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Contratação do Jovem Aprendiz

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O que é preciso saber para 
contratar o jovem aprendiz 
Manual da 
Aprendizagem
Edição revista e ampliada
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro do Trabalho e Emprego
Carlos Lupi
Secretário-Executivo
André Figueiredo
Secretária de Inspeção do Trabalho
Ruth Beatriz Vilela
Secretário de Políticas Públicas de Emprego
Ezequiel de Sousa Nascimento
O que é preciso saber para 
contratar o jovem aprendiz 
Manual da 
Aprendizagem
Brasília, fevereiro/2009
Edição revista e ampliada
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Biblioteca. Seção de Processos Técnicos – MTE
M294 Manual da aprendizagem: o que é preciso saber para contratar o 
jovem aprendiz – 3. ed. – Brasília: MTE, SIT, SPPE, ASCOM, 
2009. 
73 p.
Inclui anexos.
1. trabalho de menor, regulamentação, Brasil. 2. Formação téc-
nico-profissional, Brasil. 3. Aprendiz, Brasil. 4. Contrato de apren-
dizagem, Brasil. I. Brasil. Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). 
II. Brasil. Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT). III. Brasil. Secre-
taria de Políticas Públicas de Emprego (SPPE). IV. Brasil. Assessoria 
de Comunicação (ASCOM).
CDD 341.656
© 2006 – Ministério do Trabalho e Emprego
É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte.
Tiragem: 10.000 exemplares – abr./2006
 7.000 exemplares – jun./2006
 2.000 exemplares – mar./2007
 5.000 exemplares – set./2007
 2ª edição – 1.000 exemplares – nov./2008
 2.000 exemplares – dez./2008
 3ª edição – 5.000 exemplares – fev./2009
Produção:
Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT)
Secretaria de Políticas Públicas de Emprego (SPPE)
Edição e Distribuição:
Assessoria de Comunicação do MTE
Esplanada dos Ministérios – Bloco F, Sala 523, 5o Andar
Fones: (61) 3317-6537/6540 – Fax: (61) 3317-8248
CEP: 70059-900 – Brasília/DF
Impresso no Brasil/Printed in Brazil
Sumário
Apresentação .................................................................................................... 9
Introdução ....................................................................................................... 11
Perguntas e Respostas
1) O que é aprendizagem? .......................................................................... 13
2) O que é o contrato de aprendizagem? ..................................................... 13
3) O que é o programa de aprendizagem? ................................................... 13
4) Quem pode ser aprendiz? ........................................................................ 14
5) Como deve ser feita a seleção do aprendiz? ............................................. 14
6) Quais são os estabelecimentos obrigados a contratar aprendizes? ............ 15
7) As empresas públicas e sociedades de economia mista também estão 
obrigadas a contratar aprendizes? ............................................................ 15
8) Na vigência do contrato de aprendizagem, a empresa pode alterar a 
modalidade desse contrato para prazo indeterminado? ............................ 15
9) O curso, ministrado pelos Serviços Nacionais de Aprendizagem (SENAI, 
SENAC, SENAR, SENAT e SESCOOP), gera algum ônus financeiro para 
as empresas? ........................................................................................... 15
10) E na hipótese de o curso de aprendizagem ser ministrado pelas 
Entidades sem Fins Lucrativos (ESFL)? ...................................................... 16
11) A empresa que tem vários estabelecimentos pode concentrar a 
realização das atividades práticas em um único local? ............................... 16
12) As atividades práticas podem ser realizadas exclusivamente na 
instituição qualificadora? .......................................................................... 16
13) Qual é a cota de aprendizes a serem contratados? ................................... 16
14) Quais as funções que não devem ser consideradas para efeito do 
cálculo da cota de aprendizes? ................................................................. 16
15) Como ficam os contratos de aprendizagem quando há redução 
no quadro de pessoal da empresa? ........................................................... 17
16) A quem compete fiscalizar o cumprimento das cotas de aprendizes? ........ 17
17) A quem compete fiscalizar os programas de aprendizagem 
desenvolvidos pelas ESFL? ........................................................................ 17
18) Quais as penalidades previstas e/ou providências cabíveis em caso de 
descumprimento da legislação de aprendizagem? ..................................... 17
19) Quem fica responsável por acompanhar o aprendiz no exercício das 
atividades práticas dentro do estabelecimento? ........................................ 18
20) As empresas que possuem ambientes e/ou funções perigosas, 
insalubres ou penosas são obrigadas a contratar aprendizes? .................... 18
21) O que é o Cadastro Nacional de Aprendizagem? ...................................... 19
22) Quais as instituições qualificadas para ministrar cursos de 
aprendizagem e onde encontrá-las? ........................................................ 19
23) As ESFL que não têm registro no CMDCA também podem ministrar 
cursos de aprendizagem? ......................................................................... 20
24) Quais são os pré-requisitos básicos para que as ESFL possam obter 
o registro no CMDCA? ............................................................................ 20
25) Onde devem ser inscritos os programas de aprendizagem das ESFL? ....... 20
26) O aprendiz terá direito a algum comprovante de conclusão do 
curso de aprendizagem? ........................................................................... 21
27) É possível inserir, a qualquer tempo, aprendiz com o curso de 
aprendizagem em andamento? ................................................................ 21
28) A formação teórica da aprendizagem pode ser realizada antes da 
formalização do contrato de aprendizagem pela empresa? ...................... 21
29) Quais são as formas de contratação de aprendizes? ................................. 21
30) Quem é responsável pela matrícula do aprendiz no curso de 
aprendizagem? ......................................................................................... 22
31) Como formalizar a contratação do aprendiz? ............................................ 22
32) O que é arco ocupacional e como formalizar o contrato, caso 
seja utilizado? ........................................................................................... 22
33) O que deve constar necessariamente no contrato de aprendizagem? ....... 23
34) O aprendiz adolescente, entre 14 e 18 anos, pode desempenhar 
atividades pertinentes à aprendizagem a mais de um empregador? .......... 23
35) O empregador pode formalizar novo contrato de aprendizagem com o 
mesmo aprendiz após o término do anterior, mesmo quando o prazo do 
primeiro contrato for inferior a dois anos? ................................................ 24
36) O contrato de aprendizagem pode ser prorrogado? ................................. 24
37) O jovem que tenha firmado contrato de emprego pode ser 
contratado como aprendiz? ...................................................................... 24
38) Qual deve ser o salário do aprendiz? ........................................................ 24
39) Como é calculado o salário do aprendiz? .................................................. 24
40) Quais descontos podem ser feitos no salário do aprendiz? ........................ 25
41) Qual é a alíquota do FGTS do aprendiz? ................................................... 25
42) Deve ser recolhida a contribuição sindical prevista no art. 579 da CLT 
referente aosaprendizes? ......................................................................... 25
43) A falta ao curso de aprendizagem pode ser descontada do salário? .......... 25
44) Qual é a jornada de trabalho permitida para o aprendiz? .......................... 26
45) É permitido o trabalho do aprendiz aos domingos e feriados? ................... 26
46) O aprendiz com idade inferior a 18 anos pode trabalhar em horário 
noturno? .................................................................................................. 26
47) O aprendiz tem direito ao vale-transporte? .............................................. 27
48) Ao aprendiz são assegurados integralmente as vantagens e/ou benefícios 
concedidos aos demais empregados da empresa constantes dos acordos 
ou convenções coletivas? ......................................................................... 27
49) O aprendiz tem direito ao seguro-desemprego? ....................................... 27
50) Durante as folgas das atividades teóricas, pode o aprendiz cumprir 
jornada integral na empresa? .................................................................... 28
51) As férias do aprendiz com idade inferior a 18 anos deverão sempre 
coincidir com as férias escolares? .............................................................. 28
52) Aplica-se ao aprendiz o art. 130 da CLT? ................................................. 28
53) Como proceder em caso de concessão de férias coletivas? ....................... 28
54) A rescisão do contrato de trabalho do aprendiz deve ser assistida 
(homologada)? ......................................................................................... 28
55) Quem presta a assistência aos aprendizes na rescisão contratual? ............. 28
56) Quais as hipóteses de extinção do contrato de aprendizagem? ................. 29
57) Quem pode atestar o desempenho insuficiente ou inadaptação 
do aprendiz? ........................................................................................... 29
58) Além daquelas previstas no art. 433 da CLT, há outras hipóteses de 
rescisão antecipada do contrato do aprendiz? ........................................... 29
59) Quais são os direitos e as verbas rescisórias devidas ao aprendiz no 
término do contrato? ................................................................................ 30
60) Qual o prazo legal para efetuar a rescisão contratual? .............................. 31
61) Quais as implicações da continuidade do aprendiz na empresa após o 
término do contrato? ................................................................................ 31
62) Ao contratar um aprendiz com deficiência, a empresa está cumprindo 
as duas cotas? .......................................................................................... 31
63) As funções preenchidas pelos aprendizes contratados devem ser 
computadas para efeito da base de cálculo da cota de pessoas com 
deficiência? .............................................................................................. 31
64) As hipóteses de estabilidade provisória decorrentes de acidente de 
trabalho e de gravidez são aplicáveis ao contrato de aprendizagem? ........ 31
65) Como fica o contrato do aprendiz selecionado pelo serviço militar? .......... 31
66) Como fica o contrato de aprendizagem em casos de afastamento em 
razão de licença-maternidade, acidente de trabalho ou auxílio-doença? ... 32
67) A contratação, dispensa ou rescisão do contrato do aprendiz devem 
ser informadas no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados 
(CAGED)? ............................................................................................... 32
68) O aprendiz deve ser incluído na Relação Anual de Informações 
Sociais (RAIS)? .......................................................................................... 33
69) É possível haver curso de aprendizagem a distância? ................................ 33
Anexos
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT ..................................................... 34
Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA ............................................... 42
Decreto nº 5.598, de 1º de dezembro de 2005 ............................................ 46
Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente – CONANDA
Resolução nº 74, de 13 de setembro de 2001 ......................................... 56
Cadastro Nacional de Aprendizagem
Portaria nº 615, de 13 de dezembro de 2007.......................................... 59
Portaria nº 1.003, de 4 de dezembro de 2008......................................... 64
Apresentação
A formação técnico-profissional de adolescentes e jovens amplia as possibi-
lidades de inserção no mercado de trabalho e torna mais promissor o futuro da 
nova geração. O empresário, por sua vez, além de cumprir sua função social, 
contribuirá para a formação de um profissional mais capacitado para as atuais 
exigências do mercado de trabalho e com visão mais ampla da própria sociedade. 
Mais que uma obrigação legal, portanto, a aprendizagem é uma ação de respon-
sabilidade social e um importante fator de promoção da cidadania, redundando, 
em última análise, numa melhor produtividade.
Este Manual da Aprendizagem, editado pelo Ministério do Trabalho e Em-
prego (MTE), tem como proposta esclarecer as questões relacionadas à Lei da 
Aprendizagem e, assim, orientar os empresários a respeito dos procedimentos que 
devem ser adotados para a contratação de aprendizes.
Regulamentada pelo Decreto nº 5.598, de 1º de dezembro de 2005, e com as 
diretrizes curriculares estabelecidas na Portaria MTE nº 615, de 13 de dezembro de 
2007, a aprendizagem proporciona a qualificação social e profissional adequada 
às demandas e diversidades dos adolescentes, em sua condição peculiar de pessoa 
em desenvolvimento, dos jovens, do mundo de trabalho e da sociedade quanto às 
dimensões ética, cognitiva, social e cultural do aprendiz.
Estamos confiantes de que, mais do que cumprir o que determina a legislação, 
as empresas, conscientes de sua responsabilidade social, terão interesse em admi-
tir jovens de 14 a 24 anos. E o fato de ser uma política pública de Estado nos dá 
a certeza de que será profícua e perene, tornando-se um direito fundamental dos 
adolescentes e jovens na construção de uma sociedade mais justa e solidária.
CARLOS LUPI
Ministro do Trabalho e Emprego
Introdução
Ao proibir o trabalho aos menores de 16 anos, a Constituição da República de 
1988 ressalvou a possibilidade de ingresso no mercado de trabalho na condição de 
aprendiz a partir dos 14 anos. No Brasil, historicamente, a aprendizagem é regula-
da pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e passou por um processo de mo-
dernização com a promulgação das Leis nos 10.097, de 19 de dezembro de 2000, 
11.180, de 23 de setembro de 2005, e 11.788, de 25 de setembro de 2008.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), aprovado pela Lei nº 8.069, de 
13 de julho de 1990, também prevê, nos seus arts. 60 a 69, o direito à aprendiza-
gem, dando-lhe tratamento alinhado ao princípio da proteção integral à criança 
e ao adolescente.
O Decreto nº 5.598, de 1º de dezembro de 2005, que motivou a elaboração 
deste Manual pelo Ministério do Trabalho e Emprego, veio estabelecer os parâ-
metros necessários ao fiel cumprimento da legislação e, assim, regulamentar a 
contratação de aprendizes nos moldes propostos.
A aprendizagem é um instituto que cria oportunidades tanto para o aprendiz 
quanto para as empresas, pois prepara o jovem para desempenhar atividades pro-
fissionais e ter capacidade de discernimento para lidar com diferentes situações no 
mundo do trabalho e, ao mesmo tempo, permite às empresas formarem mão-de-
obra qualificada, cada vez mais necessária em um cenário econômico em perma-
nente evoluçãotecnológica. 
A formação técnico-profissional deve ser constituída por atividades teóricas e 
práticas, organizadas em tarefas de complexidade progressiva, em programa cor-
relato às atividades desenvolvidas nas empresas contratantes, proporcionando ao 
aprendiz uma formação profissional básica.
Essa formação realiza-se em programas de aprendizagem organizados e desen-
volvidos sob orientação e responsabilidade de instituições formadoras legalmente 
qualificadas. O aprendiz é o jovem com idade entre 14 e 24 anos, matriculado em 
curso de aprendizagem profissional e admitido por estabelecimentos de qualquer 
natureza que possuam empregados regidos pela CLT. A matrícula em programas 
de aprendizagem deve observar a prioridade legal atribuída aos Serviços Nacionais 
de Aprendizagem e, subsidiariamente, às Escolas Técnicas de Educação e às Enti-
dades sem Fins Lucrativos (ESFL) que tenham por objetivo a assistência ao adoles-
cente e a educação profissional, registradas no Conselho Municipal dos Direitos da 
Criança e do Adolescente (CMDCA), em se tratando de aprendizes na faixa dos 
14 aos 18 anos.
Em relação aos aprendizes com deficiência, não se aplica o limite de 24 anos 
de idade para sua contratação. 
Por se tratar de norma de natureza trabalhista, cabe ao MTE fiscalizar o cum-
primento da legislação sobre a aprendizagem, bem como dirimir as dúvidas susci-
tadas por quaisquer das partes envolvidas.
O que é preciso saber para contratar o jovem aprendiz 13
Perguntas e Respostas
1) O que é aprendizagem? 
Segundo definição do ECA (art. 62), a aprendizagem é a formação técni-
co-profissional ministrada ao adolescente ou jovem segundo as diretrizes e 
bases da legislação de educação em vigor, implementada por meio de um 
contrato de aprendizagem.
2) O que é o contrato de aprendizagem?
É um contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e de prazo deter-
minado, com duração máxima, em regra, de dois anos. O empregador se 
compromete, nesse contrato, a assegurar ao adolescente/jovem com idade 
entre 14 e 24 anos (não se aplica o limite de 24 anos para o jovem com 
deficiência), inscrito em programa de aprendizagem, uma formação técnico-
profissional metódica, compatível com seu desenvolvimento físico, moral e 
psicológico. O aprendiz, por sua vez, se compromete a executar, com zelo 
e diligência, as tarefas necessárias a essa formação (art. 428 da CLT). O 
programa de aprendizagem será desenvolvido por entidade qualificada para 
esse fim.
O contrato deverá conter, expressamente, o curso, a jornada diária e sema-
nal, a definição da quantidade de horas teóricas e práticas, a remuneração 
mensal e o termo inicial e final do contrato, que devem coincidir com o início 
e término do curso de aprendizagem, previsto no respectivo programa.
3) O que é o programa de aprendizagem?
É o programa técnico-profissional que prevê a execução de atividades teóri-
cas e práticas, sob a orientação de entidade qualificada em formação técni-
co-profissional metódica, com especificação do público-alvo, dos conteúdos 
programáticos a serem ministrados, período de duração, carga horária te-
órica e prática, mecanismos de acompanhamento, avaliação e certificação 
do aprendizado, observando os parâmetros estabelecidos na Portaria MTE 
nº 615, de 13 de dezembro de 2007.
São consideradas atividades teóricas aquelas desenvolvidas na entidade for-
madora, sob orientação desta. As atividades práticas são aquelas desenvol-
vidas na empresa ou na entidade formadora, conforme o caso (ver questões 
12 e 20).
Manual da Aprendizagem14
A entidade formadora deverá fornecer à empresa o respectivo plano de cur-
so e orientá-la para que ela possa compatibilizar o desenvolvimento da prá-
tica à teoria ministrada.
4) Quem pode ser aprendiz?
Aprendiz é o adolescente ou jovem entre 14 e 24 anos que esteja matricu-
lado e freqüentando a escola, caso não haja concluído o ensino médio, e 
inscrito em programa de aprendizagem (art. 428, caput e § 1º, da CLT). Caso 
o aprendiz seja pessoa com deficiência, não haverá limite máximo de idade 
para a contratação (art. 428, § 5º, da CLT).
Nas localidades onde não houver oferta de ensino médio para o cumprimen-
to do disposto no § 1º do art. 428 da CLT, a contratação do aprendiz poderá 
ocorrer sem a freqüência à escola, desde que ele já tenha concluído o ensino 
fundamental (art. 428, § 7º, da CLT). Caso não tenha concluído o ensino 
fundamental, aquela exigência deverá ser atendida, ou seja, a contratação 
só será válida com a freqüência do aprendiz à escola.
Em observância aos princípios contidos no art. 227 da Constituição Federal 
(CF/88) e no ECA, é assegurada aos adolescentes na faixa etária entre 14 e 
18 anos prioridade na contratação para o exercício da função de aprendiz, 
salvo quando:
I – as atividades práticas de aprendizagem ocorrerem no interior do esta-
belecimento, sujeitando os aprendizes à insalubridade ou à periculosidade, 
sem que se possa ilidir o risco ou realizá-las integralmente em ambiente 
simulado;
II – a lei exigir, para o desempenho das atividades práticas, licença ou 
autorização vedada para pessoa com idade inferior a 18 anos; e
III – a natureza das atividades práticas for incompatível com o desenvolvi-
mento físico, psicológico e moral dos adolescentes aprendizes (art. 11, inci-
sos I, II e III, do Decreto nº 5.598/05).
Nas atividades elencadas nos itens acima, deverão ser admitidos, obrigato-
riamente, jovens na faixa etária entre 18 e 24 anos (art. 11, parágrafo único, 
do Decreto nº 5.598/05) e pessoas com deficiência a partir dos 18 anos.
5) Como deve ser feita a seleção do aprendiz?
Desde que observados o princípio constitucional da igualdade e a vedação 
a qualquer tipo de discriminação atentatória aos direitos e liberdades funda-
mentais, o empregador dispõe de total liberdade para selecionar o aprendiz, 
observados os dispositivos legais pertinentes à aprendizagem e a prioridade 
O que é preciso saber para contratar o jovem aprendiz 15
conferida aos adolescentes na faixa etária entre 14 e 18 anos, além das 
diretrizes próprias e as especificidades de cada programa de aprendizagem 
profissional.
6) Quais são os estabelecimentos obrigados a contratar aprendizes?
Os estabelecimentos de qualquer natureza, que tenham pelo menos 7 (sete) 
empregados, são obrigados a contratar aprendizes, de acordo com o percen-
tual exigido por lei (art. 429 da CLT). 
É facultativa a contratação de aprendizes pelas microempresas (ME), empre-
sas de pequeno porte (EPP), inclusive as que fazem parte do Sistema Inte-
grado de Pagamento de Impostos e Contribuições, denominado “SIMPLES” 
(art. 11 da Lei nº 9.841/97), bem como pelas Entidades sem Fins Lucrativos 
(ESFL) que tenham por objetivo a educação profissional (art. 14, I e II, do 
Decreto nº 5.598/05). Nesses casos, o percentual máximo estabelecido no 
art. 429 da CLT deverá ser observado.
Os contratos de aprendizagem ainda em curso, quando as empresas forem 
reclassificadas pela Receita Federal para EPP e ME, deverão ser concluídos na 
forma prevista no contrato e no programa.
7) As empresas públicas e sociedades de economia mista também estão obri-
gadas a contratar aprendizes?
Sim, podendo-se optar pela contratação direta, hipótese em que deverão 
fazê-lo por processo seletivo divulgado por meio de edital ou, indiretamente, 
por meio das ESFL (art. 16 do Decreto nº 5.598/05).
8) Na vigência do contrato de aprendizagem, a empresa pode alterar a moda-
lidade desse contrato para prazo indeterminado?
Não, pois o contrato de aprendizagem é de natureza especial, cujo objeti-
vo principal é a formação profissional do aprendiz. Quando o contrato de 
aprendizagem chegar ao seu termo final, o adolescente/jovem poderá ser 
contratado por prazo indeterminado.
9) O curso, ministrado pelos Serviços Nacionais de Aprendizagem(SENAI, 
SENAC, SENAR, SENAT e SESCOOP), gera algum ônus financeiro para as 
empresas? 
Não, pois as empresas participantes do que se convencionou chamar “Siste-
ma S” já contribuem compulsoriamente para o seu financiamento, por meio 
do recolhimento da alíquota de 1%, incidente sobre a folha de pagamento 
Manual da Aprendizagem16
de salários dos seus empregados. Nesse caso, a empresa arcará apenas com 
os custos trabalhistas e previdenciários do contrato de aprendizagem.
10) E na hipótese de o curso de aprendizagem ser ministrado pelas Entidades 
sem Fins Lucrativos (ESFL)?
A empresa firmará contrato com a ESFL, no qual deverá estar previsto, den-
tre outros itens, eventuais ônus financeiros decorrentes do curso oferecido. 
11) A empresa que tem vários estabelecimentos pode concentrar a realização 
das atividades práticas em um único local?
Sim, desde que os estabelecimentos estejam localizados em um mesmo mu-
nicípio (art. 23, § 3º, do Decreto nº 5.598/05).
É importante lembrar que a lei faculta a concentração em um mesmo es-
tabelecimento apenas das atividades práticas, devendo a formalização do 
registro do aprendiz ser efetuada pelo estabelecimento que esteja obrigado 
a cumprir a cota (CLT, art. 429).
12) As atividades práticas podem ser realizadas exclusivamente na instituição 
qualificadora?
Não, uma vez que isso frustraria uma das funções da aprendizagem, que é 
colocar o aprendiz em contato com o ambiente de trabalho. A permissão 
contida no art. 23 do Decreto nº 5.598/05 se refere às empresas que desen-
volvem atividades insalubres, perigosas ou penosas (ver questão 20), cujas 
atividades práticas do curso de aprendizagem devem ocorrer em ambiente 
simulado, evitando-se que o aprendiz esteja submetido àqueles riscos.
13) Qual é a cota de aprendizes a serem contratados?
A cota de aprendizes está fixada entre 5%, no mínimo, e 15%, no máximo, 
por estabelecimento, calculada sobre o total de empregados cujas funções 
demandem formação profissional. As frações de unidade darão lugar à ad-
missão de um aprendiz (art. 429, caput e § 1º da CLT).
14) Quais as funções que não devem ser consideradas para efeito de cálculo da 
cota de aprendizes?
São excluídas da base de cálculo da cota de aprendizagem as seguintes fun-
ções:
– as funções que exijam formação de nível técnico ou superior e os cargos de di-
reção, de gerência ou de confiança (art. 10, § 1º, do Decreto nº 5.598/05);
O que é preciso saber para contratar o jovem aprendiz 17
– os empregados em regime de trabalho temporário, instituído pela Lei nº 6.019, 
de 3 de janeiro de 1973 (art. 12, do Decreto nº 5.598/05);
– os aprendizes já contratados.
15) Como ficam os contratos de aprendizagem quando há redução no quadro 
de pessoal da empresa?
Os aprendizes não podem ser demitidos em razão da redução do quadro de 
pessoal, pois os contratos de aprendizagem em vigor se vinculam ao número 
de empregados existente no momento do cálculo da cota. Portanto, a redu-
ção do quadro de pessoal só gerará efeitos no futuro. Ademais, as hipóteses 
de dispensa são aquelas expressamente previstas no art. 433 da CLT, que 
não contemplam essa situação. Portanto, os contratos de aprendizagem fir-
mados devem ser mantidos até o seu termo final.
16) A quem compete fiscalizar o cumprimento das cotas de aprendizes?
Cabe às Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego, por meio da 
fiscalização do trabalho, fiscalizar o cumprimento das cotas de aprendizes às 
quais cada empresa está obrigada.
17) A quem compete fiscalizar os programas de aprendizagem desenvolvidos 
pelas ESFL?
Cabe aos Conselhos Tutelares promover a fiscalização dos programas de-
senvolvidos pelas ESFL, para os aprendizes menores de 18 anos, verificando, 
dentre outros aspectos, a adequação das instalações físicas e as condições 
gerais em que se desenvolve a aprendizagem, a regularidade quanto à cons-
tituição da entidade e, principalmente, a observância das proibições previs-
tas no ECA e os requisitos elencados no art. 3º, caput e incisos I a VII, da 
Resolução nº 74, de 13 de setembro de 2001, do Conselho Nacional dos 
Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA).
18) Quais as penalidades previstas e/ou providências cabíveis em caso de des-
cumprimento da legislação de aprendizagem?
São penalidades e/ou providências cabíveis:
– lavratura de auto(s) de infração e conseqüente imposição de multa(s) 
administrativa(s), no âmbito do MTE (art. 434 da CLT), garantido o direito 
de ampla defesa e contraditório;
– encaminhamento de relatórios ao Ministério Público do Trabalho (MPT), 
para as providências legais cabíveis – formalização de termo de ajuste 
de conduta, instauração de inquérito administrativo e/ou ajuizamento de 
ação civil pública;
Manual da Aprendizagem18
– encaminhamento de relatórios ao Ministério Público Estadual/Promotoria 
da Infância e da Juventude para as providências legais cabíveis;
– nulidade do contrato de aprendizagem, com conseqüente caracterização 
da relação de emprego com aquele empregador, na forma de contrato de 
prazo indeterminado, ainda que a contratação tenha sido feita por meio 
de ESFL (art. 15 do Decreto nº 5.598/05);
– encaminhamento de relatórios ao Ministério Público Estadual ou Federal, 
para as providências legais cabíveis, caso sejam constatados indícios de 
infração penal.
19) Quem fica responsável por acompanhar o aprendiz no exercício das ativi-
dades práticas dentro do estabelecimento?
A empresa deve designar formalmente um monitor, ouvida a entidade qua-
lificada em formação técnico-profissional metódica.
O monitor ficará responsável pela coordenação de exercícios práticos e 
acompanhamento das atividades do aprendiz no estabelecimento, buscando 
garantir sempre uma formação que possa de fato contribuir para o seu de-
senvolvimento integral e a consonância com os conteúdos estabelecidos no 
curso em que foi matriculado, de acordo com o programa de aprendizagem 
(art. 23, § 1º, do Decreto nº 5.598/05).
20) As empresas que possuem ambientes e/ou funções perigosas, insalubres 
ou penosas são obrigadas a contratar aprendizes?
Sim, essas empresas devem preencher a cota por meio da contratação de jo-
vens na faixa etária entre 18 e 24 anos (art. 11, parágrafo único, do Decreto 
nº 5.598/05) ou pessoas com deficiência, a partir dos 18 anos, sendo-lhes 
garantida a percepção do adicional respectivo relativamente às horas de ati-
vidades práticas. Excepcionalmente, é permitida a contratação de aprendizes 
na faixa de 14 a 18 anos nesses ambientes, desde que não incida uma das 
hipóteses do art. 11 do Decreto nº 5.598/05 (ver questão nº 4) e mediante 
adoção das seguintes medidas:
1) obter parecer técnico circunstanciado, assinado por profissional legalmen-
te habilitado em segurança e saúde do trabalho, que ateste a ausência de 
risco que possa comprometer a saúde e a segurança do adolescente, a ser 
depositado na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego da cir-
cunscrição onde ocorrerem as referidas atividades (Decreto nº 6.481/08, 
art. 2º, § 1º, II); e/ou
O que é preciso saber para contratar o jovem aprendiz 19
2) optar pela execução das atividades práticas dos adolescentes nas instala-
ções da própria entidade encarregada da formação técnico-profissional, 
em ambiente protegido (art. 23 do Decreto nº 5.598/05).
21) O que é o Cadastro Nacional de Aprendizagem?
O Cadastro Nacional de Aprendizagem, previsto no art. 32 do Decreto 
nº 5.598/05, disponível no sítio eletrônico do MTE (www.mte.gov.br), é um 
banco de dados nacional com informações sobre as entidades de formação 
técnico-profissional e dos cursos de aprendizagem que disponibilizam.
As entidades que tenham por objetivo a assistência ao adolescente e a edu-
cação profissional devem se inscrever no referido cadastro, incluindo seus 
cursos para análise e validaçãopela Secretaria de Políticas Públicas de Em-
prego (SPPE), na forma prevista na Portaria MTE nº 615/07. É facultada a 
inscrição no cadastro aos Serviços Nacionais de Aprendizagem e às Escolas 
Técnicas de Educação, inclusive as agrotécnicas.
A consulta ao cadastro é de acesso livre, via internet, devendo a empresa 
observar se o curso no qual irá matricular o aprendiz está devidamente va-
lidado.
22) Quais as instituições qualificadas para ministrar cursos de aprendizagem e 
onde encontrá-las? 
São qualificadas para ministrar cursos de aprendizagem as seguintes instituições, 
que deverão contar com estrutura adequada ao desenvolvimento dos progra-
mas de aprendizagem, de forma a manter a qualidade do processo de ensino, 
bem como acompanhar e avaliar os resultados (arts. 429 e 430 da CLT).
a) Os Serviços Nacionais de Aprendizagem:
1. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI);
2. Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC);
3. Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR);
4. Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SENAT);
5. Serviço Nacional de Cooperativismo (SESCOOP).
b) Caso os Serviços Nacionais de Aprendizagem não ofereçam cursos ou 
vagas suficientes para atender à demanda dos estabelecimentos, esta 
poderá ser suprida pelas seguintes entidades qualificadas em formação 
técnico-profissional metódica, cabendo à inspeção do trabalho verificar a 
insuficiência de cursos ou vagas (art. 13, parágrafo único, do Decreto 
nº 5.598/05):
Manual da Aprendizagem20
1. as Escolas Técnicas de Educação, inclusive as agrotécnicas;
2. as Entidades sem Fins Lucrativos, que tenham por objetivo a assistência 
ao adolescente e a educação profissional, com registro no CMDCA .
As instituições e os cursos por elas oferecidos e validados pelo MTE podem 
ser encontrados no Cadastro Nacional de Aprendizagem (ver questão 21).
23) As ESFL que não têm registro no CMDCA também podem ministrar cursos 
de aprendizagem?
Conforme estabelece o art. 91 do ECA e o art. 2º da Resolução CONANDA 
nº 74/01, as entidades sem fins lucrativos de assistência ao adolescente e à 
educação profissional só podem funcionar após o registro no CMDCA. 
Assim, a falta do registro no CMDCA impossibilita à ESFL ministrar cursos de 
aprendizagem destinados a adolescentes com idade entre 14 e 18 anos.
24) Quais são os pré-requisitos básicos para que as ESFL possam obter o regis-
tro no CMDCA? 
Além de requisitos específicos que podem ser exigidos pelos CMDCA, as 
ESFL devem cumprir os pré-requisitos básicos previstos no art. 91, parágrafo 
único, do ECA:
– oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, hi-
giene, salubridade e segurança;
– apresentar plano de trabalho compatível com os princípios do ECA;
– estar regularmente constituída para ministrar a aprendizagem;
– ter em seus quadros pessoas idôneas, com reconhecida habilidade profis-
sional para tratar de assuntos relacionados à aprendizagem profissional.
25) Onde devem ser inscritos os programas de aprendizagem das ESFL? 
Em relação aos cursos de aprendizagem destinados aos adolescentes entre 
14 e 18 anos, os programas devem ser inscritos nos CMDCA onde a entida-
de houver sido registrada (art. 2º da Resolução CONANDA nº 74/01) e tam-
bém entregues nas unidades do MTE, juntamente com o recibo de inclusão 
no Cadastro Nacional de Aprendizagem. 
Os cursos destinados à faixa etária de 18 a 24 anos (o limite de 24 anos não 
se aplica aos aprendizes com deficiência) devem ser incluídos no Cadastro 
Nacional de Aprendizagem e terem os seus programas entregues apenas nas 
unidades do MTE.
O que é preciso saber para contratar o jovem aprendiz 21
26) O aprendiz terá direito a algum comprovante de conclusão do curso de 
aprendizagem?
Sim, ao aprendiz que tiver concluído, com aproveitamento, o curso de 
aprendizagem, será concedido, obrigatoriamente, certificado de qualificação 
profissional (art. 430, § 2º, da CLT).
27) É possível inserir, a qualquer tempo, aprendiz com o curso de aprendiza-
gem em andamento?
O curso de aprendizagem deve ser elaborado com conteúdo e atividades em 
grau de complexidade progressiva, obedecendo itinerários de conteúdo pre-
fixado, com previsibilidade de começo e fim, não sendo possível a inserção 
de aprendizes a qualquer tempo, sem prejuízo do conteúdo programático.
No entanto, se o curso for organizado em módulos, de forma que sejam in-
dependentes entre si, a inserção poderá ser no início de cada módulo, desde 
que essa possibilidade esteja prevista no programa do curso. A certificação, 
nesse caso, deverá ser por módulo. É importante ressaltar que os contratos 
de aprendizagem serão firmados, sempre, pela duração dos cursos e não dos 
módulos.
28) A formação teórica da aprendizagem pode ser realizada antes da formaliza-
ção do contrato de aprendizagem pela empresa? 
Não, pois o programa de aprendizagem profissional é composto de teoria e 
prática, que devem ser ministradas concomitantemente dentro do contrato 
de aprendizagem. Além disso, conforme dispõe o art. 428 da CLT, a forma-
ção técnico-profissional metódica do aprendiz deve ser assegurada pelo em-
pregador. Portanto, cursos realizados anteriormente ao contrato de aprendi-
zagem não podem ser computados na parte teórica do programa.
Da mesma forma, o contrário também não é possível, ou seja, a par-
te prática do programa não pode ser iniciada antes do início do curso de 
aprendizagem .
29) Quais são as formas de contratação de aprendizes?
A contratação de aprendizes deve ser efetivada diretamente pela empresa 
onde se realizará a aprendizagem. É facultada a contratação pelas ESFL que 
ministram o curso de aprendizagem, na hipótese de os Serviços Nacionais de 
Aprendizagem ou as Escolas Técnicas de Educação não oferecerem cursos ou 
vagas suficientes para atender à demanda dos estabelecimentos (arts. 430 
e 431 da CLT). 
Manual da Aprendizagem22
30) Quem é responsável pela matrícula do aprendiz no curso de aprendizagem? 
A responsabilidade da matrícula é sempre do empregador (art. 429 da 
CLT).
31) Como formalizar a contratação do aprendiz?
A contratação do aprendiz deve ser formalizada por meio da anotação em 
CTPS e no livro de registro/ficha ou sistema eletrônico de registro de em-
pregado. No campo função deve ser aposta a palavra “aprendiz” seguida 
da função constante no programa de aprendizagem com correspondência 
na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Em anotações gerais, deve 
ser especificada a data de início e término do contrato de aprendizagem (art. 
29 da CLT).
32) O que é arco ocupacional e como formalizar o contrato, caso seja utilizado ?
Arco ocupacional “é entendido como um conjunto de ocupações relacio-
nadas, dotadas de base técnica comum, que podem abranger as esferas da 
produção, da circulação de bens e da prestação de serviços, garantindo uma 
formação mais ampla e aumentando as possibilidades de inserção ocupacio-
nal do trabalhador (assalariamento, auto-emprego e economia solidária)”.1 
A utilização do arco ocupacional deve ser bastante criteriosa. Assim, cabe à 
entidade de formação profissional que optar pela utilização dessa metodolo-
gia cuidar para que, na elaboração do conteúdo programático, as atividades 
teóricas e práticas contemplem todas as funções do arco escolhido. À em-
presa, por sua vez, cumpre observar se possui condições de proporcionar ao 
aprendiz as atividades práticas de todas as funções do arco. Se isso não for 
possível, deve optar por um curso que abranja apenas uma ocupação.
Na formalização do contrato, o aprendiz pode ser registrado em qualquer 
uma das funções que integram o arco ocupacional, devendo constar no con-
trato de aprendizagem e na CTPS (anotações gerais) a informação de que o 
contrato será desenvolvido na modalidade de arco ocupacional, especifican-
do o arco, suasfunções e respectivos códigos na CBO. 
Caso alguma das funções do arco tenha condição mais favorável para o 
aprendiz, fixada em convenção ou acordo coletivo, essa deverá ser a função 
registrada.
1 http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf/certifica_minuta.pdf.
O que é preciso saber para contratar o jovem aprendiz 23
Deverão ser observadas também, tanto pelas entidades formadoras quanto 
pelas empresas, as proibições de trabalho do menor de 18 anos nas ativi-
dades descritas na Lista das Piores Formas de Trabalho Infantil (LISTA TIP). 
Caso alguma das atividades seja proibida ao aprendiz menor de 18 anos, o 
curso não poderá ser ministrado com utilização de arco ocupacional, ressal-
vadas as hipóteses contempladas no art. 2º, § 1º, incisos I e II, do Decreto 
nº 6.481/08 (ver questão 20).
33) O que deve constar necessariamente no contrato de aprendizagem? 
Devem constar no contrato de aprendizagem as seguintes informações bá-
sicas:
– qualificação da empresa contratante;
– qualificação do aprendiz;
– identificação da entidade que ministra o curso;
– designação da função e curso no qual o aprendiz estiver matriculado (ver 
questão nº 32 sobre o arco ocupacional);
– salário ou remuneração mensal (ou salário-hora);
– jornada diária e semanal, com indicação dos tempos dedicados às ativida-
des teóricas e práticas; 
– termo inicial e final do contrato de aprendizagem, que deve coincidir com 
o início e término do curso de aprendizagem, previsto no respectivo pro-
grama;
– assinatura do aprendiz e do responsável legal da empresa (art. 428 da 
CLT). O aprendiz na faixa etária entre 14 e 16 anos é considerado absolu-
tamente incapaz de exercer pessoalmente os atos da vida civil, nos termos 
do art. 3º do Código Civil (Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002), de-
vendo o contrato ser assinado pelo seu responsável legal.
34) O aprendiz adolescente, entre 14 e 18 anos, pode desempenhar atividades 
pertinentes à aprendizagem a mais de um empregador?
Sim, desde que os programas de aprendizagem possuam conteúdos distintos 
e que as horas de atividade prática e teórica de cada programa sejam soma-
das (art. 414 da CLT e art. 21, caput, do Decreto nº 5.598/05), para efeito 
da observância da jornada máxima diária (art. 432 da CLT), em respeito aos 
direitos assegurados pelo ECA, principalmente em relação à garantia da 
freqüência à escola regular e à observância da condição peculiar de pessoa 
em desenvolvimento (art. 21, § 1º, do Decreto nº 5.598/05, e arts. 67, inciso 
IV, e 69, inciso I, do ECA).
Manual da Aprendizagem24
35) O empregador pode formalizar novo contrato de aprendizagem com o mes-
mo aprendiz após o término do anterior, mesmo quando o prazo do primei-
ro contrato for inferior a dois anos?
Não, pois a finalidade primordial do contrato de aprendizagem estaria sen-
do frustrada, ao se admitir a permanência do aprendiz na empresa após o 
término do contrato anterior, por meio de um novo contrato de mesma na-
tureza, ainda que com conteúdo distinto, em vez de capacitá-lo a ingressar 
no mercado de trabalho. Ademais, o art. 452 da CLT considera de prazo 
indeterminado todo contrato que suceder, dentro do prazo de seis meses, a 
outro contrato de prazo determinado, salvo se a expiração deste dependeu 
da execução de serviços ou da realização de certos acontecimentos.
36) O contrato de aprendizagem pode ser prorrogado?
Não, porque o contrato de aprendizagem, embora pertencente ao gênero 
dos contratos de prazo determinado, é de natureza especial. A duração do 
contrato está vinculada à duração do curso de aprendizagem, cujo conteúdo 
é organizado em grau de complexidade progressiva, conforme previsão em 
programa previamente elaborado pela entidade formadora e validado no 
Cadastro Nacional de Aprendizagem, o que é incompatível com a prorro-
gação.
37) O jovem que tenha firmado contrato de emprego pode ser contratado como 
aprendiz?
Na mesma empresa, não.
38) Qual deve ser o salário do aprendiz?
A lei garante ao aprendiz o direito ao salário mínimo-hora, observando-se, 
caso exista, o piso estadual. No entanto, o contrato de aprendizagem, a 
convenção ou o acordo coletivo da categoria poderá garantir ao aprendiz 
salário maior que o mínimo (art. 428, § 2º, da CLT e art. 17, parágrafo único 
do Decreto nº 5.598/05). Além das horas destinadas às atividades práticas, 
deverão ser computadas no salário também as horas destinadas às aulas 
teóricas, o descanso semanal remunerado e feriados.
39) Como é calculado o salário do aprendiz?
No cálculo do salário do aprendiz, deve-se considerar o total das horas tra-
balhadas, computadas as referentes às atividades teóricas, e também o re-
O que é preciso saber para contratar o jovem aprendiz 25
pouso semanal remunerado e feriados, não contemplados no valor unitário 
do salário-hora, nos termos da fórmula seguinte:
Salário Mensal = Salário-hora x horas trabalhadas semanais x semanas do mês x 7
6
Observação: O número de semanas varia de acordo com o número de dias do 
mês.
Número de dias do mês Número de semanas do mês
31 4,4285
30 4,2857
29 4,1428
28 4
40) Quais descontos podem ser feitos no salário do aprendiz?
Aplica-se ao aprendiz a regra do art. 462 da CLT, ou seja, é vedado efetuar 
qualquer desconto no salário, salvo quando este resultar de adiantamen-
tos, de dispositivos de lei ou de convenção ou acordo coletivo que lhes seja 
 aplicável.
41) Qual é a alíquota do FGTS do aprendiz?
A alíquota do FGTS é de 2%, devendo ser recolhida pelo Código nº 7 da Cai-
xa Econômica Federal (art. 24, parágrafo único, do Decreto nº 5.598/05).
42) Deve ser recolhida a contribuição sindical prevista no art. 579 da CLT refe-
rente aos aprendizes?
O aprendiz também integra a categoria na qual está sendo formado, não 
obstante só faça jus aos direitos da respectiva convenção/acordo coletivo se 
houver previsão expressa nesse sentido. Assim, a empresa deve recolher a 
contribuição sindical em relação a todo aprendiz, pois o chamado “imposto 
sindical” é devido por todos os empregados da categoria. 
43) A falta ao curso de aprendizagem pode ser descontada do salário?
Sim, pois as horas dedicadas às atividades teóricas também integram a jorna-
da do aprendiz, podendo ser descontadas as faltas que não forem legalmen-
te justificadas (art. 131 da CLT) ou autorizadas pelo empregador, inclusive 
com reflexos no recebimento do repouso semanal remunerado e nos even-
tuais feriados da semana.
Manual da Aprendizagem26
44) Qual é a jornada de trabalho permitida para o aprendiz?
A jornada de trabalho legalmente permitida é de:
– 6 horas diárias, no máximo, para os que ainda não concluíram o ensi-
no fundamental, computadas as horas destinadas às atividades teóricas e 
práticas, cuja proporção deverá estar prevista no contrato (art. 432, caput, 
da CLT);
– 8 horas diárias, no máximo, para os que concluíram o ensino fundamen-
tal, computadas as horas destinadas às atividades teóricas e práticas (art. 
432, § 1º, da CLT), cuja proporção deverá estar prevista no contrato. Não 
é, portanto, possível uma jornada diária de 8 horas somente com ativida-
des práticas.
Em qualquer caso, a compensação e a prorrogação da jornada são proibidas 
(art. 432, caput, da CLT).
Na fixação da jornada do aprendiz adolescente, na faixa dos 14 aos 18 anos, 
a entidade qualificada em formação profissional metódica deve também ob-
servar os demais direitos assegurados pelo ECA (art. 21, § 1º, do Decreto 
nº 5.598/05).
45) É permitido o trabalho do aprendiz aos domingos e feriados?
Sim, desde que a empresa possua autorização para trabalhar nesses dias e 
seja garantido ao aprendiz o repouso, que deve abranger as atividades prá-
ticas e teóricas, em outro dia da semana. Ressalte-se que o art. 432 da CLT 
veda ao aprendiz a prorrogação e compensação de jornada. 
46) Oaprendiz com idade inferior a 18 anos pode trabalhar em horário 
noturno ?
Não, uma vez que a legislação proíbe ao menor de 18 anos o trabalho no-
turno, considerado este o que for executado no período compreendido entre 
as 22h de um dia e as 5h do dia seguinte (art. 404 da CLT), para o trabalho 
urbano. Já para o trabalho rural, considera-se trabalho noturno o executa-
do entre as 21h de um dia e as 5h do dia seguinte, na lavoura, e entre as 
20h de um dia e as 4h do dia seguinte, na atividade pecuária (art. 7º da Lei 
nº 5.889, de 8 de junho de 1973).
Quanto ao aprendiz com idade superior a 18 anos, não há vedação legal ao 
trabalho noturno, sendo-lhe assegurado o pagamento do adicional respectivo.
O que é preciso saber para contratar o jovem aprendiz 27
47) O aprendiz tem direito ao vale-transporte?
Sim, é assegurado o vale-transporte para o deslocamento residência-em-
presa e vice-versa ou residência-instituição formadora e vice-versa (art. 27 
do Decreto nº 5.598/05). Caso, no mesmo dia, o aprendiz tenha que se 
deslocar para empresa e para instituição formadora, devem ser fornecidos 
vales-transporte suficientes para todo o percurso. 
48) Ao aprendiz são assegurados integralmente as vantagens e/ou benefícios 
concedidos aos demais empregados da empresa constantes dos acordos ou 
convenções coletivas?
Apenas quando houver previsão expressa nas convenções ou acordos cole-
tivos (art. 26 do Decreto nº 5.598/05). Outra hipótese é a concessão dos 
benefícios e vantagens por liberalidade do empregador. 
49) O aprendiz tem direito ao seguro-desemprego?
Aos aprendizes são assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários 
(art. 65 do ECA). Assim, caso o contrato seja rescindido antecipadamente 
em razão da cessação da atividade empresarial, falecimento do emprega-
dor constituído em empresa individual e falência da empresa, terá direito 
ao seguro-desemprego, desde que sejam preenchidos também os seguintes 
requisitos legais:
I – ter recebido salários de pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada, 
relativos a cada um dos 6 (seis) meses imediatamente anteriores à data da 
dispensa;
II – ter sido empregado de pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada 
ou ter exercido atividade legalmente reconhecida como autônoma, durante 
pelo menos 15 (quinze) meses nos últimos 24 (vinte e quatro) meses;
III – não estar em gozo de qualquer benefício previdenciário de prestação 
continuada, previsto no Regulamento dos Benefícios da Previdência Social, 
excetuado o auxílio-acidente e o auxílio suplementar previstos na Lei nº 6.367, 
de 19 de outubro de 1976, bem como o abono de permanência em serviço 
previsto na Lei nº 5.890, de 8 de junho de 1973;
IV – não estar em gozo do auxílio-desemprego; e
V – não possuir renda própria de qualquer natureza suficiente a sua manu-
tenção e a de sua família.
Manual da Aprendizagem28
50) Durante as folgas das atividades teóricas, pode o aprendiz cumprir jornada 
integral na empresa?
Sim, desde que a referida hipótese esteja expressamente prevista no pro-
grama de aprendizagem e que não seja ultrapassada a jornada prevista no 
art. 432, caput e § 1º, da CLT, que é de 6 ou 8 horas, conforme o caso (ver 
questão 44) .
51) As férias do aprendiz com idade inferior a 18 anos deverão sempre coinci-
dir com as férias escolares?
Sim (art. 136, § 2º, da CLT).
52) Aplica-se ao aprendiz o art. 130 da CLT?
Sim. 
53) Como proceder em caso de concessão de férias coletivas?
Mesmo nessa hipótese, o aprendiz com idade inferior a 18 anos não perde 
o direito de ter as suas férias coincididas com as da escola regular, devendo 
gozar as férias coletivas a título de licença remunerada.
54) A rescisão do contrato de trabalho do aprendiz deve ser assistida (homolo-
gada)?
Sim, desde que os contratos tenham duração superior a um ano (art. 477, § 
1º, da CLT). Caso seja menor de 18 anos, a quitação das verbas rescisórias 
pelo aprendiz deverá ser assistida pelo seu representante legal (art. 439 da 
CLT). Se legalmente emancipado, nos termos do Código Civil, poderá ele 
próprio dar quitação dos valores pagos.
55) Quem presta a assistência aos aprendizes na rescisão contratual?
A assistência (homologação) pode ser prestada pelos sindicatos profissionais 
ou pelas unidades do MTE. São subsidiariamente competentes o Ministério 
Público, o Defensor Público ou o Juiz de Paz, na ausência ou impedimento dos 
citados acima (art. 5º, incisos I e II, e § 2º da Instrução Normativa SRT nº 03, 
de 21 de junho de 2002).
O que é preciso saber para contratar o jovem aprendiz 29
56) Quais as hipóteses de extinção do contrato de aprendizagem?
São hipóteses de rescisão de contrato de aprendiz: 
I – término do seu prazo de duração;
II – quando o aprendiz chegar à idade-limite de 24 anos, salvo nos casos de 
aprendizes com deficiência;
III – ou, antecipadamente, nos seguintes casos:
a) desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz;
b) falta disciplinar grave (art. 482 da CLT);
c) ausência injustificada à escola que implique perda do ano letivo;
d) a pedido do aprendiz.
57) Quem pode atestar o desempenho insuficiente ou inadaptação do 
aprendiz ? 
O desempenho insuficiente ou a inadaptação do aprendiz referentes às 
atividades do programa de aprendizagem será caracterizado em laudo de 
avaliação elaborado pela instituição de aprendizagem (art. 29, I, Decreto 
nº 5.598/05).
58) Além daquelas previstas no art. 433 da CLT, há outras hipóteses de rescisão 
antecipada do contrato do aprendiz?
Sim, o aprendiz poderá ter o seu contrato de trabalho rescindido antecipada-
mente no encerramento das atividades da empresa, morte do empregador 
constituído em empresa individual e falência, hipóteses em que terá direito, 
além das verbas rescisórias devidas, à indenização do art. 479 da CLT.
Manual da Aprendizagem30
59) Quais são os direitos e as verbas rescisórias devidas ao aprendiz no tér-
mino do contrato?
VERBAS RESCISÓRIAS
Causas da Rescisão
Saldo 
de 
Salário
Aviso- 
Prévio
13º Salário Férias +1/3 FGTS Indeni-
zação do 
art. 479 
CLT
Indeni-
zação do 
art. 480 
CLTIntegral
Propor-
cional
Integral
Propor-
cional
Saque Multa
Rescisão a 
termo
Término do 
contrato
SIM NÃO SIM SIM SIM SIM SIM NÃO NÃO NÃO
Rescisão 
antecipada
Implemento 
da idade
SIM NÃO SIM SIM SIM SIM SIM NÃO NÃO NÃO
Desempe-
nho insu-
ficiente ou 
inadaptação 
do aprendiz 
SIM NÃO SIM SIM SIM SIM NÃO NÃO NÃO NÃO
Falta 
disciplinar 
grave (art. 
482 CLT)
SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO
Ausência 
injustificada 
à escola 
que implica 
perda do 
ano letivo
SIM NÃO SIM SIM SIM SIM NÃO NÃO NÃO NÃO
A pedido do 
aprendiz
SIM NÃO SIM SIM SIM SIM NÃO NÃO NÃO NÃO
Fechamento 
da empresa 
(falência, 
encerra-
mento das 
atividades 
ou morte do 
empregador)
SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM NÃO
O que é preciso saber para contratar o jovem aprendiz 31
60) Qual o prazo legal para efetuar a rescisão contratual?
O empregador deve efetuar o pagamento das verbas rescisórias do aprendiz 
até o primeiro dia útil imediato ao término do contrato ou até o décimo dia, 
contado da data da notificação da demissão, no caso de ausência de aviso 
prévio, indenização deste ou dispensa do seu cumprimento (art. 11, incisos I 
e II, da IN nº 03/02 SRT/MTE).
61) Quais as implicações da continuidade do aprendiz na empresa após o tér-
mino do contrato?
O contrato passa a vigorar como contrato de prazo indeterminado, com 
todos os direitos dele decorrentes.
62) Ao contratar um aprendiz com deficiência, a empresa está cumprindo as 
duas cotas?
Não, pois são duas exigências legais visando proteger direitos distintos, que 
não se sobrepõem: o direito à aprendizagem profissional, em relação aos 
aprendizes, e o direito ao vínculo de empregopor tempo indeterminado, em 
relação às pessoas com deficiência.
63) As funções preenchidas pelos aprendizes contratados devem ser computadas 
para efeito da base de cálculo da cota de pessoas com deficiência?
Não, porque o contrato de aprendizagem é de natureza especial, de prazo 
determinado, cujo objetivo é a formação profissional do adolescente ou jo-
vem, razão pela qual não deve ser incluído no cálculo da cota de pessoas 
com deficiência.
64) As hipóteses de estabilidade provisória decorrentes de acidente de traba-
lho e de gravidez são aplicáveis ao contrato de aprendizagem?
As hipóteses de estabilidade provisória acidentária e a decorrente de gra-
videz não são aplicáveis aos contratos de aprendizagem, pois se trata de 
contrato com prazo prefixado para o respectivo término. Entretanto, cabe ao 
empregador recolher o FGTS do aprendiz durante o período de afastamento 
(art. 28 do Decreto nº 99.684, de 8 de novembro de 1990), computando-se 
este período, desde que não seja superior a seis meses, para fins de aquisição 
do direito às férias anuais (art. 133, IV, da CLT).
65) Como fica o contrato do aprendiz selecionado pelo serviço militar?
O afastamento do aprendiz em virtude das exigências do serviço militar não 
constitui causa para rescisão do contrato, podendo as partes acordar se o 
Manual da Aprendizagem32
respectivo tempo de afastamento será computado na contagem do prazo 
restante para o término do contrato do aprendiz (art. 472, caput e § 2º, da 
CLT), cabendo à empresa recolher o FGTS durante o período de afastamen-
to (art. 15, § 5º, da Lei nº 8.036/90).
Transcorrido o período de afastamento sem atingir o termo final do contrato 
e não sendo possível ao aprendiz concluir a formação prevista no programa 
de aprendizagem, o contrato deverá ser rescindido sem justa causa e poderá 
ser-lhe concedido um certificado de participação ou, se for o caso, um certi-
ficado de conclusão de bloco ou módulo cursado.
Caso o termo final do contrato ocorra durante o período de afastamento e 
não tenha sido feita a opção do art. 472, § 2º, da CLT, o contrato deverá ser 
rescindido normalmente na data predeterminada para seu término.
66) Como fica o contrato de aprendizagem em casos de afastamento em razão 
de licença-maternidade, acidente de trabalho ou auxílio-doença?
Esses afastamentos também não constituem, por si só, causa para rescisão 
do contrato, produzindo os mesmos efeitos que nos contratos de prazo de-
terminado.
Além disso, durante o período de afastamento em razão da licença-materni-
dade e acidente de trabalho, deverá ser recolhido o FGTS do aprendiz.
Durante o afastamento, o aprendiz não poderá freqüentar a formação teó-
rica, já que essa formação também faz parte do contrato de aprendizagem, 
sendo as horas teóricas consideradas efetivamente trabalhadas.
Transcorrido o período de afastamento sem atingir o termo final do contrato 
e não sendo possível ao aprendiz concluir a formação prevista no programa 
de aprendizagem, o contrato deverá ser rescindido sem justa causa e poderá 
ser-lhe concedido um certificado de participação ou, se for o caso, um certi-
ficado de conclusão de bloco ou módulo cursado.
Caso o termo final do contrato ocorra durante o período de afastamento e 
não tenha sido feita a opção do art. 472, § 2º, da CLT, o contrato deverá ser 
rescindido normalmente na data predeterminada para o seu término.
67) A contratação, dispensa ou rescisão do contrato do aprendiz devem ser in-
formadas no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED)? 
Sim, como empregado contratado sob o regime da CLT, qualquer movimen-
tação referente ao aprendiz deve ser informada por meio do CAGED (art. 1º, 
§ 1º, da Lei nº 4.923, de 23 de dezembro de 1965). É importante que se uti-
lize a mesma função constante no contrato, no programa de aprendizagem, 
O que é preciso saber para contratar o jovem aprendiz 33
na CTPS e na declaração de matrícula, devendo-se observar a CBO. Caso 
não seja possível localizar na CBO a função idêntica à descrita nos documen-
tos acima, deve-se utilizar a nomenclatura da função mais assemelhada.
68) O aprendiz deve ser incluído na Relação Anual de Informações Sociais 
(RAIS)?
Sim, devendo-se informar no campo referente ao vínculo empregatício o 
Código nº 55, conforme instruções contidas no Manual de Informação da 
RAIS, disponível no endereço eletrônico do MTE (art. 3º, X, da Portaria MTE 
nº 500, de 22 de dezembro de 2005).
69) É possível haver curso de aprendizagem a distância?
Atualmente não, pois a aprendizagem a que se refere a CLT é a de nível 
básico, enquanto a educação a distância, prevista pelo Decreto nº 5.622/05, 
abrange, em se tratando de educação profissional, os cursos e programas 
técnicos, de nível médio, e tecnológico, de nível superior (art. 2º, IV, alíneas 
“a” e “b”, do Decreto nº 5.622/05).
Manual da Aprendizagem34
Anexos
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT
.......................................................................................................................
CAPÍTULO IV
DA PROTEÇÃO DO TRABALHO DO MENOR
Seção I
Disposições Gerais
Art. 402. Considera-se menor para os efeitos desta Consolidação o trabalha-
dor de 14 (quatorze) até 18 (dezoito) anos.
Parágrafo único. O trabalho do menor reger-se-á pelas disposições do pre-
sente Capítulo, exceto no serviço em oficinas em que trabalhem exclusivamente 
pessoas da família do menor e esteja este sob a direção do pai, mãe ou tutor, ob-
servado, entretanto, o disposto nos arts. 404, 405 e na Seção II. 
Art. 403. É proibido qualquer trabalho a menores de 16 (dezesseis) anos de 
idade, salvo na condição de aprendiz, a partir dos 14 (quatorze) anos.
Parágrafo único. O trabalho do menor não poderá ser realizado em locais pre-
judiciais à sua formação, ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social e 
em horários e locais que não permitam a freqüência à escola.
a) revogada;
b) revogada.
Art. 404. Ao menor de 18 (dezoito) anos é vedado o trabalho noturno, con-
siderado este o que for executado no período compreendido entre as 22 (vinte e 
duas) e as 5 (cinco) horas.
Art. 405. Ao menor não será permitido o trabalho: 
I – nos locais e serviços perigosos ou insalubres, constantes de quadro para 
esse fim aprovado pela Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho; 
O que é preciso saber para contratar o jovem aprendiz 35
II – em locais ou serviços prejudiciais à sua moralidade. 
§ 1º (Revogado pela Lei nº 10.097, de 19.12.2000)
§ 2º O trabalho exercido nas ruas, praças e outros logradouros dependerá de 
prévia autorização do Juiz da Infância e da Juventude, ao qual cabe verificar se 
a ocupação é indispensável à sua própria subsistência ou à de seus pais, avós ou 
irmãos e se dessa ocupação não poderá advir prejuízo à sua formação moral.
§ 3º Considera-se prejudicial à moralidade do menor o trabalho: 
a) prestado de qualquer modo, em teatros de revista, cinemas, boates, cas-
sinos, cabarés, dancings e estabelecimentos análogos;
b) em empresas circenses, em funções de acrobata, saltimbanco, ginasta e 
outras semelhantes;
c) de produção, composição, entrega ou venda de escritos, impressos, carta-
zes, desenhos, gravuras, pinturas, emblemas, imagens e quaisquer outros 
objetos que possam, a juízo da autoridade competente, prejudicar sua 
formação moral;
d) consistente na venda, a varejo, de bebidas alcoólicas. 
§ 4º Nas localidades em que existirem, oficialmente reconhecidas, instituições 
destinadas ao amparo dos menores jornaleiros, só aos que se encontrem sob o 
patrocínio dessas entidades será outorgada a autorização do trabalho a que alude 
o § 2º. 
§ 5º Aplica-se ao menor o disposto no art. 390 e seu parágrafo único.
Art. 406. O Juiz da Infância e da Juventude poderá autorizar ao menor o tra-
balho a que se referem as letras “a”e “b” do § 3º do art. 405: 
I – desde que a representação tenha fim educativo ou a peça de que participe 
não possa ser prejudicial à sua formação moral; 
II – desde que se certifique ser a ocupação do menor indispensável à própria 
subsistência ou à de seus pais, avós ou irmãos e não advir nenhum prejuízo à sua 
formação moral. 
Art. 407. Verificado pela autoridade competente que o trabalho executado 
pelo menor é prejudicial à sua saúde, ao seu desenvolvimento físico ou a sua 
moralidade, poderá ela obrigá-lo a abandonar o serviço, devendo a respectiva 
empresa, quando for o caso, proporcionar ao menor todas as facilidades para 
mudar de funções.
Manual da Aprendizagem36
Parágrafo único. Quando a empresa não tomar as medidas possíveis e re-
comendadas pela autoridade competente para que o menor mude de função, 
configurar-se-á a rescisão do contrato de trabalho, na forma do art. 483. 
Art. 408. Ao responsável legal do menor é facultado pleitear a extinção do 
contrato de trabalho, desde que o serviço possa acarretar para ele prejuízos de 
ordem física ou moral. 
Art. 409. Para maior segurança do trabalho e garantia da saúde dos menores, 
a autoridade fiscalizadora poderá proibir-lhes o gozo dos períodos de repouso nos 
locais de trabalho.
Art. 410. O Ministro do Trabalho poderá derrogar qualquer proibição decor-
rente do quadro a que se refere o inciso I do art. 405 quando se certificar haver 
desaparecido, parcial ou totalmente, o caráter perigoso ou insalubre que determi-
nou a proibição.
Seção II
Da Duração do Trabalho
Art. 411. A duração do trabalho do menor regular-se-á pelas disposições legais 
relativas à duração do trabalho em geral, com as restrições estabelecidas neste 
Capítulo.
Art. 412. Após cada período de trabalho efetivo, quer contínuo, quer dividido 
em 2 (dois) turnos, haverá um intervalo de repouso, não inferior a 11(onze) horas.
Art. 413. É vedado prorrogar a duração normal diária do trabalho do menor, 
salvo: 
I – até mais 2 (duas) horas, independentemente de acréscimo salarial, median-
te convenção ou acordo coletivo nos termos do Título VI desta Consolidação, des-
de que o excesso de horas em um dia seja compensado pela diminuição em outro, 
de modo a ser observado o limite máximo de 48 (quarenta e oito) horas semanais 
ou outro inferior legalmente fixada;
Nota: Limite máximo da jornada de trabalho: 44 horas semanais (Contituição Federal, 
art. 7º, XIII).
II – excepcionalmente, por motivo de força maior, até o máximo de 12 (doze) 
horas, com acréscimo salarial de, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) sobre 
a hora normal e desde que o trabalho do menor seja imprescindível ao funciona-
mento do estabelecimento.
Nota: A remuneração do serviço extraordinário deve ser superior, no mínimo, em 
50% à da hora normal (Contituição Federal, art. 7º, XVI).
O que é preciso saber para contratar o jovem aprendiz 37
Parágrafo único. Aplica-se à prorrogação do trabalho do menor o disposto no 
art. 375, no parágrafo único do art. 376, no art. 378 e no art. 384 desta Conso-
lidação. 
Art. 414. Quando o menor de 18 (dezoito) anos for empregado em mais de 
um estabelecimento, as horas de trabalho em cada um serão totalizadas.
Seção III
Da Admissão em Emprego e da Carteira de Trabalho e Previdência Social
Art. 415. Revogado. 
Art. 416. Revogado. 
Art. 417. Revogado.
Art. 418. Revogado pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989. 
Art. 419. Revogado. 
Art. 420. Revogado.
Art. 421. Revogado.
Art. 422. Revogado.
Art. 423. Revogado.
Seção IV
Dos Deveres dos Responsáveis Legais de Menores e dos Empregadores da 
Aprendizagem
Art. 424. É dever dos responsáveis legais de menores, pais, mães, ou tutores, 
afastá-los de empregos que diminuam consideravelmente o seu tempo de estudo, 
reduzam o tempo de repouso necessário à sua saúde e constituição física, ou pre-
judiquem a sua educação moral.
Art. 425. Os empregadores de menores de 18 (dezoito) anos são obrigados a 
velar pela observância, nos seus estabelecimentos ou empresas, dos bons costu-
mes e da decência pública, bem como das regras da segurança e da medicina do 
trabalho. 
Art. 426. É dever do empregador, na hipótese do art. 407, proporcionar ao 
menor todas as facilidades para mudar de serviço.
Manual da Aprendizagem38
Art. 427. O empregador, cuja empresa ou estabelecimento ocupar menores, 
será obrigado a conceder-lhes o tempo que for necessário para a freqüência às 
aulas.
Parágrafo único. Os estabelecimentos situados em lugar onde a escola estiver 
a maior distância que 2 (dois) quilômetros e que ocuparem, permanentemente, 
mais de 30 (trinta) menores analfabetos, de 14 (quatorze) a 18 (dezoito) anos, 
serão obrigados a manter local apropriado em que lhes seja ministrada a instrução 
primária.
Art. 428. Contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajusta-
do por escrito e por prazo determinado, em que o empregador se compromete a 
assegurar ao maior de 14 (quatorze) e menor de 24 (vinte e quatro) anos inscrito 
em programa de aprendizagem formação técnico-profissional metódica, compatí-
vel com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a executar 
com zelo e diligência as tarefas necessárias a essa formação. 
§ 1º A validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na Carteira 
de Trabalho e Previdência Social, matrícula e freqüência do aprendiz na escola, 
caso não haja concluído o ensino médio, e inscrição em programa de aprendiza-
gem desenvolvido sob orientação de entidade qualificada em formação técnico-
profissional metódica. 
§ 2º Ao menor aprendiz, salvo condição mais favorável, será garantido o sa-
lário mínimo hora.
§ 3º O contrato de aprendizagem não poderá ser estipulado por mais de 2 (dois) 
anos, exceto quando se tratar de aprendiz portador de deficiência. 
§ 4º A formação técnico-profissional a que se refere o caput deste artigo ca-
racteriza-se por atividades teóricas e práticas, metodicamente organizadas em ta-
refas de complexidade progressiva desenvolvidas no ambiente de trabalho.
§ 5º A idade máxima prevista no caput deste artigo não se aplica a aprendizes 
portadores de deficiência.
§ 6º Para os fins do contrato de aprendizagem, a comprovação da escolari-
dade de aprendiz portador de deficiência mental deve considerar, sobretudo, as 
habilidades e competências relacionadas com a profissionalização. 
§ 7º Nas localidades onde não houver oferta de ensino médio para o cumpri-
mento do disposto no § 1º deste artigo, a contratação do aprendiz poderá ocorrer 
sem a freqüência à escola, desde que ele já tenha concluído o ensino fundamental. 
O que é preciso saber para contratar o jovem aprendiz 39
Art. 429. Os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar 
e matricular nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem número de apren-
dizes equivalente a cinco por cento, no mínimo, e quinze por cento, no máximo, 
dos trabalhadores existentes em cada estabelecimento, cujas funções demandem 
formação profissional.
a) revogada (Redação dada pela Lei nº 10.097, de 19.12.2000);
b) revogada (Redação dada pela Lei nº 10.097, de 19.12.2000).
§ 1º-A. O limite fixado neste artigo não se aplica quando o empregador for 
entidade sem fins lucrativos, que tenha por objetivo a educação profissional. 
§ 1º As frações de unidade, no cálculo da percentagem de que trata o caput, 
darão lugar à admissão de um aprendiz.
Art. 430. Na hipótese de os Serviços Nacionais de Aprendizagem não ofere-
cerem cursos ou vagas suficientes para atender à demanda dos estabelecimentos, 
esta poderá ser suprida por outras entidades qualificadas em formação técnico-
profissional metódica, a saber: 
I – Escolas Técnicas de Educação; 
II – entidades sem fins lucrativos, que tenham por objetivo a assistência ao 
adolescente e à educação profissional, registradasno Conselho Municipal dos Di-
reitos da Criança e do Adolescente.
§ 1º As entidades mencionadas neste artigo deverão contar com estrutura ade-
quada ao desenvolvimento dos programas de aprendizagem, de forma a manter a 
qualidade do processo de ensino, bem como acompanhar e avaliar os resultados.
§ 2º Aos aprendizes que concluírem os cursos de aprendizagem, com aprovei-
tamento, será concedido certificado de qualificação profissional.
§ 3º O Ministério do Trabalho e Emprego fixará normas para avaliação da 
competência das entidades mencionadas no inciso II deste artigo.
Art. 431. A contratação do aprendiz poderá ser efetivada pela empresa onde 
se realizará a aprendizagem ou pelas entidades mencionadas no inciso II do art. 
430, caso em que não gera vínculo de emprego com a empresa tomadora dos 
serviços. 
a) revogada;
b) revogada;
c) revogada.
Parágrafo único (Vetado).
Manual da Aprendizagem40
Art. 432. A duração do trabalho do aprendiz não excederá de seis horas diá-
rias, sendo vedadas a prorrogação e a compensação de jornada. 
§ 1º O limite previsto neste artigo poderá ser de até oito horas diárias para 
os aprendizes que já tiverem completado o ensino fundamental, se nelas forem 
computadas as horas destinadas à aprendizagem teórica. 
§ 2º Revogado.
Art. 433. O contrato de aprendizagem extinguir-se-á no seu termo ou quando 
o aprendiz completar 24 (vinte e quatro) anos, ressalvada a hipótese prevista no 
§ 5º do art. 428 desta Consolidação, ou ainda antecipadamente nas seguintes 
hipóteses:
a) revogada;
b) revogada.
I – desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz;
II – falta disciplinar grave;
III – ausência injustificada à escola que implique perda do ano letivo; ou 
IV – a pedido do aprendiz. 
Parágrafo único (Revogado). 
§ 2º Não se aplica o disposto nos arts. 479 e 480 desta Consolidação às hipó-
teses de extinção do contrato mencionadas neste artigo. 
Seção V
Das Penalidades
Art. 434. Os infratores das disposições deste Capítulo ficam sujeitos à multa de 
valor igual a 1 (um) salário mínimo regional, aplicada tantas vezes quantos forem 
os menores empregados em desacordo com a lei, não podendo, todavia, a soma 
das multas exceder a 5 (cinco) vezes o salário-mínimo, salvo no caso de reincidên-
cia em que esse total poderá ser elevado ao dobro.
Art. 435. Fica sujeita à multa de valor igual a 1 (um) salário mínimo regional e 
ao pagamento da emissão de nova via a empresa que fizer na Carteira de Trabalho 
e Previdência Social anotação não prevista em lei.
Art. 436. Revogado.
Art. 437. Revogado.
O que é preciso saber para contratar o jovem aprendiz 41
Art. 438. São competentes para impor as penalidades previstas neste Capítulo 
os Delegados Regionais do Trabalho ou os funcionários por ele designados para 
tal fim.
Parágrafo único. O processo, na verificação das infrações, bem como na apli-
cação e cobrança das multas, será o previsto no título “Do Processo de Multas 
Administrativas”, observadas as disposições deste artigo.
Seção VI
Disposições Finais
Art. 439. É lícito ao menor firmar recibo pelo pagamento dos salários. Tra-
tando-se, porém, de rescisão do contrato de trabalho, é vedado ao menor de 18 
(dezoito) anos dar, sem assistência dos seus responsáveis legais, quitação ao em-
pregador pelo recebimento da indenização que lhe for devida.
Art. 440. Contra os menores de 18 (dezoito) anos não corre nenhum prazo 
de prescrição.
Art. 441. O quadro a que se refere o item I do art. 405 será revisto bienalmente. 
Manual da Aprendizagem42
Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA
(Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990)
.......................................................................................................................
CAPÍTULO V
DO DIREITO À PROFISSIONALIzAÇÃO E À PROTEÇÃO NO TRABALHO
Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, 
salvo na condição de aprendiz.
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por legislação 
especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei.
Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-profissional ministra-
da segundo as diretrizes e bases da legislação de educação em vigor.
Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos seguintes princípios:
I – garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino regular;
II – atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente;
III – horário especial para o exercício das atividades.
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegurada bolsa de 
aprendizagem.
Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são assegurados os 
direitos trabalhistas e previdenciários.
Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho prote-
gido.
Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, 
aluno de escola técnica, assistido em entidade governamental ou não-governa-
mental, é vedado trabalho:
I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas 
do dia seguinte;
II - perigoso, insalubre ou penoso;
O que é preciso saber para contratar o jovem aprendiz 43
III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento 
físico, psíquico, moral e social;
IV – realizado em horários e locais que não permitam a freqüência à escola.
Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho educativo, sob res-
ponsabilidade de entidade governamental ou não-governamental sem fins lucrati-
vos, deverá assegurar ao adolescente que dele participe condições de capacitação 
para o exercício de atividade regular remunerada.
§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em que as exi-
gências pedagógicas relativas ao desenvolvimento pessoal e social do educando 
prevalecem sobre o aspecto produtivo.
§ 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado ou a 
participação na venda dos produtos de seu trabalho não desfigura o caráter edu-
cativo.
Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à proteção no traba-
lho, observados os seguintes aspectos, entre outros:
I – respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento;
II – capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.
.......................................................................................................................
CAPÍTULO II
DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO
Seção I
Disposições Gerais
Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das 
próprias unidades, assim como pelo planejamento e execução de programas de 
proteção e sócio-educativos destinados a crianças e adolescentes, em regime de:
I – orientação e apoio sociofamiliar;
II – apoio socioeducativo em meio aberto;
III – colocação familiar;
IV – abrigo;
Manual da Aprendizagem44
V – liberdade assistida;
VI – semi-liberdade;
VII – internação.
Parágrafo único. As entidades governamentais e não-governamentais deverão 
proceder à inscrição de seus programas, especificando os regimes de atendimento, 
na forma definida neste artigo, junto ao Conselho Municipal dos Direitos da Crian-
ça e do Adolescente, o qual manterá registro das inscrições e de suas alterações, 
do que fará comunicação ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária.
Art. 91. As entidades não-governamentais somente poderão funcionar depois 
de registradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, 
o qual comunicará o registro ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária da res-
pectiva localidade.
Parágrafo único. Será negado o registro à entidade que:
a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, 
higiene, salubridade e segurança;
b) não apresente plano de trabalho compatível com os princípios desta Lei;
c) esteja irregularmente constituída;

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