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Resíduos de serviço de saúde, de construção e demolição, resíduos radioativos e industriais

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VANDERSON FERREIRA PACHECO
Climatologia e MeteorologiaClimatologia e MeteorologiaResíduos de serviço de saúde, de construção e demolição, resíduos radioativos e industriais
São Luís
2024
Introdução
Os RSS são de responsabilidade do gerador, desde a geração até disposição final ambientalmente adequada, independentemente da contratação de terceiros para o seu manejo. Por isso, entre os diferentes tipos de resíduos, destacam-se os RSS como um dos muitos desafios complexos e exigentes enfrentados pela humanidade, pois o acelerado crescimento populacional aumenta a demanda por serviços médicos e, consequentemente, a geração de RSS (WINDFELD; BROOKS, 2015). Estes resíduos, de acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) n° 306, de 07 de dezembro de 2004 (BRASIL, 2004), e com a Resolução do CONAMA n° 358, de 29 de abril de 2005 (BRASIL, 2005), são originários de estabelecimentos que atuam na área da saúde humana e animal. A RDC nº 306/04 (BRASIL, 2004) classifica os RSS em cinco grupos, Grupo A (infectantes), Grupo B (químicos), Grupo C (radioativos), Grupo D (comuns) e Grupo E (perfurocortantes e escarificantes) e define procedimentos para o manejo desses grupos, enquanto a Resolução CONAMA nº 358/05 (BRASIL, 2005) dispõe sobre o tratamento e disposição final de tais resíduos, de acordo com as características físicas, químicas ou biológicas apresentadas. O grupo A abrange os resíduos que apresentam agentes biológicos e que podem conferir risco de infecção.
Após o descarte em recipientes devidamente identificados, os resíduos são coletados internamente e encaminhados para armazenamento temporário, dentro do próprio estabelecimento, até que sejam recolhidos por empresas prestadoras de serviços terceirizados. É importante frisar que tais empresas devem apresentar a licença ambiental para tratamento ou disposição final dos RSS. A coleta e o transporte interno devem considerar o tipo de RSS a ser coletado, volume gerado, quantidade de funcionários, entre outros fatores. Além disso, a coleta e o transporte devem ser realizados em carros de coleta, com tampa articulada ao próprio corpo do equipamento, cantos e bordas arredondados, para facilitar a lavagem e, devidamente identificados com o tipo de RSS a ser transportado. Outro ponto importante estabelecido pela RDC nº 306/2004 (BRASIL, 2004) é referente ao horário de coleta e transporte interno, que não podem coincidir com o horário de distribuição de refeições e medicamentos, horário de visita ou de maior fluxo de pessoas, evitando assim contaminação cruzada. Após a coleta e o transporte interno, os resíduos podem ser armazenados temporariamente antes da coleta externa. Porém, os resíduos não podem ser armazenados diretamente sobre o piso, e os sacos devem estar dentro de recipientes e a sala de resíduos deve ter piso e paredes laváveis
Gerenciando os resíduos de serviços de saúde fora do hospital
Descrição da situação-problema 
Um dos grandes problemas da atualidade é a grande geração de resíduos sólidos decorrentes do avanço tecnológico e do aumento populacional. Essa problemática se agrava ao considerarmos a heterogeneidade dos resíduos, como os resíduos de serviços de saúde. Neste contexto, imagine que você é responsável pela Gerência de Resíduos de um hospital de alta complexidade, e deverá contratar uma empresa para realizar a coleta, o tratamento e a disposição final dos resíduos do grupo A. 
Resolução da situação-problema 
Para o tratamento dos resíduos do grupo A a empresa deve oferecer serviço de desinfecção química ou térmica, tais como autoclavagem, micro-ondas ou incineração. Após a desinfecção, estes resíduos podem ser encaminhados para aterros sanitários, por se equipararem aos resíduos domiciliares. O pré-tratamento dentro do estabelecimento gerador não é obrigatório, logo o hospital pode optar por contratar empresa especializada em RSS. Porém, a responsabilidade, mesmo após o encaminhamento para 118 U3 - Resíduos de serviço de saúde, de construção e demolição, resíduos radioativos e industriais estas empresas, também é do gerador (hospital), conforme Art. 3º da Resolução CONAMA 358/2005 (BRASIL, 2005). Por isso, as empresas que oferecem serviços de coleta, transporte, tratamento e disposição final de RSS são objeto de licenciamento ambiental, de acordo com a Resolução CONAMA nº 237/97 e são passíveis de fiscalização e de controle pelos órgãos de vigilância sanitária e de meio ambiente. Por isso, o hospital, ao contratar uma empresa para gerenciar os seus resíduos fora do hospital até a disposição final, deve estar atento se a mesma atende a todas as normas de segurança e controle da ANVISA e demais órgãos ambientais, tanto na esfera federal, estadual e municipal.
REFERÊNCIAS
DEMAJOROVIC, Jacques. Da política tradicional de tratamento do lixo à política de gestão de resíduos sólidos: as novas prioridades. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 35, n. 3, p.88-93, jun. 1995. 
DOURADO, Juscelino. Resíduos Sólidos no Brasil. USP. Ed. Manole. São Paulo. 2014. 
ERIC HOBSBAWM. A Era das Revoluções. Ed. Terra. São Paulo. 1994.
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