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Suporte à vida em pediatria

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Suporte à vida em pediatria 1
Suporte à vida em pediatria
PREVALÊNCIA 3
Na faixa etária pediátrica, a PCR raramente é um evento súbito, sendo 
consequência de piora progressiva respiratória ou cardiocirculatória, e sua 
principal causa é por hipóxia. Os ritmos cardíacos de PCR mais frequentes em 
pediatria são a bradicardia e a assistolia.
A sequência de atendimento é o CAB compressão torácica, abertura de via 
aérea e boa respiração.
� Segurança do local: checar a segurança do ressuscitador e da vítima.
� Reconhecimento: 
a� Não responsivo + sem respiração ou gasping: PCR para leigo.
b� Sem pulso + sem respiração (em 10 segundos): PCR para profissionais 
da saúde.
� Ativação do serviço de emergência:
a� Colapso presenciado: ativar e iniciar RCP.
b� Colapso não presenciado: iniciar RCP e ativar.
� Frequência da compressão: 100 a 120 por minuto.
� Ventilação em via aérea avançada: 1 ventilação a cada 2 a 3 segundos.
� Profundidade da compressão:
a�  1 ano, exceto RN 1/3 do diâmetro AP (4cm).
b� 1 ano até puberdade: 1/3 do diâmetro AP (5cm).
� Sequência: CAB.
� Posicionamento das mãos:
a�  1 ano, exceto RN 
i� 1 ressuscitador: 2 dedos no centro do tórax abaixo da linha mamilar.
ii� 2 ressuscitadores: 2 polegares no terço inferior do esterno.
b� 1 ano até puberdade: 2 mãos ou 1 mão no terço inferior do esterno.
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� Retorno do tórax: retorno completo após cada compressão.
� Minimizar as interrupções: limitar a 10 segundos.
� Abertura da via aérea:
a� Sem trauma e leigo: inclinação da cabeça e elevação do queixo.
b� Com trauma e profissional: tração da mandíbula.
� Relação compressão/ventilação:
a� Se 1 socorrista: 302.
b� Se 2 socorristas: 152.
� DEA  retorno à compressão: se DEA disponível, usar. Após o fim das 
instruções do DEA, com ou sem choque, reiniciar as compressões e manter 
por dois minutos. Após, verificar pulso.
O suporte avançado à vida em pediatria inclui a avaliação e a manutenção das 
funções respiratória e circulatória durante a PCR e na pós-ressuscitação. O 
suporte ventilatório deve incluir permeabilização da via aérea, oferta de 
oxigênio e ventilação adequada. A máscara laríngea pode ser uma alternativa 
para garantir a via aérea avançada na PCR.
A epinefrina é a droga da PCR. Leva à vasoconstrição alfa-adrenérgica e 
aumenta a PAd da aorta, melhorando a perfusão coronariana. Quando 
associada às compressões torácicas, aumenta a oferta de oxigênio para o 
coração, melhora a contratilidade miocárdica, estimula a contração espontânea 
e aumenta o sucesso da desfibrilação. A epinefrina é usada na dose de 
0,01mg/kg via EV ou intraóssea. A mesma dose inicial é feita nas doses 
subsequentes de epinefrina na ressuscitação e deve ser repetida a cada 3 a 5 
minutos.
A amiodarona é o antiarrítmico de escolha para as paradas com ritmos 
chocáveis. Deve ser usado se taquicardia ventricular ou fibrilação ventricular 
não responsiva à cardioversão. A dose de ataque da amiodarona é de 5mg/kg 
e ela pode ser repetida até 3x.
É essencial que, durante a RCP, as principais causas reversíveis de PCR sejam 
consideradas, como: hipovolemia, hipoxemia, hipotermia, acidose, hipo ou 
hipercalemia, hipoglicemia, intoxicações, entre outras.
Os ritmos não chocáveis são a assistolia e a atividade elétrica sem pulso 
AESP.
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A AESP corresponde a uma atividade elétrica organizada, caraterizada, em 
geral, por um ritmoo lento, QRS alargado e sem pulso. A assistolia é 
representada pela linha reta no monitor. É importante chegar os cabos, 
ganhos e derivações em todos os casos de atendimento cardiovascular de 
emergência.
Nesses casos, devemos iniciar a RCP, evitando interrupções das 
compressçoes e providenciando um acesso vascular para administração 
de epinefrina. A mesma dose da epinefrina pode ser repetida a cada 3 a 5 
minutos. A recomendação é realizar 1 ventilação a cada 2 ou 3 segundos 
após obtenção da via aérea avançada. A cada dois minutos, o ritmo deve 
ser checado para avaliar a necessidade de indicara o choque. Caso o ritmo 
seja organizado, verificar se há presença de pulso para identificar o retorno 
da circulação espontânea. Não havendo o retorno, a RCP deve ser 
reiniciada.
As possíveis causas reversíveis mais comuns em pediatria são hipóxia, 
hipovolemia e hipoglicemia.
Os ritmos chocáveis são a fibrilação ventricular FV e taquicardia ventricular 
TV sem pulso. A desfibrilação precoce é o tratamento definitivo dessas 
situações.
Se há FV ou TV no monitor, devemos administrar o primeiro choque assim 
que possível e iniciar imediatamente as compressões de alta qualidade, 
com atenção para minimizar as interrurpções. Após 2 minutos do primeiro 
choque, caso o ritmo chocável persista, é indicada a desfibrilação com 
carga maior, retornando à RCP e administrando epinefrina. Finalizados 2 
minutos, devemos checar o ritmo no monitor. Caso o ritmo seja chocável, 
indicar a desfibrilação e administrar um antiarrítmico, como a amiodarona, 
que pode ser repetida até 3x, a cada 3 a 5 minutos.
Em relação às taquicardias na emergência, a taquicardia supraventricular 
TSV, que é a caus amais comum de taquiarritmia que necessita de 
tratamento no paciente pediátrico. Normalmente, na TSV, a FC é maior que 
220bpm em bebês e maior que 180bpm nas outras crianças, com início do 
ritmo abrupto. O ECG mostra um ritmo regular, com QRS estreito e as ondas p 
não conseguem ser discerníveis, devido à rápida frequência. As crianças 
geralmente se apresentam com história de letargia, irritabilidade, baixa ingesta 
e sudorese. Palidez e desconforto respiratório podem ser observados, se 
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houver ICC. Adolescentes podem referir sensação de desmaio, síncope e 
palpitações.
A TSV pode ser consequência de 3 mecanismos distintos: reentrada por via 
acessória, reentrada no NAV e através do foco atrial ectópico.
Se houver sinais de instabilidade hemodinâmica ou choque, a taquiarritmia 
deve ser tratada o mais rápido possível com:
Cardioversão sincronizada, antecedida de sedação e analgesia na 
criança.
Se o paciente estiver com acesso venoso calibroso, acesso intraósseo 
ou acesso central disponível, pode-se usar a adenosina.
Após eversão do ritmo ou se houver refratariedade ao tratamento, 
considerar o uso de antiarrítmico, como a amiodarona.
As bradicardias são um ritmo terminal e que pode evoluir para PCR na 
pediatria. Várias situações clínicas podem levar à bradicardia, como: hipoxemia 
(mais comum), hipotermia, acidose, hipotensão, hipoglicemia, reflexo vagal 
exacerbado, aumento de PIC e bloqueio cardíaco. Independente da causa, a 
bradicardia sintomática deve ser tratada imediatamente ecom abertura da via 
aérea, ventilação e oxigenação. Em caso de persistência, deve-se iniciar a RCP 
e o uso de drogas (adrenalina). Os sintomas associados à bradicardia podem 
ser inespecíficos, como: cefaleia, fadiga, tontura e síncope.
Os principais sinais de alerta são: choque com hipotensão, perfusão 
insuficiente de órgãos-alvo, alterações do nível de consciência e colapso 
súbito.
Pode ser sinusal, quando causada por redução da demanda metabólica 
(sono, repouso ou hipotermia) ou por aumento do volume sistólico.
Quando ocorre um bloqueio de condução do NAV, classifica-se em:
Bloqueio de primeiro grau: quando existe uma lentidão na condução 
através do NAV, sendo caracterizada por um intervalo PR prolongado e, 
normalmente, não costuma causar sintomas associados.
As principais causas são: doenças intrínsecas do NAV, aumento do 
tônus vagal, miocardite, distúrbios hidroeletrolíticos, febre 
reumática e intoxicações.
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Bloqueio de segundo grau: quando apenas alguns impulsos atriais são 
conduzidos para os ventrículos.
Mobitz tipo I quando existe um prolongamento progressivo do 
intervalo PR, até uma onda P ser bloqueada e o ciclo se repetir.
As causas mais frequentes são: intoxicações, condiçõesque 
aumentam o tônus parassimpático e infarto agudo do miocárdio.
Mobitz tipo II quando algumas ondas P não sãoo seguidas por 
complexo QRS.
Está relacionado com lesões orgânicas das vias de condução, 
aumento do tônus parassimpático IAM.
Bloqueio de terceiro grau BAVT quando nenhum impulso atrial é 
conduzido para o ventrículo, ou seja, não há nenhuma relação entre as 
ondas P e os complexos QRS.
As principais causas são: doença ou lesão do sistema de condução, 
IAM, BAV congênito e miocardite.

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