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Podcast OBRIG-CREDITO-LANÇAMENTO 3

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Podcast 
Disciplina: Obrigação, Lançamento e Crédito Tributário 
Título do tema: Lançamento e Suspensão 
Autoria: Márcio Alexandre Ioti Henrique 
Leitura crítica: Renato Traldi Dias 
 
 
Abertura: 
Olá, ouvinte! No podcast de hoje vamos falar sobre uma das causas de 
suspensão da exigibilidade do crédito tributário, mais precisamente o 
parcelamento. 
Como você deve saber, se o contribuinte está em débito perante o fisco, para 
que ele não seja inscrito em dívida ativa, tenha seu nome lançado no CADIN e 
vire réu em uma ação de execução fiscal, poderá realizar o parcelamento da 
dívida. 
Assim, durante o prazo em que estiver pagando o parcelamento a que aderiu, o 
fisco fica impedido de cobrar o tributo devido, pois estará presente uma das 
causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, nos termos do artigo 
151, inciso, VI, do Código Tributário Nacional. 
Importante termos em mente que praticamente todas as leis que criam os 
parcelamentos exigem que, no momento da adesão, o contribuinte confesse a 
dívida, desistindo de eventuais recursos e ações judiciais eventualmente em 
trâmite, que pudessem estar contestando o débito confessado. 
No entanto, a pergunta que deve ser feita é a seguinte: será que pelo fato do 
contribuinte ter confessado a dívida, ele não poderá questionar este 
parcelamento na Justiça? Em outras palavras, mesmo tendo confessado a 
dívida, o contribuinte poderá questionar o parcelamento em uma ação judicial 
distribuída após à adesão? 
Você já pensou ou se deparou com esse tema? 
Pois bem. 
Por muitos anos o entendimento dos nossos Tribunais era pacífico no sentido 
de que, uma vez confessada a dívida, o contribuinte não poderia mais 
questionar qualquer assunto relacionado aquele débito na Justiça. 
No entanto, com o passar do tempo, a jurisprudência evoluiu e outros 
entendimentos passaram a ser adotados pelos Tribunais. 
Num primeiro momento, passou-se a entender que apesar da existência da 
confissão de dívida, o contribuinte poderia ingressar com uma ação judicial 
para questionar eventual ilegalidade nos critérios adotados pelo parcelamento. 
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Assim, se por exemplo, o parcelamento adotasse uma forma de correção de 
suas parcelas que não estivesse em conformidade com a legislação, o 
contribuinte poderia se valer de uma ação judicial para questionar tal 
ilegalidade e obter, do Poder Judiciário, a correção do critério contestado. 
Tal discussão chegou no Superior Tribunal de Justiça e referida Corte decidiu, 
pela sistemática dos recursos repetitivos, mais precisamente o Tema Repetitivo 
375, que: 
“A confissão da dívida não inibe o questionamento judicial da obrigação 
tributária, no que se refere aos seus aspectos jurídicos. Quanto aos aspectos 
fáticos sobre os quais incide a norma tributária, a regra é que não se pode 
rever judicialmente a confissão de dívida efetuada com o escopo de obter 
parcelamento de débitos tributários. No entanto, como na situação presente, a 
matéria de fato constante de confissão de dívida pode ser invalidada quando 
ocorre defeito causador de nulidade do ato jurídico (v.g. erro, dolo, simulação e 
fraude)”. 
Percebe-se, portanto, que o STF pacificou o entendimento no sentido de que 
os critérios jurídicos podem sempre ser revistos, independentemente da 
confissão de dívida firmada pelo contribuinte e mais, quando existir erro, dolo, 
simulação ou fraude, a confissão de dívida pode ser invalidade, a despeito de 
se tratar de critério de fato. 
Não há dúvidas de que esse entendimento trouxe mais segurança aos 
contribuintes, que passaram a ter possibilidade de questionar ilegalidades, 
mesmo tendo confessado a dívida para ingresso em parcelamentos tributários. 
 
Fechamento: 
Este foi nosso podcast de hoje! Até a próxima!

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