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GEOMORFOLOGIA AULA 4 Prof. Paulo César Medeiros 2 CONVERSA INICIAL Olá, seja bem-vindo ao quarto encontro da disciplina “ Geomorfologia”! Nas três aulas anteriores estudamos a geomorfologia, suas bases epistemológicas e as principais práticas de estudo do relevo. Nas próximas três aulas, iremos aprofundar o estudo sobre agentes modeladores do relevo, as unidades, a compartimentação topográfica e as tipologias do relevo brasileiro. Vamos conhecer cada um desses níveis e entender como eles se aplicam na identificação e classificação do relevo nacional. CONTEXTUALIZANDO Imagine que sua equipe de estudos foi novamente chamada para elaboração de um levantamento geomorfológico do município onde moram atualmente. Já sabemos que, além das técnicas cartográficas, será necessário aplicar técnicas de escritório e de campo, para identificar processos naturais e humanos que resultaram nas tipologias e formas. O início do trabalho requer sempre algumas perguntas, tais como: Quais os procedimentos, as técnicas e os materiais que devem ser aplicados nesse estudo? Quais as classificações do relevo da região segundo os mapas e os dados do IBGE e de outros órgãos de geologia e geomorfologia? Quais os processos e as dinâmicas (naturais e humanas) que estão associados aos modelados e compartimentos? Em caso de impactos ambientais e áreas degradadas na região, quais as medidas para minimizar seus efeitos para o desenvolvimento socioeconômico regional? Vamos tratar de vários temas que auxiliarão sua equipe na resolução destas questões e de outras que surgirão pelo caminho. O “Manual Técnico de Geomorfologia” foi elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através da Diretoria de Geociências. Ele apresenta técnicas e procedimentos para interpretação e mapeamento do relevo. Além disso, orienta os pesquisadores para aplicação de padrões e normas que permitam aos diferentes agentes a atualização constante do sistema nacional de informações e mapeamento do relevo nacional. Acesse o link a seguir e tenha acesso a ele! 3 ftp://geoftp.ibge.gov.br/documentos/recursos_naturais/manuais_tecnicos/ manual_tecnico_geomorfologia.pdf TEMA 1 – COMPARTIMENTAÇÃO TOPOGRÁFICA As forças internas e externas da crosta terrestre produziram as paleoformas ou morfologia da superfície. A superfície se apresenta de duas formas distintas os peneplanos (superfícies erosivas) e os pediplanos (superfícies deposicionais). Nelas surgem formas de dissecação — tabulares, convexas e aguçadas — que estão diretamente associadas ao clima predominante, definindo áreas ou domínios morfoclimáticos. Podemos, então, considerar que o relevo é caracterizado, de modo geral, por superfícies erosivas (ou peneplanos) e superfícies deposicionais (ou pediplanos), dotadas de formas de dissecação, que podem ser tabulares, convexas e aguçadas. Como nos diz Casseti (2005), a explicação para a diversidade do relevo terrestre deve levar em conta as transformações dos sistemas naturais e humanos ao longo do tempo. Essa heterogeneidade de formas de relevo se explica pela diferenciação estrutural e pela influência dos domínios morfoclimáticos. No caso brasileiro, podemos citar algumas dessas áreas: O domínio de mares de morros da região sudeste, que é relacionado à reativação tectônica terciária que determinou novos processos erosivos e formação da drenagem; As grandes extensões aplainadas e o domínio do cerrado na região central do Brasil, que estão associados aos períodos morfoclimáticos secos. Esses domínios apresentam formas de relevo ou depósitos correlativos distintos, que permitem a reconstituição da evolução dos modelados e das forças presentes nas alterações no relevo. Segundo o “Manual Técnico de Geomorfologia” (IBGE, 2009), o ordenamento dos fatos geomorfológicos deve ser realizado de acordo com uma classificação temporal e espacial, na qual se distinguem os modelados como unidades básicas e seus grupamentos hierarquicamente relacionados. A individualização desses conjuntos de feições leva em consideração a natureza ftp://geoftp.ibge.gov.br/documentos/recursos_naturais/manuais_tecnicos/manual_tecnico_geomorfologia.pdf ftp://geoftp.ibge.gov.br/documentos/recursos_naturais/manuais_tecnicos/manual_tecnico_geomorfologia.pdf 4 estrutural, litológica, pedológica, climática e morfodinâmica, que agem na evolução das formas do relevo e na composição da paisagem no decorrer do tempo geológico. A classificação do relevo está ordenada por táxons ou sistemas de classificação geomorfológica, sendo eles: Domínios morfoestruturais; Regiões geomorfológicas; Unidades geomorfológicas; Modelados e formas do relevo. Fonte: IBGE (2009). As semelhanças entre os conjuntos de formas caracterizam os compartimentos morfológicos. Suas denominações, portanto, definem sua gênese e história evolutiva. O estudo dos compartimentos permite: Conhecer as vulnerabilidades do relevo, como a sua suscetibilidade erosiva em função de determinados usos ou ocupações; Identificar as potencialidades de um relevo, como depósitos de cobertura com fertilidade natural; Identificar sua vulnerabilidade natural, como a susceptibilidade às erosões, aplicando-se conceitos ecodinâmicos sobre o relevo, tomando-o como um componente básico para o sistema geomorfológico. 5 Acessando o link a seguir você confere um vídeo sobre os biomas do Brasil, analisado por meio das mais variadas paisagens e da interação dos seres vivos — plantas, animais e seres humanos — com os diversos domínios de natureza. https://www.youtube.com/watch?v=0dlXce3s4mo TEMA 2 – DOMÍNIOS MORFOESTRUTURAIS Os domínios morfoestruturais são o primeiro nível hierárquico de classificação do relevo e se definem a partir de características geológicas comuns, tais como a tipologia e a disposição das rochas, que refletem o direcionamento geral do relevo e ordenam o sistema de drenagem de grandes áreas, atingindo escalas macrorregionais no caso brasileiro. De acordo com o IBGE (2006 apud IBGE 2009), são quatro os domínios distribuídos no país: Depósitos sedimentares quaternários; Bacias e coberturas sedimentares fanerozoicas; Cinturões móveis neoproterozoóicos; Crátons neoproterozoicos. Observe o mapa a seguir e identifique em qual domínio morfoestrutural e morfoclimático está posicionado o município onde você mora: Fonte: IBGE, 2009 apud IBGE 2006. https://www.youtube.com/watch?v=0dlXce3s4mo 6 Tenha mais informações sobre os tipos de domínio morfoestruturais a seguir: Depósitos sedimentares quaternários: são áreas de acumulação de sedimentos, representadas pelas planícies e por terraços de baixa declividade e, eventualmente, depressões modeladas sobre depósitos de sedimentos horizontais a sub-horizontais de ambientes fluviais, marinhos, fluviomarinhos, lagunares e/ou eólicos, distribuídos na zona costeira ou no interior do continente. Bacias e coberturas sedimentares fanerozoicas: são áreas de planaltos e chapadas que se formaram sobre rochas sedimentares horizontais a sub-horizontais, em alguns casos dobradas e/ou falhadas, formadas em ambientes de sedimentação diversos nas bacias paleozoicas, geralmente encontrados nas margens e/ou no interior do continente. Cinturões móveis neoproterozoicos: são áreas representadas por planaltos, alinhamentos serranos e depressões interplanálticas, em rochas dobradas e falhadas, incluindo principalmente metamorfitos e granitoides associados. São formadas no Período Proterozoico, o éon está compreendido entre 2,5 bilhões e 542 milhões de anos atrás. Crátons neoproterozoicos: são áreas de planaltos residuais, chapadas e depressões interplanálticas, que têm como embasamento metamorfitos e granitoidesassociados e incluem como cobertura rochas sedimentares e/ou vulcano-plutonismo, deformados ou não. O metamorfismo e os dobramentos são do éon que está compreendido aproximadamente entre 3,85 bilhões de anos e 2,5 bilhões de anos atrás. Os domínios morfoclimáticos, por sua vez, formam unidades morfoestruturais que apresentam características geológicas prevalentes, tais como direções estruturais que se refletem no direcionamento geral do relevo ou no controle da drenagem principal. Como exemplo temos os planaltos e as chapadas da Bacia Sedimentar do Paraná, formados por sedimentos paleomesozoicos e a Depressão do Araguaia, formada por estruturas cristalinas do Complexo Goiano, no Brasil Central. Acessando o link a seguir você confere um vídeo sobre geógrafo brasileiro Aziz Ab’Saber. Ele dá um depoimento a respeito dos diversos domínios de natureza do Brasil e suas potencialidades paisagísticas, além das formas do relevo e a drenagem que garantem ao país uma das maiores redes hidrográficas 7 do mundo. Defende, ainda, a proteção ambiental, em particular das unidades de conservação de biodiversidade. https://www.youtube.com/watch?v=SQwJb2qNflw&feature=youtu.be TEMA 3 – REGIÕES GEOMORFOLÓGICAS As regiões geomorfológicas formam o segundo nível hierárquico da classificação do relevo. Elas agrupam áreas com características genéticas comuns, que apresentam feições semelhantes, definidas também pela ação dos fatores climáticos pretéritos nas unidades de relevo com situações genéticas semelhantes, com feições comuns, associadas às formações superficiais e às fitofisionomias. Estas se caracterizam por uma compartimentação reconhecida regionalmente e apresentam não mais um controle causal relacionado às condições geológicas, mas estão ligadas, essencialmente, a fatores climáticos atuais ou passados” (IBGE, 1995). Segundo a classificação dos macrocompartimentos geomorfológicos elaborada por Ross (1990), o Brasil apresenta três grandes grupos: planaltos, depressões e planícies. A seguir você tem mais informações sobre cada um deles: Planaltos Apresentam formas residuais elevadas e circundadas por áreas de depressões. Em áreas sedimentares, apresentam depressões periféricas com a presença de relevos de cuestas em escarpas; em áreas de intrusões e coberturas residuais de plataforma aparecem como chapadas e morros isolados, como a Chapada dos Parecis (MT). Os planaltos em núcleos cristalinos arqueados são caracterizados por dobramentos antigos soerguidos em formas de abóbadas com a presença de escudos cristalinos de conformação dômica, como exemplos temos os planaltos da Borborema e o Uruguaio-Sul-riograndense. Os planaltos em cinturões orogênicos são caracterizados pelas inúmeras serras associadas às estruturas litológicas intensamente dissecadas, tendo como exemplos as serras do Mar e da Mantiqueira, que apresentam escarpas acentuadas devido à atividade epirogênica pós-cretácea. https://www.youtube.com/watch?v=SQwJb2qNflw&feature=youtu.be 8 Depressões Foram geradas por processos denudacionais de grande atuação nas bordas das bacias sedimentares pelas alternâncias dos climas seco e úmido da era Cenozoica. Pode-se destacar a depressão da borda leste da bacia do Paraná e a depressão periférica Sul-rio-grandense, com exceção da depressão da Amazônia Ocidental. Planícies São áreas de deposição de sedimentos do Quaternário, os cursos de rios apresentam formatos meândricos e anastomosados nas partes continentais, como ocorre nas planícies do Rio Amazonas e do Araguaia, nas lagoas de inundação na planície do Pantanal Mato-grossense e nas lagunas e restingas na planície litorânea da Laguna dos Patos e Lagoa Mirim (RS). Observem o mapa a seguir e identifique a unidade morfoestrutural ou região geomorfológica onde está localizado seu município: Fonte: Adaptado de Ross, 1996, p. 53. Acesse o link a seguir e confira o texto intitulado “Relevo brasileiro: uma nova proposta de classificação”, do geógrafo Jurandyr Ross. Ele apresenta um histórico das classificações do relevo brasileiro e seus principais autores. Mostra também que o sensoriamento remoto do território nacional permitiu o detalhamento das unidades e estruturas do relevo e a divisão dos táxons ou níveis de abordagem e análise. Ele apresenta as 28 unidades geomorfológicas ou morfoestruturais do relevo. http://www.revistas.usp.br/rdg/article/viewFile/47094/50815 http://www.revistas.usp.br/rdg/article/viewFile/47094/50815 9 TEMA 4 – UNIDADES GEOMORFOLÓGICAS As unidades geomorfológicas constituem o terceiro nível taxonômico do relevo brasileiro. Basicamente se constituem pelo arranjo de formas altimétricas e fisionomicamente semelhantes em seus diversos tipos de modelados. Conforme Ross (1992), essas unidades podem ser denominadas simplesmente “unidades morfológicas” ou áreas sujeitas à geomorfogênese, que produzem formas as quais são explicadas por fatores paleoclimáticos e por condicionantes litológicas e estruturais. No relevo do Brasil são identificadas as seguintes formas (IBGE, 2009): Planícies: são conjuntos de relevo de formas planas ou suavemente onduladas, em geral posicionadas em baixa altitude, onde processos de sedimentação superam os de erosão. Tabuleiros e chapadas: são conjuntos de formas de relevo de topo plano, elaboradas em rochas sedimentares ou metamórficas. A presença de rochas dispostas em camadas horizontais e sub-horizontais é observável na paisagem, em geral limitada por escarpas. Os tabuleiros apresentam altitudes relativamente baixas, enquanto as chapadas têm em altitudes mais elevadas. Depressões: são conjuntos de relevos planos ou ondulados situados abaixo do nível das regiões vizinhas, elaborados em rochas de classes variadas. Patamares: são relevos planos ou ondulados, elaborados em diferentes classes de rochas, que constituem superfícies intermediárias ou degraus entre áreas de relevos mais elevados e áreas topograficamente mais baixas. Planaltos: são conjuntos de relevos planos ou dissecados, de altitudes elevadas, limitados, pelo menos em um lado, por superfícies mais baixas, nos quais os processos de erosão superam os de sedimentação. Serras: constituem relevos acidentados, elaborados em rochas diversas, formando cristas e cumeadas ou as bordas escarpadas de planaltos. Acesse o link a seguir e confira o Mapa de Relevo do Brasil: http://atlasescolar.ibge.gov.br/images/atlas/mapas_brasil/brasil_unidades _de_relevo.pdf Observamos no mapa de relevo que o território brasileiro apresenta terrenos acidentados de formação geológica cristalina e que sofre muito desgaste por processos erosivos, comprovados pelas modestas altitudes e grande extensão das áreas de planaltos, planícies e depressões. http://atlasescolar.ibge.gov.br/images/atlas/mapas_brasil/brasil_unidades_de_relevo.pdf http://atlasescolar.ibge.gov.br/images/atlas/mapas_brasil/brasil_unidades_de_relevo.pdf 10 Outro aspecto interessante é o fato de não se apresentarem dobramentos montanhosos modernos, que ocorre devido à sua posição na placa tectônica sul- americana. TEMA 5 - MODELADOS DO RELEVO Os modelados do relevo são o quarto táxon ou nível de classificação geomorfológica. Nesse nível são analisadas as formas geométricas na paisagem e na formação superficial, tendo em vista conhecer as semelhanças, sua origem, os processos morfogenéticos envolvidos e os materiais correlativos superficiais. De acordo com o IBGE (2009), os modelados são identificados pela sua natureza ou pelo seu processo predominante, sendo divididos em modelados de acumulação, de dissecação, de aplanamento e de dissolução. Nas páginas seguintes você tem mais informações sobre cada um deles: Modelados de acumulação Ocorrem pela deposição de sedimentos fluviais, lacustres, marinhos, lagunares, eólicos e de gênesesmistas. Resultam de todos os fenômenos decorrentes em uma determinada área, como das bacias hidrográficas, onde todos os processos internos provocam a produção e o deslocamento de sedimentos pela superfície (IBGE, 2009). Exemplos de modelados de acumulação no relevo brasileiro são a planície fluvial na jusante do Rio Guaporé, em Roraima, e a planície marinha nos campos de dunas do litoral de Torres (Rio Grande do Sul). Fonte: IBGE, 2009. p. 38. Nas planícies, essas formas de modelados resultam em uma área plana formada pela acumulação fluvial sujeita a inundações periódicas, correspondendo às várzeas atuais. Os terraços apresentam forma plana, levemente inclinada, e ruptura de declive em relação ao leito do rio e às várzeas 11 recentes. Ocorre nos vales na forma de aluviões de variações granulométricas, pleistocênicas e holocênicas (IBGE, 2009). Modelados de aplanamento São porções continentais caracterizadas por relevo plano, ou suavemente ondulado, modelado pela ação da erosão subaérea e que combina indistintamente estruturas geológicas de natureza e resistência diferenciada (OLLIER, 1981). Ocorrem na forma de pediplanos degradados, inumados e desnudados. Em geral, apresentam a superfície de aplanamento parcialmente conservada ou pouco dissecada e/ou separada por escarpas ou ressaltos de outros modelados de aplanamento e de dissecação correspondentes aos sistemas morfogenéticos subsequentes. Temos como exemplo as escarpas do planalto dissecado do Tocantins e a depressão do Médio Tocantins, em Palmas (TO), além da Serra do Sincorá, com pedimentos anticlinais adentrando a Chapada Diamantina (BA). Fonte: IBGE, 2009. p. 42. Ocorrem nos topos de planaltos e chapadas, dominados por residuais ou dominando relevos dissecados. Também ocorrem como pediplanos retocados inumados e/ou desnudados nas depressões pediplanadas interplanálticas e periféricas tabuliformes e no sopé de escarpas que dominam os níveis de erosão inferiores e, eventualmente, nos topos de planaltos e chapadas ao longo dos vales (IBGE, 2009). Modelados de dissolução São modelados elaborados em rochas carbonáticas, que podem ser classificados de acordo com sua evolução, seus aspectos de superfície ou de 12 subsuperfície. São identificados de acordo com sua evolução quanto aos processos de intemperização das rochas. Em geral, as carbonáticas são mais suscetíveis e encontradas em regiões com elevado grau de precipitações, podendo ser identificadas de acordo com as alterações de aspecto na superfície ou na subsuperfície. Um exemplo é o carste descoberto em Taguatinga (TO) e as rochas carbonáticas neoproterozoicas na Chapada Diamantina (BA). Fonte: IBGE, 2009, p. 42. Os modelados de dissolução se classificam como: Carste coberto: mascaradas por solos, detritos e outros produtos de descalcificação; Carste descoberto: com a exposição da superfície ou descobertas por erosão de coberturas preexistentes (IBGE, 2009). Modelados de dissecação São estudados a partir da análise das formas dos topos, dos dados morfométricos, da densidade e do aprofundamento da drenagem, além da declividade. São modelados que ocorrem de forma mais generalizada na paisagem brasileira. São classificados em três espécies: dissecados homogêneos, dissecados estruturais e dissecados em ravinas (IBGE, 2009). Exemplo do relevo dissecado são os morros e colinas nas encostas orientais da Serra da Borborema (PB) e os topos convexos no Chapadão do Boqueirão, nos municípios de Tapira e Araxá (MG). 13 Fonte: IBGE, 2009. p. 42. A seguir, você confere a técnica para identificação dos modelados do relevo: Fonte: IBGE, 1995. TROCANDO IDEIAS Com base nos conteúdos de nossa quarta aula, vamos organizar um fórum para debater sobre a geomorfologia do município onde vivem. Observem os mapas e os diversos táxons apresentados na aula, localizem e descrevam suas principais características físicas. 14 NA PRÁTICA Elabore um plano de aula sobre o relevo do município para estudantes do 1º ano do Ensino Médio considerando o seguinte objetivo proposto pelos Parâmetros Curriculares Nacionais: “compreender a espacialidade e temporalidade dos fenômenos geográficos estudados em suas dinâmicas e interações” (PCN, 1999 p. 81). Em geral os planos de aula se caracterizam pela descrição específica de tudo que o professor realizará em classe durante as aulas de um período específico. Sua estrutura deve conter alguns itens fundamentais: Dados de identificação do professor e da escola; Objetivos da aula; Conteúdos da aula; Procedimentos de aprendizagem dos alunos; Recursos e materiais aplicados; Metodologias e técnicas avaliativas. Você deve produzir um plano possível de ser executado com turmas de Ensino Médio utilizando fontes científicas e recursos de aprendizagem diversos, bem como incluindo a tecnologia e os estudos de campo. SÍNTESE Nessa aula conhecemos a compartimentação do relevo brasileiro proposta pelo IBGE (2009). Essa divisão ou classificação de unidades de relevo leva em consideração uma ordem decrescente de grandeza, definida por meio de táxons ou sistemas de classificação científica: Domínios morfoestruturais; Regiões geomorfológicas; Unidades geomorfológicas; Modelados e formas de relevo simbolizadas. A diversidade de paisagens e formas de relevo caracteriza a grande potencialidade natural do país, com sua biodiversidade, suas riquezas minerais e seus solos produtivos. O conhecimento detalhado do relevo é a base para o planejamento da gestão ambiental do território e para o desenvolvimento humano. 15 REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais - Caracterização da área de Geografia. 1999. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro052.pdf>. Acesso em: 25 maio 2016. BRASIL. Ministério da Cultura. Secretaria de audiovisual. Intérpretes do Brasil - 08 - Os Vários Brasis, por Aziz Ab’Saber (vídeo). 2001. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=SQwJb2qNflw&feature=youtu.be>. Acesso em: 25 maio 2016. IBGE. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Manual técnico de geomorfologia. Coordenação de Recursos Naturais e Estudos Ambientais. 2. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2009. Disponível em: <ftp://geoftp.ibge.gov.br/documentos/recursos_naturais/manuais_tecnicos/manual _tecnico_geomorfologia.pdf>. MEDEIROS, P. C. Geomorfologia: fundamentos e métodos para o ensino do relevo. Curitiba: InterSaberes, 2016. ROSS, J. L. S. Relevo brasileiro: uma nova proposta de classificação. Revista do Departamento de Geografia da USP. São Paulo, n. 4, p. 25-39, 1985. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/rdg/article/viewFile/47094/50815>. Acesso em: 25 maio 2016. http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro052.pdf https://www.youtube.com/watch?v=SQwJb2qNflw&feature=youtu.be ftp://geoftp.ibge.gov.br/documentos/recursos_naturais/manuais_tecnicos/manual_tecnico_geomorfologia.pdf ftp://geoftp.ibge.gov.br/documentos/recursos_naturais/manuais_tecnicos/manual_tecnico_geomorfologia.pdf http://www.revistas.usp.br/rdg/article/viewFile/47094/50815
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