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Temperaturas para a germinação de sementes de capixingui (Croton floribundus - Spreng - Euphorbiaceae)

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TEMPERATURAS PARA GERMINAÇÃO DE CAPIXINGUI
Revista Brasileira de Sementes, vol. 28, nº 3, p.135-140, 2006
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TEMPERATURAS PARA A GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE CAPIXINGUI (Croton
floribundus - Spreng - EUPHORBIACEAE)1
MARIA TERESA VILELA NOGUEIRA ABDO2, RINALDO CÉSAR DE PAULA3
RESUMO - O presente trabalho objetivou avaliar a influência de diferentes temperaturas e da
imersão em água na germinação de sementes de capixingui (Croton floribundus Spreng).
Inicialmente, as sementes foram submetidas à germinação a 15, 20, 25, 30, 35, 40, 20-30 e 25-35ºC,
com e sem imersão das mesmas em água fria (temperatura ambiente) por duas horas. Posteriormente,
sementes sem imersão prévia em água fria foram submetidas à germinação a 20-25, 25-30, 30-35, 20-
30, 25-35 e 20-35ºC. Foram avaliadas a porcentagem e a velocidade de germinação das sementes, a
matéria seca e o comprimento de plântulas. Os dados foram submetidos à análise de variância, no
delineamento inteiramente casualizado (DIC) e esquema fatorial 8 x 2 no primeiro experimento e no
DIC com seis tratamentos no segundo experimento, com quatro repetições de 25 sementes, seguido
da comparação de médias (Tukey a 5%). Não houve germinação a 15, 20 e 40ºC e esta foi mínima a
25ºC. As temperaturas alternadas de 20-30 e de 25-35ºC favoreceram o processo germinativo. A
imersão das sementes em água fria não favoreceu a taxa de germinação. No segundo experimento,
a maior germinação ocorreu a 20-30ºC. Assim, pode-se recomendar a temperatura de 20-30ºC para a
condução do teste de germinação de sementes de capixingui, o qual pode ser encerrado aos 28
dias.
Termos para indexação: semente florestal, dormência, análise de sementes, viabilidade.
SEED GERMINATION OF Croton floribundus - Spreng - EUPHORBIACEAE AFFECTED BY
TEMPERATURE
ABSTRACT - The aim of this research was to evaluate the influence of different temperatures,
constant and alternating, on the germination of Croton floribundus- Spreng (Euphorbiaceae)
seeds and also the efficiency of a previous soaking treatment in cold water (room temperature). In
the first test, the seeds were submitted to the standard germination test at the following temperatures
15, 20, 25, 30, 35, 40, 20-30 and 25-35ºC, with and without previous soaking treatment. In the second
test, the seeds were submitted to germination at temperatures of 20-25, 25-30, 30-35, 20-30, 25-35
and 20-35ºC. The characteristics evaluated were the percentage and speed of germination and
seedling mass and length, with four replications of 25 seeds. A completely randomized design was
used with 8x2 treatments in the first essay and six treatments in the second. The averages were
compared by the Tukey test (P<0.05). In the first experiment, germination was not observed at 15,
20 and 40oC; at 25ºC the germination was minimum; high germination was observed at the alternating
temperatures. Soaking in cold water did not improve the germination. In the second experiment,
the highest germination rate was observed at 20-30ºC. Thus, the standard germination test can be
conducted at 20-30ºC for 28 days.
Index terms: forest seed, dormancy, seed analysis, viability.
1 Submetido em 05/07/2005. Aceito para publicação em 18/08/2006. Parte
da dissertação de mestrado da primeira autora, apresentada a UNESP-
Jaboticabal, Programa de Pós-Graduação em Agronomia (Produção Vegetal);
2 Mestranda em Agronomia (Produção Vegetal),UNESP – Universidade
Estadual Paulista, Campus de Jaboticabal, Bolsista da CAPES,
mtvilela@pinnet.com.br;
3 Bolsista do CNPq, UNESP – Universidade Estadual Paulista, Campus de
Jaboticabal, Departamento de Produção Vegetal. Via de Acesso Prof. Paulo
Donato Castellane, s/n, CEP: 14884-900, Jaboticabal/SP,
rcpaula@fcav.unesp.br.
M.T.V.N. ABDO e R.S. PAULA
Revista Brasileira de Sementes, vol. 28, nº 3, p.135-140, 2006
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INTRODUÇÃO
O Brasil possui uma das maiores reservas florísticas do
mundo e grande vocação florestal, propiciada pelas condições
climáticas e pela vasta extensão territorial, embora sua
biodiversidade esteja fadada a desaparecer em algumas regiões,
notadamente no Centro-Sul e Sudeste, justamente pela não
observância de uma política de exploração sustentada e
racional (Torres, 1996). Contudo, esta situação parece estar
sendo revertida por diferentes fatores. Na década passada,
duas centenas de municípios paulistas recuperaram suas áreas
de Mata Atlântica, sendo que a maioria deles concentra-se em
territórios contíguos formando verdadeiras manchas de
recuperação florestal no mapa do Estado de São Paulo (Ehlers,
2003).
A conscientização da população frente aos problemas
ambientais e o avanço na política ambiental proporcionaram
aumento da demanda por sementes e mudas de espécies
florestais nativas, para reflorestamento, produção de madeira
ou para recuperação de áreas desmatadas, sobretudo a partir
da década de 80. Essa demanda técnica motivou a realização
de pesquisas com sementes de espécies arbóreas nativas
(Santos e Aguiar, 2000). Uma base técnica consistente, onde
sejam disponibilizadas sementes viáveis e de boa qualidade é
essencial para que o trabalho de reflorestamento com espécies
arbóreas tenha êxito (Bonner, 1992). Dessa forma, pesquisas
que promovam conhecimentos técnicos de espécies nativas,
contribuindo para uma padronização na determinação da
capacidade germinativa e dos testes de vigor aplicáveis às
sementes dessas espécies são fundamentais.
 Piña-Rodrigues e Vieira (1988) elaboraram uma tabela
inicial com informações de 27 espécies florestais, sendo que
esse número de espécies foi ampliado e, posteriormente,
publicado por Oliveira et al. (1989) e Figliolia e Piña-Rodrigues
(1995). Informações sobre o capixingui (Croton floribundus-
Spreng - Euphorbiaceae) não estão nessas publicações e nem
nas Regras para Análise de Sementes (Brasil, 1992). A falta
de informação da fenologia do florescimento e maturação de
frutos é apontada como um dos principais problemas nas
pesquisas florestais tropicais (Bonner, 1992) assim como a
padronização das condições para realização de testes de
germinação e de vigor de sementes florestais.
A temperatura, juntamente com a água e o oxigênio
constituem os principais fatores externos que influenciam na
germinação de uma semente (Carvalho e Nakagawa, 2000).
Além desses, Borges e Rena (1993) incluem a luz como fator
determinante na germinação de sementes. As sementes de
uma mesma amostra podem variar nas exigências para
germinação devido a diferenças de maturidade entre elas, entre
as matrizes coletadas ou, ainda, na posição das sementes em
uma mesma matriz (Austin, 1972).
Para Bewley e Black (1985), a temperatura age na
germinação de três formas: determinando a capacidade e a
porcentagem de germinação das sementes, eliminando a
dormência primária e secundária ou induzindo a dormência
secundária. Segundo Borges e Rena (1993), na temperatura
ótima, ocorre o máximo de germinação no menor tempo e as
temperaturas máxima e mínima correspondem à germinação
zero, sendo essas denominadas de temperaturas cardeais. As
espécies apresentam comportamento variável em relação à
temperatura (Borges e Rena, 1993; Carvalho e Nakagawa,
2000), embora a faixa de 20-30ºC pareça ser a adequada para
germinação de grande número de espécies subtropicais e
tropicais (Borges e Rena, 1993). Bewley e Black (1985)
afirmaram, ainda, que a alternância de temperaturas favorece
a superação da dormência. Assim, é recomendável a inclusão
da temperatura alternada em pesquisa para definir o método
de análise de sementes (Oliveira et al., 1989). A alternância de
temperatura é necessária para espécies não domesticadas e
que são de estádios iniciais da sucessão secundária. Para
Malavasi (1988), espécies florestais e gramíneas forrageiras
germinam mais sob temperaturas alternadas. Este fato foi
constatado por Santos e Aguiar (2000) para sementes de
branquilho (Sebastiania comersoniana (Baill.) Smith & Downs
por Lopes et al. (2002) para sementes de calabura (Muntingia
calabura L.) e por Medeiros Filho et al. (2002) para sementes
de Operculinamacrocarpa (L.) Farwel e Operculina alata
(Ham.) Urban, dentre outros. Já Alves et al. (2002),
trabalhando com sementes de Mimosa caesalpiniaefolia
Benth; Sousa et al. (2000) com Ceiba pentrandra (Linn)
Gaertn. e Braga et al. (1999) com sementes de Borojoa sorbilis
(Duque) Cuatre concluíram que temperaturas constantes
foram as mais adequadas.
Sementes de algumas espécies requerem tratamentos pré-
germinativos para aumentar e uniformizar a germinação que,
frequentemente, se destinam a romper o tegumento, em geral
duro, como os característicos de espécies da família Fabaceae
(Borges e Rena, 1993). Também, observa-se o uso de certas
substâncias químicas, do pré-resfriamento e da imersão das
sementes em água, este último empregado, possivelmente,
para eliminar algum tipo de substância inibidora do processo
germinativo. Neste sentido, Durigan et al. (2002)
recomendaram para as sementes de capixingui a imersão das
sementes em água fria por duas horas, de forma a uniformizar
e acelerar a germinação, que demora de 5 a 10 dias. Caso
contrário, segundo os autores, o processo germinativo pode
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se estender por até 90 dias.
Croton floribundus Spreng, popularmente conhecida
como capixingui, é uma planta pioneira, pertencente à família
Euphorbiaceae, de ocorrência nos Estados do Rio de Janeiro,
São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais e Paraná,
principalmente na floresta latifoliada semidecídua (Lorenzi,
1992). Apresenta crescimento muito rápido e ciclo de vida
curto, muito abundante em formações secundárias,
repovoando clareiras e proliferando em bordas de mata, sendo
uma espécie muito empregada em reflorestamentos mistos,
protetivos ou comerciais, com sombreamento de espécies de
estágios mais avançados de sucessão (Durigan et al., 2002).
O mel produzido a partir de suas flores é de coloração quase
branca, de aroma muito diferenciado, saborosíssimo e de
excelente qualidade. A árvore também possui propriedades
medicinais (Lorenzi, 1992; Carvalho, 2003). Inicia a
frutificação precocemente, cerca de três anos após o plantio;
os frutos são do tipo cápsula tricoca, contendo três sementes,
as quais são arredondadas, de cor preta, e que, de acordo
com Lorenzi (1992), apresentam viabilidade que não ultrapassa
os quatro meses. Um quilograma pode conter de 24.000
(Lorenzi, 1992) a 31.000 sementes (IPEF, 2004).
Neste sentido e considerando a ausência de informações
sobre o processo germinativo de sementes de Croton
floribundus (capixingui), o presente trabalho teve por objetivo
estudar o efeito de temperaturas na germinação de sementes
desta espécie bem como obter informações referentes à
execução do teste de germinação.
MATERIAL E MÉTODOS
O presente trabalho foi conduzido na Universidade
Estadual Paulista - UNESP, Campus de Jaboticabal, no
Laboratório de Sementes Hortícolas e Florestais, com
sementes de capixingui (Croton floribundus Spreng) colhidas
em remanescentes do Pólo Regional de Desenvolvimento do
Agronegócio - Região Centro Norte, em Pindorama-SP, no
final de fevereiro de 2004.
Os frutos, colhidos maduros, foram colocados ao sol
sob sombrite (50%) para secagem e extração das sementes,
as quais foram então acondicionadas em sacos de papel e
armazenadas em câmara fria (10ºC e 60% de umidade relativa),
por 35 dias, até a realização do primeiro experimento.
Experimento 1 - Germinação sob temperaturas
constante e alternada: este primeiro experimento foi
instalado em 01 de abril de 2004. Parte das sementes usadas
nesse experimento foi imersa em água fria (temperatura
ambiente) por duas horas, seguindo recomendação de Durigan
et al. (2002), e outra parte não recebeu qualquer tratamento
pré-germinativo. Todas as sementes, imersas ou não em água,
foram tratadas com hipoclorito de sódio a 2% por 10 minutos
e, em seguida, enxaguadas em água corrente. As sementes
foram colocadas para germinar em caixa plástica transparente
com tampa (10x10x3cm), sobre substrato constituído de 20g
de vermiculita fina umedecida com 30mL de água destilada.
O teste de germinação foi conduzido em germinadores, nas
seguintes temperaturas: 15, 20, 25, 30, 35, 40, 20-30 e 25-
35ºC, com fotoperíodo diário de 8 horas. As contagens foram
feitas diariamente, considerando-se germinadas as sementes
que originaram plântulas normais, ou seja, com todas as
estruturas essenciais perfeitas. Os testes foram encerrados
quando a germinação das sementes se manteve constante.
Foram avaliados a porcentagem e o índice de velocidade de
germinação das sementes (Maguire, 1962), o comprimento
total e a matéria seca de plântulas. O comprimento total de
plântulas (parte aérea e sistema radicular) foi determinado
nas plântulas normais com régua graduada e a matéria seca
de plântulas foi obtida após submeter todas as plântulas
normais à secagem em estufa a 70ºC por 48 horas.
Experimento 2 - Germinação sob temperaturas
alternadas: essa fase iniciou-se em 01 de junho de 2004,
tendo como tratamentos para germinação das sementes as
temperaturas 20-25, 25-30, 30-35, 20-30, 25-35 e 20-35ºC.
Neste experimento, as sementes não foram imersas em água
fria, visto no experimento anterior não ter sido detectado efeito
positivo deste tratamento para a germinação das sementes. O
substrato usado para germinação foi o mesmo descrito no
experimento anterior, assim como as características avaliadas.
Análise estatística: os dados foram submetidos à
análise de variância, no delineamento inteiramente casualizado
em esquema fatorial 8x2 (oito temperaturas e sementes imersas
ou não em água) no primeiro experimento e no DIC com seis
tratamentos no segundo experimento, com quatro repetições
de 25 sementes, seguido da comparação de médias pelo teste
Tukey a 5% de probabilidade. Os dados de porcentagem de
germinação foram transformados em arco seno da raiz
quadrada da %/100, mas nas Tabelas e Figuras, para melhor
visualização dos resultados, são apresentados os dados não
transformados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Experimento 1 – Germinação sob temperaturas
constante e alternada
O teste teve duração de 33 dias, sendo que as primeiras
evidências do processo germinativo (protrusão da raiz primária)
M.T.V.N. ABDO e R.S. PAULA
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ocorreram no 8o dia, com o aparecimento das primeiras
plântulas no 12o após a instalação do experimento. Na Figura
1, é apresentada a germinação acumulada diária dos quatro
melhores tratamentos, pela qual se depreende que a partir do
28o dia, nas temperaturas alternadas de 20-30 e 25-35oC, a
germinação praticamente não foi alterada, podendo-se sugerir
esta data para encerramento do teste de germinação.
Não houve germinação a 15, 20 e 40ºC. A 25ºC, as
sementes que foram submetidas à imersão em água fria não
germinaram e aquelas que não receberam este tratamento
apresentaram apenas 2% de germinação. Assim, pode-se
considerar que as temperaturas cardinais para o processo
germinativo de sementes de capixingui encontram-se entre
20 e 40ºC.
Houve efeito significativo da temperatura e da interação
temperatura – imersão sobre todas as características avaliadas;
já o efeito isolado da imersão das sementes foi não
significativo. Com o fato da interação temperatura – imersão
ter sido significativa, acredita-se que o comportamento
germinativo das sementes de capixingui seja distinto nas
diferentes temperaturas, quando previamente imersas ou não
em água fria por duas horas. De fato, este comportamento
diferenciado ocorreu apenas a 300C para germinação, matéria
seca e comprimento de plântulas; a 350C para germinação e
na temperatura alternada de 25-350C para o índice de
velocidade de germinação (IVG). Nestas situações apenas na
última, IVG na temperatura de 25-350C, é que as sementes
imersas em água apresentaram desempenho inferior. Nas
demais temperaturas, não houve diferenças de comportamento
das sementes que foram imersas ou não em água (Tabela 1).
Esses resultados, de certa forma, não corroboram comas
informações de Durigan et al. (2002) de que a imersão em
água fria por duas horas acelera o processo germinativo das
sementes de capixingui.
As maiores taxas de germinação (>85%) ocorreram nas
temperaturas alternadas de 20-30 e 25-35ºC, que superaram
as constantes. Segundo Bewley e Black (1985), a alternância
de temperaturas favorece a superação da dormência e,
conseqüentemente, o processo germinativo, sendo este fato
mais comum para espécies não domesticadas e de estádios
sucessionais iniciais (Borges e Rena, 1993; Carvalho e
Nakagawa, 2000). A indiferença de algumas espécies à
temperatura é característica de espécies pertencentes aos
estádios mais avançados da sucessão florestal (Lorenzi,1992;
Barbosa e Macedo,1993). Nestas temperaturas, também, não
houve efeito da imersão das sementes em água para o processo
germinativo, evidenciando mais uma vez que a mesma não é
necessária.
Resultados semelhantes ao observado para germinação
0
20
40
60
80
100
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33
Tempo (dias)
G
er
m
in
aç
ão
(%
)
20-30ºC- CI 20-30ºC - SI 25-35ºC - CI 25-35ºC - SI
FIGURA 1. Germinação acumulada (%) de sementes de
capixingui (Croton floribundus Spreng. –
Euphorbiaceae) a 20-30 e 25-35ºC, imersas (CI)
ou não (SI) em água fria por duas horas.
Experimento 1.
Temperatura G (%) IVG MS (g.plântula
-1
) CP (cm)
(ºC) CI SI CI SI CI SI CI SI
15 0 Ac 0 Ac 0 Ac 0 Ac 0 Ab 0 Ac 0 Ab 0 Ab
20 0 Ac 0 Ac 0 Ac 0 Ac 0 Ab 0 Ac 0 Ab 0 Ab
25 0 Ac 2 Ac 0 Ac 0,035Abc 0 Ab 0,038Abc 0 Ab 4,25Ab
30 16 Ab 3 Bc 0,104Abc 0,023Abc 0,019Aa 0,008Bb 19,63 Aa 7,16Bb
35 24 Ab 15 Bc 0,199Ab 0,125Ab 0,014Aa 0,016Aa 14,96 Aa 15,82Aa
40 0 Ac 0 Ac 0 Ac 0 Ac 0 Ab 0 Ac 0 Ab 0 Ab
20-30 85 Aa 90 Aa 1,066Aa 1,136Aa 0,017Aa 0,017Aa 16,51 Aa 17,86 Aa
25-35 88 Aa 92 Aa 1,083Ba 1,168Aa 0,015Aa 0,016Aa 19,76 Aa 19,04 Aa
CV(%) 18,31 16,23 37,76 39,81
TABELA 1. Germinação (G), índice de velocidade de germinação (IVG), matéria seca (MS) e comprimento de plântulas (CP) obtidos
de sementes de capixingui, imersas (CI) ou não (SI) em água por duas horas, e submetidas à germinação a 15, 20, 25, 30,
35, 40, 20-30 e 25-35ºC. Experimento 1.
Médias seguidas por uma mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem entre si pelo teste Tukey (5%).
TEMPERATURAS PARA GERMINAÇÃO DE CAPIXINGUI
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ocorreram para as demais características avaliadas.
Trabalhando com sementes de Sebastiania
commersoniana (branquilho), da mesma família do capixingui,
Santos e Aguiar (2000) observaram que a temperatura
alternada de 20-30ºC promoveu maior porcentagem e
velocidade de germinação de sementes daquela espécie.
Experimento 2 - Germinação sob temperaturas
alternadas
O teste foi conduzido por 34 dias e, à semelhança do que
foi verificado para o experimento 1, as primeiras evidências
do processo germinativo (protrusão da raiz primária)
ocorreram no 8o dia após a instalação do teste (Figura 2).
Houve efeito significativo da temperatura sobre todas as
características avaliadas. Os menores valores de germinação
(1%) foram registrados a 20-25 e 25-30ºC. Esses resultados
sugerem que amplitudes de 5ºC de temperatura, associadas
às temperaturas mais baixas (20 e 25ºC), não favoreceram a
germinação de sementes de capixingui; para esta mesma
amplitude de variação (5ºC), quando o limite inferior de
temperatura foi 30ºC, o processo germinativo foi parcialmente
favorecido, atingindo 43% de germinação (Tabela 2). A maior
germinação (74%) foi obtida a 20-30ºC, o que está de acordo
com os resultados do experimento 1. Com amplitude de 10ºC,
os melhores resultados foram obtidos a 20-30ºC, com 74%
de germinação, comparativamente a 25-35ºC, com apenas
8%; a temperatura de 20-35ºC (amplitude de 15ºC)
proporcionou resultados intermediários de germinação (43%).
Assim, pode-se considerar que o processo germinativo de
sementes de capixingui é favorecido por temperaturas
alternadas, e que para uma mesma amplitude de variação de
temperatura, o comportamento germinativo será diferenciado
conforme os extremos das temperaturas envolvidas.
Para Vasquez-Yanes e Orozco Segovia (1984),
provavelmente a maior germinação de sementes de
determinadas espécies sob temperatura alternada deve-se a
mecanismos enzimáticos que são favorecidos pelas flutuações
de temperaturas em amplitudes térmicas específicas durante
o processo catalizado por estas enzimas. Borges e Rena (1993)
acrescentaram, ainda, que provavelmente este fato está
associado às flutuações de temperaturas do ambiente natural
da espécie e que esta resposta é relativamente comum, entre
as espécies de estádios sucessionais iniciais (pioneiras e
secundárias iniciais).
O IVG foi maior sob 20-30 e 20-35ºC e menor a 20-25,
25-30 e 25-35ºC. Os maiores valores de matéria seca de
plântulas foram observados a 30-35 e 25-35ºC e o
comprimento de plântulas a 20-25ºC foi menor que o verificado
a 25-35ºC (Tabela 2).
Santos (1999) verificou que amplitudes de 10 e 15ºC
favoreceram a germinação de sementes de Sebastiania
commersoniana.
A temperatura de 25-35ºC, embora não tenha
proporcionado alta porcentagem de germinação, favoreceu a
produção de matéria seca e o comprimento de plântulas. Este
fato pode estar associado a menor competição entre as
plântulas neste tratamento que, por ter proporcionado menor
germinação, possibilitou que as mesmas crescessem mais e
acumulassem mais matéria seca que os demais tratamentos.
CONCLUSÕES
Para sementes de capixingui não é necessário tratamento
pré-germinativo e o teste de germinação pode ser conduzido
a 20-30ºC, por 28 dias.
0
20
40
60
80
100
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35
Tempo (dias)
G
er
m
in
aç
ão
(%
)
20-35ºC 20-25ºC 25-30ºC 30-35ºC 25-35ºC 20-30ºC
FIGURA 2. Germinação acumulada (%) de sementes de
capixingui (Croton floribundus Spreng. –
Euphorbiaceae) submetidas a diferentes
temperaturas alternadas. Experimento 2.
Temperatura (ºC) G (%) IVG MS (g.plântula
-1
) CP (cm)
20-35 43 b 0,515 a 0,016 bc 16,29 ab
20-25 1 d 0,010 c 0,005 bc 4,60 b
25-30 1 d 0,013 c 0,005 bc 6,12 ab
30-35 43 b 0,422 b 0,066 a 18,15 ab
25-35 8 c 0,076 c 0,048 a 18,80 a
20-30 74 a 0,654 a 0,024 b 16,13 ab
CV (%) 18,89 30,04 43,66 47,23
TABELA 2. Germinação (G), índice de velocidade de germinação
(IVG), matéria seca (MS) e comprimento de plântulas
(CP) obtidos de sementes de capixingui submetidas
à germinação a 20-25, 25-30, 30-35, 20-30, 25-35 e
20-35ºC. Experimento 2.
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste
Tukey (5%).
M.T.V.N. ABDO e R.S. PAULA
Revista Brasileira de Sementes, vol. 28, nº 3, p.135-140, 2006
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 AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem à Faculdade de Ciências Agrárias
e Veterinárias – UNESP, pela oportunidade, à CAPES pela
concessão da bolsa de estudo e ao Pólo Regional Centro Norte
pela concessão das sementes usadas nos experimentos.
REFERÊNCIAS
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