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Anah Zanetti ABDOME AGUDO — - - ● DEFINIÇÃO: ➜Síndrome clínica caracterizada por dor na região abdominal, não traumática, súbita e de intensidade variável associada ou não a outros sintomas e que necessita de diagnóstico e conduta terapêutica imediata, cirúrgica ou não. ➜ A dor abdominal é comum e geralmente semmaiores consequências ➜ A dor abdominal aguda e intensa, entretanto, é quase sempre um sintoma de doença intra-abdominal ➜ Pode ser a única indicação de necessidade de intervenção cirúrgica ➜ Dor abdominal é muito preocupante em: - Pacientes jovens ou idosos. Imunodeprimidos ● CLASSIFICAÇÃO: 1. Obstrutivo 2. Hemorrágico 3. Inflamatório 4. Perfurativo 5. Vascular 1. ABDOME AGUDOOBSTRUTIVO: Obstrução intestinal é uma síndrome clínico cirúrgica em que ocorre um impedimento mecânico e ou funcional, parcial ou completo, da passagem do conteúdo pelo intestino delgado e ou grosso de etiologia variável. ➜ Mulheres são 60% dos casos ➜ A obstrução do intestino delgado corresponde a 80% dos casos de abdome agudo obstrutivo Epidemiologia: ➜ Obstrução Intestino Delgado: - Causa mais comum: Adesões após cirurgia abdominal prévia - A segunda causa mais comum: Encarceramento de hérnia inguinal - 5 a 10% dos pacientes submetidos à cirurgia abdominal podem evoluir com quadro de obstrução intestinal - Na maioria dos casos: um intervalo de meses a anos desde a cirurgia - Eventualmente a obstrução pode se manifestar dentro das primeiras semanas após a cirurgia A. Abdome agudo obstrutivo com estrangulamento: - Mais comum na obstrução de intestino delgado - Em até 25% dos pacientes com obstrução intestino delgado - Raro na obstrução do intestino grosso, (exceto com volvo) CLASSIFICAÇÃO: 1. Mecânica: Causada por efeito de massa de processos extrínsecos ou intrínsecos (Aderências, Hérnias, Neoplasia, Volvo) 2. Não-Mecânica: Alteração funcional comprometendo dinâmica intestinal sem ponto específico de oclusão (Íleo paralítico, DHE, Síndrome de Olgivie) Anah Zanetti GRAVIDADE: 1. Encarcerada : fluxo sanguíneo preservado (Obstrução parcial ou total) 2. Estrangulada: fluxo sanguíneo comprometido (Obstrução Total) PONTO DE OBSTRUÇÃO: 1. Proximal - Intestino delgado 2. Distal - Intestino grosso GRAU: 1. Parcial 2. Completa PROGRESSÃO: 1. Alça aberta: obstrução somente em ponto distal (ponto proximal pode ser descomprimido por vômitos ou sonda nasogástrica) 2. Alça fechada: obstrução proximal e distal (maior acúmulo líquido e gás > maior risco isquemia, volvo e perfuração > peritonite (DB +) > sepsis) CAUSAS DE OBSTRUÇÃO INTESTINAL: * Doenças Inflamatórias Intestinais, Íleo Biliar. Anah Zanetti DIAGNÓSTICO: EXAMES LABORATORIAIS: ➜ Leucocitose em 70 a 85% dos casos, mas não é específico - 80% de leucócitos normais nas primeiras 24 horas - Geralmente se encontra entre 12.000 e 18.000 cels/mm3 ➜ Uréia e creatinina são úteis para avaliar desidratação ➜ Urina 1: Pode estar alterada se apêndice estiver próximo ao trato urinário ➜ Beta HCG ➜ PCR APRESENTAÇÃO CLÍNICA: ➜ Sintomas variam de acordo com ponto de obstrução: - Dor em cólica - Náusea e vômitos - Distensão abdominal - Ausência de evacuações - Diarréia paradoxal (Pelo aumento da peristalse - Suboclusão) EXAME FÍSICO: Inspeção: - Cicatrizes - Posição antálgica - Distensão - Protuberâncias Percussão / Palpação: - Macicez ou Timpanismo - Dor - DB + Exame de imagem: - Radiografia de Abdome - Ultrassom - Tomografia Computadorizada- Examemais recomendado elucidação diagnóstica da causa obstrutiva TRATAMENTO: Anah Zanetti 1. Conservador: ➜ Pacientes clinicamente estáveis (Monitorização e exame clínico periódico) - Ressuscitação volêmica - Correção distúrbios hidroeletrolíticos - Controle diurese - Descompressão por sonda nasogástrica e ou retal - Antibióticos gram negativos e anaeróbios - suspeita de isquemia - Analgésico, antiespasmódicos: Reduzir sintomas gastrointestinais e produção secreções - Inibidores bomba prótons ev - obstruções proximais > reduzir secreções e processo inflamatório 2. Cirúrgico: ** Tratamento definitivo maioria casos. ➜ Indicado, basicamente, em casos de complicação: - Falha tratamento clínico (48 horas) - Isquemia - Necrose - Perfuração ou peritonite 2. ABDOME AGUDO HEMORRÁGICO: ➜ Sangramento gastrointestinal que pode se originar de qualquer lugar desde a boca até o ânus e pode ser vivo ou oculto. ➜ As manifestações clínicas dependem de sua localização e intensidade 1. HDA: ➜ Origem do sangramento em um ponto proximal ao ligamento de Treitz (Duodeno distal). ➜ HEMATÊMESE: - Vômito Sangue Vermelho Vivo Sangramento normalmente por Úlcera Péptica (Lesão Arterial) ou Varizes Esôfago - Vômito “Borra de Café” (Marrom-Escuro) Sangramento Trato Digestivo Superior Conversão Hemoglobina (Vermelha) em Hematina (Marrom) pelo Ácido Gástrico ➜ MELENA: - Fezes enegrecidas e mal cheirosas - Normalmente indicam HDA - Eventualmente intestino delgado e cólon direito - Persistir por vários dias depois de cessado o sangramento - Diagnóstico diferencial com ingestão de ferro 2. HDB: Anah Zanetti ➜ Origem do sangramento em um ponto distal ao ligamento de Treitz (Duodeno distal). - - Quantidade e Frequência Sangramento - EDA ou Colonoscopias Prévias - Histórico - Episódios Prévios de Sangramento - Perda Ponderal - Desconforto Abdominal ➜ HEMATOQUEZIA: - Sangue “Vivo” pelo Reto - Geralmente Sangramento Digestivo Baixo - Eventualmente sangramentos digestivos altos vultosos com trânsito intestinal acelerado 3. ABDOME AGUDO INFLAMATÓRIO: A. APENDICITE AGUDA: ➜ É inflamação aguda (recente) do apêndice cecal, que ocorre pela obstrução da parte interna (luz) do mesmo. ➜ Incidência entre os sexos é similar ➜ Causa mais comum de abdome agudo na criança, adolescente e adulto jovem Etiopatogenia: Anah Zanetti Sinais e Sintomas: Diagnóstico: ➜ Avaliação clínica ➜ Ultrassonografia ➜ TC abdominal Prognóstico: ➜ Sem cirurgia ou antibióticos, a taxa de mortalidade da apendicite é > 50% ➜ Com a cirurgia precoce, o índice de mortalidade é < 1% e a convalescença é normalmente rápida e completa ➜ Com complicações (ruptura e desenvolvimento de abscesso ou peritonite) e/ou idade avançada, o prognóstico é pior: cirurgias repetidas e longas convalescença podem ser necessárias. Tratamento: ➜ Apendicectomia aberta ou laparoscópica ➜ Antibióticos B. COLECISTITE: ➜ É a inflamação aguda da vesícula biliar que se desenvolve em horas, geralmente como resultado da obstrução do ducto cístico por um cálculo. Fisiopatologia: Anah Zanetti - A colecistite aguda é a complicação mais comum da colelitíase. Mais de 95% dos pacientes com colecistite aguda têm colelitíase - Quando um cálculo impacta no ducto cístico e causa obstrução persistente, ocorre um processo inflamatório agudo Acalculosa - Colecistite sem a presença de cálculos - É responsável por cerca de 5 a 10% das colecistectomias realizadas por episódios agudos Fatores de Risco - Acalculosa - Estado crítico (cirurgias de grande porte, queimaduras, sepse ou traumas extensos) - Jejum prolongado ou nutrição parenteral total (predispõe à estase biliar) - Choque - Imunodeficiência - Vasculites (lúpus eritematoso sistêmico, poliarterite nodosa) Sinais e Sintomas: - A maioria dos pacientes tem antecedentes de cólicas biliares ou colecistite aguda - A dor causada pela colecistite aguda é similar à da cólica biliar, mas com duração maior (> 6 h) e com maior intensidade - Náuseas, vômitos, febre. Dor à palpação subcostal - Após algumas horas, pode surgir o sinal de Murphy - Em idosos, pode não haver febre e os primeiros e únicos sinais podem ser sistêmicos e não específicos (anorexia, vômitos, mal-estar, fraqueza e febre) - A colecistite aguda começa a regredir em 2 a 3 dias e remite completamente em 1 semana em 85% dos pacientes, mesmo sem tratamento Complicações: Diagnóstico: ➜ USG ➜ Tomografia Computadorizada de Abdome Tratamento: ➜ Antibióticos ➜ Colecistectomia C. COLEDOCOLITÍASE E COLANGITE: Anah Zanetti ➜ Coledocolitíase é a presença de cálculos nos ductos biliares➜ 85% dos cálculos são provenientes da vesícula biliar Sinais e Sintomas: - Cálculos causando obstrução parcial > Cólicas biliares - Cálculos causando obstrução completa > Dilatação de vias biliares, icterícia e, algumas vezes, infecção bacteriana (colangite) - Cálculos causando obstrução da ampola de Vater > Pancreatite biliar - Alguns pacientes (geralmente idosos) podem apresentar obstrução biliar por cálculos sem terem apresentado qualquer sintoma prévio Diagnóstico: Tratamento: ➜ Colecistectomia aberta ou convencional, associada à exploração das vias biliares, temmaior morbidade e mortalidade ➜ Em pacientes de alto risco de complicações com colecistectomia (idosos), a esfincterotomia por si só é uma alternativa ➜ Colangite aguda é uma emergência que exige cuidados de suporte agressivos e urgente remoção endoscópica ou cirúrgica dos cálculos 4. ABDOME AGUDO PERFURATIVO: ➜ Rompimento da parede do intestino delgado e ou do intestino grosso ➜ Geralmente, acontece com o extravasamento do conteúdo intestinal para dentro da cavidade do abdômen Etiologia: ➜ Sua etiologia é variada e podem ser decorrentes de: - Processos inflamatórios (Úlcera péptica, Doença de Crohn e Diverticulite) - Neoplasias - Infecções (CMV, Tuberculose, Salmonella) - Ingestão de corpo estranhos - Traumatismos e iatrogênicas Sinais e Sintomas: - Dor abdominal súbita, intensa, irradiada para todo o abdome, agravada pelo movimento - Náuseas e vômitos. Febre - Alteração de ritmo intestinal - Sinais de septicemia, hipotensão ou choque são frequente Diagnóstico: Anah Zanetti - Apresentação clínica - Exames Imagem - Radiografia Tórax - Tomografia Computadorizada Tratamento: a. Cirurgia: ➜ Convencional ➜ Laparoscópica 5. ABDOME AGUDO VASCULAR: ➜ Isquemia mesentérica aguda consiste na interrupção do fluxo sanguíneo intestinal secundário a embolia, trombose ou baixo fluxo Etiologia: ➜ Embolia arterial (> 40%) ➜ Trombose arterial (30%) ➜ Trombose venosa (15%) ➜ Isquemia não oclusiva (15%) Sinais e Sintomas: ➜ Omarcador mais precoce da isquemia mesentérica é a dor intensa, mas com alterações mínimas no exame físico ➜ O abdome continua flácido, com pouca ou nenhuma resistência ➜ À medida que a necrose se desenvolve, aparecem sinais de peritonite, com sensibilidade, defesa e rigidez abdominal e ausência de ruídos intestinais Tratamento: a. Cirurgia: ➜ Convencional ➜ Laparoscópica
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