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Etapa Ensino Fundamental Anos Finais 7o ANO Aula 2 – 4º bimestre Língua Portuguesa Conto: como se inventaram os almanaques – Parte 2 Gênero conto; Compreensão de texto. Caracterizar personagens e acontecimentos; Relacionar informações do conto para deduzir intencionalidades. Conteúdo Objetivos EF69LP47 – Analisar, em textos narrativos ficcionais, as diferentes formas de composição próprias de cada gênero, os recursos coesivos que constroem a passagem do tempo e articulam suas partes, a escolha lexical típica de cada gênero para a caracterização dos cenários e dos personagens e os efeitos de sentido decorrentes dos tempos verbais, dos tipos de discurso, dos verbos de enunciação e das variedades linguísticas empregados. Expressões conotativas e processos figurativos e do uso de recursos linguístico-gramaticais próprios a cada gênero narrativo. Você sabe o que é cosmogonia? Para começar Imagem. Disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/constela%C3%A7%C3%B5es-gal%C3%A1xia-estrelas-c%C3%A9u-2609647/. Você sabe o que é cosmogonia? Cada povo tem sua própria forma de explicar a origem do mundo ou de qualquer elemento que fará parte do mundo. Em épocas em que as explicações ainda não eram científicas, cada cultura criou suas próprias histórias sobre isso, e elas são chamadas de histórias cosmogônicas. Assim, a cultura iorubá explica que o mundo começou quando Obatalá contou ao deus Olodumaré sua vontade de criar a Terra, que seria chamada de Ilê Aiyê. Para começar Imagem de AK por Pixabay. Disponível em: https://pixabay.com/pt/vectors/coletor-ideal-elemento-pluma-padr%C3%A3o-3334132/. Acesso em: 26 jul. 2023. Na cultura grega, o mundo terá nascido do caos, que, dando origem a Nix (a noite), possibilitou o surgimento de Gaia – a Terra – e de Urano – a abóbada celeste. Para os tupis-guaranis, o mundo foi criado por Tupã, o deus do trovão, com a ajuda de Jaci, a deusa da noite e da lua, depois de descerem na região do monte Areguá, atual Paraguai, e formarem tudo o que existe. Para começar http://pgfilo.blogspot.com/2012/09/criacao-do-mundo-mitologia-grega.html. Acesso em: 16 ago. 2023. Na primeira parte da história, que já foi lida, conhecemos as personagens Tempo e Esperança. A personagem Tempo usa estratégias para convencer Esperança a se casar com ela, mas sem sorte: a personagem Esperança acha o Tempo velho demais para ela. A última tentativa do Tempo foi a invenção do almanaque. O Tempo queria que a Esperança entendesse que a mocidade dela iria passar e que ela iria envelhecer também. Será que o plano dele daria certo? Vamos continuar a leitura compartilhada do conto de Machado de Assis “Como se inventaram os almanaques”. Foco no conteúdo A leitura pode ser feita em voz alta (as vozes do narrador e das personagens podem ser representadas por colegas da turma do 7º ano). O texto na íntegra está disponível em: https://drive.google.com/drive/u/1/folders/13GnZilvBr8V__9p2gfJi7798dArqsCPO Foco no conteúdo O almanaque trazia a língua das cidades e dos campos em que caía. Assim toda a terra possuiu, no mesmo instante, os primeiros almanaques. Se muitos povos os não têm ainda hoje, se outros morreram sem os ler, é porque vieram depois dos acontecimentos que estou narrando. Naquela ocasião o dilúvio foi universal. — Agora, sim, disse Esperança pegando no folheto que achou na horta; agora já me não engano nos dias das amigas. Irei jantar ou passar a noite com elas, marcando aqui nas folhas, com sinais de cor os dias escolhidos. Continuação: Como se inventaram os almanaques Foco no conteúdo Todas tinham almanaques. Nem só elas, mas também as matronas, e os velhos e os rapazes, juízes, sacerdotes, comerciantes, governadores, fâmulos; era moda trazer o almanaque na algibeira. Um poeta compôs um poema atribuindo a invenção da obra às Estações, por ordem de seus pais, o Sol e a Lua; um astrônomo, ao contrário, provou que os almanaques eram destroços de um astro onde desde a origem dos séculos estavam escritas as línguas faladas na Terra e provavelmente nos outros planetas. Foco no conteúdo A explicação dos teólogos foi outra. Um grande físico entendeu que os almanaques eram obra da própria Terra, cujas palavras, acumuladas no ar, formaram-se em ordem, imprimiram-se no próprio ar, convertido em folhas de papel, graças… Não continuou; tantas e tais eram as sentenças, que a de Esperança foi a mais aceita do povo. — Eu creio que o almanaque é o almanaque, dizia ela rindo. Quando chegou o fim do ano, toda a gente, que trazia o almanaque com mil cuidados, para consultá-lo no ano seguinte, ficou espantada de ver cair à noite outra chuva de almanaques. Toda a terra amanheceu alastrada deles; eram os do ano novo. Foco no conteúdo Antes de continuar a leitura do texto, responda: As pessoas gostaram do almanaque? A personagem Esperança gostou do almanaque? Em que ele ajudaria a personagem? Especialistas de diferentes áreas estudavam e procuravam explicar o almanaque. Como Esperança o explicava? Responda às questões em seu caderno, depois confira-as com um colega. Ajustem as respostas para depois participarem da correção que o professor vai fazer. Na prática Correção As pessoas gostaram do almanaque? Sim. Todos tinham almanaques. Ele virou moda. A personagem Esperança gostou do almanaque? Sim. A passagem do tempo ficou mais fácil de ser acompanhada e os compromissos de serem lembrados. (“— Agora, sim, disse Esperança pegando no folheto que achou na horta; agora já me não engano nos dias das amigas. Irei jantar ou passar a noite com elas, marcando aqui nas folhas, com sinais de cor os dias escolhidos”). Especialistas de diferentes áreas estudavam e procuravam explicar o almanaque. Como Esperança o explicava? De uma forma muito simples: “— Eu creio que o almanaque é o almanaque, dizia ela rindo”. Na prática Guardaram naturalmente os velhos. Ano findo, outro almanaque; assim foram eles vindo, até que Esperança contou vinte e cinco anos, ou, como então se dizia, vinte e cinco almanaques. Nunca os dias pareceram correr tão depressa. Voavam as semanas, com elas os meses, e, mal o ano começava, estava logo findo. Esse efeito entristeceu a terra. A própria Esperança, vendo que os dias passavam tão velozes, e não achando marido, pareceu desanimada; mas foi só um instante. Nesse mesmo instante apareceu-lhe o Tempo. — Aqui estou, não deixes que te chegue a velhice... [...] Esperança respondeu-lhe com duas gaifonas, e deixou-se estar solteira. Há de vir o noivo, pensou ela. Foco no conteúdo Olhando-se ao espelho, viu que mui pouco mudara. Os vinte e cinco almanaques quase lhe não apagaram a frescura dos quinze. Era a mesma linda e jovem Esperança. O velho Tempo [...] ia deixando cair os almanaques, ano por ano, até que ela chegou aos trinta e daí aos trinta e cinco. Eram já vinte almanaques; toda a gente começava a odiá-los, menos Esperança, que era a mesma menina das quinze primaveras. Trinta almanaques, quarenta, cinquenta, sessenta, cem almanaques; velhices rápidas, mortes sobre mortes, recordações amargas e duras. A própria Esperança, indo ao espelho, descobriu um fio de cabelo branco e uma ruga. — Uma ruga! Uma só! Foco no conteúdo Outras vieram, à medida dos almanaques. Afinal a cabeça de Esperança ficou sendo um pico de neve, a cara um mapa de linhas. Só o coração era verde como acontecia ao Tempo; verdes ambos, eternamente verdes. Os almanaques iam sempre caindo. Um dia, o Tempo desceu a ver a bela Esperança; achou-a anciã, mas forte, com um perpétuo riso nos lábios. — Ainda assim te amo, e te peço... disse ele. Esperança abanou a cabeça; mas, logo depois, estendeu-lhe a mão. — Vá lá, disse ela; ambos velhos, não será longo o consórcio. — Pode ser indefinido. — Como assim? Foco no conteúdo O velho Tempo pegou da noiva e foi com ela para um espaço azul e sem termos, onde a alma de um deu à alma de outro o beijo da eternidade. Toda a criação estremeceu deliciosamente. A verdura dos coraçõesficou ainda mais verde. Esperança, daí em diante, colaborou nos almanaques. Cada ano, em cada almanaque, atava Esperança uma fita verde. Então a tristeza dos almanaques era assim alegrada por ela; e nunca o Tempo dobrou uma semana que a esposa não pusesse um mistério na semana seguinte. Foco no conteúdo Deste modo todas elas foram passando, vazias ou cheias, mas sempre acenando com alguma coisa que enchia a alma dos homens de paciência e de vida. Assim as semanas, assim os meses, assim os anos. E choviam almanaques, muitos deles entremeados e adornados de figuras, de versos, de contos, de anedotas, de mil coisas recreativas. E choviam. E chovem. E hão de chover almanaques. O Tempo os imprime, Esperança os costura; é toda a oficina da vida. Foco no conteúdo ASSIS, M. Como se inventaram os almanaques. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/http://www.portugues.seed.pr.gov.br/arquivos/File/leit_online/machado46.pdf. Acesso em: 24 jul. 2023 (adaptado). ASSIS, Machado. Como se inventaram os almanaques. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1XBgrkwdb6QXzzRYGa_EuEWW-PTwU6_T5/view?usp=drive_link. Acesso em: 24 jul. 2023. O Tempo conseguiu conquistar a Esperança usando a estratégia da criação dos almanaques? Explique como isso aconteceu, de acordo com o que foi lido. Com o passar dos anos, as pessoas passaram a odiar os almanaques. Por quê? De acordo com o texto, como Esperança muda a visão negativa que as pessoas tinham dos almanaques? Deduza, segundo o autor do conto, qual é o papel da esperança na "oficina da vida"? Na prática Correção O Tempo consegue conquistar a Esperança usando a estratégia da criação dos almanaques? Explique como isso aconteceu, de acordo com o que foi lido. Sugestão de resposta: Sim, a Esperança percebe a passagem do tempo conforme os almanaques foram se acumulando e as marcas da idade (cabelos brancos e rugas) foram aparecendo. Esperança ainda recusa mais uma tentativa de conquista do Tempo, mas acaba por ceder, já quando ambos estão velhos, não mais só o Tempo. Esperança passa, inclusive, a ajudar o Tempo na produção dos almanaques. Na prática Correção Com o passar dos anos, as pessoas passaram a odiar os almanaques. Por quê? Porque os almanaques expunham a passagem do tempo, as velhices rápidas, as mortes e as recordações amargas. De acordo com o texto, como Esperança muda a visão negativa que as pessoas tinham dos almanaques? Esperança acrescenta uma fita verde em cada almanaque, adorna-o com figuras, versos, contos e coisas recreativas que alegram a publicação. Na prática Correção Deduza, segundo o autor do conto, qual é o papel da esperança na "oficina da vida"? Sugestão de resposta: A esperança tem o papel de tornar menos pesada a certeza da passagem do tempo; tem a função de criar uma expectativa positiva para o dia, o mês, o ano seguinte. Outra resposta é considerada adequada, desde que esteja relacionada com o aspecto positivo da esperança com a passagem do tempo. Na prática Na seção Para começar, foi falado o que é cosmogonia. Lembra? Cosmogonia refere-se às narrativas ancestrais ou conhecimentos transmitidos ao longo das gerações para explicar a origem do mundo ou de qualquer elemento que faça parte dele. Por exemplo: como as estrelas nasceram; por que a lua tem quatro fases; por que uma árvore que produzia frutos brancos passou a dar frutos vermelhos?; e muitas outras explicações fascinantes. Onde encontrar essas narrativas e conhecimentos acestrais? Em salas de leitura? Livrarias? Bibliotecas públicas? Meios digitais? O local de busca não é o mais importante. O essencial é ter a oportunidade de conhecê-las. #ficaadica! Aplicando Caracterizamos personagens e acontecimentos a partir da leitura compartilhada do conto de Machado de Assis “Como se inventaram os almanaques”. Relacionamos informações do conto para deduzir intencionalidades. O que aprendemos hoje? Tarefa SP Localizador: 101136 Professor, para visualizar a tarefa da aula, acesse com seu login: tarefas.cmsp.educacao.sp.gov.br Clique em “Atividades” e, em seguida, em “Modelos”. Em “Buscar por”, selecione a opção “Localizador”. Copie o localizador acima e cole no campo de busca. Clique em “Procurar”. Videotutorial: http://tarefasp.educacao.sp.gov.br/ 24 ASSIS, Machado. “Como se inventaram os almanaques”. Disponível em: http://www.portugues.seed.pr.gov.br/arquivos/File/leit_online/machado46.pdf . Acesso em: 28 jul. 2023. ASSIS, Machado. “Como se inventaram os almanaques” (adaptado). Disponível em: https://drive.google.com/drive/u/1/folders/13GnZilvBr8V__9p2gfJi7798dArqsCPO. Acesso em: 28 jul. 2023. ABAURRE, Maria Luiza M.; PONTARA, Marcela. Gramática texto e construção de sentido. São Paulo: Moderna, 2006. CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995. Referências Espaço do conhecimento. “Conheça a origem do mundo segundo a crença iorubá”. Outubro de 2015. Disponível em: https://memoria.ebc.com.br/infantil/voce-sabia/2015/10/conheca-origem-do-mundo-segundo-crenca-ioruba. Acesso em: 28 jul. 2023. LEMOV, Doug. Aula nota 10: 62 técnicas para melhorar a gestão da sala de aula. Tradução de Marcelo de Abreu Almeida, Sandra Maria Mallmann da Rosa. 2. ed. Porto Alegre: Penso, 2018. MARTINS, Roberto de Andrade. “Capítulo 1: A origem do Universo na Mitologia e na Religião” in O Universo: Teorias sobre sua origem e evolução. Disponível em: https://www.ghtc.usp.br/Universo/cap01.html. Acesso em: 28 jul. 2023. Referências SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo em Ação: Língua Portuguesa. Volume 2 – 7º ano. São Paulo, 2022. SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo Paulista do Ensino Fundamental. São Paulo, 2019. SILVEIRA, Tamires Batista. “Cosmogonias e Cosmologias” in UFMG. Disponível em: https://www.ufmg.br/espacodoconhecimento/a-cosmogonia-grega/. Acesso em: 28 jul. 2023. Referências Lista de imagens e vídeos Slide 3 – Disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/constela%C3%A7%C3%B5es-gal%C3%A1xia-estrelas-c%C3%A9u-2609647/. Acesso em: 16 ago. 2023. Slide 4 – Imagem de AK por Pixabay. Disponível em: https://pixabay.com/pt/vectors/coletor-ideal-elemento-pluma-padr%C3%A3o-3334132/. Acesso em: 26 jul. 2023. Slide 5 – Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Georg_Andreas_Wolfgang,_the_Elder,_God_Creating_Order_from_Chaos,_1665,_NGA_133454.jpg. Acesso em: 18 ago. 2023. Referências Material Digital
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