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Questões Hemato

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Questão 1: Com base na aula de hematologia explique o que é hematopoese e quais os precursores dos eritrócitos?
A hematopoese é um processo de formação e maturação dos elementos figurados do sangue, ou seja, hemácias, leucócitos e plaquetas. Esse processo ocorre na medula óssea. Os precursores dos eritrócitos ou plaquetas, são os reticulócitos. 
Questão 2: Qual é o hormônio responsável pela regulação na produção das hemácias? Em qual local ele é produzido? Em quais situações clínicas podemos observar o seu aumento ou diminuição no sangue.
A regulação da produção das hemácias é realizada pela eritropoetina, o qual é um hormônio que age na mitose e também na diferenciação celular dos eritroides, esses que são as células progenitoras das hemácias.
A eritropoetina é produzida nos rins e o aumento da produção da mesma se dá devido a hipóxia, ou seja, baixa concentração de oxigênio. A hipóxia ocorre, por exemplo, em indivíduos que realizam viagens para lugares com elevada altitude e consequentemente, produz mais hemácias. 
Por outro lado, a diminuição de eritropoetina no sangue se dá por doenças relacionadas a diminuição da produção de hemácias, como as anemias. 
Questão 2 - caso clínico 
QUADRO CLÍNICO
Homem, 35 anos, foi ao médico por queixa de fadiga. Foi tratado recentemente por doença respiratória.
Solicitado Hemograma e contagem de reticulócitos.
DADOS LABORATORIAIS
ERITROGRAMA ERITRÓCITOS:..................1.700.000/UL HEMOGLOBINA:.............5,2 G/DL HEMATÓCRITO:...............14% VCM:........................82,3FL HCM:........................30,5PG CHCM:......................37,1% POIQUILOCITOSE:............++ ESFERÓCITOS:................++ CONTAGEM DE RETICULÓCITOS: 22%
COM BASE NOS DADOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS, PROPOMOS AS SEGUINTES QUESTÕES PARA DISCUSSÃO DO CASO:
1) Qual o tipo de anemia?
Na anemia hemolítica, os índices hematimétricos geralmente mostram uma diminuição nos valores de hemoglobina, hematócrito e eritrócitos, enquanto a concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM) pode estar elevada devido à liberação de hemoglobina livre na corrente sanguínea. Além também de apresentar uma quantidade significativa de esferócitos e reticulócitos devido a resposta do corpo a destruição acelerada dos eritrócitos. Ou seja, o quadro clínico ao que tudo indica é anemia hemolítica. 
2) Quais as causas?
A anemia hemolítica pode ser causada por várias razões, incluindo doenças autoimunes, infecções, reações a medicamentos, deficiências genéticas de enzimas, exposição a toxinas e condições hereditárias.
3) Quais os exames que devem ser feitos para confirmar o diagnóstico laboratorial?
1. Hemograma completo: Avalia os níveis de hemoglobina, hematócrito, contagem de eritrócitos e outros parâmetros sanguíneos.
2. Esfregaço de sangue periférico: Permite visualizar a forma e o tamanho dos eritrócitos, identificando anormalidades como esferócitos.
3. Contagem de reticulócitos: Avalia a quantidade de células jovens na corrente sanguínea, que aumentam em resposta à destruição acelerada dos eritrócitos.
4. Testes de função hepática e renal: Podem ser solicitados para avaliar se há lesões hepáticas ou renais associadas à anemia hemolítica.
5. Testes de função da medula óssea: Podem ser necessários para descartar outras causas de anemia.
6. Testes específicos para causas subjacentes: Dependendo da suspeita clínica, podem ser realizados testes para detectar doenças autoimunes, infecções, deficiências enzimáticas, entre outras condições relacionadas à anemia hemolítica.
Questões sobre o artigo
1) O que são síndromes mieloproliferativas crônicas, atualmente denominadas neoplasias mieloproliferativas (NMP)? Quais as doenças pertencentes a essas síndromes? Escolha uma das doenças para explicar os aspectos clínicos, fisiopatológicos e diagnóstico.
As neoplasias mieloproliferativas (NMP) são um grupo de distúrbios hematológicos caracterizados pelo crescimento excessivo de células do sangue na medula óssea. Isso resulta na produção anormal de glóbulos vermelhos, glóbulos brancos ou plaquetas. As NMP incluem a policitemia vera, a trombocitemia essencial e a mielofibrose. Cada uma delas tem características próprias, mas todas envolvem uma produção descontrolada de células sanguíneas.
A mielofibrose é uma neoplasia mieloproliferativa caracterizada pela fibrose progressiva da medula óssea, resultando em uma alteração profunda na produção de células sanguíneas e no ambiente hematopoiético. Clinicamente, os pacientes frequentemente apresentam esplenomegalia, anemia, trombocitopenia e, em alguns casos, leucocitose ou leucopenia. Esses sintomas podem ser acompanhados por manifestações constitucionais, como fadiga, perda de peso e sudorese noturna, impactando significativamente a qualidade de vida.
Na fisiopatologia da mielofibrose, mutações genéticas, incluindo aquelas no gene JAK2, MPL e CALR, desempenham um papel crucial. Essas mutações levam a uma ativação desregulada das vias de sinalização celular, promovendo a proliferação descontrolada de células sanguíneas e contribuindo para a fibrose da medula óssea. Além disso, a disfunção do microambiente medular, resultante de uma comunicação anormal entre células estromais, células progenitoras e células imunes, também desempenha um papel importante na patogênese da mielofibrose.
O diagnóstico da mielofibrose geralmente envolve uma combinação de exames de sangue, incluindo hemograma completo para detectar alterações nas células sanguíneas e testes genéticos para identificar mutações específicas. A aspiração e biópsia da medula óssea são essenciais para avaliar o grau de fibrose e para identificar características morfológicas e moleculares que possam influenciar o tratamento. A avaliação de imagem também pode ser realizada para avaliar o tamanho do baço e do fígado, que frequentemente estão aumentados em pacientes com mielofibrose.
2) Quais são os critérios usados para o diagnóstico da Policitemia Vera? Qual o resultado esperado no hemograma dos pacientes? Explique sua fisiopatologia e sintomas.
O diagnóstico da policitemia vera (PV) requer uma abordagem multidisciplinar, considerando critérios clínicos, laboratoriais e, em alguns casos, histológicos. Clinicamente, os médicos procuram por sinais como eritrocitose persistente, esplenomegalia e sintomas constitucionais, como fadiga e prurido. Nos exames laboratoriais, a presença de um hematócrito elevado, hemoglobina aumentada e número aumentado de glóbulos vermelhos é observada no hemograma completo. A dosagem de eritropoietina sérica geralmente é baixa na PV, e testes genéticos podem revelar mutações no gene JAK2 em cerca de 95% dos casos. Em alguns casos, a biópsia da medula óssea pode ser realizada para confirmar o diagnóstico, revelando hiperplasia eritroide e outras características morfológicas da PV. A combinação desses critérios é essencial para um diagnóstico preciso e oportuno da PV.
A fisiopatologia da PV geralmente envolve mutações genéticas, principalmente no gene JAK2, especialmente a mutação V617F. Essas mutações levam a uma ativação anormal das vias de sinalização celular, especialmente da via JAK-STAT, que promove a proliferação descontrolada de células progenitoras hematopoiéticas e, consequentemente, a eritrocitose.
Os sintomas da PV podem variar de leves a graves e incluem:
- Fadiga;
- Fraqueza;
- Dor de cabeça;
- Tontura;
- Prurido, especialmente após o banho;
- Rubor facial ou vermelhidão nas extremidades;
- Dificuldade de concentração;
- Zumbido nos ouvidos (acufenos);
- Hemorragias nasais recorrentes;
- Sangramento das gengivas;
- Problemas de visão, como visão embaçada ou pontos escuros;
- Aumento do baço (esplenomegalia), que pode causar desconforto abdominal ou sensação de plenitude;
Em alguns casos, a PV pode ser assintomática e ser detectada acidentalmente durante exames de rotina. No entanto, mesmo em pacientes assintomáticos,o aumento na massa de glóbulos vermelhos pode levar a complicações tromboembólicas, como trombose venosa profunda, embolia pulmonar ou acidente vascular cerebral. Portanto, o diagnóstico precoce e o manejo adequado da PV são fundamentais para prevenir essas complicações e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
3) Nos pacientes diagnosticados com Policitemia Vera, podemos observar alteração no valor de eritropoetina. Explique como ocorre a regulação de síntese da eritropoetina em pacientes normais e
pacientes diagnosticados com Policitemia Vera.
A eritropoietina (EPO) é uma proteína produzida principalmente pelos rins em resposta à hipóxia, ou seja, quando os tecidos do corpo não estão recebendo oxigênio suficiente.
· Regulação em Indivíduos Normais:
- Em situações de hipoxia ou baixa concentração de oxigênio nos tecidos, as células intersticiais renais (células de Leydig) são estimuladas a liberar mais EPO.
- A EPO circulante atua na medula óssea para estimular a proliferação e diferenciação das células progenitoras eritroides, resultando em um aumento na produção de glóbulos vermelhos.
- A produção de EPO é regulada negativamente pelo nível de oxigênio no sangue, através de um mecanismo de retroalimentação negativa. Quando os níveis de oxigênio aumentam, a produção de EPO diminui, e vice-versa.
· Regulação em Pacientes com Policitemia Vera:
- Na PV, as mutações genéticas, especialmente no gene JAK2, levam a uma ativação anormal das vias de sinalização celular, incluindo a via JAK-STAT.
- Essa ativação anormal leva a uma produção excessiva de EPO, independentemente dos níveis de oxigênio no sangue.
- Como resultado, mesmo em pacientes com níveis adequados de oxigênio, a produção de EPO continua elevada, o que contribui para a eritrocitose observada na PV.
Em resumo, na policitemia vera, a regulação da síntese de EPO é comprometida devido às mutações genéticas, resultando em uma produção excessiva de EPO, o que contribui para o aumento anormal na produção de glóbulos vermelhos na medula óssea.
4) Quais critérios de diagnóstico podem ser usados para diferenciar a
Policitemia Vera de uma Policitemia secundária? Os valores de eritropoetina estão aumentados ou diminuídos na Policitemia Vera? Explique.
Diferenciar a policitemia vera (PV) de uma policitemia secundária requer uma abordagem cuidadosa, considerando vários aspectos. Na avaliação diagnóstica, a história clínica do paciente desempenha um papel fundamental. Na PV, podem ser observados antecedentes familiares de distúrbios hematológicos e sintomas constitucionais como prurido, sudorese noturna, dor de cabeça e rubor facial. Por outro lado, na policitemia secundária, uma história de doenças crônicas subjacentes, como doença pulmonar, renal ou hepática, ou o uso de drogas que estimulam a produção de glóbulos vermelhos, pode ser relevante.
Além da história clínica, os níveis séricos de eritropoetina (EPO) também são considerados. Na PV, os níveis de EPO tendem a ser baixos ou normais, apesar do aumento na massa de glóbulos vermelhos, enquanto na policitemia secundária, os níveis de EPO geralmente estão aumentados, em resposta à hipóxia crônica ou estimulação secundária por uma causa subjacente.
Testes genéticos também podem desempenhar um papel importante no diagnóstico diferencial. A maioria dos pacientes com PV apresenta mutações no gene JAK2, especialmente a mutação V617F, que pode ser detectada por testes genéticos. Essas mutações não são típicas da policitemia secundária.
Além disso, é essencial excluir outras causas secundárias de eritrocitose por meio de avaliação clínica abrangente e testes diagnósticos apropriados. Identificar e tratar a causa subjacente é fundamental no manejo da policitemia secundária.
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