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O papel da Bioética diante da postura eugenista
2ª SÉRIE
Aula 13 – 3º Bimestre
Biologia
Etapa Ensino Médio
Bioética; 
Racismo científico.
Compreender o papel da bioética diante da postura eugenista;
Discutir o uso de pseudociência como justificativa de processos de discriminação, segregação e privação de direitos individuais e coletivos, em diferentes contextos sociais e históricos, para promover a equidade e o respeito à diversidade.
Conteúdo
Objetivos
(EM13CNT305) Investigar e discutir o uso indevido de conhecimentos das Ciências da Natureza na justificativa de processos de discriminação, segregação e privação de direitos individuais e coletivos, em diferentes contextos sociais e históricos, para promover a equidade e o respeito à diversidade.
Sugestão de tempo:
Para começar: 5 minutos
Foca no conteúdo: 15 minutos
Na prática: 10 minutos
Aplicando: 15 minutos
Dr. Mengele: médico nazista conhecido como "Anjo da Morte" cometeu todo tipo de atrocidade em sua busca pela "raça pura“.
(...) Ainda na triagem, os recém-chegados a Auschwitz eram classificados em "fracos" e iam imediatamente para as câmaras de gás; os "fortes" eram designados para os trabalhos forçados e aqueles que seriam úteis para o dr. Josef Mengele e seus assistentes. (...) Ele tinha sido assistente de um conhecido pesquisador que estudava gêmeos no Instituto de Herança e Higiene Racial de Frankfurt. (...)
Josef Rudolf Mengele foi um oficial alemão e médico no campo de concentração de Auschwitz durante a Segunda Guerra Mundial. Mengele foi um notório membro da equipe de médicos responsáveis ​​pela seleção das vítimas a serem mortas nas câmaras de gás e por realizar experimentos humanos mortíferos em prisioneiros. 
Para começar
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Josef_Mengele,_Auschwitz._Album_H%C3%B6cker_(cropped).jpg
Virem e conversem!
3 minutos
Qual é o papel da bioética diante da postura eugenista? 
No campo de extermínio nazista de Auschwitz, Polônia, ele tinha um "suprimento" quase ilimitado de gêmeos para estudar. Como médico em Auschwitz desde 1943, Mengele torturou mais de mil gêmeos e outros prisioneiros como parte de suas ideias deformadas sobre ciência.
Para começar
https://www.freepik.com/free-vector/conversation-concept-illustration_7118856.htm#query=person%20talking&position=0&from_view=keyword&track=ais
A Bioética surge trazendo na memória os experimentos desumanos realizados em pessoas vulneráveis, principalmente durante a Segunda Guerra Mundial, e cresce lado a lado com um
grande desenvolvimento científico e tecnológico, pautado prioritariamente em quatro princípios bioéticos: 
beneficência, 
não maleficência, 
autonomia; e 
justiça.
Foco no conteúdo
https://br.freepik.com/vetores-gratis/empresarios-estudando-lista-de-regras-lendo-orientacoes-fazendo-lista-de-verificacao_11235251.htm#query=%C3%A9tica&position=29&from_view=search&track=sph 
O princípio da beneficência refere-se à obrigação ética de maximizar o benefício e minimizar o prejuízo. O profissional deve ter a maior convicção e informação técnica suficientes para garantir que o ato médico seja benéfico ao paciente (ação que cause bem).
Como o princípio da beneficência proíbe causar danos deliberadamente, esse fato é destacado pelo princípio da não maleficência, o qual estabelece que a ação do médico sempre deve causar o menor prejuízo ou agravo à saúde do paciente (ação que não faz o mal). 
Quatro princípios bioéticos
Foco no conteúdo
https://www.freepik.com/free-vector/chromosome-dna-structure_38519243.htm#query=cromossomo%20histonas&position=3&from_view=search&track=ais 
O princípio da autonomia requer que os indivíduos capacitados de deliberarem sobre suas escolhas pessoais devam ser tratados com respeito pela sua capacidade de decisão. As pessoas têm o direito de decidir sobre as questões relacionadas ao seu corpo e à sua vida. Quaisquer atos médicos devem ser autorizados pelo paciente.
O princípio da justiça estabelece como condição fundamental a equidade: obrigação ética de tratar cada indivíduo conforme o que é moralmente correto e adequado, de dar a cada um o que lhe é devido. O médico deve atuar com imparcialidade, evitando ao máximo que aspectos sociais, culturais, religiosos, financeiros, ou outros, interfiram na relação médico-paciente.
Foco no conteúdo
Façam a leitura coletiva do slide a seguir.
Em seguida, analisem criticamente, considerando os quatro princípios da Bioética, a adoção de experimentos e as tomadas de decisão pautadas em conceitos eugenistas.
Roda de conversa
Atividade 1
Na prática
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Obcecado pelos segredos da genética humana, Josef Mengele (1911-1979) tinha cobaias favoritas: gêmeos. Quando chegavam ao campo 
de concentração de Auschwitz, na Polônia, irmãos desse tipo eram logo separados dos prisioneiros. Recebiam “regalias”: exames de saúde, refeições mais completas, brinquedos, acomodação isolada. Mas logo a tortura começava… (...)
Mengele também pretendia aumentar o índice de gêmeos na população. Se eles representavam a raça considerada superior pelos nazistas, podiam povoar mais rapidamente o mundo com seres “puros”. Dessa forma, no campo de concentração, ele obrigava irmãs gêmeas a ter relações com irmãos gêmeos.
Na prática
É possível que você já deva ter estudado, na área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, o racismo científico, ou racialismo, que, sob o amparo da Ciência, concebeu critérios morfológicos para afirmar que haveria uma natureza diferenciada entre os grupos humanos – as “raças superiores”, levariam a civilização às “raças inferiores”. Essa dicotomia fundamentou o neocolonialismo do século XIX, com práticas imperialistas nos continentes africano e asiático. Notadamente, todo conhecimento é parte de uma cultura e, durante o século XIX, a História Natural é transformada em Biologia e Antropologia Física e, a partir dos debates sobre a ideia de raça, surge a noção de eugenia, desenvolvida pelo inglês Francis Galton (1822-1911) a partir de 1865. 
Racismo científico
Foco no conteúdo
Coincidentemente ou não, no mesmo contexto do fim do escravismo, ou seja, a Ciência apresentava outras justificativas para a dominação de determinados povos. Por volta de 1880, Galton fundamentou seus argumentos na expectativa de melhorar artificialmente a qualidade biológica e genética da população, aperfeiçoando as raças mais dotadas, facilitando a reprodução dos “bons indivíduos” e desencorajando as consideradas “raças malsãs”. No Brasil, esse discurso foi experimentado com as teses de branqueamento da população brasileira, que rejeitavam a mestiçagem e eram bem representadas pelo Conde de Gobineau, amigo pessoal de Pedro II. Outro exemplo interessante de mencionar é a retomada do discurso nazista, que "empresta" da eugenia a questão da hereditariedade e dos pressupostos pseudocientíficos do darwinismo social do século XIX. 
Foco no conteúdo
Para suas concepções, a história humana era explicada por meio das “lutas entre raças”, que levariam ao progresso ou ao atraso, e os arianos apresentavam “origens raciais” inatas, e os denominados “sem cultura científica” não poderiam sair do “estágio primitivo”, já que as gerações seriam imutáveis. Ou seja, além dos traços físicos, a raça estabeleceria a forma de vida, os hábitos, os pensamentos, as habilidades etc.
Assim sendo, a mistura de raças e qualquer tipo de deficiência deveriam ser eliminados do projeto do Terceiro Reich.
Alemanha Nazista, também chamada de Terceiro Reich, referem-se à Alemanha durante o período entre os anos de 1933 e 1945, quando o seu governo era controlado por Adolf Hitler. 
Foco no conteúdo
Pseudociência: qualquer tipo de informação que se diz ser baseada em fatos científicos, ou mesmo como tendo um alto padrão de conhecimento, mas que não resulta da aplicação de métodos científicos.
Racismo científico: a crença de que certas raças são inferiores aoutras devido a evidências científicas. É o principal exemplo de pseudociência atrelada à Biologia.
Foco no conteúdo
Considerando o que vocês já estudaram sobre Bioética, Engenharia Genética e eugenia, respondam à seguinte questão: 
Eugenia pode ser considerada um melhoramento genético?
Roda de conversa
Atividade 2
Na prática
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Correção
A eugenia foi elaborada por Francis Galton (1822-1911), no final do século XIX, com uma explícita preocupação com a evolução da espécie humana, no que diz respeito tanto às características físicas (como a cor dos olhos, por exemplo), quanto às não físicas (como a inteligência, largamente estudada por Galton).
Na prática
Para a realização do seu projeto de “melhora” da espécie humana por meio da “seleção natural”, Galton estudou a herança das características humanas físicas e, principalmente, não físicas. Sua ideia geral era que comportamentos humanos, como a preguiça, o alcoolismo, a criminalidade e a inteligência, entre outros, eram hereditários. Para demonstrar isso, ele utilizou seus conhecimentos de estatística aplicados aos estudos de herança em famílias.
Portanto, não pode ser considerada um melhoramento genético, pois, além de conflitar princípios da Bioética, considera aspectos sociais e discriminatórios.
Correção
Na prática
(...) Rosana Albuquerque em um artigo na Universidade de Porto em Portugal afirma que o racismo é um fenômeno mutável, historicamente contingente, que se transmuta consoante as condições que se desenvolvem e intersectam em contextos particulares, e considerando que a persistência do racismo enquanto fenômeno político-social de múltiplas faces exige-nos o compromisso da reflexividade sobre o legado da nossa história, procurando compreender o que deste passado perdura no mundo de hoje. 
Em grupos, após a leitura do texto, elaborem um plano de ação focando na importância de uma educação antirracista 
e apresentem para a gestão escolar e gremistas.
15 minutos
Aplicando
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Se o racismo nos séculos XV a XVIII, advindo da escravatura e do colonialismo, se desenvolveu previamente à emergência dos conceitos 
de “raça” e “racismo” (no século XIX), hoje manifesta-se de formas diversificadas. 
O racismo enquanto projeto ideológico, fruto de um círculo virtuoso 
entre ciência e política, que se reforçou cumulativamente ao longo de séculos, viria a ser desconstruído cientificamente e deslegitimado politicamente em meados do século XX, após a tomada de consciência dos horrores do holocausto, (...). 
Aplicando
Como marcos significativos desse “fim” podemos apontar a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) – que confirma, à época, a rejeição de projetos políticos assentes na discriminação ou perseguição racial e étnica – e as declarações da UNESCO (1950, 1951, 1964 e 1967) – em que acadêmicos de diferentes áreas científicas desenvolveram reflexões críticas sobre a história, o conceito de raça e a diversidade cultural da humanidade. 
Todavia, ”o fim do racismo científico não significou o fim do racismo na sociedade. Este se transformou e se diversificou, o que levou alguns autores a falar de ‘racismos’ e não de ‘racismo’ para salientar a multiplicidade de manifestações”. (...)
Aplicando
MATERIAL DE APOIO
“O Brasil foi o último país do continente americano a abolir a escravidão, em 1888. Mas, mesmo livres, um milhão e meio de pessoas negras foram colocadas na sociedade brasileira sem nenhum suporte. E, por conta dessa herança histórica vinda de centenas de anos de escravidão, é que nasce o que chamamos de racismo estrutural”.
O QUE É RACISMO ESTRUTURAL? | DESENHANDO. Disponível em: https://youtu.be/Ia3NrSoTSXk. Acesso em: 3 jun. 2023.
O BRASIL DEPOIS DA ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA - Nostalgia animado – ft RAEL. Disponível em: https://youtu.be/kaD2kBpWuV0. Acesso em: 3 jun. 2023.
Aplicando
Compreendemos o papel da Bioética diante da postura eugenista;
Discutimos o uso de pseudociência como justificativa de processos de discriminação, segregação e privação de direitos individuais e coletivos, em diferentes contextos sociais e históricos, para promover a equidade e o respeito à diversidade. 
Essa habilidade, atrelada aos objetos de conhecimento, dará base 
para discussões acerca da Trilha Antirracista cuja playlist do CMSP 
está disponível em:
https://youtube.com/playlist?list=PL3lOQVFcWM66
O39ns78rY7mv5uVrgTgSC. Acesso em: 3 jul. 2023.
O que aprendemos hoje?
Tarefa SP
Localizador: 99142
Professor, para visualizar a tarefa da aula, acesse com seu login: tarefas.cmsp.educacao.sp.gov.br
Clique em “Atividades” e, em seguida, em “Modelos”.
Em “Buscar por”, selecione a opção “Localizador”.
Copie o localizador acima e cole no campo de busca.
Clique em “Procurar”. 
Videotutorial: http://tarefasp.educacao.sp.gov.br/
22
LEMOV, Doug. Aula Nota 10 2.0: 62 técnicas para melhorar a gestão da sala de aula. Porto Alegre: Penso, 2018.
SÃO PAULO (Estado). Currículo em Ação: Caderno do Professor – Biologia – Ensino Médio – 2ª série – 3º bimestre. São Paulo: Seduc-SP, 2023. Disponível em: https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/uploads/2022/07/2serie-3Bim-Prof-CNT.pdf. Acesso em: 15 maio 2023.
Referências
Slides 3, 4 e 9 – https://super.abril.com.br/mundo-estranho/8-experimentos-crueis-do-nazista-josef-mengele-em-auschwitz e https://www.bbc.com/portuguese/internacional-51650996. Acesso em: 5 jul. 2023.
Slide 6 – Centro de Bioética do Cremesp. Disponível em: https://cutt.ly/1DQruYn. Acesso em: 5 jul. 2023.
Slides 16, 17 e 18 – O Antirracismo é uma luta constante. Disponível em: https://mundonegro.inf.br/o-antirracismo-e-uma-luta-constante/. Acesso em: 5 jul. 2023.
Referências
Lista de imagens e vídeos
Slides 4, 5, 8, 14 – Freepik 
Slide 3 – https://pt.wikipedia.org/wiki/Josef_Mengele#/media/Ficheiro:Josef_Mengele,_Auschwitz._Album_H%C3%B6cker_(cropped).jpg 
Slide 5 – https://br.freepik.com/vetores-gratis/empresarios-estudando-lista-de-regras-lendo-orientacoes-fazendo-lista-de-verificacao_11235251.htm#query=%C3%A9tica&position=29&from_view=search&track=sph 
Slide 16 – https://br.freepik.com/vetores-gratis/ilustracao-do-conceito-de-placa-scrum_7230633.htm#query=plano%20de%20a%C3%A7%C3%A3o&position=13&from_view=search&track=ais 
Referências
Material 
Digital

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