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AVALIAÇÃO DAS TAXAS DE SUCESSO E SEGURANÇA DAS TÉCNICAS EMPREGADAS EM TRATAMENTO DE REPRODUÇÃO HUMANA ASSISTIDA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE BIOCIÊNCIAS 
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – BACHARELADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
LAYLA PAIVA DE ALMEIDA 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DAS TAXAS DE SUCESSO E SEGURANÇA DAS 
TÉCNICAS EMPREGADAS EM TRATAMENTO DE REPRODUÇÃO 
HUMANA ASSISTIDA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LAYLA PAIVA DE ALMEIDA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DAS TAXAS DE SUCESSO E SEGURANÇA DAS 
TÉCNICAS EMPREGADAS EM TRATAMENTO DE REPRODUÇÃO 
HUMANA ASSISTIDA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao curso de 
graduação em Ciências Biológicas, da 
Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte, como requisito parcial à obtenção do 
título de Bacharel em Ciências Biológicas. 
 
Orientadora: Profa. Dra. Danielle Barbosa 
Morais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL 
2023 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN 
Sistema de Bibliotecas - SISBI 
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede 
 
 Almeida, Layla Paiva de. 
 Avaliação das taxas de sucesso e segurança das técnicas 
empregadas em tratamento de reprodução humana assistida / Layla 
Paiva de Almeida. - 2023. 
 64f.: il. 
 
 Monografia (Graduação) - Universidade Federal do Rio Grande 
do Norte, Centro de Biociências, Curso de Ciências Biológicas, 
Natal, 2023. 
 Orientadora: Dra. Danielle Barbosa Morais. 
 
 
 1. Reprodução Assistida - Monografia. 2. Infertilidade - 
Monografia. 3. Gestação Gemelar - Monografia. 4. Abortamento - 
Monografia. 5. Malformações - Monografia. I. Morais, Danielle 
Barbosa. II. Título. 
 
RN/UF/BCZM CDU 573 
 
 
 
 
 
Elaborado por Raimundo Muniz de Oliveira - CRB-15/429 
 
 
 
 
LAYLA PAIVA DE ALMEIDA 
 
 
AVALIAÇÃO DAS TAXAS DE SUCESSO E SEGURANÇA DAS 
TÉCNICAS EMPREGADAS EM TRATAMENTO DE REPRODUÇÃO 
HUMANA ASSISTIDA 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao curso de 
graduação em Ciências Biológicas, da 
Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte, como requisito parcial à obtenção do 
título de Bacharel em Ciências Biológicas. 
 
 Aprovada em: _____/_____/_____ 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
Profa. Dra. Danielle Barbosa Morais 
Departamento de Morfologia / UFRN 
Orientadora 
 
 
Profa. Dra. Renata Swany Soares do Nascimento 
Departamento de Morfologia / UFRN 
Examinador 1 
 
 
MSc. Délis de Oliveira Ferreira 
Pós-graduação em Desenvolvimento e Inovação Tecnológica em Medicamentos / UFRN 
Examinador 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho à minha amada mãe, 
Déborah de Fátima Costa, minha força e 
inspiração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 Agradeço à UFRN que possibilitou a realização de minha graduação e todas 
as minhas experiências profissionais. 
 À Maternidade Escola Januário Cicco, por me proporcionar uma oportunidade 
que mudou minha visão sobre a pesquisa e me possibilitou a realização deste 
trabalho. 
 À equipe de embriologistas da MEJC, que me ensinaram as técnicas de 
Reprodução e me inspiraram a seguir carreira. 
 À minha orientadora, Danielle Morais, que se disponibilizou a me auxiliar nessa 
produção de conhecimento. 
Agradeço à Déborah de Fatima Costa, minha mãe e melhor amiga, que 
proporcionou todas as minhas conquistas, incluindo este trabalho e conclusão. 
 Agradeço à minha irmã mais velha, Ana Clara Paiva, minha parceira de sangue 
e vida. 
 Agradeço às minhas amigas, Andressa Lopes, Cássia Francisca e Laura 
Azevedo que sempre me apoiaram e estiveram comigo nessa jornada. 
 Agradeço à Henrique Neto por fazer meus dias mais leves e felizes e por 
acreditar tanto em mim. 
 À meu querido avô, que já se foi, mas continua comigo, e a toda minha família. 
 Por fim, agradeço a todos que acreditaram e torceram por mim. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tudo muda, só o tempo permanece do 
mesmo modo, sempre passando. 
[...] À ele que esculpiu no meu rosto e na 
minha alma a sua marca, da qual tanto me 
orgulho… ao tempo! 
 -Dona Iná, A Vida da Gente. 
 
 
 
 
RESUMO 
O emprego das técnicas de Reprodução Humana Assistida (RHA) vem 
crescendo cada vez mais, uma vez que houve, nos últimos anos, popularização do 
planejamento familiar, maior conhecimento acerca das possibilidades de tratamento 
de RHA, e o incremento de pesquisas que demonstraram o sucesso dos 
procedimentos. Embora consideradas seguras, essas técnicas podem apresentar 
uma porcentagem de falha resultando em abortos ou malformações congênitas, e 
estas alterações constituem um vasto campo a ser investigado. Neste sentido, o 
objetivo desse estudo foi avaliar a saúde da prole obtida após realização de 
tratamento de RHA, no Centro de Reprodução Assistida (CRA) da Maternidade 
Escola Januário Cicco, Natal-RN. Mediante aprovação pelo Comitê de Ética em 
Pesquisa da UFRN, foram analisados os prontuários de pacientes que consentiram 
no acesso aos dados referente ao atendimento por elas recebido no CRA. Foram 
coletados dados biométricos e clínicos, tais como índice de massa corporal (IMC), 
idade, fator de infertilidade conjugal presente, técnica de RHA empregada, tipo de 
transferência embrionária realizada e características dos oócitos e embriões. Obteve-
se um total de 13 variáveis, as quais foram investigadas quanto à existência ou não 
de associação com o aparecimento de gestações gemelares, abortamentos ou 
malformações congênitas, pelo teste do qui-quadrado ou por regressão logística. 
Destas, 12 não apresentaram associação significativa com gestação gemelar ou 
abortamento, as quais foram: o tipo de contracepção utilizada; o IMC; a idade 
materna; bem como o tipo de gestação obtida (única ou gemelar); o histórico de 
abortamento; o número de oócitos e embriões obtidos; a técnica de RHA utilizada; o 
tipo, a presença e o fator de infertilidade. Em contrapartida, o tipo de transferência 
embrionária realizada demonstrou associação significativa com o aparecimento de 
abortamento, na qual a transferência a fresco teve maior número de abortos como 
resultado. Dos prontuários que compuseram a amostra deste estudo, em apenas um 
foi relatada a ocorrência de malformação congênita. Estes dados confirmam a 
segurança dos tratamentos de RHA quanto à ocorrência de distúrbios na prole. 
 
 
Palavras chaves: Reprodução Assistida; Infertilidade; Gestação Gemelar; 
Abortamento; Malformações. 
 
 
 
 
ABSTRACT 
The use of Assisted Human Reproduction (AHR) techniques has been growing 
steadily in recent years, thanks to the popularization of family planning, increased 
knowledge about the possibilities of AHR treatments, and the growing body of 
research demonstrating the success of these procedures. Although considered safe, 
these techniques may present a percentage of failure resulting in miscarriages or 
congenital malformations, and these alterations constitute a vast field to be 
investigated, therefore the objective of this study was to evaluate the health of the 
offspring obtained after carrying out Assisted Human Reproduction treatment at the 
Assisted Reproduction Center of the Maternidade Escola Januário Cicco, Natal-RN. 
After obtaining approval from the UFRN Research Ethics Committee, the medical 
records of patients who consented to provide access to their data regarding the care 
they received at the CRA were analyzed. Biometric and clinical data were collected, 
including body mass index (BMI), age, presence of conjugal infertility factors, the AHR 
technique used, type of embryonic transfer performed, and characteristics of oocytes 
and embryos. A total of 13 variables were obtained, which wereinvestigated for the 
existence or not of an association with the appearance of twin pregnancies, 
miscarriages and/or congenital malformations, using the chi-square test or logistic 
regression. Among these variables, 12 did not show a significant association with twin 
pregnancy or miscarriage, which were: the type of contraception used; the BMI; 
maternal age; as well as the type of pregnancy obtained; number of previous 
abortions; the number of oocytes and embryos obtained; the AHR technique used; the 
type, presence and factor of infertility. On the other hand, the type of embryo transfer 
performed showed a significant association with the occurrence of miscarriages, with 
fresh transfers resulting in a higher number of abortions. Among the medical records 
included in the sample of this study, only one reported the occurrence of a congenital 
malformation. These data confirm the safety of AHR treatments in terms of minimizing 
the risk of disorders in the offspring. 
 
Keywords: Assisted Human Reproduction; Infertility; Twin Pregnancy; Abortion; 
Malformations. 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
1 Introdução ...................................................................................................................... 15 
2. Objetivos ....................................................................................................................... 19 
3. Metodologia ................................................................................................................... 20 
3.1 Local e sujeito do estudo ............................................................................................... 20 
3.2 Extração dos dados ...................................................................................................... 20 
3.3 Análise estatística ......................................................................................................... 21 
4. Resultados..................................................................................................................... 24 
4.1 Tipo de anticoncepção .................................................................................................. 24 
4.2 Idade materna ............................................................................................................... 25 
4.3 Índice de massa corporal (IMC) .................................................................................... 26 
4.4 Tipo de gestação quanto ao número de embriões......................................................... 27 
4.5 Abortamento prévio ....................................................................................................... 28 
4.6 Número de Oócitos e embriões obtidos ........................................................................ 29 
4.7 Técnica de Reprodução Humana Assistida empregada ................................................ 30 
4.8 Tipo de transferência embrionária ................................................................................. 31 
4.9 Tipo de infertilidade ....................................................................................................... 32 
4.10 Presença de fator feminino e masculino ...................................................................... 33 
4.11 Infertilidade: feminina e masculina .............................................................................. 34 
5. Discussão ...................................................................................................................... 36 
5.1 Tipo de anticoncepção .................................................................................................. 36 
5.2 Idade materna e Índice de massa corporal.................................................................... 37 
5.3 Tipo de gestação quanto ao número de embriões......................................................... 38 
5.4 Abortamento Prévio ...................................................................................................... 39 
5.5 Número de oócitos e embriões obtidos ......................................................................... 39 
5.6 Técnica de Reprodução Humana Assistida empregada ................................................ 40 
5.7 Tipo de transferência embrionária ................................................................................. 40 
5.8 Tipo de infertilidade e fatores de infertilidade ................................................................ 42 
6 Conclusão ...................................................................................................................... 44 
7 Referências..................................................................................................................... 45 
8 Anexos ............................................................................................................................ 50 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1: Variáveis dependentes e independentes, para análise da influência de condições 
femininas sobre as taxas de gestação, abortamento ou más formações congênitas, 
em pacientes submetidas a tratamento de Reprodução Humana Assistida. ........... 22 
 
Figura 2: Variáveis dependentes e independentes, para análise da influência de 
fatores femininos e masculinos sobre as taxas de gestação de pacientes submetidas 
a tratamento de Reprodução Humana Assistida. ..................................................... 22 
 
Figura 3: Variáveis dependentes e independentes, para análise da influência de 
fatores femininos sobre as taxas de abortamento, em pacientes submetidas a 
tratamento de Reprodução Humana Assistida. ........................................................ 23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1: Análise da ocorrência de gestações ou abortamentos, de acordo com o 
método contraceptivo utilizado por pacientes atendidas no Centro de Reprodução 
Assistida da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, entre os anos de 
2013 e 2018. ............................................................................................................ 25 
 
Tabela 2: Análise da ocorrência de gestações ou abortamentos, de acordo com a 
idade das pacientes atendidas no Centro de Reprodução Assistida da Maternidade 
Escola Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, entre os anos de 2013 e 2018. .............. 26 
 
Tabela 3: Análise da ocorrência de gestações ou abortamentos, de acordo com o 
Índice de massa corporal (IMC) apresentado por pacientes atendidas no Centro de 
Reprodução Assistida da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, 
entre os anos de 2013 e 2018. ................................................................................. 27 
 
Tabela 4: Análise da ocorrência de abortamentos, de acordo com o tipo de gestação 
obtida quanto ao número de embriões, em pacientes atendidas no Centro de 
Reprodução Assistida da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, 
entre os anos de 2013 e 2018. ................................................................................. 28 
 
Tabela 5: Análise da ocorrência de abortamentos, de acordo com o histórico de 
abortamentos prévios de pacientes atendidas no Centro de Reprodução Assistida da 
Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, entre os anos de 2013 e 2018.
 ................................................................................................................................. 29 
 
Tabela 6: Análise da ocorrência de abortamentos, de acordo com o número de oócitos 
e embriões obtidos de pacientes atendidas no Centro de Reprodução Assistida da 
Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, entre os anos de 2013 e 2018.
 ................................................................................................................................. 30Tabela 7: Análise da ocorrência de gestações ou abortamentos, de acordo com a 
técnica de reprodução assistida empregada em pacientes atendidas no Centro de 
Reprodução Assistida da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, 
entre os anos de 2013 e 2018. ................................................................................. 31 
 
Tabela 8: Análise da ocorrência de gestações ou abortamentos, de acordo com o tipo 
de transferência embrionária empregada em pacientes atendidas no Centro de 
Reprodução Assistida da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, 
entre os anos de 2013 e 2018. ................................................................................. 32 
 
Tabela 9: Análise da ocorrência de gestações únicas ou gemelares, de acordo com 
o tipo de infertilidade de mulheres atendidas no Centro de Reprodução Assistida da 
 
 
 
Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, entre os anos de 2013 e 2018.
 ................................................................................................................................. 33 
 
Tabela 10: Análise da ocorrência de gestações únicas ou gemelares, de acordo com 
a presença de fator feminino e/ou masculino em pacientes atendidas no Centro de 
Reprodução Assistida da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, 
entre os anos de 2013 e 2018. ................................................................................. 34 
 
Tabela 11: Análise da ocorrência de gestações únicas ou gemelares, de acordo com 
o tipo de fator feminino e/ou masculino em pacientes atendidos no Centro de 
Reprodução Assistida da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, 
entre os anos de 2013 e 2018. ................................................................................. 35 
 
 
 
 
 
ANEXOS 
 
Anexo 1 – Distribuição de gestações únicas e gemelares obtidas por Tratamento de 
Reprodução Assistida, de acordo com o método anticoncepcional utilizado pelas 
pacientes atendidas no Centro de Reprodução Assistida da Maternidade Escola 
Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, entre os anos de 2013 e 2018. ......................... 50 
 
Anexo 2 - Distribuição de gestações finalizadas ou interrompidas por aborto, após 
Tratamento de Reprodução Assistida, de acordo com o método anticoncepcional 
utilizado pelas pacientes atendidas no Centro de Reprodução Assistida da 
Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, entre os anos de 2013 e 2018.
 ................................................................................................................................. 51 
 
Anexo 3 - Distribuição de gestações únicas e gemelares obtidas por Tratamento de 
Reprodução Assistida, de acordo com o IMC das pacientes atendidas no Centro de 
Reprodução Assistida da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, 
entre os anos de 2013 e 2018. ................................................................................. 52 
 
Anexo 4 – Distribuição de abortos e gestações finalizadas obtidas por Tratamento de 
Reprodução Assistida, de acordo com o IMC das pacientes atendidas no Centro de 
Reprodução Assistida da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, 
entre os anos de 2013 e 2018. ................................................................................. 53 
 
Anexo 5 - Distribuição dos abortos e gestações finalizadas obtidas por Tratamento 
de Reprodução Assistida de acordo com o tipo de gestação, única ou gemelar, 
ocorrente nas pacientes atendidas no Centro de Reprodução Assistida da 
Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, entre os anos de 2013 e 2018.
 ................................................................................................................................. 54 
 
Anexo 6 - Distribuição dos abortos e gestações finalizadas obtidas por Tratamento 
de Reprodução Assistida de acordo com o aparecimento de abortamentos prévios 
das pacientes atendidas no Centro de Reprodução Assistida da Maternidade Escola 
Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, entre os anos de 2013 e 2018. ......................... 55 
 
Anexo 7 - Distribuição das gestações únicas e gemelares obtidas por Tratamento de 
Reprodução Assistida de acordo com a técnica utilizada nas pacientes atendidas no 
Centro de Reprodução Assistida da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), 
Natal-RN, entre os anos de 2013 e 2018. ................................................................ 56 
 
Anexo 8 - Distribuição das gestações finalizadas e interrompidas por aborto obtidas 
por Tratamento de Reprodução Assistida de acordo com a técnica utilizada nas 
pacientes atendidas no Centro de Reprodução Assistida da Maternidade Escola 
Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, entre os anos de 2013 e 2018. ......................... 57 
 
 
 
 
Anexo 9 - Distribuição das gestações únicas e gemelares obtidas por Tratamento de 
Reprodução Assistida de acordo com o método de transferência embrionária 
realizado nas pacientes atendidas no Centro de Reprodução Assistida da 
Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, entre os anos de 2013 e 2018.
 ................................................................................................................................. 58 
 
Anexo 10 - Distribuição das gestações finalizadas e interrompidas por aborto obtidas 
por Tratamento de Reprodução Assistida de acordo com o método de transferência 
embrionária realizado nas pacientes atendidas no Centro de Reprodução Assistida 
da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, entre os anos de 2013 e 
2018. ........................................................................................................................ 59 
 
Anexo 11 - Distribuição das gestações, únicas e gemelares, obtidas por Tratamento 
de Reprodução Assistida de acordo com o tipo de infertilidade das pacientes 
atendidas no Centro de Reprodução Assistida da Maternidade Escola Januário Cicco 
(MEJC), Natal-RN, entre os anos de 2013 e 2018. .................................................. 60 
 
Anexo 12 - Distribuição das gestações, únicas e gemelares, obtidas por Tratamento 
de Reprodução Assistida de acordo com a presença ou ausência de fator feminino na 
infertilidade do casal atendido no Centro de Reprodução Assistida da Maternidade 
Escola Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, entre os anos de 2013 e 2018. .............. 61 
 
Anexo 13 - Distribuição das gestações, únicas e gemelares, obtidas por Tratamento 
de Reprodução Assistida de acordo com a presença ou ausência de fator masculino 
na infertilidade do casal atendido no Centro de Reprodução Assistida da Maternidade 
Escola Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, entre os anos de 2013 e 2018. .............. 62 
 
Anexo 14 - Distribuição das gestações, únicas e gemelares, obtidas por Tratamento 
de Reprodução Assistida de acordo com a presença de fator feminino isolado ou 
combinado na infertilidade do casal atendido no Centro de Reprodução Assistida da 
Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, entre os anos de 2013 e 2018.
 ................................................................................................................................. 63 
 
Anexo 15 - Distribuição das gestações, únicas e gemelares, obtidas por Tratamento 
de Reprodução Assistida de acordo com a presença de fator feminino isolado ou 
combinado na infertilidade do casal atendido no Centro de Reprodução Assistida da 
Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, entre os anos de 2013 e 2018.
 ................................................................................................................................. 64 
 
 
15 
 
1 Introdução 
 
A Reprodução Assistida é uma área da embriologia que permite a manipulação 
dos gametas humanos e animais, bem como dos ciclos reprodutivos, visando 
favorecer a gestação a indivíduos inférteis. De acordo com a OrganizaçãoMundial de 
Saúde, 1 a cada 6 pessoas já teve infertilidade em algum momento da vida. Define-
se como infertilidade a doença onde um casal tenta conceber naturalmente, sem uso 
de contraceptivos, por pelo menos, 1 ano de tentativas de reprodução natural, sem 
êxito (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2023). 
Na área humana o emprego das técnicas de Reprodução Humana Assistida 
(RHA) vem crescendo cada vez mais, uma vez que houve, nos últimos anos, 
popularização do planejamento familiar, maior conhecimento acerca das 
possibilidades de tratamento de RHA, e o incremento de pesquisas que 
demonstraram o sucesso dos procedimentos. Deste modo, tem sido possível detectar 
desde o momento ideal para a transferência embrionária à ocorrência de possíveis 
defeitos genéticos no embrião (SILVA JÚNIOR, 2021). 
 Os fatores de infertilidade que podem levar à procura pelos tratamentos de 
RHA são diversos, incluindo desde fatores biológicos, como idade materna avançada 
e patologias específicas dos sexos feminino e masculino, como aspectos 
relacionados ao estilo de vida dos indivíduos, como tabagismo, alcoolismo, obesidade 
e uso de alguns medicamentos (FÉLIS; ALMEIDA, 2016). As mulheres podem ter sua 
fertilidade alterada devido a patologias no próprio útero, como síndrome dos ovários 
policísticos, endometriose, disfunção tubária, fator cervical, ou devido a patologias 
diversas, como tratamentos invasivos, anorexia, abortos provocados, infecções 
generalizadas, insuficiência ou distúrbios hormonais. Já nos homens, a oligospermia, 
tratamentos invasivos, como o de câncer, varicocele, distúrbios na ejaculação ou 
penetração, como ejaculação retrógrada, uso de substâncias ilícitas, reversão de 
vasectomia, inflamação ou traumatismos nos testículos, infecções genitais, caxumba, 
pouca motilidade de espermatozoides e doenças sexualmente transmissíveis podem 
ser responsáveis pelo nível de infertilidade (LOURENÇO; LIMA, 2023). 
 Além dos aspectos biológicos, a infertilidade pode trazer consequências 
emocionais e sociais para o casal. O sentimento de impotência frente a incapacidade 
 
16 
 
de realizar o sonho de construir uma família é recorrente dentre esses casais, acabam 
desenvolvendo, muitas vezes, quadros de depressão, ansiedade e stress. Diversas 
mulheres relatam a dificuldade de viver com a necessidade de realizar tratamentos 
longos e caros para infertilidade, do medo de ficar mais velha ou até do insucesso de 
tratamentos invasivos (YAZDI,2020). 
 As técnicas de RHA a serem utilizadas dependem do grau de infertilidade do 
casal, portanto, é frequente, em casos leves ou de causa indefinida, iniciar o 
tratamento com procedimentos de inseminação artificial, o qual, é menos invasivo, e 
consiste no tratamento do sêmen, selecionando a parte com maior qualidade de 
espermatozoides, que serão introduzidos no útero da paciente durante seu período 
fértil (LEMMENS, et al., 2018). 
Dentre as técnicas de alta complexidade, a Fertilização in vitro convencional 
(FIV) é realizada quando há falha dos procedimentos anteriormente citados ou em 
casos mais graves de infertilidade, sendo necessário a captação de oócitos que serão 
depositados em meio nutritivo para, posteriormente, entrarem em contato com o 
sêmen tratado. Uma vez juntos, serão postos na incubadora, para que ocorra a 
fecundação. Quando fecundado e desenvolvido, o embrião será transferido para o 
útero materno (SILVA JÚNIOR, 2021; LIMA; CONTI, 2014). Já a ICSI (Injeção 
intracitoplasmática de espermatozoide) é uma técnica de alta complexidade dentro 
da FIV e diferencia-se da convencional pelo trabalho manual dos embriologistas em 
selecionar espermatozoides captados e o injetarem no oócito maduro, após 
tratamento. Após período de incubação do oócito fecundado, o embrião será 
transferido à fresco ou transferido posteriormente, após descongelamento do embrião 
(AMATO, 2019). 
 Embora consideradas seguras, essas técnicas podem apresentar uma 
porcentagem de falha resultantes em abortos (20%) ou malformações congênitas 
(3,4%), e estas alterações constituem um vasto campo a ser investigado, para que 
seus mecanismos sejam mais bem compreendidos (BORGES JÚNIOR; BRAGA; 
SETTI, 2020). É natural que ocorram falhas ou complicações gestacionais, uma vez 
que essas aparecem também em gestações espontâneas, sem a influência artificial 
humana (VIELLA, et al., 2014). Mas é imprescindível compreender se os 
procedimentos de RHA resultam em maiores taxas de abortamentos ou 
malformações, e se os casos que ocorrem são consequências da manipulação 
 
17 
 
extracorpórea de gametas, sendo assim, evitáveis, ou se são consequências naturais 
da infertilidade dos genitores. 
Os estudos existentes sobre esta temática são pouco conclusivos. Alguns 
trazem indícios de maiores chances de malformações e abortamentos em crianças 
nascidas de Tratamento de Reprodução Assistida (TRA), além de maiores 
complicações gestacionais comparadas a crianças nascidas de forma espontânea. 
Devido, inclusive, à maior frequência de gestações múltiplas geradas pelo 
procedimento artificial, uma vez que esse proporciona um risco 20 vezes maior de 
gerar gêmeos (BORGES JÚNIOR; BRAGA; SETTI, 2020). Sabe-se que gestações 
gemelares podem trazer complicações mesmo em gestações espontâneas, como 
nascimentos prematuros e com baixo peso, devido ao pouco espaço para o 
desenvolvimento completo dos dois ou mais bebês, maiores taxas de mortalidade ao 
nascer, além de serem associados á maiores taxas de diabetes gestacional, pré-
eclâmpsia, depressão pós parto, entre outros (ABDULJABBAR, 2023). 
É importante ressaltar, no entanto, que os estudos que abrangem as 
complicações gestacionais de RHA possuem algumas problemáticas, como 
heterogeneidade de dados devido ao baixo número de participantes em relação às 
gestações naturais. Possuem também dificuldade de estabelecer fatores comuns e 
importantes para comparativos, como idade materna e alguns resultados fetais, além 
de apresentarem certa confusão na justificativa dos dados, uma vez que é 
extremamente difícil compreender e diferenciar a influência de fatores naturais de 
infertilidade no embrião, e a influência, por exemplo, de fatores de estresse que 
procedimentos como esses causam (BORGES JÚNIOR; BRAGA; SETTI, 2020; 
LEMOS; CRUZEIRO; CAMPOS, 2018). 
É fato que existe a possibilidade de os casos ineficazes serem devido às 
condições do meio dos gametas e embriões durante a manipulação, como mudanças 
no pH, temperatura ou estresse mecânico do meio externo de desenvolvimento e 
manipulação pelos embriologistas, uma vez que estas células se encontram fora do 
órgão natural de gestação. Porém, como os pacientes que procuram essas técnicas 
já apresentam patologias e/ou menor qualidade de gametas, pode-se cogitar que 
esses já apresentem certa predisposição de gerar prole anômala (LEMOS; 
CRUZEIRO; CAMPOS, 2018). 
 Dentre as problemáticas frequentes encontradas na gestação de crianças 
nascidas por TRA estão gestações múltiplas, devido à transferência de mais de um 
 
18 
 
embrião, nascimento com baixo peso, prematuridade, malformações cardíacas, 
neurais, abdominais, do trato digestivo e geniturinário, bem como defeitos ósseos 
(CHAWLA, 2023). Além disso, alguns estudos indicam maiores chances de diabetes 
gestacional e hipertensão arterial em certos grupos de mães que engravidaram por 
RHA (BOSDOU, et al., 2020). 
Há mais de 40 anos as técnicas de RHA vêm auxiliando indivíduos inférteis em 
todo o mundo, no desejo de constituir uma família a partir de seus próprios gametas, 
sendo este direito assegurado inclusive pelo Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil 
(BRASIL, 1988, art. 226). Sob essa perspectiva, foi criado em 2013 o Centro de 
Reprodução Assistida (CRA) da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), Natal-
RN, sendo este o primeiro centro a ofertar serviços de RHA gratuitamente através do 
SUS no Norte e Nordeste, sendo,até a data de execução desta pesquisa, o único 
dessas regiões. Este destaca-se ainda por oferecer assistência médica, psicológica e 
multidisciplinar aos pacientes atendidos, inclusive aqueles provenientes de outras 
regiões do país, apresentando uma elevada demanda e uma alta taxa de gestações 
positivas obtidas ao longo dos seus mais de 10 anos de existência (BRASIL, 2017; 
EBSERH, 2022; ANVISA, 2018). 
Compreender as técnicas e seus riscos é de extrema importância visando o 
sucesso nos tratamentos e a saúde da prole, o que corrobora ainda com o 3° Objetivo 
de Desenvolvimento Sustentável estabelecido pela ONU, “Saúde de Qualidade”, o 
qual tem como função assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para 
todas as pessoas, em todas as idades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
2. Objetivos 
 
Objetivo geral 
Avaliar as taxas de sucesso e segurança quanto ao uso de técnicas de Reprodução 
Humana Assistida, a partir dos prontuários de pacientes atendidos no Centro de 
Reprodução Assistida da Maternidade Escola Januário Cicco, Natal-RN. 
 
Objetivos específicos 
1. Analisar a existência de relação entre as condições clínicas da paciente submetida 
a tratamento de Reprodução Assistida, com a ocorrência de gestação única ou 
gemelar, abortamento, ou más-formações congênitas na prole. 
2. Analisar a existência de relação entre os procedimentos de fertilização in vitro ou 
inseminação artificial, com a ocorrência de gestação única ou gemelar, abortamento, 
ou más-formações congênitas na prole. 
3. Analisar se variáveis oocitárias e embrionárias, bem como o tipo de transferência 
embrionária, tem relação com a ocorrência de gestação única ou gemelar, 
abortamento, ou más-formações congênitas na prole. 
4. Analisar a existência de interferência do fator feminino ou masculino com a 
ocorrência de gestação única ou gemelar, abortamento, ou más-formações 
congênitas na prole. 
 
 
 
 
20 
 
3. Metodologia 
3.1 Local e sujeito do estudo 
 
Foi realizado um estudo transversal, retrospectivo, a partir dos prontuários de 
pacientes atendidas no Centro de Reprodução Assistida (CRA) da Maternidade 
Escola Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, entre os anos de 2013 a 2018. 
Mediante aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP Central) da 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) (parecer no 3.490.438) e 
assinatura, pela paciente, do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), 
foram incluídos no estudo os prontuários de 281 pacientes femininas (bem como de 
seus parceiros), as quais possuíam até 38 anos de idade, sem doenças graves 
prévias, como diabetes descompensado e cardiopatia grave, e não portadoras dos 
vírus HIV ou Hepatites B e C, conforme critérios de elegibilidade definidos pelo 
CRA/MEJC. 
Dentre estas pacientes, foram excluídas aquelas que desistiram ou não haviam 
finalizado seu tratamento no momento da coleta de dados, que tiveram gestações 
espontâneas, que tiveram bHCG negativo ou que realizaram apenas preservação da 
fertilidade; uma vez que o objetivo central do estudo requer pacientes que, 
obrigatoriamente, tiveram bHCG positivo a partir de tratamento de reprodução 
assistida. Deste modo, o número amostral final deste estudo foi de 89 pacientes. 
3.2 Extração dos dados 
 
Foram coletados dos prontuários das pacientes as seguintes informações: 
Índice de massa corporal (IMC), Idade, Método anticoncepcional utilizado (nenhum, 
barreira, hormonal, cirúrgico ou combinado), Abortamento prévio (sim ou não), Tipo 
de infertilidade (primária ou secundária), Fator feminino (presente ou não) e Fator 
feminino presente (isolado ou combinado). Dos prontuários de seus parceiros foram 
coletadas as informações: Fator masculino (presente ou não) e Fator masculino 
presente (isolado ou combinado). 
Foram coletadas ainda informações referentes às técnicas que foram 
executadas em cada caso e os resultados dos procedimentos, sendo: Tipo de 
 
21 
 
procedimento realizado (IAH, FIV ou Coito programado), Tipo de transferência 
realizada (embrião congelado ou à fresco); e quanto ao desfecho do tratamento: 
Número de oócitos (captados, inseminados, com 2 pronúcleos), Número de embriões 
(clivados, blastocistos, grau de fragmentação) e Resultado final (gestação única, 
gestação gemelar, aborto, malformação). 
3.3 Análise estatística 
 
Os dados foram analisados estatisticamente através do software SPSS. As 
análises que continham apenas uma variável independente foram testadas pelo 
método de qui-quadrado, para determinar a existência ou não de associação entre 
elas. Já para as análises que continham diversas variáveis independentes num 
mesmo bloco, foi utilizada a regressão logística, para determinar a probabilidade das 
variáveis dependentes ocorrerem baseados nas outras variáveis. 
Como variáveis dependentes foram considerados o tipo de gestação (única ou 
gemelar), resultados de abortamento e aparecimento de malformações. Como 
variáveis independentes foram considerados os procedimentos utilizados em cada 
caso (tipo de técnica, transferência e método anticoncepcional), os dados dos 
pacientes femininas (IMC, idade, abortos prévios, infertilidade, fator feminino e tipo de 
fator feminino presente) e masculinos (fator masculino e tipo de fator masculino 
presente), bem como o número de oócitos e embriões. 
 Cada variável independente foi analisada separadamente, sendo associada 
individualmente a cada variável dependente. Além disso, também foi associado o tipo 
de gestação (única ou gemelar) com tratamentos que resultaram em abortamento, 
sendo considerado nesse caso, tipo de gestação como uma variável independente. 
 Para análise dos dados foram separados três grupos de associações 
diferentes, de acordo com as variáveis dependentes as quais foram relacionados. O 
primeiro grupo tinha como variáveis independentes, o tipo de técnica e transferência, 
o método anticoncepcional, o IMC e a idade, associados às variáveis dependentes, 
gestação, abortamento e malformações fetais (Figura 1). Todos os dados foram 
analisados pelo teste qui-quadrado, exceto a variável idade, a qual foi analisada por 
regressão logística, com nível de significância p < 0,05. 
 
 
22 
 
 
Figura 1: Variáveis dependentes e independentes, para análise da influência de 
condições femininas sobre as taxas de gestação, abortamento ou más formações 
congênitas, em pacientes submetidas a tratamento de Reprodução Humana Assistida. 
 
O segundo grupo possuía como variáveis independentes, o tipo de 
infertilidade, fator feminino e masculino, fator feminino e masculino presente, 
associados à variável dependente gestação. Neste grupo foi utilizado o teste qui-
quadrado, também com nível de significância p < 0,05 (Figura 2). 
 
 
Figura 2: Variáveis dependentes e independentes, para análise da influência de fatores 
femininos e masculinos sobre as taxas de gestação de pacientes submetidas a 
tratamento de Reprodução Humana Assistida. 
 
23 
 
 
O terceiro grupo apresentava como variáveis independentes, gestação, 
abortamento prévio e número de oócitos, associados à variável dependente 
abortamento. Para análise estatística foi utilizado teste do qui-quadrado para as 
variáveis gestação e abortamento prévio, com significância p < 0.05 (Figura 3). Para 
a variável número de oócitos, a qual incluía número de oócitos captados, inseminados 
e com dois pro-núcleos, assim como número de embriões clivados, número de 
blastocisto e porcentagem do grau de fragmentação obtido por embrião, foi utilizada 
ainda análise de regressão logística, também com significância p < 0.05. 
 
 
Figura 3: Variáveis dependentes e independentes, para análise da influência de 
fatores femininos sobre as taxas de abortamento, em pacientes submetidas a 
tratamento de Reprodução Humana Assistida. 
As variáveis ou grupos que não atenderam aos pré-requisitos dos respectivos 
testes, bem como os parâmetroscitados acima, foram submetidos à análise 
descritiva. 
 
 
 
 
 
 
24 
 
4. Resultados 
 
A maior parte das variáveis analisadas neste estudo não apresentou indício de 
associação, portanto, as comparações realizadas não foram significativas (p<0,05). A 
única variável independente que demonstrou relação significativa foi o tipo de 
transferência embrionária realizada, quando associada à ocorrência de aborto. 
Dentre as 89 pacientes analisadas neste estudo, houve apenas um resultado 
de malformação congênita, o qual foi concebido pela técnica de FIV e transferido à 
fresco. A paciente possuía sobrepeso, infertilidade primária, 35 anos de idade, e não 
possuía histórico de abortos prévios. Os resultados obtidos quanto à análise da 
ocorrência de gestações e de abortamentos serão apresentados de acordo com as 
associações investigadas em cada caso. 
4.1 Tipo de anticoncepção 
Foram obtidos os históricos de anticoncepção de 49 pacientes, utilizada 
previamente ao início dos tratamentos, nas quais 45 pacientes tiveram gestações 
únicas e 4 tiveram gestações gemelares. Não houve ocorrência de gestação gemelar 
dentre as pacientes que relataram não utilizar método anticoncepcional (n= 8). Das 
pacientes que usavam método hormonal (n= 28), 7,1% tiveram gestação gemelar (n= 
2) e 92,9% tiveram gestação única (n= 26). E dentre as pacientes que haviam sido 
submetidas a método contraceptivo cirúrgico, (n= 7), 14,3% tiveram gestação gemelar 
(n= 1) e 85,7% tiveram gestação única (n= 6). Quando analisadas as formas de 
anticoncepção utilizadas pelas pacientes com a ocorrência de gestação, obteve-se 
pelo teste qui-quadrado X²(4) = 2,79 e p= 0,594; portanto, não foram observadas 
diferenças significativas (Tabela 1). 
Dentre as pacientes analisadas, 37 seguiram com a gestação a termo, 
enquanto 12 apresentaram abortamento. Entretanto, o tipo de método 
anticoncepcional utilizado pela paciente não teve associação significativa com a 
ocorrência de abortamento nos tratamentos de RHA empregados, sendo X²(4)= 3,904 
e p= 0,419 de acordo com o teste do qui-quadrado (p>0,05) (Tabela 2). Deste modo, 
dentre as pacientes que não utilizavam método anticoncepcional (n= 8), 37,5% 
tiveram perda gestacional (n= 3), enquanto 62,5% seguiram com a gestação a termo. 
Das que usavam método hormonal (n= 28), 28,6% abortaram (n= 8), enquanto 71,4% 
 
25 
 
não apresentaram interrupção na gestação. E das pacientes que haviam sido 
previamente submetidas à contracepção cirúrgica (n= 7), não houve registro de 
abortamento (Tabela 1). No entanto, a análise estatística revelou X²(4)= 3,904 e p= 
0,419, portanto, sem associação significativa entre estas variáveis. 
 
Tabela 1: Análise da ocorrência de gestações ou abortamentos, de acordo com o 
método contraceptivo utilizado por pacientes atendidas no Centro de Reprodução 
Assistida da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, entre os anos de 
2013 e 2018. 
 Gestação Abortamento 
Método 
Anticoncepcional 
Única 
N (%) 
Gemelar 
N (%) 
Não 
N (%) 
Sim 
N (%) 
Nenhum 8 (100) 0 (0) 5 (62,5) 3 (37,5) 
Hormonal 26 (92,9) 2 (7,1) 20 (71,4) 8 (28,6) 
Cirúrgico 6 (85,7) 1 (14,3) 7 (100) 0 (0) 
Barreira 3 (75) 1 (25) 3 (75) 1 (25) 
Combinado 2 (100) 0 (0) 2 (100) 0 (0) 
X²(4) 2,79 3,904 
p 0,594 0,419 
 
4.2 Idade materna 
Ambas as associações de idade materna, seja com a ocorrência de gestação 
(única ou gemelar) ou aborto, ultrapassaram o limite de significância e, portanto, não 
apresentam correlação. Porém, as análises associadas ao aborto foram mais 
próximas a resultados significativos quando comparadas às associações de idade e 
gestação, conforme indicado pelo nível de significância (Sig.) (Tabela 2). 
 
 
26 
 
Tabela 2: Análise da ocorrência de gestações ou abortamentos, de acordo com a 
idade das pacientes atendidas no Centro de Reprodução Assistida da Maternidade 
Escola Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, entre os anos de 2013 e 2018. 
Idade materna X Gestação 
Variáveis na equação 
 B S.E. Wald df Sig. Exp(B) 95% C.I. para 
EXP(B) 
Etapa 
1a 
Idade 
Materna 
-0,030 0,104 0,085 1 0,771 0,970 Inferior Superior 
 Constante -1,412 3,560 0,157 1 0,692 0,244 0,792 1,189 
Idade materna X Aborto 
Variáveis na equação 
 B S.E. Wald df Sig. Exp(B) 95% C.I. para 
EXP(B) 
Etapa 
1a 
Idade 
Materna 
0,141 0,076 3,442 1 0,064 1,151 Inferior Superior 
 Constante -6,380 2,725 5,482 1 0,019 0,002 0,992 1,336 
Nota: B.: beta. S.E.: erro padrão. df: grau de liberdade. Sig.: significância. Exp(B): 
função exponencial natural. C.I.: intervalo de confiança. 
4.3 Índice de massa corporal (IMC) 
Do total de pacientes que compuseram este estudo, 86 possuíam dados de 
Índice de Massa Corporal, e destas, 79 apresentaram gestação única e 7 
apresentaram gestação gemelar. O número total de pacientes dentro dos índices de 
baixo peso (N= 1) e obesidade grau I (N= 3) foi menor que 5 e dentre estes não houve 
nenhum resultado de gestação gemelar. Das pacientes de IMC normal (N= 25), 
obteve-se gestação gemelar em 4% dos casos (N= 1), enquanto 96% apresentaram 
gestação única (N= 24). Já quanto às pacientes com sobrepeso (N=57), 10,5% 
apresentaram gestação gemelar (N= 6) e 89,5% apresentaram gestação única (N= 
51). Comparando-se as médias de ocorrência de gestações gemelares por IMC, 
obteve-se X²(3)= 1,362 e p= 0,715, pelo teste do qui-quadrado, demonstrando que 
não houve associação entre o IMC e o tipo de gestação (Tabela 3). 
 
27 
 
Destas pacientes, 70 concluíram a gestação, enquanto 16 abortaram. Das 
pacientes classificadas nos índices de baixo peso (N= 1) e obesidade grau I (N= 3) 
obteve-se 0 e 1 abortos, respectivamente. Dentre as pacientes de IMC normal (N= 
25), 12% (N= 3) tiveram gestações que resultaram em abortos, e 88% (N= 22) tiveram 
gestações finalizadas; enquanto 21,1% (N= 12) das pacientes com sobrepeso (N= 
57) tiveram abortos como resultado e 78,9% (N= 45) concluíram a gravidez. Embora 
tenha sido observada maior ocorrência de aborto entre as pacientes com sobrepeso, 
o teste do qui-quadrado evidenciou valor de X²(3)= 1,604, e p= 0,658; portanto, sem 
indícios de associação entre as variáveis (Tabela 3). 
 
Tabela 3: Análise da ocorrência de gestações ou abortamentos, de acordo com o 
Índice de massa corporal (IMC) apresentado por pacientes atendidas no Centro de 
Reprodução Assistida da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, 
entre os anos de 2013 e 2018. 
 Gestação Abortamento 
IMC 
Única 
N (%) 
Gemelar 
N (%) 
 Não 
N (%) 
Sim 
N (%) 
Baixo Peso 1 (100) 0 (0) 1 (100) 0 (0) 
Normal 24 (96) 1 (4) 22 (88) 3 (12) 
Sobrepeso 51 (89,5) 6 (10,5) 45 (78,9) 12 (21,1) 
Obesidade 
Grau I 
3 (100) 0 (0) 2 (66,7) 1 (33,3) 
X²(3) 1,362 1,604 
p 0,715 0,658 
 
4.4 Tipo de gestação quanto ao número de embriões 
 
Foram analisados dados de 71 pacientes que conseguiram concluir a gestação 
e 18 que a tiveram interrompida devido à aborto, totalizando n total de 89 pacientes 
que tiveram esses resultados associados ao tipo de gestação ocorrida, quanto ao 
número de embriões. Dentre as pacientes que apresentaram gestação única (n= 82), 
 
28 
 
22% tiveram abortamento (n= 18). Já entre as pacientes que tiveram gestação 
gemelar (n= 7), nenhuma apresentou abortamento. O teste estatístico utilizado 
resultou em X²(1)= 1,926, p= 0,165, dessa forma, não houve associação significativa 
entre as variáveis (Tabela 4). 
 
Tabela 4: Análise da ocorrência de abortamentos, de acordo com o tipo de gestação 
obtida quanto ao número de embriões, em pacientes atendidas no Centro de 
Reprodução Assistida da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, 
entre os anos de 2013 e 2018. 
 Abortamento 
Gestação Não 
N (%) 
Sim 
N (%) 
Única 64 (78) 18 (22) 
Gemelar 7 (100) 0 (0) 
X²(1) 1,926 
 
0,165 
p 
 
4.5 Abortamento prévio 
Dentre as mulheres que já haviam tido abortos prévios (n=15), 26,7% (n= 4) 
apresentaram aborto novamente. Já entre as pacientes que não tiveram abortos 
prévios (n= 74), 18,9% (n= 14) apresentaram o primeiro aborto. Das 89 pacientes cujo 
dados de abortamento prévio foram utilizados para associações, 71 resultaram em 
gestação à termo e 18 resultaram em aborto. Os testes estatísticos resultaram em 
X²(1)= 0,464 e p= 0,496, dessa forma, as associações não foram significativas 
(Tabela 5). 
 
 
 
 
29 
 
Tabela 5: Análise da ocorrência de abortamentos, de acordo com o histórico de 
abortamentos prévios de pacientes atendidas no Centro de Reprodução Assistida da 
Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, entre os anos de 2013 e 2018. 
 Abortamento 
Abortamento Prévio Não 
N (%) 
Sim 
N (%) 
Não 60 (81,1) 14 (18,9) 
Sim 11 (73,3) 4 (26,7) 
X²(1) 0,464 
p 0,496 
 
4.6 Número de Oócitos e embriões obtidos 
Todas as variáveis avaliadas quanto ao número de oócitos obtidos por paciente 
resultaram em significância maior que 0,05 e, portanto, nenhuma indicou associação 
significativa com a ocorrência de abortamentos. As variáveis mais próximas a 
resultados associativos foram aquelas referentes ao número de oócitos captados e 
grau de fragmentação embrionária (Tabela 6). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
Tabela 6: Análise da ocorrência de abortamentos, de acordo com o número de oócitos 
e embriões obtidos de pacientes atendidas no Centro de Reprodução Assistida da 
Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, entre os anos de 2013 e 2018. 
Variáveis na equação 
 B S.E. Wald df Sig. Exp(B) 95% C.I. para 
EXP(B) 
 Inf. Sup. 
Etapa 
1a 
N. Abortos 
Prévios 
0,418 0,384 1,183 1 0,277 1,519 0,715 3,224 
 N. Captados -0,420 0,250 2,819 1 0,093 0,657 0,402 1,073 
 
N. 
Inseminados 
0,422 0,298 2,006 1 0,157 1,524 0,851 2,732 
 
N. 2 Pró-
núcleos 
-0,492 0,469 1,102 1 0,294 0,611 0,244 1,532 
 N. Clivados 0,605 0,450 1,804 1 0,179 1,831 0,757 4,428 
 N. Blastocistos 0,243 0,167 2,119 1 0,146 1,275 0,919 1,769 
 
Grau de 
Fragmentação 
0,046 0,025 3,476 1 0,062 1,047 0,998 1,099 
 Constante -2,145 0,711 9,095 1 0,003 0,117 
Nota: B.: beta. S.E.: erro padrão. df: grau de liberdade. Sig.: significância. Exp(B): 
função exponencial natural. C.I.: intervalo de confiança. 
4.7 Técnica de Reprodução Humana Assistida empregada 
Das pacientes analisadas neste estudo, em um caso não constava no 
prontuário o registro quanto à técnica de Reprodução Humana Assistida (RHA) 
utilizada, e em apenas um caso empregou-se o coito programado e FIV, em ciclos 
diferentes, resultando em gestação única. Dentre as pacientes que realizaram apenas 
FIV (N= 80), 92,5% apresentaram gestação única (N= 74) e 7,5% apresentaram 
gemelaridade (N= 6). Daquelas que realizaram diferentes ciclos com IAH e FIV (N= 
7), 85,7% obtiveram gestação única (N= 6), e 14,3% gemelar (N= 1), totalizando 81 
pacientes que tiveram resultados de gestação única e 7 que tiveram gestação 
gemelar. 
Em contrapartida, das 88 pacientes analisadas, 70 gestantes concluíram a 
gravidez, enquanto 18 tiveram-na interrompida. Das gestantes que realizaram apenas 
 
31 
 
FIV (N= 80), 78,8% concluíram a gravidez (N= 63) e 21,3% abortaram (N= 17). A 
paciente que realizou coito programado e FIV não apresentou aborto. Em relação às 
pacientes que realizaram IAH e FIV, obteve-se 85,7% de gestações concluídas e 
14,3% de abortamento. A primeira associação de variáveis (gestação) apresentou 
valor de X²(2)= 0,492 e p= 0,782, enquanto a segunda associação analisada 
(abortamento) apresentou X²(2)= 0,452 e p= 0,798; portanto, ambas sem relação 
significativa com a técnica de RHA empregada (Tabela 7). 
 
Tabela 7: Análise da ocorrência de gestações ou abortamentos, de acordo com a 
técnica de reprodução assistida empregada em pacientes atendidas no Centro de 
Reprodução Assistida da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, 
entre os anos de 2013 e 2018. 
 Gestação Aborto 
Técnica Única 
N (%) 
Gemelar 
N (%) 
Não 
N (%) 
Sim 
N (%) 
FIV 74 (92,5) 6 (7,5) 63 (78,8) 17 (21,3) 
IAH + FIV 6 (85,7) 1 (14,3) 6 (85,7) 1 (14,3) 
Coito + FIV 1 (100) 0 (0) 1 (100) 0 (0) 
X²(2) 0,492 0,452 
p 0,782 0,798 
FIV: Fertilização in vitro; IAH: Inseminação artificial humana; Coito: coito programado. 
4.8 Tipo de transferência embrionária 
Dentre as pacientes que realizaram transferência embrionária à fresco (n= 61), 
6,6% (N= 4) apresentaram gestação gemelar, enquanto 93,4% (n= 57) apresentaram 
gestação única. Já entre as pacientes que realizaram transferência de embrião 
congelado (N= 22), 13,6% (N= 3) apresentaram gestação gemelar e 86,4% (n= 19) 
apresentaram gestação única. Quando consideradas as pacientes que foram 
submetidas a diferentes ciclos de transferência embrionária, nas quais foram 
executados os dois tipos de transferência (n= 6), todas apresentaram gestação única. 
De modo similar ao achados anteriores, o tipo de transferência embrionária não teve 
 
32 
 
relação com a ocorrência de gestação única ou gemelar (X²(2)= 1,667 e p= 0,434) 
(Tabela 8). 
Dentre as 89 pacientes que realizaram transferência embrionária, 71 
resultaram em gestações normais e 18 em abortamentos, sendo a transferência à 
fresco (N= 61), relacionada à ocorrência de 19,7% (N= 12) de abortamentos, e a 
transferência de embrião congelado (N= 22) relacionada a ocorrência de 9,1% (N= 2) 
de abortamentos. Dentre as pacientes que realizaram diferentes ciclos de 
transferência, com as duas categorias (n= 6), 66,6% (n= 4) apresentaram 
abortamento. A análise estatística revelou a existência de associação entre o tipo de 
transferência embrionária empregada e a ocorrência de abortamentos (X²(2)= 9,723 
e p= 0,008) (Tabela 8). 
 
Tabela 8: Análise da ocorrência de gestações ou abortamentos, de acordo com o tipo 
de transferência embrionária empregada em pacientes atendidas no Centro de 
Reprodução Assistida da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, 
entre os anos de 2013 e 2018. 
 Gestação Abortamento 
Transferência Única 
N (%) 
Gemelar 
N (%) 
Não 
N (%) 
Sim 
N (%) 
Fresco 57 (93,4) 4 (6,6) 49 (80,3) 12 (19,7) 
Congelado 19 (86,4) 3 (13,6) 20 (90,9) 2 (9,1) 
Fresco + 
Congelado 
6 (100) 0 (0) 2 (33,3) 4 (66,7) 
X²(2) 1,667 9,723 
p 0,434 0,008 
4.9 Tipo de infertilidade 
Foram utilizados dados sobre o tipo de infertilidade das 89 pacientes, das quais 
82 tiveram gestações únicas e 7, gestações gemelares. Entre as pacientes que 
possuíam infertilidade primária (n= 56), apenas 3,6% tiveram gestação gemelar (n= 
2). Quando referente às pacientes com infertilidade secundária (n= 33), 15,2% tiveram 
 
33 
 
gestação gemelar (n= 5). Os testes estatísticos indicaram ausência de associação 
entre as variáveis, uma vez que X²(1)= 3,842 e p= 0,5 (Tabela 9). 
 
Tabela 9: Análise da ocorrência de gestações únicas ou gemelares, de acordo com o 
tipo de infertilidade de mulheres atendidas no Centro de Reprodução Assistida da 
Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, entre os anos de 2013 e 2018. 
 Gestação 
Tipo de Infertilidade Única 
N (%) 
Gemelar 
N (%) 
Primária 54 (96,4) 2 (3,6) 
Secundária 28 (84,8) 5 (15,2) 
X²(1) 3,842 
p 0,5 
 
4.10 Presença de fator feminino e masculino 
Todas as 89 pacientes tiveram seus dados referente a ausência ou presença 
de fator feminino coletados, e dentre elas, 82 tiveram gestações únicas e 7, gestações 
gemelares. Entre as pacientes que não tinham fator de infertilidade feminina (n= 20), 
apenas 5% tiveram gestação gemelar (n= 1). Já quando referente às pacientes que 
apresentavam fator feminino (n= 69), 8,7% tiveram gestação gemelar (n= 6). Dessa 
forma, X²= 0,292 e p= 0,589, as associações não foram significativas (Tabela 10). 
Semelhante à variável anterior, quando analisada a presença ou ausência de 
fator masculino como causa da infertilidade conjugal, 82 pacientes tiveram gestações 
únicase apenas 7 tiveram gestações gemelares. Dos pacientes que apresentaram 
fator masculino (n= 56), 10,7% associaram-se à ocorrência de gestação gemelar (n= 
6). Quando referente aos parceiros que não apresentaram fator masculino (n= 33), 
apenas 3% resultaram em gestação gemelar (n= 1). Obtendo-se valores de X²= 1,692 
e p= 0,193, de acordo com o teste do qui-quadrado, não foram observados resultados 
significativos entre as associações realizadas (Tabela 10). 
 
 
34 
 
Tabela 10: Análise da ocorrência de gestações únicas ou gemelares, de acordo com 
a presença de fator feminino e/ou masculino em pacientes atendidas no Centro de 
Reprodução Assistida da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, 
entre os anos de 2013 e 2018. 
 Gestação 
 Única 
N (%) 
Gemelar 
N (%) 
X²(1) p 
Fator 
Feminino 
Não 19 (95) 1 (5) 0,292 0,589 
Sim 63 (91,3) 6 (8,7) 
Fator 
Masculino 
Não 32 (97) 1 (3) 1,692 0,193 
Sim 50 (89,3) 6 (10,7) 
 
4.11 Infertilidade: feminina e masculina 
Dos 68 dados obtidos referentes à presença de fator feminino isolado ou 
combinado, 62 casos resultaram em gestação única e 6 em gestação gemelar. Entre 
as pacientes que apresentavam fator feminino isolado (n= 43), 11,6% apresentaram 
gestação gemelar (N= 5). Já referente às pacientes com fator combinado de 
infertilidade (n= 25), 4% apresentaram gestação gemelar (n= 1). As comparações 
entre as variáveis não foram significativas estatisticamente, sendo X²= 1,143 e p= 
0,285. 
Quanto à análise da presença de fator masculino isolado ou combinado, como 
causa da infertilidade conjugal, dos 56 pacientes amostrados, 50 relacionaram-se à 
gestação única, enquanto 6 tiveram gestação gemelar. Dos pacientes que 
apresentavam fator masculino isolado (n= 38), 15,8% de suas parceiras tiveram 
gestação gemelar (n= 6). Já entre aqueles que apresentavam fator masculino 
combinado (n= 18), nenhum resultou em gestação gemelar. As comparações entre 
as variáveis não foram significativas, uma vez que X²= 3,183 e p= 0,074 (Tabela 11). 
 
 
 
 
35 
 
Tabela 11: Análise da ocorrência de gestações únicas ou gemelares, de acordo com 
o tipo de fator feminino e/ou masculino em pacientes atendidos no Centro de 
Reprodução Assistida da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), Natal-RN, 
entre os anos de 2013 e 2018. 
 Gestação 
 Única 
N (%) 
Gemelar 
N (%) 
X²(1) p 
Fator 
Feminino 
Presente 
Isolado 38 (88,4) 5 (11,6) 1,143 0,285 
Combinado 24(96) 1 (4) 
Fator 
Masculino 
Presente 
Isolado 32 (84,2) 6 (15,8) 3,183 0,074 
Combinado 18 (100) 0 (0) 
 
Considerando-se os fatores femininos observados, 43 pacientes apresentaram 
fator feminino isolado e 25 apresentaram fator feminino combinado, sendo esse a 
junção de dois ou mais dos seguintes fatores: fator tubário (25,5%), síndrome do 
ovário policístico (13,9%), idiopática (11,6%), endometriose (9,3%), infecções e 
inflamações (6,9%), neoplasias (6,9%), polipos (6,9%), problemas hormonais (4,6%), 
hiperplasia endometrial (2,3%), fator psicológico (2,3%), baixa reserva ovariana 
(2,3%), problemas ovulatórios (2,3%), histórico clínico (aborto prévio, gravidez 
ectópica) (2,3%) e obesidade (2,3%). 
Em contrapartida, 38 casais apresentaram fator masculino isolado e 18 casais 
apresentaram dois ou mais fatores masculinos como causa de infertilidade, sendo 
estes: teratospermia (31,5%), teratoastenooligospermia (18,4%), 
oligoastenozoospermia (13,1%), varicocele (10,5%), oligospermia (7,8%), 
teratoastenospermia (5,2%), azoospermia (2,6%), astenospermia (2,6%), piospermia 
(2,6%), vasectomia (2,6%) e histórico clínico (2,6%). 
 
 
 
36 
 
5. Discussão 
 
Este estudo teve como um de seus principais objetivos, avaliar a saúde da prole 
obtida nos tratamentos de RHA, em especial, quanto à ocorrência de malformações 
congênitas, abortamentos, gestação única ou gemelar. Segundo a literatura, existem 
questionamentos sobre a segurança dos procedimentos de RHA em relação aos 
resultados das gestações, sendo que alguns indicam que esses procedimentos 
apresentam maiores índices de complicações gestacionais, sejam devido às técnicas 
(JIANG, et al., 2017) ou infertilidade do casal (BELLVER; DONNEZ, 2019). 
Nesse estudo não foi possível avaliar diretamente a influência desses aspectos 
no aparecimento de malformação congênita, devido à sua baixa incidência nos 
resultados de gestação analisados, tendo ocorrido em apenas 1 caso dentre as 89 
pacientes amostradas; o que corresponde a 1,12% da amostra. Destaca-se que a 
baixa incidência de malformação congênita dentre os nascidos de TRA é um indício 
extremamente positivo quanto ao sucesso e segurança destes procedimentos. Pode-
se estabelecer um contraste até mesmo quando considerados os nascimentos a partir 
de gestações naturais, onde, por exemplo, foram detectados 4% de casos de 
malformação entre 11.815 partos entre 2018 e 2019, em um hospital da Paraíba 
(RAMOS, et al., 2022). 
5.1 Tipo de anticoncepção 
O tipo de contracepção utilizada pelas pacientes deste estudo foi analisado 
quanto à sua associação ou não com o tipo de gestação segundo o número de 
embriões, bem como com a ocorrência ou não de abortamentos como resultado do 
tratamento de RHA, a fim de verificar se o uso prévio de métodos contraceptivos 
hormonais, de barreira ou cirúrgicos poderia ter relações com as taxas de sucesso 
destes tratamentos; em especial com a saúde da prole. A ausência de relação 
encontrada entre estas variáveis indica que o tipo de contracepção que vinha sendo 
utilizado pela paciente não é um fator preditivo quanto à saúde da prole nascida de 
TRAS. 
Embora a cirurgia de laqueadura seja um método que visa a esterilidade, as 
mulheres submetidas a esta cirurgia encontram na RHA a possibilidade de terem 
filhos, uma vez que a partir desses procedimentos as taxas de gravidez dessas 
 
37 
 
mulheres se igualam aos outros casais com infertilidade leve (30% a 35%), não 
interferindo com os resultados de FIV (MALACOVA, et al. 2014). Esse dado vai de 
acordo com os achados desta pesquisa, na qual das 7 pacientes que realizaram 
procedimento de reprodução assistida após laqueadura, todas levaram a gestação a 
termo, dentre as quais 1 obteve gestação gemelar. 
 Diversos estudos demonstram as consequências do uso de alguns 
anticoncepcionais hormonais a longo prazo, tais como mudanças de peso, impactos 
na circulação sanguínea e nos níveis hormonais, assim como o agravamento de 
quadros de trombofilia, patologia que possui relação direta com o aumento de perdas 
gestacionais e que pode gerar uma maior busca por TRA para resolução do problema 
(BARBOSA; CHAVES, 2021; MORAIS; RIBEIRO; CASTIEL, 2019). Dito isto, 
questionou-se neste estudo a possibilidade de que o uso prévio desses 
contraceptivos pudesse afetar também a saúde da prole, entretanto não foi observada 
qualquer relação. Vale ressaltar ainda que o número de casos coletados foi 
consideravelmente baixo para algumas categorias. 
5.2 Idade materna e Índice de massa corporal 
De modo semelhante, a idade materna e o IMC não tiveram relação com o tipo 
de gestação segundo o número de embriões ou com a ocorrência de abortamentos, 
o que mostra a segurança e efetividade das técnicas de RHA, e reflete seu importante 
papel em permitir a ocorrência de gestação mesmo em mulheres de idade avançada. 
Sabe-se que conforme o aumento da idade, menor a reserva ovariana disponível e 
consequentemente menor a chance de iniciar a gravidez. Mulheres na puberdade 
possuem aproximadamente entre 300.000 e 500.000 oócitos, já quando fazem 51 
anos possuem aproximadamente 1.000 oócitos (PRACTICE COMMITTEE OF THE 
AMERICAN SOCIETY FOR REPRODUCTIVE MEDICINE, et al., 2022). No entanto, 
com o tratamento, e principalmente através da hiperestimulação ovariana, essas 
mulheres aumentam suas chances de obter a gestação tão desejada (CABRY, 2014). 
As variáveis analisadas não apresentaramrelação com a ocorrência de 
gestações únicas ou gemelares. Destaca-se, no entanto, que tais ocorrências 
relacionam-se diretamente com o número de embriões transferidos, sendo que de 
acordo com o Conselho Federal de Medicina, resolução CFM Nº 2.320/2022, 
mulheres com até 37 anos podem ter até 2 embriões transferidos, acima dessa idade 
 
38 
 
aceitam-se até 3. Ademais, casos em que é feita biópsia e obtêm-se confirmação de 
embrião euploide, pode-se realizar transferência de até 2 embriões, 
independentemente da idade. 
Embora seja documentado um aumento na ocorrência de gestações 
gemelares de acordo com o aumento da idade materna (SOARES, et al., 2019), 
devido a uma natural super estimulação ovariana pelo Hormônio Folículo Estimulante 
(FSH) (BLAGOSKLONNY, 2023), os tratamentos empregados nas pacientes deste 
estudo não seguiram esta tendência. 
Sabe-se ainda que o percentual de gordura corporal pode impactar diretamente 
na fertilidade feminina, visto que aumenta os riscos para a Síndrome de Ovários 
Policísticos (SOP), diabetes gestacionais, anovulação, complicações endometriais e 
hipertensão, além de diminuir a qualidade dos oócitos e as taxas de fecundação. 
Porém, quando em relação aos índices de abortamento, diversos estudos 
demonstram que o IMC não influencia esses resultados das TRA (FERREIRA, 2019). 
Em acordo com esses dados, este estudo também demonstra a independência dos 
desfechos de abortamento e gestação gemelar com o IMC da paciente. 
5.3 Tipo de gestação quanto ao número de embriões 
A ocorrência de gestação única ou gemelar, das pacientes deste estudo, não 
apresentaram relação com a ocorrência de abortamentos. É importante destacar que 
os protocolos de tratamentos utilizados pelas clínicas e centros de RHA usualmente 
são individualizados de acordo com as características clínicas da paciente, também 
como forma de prevenir tanto a ocorrência de gestações de risco, quanto perdas 
gestacionais (MARTINS, 2019). Deste modo, mesmo sendo produzidos um número 
de embriões excedentes, estes deverão ser criopreservados, sendo transferidos 
apenas o número permitido de acordo com a idade da paciente (SILVA, 2021). 
Apesar de se ter evidências de aumento nas taxas de abortamentos em 
gestações gemelares devido a complicações como, parto prematuro, crescimento 
intrauterino restrito, ruptura prematura das membranas ovulares, etc. (SOARES, 
2019), existem diferenças significativas entre essas taxas quando comparados 
gemelares mono (MC) e dicoriônicos (DC), tendo embriões MC até 5 vezes maior 
risco de abortamento (COELHO, 2011). Dessa forma, os achados neste estudo 
podem estar relacionados ao grande índice de gemelaridade DC comumente 
 
39 
 
observada nos tratamentos de RHA (PÓVOA, et al., 2018), mesmo frente ao baixo 
número de casos de gemelaridade aqui encontrados. 
5.4 Abortamento Prévio 
A ocorrência de abortamentos previamente aos tratamentos de RHA 
empregados também não teve relação com a ocorrência de abortos como resultado 
destes tratamentos, o que além de reforçar a segurança das técnicas para a saúde 
da prole, traz uma boa perspectiva às mulheres que sofreram abortamentos prévios. 
Sabe-se que a ocorrência de abortamentos de repetição é uma condição de 
infertilidade difícil de rastrear e identificar sua causa. Apesar disso, diversos estudos, 
assim como este, já demonstraram que as TRA são uma alternativa efetiva para essa 
problemática. Ademais, ressaltam que o acréscimo de diagnósticos genéticos pré-
implantacionais aos tratamentos podem melhorar as taxas de nascidos vivos, uma 
vez que mediante os resultados obtidos, serão selecionados para transferência os 
embriões euploides compatíveis com o endométrio materno, visando diminuir as 
chances de rejeição do feto pela incompatibilidade com o endométrio, e 
consequentemente aumentar as possibilidades de sucesso em se conseguir a 
gestação (CAPALBO, et al., 2021). 
O aborto espontâneo pode ocorrer devido à diversos fatores, muitos deles não 
diagnosticados. As causas mais comuns incluem problemas no colo uterino, 
insuficiência hormonal para manter o desenvolvimento do feto, anomalias ou 
malformações incompatíveis com a vida, ou até mesmo incompatibilidade genética 
entre mãe e filho (LA, et al., 2021). 
Embora o emprego da biópsia embrionária possa ser um importante exame para 
diminuir a taxa de abortamentos, seu alto custo pode inviabilizar a sua execução por 
parte dos pacientes que recorrem à RHA. No Brasil existem apenas 4 centros de RHA 
que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e fornecem tratamento 
inteiramente gratuito, entre eles, o CRA/MEJC (ESTADO DE MINAS, Saúde e Bem 
Viver, 2023), onde esta pesquisa foi conduzida. 
 
5.5 Número de oócitos e embriões obtidos 
Determinados fatores de infertilidade podem causar diminuição ou aumento do 
número de oócitos obtidos. Em casos de paciente com idade avançada ou que não 
 
40 
 
respondem ao tratamento de estímulo ovariano, pode-se obter baixas quantidades de 
oócitos (MERVIEL, 2016), já em casos de hiperestímulo ovariano pode-se obter 
maiores quantidades de oócitos e maiores chances de abortamento (LE GOUEZ et 
al. 2011). No presente estudo, o número de oócitos obtidos em cada fase não alterou 
o índice de abortamento, o que possivelmente indica que a quantidade não é um bom 
preditor do insucesso do tratamento. Dessa forma, para mulheres que possuem 
fatores de infertilidade que minimizam a coleta de oócitos ou que tendem a degenerar 
a maioria, o tratamento continua sendo promissor e os achados nesse estudo 
corroboram para isso. 
 
5.6 Técnica de Reprodução Humana Assistida empregada 
Estudos demonstram que o desenvolvimento do oócito feminino até a formação 
do embrião em procedimento de reprodução assistida apresenta maiores estresses 
mecânicos e nutricionais comparado ao embrião espontâneo. Apesar desses fatos, 
não se sabe até onde esses fatores de estresse podem alterar o desenvolvimento 
embrionário ou se podem causar alterações incompatíveis com a vida (DVORAN; 
NEMCOVA; KALOUS, 2022). No estudo atual não houve associação entre a técnica 
utilizada e a ocorrência de aborto, o que pode indicar que o estresse causado nas 
células embrionárias não é suficiente para causar maiores taxas de abortamento, uma 
vez que cada técnica causa diferentes níveis de perigo para o embrião (BORGES 
JÚNIOR; BRAGA; SETTI, 2020). Porém, é imprescindível considerar que os 
resultados obtidos se deram devido à presença da FIV em todas as técnicas 
observadas. 
5.7 Tipo de transferência embrionária 
Para decidir o tipo de transferência embrionária a ser realizada é necessário 
avaliar as condições clínicas da paciente. Há indícios de que a transferência do 
embrião congelado (TEC) favorece, principalmente, mulheres mais velhas (35 a 38 
anos), que irão realizar teste genético pré-implantacional (ROQUE, et al., 2019), ou 
com estimulação ovariana mais intensa, uma vez que esse estímulo modifica a janela 
de implantação embrionária (MARTINS, 2019). Por outro lado, este tipo de 
transferência pode trazer como riscos o rompimento das células devido à formação 
 
41 
 
de cristais de gelo em seu citoplasma, e a degeneração de embriões de baixa 
qualidade. O primeiro problema é contornado pelo método de vitrificação, 
desenvolvido para solidificar a célula pelo gradiente osmótico (JANG, et al., 2017). Já 
o segundo pode ser resolvido pela seleção embrionária, onde são selecionados os 
embriões de melhor qualidade para o procedimento de criopreservação, aumentando 
suas chances de sobrevivência (VLADIMIROV, et al., 2018). 
Em contrapartida, não existem evidências de diferenças nos resultados entre a 
transferência do embrião a fresco e congelado nas diversas situações se não as 
comentadas anteriormente. Ou seja, mulheres mais jovens, com resposta normal à 
estimulação ovariana, e com os demais fatores de infertilidade podem realizara 
transferência baseando-se em sua janela de implantação, seja congelado ou fresco 
(ROQUE, et al., 2019; MAHESHWARI, 2018) 
Quando utilizado em seu grupo foque, a transferência congelada pode 
proporcionar maiores taxas de implantação e gravidez devido a melhor 
compatibilidade entre idade embrionária e maturação endometrial (COUTIFARIS, 
2017). Ademais, geram bebês maiores comparado a transferência a fresco devido a 
influência de estradiol durante a implantação do embrião (MAHESHWARI, 2018), e 
consequentemente é imprescindível para casos de síndrome de hiper estimulação 
ovariana (MAHESHWARI, 2012). 
Na presente pesquisa, foi observado um percentual de 49,4% dos pacientes com 
idade acima de 35 anos, e apenas 24,7% do total de pacientes foram submetidas à 
TEC. Dessa forma, considerando os aspectos anteriormente citados, esse estudo 
demonstrou diversos pacientes que se encaixariam dentro do indicado para TEC, mas 
que realizaram TEF e, devido a isso, pode-se ter obtido uma maior incidência de 
abortamentos nas transferências a fresco, visto que esse grupo não tem indicação 
para tal. 
 Dessa forma, a seleção prévia de embriões de melhor qualidade para uso na 
TEC pode estar relacionada à menor taxa de abortamento encontrada no presente 
estudo, o que também corrobora com a alta taxa de abortamento observada na 
transferência à fresco, uma vez que embriões de baixa qualidade obrigatoriamente 
são transferidos por esse método por não sobreviverem a uma transferência 
congelada (VLADIMIROV; TACHEVA; DOBRINOV, 2018). 
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=Maheshwari+A&cauthor_id=29155965
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=Maheshwari+A&cauthor_id=29155965
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=Maheshwari+A&cauthor_id=29155965
 
42 
 
5.8 Tipo de infertilidade e fatores de infertilidade 
A infertilidade secundária é o tipo mais comum de infertilidade feminina em 
países em desenvolvimento, geralmente associadas às infecções genitais (VANDER 
BORGHT; WYNS, 2018), já a infertilidade primária é mais comum em países 
desenvolvidos, devido, principalmente, ao planejamento familiar (SOARES; 
RODRIGUES; BARROS, 2011). Ambos os tipos de infertilidade são indicações para 
tratamento de Reprodução Assistida (SZAMATOWICZ; SZAMATOWICZ, 2020), mas 
não apresentaram relação significativa com a ocorrência de gestação gemelar. Não 
existem estudos que retratem a relação entre infertilidade primária ou secundária com 
a incidência de gestação gemelar, fato esse que ressalta a importância deste trabalho 
e a necessidade de futuros estudos sobre o tema. 
Os fatores de infertilidade feminina mais recorrentes obtidos foram fator tubário, 
SOP e endometriose, respectivamente. A literatura, em acordo com atual estudo, 
demonstra que o tratamento de endometriose na RHA é eficaz, podendo se dar 
devido ao uso de medicamentos agonistas do hormônio GnRH, que suprimem 
reações inflamatórias e aumentam a qualidade dos oócitos (ROCHA; FERREIRA, 
2023). Da mesma forma, casos de fator tubário e SOP foram registrados como 
principais responsáveis pela procura por tratamentos de RHA, uma vez que este pode 
facilitar a fecundação e deposição do zigoto em mulheres que apresentam obstrução 
das tubas uterinas, se tornando uma alternativa mais viável devido ao risco de se 
obter gestações ectópicas quando realizada cirurgia de correção das tubas (REBAR, 
2022). Em relação à SOP, a reprodução assistida demonstra ser efetiva devido à 
estimulação ovariana e uso de metformina associado à FIV, aumentando assim a 
qualidade oocitária da paciente (JANNATIFAR, et al. 2022). Ademais o sucesso dos 
tratamentos citados, nosso estudo demonstra que também não há associação de 
maiores ocorrência de gemelaridade com esses fatores de infertilidade feminina. 
Já quando considerados os fatores masculinos, destacam-se a teratospermia, a 
teratoastenooligospermia e a oligoastenozoospermia como principais causas de 
infertilidade. As três patologias incluem defeitos nos espermatozoides dos pacientes 
que podem alterar a qualidade da amostra. A teratospermia refere-se a presença de 
defeito morfológicos no sêmen (BEUROIS, et al., 2020), a teratoastenooligospermia 
é uma condição onde o sêmen apresenta defeitos morfológicos, baixos números de 
espermatozoides e pouca motilidade (COLPI, et al., 2018), já a 
 
43 
 
oligoastenozoospermia apresenta baixos números de espermatozoides com pouca 
motilidade (DENG, et al., 2023). Todas essas condições são indicações para 
tratamento de reprodução assistida, uma vez que a partir da seleção de 
espermatozoides de maior qualidade e da fecundação manual proporcionada pela 
ICSI pode-se obter a resolução desses problemas (VIEIRA, 2019). Deste modo, os 
achados corroboram com os resultados desta pesquisa e com o sucesso dos 
procedimentos de capacitação espermática na reprodução assistida, uma vez que 
não foram encontradas associações significativas entre a presença e fator de 
infertilidade masculina e complicações gestacionais como ocorrência de 
gemelaridade. 
Desse modo, este estudo corrobora com a literatura citada de forma que o tipo 
de infertilidade, a presença e o tipo de fator feminino e/ou masculino, isoladamente 
ou combinados, não alteraram os resultados dos tratamentos, o que implica dizer que 
casais com acúmulo de fatores de infertilidade podem obter boas perspectivas com o 
tratamento. 
Portanto, os dados obtidos neste estudo reforçam ainda a segurança na 
aplicação das técnicas de RHA quando se considera a saúde da prole, uma vez que 
não houve associação com a ocorrência de abortamentos ou más formações 
congênitas, nos filhos das gestantes amostradas neste estudo. 
 
 
44 
 
6 Conclusão 
 
Demonstrou-se neste estudo a independência dos resultados de gestação 
gemelar e número de abortamento com os procedimentos de RHA; e sobretudo, a 
baixíssima (ou quase inexistente) relação entre estes tratamentos e a ocorrência de 
más-formações congênitas, reforçando a segurança na execução das técnicas de 
reprodução assistida para a saúde da prole. Enquanto a maior parte das variáveis 
analisadas não teve influência sobre as complicações gestacionais relatadas nesse 
estudo, o tipo de transferência embrionária realizada se mostrou relevante nos 
resultados de abortamento, de modo que transferências à fresco foram associadas a 
maiores taxas de aborto. 
 Ressaltamos a necessidade de maiores estudos que investiguem a fundo as 
relações entre essas variáveis, primando sempre pela saúde da prole a ser obtida, e 
pautada nos princípios éticos que regulamentam as técnicas e procedimentos de 
RHA. É importante destacar ainda a necessidade do aumento do número de 
participantes em estudos futuros, para obtenção de dados mais robustos, além de 
verificar a influência de cada técnica de RHA de forma isolada. 
Por fim, destacamos a importância desta pesquisa para compreender e 
melhorar o âmbito da Reprodução Assistida, a fim de garantir aos indivíduos que dela 
necessitam a segurança dos procedimentos, bem como fornecer subsídios aos 
profissionais da área, quanto à execução dos procedimentos sempre com atenção ao 
controle de qualidade e somando esforços para a realização do sonho dos pacientes, 
em obter uma gestação e constituir uma família. 
 
 
45 
 
7 Referências 
 
ABDULJABBAR, H. S. ‘Introductory Chapter: About Multiple Pregnancies’, Multiple 
Pregnancy - New Insights. IntechOpen, 2023. doi: 10.5772/intechopen.108518. 
 
AMATO, J. Fertilização in vitro por ICSI. Fertilidade.org, 2019. Disponível em: 
https://fertilidade.org/tratamento/fertilizacao-in-vitro-por-icsi/. Acesso em: 11 mai. 
2023. 
 
ANVISA. 11º Relatório do Sistema Nacional de Produção de Embriões – Sisembrio. 
2018. 
 
BARBOSA, A. S.; CHAVES, C. T. O. P. Consequências do uso contínuo de 
anticoncepcional: um alerta às mulheres. Research, Society and Development, 
Vargem Grande Paulista, v. 10, n. 15, 2021. 
 
BELLVER,

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