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Avaliação da toxicidade e monitoramento da qualidade ambiental

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VANDERSON FERREIRA PACHECO
Climatologia e MeteorologiaClimatologia e MeteorologiaAvaliação da toxicidade e monitoramento da qualidade ambiental
São Luís
2024
INTRODUÇÃO
A avaliação ambiental envolve a quantificação de poluentes presentes em diferentes compartimentos do ambiente, como águas superficiais e subterrâneas, sedimento, solo superficial e profundo, e ar. A realização periódica da avaliação ambiental é também chamada de monitoramento ambiental. Este estudo é utilizado em avaliações de exposição (lembra-se da avaliação de risco, vista na Seção 4.1?); na cinética ambiental, ou seja, na distribuição do agente tóxico pelo ambiente; e na avaliação de seus efeitos adversos. Como resultado, é possível identificar impactos ambientais que estejam ocorrendo ao longo do tempo e realizar programas de prevenção ou controle dos níveis de poluentes no ambiente. O monitoramento ambiental deve ser realizado em diferentes etapas: coleta de amostras, análises laboratoriais e avaliação periódica para determinar as concentrações ao longo do tempo. A escolha dos pontos de amostragem nos compartimentos ambientais e a frequência de coleta de amostras devem ser estabelecidas conforme a representatividade de cada um. As amostras ambientais devem ser cuidadosamente coletadas e armazenadas, evitando contaminação adicional e a degradação da amostra pela luz ou adsorção aos recipientes. A coleta pode ser realizada sistematicamente (semanal, mensal, anual) ou intensivamente (contínua, a cada hora ou diariamente), dependendo dos objetivos do estudo. Os parâmetros monitorados são analisados com a periodicidade mantida de forma regular, e os pontos de coleta definidos e mantidos ao longo do monitoramento quando os poluentes monitorados nos compartimentos ambientais possuem valores de referência estabelecidos pelos instrumentos reguladores, as concentrações encontradas são comparadas aos níveis máximos permitidos. Entretanto, alguns agentes tóxicos existem naturalmente no ambiente. Lembra-se dos Não pode faltar assimile A determinação periódica das concentrações de poluentes em diferentes compartimentos ambientais é chamada de monitoramento ambiental. 188 U4 - Indicadores e consequências da toxicologia metais? Eles estão presentes por toda a crosta terrestre. 
E como fazer o monitoramento ambiental nestes casos? É preciso determinar os valores de background, ou seja, a concentração dos agentes tóxicos em níveis naturais. Em geral, locais sem atividades antropogênicas são utilizados para se obter os valores de background. 
Os monitoramentos ambientais também podem ser realizados em áreas internas, como em escritórios, indústrias e prédios residenciais. Neste caso, os compartimentos são adaptados para o local de interesse. Por exemplo, faz-se o monitoramento da circulação do ar, da temperatura e umidade local; do tamanho das partículas de poeira no ar, e de amostras de água do sistema da rede de abastecimento. Alguns fatores devem ser considerados em um monitoramento ambiental: - Localização da área em estudo. - Fatores ambientais (relevo, pluviometria, clima, vento, construções), fauna e flora. - Localização das fontes de poluição (fixa ou móvel). - Características físico-químicas dos poluentes. 
A localização da área em estudo e seus respectivos fatores ambientais são de extrema importância para o monitoramento ambiental. Por exemplo, o monitoramento de um rio deve ser realizado nas estações de seca e de chuva, o que causa constantes mudanças nos poluentes, portanto as coletas devem acontecer em intervalos de tempo curtos. Para compor o perfil do poluente ao longo do tempo, é preciso integrar a avaliação com amostras de outros compartimentos. O sedimento dos rios, por exemplo, recebe grandes quantidades de poluentes lixiviados ou lançados nas águas superficiais que se adsorveram a matéria orgânica e se depositaram no fundo dos rios. A amostragem de uma faixa vertical dos sedimentos permite analisar diferentes profundidades, compondo o perfil do poluente desde a coluna de água até a sua deposição. 
A granulometria do sedimento também deve ser analisada, pois ela altera a adsorção dos poluentes, como os metais que se adsorvem mais facilmente às partículas menores. Além do monitoramento ambiental em compartimentos abióticos, a avaliação da exposição em compartimentos bióticos é uma importante ferramenta na avaliação da toxicidade. No U4 - Indicadores e consequências da toxicologia 189 monitoramento biológico ou biomonitoramento são utilizados organismos vivos ou partes deles, como amostras de sangue, penas, escamas etc. Para isso, são selecionados os organismos mais sensíveis do compartimento ambiental em questão, capazes de refletir o grau da poluição. É importante levar em consideração a abundância e a distribuição dos organismos no local, o fácil manejo e a capacidade de absorção dos poluentes. Organismos com vasta descrição fisiológica e ecológica e com ciclos de vida curtos são os favoritos para o biomonitoramento, pois a interpretação dos resultados torna-se mais fácil e confiável.
Toxicologia dos metais
Os metais são elementos químicos definidos de acordo com as propriedades físicas: refletividade (brilho), condutividade elétrica, condutividade térmica, maleabilidade, dureza, ductilidade e densidade. À temperatura ambiente (25 °C), os metais são sólidos, com exceção do mercúrio, que possui ponto de fusão muito baixo (-38oC). Os metais pesados como os elementos químicos com densidade maior que 4 g/m3 e peso atômico entre 63,546 e 200,590, dentre eles o chumbo, cádmio, arsênio, mercúrio, cromo, níquel e manganês. 
Como característica geral, os metais ocorrem naturalmente na crosta terrestre, não podendo ser criados de forma antropogênica, além de serem indestrutíveis, ou seja, não são biodegradáveis, o que contribui para a bioacumulação deles nos organismos vivos. A distribuição dos metais pela biosfera ocorre pelos ciclos biogeoquímicos, com a incorporação por plantas e animais em alimentos, eventos como a chuva, que dissolve metais de rochas para corpos hídricos e ressuspende metais de solos e sedimentos. Entretanto, o aumento na concentração de metais no ambiente está diretamente relacionado com as emissões antropogênicas, não pode faltar além disso, uma pequena horta utilizada na alimentação dos funcionários está instalada ao lado da fábrica, o que preocupou o prefeito. 
Todavia, ele ficou aliviado ao perceber que as concentrações de resíduos encontrados no solo eram mais baixas que o valor máximo permitido. Percebendo o erro do prefeito, vocês precisam orientá-lo! O que há de errado com a interpretação do prefeito? Quais são os impactos que estes efluentes podem causar ao local? Que risco os trabalhadores locais estão sujeitos?Para auxiliá-lo, nesta seção, discutiremos a toxicologia dos metais. Selecionamos alguns dos principais metais para a toxicologia ambiental: chumbo, cádmio, arsênio, mercúrio, cromo, níquel e manganês. Que tal conhecer um pouco mais sobre cada um deles? Prepare-se para esta nova etapa e vamos lá! U3 - Tipos de Toxicologia 123 intensificadas após a Revolução Industrial, e o seu excesso pode causar um estresse na biota local. Apesar dos efeitos tóxicos dos metais, alguns desempenham funções essenciais para determinados processos fisiológicos dos seres vivos, como é o caso do ferro, essencial no transporte de oxigênio e formação da hemoglobina; o cálcio, essencial para a estrutura óssea; o cobre, essencial na fotossíntese; dentre outros, como o magnésio, cromo; manganês; níquel; cobre; cobalto; e molibdênio, envolvidos em outros processos metabólicos. Por outro lado, alguns metais não essenciais podem causar danos aos seres vivos.
Referências 
AMERICAN CHEMICAL SOCIETY. (ACS). CAS Content at a Glance. 2017. Disponível em: . Acesso em: 31 ago. 2017. ARSLAN, Ç. Ö. et al. KARAASLAN, A. M. Acute toxicity of several essential oils on Daphnia magna (Straus, 1816). Ege Journal of Fisheries and Aquatic Sciences, v. 31, n. 3, p. 137- 143, 2014.BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Estatísticas de Acidentes. Disponível em: . Acesso em: 31 ago. 2017. ______. Ministério do Meio Ambiente. Comissão Nacional de Segurança Química. Disponível em: < http://www.mma.gov.br/estruturas/smcq_seguranca/_ arquivos/143_03102008043456.pdf>. Acesso em 10 jul. 2017. ______. Comissão Nacional de Segurança Química (CONASQ). Programa Nacional De Segurança Química – PRONASQ. Disponível em: . Acesso em 10 jul. 2017 CHERNOBYL: desastre nuclear na Ucrânia completa 30 anos. G1, 2016. Disponível em: . Acesso em: 31 ago. 2017.
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