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Unidade 2: Tópico 1
Considerações iniciais sobre a questão do conhecimento e o ato de admirar-se como condição necessária ao Filosofar
Fonte: http://bit.ly/1FepQlO
De imediato, advém-nos uma primeira questão: na introdução a esse módulo, marcando que a temática a ser discutida será conhecimento, não nos detemos ainda a essa palavra - conhecimento. Esta, assim, carece de um esclarecimento. Segundo Japiassú e Marcondes, o conhecimento (do latim cognoscere: procurar saber, conhecer) é:
Função ou ato da vida psíquica que tem por efeito tornar um objeto presente aos demais sentidos ou à inteligência. É uma apropriação intelectual de determinado campo empírico ou ideal de dados, tendo em vista dominá-los e utilizá-los. O termo “conhecimento” designa tanto a coisa conhecida quanto o ato de conhecer (subjetivo) é o fato de conhecer.
		JAPIASSÚ; MARCONDES, 1996, p. 51.
O conhecimento do homem pode se manifestar de diversas formas.
Assim, por exemplo, um lavrador, ainda que analfabeto, sabe o momento exato de plantio e colheita dos mais diversos cultivos, enquanto que um renomado cientista provavelmente não detém tal conhecimento. A atuação do homem na natureza não está restrita às necessidades de sobrevivência. Ele age incorporando as experiências e conhecimentos adquiridos ao longo de sua vida e transmitidos pelas gerações anteriores, através da educação e da cultura.
O homem humaniza a natureza dominando-a e transformando-a, dirige suas ações por finalidades conscientes e pela qual se torna capaz de transformar a realidade em que vive. Um bom exemplo disto são as cidades, construídas pelo homem para atender às suas necessidades.
Fonte: http://bit.ly/1HJve3H
O Conhecimento é o pensamento que resulta da existência de dois elementos, como já postos na citação acima:
1. O sujeito que conhece, isto é, aquele que produz e detém o conhecimento;
2. O objeto a ser conhecido, o produto do conhecimento é a imagem que é a interpretação dada ao objeto pelo sujeito.
Embora essa colocação seja demasiada simples, já tão banal para nós, indivíduos de século XXI, ela fica clara apenas na Idade Moderna. Os antigos não viam o homem como algo dotado de subjetividade, tal como hoje entendemos. O sujeito, como dito acima, que pensa a realidade (o objeto) é algo apenas vislumbrado na modernidade, como logo entenderemos melhor.
Conforme um número considerável de pensadores modernos, o sujeito apropria-se, de certo modo, do objeto, havendo uma transferência das propriedades do objeto para o sujeito, estabelecendo uma ligação, chamada de representação. De imediato, o processo de conhecimento é um processo de representação, entendendo esse termo como a possibilidade de o homem criar imagens mentais daquilo que ele, de algum modo, pode conhecer, imaginar, sentir, etc. Segundo Japiassú e Marcondes, a representação é:
Uma operação pela qual a mente tem presente em si mesma uma imagem mental, uma ideia ou um conceito correspondendo a um objeto externo. A função da representação é exatamente tornar presente à consciência a realidade externa, tornando-a um objeto da consciência, e estabelecendo assim a relação entre a consciência e o real (...).
		JAPIASSÚ; MARCONDES, 1996, p. 234 – verbete Representação.
O conhecimento implica em transformação tanto do sujeito quanto do objeto. O sujeito se transforma mediante um novo saber, e o objeto também se transforma, pois o conhecimento lhe dá sentido.
O Pensador - Fonte: http://bit.ly/1HJEuVy
A saber, o conhecimento permite ao homem apropriar-se da realidade e, ao mesmo tempo, penetrar nela, uma vez que todo homem representa aquilo que conhece. Este é capaz de iluminar nosso pensamento permitindo agir de maneira a buscar por certeza, segurança e precisão.
O trecho escrito por Galileu deixa claro qual o foco da pesquisa no interior da Revolução científica do século XVII, que merecerá um tópico exclusivo em nossos estudos. Entretanto, a realidade, nem para o filósofo e, nem para o cientista se deixa revelar facilmente. Ela é composta por diversos níveis, melhor dito, de um mesmo objeto se pode obter diversas realidades de conhecimento, uma vez que o ato de conhecer depende do saber adquirido e acumulado pelo homem.
O ato de conhecer sofre influência da educação e dos conhecimentos acumulados em uma determinada cultura e, portanto, depende da maneira pela qual o homem entra em contato com o mundo que o cerca.
É importante lembrar que, junto ao conhecimento, devemos também acrescentar outras virtudes essenciais ao saber humano, como, por exemplo, o bom senso, a sabedoria, a experiência de vida, a moral na qual se está inserido, etc. Conhecer é comunicar-se, interagir, descobrir novos modos de compreensão e interpretação, sempre inovando e modificando a realidade.
É inimaginável o progresso que o conhecimento pode proporcionar.
O filósofo inglês John Locke (1632-1704), por exemplo, propõe, assim como outros pensadores da modernidade, uma teoria do conhecimento. Locke inicia essa teoria através da análise de cada uma das formas de conhecimento que possuímos, a fim de se chegar a análise da origem de nossas ideias e de nossos discursos, à finalidade das teorias (sejam elas quais forem) e as capacidades do sujeito cognoscente relacionadas com os objetos que ele pode conhecer. A teoria do conhecimento volta-se para a relação entre o pensamento e as coisas, a consciência e a realidade, o entendimento e a realidade.
Não obstante, como afirmado acima, a realidade se mostra tão complexa que o homem, para apropriar-se dela, teve de aceitar diferentes tipos de conhecimentos. Estes são especialmente:
CONHECIMENTO EMPÍRICO
É o conhecimento popular ou vulgar, também chamado de senso comum, como conferimos na Unidade anterior, obtido pelo contato direto com as coisas e os seres humanos. É o conhecimento caracterizado pela interação humana, e, portanto, sujeito a erros e acertos. É superficial, sensitivo, subjetivo, assistemático e acrítico;
CONHECIMENTO CIENTÍFICO
O conhecimento científico preocupa-se não só com os efeitos, mas principalmente com as suas causas e leis que o motivaram. Este conhecimento é privilégio de especialistas das diversas áreas das ciências.
CONHECIMENTO FILOSÓFICO
O conhecimento filosófico se baseia na reflexão do homem por meio do raciocínio, na interrogação como instrumento para decifrar elementos. Muito daquilo que a ciência não é capaz de explicar, o homem tenta explicar através da Filosofia;
CONHECIMENTO TEOLÓGICO
O conhecimento teológico é aquele adquirido a partir da aceitação e doutrinação pela fé, fruto da revelação da divindade, por meio da revelação de algo oculto por indivíduos que apresentam respostas aos mistérios e desventuras da existência humana. Neste campo atua o teólogo, tentando provar a existência de Deus e a veracidade dos livros sagrados.
SAIBA MAIS
O cognoscente é a consciência ou sujeito conhecedor. É aquele que possui consciência cognitiva, representando desta forma o antônimo de ignorância. O conhecimento reside assim, na mente do sujeito cognoscente, que tem autonomia no processo de construção do seu conhecimento.
Cabe-nos, contudo, no fim desse tópico, comentar, uma vez mais, sobre o espanto que, de certa forma, origina a Filosofia e o movimento de pensar. Segundo o filósofo alemão Martin Heidegger (1889-1976):
“Conquistamos o sentido da palavra pensar quando nós mesmos pensamos. Para que um tal ensaio aconteça, devemos estar preparados a aprender a pensar”.
HEIDEGGER, Martin. O que quer dizer pensar. Trad. Paulo Rudi Schneider. Ijuí: Unijuí, 2005, p. 151.
Ou ainda como diria o também filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900):
“Para muitos pensar é uma tarefa fastidiosa. Para mim, nos meus dias felizes, uma festa e uma orgia”.
NIETZSCHE, Friedrich. A vontade de poder. Trad. Marcos Sinésio Pereira Fernandes. Rio de Janeiro: Contraponto, 2008, XIX, 24.
O início do filosofar está no admirar, daí o significado do verbo grego thaumázein, que se refere à açãode olhar o mundo com espanto. Segundo o filósofo grego Platão, já mencionado na unidade anterior:
Nosso olho nos faz participar do espetáculo das estrelas, do sol e da abóbada celeste. Este espetáculo nos incitou a estudar o universo inteiro. De lá nasce para nós a Filosofia, o mais precioso bem concedido pelos deuses à raça dos mortais. Esta emoção, a admiração, é própria do filósofo: nem tem a Filosofia outro princípio além deste.
Fonte: http://bit.ly/1cjzvj4
Admirar, em grego thaumázein, significa ver e, através da ação de ver, experienciar o estranhamento daquilo que se mostra.
“Nesse caso, o que aparece é sempre admirável e tem força de produzir em nós uma tonalidade ou disposição afetiva a que chamamos de espanto ou admiração”.
BUZZI, Arcângelo. Introdução ao pensar: o Ser, o Conhecimento, a Linguagem. 19ª ed. Petrópolis: Vozes, 1990.
Porém,
o filosofar é uma ação de ver com atenção, com demora, com a acuidade necessária e cuidadosa sobre alguma coisa, uma vez que é somente com um olhar assim descrito, desejando enxergar, não apenas com os olhos, mas com a inteligência, que se vê a essência* das coisas.
Conhecer, por fim, desde a antiguidade está atrelado a um ato de iluminação, de esclarecimento, e viver sem cultivar o conhecimento é viver de forma empobrecida, como se estivéssemos sempre de olhos fechados. Já dizia Sócrates:
E se dizer que se falar diariamente das virtudes e das outras coisas sobre as quais me ouvem falar e questionar a mim e a outros é o bem maior do homem e que a vida que não se questiona não vale a pena viver, vão me acreditar menos ainda.
PLATÃO. Apologia a Sócrates. Trad. José Cavalcante de Souza. São Paulo: Nova Cultural, 1973, p. 128 (Coleção Os pensadores).
Assim, para encerrar esse tópico, deve-se deixar claro que a Filosofia surge do espanto e que o processo de conhecimento tem de algum modo a mesma raiz. O que se procurará, em seguida, é tentar entender quais são as outras formas de como o conhecimento se mostrou na Filosofia e como foi tematizado.
*ESSÊNCIA
Em linhas gerais, o termo essência busca esclarecer aquilo que uma coisa é, sem a qual tal coisa não pode existir.

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