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Estudo de Geomorfologia

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GEOMORFOLOGIA 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Paulo César Medeiros 
 
 
 
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CONVERSA INICIAL 
Olá, seja bem-vindo ao quarto encontro da disciplina “ Geomorfologia”! 
Nas três aulas anteriores estudamos a geomorfologia, suas bases 
epistemológicas e as principais práticas de estudo do relevo. Nas próximas três 
aulas, iremos aprofundar o estudo sobre agentes modeladores do relevo, as 
unidades, a compartimentação topográfica e as tipologias do relevo brasileiro. 
Vamos conhecer cada um desses níveis e entender como eles se aplicam 
na identificação e classificação do relevo nacional. 
CONTEXTUALIZANDO 
Imagine que sua equipe de estudos foi novamente chamada para 
elaboração de um levantamento geomorfológico do município onde moram 
atualmente. Já sabemos que, além das técnicas cartográficas, será necessário 
aplicar técnicas de escritório e de campo, para identificar processos naturais e 
humanos que resultaram nas tipologias e formas. 
O início do trabalho requer sempre algumas perguntas, tais como: 
 Quais os procedimentos, as técnicas e os materiais que devem ser 
aplicados nesse estudo? 
 Quais as classificações do relevo da região segundo os mapas e os 
dados do IBGE e de outros órgãos de geologia e geomorfologia? 
 Quais os processos e as dinâmicas (naturais e humanas) que estão 
associados aos modelados e compartimentos? 
 Em caso de impactos ambientais e áreas degradadas na região, quais 
as medidas para minimizar seus efeitos para o desenvolvimento 
socioeconômico regional? 
Vamos tratar de vários temas que auxiliarão sua equipe na resolução 
destas questões e de outras que surgirão pelo caminho. 
O “Manual Técnico de Geomorfologia” foi elaborado pelo Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através da Diretoria de Geociências. 
Ele apresenta técnicas e procedimentos para interpretação e mapeamento do 
relevo. Além disso, orienta os pesquisadores para aplicação de padrões e 
normas que permitam aos diferentes agentes a atualização constante do sistema 
nacional de informações e mapeamento do relevo nacional. Acesse o link a 
seguir e tenha acesso a ele! 
 
 
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ftp://geoftp.ibge.gov.br/documentos/recursos_naturais/manuais_tecnicos/
manual_tecnico_geomorfologia.pdf 
 
TEMA 1 – COMPARTIMENTAÇÃO TOPOGRÁFICA 
As forças internas e externas da crosta terrestre produziram as 
paleoformas ou morfologia da superfície. 
A superfície se apresenta de duas formas distintas os peneplanos 
(superfícies erosivas) e os pediplanos (superfícies deposicionais). Nelas surgem 
formas de dissecação — tabulares, convexas e aguçadas — que estão 
diretamente associadas ao clima predominante, definindo áreas ou domínios 
morfoclimáticos. 
Podemos, então, considerar que o relevo é caracterizado, de modo geral, 
por superfícies erosivas (ou peneplanos) e superfícies deposicionais (ou 
pediplanos), dotadas de formas de dissecação, que podem ser tabulares, 
convexas e aguçadas. 
Como nos diz Casseti (2005), a explicação para a diversidade do relevo 
terrestre deve levar em conta as transformações dos sistemas naturais e 
humanos ao longo do tempo. Essa heterogeneidade de formas de relevo se 
explica pela diferenciação estrutural e pela influência dos domínios 
morfoclimáticos. 
No caso brasileiro, podemos citar algumas dessas áreas: 
 O domínio de mares de morros da região sudeste, que é relacionado 
à reativação tectônica terciária que determinou novos processos 
erosivos e formação da drenagem; 
 As grandes extensões aplainadas e o domínio do cerrado na região 
central do Brasil, que estão associados aos períodos morfoclimáticos 
secos. 
Esses domínios apresentam formas de relevo ou depósitos correlativos 
distintos, que permitem a reconstituição da evolução dos modelados e das forças 
presentes nas alterações no relevo. 
Segundo o “Manual Técnico de Geomorfologia” (IBGE, 2009), o 
ordenamento dos fatos geomorfológicos deve ser realizado de acordo com uma 
classificação temporal e espacial, na qual se distinguem os modelados como 
unidades básicas e seus grupamentos hierarquicamente relacionados. A 
individualização desses conjuntos de feições leva em consideração a natureza 
ftp://geoftp.ibge.gov.br/documentos/recursos_naturais/manuais_tecnicos/manual_tecnico_geomorfologia.pdf
ftp://geoftp.ibge.gov.br/documentos/recursos_naturais/manuais_tecnicos/manual_tecnico_geomorfologia.pdf
 
 
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estrutural, litológica, pedológica, climática e morfodinâmica, que agem na 
evolução das formas do relevo e na composição da paisagem no decorrer do 
tempo geológico. 
A classificação do relevo está ordenada por táxons ou sistemas de 
classificação geomorfológica, sendo eles: 
 Domínios morfoestruturais; 
 Regiões geomorfológicas; 
 Unidades geomorfológicas; 
 Modelados e formas do relevo. 
 
 
Fonte: IBGE (2009). 
As semelhanças entre os conjuntos de formas caracterizam os 
compartimentos morfológicos. Suas denominações, portanto, definem sua 
gênese e história evolutiva. O estudo dos compartimentos permite: 
 Conhecer as vulnerabilidades do relevo, como a sua suscetibilidade 
erosiva em função de determinados usos ou ocupações; 
 Identificar as potencialidades de um relevo, como depósitos de 
cobertura com fertilidade natural; 
 Identificar sua vulnerabilidade natural, como a susceptibilidade às 
erosões, aplicando-se conceitos ecodinâmicos sobre o relevo, 
tomando-o como um componente básico para o sistema 
geomorfológico. 
 
 
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Acessando o link a seguir você confere um vídeo sobre os biomas do 
Brasil, analisado por meio das mais variadas paisagens e da interação dos seres 
vivos — plantas, animais e seres humanos — com os diversos domínios de 
natureza. 
https://www.youtube.com/watch?v=0dlXce3s4mo 
 
TEMA 2 – DOMÍNIOS MORFOESTRUTURAIS 
Os domínios morfoestruturais são o primeiro nível hierárquico de 
classificação do relevo e se definem a partir de características geológicas 
comuns, tais como a tipologia e a disposição das rochas, que refletem o 
direcionamento geral do relevo e ordenam o sistema de drenagem de grandes 
áreas, atingindo escalas macrorregionais no caso brasileiro. 
De acordo com o IBGE (2006 apud IBGE 2009), são quatro os domínios 
distribuídos no país: 
 Depósitos sedimentares quaternários; 
 Bacias e coberturas sedimentares fanerozoicas; 
 Cinturões móveis neoproterozoóicos; 
 Crátons neoproterozoicos. 
Observe o mapa a seguir e identifique em qual domínio morfoestrutural e 
morfoclimático está posicionado o município onde você mora: 
 
Fonte: IBGE, 2009 apud IBGE 2006. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=0dlXce3s4mo
 
 
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Tenha mais informações sobre os tipos de domínio morfoestruturais a 
seguir: 
Depósitos sedimentares quaternários: são áreas de acumulação de 
sedimentos, representadas pelas planícies e por terraços de baixa declividade 
e, eventualmente, depressões modeladas sobre depósitos de sedimentos 
horizontais a sub-horizontais de ambientes fluviais, marinhos, fluviomarinhos, 
lagunares e/ou eólicos, distribuídos na zona costeira ou no interior do continente. 
Bacias e coberturas sedimentares fanerozoicas: são áreas de 
planaltos e chapadas que se formaram sobre rochas sedimentares horizontais a 
sub-horizontais, em alguns casos dobradas e/ou falhadas, formadas em 
ambientes de sedimentação diversos nas bacias paleozoicas, geralmente 
encontrados nas margens e/ou no interior do continente. 
Cinturões móveis neoproterozoicos: são áreas representadas por 
planaltos, alinhamentos serranos e depressões interplanálticas, em rochas 
dobradas e falhadas, incluindo principalmente metamorfitos e granitoides 
associados. São formadas no Período Proterozoico, o éon está compreendido 
entre 2,5 bilhões e 542 milhões de anos atrás. 
Crátons neoproterozoicos: são áreas de planaltos residuais, chapadas 
e depressões interplanálticas, que têm como embasamento metamorfitos e 
granitoidesassociados e incluem como cobertura rochas sedimentares e/ou 
vulcano-plutonismo, deformados ou não. O metamorfismo e os dobramentos são 
do éon que está compreendido aproximadamente entre 3,85 bilhões de anos e 
2,5 bilhões de anos atrás. 
 
Os domínios morfoclimáticos, por sua vez, formam unidades 
morfoestruturais que apresentam características geológicas prevalentes, tais 
como direções estruturais que se refletem no direcionamento geral do relevo ou 
no controle da drenagem principal. Como exemplo temos os planaltos e as 
chapadas da Bacia Sedimentar do Paraná, formados por sedimentos 
paleomesozoicos e a Depressão do Araguaia, formada por estruturas cristalinas 
do Complexo Goiano, no Brasil Central. 
Acessando o link a seguir você confere um vídeo sobre geógrafo brasileiro 
Aziz Ab’Saber. Ele dá um depoimento a respeito dos diversos domínios de 
natureza do Brasil e suas potencialidades paisagísticas, além das formas do 
relevo e a drenagem que garantem ao país uma das maiores redes hidrográficas 
 
 
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do mundo. Defende, ainda, a proteção ambiental, em particular das unidades de 
conservação de biodiversidade. 
https://www.youtube.com/watch?v=SQwJb2qNflw&feature=youtu.be 
 
TEMA 3 – REGIÕES GEOMORFOLÓGICAS 
As regiões geomorfológicas formam o segundo nível hierárquico da 
classificação do relevo. Elas agrupam áreas com características genéticas 
comuns, que apresentam feições semelhantes, definidas também pela ação dos 
fatores climáticos pretéritos nas unidades de relevo com situações genéticas 
semelhantes, com feições comuns, associadas às formações superficiais e às 
fitofisionomias. 
Estas se caracterizam por uma compartimentação reconhecida 
regionalmente e apresentam não mais um controle causal 
relacionado às condições geológicas, mas estão ligadas, 
essencialmente, a fatores climáticos atuais ou passados” (IBGE, 
1995). 
 
 
Segundo a classificação dos macrocompartimentos geomorfológicos 
elaborada por Ross (1990), o Brasil apresenta três grandes grupos: planaltos, 
depressões e planícies. A seguir você tem mais informações sobre cada um 
deles: 
Planaltos 
 Apresentam formas residuais elevadas e circundadas por áreas de 
depressões. Em áreas sedimentares, apresentam depressões periféricas com a 
presença de relevos de cuestas em escarpas; em áreas de intrusões e 
coberturas residuais de plataforma aparecem como chapadas e morros isolados, 
como a Chapada dos Parecis (MT). 
Os planaltos em núcleos cristalinos arqueados são caracterizados por 
dobramentos antigos soerguidos em formas de abóbadas com a presença de 
escudos cristalinos de conformação dômica, como exemplos temos os planaltos 
da Borborema e o Uruguaio-Sul-riograndense. 
Os planaltos em cinturões orogênicos são caracterizados pelas inúmeras 
serras associadas às estruturas litológicas intensamente dissecadas, tendo 
como exemplos as serras do Mar e da Mantiqueira, que apresentam escarpas 
acentuadas devido à atividade epirogênica pós-cretácea. 
https://www.youtube.com/watch?v=SQwJb2qNflw&feature=youtu.be
 
 
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Depressões 
Foram geradas por processos denudacionais de grande atuação nas 
bordas das bacias sedimentares pelas alternâncias dos climas seco e úmido da 
era Cenozoica. Pode-se destacar a depressão da borda leste da bacia do Paraná 
e a depressão periférica Sul-rio-grandense, com exceção da depressão da 
Amazônia Ocidental. 
Planícies 
 São áreas de deposição de sedimentos do Quaternário, os cursos de rios 
apresentam formatos meândricos e anastomosados nas partes continentais, 
como ocorre nas planícies do Rio Amazonas e do Araguaia, nas lagoas de 
inundação na planície do Pantanal Mato-grossense e nas lagunas e restingas na 
planície litorânea da Laguna dos Patos e Lagoa Mirim (RS). 
Observem o mapa a seguir e identifique a unidade morfoestrutural ou 
região geomorfológica onde está localizado seu município: 
 
 
Fonte: Adaptado de Ross, 1996, p. 53. 
Acesse o link a seguir e confira o texto intitulado “Relevo brasileiro: uma 
nova proposta de classificação”, do geógrafo Jurandyr Ross. Ele apresenta um 
histórico das classificações do relevo brasileiro e seus principais autores. 
Mostra também que o sensoriamento remoto do território nacional 
permitiu o detalhamento das unidades e estruturas do relevo e a divisão dos 
táxons ou níveis de abordagem e análise. Ele apresenta as 28 unidades 
geomorfológicas ou morfoestruturais do relevo. 
http://www.revistas.usp.br/rdg/article/viewFile/47094/50815 
 
 
http://www.revistas.usp.br/rdg/article/viewFile/47094/50815
 
 
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TEMA 4 – UNIDADES GEOMORFOLÓGICAS 
As unidades geomorfológicas constituem o terceiro nível taxonômico do 
relevo brasileiro. Basicamente se constituem pelo arranjo de formas altimétricas 
e fisionomicamente semelhantes em seus diversos tipos de modelados. 
Conforme Ross (1992), essas unidades podem ser denominadas simplesmente 
“unidades morfológicas” ou áreas sujeitas à geomorfogênese, que produzem 
formas as quais são explicadas por fatores paleoclimáticos e por condicionantes 
litológicas e estruturais. 
No relevo do Brasil são identificadas as seguintes formas (IBGE, 2009): 
Planícies: são conjuntos de relevo de formas planas ou suavemente onduladas, 
em geral posicionadas em baixa altitude, onde processos de sedimentação 
superam os de erosão. 
Tabuleiros e chapadas: são conjuntos de formas de relevo de topo plano, 
elaboradas em rochas sedimentares ou metamórficas. A presença de rochas 
dispostas em camadas horizontais e sub-horizontais é observável na paisagem, 
em geral limitada por escarpas. Os tabuleiros apresentam altitudes relativamente 
baixas, enquanto as chapadas têm em altitudes mais elevadas. 
Depressões: são conjuntos de relevos planos ou ondulados situados abaixo do 
nível das regiões vizinhas, elaborados em rochas de classes variadas. 
Patamares: são relevos planos ou ondulados, elaborados em diferentes classes 
de rochas, que constituem superfícies intermediárias ou degraus entre áreas de 
relevos mais elevados e áreas topograficamente mais baixas. 
Planaltos: são conjuntos de relevos planos ou dissecados, de altitudes 
elevadas, limitados, pelo menos em um lado, por superfícies mais baixas, nos 
quais os processos de erosão superam os de sedimentação. 
Serras: constituem relevos acidentados, elaborados em rochas diversas, 
formando cristas e cumeadas ou as bordas escarpadas de planaltos. 
Acesse o link a seguir e confira o Mapa de Relevo do Brasil: 
http://atlasescolar.ibge.gov.br/images/atlas/mapas_brasil/brasil_unidades
_de_relevo.pdf 
Observamos no mapa de relevo que o território brasileiro apresenta 
terrenos acidentados de formação geológica cristalina e que sofre muito 
desgaste por processos erosivos, comprovados pelas modestas altitudes e 
grande extensão das áreas de planaltos, planícies e depressões. 
http://atlasescolar.ibge.gov.br/images/atlas/mapas_brasil/brasil_unidades_de_relevo.pdf
http://atlasescolar.ibge.gov.br/images/atlas/mapas_brasil/brasil_unidades_de_relevo.pdf
 
 
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Outro aspecto interessante é o fato de não se apresentarem dobramentos 
montanhosos modernos, que ocorre devido à sua posição na placa tectônica sul-
americana. 
TEMA 5 - MODELADOS DO RELEVO 
Os modelados do relevo são o quarto táxon ou nível de classificação 
geomorfológica. Nesse nível são analisadas as formas geométricas na paisagem 
e na formação superficial, tendo em vista conhecer as semelhanças, sua origem, 
os processos morfogenéticos envolvidos e os materiais correlativos superficiais. 
De acordo com o IBGE (2009), os modelados são identificados pela sua 
natureza ou pelo seu processo predominante, sendo divididos em modelados de 
acumulação, de dissecação, de aplanamento e de dissolução. Nas páginas 
seguintes você tem mais informações sobre cada um deles: 
Modelados de acumulação 
 Ocorrem pela deposição de sedimentos fluviais, lacustres, marinhos, 
lagunares, eólicos e de gênesesmistas. Resultam de todos os fenômenos 
decorrentes em uma determinada área, como das bacias hidrográficas, onde 
todos os processos internos provocam a produção e o deslocamento de 
sedimentos pela superfície (IBGE, 2009). 
Exemplos de modelados de acumulação no relevo brasileiro são a 
planície fluvial na jusante do Rio Guaporé, em Roraima, e a planície marinha nos 
campos de dunas do litoral de Torres (Rio Grande do Sul). 
 
Fonte: IBGE, 2009. p. 38. 
 Nas planícies, essas formas de modelados resultam em uma área plana 
formada pela acumulação fluvial sujeita a inundações periódicas, 
correspondendo às várzeas atuais. Os terraços apresentam forma plana, 
levemente inclinada, e ruptura de declive em relação ao leito do rio e às várzeas 
 
 
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recentes. Ocorre nos vales na forma de aluviões de variações granulométricas, 
pleistocênicas e holocênicas (IBGE, 2009). 
Modelados de aplanamento 
 São porções continentais caracterizadas por relevo plano, ou 
suavemente ondulado, modelado pela ação da erosão subaérea e que combina 
indistintamente estruturas geológicas de natureza e resistência diferenciada 
(OLLIER, 1981). Ocorrem na forma de pediplanos degradados, inumados e 
desnudados. 
Em geral, apresentam a superfície de aplanamento parcialmente 
conservada ou pouco dissecada e/ou separada por escarpas ou ressaltos de 
outros modelados de aplanamento e de dissecação correspondentes aos 
sistemas morfogenéticos subsequentes. Temos como exemplo as escarpas do 
planalto dissecado do Tocantins e a depressão do Médio Tocantins, em Palmas 
(TO), além da Serra do Sincorá, com pedimentos anticlinais adentrando a 
Chapada Diamantina (BA). 
 
Fonte: IBGE, 2009. p. 42. 
Ocorrem nos topos de planaltos e chapadas, dominados por residuais ou 
dominando relevos dissecados. Também ocorrem como pediplanos retocados 
inumados e/ou desnudados nas depressões pediplanadas interplanálticas e 
periféricas tabuliformes e no sopé de escarpas que dominam os níveis de erosão 
inferiores e, eventualmente, nos topos de planaltos e chapadas ao longo dos 
vales (IBGE, 2009). 
Modelados de dissolução 
 São modelados elaborados em rochas carbonáticas, que podem ser 
classificados de acordo com sua evolução, seus aspectos de superfície ou de 
 
 
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subsuperfície. São identificados de acordo com sua evolução quanto aos 
processos de intemperização das rochas. Em geral, as carbonáticas são mais 
suscetíveis e encontradas em regiões com elevado grau de precipitações, 
podendo ser identificadas de acordo com as alterações de aspecto na superfície 
ou na subsuperfície. 
Um exemplo é o carste descoberto em Taguatinga (TO) e as rochas 
carbonáticas neoproterozoicas na Chapada Diamantina (BA). 
 
Fonte: IBGE, 2009, p. 42. 
 Os modelados de dissolução se classificam como: 
 Carste coberto: mascaradas por solos, detritos e outros produtos 
de descalcificação; 
 Carste descoberto: com a exposição da superfície ou 
descobertas por erosão de coberturas preexistentes (IBGE, 
2009). 
Modelados de dissecação 
 São estudados a partir da análise das formas dos topos, dos dados 
morfométricos, da densidade e do aprofundamento da drenagem, além da 
declividade. São modelados que ocorrem de forma mais generalizada na 
paisagem brasileira. São classificados em três espécies: dissecados 
homogêneos, dissecados estruturais e dissecados em ravinas (IBGE, 2009). 
Exemplo do relevo dissecado são os morros e colinas nas encostas 
orientais da Serra da Borborema (PB) e os topos convexos no Chapadão do 
Boqueirão, nos municípios de Tapira e Araxá (MG). 
 
 
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Fonte: IBGE, 2009. p. 42. 
A seguir, você confere a técnica para identificação dos modelados do 
relevo: 
 
Fonte: IBGE, 1995. 
 
 
TROCANDO IDEIAS 
Com base nos conteúdos de nossa quarta aula, vamos organizar um 
fórum para debater sobre a geomorfologia do município onde vivem. Observem 
os mapas e os diversos táxons apresentados na aula, localizem e descrevam 
suas principais características físicas. 
 
 
 
 
 
 
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NA PRÁTICA 
Elabore um plano de aula sobre o relevo do município para estudantes 
do 1º ano do Ensino Médio considerando o seguinte objetivo proposto pelos 
Parâmetros Curriculares Nacionais: “compreender a espacialidade e 
temporalidade dos fenômenos geográficos estudados em suas dinâmicas e 
interações” (PCN, 1999 p. 81). 
Em geral os planos de aula se caracterizam pela descrição específica de 
tudo que o professor realizará em classe durante as aulas de um período 
específico. Sua estrutura deve conter alguns itens fundamentais: 
 Dados de identificação do professor e da escola; 
 Objetivos da aula; 
 Conteúdos da aula; 
 Procedimentos de aprendizagem dos alunos; 
 Recursos e materiais aplicados; 
 Metodologias e técnicas avaliativas. 
Você deve produzir um plano possível de ser executado com turmas de 
Ensino Médio utilizando fontes científicas e recursos de aprendizagem diversos, 
bem como incluindo a tecnologia e os estudos de campo. 
 
SÍNTESE 
Nessa aula conhecemos a compartimentação do relevo brasileiro 
proposta pelo IBGE (2009). Essa divisão ou classificação de unidades de relevo 
leva em consideração uma ordem decrescente de grandeza, definida por meio 
de táxons ou sistemas de classificação científica: 
 Domínios morfoestruturais; 
 Regiões geomorfológicas; 
 Unidades geomorfológicas; 
 Modelados e formas de relevo simbolizadas. 
 
A diversidade de paisagens e formas de relevo caracteriza a grande 
potencialidade natural do país, com sua biodiversidade, suas riquezas minerais 
e seus solos produtivos. O conhecimento detalhado do relevo é a base para o 
planejamento da gestão ambiental do território e para o desenvolvimento 
humano. 
 
 
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REFERÊNCIAS 
BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais - 
Caracterização da área de Geografia. 1999. Disponível em: 
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro052.pdf>. Acesso em: 25 maio 2016. 
BRASIL. Ministério da Cultura. Secretaria de audiovisual. Intérpretes do Brasil - 
08 - Os Vários Brasis, por Aziz Ab’Saber (vídeo). 2001. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=SQwJb2qNflw&feature=youtu.be>. Acesso 
em: 25 maio 2016. 
IBGE. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Manual técnico de 
geomorfologia. Coordenação de Recursos Naturais e Estudos Ambientais. 2. ed. 
Rio de Janeiro: IBGE, 2009. Disponível em: 
<ftp://geoftp.ibge.gov.br/documentos/recursos_naturais/manuais_tecnicos/manual
_tecnico_geomorfologia.pdf>. 
MEDEIROS, P. C. Geomorfologia: fundamentos e métodos para o ensino do 
relevo. Curitiba: InterSaberes, 2016. 
ROSS, J. L. S. Relevo brasileiro: uma nova proposta de classificação. Revista do 
Departamento de Geografia da USP. São Paulo, n. 4, p. 25-39, 1985. Disponível 
em: <http://www.revistas.usp.br/rdg/article/viewFile/47094/50815>. Acesso em: 25 
maio 2016. 
 
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro052.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=SQwJb2qNflw&feature=youtu.be
ftp://geoftp.ibge.gov.br/documentos/recursos_naturais/manuais_tecnicos/manual_tecnico_geomorfologia.pdf
ftp://geoftp.ibge.gov.br/documentos/recursos_naturais/manuais_tecnicos/manual_tecnico_geomorfologia.pdf
http://www.revistas.usp.br/rdg/article/viewFile/47094/50815

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