Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Bruna Thomas – 8º período – XLIV Saúde Mental TUMORES MALIGNOS DA MAMA 1. INTRODUÇÃO Se formos pegar só o sexo feminino, temos incidências altas; tirando o CA de pele não melanoma, o CA de mama é o mais frequente; É uma doença genética devido a mutações herdadas ou adquiridas no DNA, que levam a ativação de oncogenes e/ou inativação de genes supressores → a maioria são supressores e são envolvidos em via de reparo de danos ao DNA Doença de alta prevalência - forte impacto social; acometimento de mulheres em idade produtiva e forte impacto na auto-estima 2. FATORES DE RISCO FATORES QUE AUMENTAM RISCO Idade: quanto maior, mais risco; brancos tem maior risco que os negros; Obesidade: gordura aumenta produção de estrogênio periférico, que estimula tecido mamário; maior risco na pós menopausa. Menarca precoce e menopausa tardia → neoplasia é estrogênio dependente, quanto maior a exposição, maior o risco. Primeira gravidez tardia, ausência de amamentação e nuliparidade; Consumo de álcool aumenta o risco linearmente; dieta inflamatória (rica em carboidratos livres e carnes vermelhas) Radioterapia prévia do tórax antes dos 30 anos Reposição de estradiol + derivados de progesterona (não mais usados) Contraceptivo oral e diu mirena aumentam o risco; História familiar (10-15% dos casos) → risco aumentado quando familiar de 1º grau teve CA de mama < 50 anos; (após os 50, a probabilidade é maior de que o tumor seja esporádico do que de origem genética) ● BRCA e BRCA2 (são os mais famosos aqui) ○ Genes supressores; ○ Autossômicos dominante, alta penetrância; ○ > 50% dos cânceres de mama hereditários; ○ BRCA1 (braço longo do cromossomo 17): ■ mama 72% e ovário 44% ○ BRCA2 (braço longo do cromossomo 13) ■ mama 69% e ovário 17% ● p53: ○ Genes supressores; ○ Autossômicos dominante; síndrome de Li Fraumeni; ○ Famílias que portam esse gene têm chances de CA de mama, osteossarcoma, sarcoma de partes moles, leucemias e tumores adrenais. ● PTEN: ○ Autossômica dominante; síndrome de Cowden; ○ Associação a CA de mama e de tireoide. ● Outros: PALB2,, CHEK2, ATM História e hiperplasia atípica (principalmente vários focos) História de câncer de mama anterior. FATORES QUE DIMINUEM RISCO Atividade física reduz o risco; Dieta rica em soja e dieta tipo mediterrânea; 3. RASTREAMENTO Estudos mostram que não recomenda-se fazer autoexame; Mamografia: feita dos 50-69 anos, a cada 2 anos; Análise de risco: pacientes com familiar de 1º grau com câncer de mama < 50 anos → alto risco ● Ressonância magnética a partir dos 25 anos, anualmente; realizar bilateral com contraste; ● Quando tiver 30 anos, associar mamografia, de modo que a partir dos 30 anos continua a fazer a RNM, mas associa a mamografia a cada 6 meses da ressonância; ● Intercala: RNM, 6 meses, mamografia, RNM… 4. CLÍNICA E DIAGNÓSTICO Clínica: geralmente surge a partir de um nódulo (endurecido e fixo) ou por achado mamográfico (nódulo ou microcalcificações); pode ser por derrame papilar também (mais raro) Diagnóstico: ● Anamnese: ○ Queixa principal; ○ HDA, HMP, história ginecológica e obstétrica ○ Condições e hábitos de vida; ○ Fatores de risco (fatores de risco): ■ Sexo, idade, status menstrual ■ Paridade (idade do primeiro parto) ■ História familiar - pessoal ■ Condições predisponentes ■ Antecedentes mastológicos ■ Perfil psicossocial (tabagismo - álcool) ● Exame físico: inspeção (estática e dinâmica); palpação ● Exame de imagem: ○ Mamografia: diagnóstico em fase subclínica, serve para rastreamento e tem limitações; ○ USG: operador e aparelho dependente; imagens hiperecóicas (escuras) mais altas que largas ○ RNM: muito usado para confirmar diagnóstico e definir se tem outros focos. ● Biópsia: biópsia por agulha grossa (core biopsy) - padrão ouro. 5. TIPOS HISTOLÓGICOS Bruna Thomas – 8º período – XLIV Saúde Mental Carcinoma ductal in situ (MAIS COMUM) Caracteriza-se pela presença de células tumorais dentro do ducto, sem evidência, à microscopia, de invasão da membrana basal → não tem capacidade de gerar metástases ● A medida que gera necrose, fica depositada no trajeto do ducto e se for fazer mamografia vai enxergar isso, que são as microcalcificações → pleomórficas, lineares, irregulares, de tamanhos variados ou indeterminadas ou, mais raramente, nódulo ou assimetrias focais. Carcinoma ductal invasor ou infiltrante Se continuar crescendo e passar a membrana basal, já se torna um carcinoma ductal invasor ou infiltrante → TEM capacidade de gerar metástases. ● A medida que cresce, forma nódulos e raias laterais (espículas) Quando clinicamente evidente, pode aparecer como fluxo papilar, geralmente espontâneo, uniductal e unilateral, tipo “água de rocha”, ou ainda como nódulo palpável. Carcinoma lobular in situ É um marcador de risco do carcinoma invasor do câncer de mama. Não apresenta sintomatologia nem achado mamográfico característico. Na maioria das vezes, é detectado quando feita biópsia por outra lesão ou por sintomas suspeitos. Uma vez detectado o Carcinoma Lobular In Situ (CLIS) em biópsia por agulha grossa, deve-se orientar a retirada cirúrgica completa da lesão Carcinoma lobular invasivo Corresponde a 5 a 10% dos casos de câncer de mama. Microscopicamente, difere do CDI por apresentar células pequenas e monótonas, em arranjo linear tipo “fila indiana”. A mamografia mostra, mais comumente, área de assimetria focal e distorção. A ultrassonografia pode mostrar área de alteração textural. Os carcinomas lobulares invasivos tendem a apresentar maior incidência de metástases viscerais e em sistema nervoso central do que os carcinomas ductais. Carcinoma de tipos especiais Em frequência bem mais baixa, de 2 a 5%, encontramos outros subtipos histológicos: ● Carcinoma tubular; ● Carcinoma medular; ● Carcinoma mucinoso ou coloide; ● Carcinoma metaplásico; ● Carcinoma apócrino; ● Carcinoma secretor; ● Carcinoma inflamatório; ○ Não é tipo histológico, e sim uma apresentação clínica de um carcinoma ductal ou lobular; ○ Produzem êmbolos tumorais que se disseminam para os vasos linfáticos da derme. É o mais agressivo dos tumores malignos de mama ○ Caracteriza-se por evolução rápida e prognóstico desfavorável, com mortalidade de cerca de 90% em 1 ano, se não tratado com quimioterapia ○ Clinicamente, caracteriza-se por aumento súbito do volume mamário, dor, eritema, espessamento difuso da pele (pele “em casca de laranja”) ● Doença de Paget. ○ Alterações eczematosas da aréola e da papila, geralmente é unilateral e corresponde a menos de 4% dos casos de câncer de mama 6. IMUNO-HISTOQUÍMICA (MARCADORES) Estudo que consegue ver na peça de biópsia características do tumor, como os receptores hormonais para estrogênio e progesterona, sendo que a maioria dos CA de mama são positivos para esses receptores; → o ideal é que seja positivo, melhor prognóstico; Também conseguem ver o Ki-67, que é o índice de mitose do tumor, quanto mais alto, mais mitose tem o tumor → pior; ponte de corte é 14% (abaixo de 14% melhor prognóstico, acima de 14% pior) HER-2 (ou cerb-B2): as células têm proteínas de membrana que ficam pra fora da membrana celular e quando ela expressa esse HER-2 leva um sinal pro núcleo para a célula multiplicar; também é índice de proliferação tumoral → o ideal é que não seja expresso, quanto mais expresso, pior. 7. SUBTIPOS MOLECULARES Pega características imuno-histoquímica do tumor e vê como é que o tumor é classificado para ter o prognóstico da paciente; Bruna Thomas – 8º período – XLIV Saúde Mental A maioria dos carcinomas invasivos está nos grupos dos luminais. São mais frequentes em mulheres com 50 anos ou mais e têm associação com a ação estrogênica Luminal A RE positivo, RP positivo, HER-2 negativo e Ki67 < 14% Costuma ter o melhor prognóstico, mais comum em mulheres com idade avançada (pós menopausa) e costumam responder bem aos tratamentos; Origem nas células que revestem o lúmen dos ductos/lóbulos mamários Luminal B RE positivo, RP positivo, HER-2 negativo e Ki67 ≥ 14% Prognóstico umpouco pior do que o Luminal A; maior risco de resistência ao tamoxifeno e melhor resposta à quimio e hormonioterapia Também se originam do epitélio ductal HER-2 RE positivo ou negativo, RP positivo ou negativo, HER-2 positivo 2º pior prognóstico - 10 - 15% dos tumores; alto grau histológico e proliferação celular; permite uso de terapia alvo (trastuzumab) TRIPLO NEGATIVO OU BASAL ***** RE negativo, RP negativo, HER-2 negativo Chance de mais metástase e progressão mais rápida de tumor; tem poucos tratamentos eficazes 8. ESTADIAMENTO O carcinoma de mama é estadiado segundo o sistema TNM; atualmente, além da avaliação anatômica, deve-se levar em conta os biomarcadores tumorais: receptores de estrogênio (RE) e progesterona (RP), HER-2, grau histológico; Exames: ● Exames de imagem (mamografia, usg, rnm) ● RXT ou TC de tórax ● USG de abdome ou TC de abdome superior ● Cintilografia óssea ● Laboratório (CA 153) Estadiamento: ● 0: doença muito inicial ● I: doença inicial ● II: doença inicial ● III: doença localmente avançada ● IV: doença metastática 9. TRATAMENTO Cirurgias radicais (mastectomia): ● Tipos: ○ Halsted: retirada de toda a glândula mamária, dos músculos peitoral maior e menor e esvaziamento axilar dos níveis I, II e III de Berg; ○ Patey: mastectomia radical modificada, em que se preserva o músculo peitoral maior ○ Madden: mastectomia preservando-se ambos os músculos peitorais e realizando somente esvaziamento dos gânglios da base axilar nível I ● Indicações: ○ Gestantes no 1º-2º trimestre fazem mastectomia. ○ Tumor muito grande quanto ao tamanho da mama ○ Lesões multicêntricas (presença de dois ou mais tumores em quadrantes diferentes); ○ Radioterapia prévia no lado afetado Cirurgias conservadoras (quadrantectomia ou setorectomia): ● A radioterapia estará sempre indicada como complementar; ● A quadrantectomia ou setorectomia consiste na retirada do tumor com parte da mama ao redor até a fáscia de músculo peitoral maior e fragmento de pele sobre o tumor; Bruna Thomas – 8º período – XLIV Saúde Mental ○ Indicada se o tamanho do tumor/tamanho da mama for favorável. → tumor < 1/5 tamanho da mama. ● Gestante no 3º período pode fazer, mas a radio após o nascimento do bebê. Linfonodo sentinela ● É o primeiro linfonodo da axila que recebe a drenagem linfática da mama → identificar e tirar durante cirurgia. ○ Técnica com corante “azul patente” ou radiofármaco (tegnésio); se negativo não tinha metástase, se positivo tem tumor ■ Se positivo, não fazer linfadenectomia se for fazer setorectomia, tumor até 5 cm, até 2 linfonodos positivos e primeira intervenção Por que não fazer nesses casos? Estudos demonstraram que a não realização do esvaziamento axilar nesses grupos de pacientes não alterou a sobrevida global e o tempo de sobrevida livre de doença. Várias hipóteses foram levantadas e, ao que tudo indica, a radioterapia realizada obrigatoriamente é a responsável por essa redução de risco NAO CONSIDERAR DAQUI PRA BAIXO, EM ANDAMENTO AINDA
Compartilhar