S.A Silvia Rodrigues Cima Bizatto Conselho Acadêmico Alessandra Cristina Fahl Ana Carolina Gulelmo Staut Camila Braga de Oliveira Higa Camila Turchetti Bacan Gabiatti Giani Vendramel de Oliveira Gislaine Denisale Ferreira Henrique Salustiano Silva Mariana Gerardi Mello Nirse Ruscheinsky Breternitz Priscila Pereira Silva Coordenador Gislaine Denisale Ferreira Revisor Elizabeth Martos Somessari Editorial Beatriz Meloni Montefusco Carolina Yaly Márcia Regina Silva Paola Andressa Machado Leal Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)_____________________________________________________________________________ Pereira, Thuanny Competência tributária e tributos / Thuanny Pereira. – São Paulo: Platos Soluções Educacionais S.A., 2022. 35 p. ISBN 978-65-5356-249-3 1. Competência tributária. 2. Impostos. 3. Taxas. I. Título. 3. Técnicas de speaking, listening e writing. I. Título. CDD 336.2 _____________________________________________________________________________ Evelyn Moraes – CRB: 010289/O P436c © 2022 por Platos Soluções Educacionais S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Platos Soluções Educacionais S.A. https://www.platosedu.com.br/ 4 SUMÁRIO Apresentação da disciplina __________________________________ 05 Competência dos entes políticos e definição de tributos _____ 06 Impostos _____________________________________________________ 19 Taxas, contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios ________________________________________________ 39 Contribuições especiais ______________________________________ 52 COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA E TRIBUTOS 5 Apresentação da disciplina Na disciplina Competência Tributária e Tributos seu estudo estará pautado em temas atuais e de grande reflexão junto ao Direito Tributário. No primeiro tema será abordado o conceito de competência tributária e suas características, princípios constitucionais tributários e sua importância, bem como o conceito de tributo. Superado esse conteúdo, apresentaremos o conceito do imposto com suas classificações e peculiaridades, assim como os diversos tipos de impostos nas diferentes esferas e seus fatos geradores. No terceiro tema, taxas, contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios serão o conteúdo abordado, no qual diferenças e características de cada espécie tributária serão apresentadas, além das espécies tributárias existentes no ordenamento jurídico. O último tema terá o estudo voltado as contribuições especiais, com o aprofundamento sobre o conceito e as classificações como espécie tributária de arrecadação, bem como os diversos tipos de contribuições cobradas hoje no ordenamento jurídico. Bons estudos!. 6 Competência dos entes políticos e definição de tributos Autoria: Thuanny Pereira Leitura crítica: Elizabeth Martos Somessari Objetivos • Auxiliar o aluno na compreensão do tema da competência tributária bem como suas características. • Apresentar os princípios constitucionais tributários e sua importância. • Explicitar o conceito de tributo de forma completa com todas as suas definições. 7 1. Competência tributária A competência tributária é um assunto de extrema importância para se entender qualquer outra questão relacionada ao Direito Tributário. Seria o ponto de partida para começar a compreender o Sistema Tributário Nacional Brasileiro que é considerado o mais complexo do mundo! Neste material, você será apresentado aos conceitos de competência tributária e suas características, aos princípios constitucionais tributários e sua importância, e ao conceito de tributo. 2. Definição de competência tributária na Constituição Federal Podemos definir competência tributária como sendo o poder atribuído pela Constituição Federal aos entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e municípios) de modo que eles estariam autorizados a instituir determinados tributos em seu território. A mencionada competência está prevista no art. 145 da Constituição Federal, in verbis: Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: I - impostos; II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. 8 § 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. § 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos. (BRASIL, 1988, [s.p.]) Como o ente federativo teria a faculdade de instituir tributos, ele pode ou não escolher criar uma tributação com o intuito de incrementar sua arrecadação. Porém, de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei nº 101/99), em seu art. 11, no plano de gestão fiscal da pessoa política deve haver a instituição de “todos” os tributos competentes à entidade, sob pena de sanções (art. 11, parágrafo único). Ainda, importante salientar que a Constituição Federal não cria tributos como muitos acreditam, porém, prescreve em seu texto legal o critério material para a sua criação, além de autorizar os entes federativos a instituírem os tributos por meio de lei. Juntamente com essa autorização, ela elenca as limitações ao poder tributar de cada ente, bem como estipula quais tipos de tributos cada ente poderá instituir para que não haja bitributação ou extrapolação de competência entre eles. 3. Competência tributária no CTN Assim como na Constituição Federal, a competência tributária também encontra-se prevista no Código Tributário Nacional, no art. 6º, que diz: http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/365392/lei-complementar-101-99 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11249670/artigo-11-lc-n-101-de-04-de-maio-de-2000 9 Art. 6º A atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal, nas Constituições dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios, e observado o disposto nesta Lei. (BRASIL, 1966, [s.p.]) Podemos entender que dentro da previsão constitucional de competência tributária, também está abrangida a competência legislativa plena dos entes federativos. A esse respeito, compreende-se como competência legislativa a possibilidade dos entes federativos de legislarem em matéria tributária, sobre os tributos de sua competência e respeitando as limitações constitucionais ao poder de tributar. 4. Das limitações ao poder de tributar As limitações ao poder de tributar podem ser conhecidas como obstáculos estabelecidos pela Constituição Federal para orientar o ente federativo a não exceder os limites de suas atribuições, causando prejuízos ao contribuinte. Segundo Amaro (2006): O exercício do poder de tributar supõe o respeito às fronteiras do campo material de incidência definido pela Constituição e a obediência às demais normas constitucionais ou infraconstitucionais que complementama demarcação desse campo e balizam o exercício daquele poder. (AMARO, 2006, p. 106-107) Assim, fazendo um raciocínio mais dinâmico das limitações ao poder de tributar, se eu atribuo competência exclusiva a um ente federativo para tributar em determinado âmbito (municipal, estadual ou 10 federal), automaticamente excluo os demais entes federativos de tal competência, surgindo, assim, a limitação de poderes. O objetivo de existirem as limitações ao poder de tributar é a proteção de direitos e incentivo de atividades por intermédio da efetiva tributação. São essenciais para evitar a livre atuação dos entes políticos sem estabelecer qualquer condição para esse exercício. Os limites ao poder de tributar, desdobram-se nos princípios constitucionais tributários e nas imunidades. Por meio deles, as limitações ao poder de tributar buscam preservar valores fundamentais garantidos pela Constituição Federal. 5. Princípios constitucionais tributários São vários os princípios constitucionais tributários. Mas, antes de analisar um por um, vale ressaltar o conceito de princípio, que é um tema de extrema importância para o Direito Tributário. Princípio é, por definição, verdadeiro alicerce que serve de base para um sistema, neste caso, disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas, servindo de critério para sua exata compreensão e inteligência. Segundo Luis Eduardo Schoueri (2016): Do emaranhado de normas editadas pelos mais diversos escalões, extraem-se normas que se prestam para indicar valores do ordenamento, positivados e que servem de vetores para o conhecimento do Direito Tributário. São elas os princípios jurídicos, valores cuja importância é reconhecida pelo legislador, inclusive o legislador constituinte, e cuja observância espera-se tanto do próprio legislador como do aplicador da norma tributária. (SCHOUERI, 2016, p. 291) Dada a definição acima, vamos aos conceitos de cada princípio. 11 5.1 Princípio da Legalidade Encontra-se disciplinado no art. 5º, inciso II da Constituição Federal, dispondo que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” (BRASIL, 1988). Em matéria tributária, esse princípio deve ser incondicionalmente observado, uma vez que tem ligação direta com a segurança jurídica do contribuinte que não pode ser surpreendido com a cobrança ou majoração de tributo não instituído anteriormente por meio de lei, com exceção dos tributos com caráter extrafiscal. 5.2 Igualdade tributária Tem sua previsão no art. 150, inciso II da Constituição Federal, vedando que seja instituído “tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos” (BRASIL, 1988, [s.p.]). Ou seja, nada mais é do que a reiteração de direitos fundamentais já previstos no art. 5º da CF só que pelo ponto de vista tributário. 5.3 Anterioridade Pelo princípio da anterioridade, nenhum tributo será cobrado no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu e/ou aumentou, conforme assegura o art. 150, inciso III, alínea “b” da Constituição Federal. Este princípio reza que a lei que cria ou majora um tributo só venha a incidir sobre fatos ocorridos no exercício financeiro subsequente ao de 12 sua entrada em vigor evitando, assim, surpreender o contribuinte em algo que ele não está economicamente preparado para suportar. 5.4 Irretroatividade Está previsto no art. 150, inciso III, alínea “a”, da Constituição, que diz que “é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado” (BRASIL, 1988, [s.p.]). Esse princípio pode ser visto como um complemento ao princípio da anterioridade, uma vez que a lei que cria ou majora tributos não poderia retroagir para atingir fatos ocorridos antes de sua vigência, prejudicando, assim, o contribuinte. 5.5 Capacidade contributiva Com previsão no art. 145, § 1º, da CF, diz que: Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. (BRASIL, 1988, [s.p.]) Importante salientar que o referido princípio teria aplicabilidade apenas nos impostos, não sendo efetivo para as demais espécies tributárias. Assim, fazendo uma análise simples, o que reza o princípio é que cada contribuinte deve “contribuir” com as despesas públicas de acordo com as suas posses e disponibilidade econômica. 13 6. Características da competência tributária A competência tributária é dotada de características que a definem e representam. São elas: privatividade; indelegabilidade; incaducabilidade; inalterabilidade; irrenunciabilidade; e facultatividade. 6.1 Privatividade Também conhecida como exclusividade. Ou seja, a outorga de competência dada a determinado ente federativo jamais pode ser exercida por outro ente. Assim, cada ente político é detentor de sua competência, não podendo extrapolar seu exercício e nem exercer a competência de outro ente federativo assim como não pode ter as suas competências praticadas por outro ente. 6.2 Indelegabilidade Também conhecida como intransferibilidade, que significa dizer que a competência somente poderá ser exercida pelo ente que possui a autorização dada pela Constituição Federal. 6.3 Incaducabilidade O ente federado pode instituir os tributos de sua competência a qualquer tempo, isso porque as competências tributárias permitem a instituição da tributação a qualquer tempo. Assim, não há que se falar em decadência no exercício das competências tributárias. Se um ente federativo não exercer uma determinada competência tributária por tempo indefinido, jamais a perderá, podendo, a qualquer tempo, vir a implementá-la. 14 6.4 Inalterabilidade Essa característica reafirma a noção de que a competência deve ser exercida nos limites impostos pela Constituição. Ou seja, os entes federativos não podem alterar entre si as competências impostas pela CF ou “trocarem” competências. 6.5 Irrenunciabilidade Essa característica não se confunde com o não exercício da competência, que é uma situação momentânea que pode eventualmente ser alterada quando o ente tributante entender melhor. Porém, diz respeito à impossibilidade do ente de abdicar terminantemente dessa competência. 6.6 Facultatividade Os entes federativos não são obrigados a exercitar suas competências tributárias. Trata-se aqui de uma opção política a ser tomada pelas pessoas competentes, que podem instituir ou não os tributos pertencentes às suas respectivas faixas impositivas. Vale dizer, o exercício das competências tributárias sujeita-se a juízo de conveniência e oportunidade de cada ente político com base nas suas diretrizes orçamentárias e na sua organização política. 7. Extrafiscalidade, bis in idem e bitributação A extrafiscalidade pode ser classificada como um “algo a mais” que apenas a arrecadação de receitas por meio dos tributos. Pode resultar de isenções, benefícios fiscais, progressividade de alíquotas etc. Aqui, a finalidade, além da arrecadatória, é a de regular alguma prática com 15 fim social. Pode ser vista como medida de incentivo ou desincentivo de alguma prática socioeconômica. O bis in idem pode ser reconhecido como o ato de um mesmo ente federativo tributar duplamente o mesmo fato gerador, que somente é permitido com autorização constitucional. Por outro lado, a bitributação se dá quando dois entes federativos diferentes tributam o mesmo fato gerador, ou seja, o mesmotributo, desconsiderando a competência tributária imposta pela Constituição Federal. 8. Competência tributária versus Capacidade tributária ativa versus Parafiscalidade A diferença é basicamente que a competência tributária é derivada da Constituição Federal e, como vimos, é a autorização concedida pela Constituição para os entes federativos de criar, modificar ou extinguir tributos e é indelegável, intransferível e tampouco prescreve com o tempo, além de ser irrenunciável. Apenas os entes federativos têm tal competência de acordo com os poderes dados a eles pela Constituição Federal. Já a capacidade tributária ativa faz referência à fiscalização tributária administrativa, sendo o ente que exercerá a função de cobrança. Diferentemente do que acontece com a competência tributária, a capacidade tributária ativa é delegável e transferível, servindo como complemento da competência, já que esta lhe dará autorização para arrecadar o tributo. Na visão de Paulo de Barros Carvalho (2009), 16 A competência tributária, em síntese, é uma das parcelas entre as prerrogativas legiferantes de que são portadoras as pessoas políticas, consubstanciada na possibilidade de legislar para a produção de normas jurídicas sobre tributos. Não se confunde com a capacidade tributária ativa. Uma coisa é poder legislar, desenhando o perfil jurídico de um gravame ou regulando os expedientes necessários à sua funcionalidade; outra é reunir credenciais para integrar a relação jurídica. (CARVALHO, 2009, p. 235-237) Aqui, as grandes palavras para a capacidade tributária ativa é arrecadação e fiscalização, enquanto para a competência tributária é criar, extinguir e modificar tributos. Já o conceito de parafiscalidade pode ser resumido na delegação dos elementos da capacidade tributária ativa. Ou seja, em outras palavras, é a permissão que o ente detentor da competência tributária concede a outro ente repassando o poder de arrecadar, fiscalizar e administrar os tributos. 9. Conceito de tributo O conceito de tributo se encontra hoje no ordenamento jurídico brasileiro, mais precisamente explicitado no art. 3º do Código Tributário Nacional (BRASIL, 1966), que assim preleciona: Art. 3º. Tributo é toda a prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. (BRASIL, 1966, [s.p.]) Explicando o que cada termo que compõe o conceito de tributo significa: • Prestação pecuniária: é representada pela prestação em dinheiro, ou seja, é uma obrigação do cidadão de prestar dinheiro ao Estado. 17 • Compulsória: é uma obrigação prevista em lei daquele que se investir na condição de contribuinte e praticar determinado fato gerador previsto no ordenamento jurídico vigente. Ou seja, não é facultativo, voluntário. • Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, porque a prestação tributária deve ser em pecúnia, ou seja, não poderia ser admitido no ordenamento a instituição de tributo como sendo obrigação principal a ser quitada com bens diversos de dinheiro, não sendo admitidas, por exemplo, as formas in natura ou in labore (prestação de serviços ao Poder Público). • Tributo não pode ser criado, instituído como uma punição a um ato ilícito, pois não é essa a sua função. • Instituída por lei porque para falarmos em tributo exigível, somente a lei vigente pode instituí-lo. • Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada é a necessidade do lançamento tributário com a finalidade de demonstrar que este seria o início do procedimento de exigibilidade do tributo, conforme preleciona o art. 142 do CTN. 10. Espécies tributárias Pela corrente doutrinária majoritária, existem cinco espécies de tributos no atual sistema tributário nacional, sendo esta considerada a teoria pentapartida. Porém, de acordo com o art. 145 da CF, juntamente com o art. 5º do CTN, existem no ordenamento jurídico três espécies tributárias, quais sejam os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria. Mesmo assim, hoje a corrente majoritária entre os doutrinadores e o STF é a pentapartida, que compreende as seguintes espécies tributárias: 18 impostos; taxas; contribuições de melhoria; empréstimos compulsórios; e as contribuições. 11. Conclusão Nesta Leitura Digital, foram apresentados os conceitos fundamentais relacionados à competência tributária, bem como os princípios constitucionais tributários, o conceito de tributo e as espécies tributárias. Recomenda-se a leitura do capítulo de competência tributária da Constituição Federal e o CTN, bem como o apoio na doutrina especializada e na jurisprudência das Cortes Superiores, para completa compreensão da matéria. Referências AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. BARROS CARVALHO, Paulo. Curso de Direito Tributário. 21. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. SCHOUERI, Luis E. Direito Tributário. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. 19 Impostos Autoria: Thuanny Pereira Leitura crítica: Elizabeth Martos Somessari Objetivos • Orientar o aluno acerca da primeira espécie tributária do CTN. • Trazer conhecimento sob suas classificações e peculiaridades. • Demonstrar os diversos tipos de impostos nas diferentes esferas e seus fatos geradores. 20 1. Impostos A receita derivada, que é arrecadada pela Administração tributária, por exemplo os impostos é, via orçamento público, empregada para atender necessidades públicas por intermédio da prestação de serviços públicos voltados à infraestrutura, saúde, educação, habitação e segurança. O Brasil se encontra listado entre os países com maior carga tributária do mundo, e parte da nossa economia deriva do pagamento de imposto, o restante advém das atividades econômicas dos particulares. Neste material, você encontrará o conceito e as classificações dos impostos como espécie tributária, bem como os diversos tipos de impostos cobrados hoje em cada esfera política. 2. Conceito de imposto Imposto nada mais é do que uma das espécies tributárias da teoria pentapartida adotada pela doutrina e jurisprudência. Como o próprio nome já traz a ideia, é uma obrigação contraída pelo sujeito passivo praticante de determinado fato gerador, com pagamento obrigatório. Falando de fato gerador, este pode ser analisado de forma abstrata e de forma concreta. No plano abstrato, o fato gerador seria a hipótese de incidência tributária, ou seja, o fato que está previsto em lei e que, se praticado no mundo fenomênico, se transformará em fato gerador propriamente dito. No abstrato, existe apenas a determinação hipotética dos sujeitos da obrigação tributária, seu critério material e seu critério espacial. 21 Já no plano concreto, o fato gerador seria a incidência tributária realizada de fato, ou seja, o fato imponível que, enquadrado na hipótese da legislação, vira um fato que teve sua ocorrência na realidade. Ainda, importante fazer uma distinção com relação ao conceito do que seria fato gerador e do que seria hipótese de incidência. O fato gerador é a própria situação prevista em lei ocorrida no mundo fenomênico e que implica na incidência da norma que o previu. Já a hipótese de incidência integra o antecedente ou o pressuposto da norma tributária. Ou seja, é a imposição que a norma traz para caracterizar que aquele determinado fato, se praticado, será um fato gerador. Dando continuidade ao conceito de imposto, nas palavras de Paulo de Barros Carvalho (2018, p. 66), “[...] podemos definir imposto como o tributo que tem por hipótese de incidência (confirmada pela base de cálculo) um fato alheio a qualquer atuação do poder público.” No CTN, temos a definição do imposto sedimentada no art. 16 do CTN, que alude: Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. (BRASIL, 1966, [s.p.])Ou seja, o imposto não tem o que chamamos de caráter vinculatório de receitas, uma vez que não tem destinação, podendo a receita da sua arrecadação ser utilizada pela Administração Pública de diversas formas estratégicas. Portanto, a receita de sua arrecadação pode ser utilizada para a prestação de serviços de saúde, educação, transporte, segurança. Ainda, sempre importante observar que o imposto deve seguir o princípio da legalidade, no qual o fato gerador deve estar previsto em lei para que 22 possa, de fato, se tornar uma obrigação tributária principal exigível por força desta lei que o institui. Como exceção, temos os tributos com caráter extrafiscal, ou seja, aqueles que são utilizados como ferramenta para regular a economia, ou para estimular ou desestimular alguma prática do contribuinte e do mercado de modo geral. Esses tributos extrafiscais podem ser majorados ou modificados por meio de Decreto, por questão de celeridade na sua aplicação, uma vez que regula as práticas mercantis e econômicas em determinados períodos. A exemplo desses impostos, temos o IPI, que sempre sofre alterações de alíquota de determinados produtos de forma estratégica por decisões governamentais, e, muitas vezes, essas alterações são feitas mediante Decreto. Ainda, para Luis Eduardo Schoueri (2018): Impostos são espécies tributárias cuja hipótese tributária presta-se a ser índice de capacidade contributiva (justificativa para imposição), não se vinculando, pois, a atividade estatal; excetuados os casos previstos na Constituição Federal, a receita dos impostos não se afeta a qualquer órgão, fundo ou despesa, servindo, portanto, para cobrir os gastos gerais do ente tributante. (SCHOUERI, 2018, p. 215-216) Já para Eduardo Sabbag (2013): Imposto é tributo cuja obrigação temp or fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa à vida do contribuinte, à sua atividade ou a seu patrimônio – é o que se depreende da dicção do art. 16 do CTN. (SABBAG, 2013, p. 408) Assim, extraímos que a ideia central do conceito de imposto é que: sua materialidade não depende de uma contraprestação estatal para ser 23 exigível; o produto de sua arrecadação não tem vinculação a qualquer órgão ou setor; deve haver previsão constitucional para a criação da hipótese de incidência tributária e para se tornar uma obrigação no mundo real; e o sujeito passivo deve praticar a materialidade imposto na lei ou ser responsável tributário para que se possa ter uma obrigação tributária de fato. 3. Classificação dos impostos 3.1 – Impostos diretos versus Impostos indiretos O imposto direto é aquele que demonstra uma relação entre a sua cobrança em relação à renda/patrimônio do contribuinte. É direto exatamente por incidir diretamente na renda do contribuinte, seguindo o princípio da capacidade contributiva: quanto maior a renda, maior o tributo a pagar. Chamamos de relação direta porque quanto mais renda/patrimônio, maior o imposto a ser recolhido. Como maior exemplo dos impostos diretos, temos o imposto de renda. Já o imposto indireto é aquele aplicado sobre o serviço prestado ou o consumo efetivo. É indireto exatamente pelo fato de não considerar a renda do contribuinte, mas sim o quanto ela consome. Geralmente, seu valor é mensurado com base no produto comercializado ou no serviço prestado, sendo seu custo repassado no preço para o contribuinte final, pouco importando a renda deste contribuinte, mas sim o consumo que ele está realizando. Para Luciano Amaro (2001): Uma classificação, de fundo econômico, mas com reflexos jurídicos, é a que divide os tributos em diretos e indiretos. Os primeiros são devidos, “de direito”, pelas mesmas pessoas que, “de fato”, suportam o ônus do tributo; 24 é o caso do imposto de renda. Os indiretos, ao contrário, são devidos, “de direito”, por uma pessoa (dita “contribuinte de direito”), mas suportados por outra (“contribuinte de fato”): o “contribuinte de direito” recolhe o tributo, mas repassa o respective encargo financeiro para o “contribuinte de fato”; os impostos que gravam o consumo de bens e serviços (IPI, ICMS, ISS) estariam aqui incluídos. (AMARO, 2001, p. 88) Sendo assim, são considerados tributos diretos aqueles que tributam uma conduta subjetiva que tem relação com o contribuinte e atinge diretamente sua renda, seus bens ou seu patrimônio. Já os tributos indiretos seriam aqueles em que o seu ônus é repassado no custo de venda de uma mercadoria ou na prestação de um serviço para terceiro que comprar tal mercadoria ou contratar tal serviço. 3.2 – Impostos pessoais versus Impostos reais Impostos pessoais seriam todos aqueles em que levam em consideração, subjetivamente, as condições de determinado contribuinte. Aqui, podemos exemplificar as condições subjetivas com a questão do princípio da capacidade contributiva, que é diferente para cada contribuinte de acordo com a sua renda, seu patrimônio, e outras variáveis particulares. Já os impostos reais seriam aqueles que levam em consideração a matéria tributária, isto é, o próprio bem ou coisa (res, em latim), sem cogitar das condições pessoais do contribuinte. O direito real, vindo do Direito Civil, seria aquele capaz de atrelar determinada coisa (bem) à pessoa que esteja diretamente vinculada a ele. O art. 1225 do C.C. (BRASIL, 2022) aduz que são os direitos reais a propriedade, a superfície, as servidões, o usufruto, o uso, a habitação, o direito do promitente comprador do imóvel, o penhor, a hipoteca, 25 a anticrese, a concessão de uso especial para fins de moradia, e a concessão de direito real de uso. Nas palavras de Eduardo Sabbag (2013): Os impostos pessoais levam em conta as condições particulares do contribuinte, ou seja, aquelas qualidades pessoais e juridicamente qualificadas do sujeito passivo. Assim, o imposto pessoal possui um caráter eminentemente subjetivo (exemplo: imposto de renda). Já os impostos reais, também intitulados “impostos de natureza real”, são aqueles que leva mem consideração a matéria tributária”, isto é, o próprio bem ou coisa (res, em latim), sem cogitar das condições pessoais do contribuinte (exemplos: IPI, ICMS, IPTU, IPVA, ITR, IOF etc, ou seja, com exceção do IR, todos os demais). (SABBAG, 2013, p. 417) Assim, além da questão da materialidade prevista na CF e na legislação, enquanto os impostos pessoais, além da hipótese de incidência tributária levam em consideração qualidades individuais do contribuinte, os impostos reais levam em consideração apenas a matéria tributável prevista na legislação como fato gerador. 3.3 – Impostos fiscais versus Impostos extrafiscais Os impostos fiscais são aqueles em que a Administração Pública tem apenas o objetivo de arrecadação, ou seja, o contribuinte deve pagar ao ente federado em razão da prática da materialidade prevista na legislação tributária a partir da prática de algum fato gerador previsto na legislação tributária. Exemplos: IR; ISS; ITCMD etc. Já os impostos extrafiscais são aqueles que além do mesmo objetivo arrecadatório, também servem como ferramenta de indução de comportamento do ente federado para regular a economia, estimulando ou desestimulando alguma prática comercial. Exemplos: IPI; II; IE. 26 3.4 – Impostos progressivos versus Impostos proporcionais versus Impostos seletivos A progressividade afeta o critério quantitativo da regra matriz de incidência tributária, que traz a ideia de ter alíquotas diferenciadas de tributação entre os contribuintes levando-se em consideração o poder econômico de cada um deles. Já a proporcionalidade é utilizada como meio para instituir um tributo na medida proporcional da capacidade contributiva de cada contribuinte. Ou seja, apesar de ter a aplicação de uma alíquota única fixa, sua base de cálculo é variável, de acordo com a capacidade econômica de cada sujeito passivo, buscando, assim, um equilíbrio de tributação e tentando diminuir a desigualdade entreos contribuintes. A seletividade é utilizada pelo legislador para que este possa elevar ou diminuir a carga tributária por meio de alíquota. Sendo assim, como o próprio nome já diz, faz-se uma seleção com base na essencialidade dos bens comercializados ou dos serviços prestados para atribuir alíquotas maiores ou menores de tributação. Para Sabbag (2013): A progressividade traduz-se em técnica de incidência de alíquotas variadas, cujo aumento se dá na medida em que se majora a base de cálculo do gravame. A técnica da proporcionalidade – obtida pela aplicação de uma alíquota única sobre uma base tributável variável – é um instrumento de justiça fiscal “neutro”, por meio do qual se busca realizar o princípio da capacidade contributiva. Vale dizer que a técnica induz que o desembolso de cada qual deve ser proporcional à grandeza da expressão econômica do fato tributado. A seletividade é forma de concretização do postulado da capacidade contributiva em certos tributos indiretos. (…) A seletividade mostra- se, assim, como o “praticável” elemento substitutivo da recomendada pessoalidade, prevista no citado dispositivo, no âmbito do ICMS e do IPI, 27 como a solução constitucional de adaptação de tais gravames à realidade fático-social. (SABBAG, 2013, 418-419) Assim, é importante salientar as diferenças entre estes três critérios, em que a progressividade traria alíquotas diferentes a cada contribuinte levando-se em consideração sua capacidade contributiva, a proporcionalidade teria a aplicação de uma alíquota fixa, mas, com base de cálculo variável, também levando em consideração a capacidade contributiva do contribuinte, e a seletividade que teria as alíquotas majoradas ou diminuídas de acordo com a essencialidade dos bens e serviços. Essas três diferenças são critérios importantes para o cálculo dos tributos e que causam grande impacto para cada tipo de contribuinte e seu poder econômico. 4. Divisão dos impostos O Código Tributário Nacional divide os impostos em quatro grupos, a saber: • Impostos sobre o comércio exterior: II e IE. • Impostos sobre o patrimônio e a renda: IR; ITR; IPVA; IPTU; ITBI; ITCMD; ISGF. • Impostos sobre a produção e a circulação: ICMS; IPI; IOF; ISS. • Impostos especiais: IEG. 4.1 – Imposto de Importação (II) O imposto de importação (II) é um tributo federal, de competência da União e cobrado pela Administração Tributária Federal, que tem como fato gerador a entrada de mercadoria estrangeira no território nacional. 28 O Imposto de Importação encontra-se previsto no art. 153, inciso I, da CF, e art. 19 do CTN. Para todos os fins, também é considerada mercadoria estrangeira a mercadoria nacional ou nacionalizada exportada que retornar ao país de origem. Isso só não ocorreria caso a mercadoria tenha sido enviada em consignação e não tenha sido vendida dentro do prazo estipulado. Se a mercadoria for devolvida por defeito técnico para ser reparada; se houver qualquer modificação no sistema de importação; por motivo de guerra ou calamidade pública; e por qualquer outro fator alheio à vontade do exportador. Ainda, conforme já mencionado, o Imposto de Importação tem como função não só a arrecadatória, como também a função regulatória da atividade econômica perante o mercado ou a economia, estimulando ou desestimulando o contribuinte ao consumo de determinada mercadoria ou serviço. Sua base de cálculo se divide em duas, a saber: 1 – O valor aduaneiro apurado segundo as normas do art. VII do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT) quando a alíquota for em percentual a ser aplicado. 2 – A quantidade de mercadoria expressa na unidade de medida estabelecida, quando a alíquota for específica. Com relação às alíquotas, adota-se a Tarifa Externa Comum (TEC), que nada mais é do que as alíquotas vigentes e praticadas para o comércio em relação a países não pertencentes ao Mercosul. Elas podem ser específicas, levando em consideração uma unidade de medida prevista em lei, ad valorem, quando aplicadas sobre o valor da operação, ou mistas, quando for uma junção de ambas as anteriormente mencionadas. 29 4.2 – Imposto de Exportação (IE) O imposto de exportação (IE), também é um tributo federal, de competência da União e cobrado pela Administração Tributária Federal, que tem como fato gerador a saída do território nacional de mercadoria nacional ou que tenha sido nacionalizada. O Imposto de Exportação está previsto no art. 153, inciso II, CF, e nos artigos 23 a 28 do CTN. Para fins de tributação, o fato gerador é a saída da mercadoria do território nacional, porém, conta-se, na realidade o momento da liberação desta mercadoria ou a sua data de saída efetiva com base na Declaração de Exportação. Também é um imposto que não tem só a finalidade arrecadatória, sendo utilizado para a função regulatória da atividade econômica perante o mercado ou a economia, estimulando ou desestimulando o contribuinte a alguma prática de mercado, como comprar algum produto ou deixar de comprar algum produto dentro das relações de comércio exterior. A sua base de cálculo será a quantidade de mercadoria que será demonstrada na Tarifa Aduaneira do Brasil (TAB), quando sua alíquota for específica, ou será a expressão monetária do produto exportado, quando a alíquota for ad valorem. Suas alíquotas, assim como no imposto de importação, podem ser ad valorem sobre o valor da operação ou específicas, sobre uma unidade de medida prevista em lei, só que, no caso do imposto de exportação, leva- se em consideração o que está previsto na Tarifa Aduaneira do Brasil (TAB). 4.3 – Imposto de Renda (IR) O imposto de renda (IR), também é um tributo federal, cobrado pela União, que tem como fato gerador o auferimento de renda ou acréscimo 30 de patrimônio, que são vistos como disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou proventos de qualquer natureza. O Imposto de Renda tem sua previsão legal no art. 153, inciso III, CF e art. 43 do CTN. Nesse sentido, a Constituição Federal atribuiu um conceito para renda, sendo renda e proventos de qualquer natureza o acréscimo de valor patrimonial sofrido por uma pessoa (física ou jurídica). O acréscimo de patrimônio nada mais é do que somar ao seu patrimônio já existente novos valores, bens e direitos. Ainda, em relação a esse acréscimo de patrimônio, é apurado sobre a operação de compra e venda o que chamamos de ganho de capital, que nada mais é do que a diferença positiva entre o valor de alienação (venda, por exemplo) de bens ou direitos e o respectivo custo de aquisição. Assim, dando continuidade à questão do acréscimo de patrimônio, é importante conceituar a questão da disponibilidade econômica ou jurídica. Nesse sentido, entende Sabbag (2013): Passemos a detalhar a “disponibilidade econômica ou jurídica”, que pode variar, em razão: a) Da renda de capital: aluguel, “royalties”, recebimentos decorrentes de aplicações financeiras, lucros, participação nos lucros, bonificações, rendimentos de partes beneficiadas, etc; b) Da renda do trabalho: salário, honorários, pró-labore, comissões, etc; c) Da renda da combinação do capital e do trabalho: pró-labore, lucro, etc; d) Dos proventos de qualquer natureza: são os acréscimos patrimoniais não compreendidos no conceito de renda supramencionado – aposentadorias, pensões, ganhos em loterias, doações, acréscimos patrimoniais não justificáveis etc. (SABBAG, 2013, p. 1.140) 31 Como mencionado, o contribuinte do Imposto de Renda pode ser a pessoa física ou jurídica que for titular de renda ou proveito de qualquer natureza e, que, inclusive, aufira esses novos rendimentos. A base de cálculo do Imposto de Renda compreende a soma de fatores que compõem o patrimônio do contribuinte, sendo eles positivos ou negativos, conforme alude o art. 44 do CTN. Assim, a incidência ocorre sobre a diferença entre a renda ou provento auferido e as deduções permitidas em lei, como cadastro de dependentes, despesas médicas, despesasescolares etc. Ainda, o Imposto de Renda é regido por princípios relevantes que devem ser levados em consideração, a saber: generalidade, universalidade e progressividade. A esse respeito, também alude Sabbag (2013): A generalidade diz respeito à sujeição passiva, indicando a incidência sobre todos os contribuintes que pratiquem o fato descrito na hipótese de incidência da exação. A universalidade, por sua vez, demarca o critério atrelável à base de cálculo do gravame, que deve abranger quaisquer rendas e proventos auferidos pelo contribuinte, independentemente da denominação da receita ou do rendimento. Por fim, a progressividade do IR – mesmo eu insuficiente, como é sabido – prevê a variação positiva da alíquota do imposto à medida que há aumento de base de cálculo. (SABBAG, 2013, [s.p.]) A progressividade é uma das principais características do critério quantitativo do Imposto de Renda. Atualmente, a tabela progressiva para pessoa física, prevista na Instrução Normativa RFB 1.558/2015 e na Lei nº 13.149/2015, encontra-se da seguinte forma: 32 • Até R$ 1.903,98 – Isento de IR. • Acima de R$ 1.903,98 a R$ 2.826,65 – 7,5%. • Acima de R$ 2.826,65 a 3.751,06 – 15%. • Acima de R$ 3.751,06 a R$ 4.664,68 – 22,5%. • Acima de R$ 4.664,68 – 27,5%. Importante mencionar, também, que, para efeitos de IRPJ, a apuração vai ser diferenciada de acordo com o regime de tributação da pessoa jurídica contribuinte: lucro presumido; lucro real; lucro arbitrado; ou simples nacional. A base de cálculo é a mesma, mas a forma como se realiza o cálculo e suas deduções são diferentes para cada tipo de regime de tributação quando falamos de pessoa jurídica. Quando se tratar de uma empresa do Simples Nacional, o IRPJ será apurado em alíquota efetiva junto com os demais tributos a depender do anexo em que a empresa estiver enquadrada em razão da sua atividade econômica e do montante de receita bruta acumulada dos últimos 12 meses. Em relação ao lucro presumido, a legislação traz algumas alíquotas de presunção para os contribuintes encontrarem a base de cálculo do IRPJ e poder aplicar a alíquota de 15% para pagamento. Ainda, se essa base de cálculo for superior a R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), é cobrado um adicional de IRPJ de 10% além da alíquota de 15%. Já no lucro real, temos como base de cálculo do IRPJ a apuração de lucro ou prejuízo contábil. A empresa dando lucro, paga-se 15% de IRPJ. Se a empresa der prejuízo, está dispensada do pagamento. 33 4.4 – ITR e IPTU O ITR (Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural) é um tributo federal de competência da União, porém, é usualmente cobrado e fiscalizado pelos municípios se houver lei ou convênio nesse sentido. Nesse sentido, como o ITR é de competência da União, mas pode ser cobrado e fiscalizado pelos municípios, importante salientar a diferença entre a questão da competência tributária versus a capacidade tributária ativa. A competência é o poder de legislar, ou seja, de criar o tributo e é indelegável. Já a capacidade tributária ativa é o poder de cobrar, fiscalizar e arrecadar o tributo e estes poderes sim são delegáveis. O ITR encontra sua fundamentação na Lei nº 9.393/1996, no art. 153, inciso VI, da CF, e nos artigos 29 a 31 do CTN. Incide sobre a propriedade ou domínio rural, todo dia 1º de janeiro de cada ano, não incidindo sobre as pequenas glebas de terras rurais. Sua base de cálculo é o valor da terra nua tributável. Suas alíquotas variam conforme tabela prevista em lei, entre 0,03% e 20%, de acordo com os hectares das terras e grau de utilização. Já o IPTU é o Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana, tendo como fato gerador ser proprietário de imóvel na região urbana ou ter a posse de imóvel em região urbana. Tem previsão legal no art. 156, inciso I, da CF, e nos artigos 32 a 34 do CTN. É de competência dos municípios, e também é cobrado no dia 1º de janeiro de cada exercício. Sua base de cálculo leva em consideração o valor venal do imóvel. Valor venal, por sua vez, é uma estimativa que a Administração Pública realiza sobre o preço dos bens imóveis. A finalidade principal é servir de base para o cálculo para alguns impostos como o IPTU e o ITBI. 34 4.5 – IPVA O IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículo Automotor) é um tributo estadual, cobrado pela Secretaria da Fazenda de cada estado. Seu fato gerador é ser proprietário de veículos automotores. Para fins de conceito, entende-se como veículos automotores carros, motos, vans, ônibus, caminhões etc. O IPVA também é devido em 1º de janeiro de cada exercício, e sua base de cálculo é calculada levando-se em consideração o valor do veículo constante na tabela FIPE. 4.6 – ITBI e ITCMD O ITBI é um imposto de competência municipal cobrado quando é feita alguma operação de compra e vendas de imóveis que implica na transferência de titularidade deste imóvel. Esse imposto está previsto no art. 156, inciso II, CF, e artigos 35 a 42 do CTN. A base de cálculo do ITBI poderá variar de acordo com a legislação do município onde estiver localizado o imóvel, podendo ser o valor da transação de compra e venda, o valor venal para fins de IPTU, ou o valor de referência de mercado. Com relação à alíquota, também varia entre as municipalidades, mas no geral é adotada uma alíquota de 3% para cálculo do imposto. Já o ITCMD é um imposto de competência estadual cobrado quando é feita alguma doação de bens em vida ou no evento morte quando é realizado o processo de inventário do de cujus. Esse imposto está previsto no art. 155, inciso I, CF, e artigos 35 a 42 do CTN. A base de cálculo do ITCMD será o valor venal do bem doado ou dos bens envolvidos no monte mor que representar a partilha da herança do de cujus. Sua alíquota também pode variar de acordo com o Estado 35 onde estão localizados os bens, porém, para efeitos de exemplificação, no Estado de São Paulo, a alíquota do ITCMD atualmente é de 4%. 4.7 – ISGF e IEG O ISGF é o imposto sobre grandes fortunas, que encontra-se, atualmente, previsto na Constituição Federal mas que não foi regulamentado. Seria um imposto federal de competência da União, porém, demanda lei complementar para ter de fato aplicabilidade, portanto, não é aplicado atualmente por falta desta regulamentação. A materialidade prevista é que o contribuinte que possuísse um patrimônio que fosse considerado como de grande fortuna pagaria sobre a totalidade de seus bens uma alíquota. Já o IEG é o imposto extraordinário de guerra, está previsto na Constituição Federal. É um tributo federal de competência da União, e pode ser instituído em casos de guerra externa ou em sua iminência. Como é criado apenas nessas ocasiões mencionadas, pode ser instituído por meio de Lei Ordinária ou Medida Provisória. 4.8 – ICMS e IPI O ICMS encontra previsão no art. 155, § 2º, inciso I, da CF, e na Lei Complementar nº 87/1996 (Lei Kandir). O ICMS é o imposto sobre circulação de mercadorias e serviços, tendo como fato gerador o momento da saída da mercadoria do estabelecimento de origem ou o início da prestação de serviços de transporte interestadual e comunicação, que são os únicos serviços tributados por ele. É um tributo de competência estadual, e cada Estado tem seu regulamento de ICMS para tratar de benefícios fiscais, de diferencial 36 de alíquotas e formas de recolhimento, e de produtos que tenham a chamada substituição tributária. Como isso varia de UF para UF, é importante conhecer a legislação do Estado de origem e de destino da mercadoria antes de fazer a sua circulação para evitar problemas de tributação. Ainda, as alíquotas podem variar entre 7% na Região Norte, Nordeste e Centro Oeste, 12% na Região Sul e Sudeste, e São Paulo com alíquota de 18%. Além dessas alíquotas praticadas, existem algumas diferenciadas como a de 4% para a primeira venda de produtos importados desde que seja interestadual, e o adicional de ICMS correspondente ao Fundo de Combate à Pobreza que podechegar a até 2% a mais na alíquota de ICMS já praticada, dependendo da operação fiscal e do estado envolvido. Importante também destacar que, para as questões envolvendo ICMS, temos o Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ), que pode ser entendido como um colegiado de secretários da fazenda, finanças, ou de tributação dos estados que são responsáveis por celebrar convênios para concessão de incentivos e benefícios fiscais do ICMS, além de sugerir medidas para simplificar a legislação estadual, gerir o Sistema Nacional Integrado de Informações Econômico-Fiscais (SINIEF), e promover estudos para aperfeiçoamento da Administração Tributária e do Sistema Tributário Nacional. Já o IPI é o imposto sobre produtos industrializados, que tem como fato gerador o desembaraço aduaneiro da importação de produtos estrangeiros, ou a saída de produto de estabelecimento industrial ou equiparado, bem como a industrialização de produtos e suas diversas formas. O IPI tem previsão legal nos artigos 153, inciso IV, § 3º e 159, incisos I e II, § 2º e § 3º da CF/88, artigos 46 ao 51 do CTN (Lei nº 4502/64). É um tributo de competência federal, cobrado pela União, e sua base 37 de cálculo será o valor total da operação da saída da mercadoria do estabelecimento industrial ou equiparado, ou no caso da importação o valor que servir como base de cálculo dos tributos aduaneiros.Sua alíquota vai variar de acordo com o produto industrializado constante na tabela TIPI. Também tem além do caráter arrecadatório, a extrafiscalidade, sendo utilizado na regulação da economia e na estimulação ou desestimulação de alguma prática de mercado, não sendo submetido ao princípio da anterioridade. 4.9 – IOF e ISS O IOF é o imposto sobre operações financeiras, é um imposto federal de competência da União, e serve para regular a economia. O IOF tem sua previsão legal no art. 153, V, da CF, e arts. 63 e seguintes do CTN. O IOF incide sobre as operações com cartão de crédito, cheque especial, financiamentos, empréstimos, câmbio de seguros, transferências bancárias internacionais, compra de moeda estrangeira, uso do cheque especial, venda de títulos e valores imobiliários. A alíquota também é cobrada no resgate de investimentos como CDB e Tesouro Direto. A alíquota do imposto sobre o valor depende do tipo de operação. Já o ISSQN é o imposto sobre serviços de qualquer natureza, de competência municipal, que tem como fato gerador a prestação de serviços realizada por uma empresa ou por um profissional autônomo. Ele está previsto no art. 156, inciso III, da CF e a LC nº 116/2003. A Lei Complementar 116/2003 regulamenta o ISS e traz um rol de atividades em que teria a incidência de ISS. Ainda, a lei retro mencionada 38 foi alterada pela Lei Complementar 157/2016, que ampliou o rol de serviços constantes no art. 3º. As alíquotas podem variar em cada municipalidade para esse rol de atividades constantes da lista prevista, podendo ser de 2% a 5% a depender do serviço prestado e do município envolvido. A forma de cálculo também irá variar de acordo com o regime de tributação de cada empresa. 5. Conclusão Nesta Leitura Digital, foram apresentados os conceitos fundamentais relacionados aos impostos, bem como suas classificações e seus diversos tipos divididos nas esferas de competência tributária federal, estadual e municipal. Recomenda-se a leitura dos artigos que tratam dos impostos na Constituição Federal e no CTN, bem como o apoio na doutrina especializada, para completa compreensão da matéria. 6. Referências AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2001. BARROS CARVALHO, Paulo. Curso de Direito Tributário. 29. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. SCHOUERI, Luis E. Direito Tributário. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. 39 Taxas, contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios Autoria: Thuanny Pereira Leitura crítica: Elizabeth Martos Somessari Objetivos • Auxiliar o aluno a compreender os conceitos de taxas, contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios. • Entender as diferenças e características de cada espécie tributária. • Verificar os tipos de cada uma dessas espécies tributárias existentes no ordenamento jurídico. 40 1. Taxas (art. 77 CTN e art. 145, inciso II, CF), contribuições de melhoria (art. 81 do CTN e art. 145, inciso III, da CF) e empréstimos compulsórios (art. 15 do CTN e art. 148 da CF) Taxas, contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios são todas espécies de tributos previstas no ordenamento jurídico, sendo cada uma delas detentora de um regime jurídico específico. Neste material, você será apresentado aos conceitos de taxas, contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios, suas características e seus regimes jurídicos. 2. Taxas As taxas são espécies tributárias instituídas pela Constituição Federal, em seu art. 145, inciso II, o qual outorga aos entes federados (União, Estados, Distrito Federal e municípios) a exigir a cobrança de taxas em razão de atividade estatal ligada ao exercício do poder de polícia ou pela utilização de serviços públicos específicos e divisíveis, que tenham sido efetivamente prestados ao contribuinte ou colocados à sua disposição. Característica importante das taxas é que são tributos vinculados, ou seja, aqui depende-se de uma atividade estatal para sua regular exigência. A esse respeito, é o entendimento de Anis Kfouri Jr. (2016): Ao contrário dos impostos, a taxa é uma modalidade de tributo vinculado a determinada prestação estatal – tendo sua arrecadação destinada ao custeio de tal serviço -, ou ainda vinculado ao poder de polícia. (…) 41 Um aspecto importante a ser lembrado é o de que as taxas não podem ter base de cálculo propria de impostos, conforme estabelece o § 2º do art. 145 da CF, sob pena de serem consideradas inconstitucionais, como o STF já teve oportunidade de se manifestar. (KFOURI JR., 2016, p. 105) Nesse sentido, o STF editou a Súmula 595 (BRASIL, 2002, [s.p.]), que diz que “É inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica à do imposto territorial rural”. Ainda, por ser uma expressão de ampla abrangência, leva-se em consideração também a questão abordada no § único do art. 77 do CTN (1966), que diz: Parágrafo único - A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto, nem ser calculada em função do capital das empresas. (BRASIL, 1966, [s.p.]) Nesse sentido, é o entendimento de Roque Carrazza (2001): […] a base de cálculo das taxas só poderá dimensionar o custo do exercício do poder de polícia ou dos serviços públicos específicos e divisíveis, sem qualquer alusão à condição do contribuinte (v.g., seus rendimentos, o volume das operações mercantis que presta, seu patrimônio líquido etc.). (CARRAZZA, 2001, p. 462) Ainda, a esse respeito, importante destacar que o Código Tributário Nacional, em seu art. 78 traz expressamente o conceito de poder de polícia, a saber: Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos 42 individuais ou coletivos. (Redação dada pelo Ato Complementar nº 31, de 1966) Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. (BRASIL, 1966,[s.p.]) Nessa linha de raciocínio, vale salientar a importância de duas características ligadas às taxas: a especificidade e a divisibilidade dos serviços públicos. Ou seja, para que possa haver a cobrança de uma taxa, exige-se que o serviço público prestado seja segregado, quantificado e divisível, sob pena de tornar-se inconstitucional a cobrança. Assim, destrinchando esses conceitos, por serviços específicos podemos entender aqueles que “possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de unidade, ou de necessidades públicas”, conforme alude o art. 79, inciso II, do CTN (BRASIL, 1966, [s.p.]). Ainda, por serviços divisíveis podemos entender aqueles “suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários”, conforme alude o art. 79, inciso III, do CTN (BRASIL, 1966, [s.p.]). No mesmo sentido, continua o entendimento de Kfouri Jr (2016): As taxas constituem o tribute com o maior grau de exigências em relação à sua destinação, pois, além de serem tributos vinculados (ao contrário dos impostos), exigem requisites adicionais, a exemplo da especificidade e divisibilidade (ao contrário das contribuições). Contudo, seu uso indiscriminado e a falta de limites constitucionais revelam, em muitos casos, sua utilização em demasia, sobrepondo-se às demais formas de custeio, mediante outras modalidades de tributos, além de, em muitos casos, não corresponderem ao efetivo custeio do serviço. (KFOURI JR., 2016, p. 108) 43 Sobre regra matriz de incidência tributária das taxas, temos como critério material, primeiramente, que haja uma atuação direta do Estado na prestação de um serviço público a um contribuinte. A isso, damos o nome de referibilidade. Portanto, diante de todo o exposto, podemos dizer que a taxa pode ser cobrada mediante a prestação de um serviço público exigível e divisível, ou pelo exercício do poder de polícia, sendo estes os dois critérios materiais para essa cobrança. 1. Exemplificando ambas as materialidades, é o entendimento de Sabbag (2018): A taxa de polícia, também chamada taxa de fiscalização, será exigida em virtude de atos de polícia, realizados pela Administração Pública, pelas mais diversos órgãos ou entidades fiscalizadores. (SABBAG, 2018, p. 424) Ou seja, para o exercício do poder de polícia, podemos dar como exemplo a concessão de um habite-se pela prefeitura a uma obra, ou a concessão de um alvará de funcionamento para que um estabelecimento comercial possa funcionar. Na mesma linha de raciocínio, continua Sabbag (2018): A taxa de serviço, também denominada taxa de utilização, será cobrada em razão de prestação estatal de um serviço público específico e divisível. (SABBAG, 2018, p. 428) Podemos entender como prestação de serviço público, por exemplo, a taxa cobrada para emissão de certidões públicas de determinado contribuinte, taxa de lixo cobrada anteriormente pela prefeitura, taxa de esgotos etc. 44 Com relação ao critério espacial para cobrança da taxa, dependerá de qual ente federado instituir sua cobrança e da legislação que a fizer. Já em relação aos sujeitos da relação, o sujeito ativo será o ente tributante que instituiu a taxa, e o sujeito passivo será o contribuinte que necessitar de determinada prestação de serviços públicos. Ainda, no critério quantitativo, podemos dizer que não existirá base de cálculo fixa para a cobrança de taxa, pois dependerá do uso da atividade estatal em relação à necessidade do contribuinte sobre a prestação de serviço público. De mesma forma trata-se a questão da alíquota, que dependerá do quanto o contribuinte precisou da prestação de serviços públicos e qual ente federado que estabeleceu isso, verificando sempre a legislação de instituição da determinada taxa. A esse respeito, entende Schoueri (2018): O requisito da especificidade tem a ver com a possibilidade de o serviço ser medido em unidades. Ou seja: a taxa cobrada por um serviço público não se presta para atividades constantes do Estado. O serviço a ser remunerado por uma taxa tem um começo e um fim. (SCHOUERI, 2018, p. 191) Assim, é possível verificar que as taxas, de fato, são a espécie tributária mais difícil de visualizar e quantificar diante de todas as possibilidades em que podem ser cobradas e utilizadas. 3. Contribuições de melhoria As contribuições têm como pressuposto essencial a atuação do Poder Público em algum setor específico para ensejar sua cobrança. Assim, para a criação de uma contribuição é primordial que haja uma 45 contrapartida estatal, porém, aqui, diferentemente do que acontece com as taxas, a atuação do estado acaba sendo de forma genérica. Neste caso, o contribuinte acaba se beneficiando da contrapartida estatal de forma imediata e indireta em relação à atuação do Poder Público. Esse é o chamado requisito finalístico das contribuições, sem o qual elas não podem ser instituídas. E, em razão deste requisito, todos os recursos que são objeto de arrecadação das contribuições devem ser destinados à atuação pela qual ela teve sua criação. Ou seja, não pode a receita de arrecadação das contribuições serem utilizadas para finalidade distinta da que se destinou sua instituição. Essas são características gerais das contribuições, porém, agora, falaremos apenas de um tipo de contribuição: a de melhoria. A contribuição de melhoria é espécie tributária que pode ser exigida por qualquer dos entes federados (União, Estados, Distrito Federal e municípios), quando houver a realização de obra pública que resulte em uma valorização imobiliária decorrente da referida obra. Ou seja, a finalidade desta contribuição é custear obra pública e, para que seja efetivamente cobrada, tem que ter os dois requisitos mencionados acima: realização de obra pública e valorização de imóvel decorrente da obra. Para Kfouri Jr. (2016): A “contribuição de melhoria” difere em grande parte das demais modalidades de contribuição, estando ela atrelada a uma valorização imobiliária decorrente da realização de obras públicas. (…) Portanto, é imprescindível a coexistência de dois fatores para ensejar sua cobrança, a saber: 1) obra pública; e 2) valorização imobiliária, pois, caso contrário, admitir-se-ia a cobrança da contribuição ainda que da obra resultasse deterioração do imóvel. (KFOURI JR., 2016, p. 110-111) 46 Ainda nesse sentido, é o entendimento de Carvalho (2018): Permite a Constituição Federal que as pessoas políticas de direito constitucional interno – UnIão, Estados, Distrito Federal e Municípios–além dos impostos que lhes foram outorgados e das taxas previstas no art. 145, II, instituam contribuições de melhoria, arrecadas dos proprietários de imóveis beneficiados por obras públicas. (CARVALHO, 2018, p. 70) Para fins de valorização de um imóvel, ela pode se dar de diversas formas, como uma reforma individualizada, a inauguração de um shopping center nos arredores, a construção de praças, a pavimentação de ruas, e tantas outras. Porém, não são todas as hipóteses de valorização imobiliária que acarretam a instituição de contribuição de melhoria. Para que haja essa cobrança, a obra precisa ser pública, entendendo-se como a construção de parques, praças, pontes, túneis, viadutos, estações de metrô, pavimentação, iluminação, arborização, dentre outras que sejam realizadas pelo Poder Público. Ou seja, tudo aquilo que trouxer mais benefícios aos imóveis da região de forma geral e que tenha cunho de obra pública ensejaria a cobrança de contribuição de melhoria. E a valorização dos imóveis no caso da obra pública se daria com o preço de mercado dos bens que teriam um aumento considerável, ensejando, assim, a cobrança da contribuição, uma vez que por meio de uma obra pública, sem fazer esforços individuais, o contribuinte teve um benefício econômico alcançado e se beneficiará disso mesmo que de forma indireta. Além disso, a obra pública pode ter consequências diversas da valorização de imóveis, podendo, inclusive, fazer comque os imóveis tenham uma desvalorização, e, se isso ocorrer, a contribuição de melhoria não pode ser instituída. 47 Neste caso, inclusive, o proprietário poderia inclusive cobrar do Poder Público pelos prejuízos decorrentes da obra pública em seu imóvel. Importante salientar a diferença entre taxa e contribuição de melhoria. A esse respeito, entende Carvalho (2018): Em comparação com as taxas, que também são tributos vinculados a uma atuação do Estado, as contribuições de melhoria se distinguem por dois pontos expressivos: pressupõem uma obra pública e não serviço público; e dependem de um fator intermediário, que é a valorização do bem imóvel. Daí dizer-se que a contribuição de melhoria é um tributo vinculado a uma atuação do Poder Público, porém indiretamente referido ao obrigado. (CARVALHO, 2018, p. 72) Ou seja, mesmo falando de atuação estatal, a contribuição de melhoria só poderia ser criada por qualquer dos entes federados se cumular os requisitos de obra pública e valorização de imóvel, diferentemente das taxas que tem outros critérios materiais para sua criação. Com relação à limitação para criação da contribuição de melhoria, podemos falar em duas: a individual e a global. A individual consiste em observer subjetivamente quanto de fato o imóvel do contribuinte teve de valorização com a obra pública, de modo que não poderá ser cobrada do contribuinte contribuição de melhoria com valor superior ao dessa valorização efetiva de cada imóvel. Já a global consiste em observar o valor total da obra pública e verificar se a soma de todas as contribuições de melhoria dos imóveis da região não ultrapassa esse valor. Ainda, importante salientar que antes de realizar a cobrança da contribuição de melhoria, deve o ente federativo responsável pela obra publicar o memorial descritivo do projeto com todo o orçamento 48 envolvido, os detalhes de sua efetivação e como será a cobrança da contribuição de melhoria. Ainda, após essa publicação do memorial, todos os contribuintes envolvidos e que forem sofrer alguma valorização em seus imóveis terão prazo de 30 (trinta) dias para impugnar qualquer questão que ache relevante. Com relação à destinação de sua arrecadação, analisando a finalidade da contribuição de melhoria de auxiliar no custeio de obra pública, o produto de sua arrecadação tem destinação certa, podendo ser utilizado somente para o custeio da determinada obra que originou sua instituição. Atualmente se enxerga a contribuição de melhoria como um tributo que, apesar de ter previsão para cobrança pelo Poder Público, encontra- se em desuso, pois é raro ver os entes federados optando por cobrar contribuições de melhoria. Isso acaba acontecendo pela burocracia enfrentada pelo Poder Público para a sua criação e, também, pelo viés político de que pode haver receio dos contribuintes de determinada região em relação à obra pública uma vez que junto com a valorização de seus imóveis também terão um custo com a contribuição. 4. Empréstimos compulsórios Já o empréstimo compulsório, outra espécie de tributo, como o próprio nome faz alusão, trata-se de um empréstimo obrigatório, forçado. Neste caso, o contribuinte seria obrigado a emprestar dinheiro aos cofres públicos, porém, a devolução desses valores é garantida pelo próprio governo. 49 Diferente das taxas e da contribuição de melhoria, esse é um tributo federal, que só pode ser instituído pela União por meio de lei complementar. Está previsto no art. 148 da CF, ensejando essa normatização específica por lei complementar. Nas palavras de Kfouri Jr. (2016): A natureza jurídica do empréstimo compulsório foi objeto de grande estudo por parte de vários juristas, valendo destacar a brilhante síntese do tema apresentada por Ricardo Lobo Torres, que agrupa as discussões em três correntes principais, a saber: a do empréstimo coativo, a da requisição de dinheiro e a da equiparação dos tributos. (KFOURI JR., 2016, p. 118) O empréstimo compulsório é criado apenas em situação consideradas excepcionais, tais como: • Calamidade pública. • Guerra externa ou sua ameaça. • No caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. O conceito de despesa extraordinária surge quando a receita dos cofres públicos já se esgotou, ou seja, a União não teria mais recursos para suportar despesas extras, oriundas de calamidade pública. Em relação à calamidade pública para fins de instituição de empréstimo compulsório, podemos entendê-la como sendo algum fenômeno da natureza que seja fora da normalidade, devendo ocorrer em âmbito nacional. Um grande exemplo ainda enfrentado por todos nós é a pandemia do novo Coronavírus, que ensejou na decretação de calamidade pública no território nacional mas não instituiu empréstimo compulsório. 50 Com relação à guerra externa, podemos entender como o conflito internacional armado, podendo ocorrer a criação de empréstimo compulsório caso outro país ameace o país de guerra. Sobre a questão do investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional não tem necessariamente uma regra, podendo ser qualquer situação que ensejasse uma aplicação de recursos de importância nacional para a população. Com relação à sua vinculação de arrecadação, como o empréstimo compulsório é criado em casos excepcionais, precisa ter destinação específica de recursos para a finalidade com a qual foi criada.Se a receita de arrecadação do empréstimo compulsório for utilizada para qualquer outra destinação diferente da prevista em sua criação, a cobrança se torna inválida. 5. Conclusão Nesta Leitura Digital, foram apresentados os conceitos fundamentais relacionados às espécies tributárias das taxas, contribuição de melhoria e empréstimos compulsórios, bem como suas principais características e competências e seus tipos tributários. Recomenda-se a leitura dos artigos que falem sobre essas espécies tributárias na Constituição Federal e no CTN, bem como o apoio na doutrina especializada e na jurisprudência das Cortes Superiores, para completa compreensão da matéria. Referências CARRAZZA, Roque A. Curso de Direito Constitucional Tributário. 16. ed. São Paulo. Malheiros, 2001. 51 CARVALHO, Paulo de B. Curso de Direito Tributário. 29. ed. e São Paulo: Saraiva JUR 2018. KFOURI JR, Anis. Curso de Direito Tributário. 3. ed. São Paulo. Saraiva, 2016. SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 5. ed. São Paulo: Saraiva JUR, 2018. SCHOUERI, Luís E. Direito Tributário. 8. ed. 2018. 52 Contribuições especiais Autoria: Thuanny Pereira Leitura crítica: Elizabeth Martos Somessari Objetivos • Orientar os alunos acerca da quinta espécie tributária do CTN. • Trazer conhecimento sob suas classificações e peculiaridades. • Demonstrar os diversos tipos de contribuições existentes em âmbito tributário e seus fatos geradores. 53 1. Contribuições especiais Atualmente, a receita arrecadada pelo Fisco com as contribuições especiais tem destinação específica para a finalidade a qual foram criadas. As contribuições, assim como os demais tributos, estão previstas na Constituição Federal e leva-se em conta para sua criação a sua finalidade. Neste material, você encontrará o conceito e as classificações das contribuições especiais como espécie tributária de arrecadação, bem como os diversos tipos de contribuições cobradas hoje no ordenamento jurídico. 2. Conceito de contribuições especiais As contribuições especiais nada mais são do que uma das espécies tributárias da teoria pentapartida adotada pela doutrina e jurisprudência e presente hoje no ordenamento jurídico brasileiro. Tem como principal característica não possuir seu fato gerador expresso na Constituição Federal. Essa característica a diferencia dos demais tributos. Como exceção dessa regra citada, temos as contribuições sociais para a seguridade e a contribuição de intervenção no domínio econômico dos combustíveis. A finalidade das contribuiçõesespeciais não é, necessariamente, de arrecadação fiscal, mas sim a intervenção social e econômica que destina sua criação. Outra importante característica que diferencia essa espécie tributária das demais é que as contribuições só podem ser criadas com a intenção 54 de custear uma atividade estatal específica. As contribuições especiais estão previstas na Constituição Federal de 1988, nos artigos 149 e 149-A. Como regra geral, a competência para criar as Contribuições Especiais é da União. Como exceção, temos as contribuições sociais para a seguridade social, que podem ser instituídas pelos Estados, municípios e o Distrito Federal, conforme previsto no art. 149, §1º, da CF/88, e as contribuições especiais de custeio do serviço de iluminação pública, que são instituídas pelos municípios e o Distrito Federal. Conforme ensina Anis Kfouri (2018): Praticamente todas as contribuições são destinadas à União, conforme estabelece a Constituição Federal, a exemplo das contribuições ao PIS, Cofins, Contribuição Social sobre o Lucro, a antiga CPMF, dentre outras. Uma das exceções está prevista no §1º do art. 149, que permite aos Estados, Distrito Federal e Municípios, a cobrança de contribuições de seus servidores, para o sistema de previdência e assistência social. Também foi criada a Contribuição, destinada aos Municípios, para o custeio do sistema de iluminação pública, pelo artigo 149-A da CF. (KFOURI JR., 2018, p. 81) Assim, as contribuições especiais são instrumentos do Poder Público utilizados para áreas específicas de acordo com a sua parafiscalidade. As contribuições especiais podem ser: contribuições sociais; contribuições de intervenção no domínio econômico; ou contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas. As contribuições especiais são, em regra, criadas por meio de Lei Ordinária. 3. As contribuições e os princípios tributários As contribuições, como espécies tributárias que são, abarcam vários princípios tributários constitucionais, podendo citar como principais os princípios da anterioridade, legalidade, vedação ao confisco, e capacidade contributiva. 55 4. Classificação das contribuições especiais Enquanto espécie tributária, as contribuições especiais são subdivididas em: 4.1 – Contribuições sociais As contribuições sociais são aquelas destinadas a custear atividades estatais em âmbito social. Como exemplo das atividades retro mencionadas, podemos citar a área da saúde, educação, previdência. Nesse sentido, segue o art. 149 da CF (BRASIL, 1988), que preleciona: Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. (BRASIL, 1988, [s.p.]) Assim, pela redação do art. 149 retro mencionado, é possível identificar que as contribuições sociais possuem subespécies, a saber: contribuições sociais destinadas à seguridade social; de intervenção no domínio econômico; de interesse nas categorias profissionais ou econômicas. Ainda, o § 2º do art. 149, da CF (BRASIL, 1988), define as hipóteses de fatos geradores e alíquotas que poderiam ocasionar contribuições sociais. Observe: Art. 149 § 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: I- não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; 56 II – incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; III – poderão ter alíquotas; a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. (BRASIL, 1988, [s.p.]) Por conta de ter propósitos muito bem definidos, as contribuições sociais não têm como premissa maior a questão arrecadatória, mas sim a parafiscalidade, uma vez que tem um propósito social muito bem definido. Segundo Hugo de Brito Machado (2010): Contribuição social é como uma espécie de tributo com finalidade constitucionalmente definida, a saber, intervenção no domínio econômico, interesse de categorias profissionais ou econômicas e seguridade social. (MACHADO, 2010, p. 315) Ainda, é importante salientar que não se enquadram em contribuições sociais as contribuições de melhoria nem a contribuição de custeio de iluminação pública, que tem outros fatos geradores e outras finalidades. 4.1.1. – Contribuições sociais gerais As contribuições sociais gerais, que são destinadas à seguridade social, podem ser divididas em previdenciárias e não previdenciárias. As consideradas não previdenciárias têm sua finalidade voltada para o custeio da assistência social e a saúde pública. Como exemplo, temos o PIS (Programa de Integração Social), a COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), e a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido). 57 Tais contribuições têm como objetivo construir um fundo de concessão de benefícios assistenciais para a sociedade, previstos na Lei nº 8.742/93 (LOAS). Uma importante característica que vale a pena ressaltar e que diferencia as contribuições previdenciárias das não previdenciárias é que as previdenciárias têm por objetivo custear benefícios previdenciários. Ainda, a Constituição Federal prevê, em seu art. 195, incisos I, II e III, limites de quem pode ser sujeitado a contribuições sociais para custeio da seguridade social. Segundo entendimento do STF, são consideradas contribuições sociais as contribuições sociais gerais (não destinadas à seguridade), as contribuições de seguridade social, e as outras contribuições. As contribuições sociais gerais seriam aquelas pertencentes ao Sistema S e ao salário educação. As contribuições de seguridade social seriam aquelas chamadas nominadas que encontram respaldo no art. 195, incisos I ao IV da CF/88. Já as outras contribuições seriam aquelas consideradas residuais e previstas no art. 195, § 4º, CF/88. Segundo Eduardo Sabbag (2013): A contribuição ao salário-educação foi concebida para financiar, como adicional, o ensino fundamental público, como prestação subsidiária da empresa ao dever constitucional do Estado de manter o ensino primário gratuito de seus empregados e filhos destes. (SABBAG, 2013, p. 514-515) Ainda, continua: Contribuições destinadas aos Serviços Sociais Autônomos (Sistema “S”): tais contribuições, também denominadas “contribuições de terceiros”, são destinadas às entidades privadas de serviços sociais autônomos e de formação professional, vinculadas ao Sistema sindical. Tais organismos – SENAI, SESI, SESC, SEST, SENAT, SEBRAE, SENAC, etc. -, pertencentes ao chamado Sistema “S”, dedicam-se ao Ensino fundamental https://www.jusbrasil.com.br/topicos/654265/artigo-195-da-constituicao-federal-de-1988?ref=serp-featured 58 profissionalizante e à prestação de serviços no âmbito social e econômico. (SABBAG, 2013, p. 523) Assim, exige-se as contribuições de terceiros dos empregadores, e os recursos arrecadados são destinados ao custeio das entidades privadas retro mencionadas. Ainda, é importante frisar que tais contribuições são recolhidas hoje para a Receita Federal do Brasil, que passou a ter legitimidade para cuidar de todo o recolhimento previdenciário quando se deu a extinção da antiga Secretaria da Receita Previdenciária. Portanto, hoje é a Receita Federal quem administra todos esses recolhimentos por meio de obrigações acessórias entregues pelas empresas mensalmente, como é o caso do e-social e da DCTF-Web. Nesse sentido, temos a contribuição social patronal, prevista no art. 195, inciso I, alínea “a”, da CF c/c art. 195, inciso I, do Decreto nº 3.048/99, tem como objetivo custear o Regime Geral de Previdência Social. Seu fato gerador é a folha de salário
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