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CARTOGRAFIA_TEMATICA

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CARTOGRAFIA TEMÁTICA
CURSOS DE GRADUAÇÃO – EAD
Cartograia Temáica – Prof. Ms. Luiz Henrique Pereira 
Olá! Meu nome é Luiz Henrique Pereira. Sou graduado e 
mestre em Geograia pela Universidade Estadual Paulista 
– UNESP/Rio Claro-SP. Tenho experiência na área de 
Geociências, com ênfase em Geograia Física. Desenvolvo 
pesquisas relacionadas ao Manejo de Bacias Hidrográicas, 
Sensoriamento Remoto, Geoprocessamento e Cartograia.
E-mail: e_luizh@yahoo.com.br
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
CARTOGRAFIA TEMÁTICA
Luiz Henrique Pereira
Batatais
Claretiano
2013
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
© Ação Educacional Clareiana, 2011 – Batatais (SP)
Versão: dez./2013
526 P489c 
 Pereira, Luiz Henrique 
 Cartografia temática / Luiz Henrique Pereira – Batatais, SP : Claretiano, 
 2013. 
 238 p. 
 ISBN: 978-85-8377-081-7 
 
 1. Geoinformação. 2. Tratamento da informação espacial. 3. Representação 
 cartográfica. 4. Comunicação cartográfica. 5. Geotecnologias. I. Cartografia 
 temática. 
 
 
 
 CDD 526 
Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional
Coordenador de Material Didáico Mediacional: J. Alves
Preparação 
Aline de Fátima Guedes
Camila Maria Nardi Matos 
Carolina de Andrade Baviera
Cáia Aparecida Ribeiro
Dandara Louise Vieira Matavelli
Elaine Aparecida de Lima Moraes
Josiane Marchiori Marins
Lidiane Maria Magalini
Luciana A. Mani Adami
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Luis Henrique de Souza
Patrícia Alves Veronez Montera
Rita Cristina Bartolomeu 
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli
Simone Rodrigues de Oliveira
Bibliotecária 
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11
Revisão
Cecília Beatriz Alves Teixeira
Felipe Aleixo
Filipi Andrade de Deus Silveira
Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Rodrigo Ferreira Daverni
Sônia Galindo Melo
Talita Cristina Bartolomeu
Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa 
Eduardo de Oliveira Azevedo
Joice Cristina Micai 
Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Luis Antônio Guimarães Toloi 
Raphael Fantacini de Oliveira
Tamires Botta Murakami de Souza
Wagner Segato dos Santos
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer 
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na 
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do 
autor e da Ação Educacional Claretiana.
Claretiano - Centro Universitário
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Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
www.claretianobt.com.br
SUMÁRIO
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 9
2 ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO ............................................................................. 11
3 E-REFERÊNCIAS .................................................................................................. 35
4 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 36
UNIDADE 1 – FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA CARTOGRAFIA 
TEMÁTICA E A PROBLEMÁTICA DO TERMO "ESCALA"
1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 37
2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 37
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .................................................... 37
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 39
5 BREVE PANORAMA TEÓRICO DA CARTOGRAFIA ............................................... 41
6 O DESENVOLVIMENTO DA CARTOGRAFIA TEMÁTICA ........................................ 53
7 ESCALA CARTOGRÁFICA X ESCALA GEOGRÁFICA ............................................... 57
8 DETERMINAÇÃO DA ESCALA NUMÉRICA E A GENERALIZAÇÃO 
CARTOGRÁFICA .................................................................................................. 59
9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 63
10 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 63
11 E-REFERÊNCIAS .................................................................................................. 64
12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 64
UNIDADE 2 – OS MAPAS SOB A ÓTICA DA COMUNICAÇÃO VISUAL
1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 67
2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 67
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .................................................... 68
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 68
5 TRADUÇÃO GRÁFICA ......................................................................................... 69
6 VARIÁVEIS VISUAIS ............................................................................................ 77
7 FUNDAMENTOS E APLICAÇÕES DA VARIÁVEL VISUAL COR ................................ 82
8 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 95
9 CONSIDERAÇÕES ............................................................................................... 96
10 E-REFERÊNCIA .................................................................................................... 97
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 97
Claretiano - Centro Universitário
UNIDADE 3 – AQUISIÇÃO DE DADOS GEOGRÁFICOS E TRATAMENTO 
ESTATÍSTICO DA INFORMAÇÃO ESPACIAL
1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 99
2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 99
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .................................................... 100
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 101
5 FONTES DE DADOS GEOGRÁFICOS ..................................................................... 102
6 FONTE DE DADOS CARTOGRÁFICOS: DOCUMENTAÇÃO CARTOGRÁFICA, 
SENSORIAMENTO REMOTO E OBSERVAÇÃO DE CAMPO (GPS) ......................... 104
7 FONTES DOS DADOS CARTOGRÁFICAS............................................................... 108
8 TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE DADOS GEOGRÁFICOS PARA A 
ELABORAÇÃO DE MAPAS TEMÁTICOS ................................................................ 109
9 ANÁLISE DE DADOS ESTATÍSTICOS ...................................................................... 116
10 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 118
11 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 119
12 E-REFERÊNCIAS .................................................................................................. 119
13 REFERÊNCIAS BOBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 120
UNIDADE 4 – MÉTODOS DE REPRESENTAÇÃO DA CARTOGRAFIA 
TEMÁTICA
1 OBJETIVO ...........................................................................................................121
2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 121
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .................................................... 121
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 122
5 MÉTODOS DE MAPEAMENTO PARA DADOS QUANTITATIVOS: 
MAPAS COROPLÉTICOS ...................................................................................... 123
6 MÉTODOS DE MAPEAMENTO PARA DADOS QUANTITATIVOS: 
MAPAS ISOPLÉTICOS .......................................................................................... 127
7 MÉTODOS DE MAPEAMENTO PARA DADOS QUALITATIVOS: 
COLEÇÃO DE MAPAS .......................................................................................... 130
8 MÉTODOS DE MAPEAMENTO PARA REPRESENTAÇÕES DINÂMICAS: 
REPRESENTAÇÃO POR FLUXO ............................................................................. 133
9 MÉTODOS DE MAPEAMENTO PARA REPRESENTAÇÕES DINÂMICAS: 
REPRESENTAÇÃO CRONOLÓGICA ....................................................................... 135
10 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 139
11 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 139
12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 140
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UNIDADE 5 – CARTOGRAFIA DE SÍNTESE E OUTRAS FORMAS DE 
VISUALIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO ESPACIAL
1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 141
2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 141
3 ORIENTAÇÃO PARA O ESTUDO DA UNIDADE ..................................................... 141
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 142
5 SÍNTESE CARTOGRÁFICA .................................................................................... 143
6 OUTRAS FORMAS DE REPRESENTAÇÃO GRÁFICA: DIAGRAMAS ....................... 147
7 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 153
8 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 153
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 154
UNIDADE 6 – CARTOGRAFIA DIGITAL: COMPREENDENDO A 
ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 155
2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 155
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .................................................... 156
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 156
5 GEOTECNOLOGIAS: O SENSORIAMENTO REMOTO NA 
AQUISIÇÃO DE DADOS GEOGRÁFICOS E O SIG COMO MEIO DE 
VISUALIZAÇÃO .................................................................................................... 158
6 CARTOGRAFIA E ENSINO: CONSTRUÇÃO SOCIAL E MEIO 
ENTRE O SUJEITO E O OBJETO DE CONHECIMENTO .......................................... 165
7 CARTOGRAFIA MEDIANDO A CONSTRUÇÃO DE UM CONHECIMENTO 
INTEGRADO: SOCIEDADE, NATUREZA E ESPAÇO ................................................ 166
8 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 171
9 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 172
10 E-REFERÊNCIAS .................................................................................................. 172
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 173
UNIDADE 7 – A INFLUÊNCIA DAS CORES NO PROCESSO DE 
COMUNICAÇÃO VISUAL
1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 175
2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 175
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .................................................... 176
Claretiano - Centro Universitário
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 176
5 A COR E A COMUNICAÇÃO ................................................................................. 178
6 HOMEM, CULTURA, CIÊNCIA... E A COR ............................................................. 182
7 A PSICODINÂMICA DAS CORES: AS CORES APLICADAS À 
CRIATIVIDADE E A APRESENTAÇÃO DE IDEIAS .................................................... 194
8 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 200
9 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 201
10 E-REFERÊNCIAS .................................................................................................. 202
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 202
UNIDADE 8 – AS FACES DA CARTOGRAFIA: O PODER DA IDEOLOGIA E A 
CONSTRUÇÃO DO SABER
1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 205
2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 205
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .................................................... 206
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 207
5 CONSIDERAÇÕES INICIAIS: O DESAFIO DE UMA CARTOGRAFIA 
SOCIALMENTE ÚTIL ............................................................................................ 208
6 SUGESTÕES PARA REFLEXÃO SOBRE O TEMA PROPOSTO: 
PRESSUPOSTOS E OBJETIVOS QUE DEVEM SER PENSADOS 
PELO PROFESSOR ............................................................................................... 212
7 CARTOGRAFIA E ESTADO: UMA RELAÇÃO ESTRATÉGICA ................................... 214
8 PROPOSIÇÕES PARA UMA CARTOGRAFIA DE INTERESSE SOCIAL ...................... 226
9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 233
10 CONSIDERAÇÕES ............................................................................................... 234
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 237
EA
D
CRC
Caderno de 
Referência de 
Conteúdo
Ementa –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Princípios teóricos da Cartograia Temática e suas relações com a Geograia. 
Aquisição de dados geográicos e tratamento estatístico da informação espa-
cial. Fundamentos da semiologia gráica aplicados à comunicação cartográica. 
Generalização Cartográica. Métodos para mapeamento de dados geográicos 
quantitativos, qualitativos, estáticos e dinâmicos. Cartograia de Síntese. Análise 
e interpretação de Cartas Temáticas. Tendências cartográicas atuais.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
1. INTRODUÇÃO
Para facilitar seu estudo sobre Cartografia Temática, divi-
dimos o conteúdo em oito unidades, que serão resumidamente 
apresentadas a seguir. 
Na Unidade 1, apresentaremos os princípios teóricos que 
fundamentam a Cartografia do ponto de vista da comunicação 
científica. A compreensão das bases teóricas é fundamental para o 
entendimento de suas potencialidades e para o desenvolvimento 
de sua prática, especialmente no segmento temático da atividade 
cartográfica. Nessecontexto, abordaremos, também, as diferentes 
concepções de escala (matemática e geográfica), essencial quando 
se trata de representação (generalização) do espaço geográfico.
© Cartograia Temática10
Na Unidade 2, conheceremos as diretrizes que norteiam a 
elaboração dos mapas temáticos, enfatizando os procedimentos 
que vão desde a compreensão da natureza da informação geográ-
fica que se deseja apresentar, até a diagramação cartográfica. 
Em seguida, na Unidade 3, consideraremos a diversidade de 
dados passíveis de representação espacial e como convertê-los em 
informação. Aprenderemos a obter dados para serem mapeados, 
bem como as principais fontes utilizadas pela Cartografia. Os as-
suntos pertinentes a esse tema são: fontes para aquisição de da-
dos geográficos e procedimentos estatísticos direcionados ao tra-
tamento, à apresentação, à interpretação e à análise desses dados.
Ao longo da Unidade 4, conheceremos os principais métodos 
de mapeamento que viabilizam a visualização dos dados trabalha-
dos na unidade anterior. Dentre os métodos mais difundidos nes-
sa área, destacaremos os mapas coropléticos, isopléticos, coleção 
de mapas, representação por fluxo e representação cronológica. 
O conceito e a importância da síntese cartográfica serão 
apresentados na quinta unidade. Nela, também serão abordados 
outras possibilidades de representação dos dados geográficos, 
como: cartogramas e diagramas. 
A abordagem da sexta unidade compreende a atual tendên-
cia da Cartografia, representada pela Cartografia Digital, inserida 
no contexto das Geotecnologias. Com caráter reflexivo, discutire-
mos brevemente o processo de aprendizagem da Cartografia e a 
proposta educacional para o ensino dessa ciência.
Finalmente, as Unidades 7 e 8 possuem caráter complemen-
tar, com o propósito de salientar duas importantes questões para a 
Cartografia. Na Unidade 7, serão aprofundados os conceitos rela-
cionados ao elemento "cor", enfatizando os estímulos fisiológicos 
desencadeados pela variabilidade espectral, a fim de elucidar que 
a escolha da cor não deve ser simplesmente um operação alea-
tória ou estética, mas, sim, técnica e objetiva. Já na Unidade 8, 
traremos textos reflexivos, cujo objetivo é avaliar e estabelecer 
críticas sobre a Cartografia apresentada em sala de aula no Ensino 
Fundamental e Médio, refletindo sobre como algumas instituições 
muitas vezes se apropriam da informação espacial como meio de 
Claretiano - Centro Universitário
11© Caderno de Referência de Conteúdo
direcionamento de interpretações, nem sempre condizentes com 
a realidade observada. 
Bons estudos! 
2. ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO
Abordagem Geral
Neste tópico, apresentamos uma visão geral do que será es-
tudado neste Caderno de Referência de Conteúdo. Aqui, você en-
trará em contato com os assuntos principais deste conteúdo de 
forma breve e geral e terá a oportunidade de aprofundar essas 
questões no estudo de cada unidade. Desse modo, essa Aborda-
gem Geral visa fornecer-lhe o conhecimento básico necessário a 
partir do qual você possa construir um referencial teórico com 
base sólida – científica e cultural – para que, no futuro exercício 
de sua profissão, você a exerça com competência cognitiva, ética e 
responsabilidade social.
Veremos, no decorrer do nosso estudo, que as áreas como 
Cartografia Temática, Sensoriamento Remoto e Geoprocessamen-
to aplicados à análise e gestão ambiental possuem estreita relação 
entre si. No entanto, focaremos mais precisamente o estudo da 
Cartografia.
A Cartografia, de acordo com a definição adotada pela Asso-
ciação Cartográfica Internacional, é o conjunto de estudos e ope-
rações científicas, artísticas e técnicas, baseado nos resultados de 
observações diretas ou de análise de documentação, com vistas à 
elaboração e preparação de cartas, planos e outras formas de ex-
pressão, bem como à sua utilização (CARTOGRAFIA, 2012). 
Por meio dessa definição, podemos ver que a Cartografia en-
globa as atividades que vão desde o levantamento dos dados, pas-
sando pela preparação e organização, até a divulgação do mapa e 
sua posterior leitura.
© Cartograia Temática12
Se considerarmos as etapas de coleta de dados e os proce-
dimentos metodológicos adotados para a elaboração dos mapas, 
poderemos dividir a Cartografia em dois campos.
O primeiro é o campo da Cartografia Sistemática, que se 
caracteriza por objetivar a representação exata e detalhada da 
superfície terrestre. Isso vai garantir para o mapa topográfico (ou 
mapa base) a precisão da posição, da forma e da dimensão das 
áreas medidas sobre o terreno. 
Sobre essa base, o mapa topográfico ainda dispõe de algu-
mas outras informações descritivas do terreno, que são as rodo-
vias e ferrovias e os limites políticos (como as divisões estaduais, 
municipais e até mesmo algumas propriedades rurais).
Em essência, a Cartografia Sistemática elabora documen-
tos capazes de atender a vários propósitos, pois se constitui num 
mapa base para o desenvolvimento de inúmeras atividades. Além 
disso, esses documentos podem ser utilizados por muito tempo, 
visto que os elementos representados não costumam sofrer gran-
des alterações.
Quando surgiu a necessidade de representar aspectos parti-
culares da superfície terrestre, ou seja, incluir mais informações do 
que as já mencionadas, percebeu-se que o melhor meio não seria 
sobrepor as várias informações no mapa topográfico, o que geraria 
grande confusão dado o volume de informações num único plano.
A solução encontrada foi tratar cada assunto de interesse de 
uma maneira particular. Assim, ainda no século 17, desenvolve-
ram-se os mapas de assuntos especializados, que são atualmente 
os mapas temáticos!
Logo, o outro campo da Cartografia que mencionamos refe-
re-se à Cartografia Temática.
Esses mapas tratam de qualquer assunto, das mais diversas 
naturezas, sejam reais, como os fenômenos naturais e sociais, se-
jam imateriais, como os fenômenos culturais, econômicos, fluxos 
de informação, entre outros do espaço virtual.
Claretiano - Centro Universitário
13© Caderno de Referência de Conteúdo
E, assim, de maneira simplista, a Cartografia Temática tem 
por objetivo fornecer a representação dos fenômenos geográficos.
Vale dizer que o termo “geográfico" está relacionado a aqui-
lo que possui dimensão ou que apresenta distribuição no espaço. 
Todos os elementos, fenômenos ou dados que atendem a esse re-
quisito são passíveis de cartografação, ou seja, podem ser apre-
sentados por meio da representação gráfica.
Enquanto a Cartografia Sistemática é descritiva e geométri-
ca, a Cartografia Temática é analítica, pois requer certo conheci-
mento para a sua compreensão e, às vezes, pode ser considera-
da até mesmo autoexplicativa, caso o mapa tenha sido elaborado 
dentro das normas da representação cartográfica.
É importante destacar que os elementos representados no 
mapa, tanto na Cartografia Sistemática como na Temática, são de-
terminados unicamente em função da escala cartográfica adotada 
para elaboração do mapa.
Podemos concluir com isso que a escala cartográfica é a con-
dição primordial para a precisão, legibilidade e eficiência do mapa, 
pois o acúmulo ou não dos símbolos dispostos no mapa depende-
rá do tamanho do espaço disponível.
Nesse sentido, é preciso relembrar que uma escala carto-
gráfica pequena implica poucos detalhes, pois representa uma ex-
tensa área num espaço restrito, como os planisférios ou os globos 
terrestres, representados num único pedaço de papel.
Já uma escala cartográfica grande implica um mapa rico em 
detalhes, pois representa uma pequena porção do terreno, signifi-
cando, assim, uma maior aproximação do real.
A decisão de incorporar ou não determinados elementos na 
representação cartográfica em função da escala é o objetivo da 
generalização. 
© Cartograia Temática14
Então temos que, quanto menor for a escala cartográfica do 
mapa, maior será a necessidade de generalização da informação.
Logo, o que encerra a CartografiaTemática é sua função em 
representar, de modo adequado, os fatos que se passam na super-
fície da Terra.
O modo adequado ao qual nos referimos é indicado pelas 
normas da Semiologia Gráfica, que tem por objetivo analisar a na-
tureza da informação espacial (ou seja, se é qualitativa ou quan-
titativa; discreta ou ordenada) e selecionar o melhor método de 
transcrevê-la para o mapa. 
A Cartografia, especialmente a Temática, constitui-se num 
instrumento indispensável para o trabalho tanto do geógrafo 
como para o professor de Geografia, pois ela possibilita o registro 
e a análise espacial dos dados, permitindo que sejam estabeleci-
das importantes relações entre os fenômenos e o espaço, desven-
dando as causas e os efeitos que regem a dinâmica da natureza e 
do nosso cotidiano na constante construção e transformação do 
espaço.
Análise espacial dos dados
Na elaboração de produtos cartográficos, o que fazemos é 
nada mais do que espacializar informações, ou seja, dispor sobre 
um plano cartográfico, que representa uma determinada área, os 
dados ou fenômenos que constroem e formam o espaço geográ-
fico.
Buscaremos na Geografia novamente a função da Cartogra-
fia. Generalizando um pouco, sabemos que a Geografia é a ciência 
responsável por estudar a relação entre o homem e a natureza, 
cabendo ao geógrafo compreender as relações existentes entre 
ambos no processo de produção do espaço geográfico.
Em outras palavras, a Cartografia é responsável por dar visi-
bilidade ao fenômeno geográfico.
Claretiano - Centro Universitário
15© Caderno de Referência de Conteúdo
Assim, mostra-se a grande contribuição da Cartografia pe-
rante a sociedade, cumprindo, como ciência, o seu papel social.
As informações cartográficas constituem as bases sobre as 
quais se tomam decisões e encontram soluções para os problemas 
socioeconômicos e técnicos existentes.
A Cartografia foi a principal ferramenta usada pela humani-
dade para ampliar os espaços territoriais e organizar sua ocupação. 
Hoje, ela está presente no cotidiano da sociedade, informando-a, 
levando soluções para problemas urbanos, de segurança, saúde 
pública, turismo, bem como fornecendo subsídios ao planejamen-
to rural e à gestão ambiental de maneira geral. 
Conceitualmente, pode-se dizer que a Cartografia é uma 
“atividade meio”, ou seja, não possui uma finalidade em si mesma. 
Seu uso é abrangente, servindo de suporte a diversas ciências e 
tecnologias. A Cartografia constrói seu produto conforme as ne-
cessidades apresentadas e entrega-o na forma de mapa, único ins-
trumento capaz de representar em escala, com o grau de exatidão 
requerido, informações quantitativas e qualitativas necessárias ao 
planejamento territorial.
Considerando tudo o que foi exposto até o momento, pode-
mos afirmar que a Cartografia Temática é a expressão gráfica da 
Geografia!
Ao longo das décadas, as técnicas de representação da in-
formação espacial foram se aperfeiçoando e, cuidadosamente, 
transformando-se numa linguagem universal, própria da Carto-
grafia. No entanto, para melhor utilizá-la e compreende-la, é de 
fundamental importância que conheçamos sua linguagem, suas 
potencialidades e seus limites.
No que diz respeito ao uso das representações cartográficas 
no ensino escolar, enfatizamos o seu papel enquanto linguagem.
© Cartograia Temática16
As representações são abstrações do mundo real necessárias 
ao nosso desenvolvimento cognitivo. São símbolos que atribuímos 
aos elementos que nos rodeiam para que possamos representar a 
realidade. 
O uso de símbolos como forma de linguagem é muito impor-
tante para a cognição e assimilação do indivíduo e para o desen-
volvimento de seu aprendizado. Na escola, é a linguagem que for-
nece os conceitos e as formas de organização do real; na verdade, 
é a mediação entre o sujeito e o objeto do conhecimento.
As representações cartográficas caracterizam-se como um 
tipo de linguagem no qual se escrevem (grafam) o espaço geográ-
fico e os fenômenos que nele ocorrem. 
Compreendemos a Cartografia Temática, foco do nosso es-
tudo, como um meio de comunicação, um veículo que possibilita a 
discussão das realidades geográficas.
A linguagem é um sistema simbólico elaborado pelos grupos 
sociais e é particular a cada grupo. É ela que fornece os conceitos, 
as formas de organização do real, ou seja, a retificação dos concei-
tos para interpretarmos o nosso mundo. 
A linguagem é a mediação entre o sujeito e o objeto do co-
nhecimento. Assim, entendemos que é por meio dela que as ideias 
são socialmente formadas e culturalmente transmitidas; portanto, 
sociedades e culturas diferentes conduzem a linguagens diferen-
ciadas.
A noção de mediação indica que, como sujeito do conheci-
mento, o homem não tem acesso direto aos objetos, mas acesso 
mediado, por meio de recortes do real, operados pelos sistemas 
simbólicos de que nós dispomos. Essa mediação é realizada por 
objetos, por meio da organização do ambiente, do mundo cultural 
que rodeia o indivíduo, ou seja, tudo o que influi na construção do 
conhecimento. 
Claretiano - Centro Universitário
17© Caderno de Referência de Conteúdo
E é nesse contexto que podemos inserir a Cartografia – como 
uma linguagem mediadora entre o sujeito e o objeto do conheci-
mento. 
Só para esclarecer os termos, “sujeitos” somos nós, e o “ob-
jeto do conhecimento” é o nosso mundo exterior.
Tradicionalmente, a Cartografia é subutilizada na Educação 
Básica. Reduz-se ao simplismo da mera ilustração artística. 
Contudo, ela deve ser entendida como um meio para a cons-
trução social, não como algo acabado e estático. A Cartografia 
não é meramente um amontoado de técnicas; ela tem o poder de 
construir, reconstruir e, acima de tudo, revelar informações!
A Cartografia é aceita como meio de construção do conhe-
cimento, inserindo-se como grande aliada para compreensão de 
qualquer tema abordado dentro da aula de Geografia.
Os mapas podem ser instrumentos extremamente ricos em 
informação; pode-se considerar como uma de suas grandes vir-
tudes o entendimento de diferentes variáveis sobre um mesmo 
espaço, auxiliando na compreensão das relações entre fenômenos 
(as causas) e no entendimento da realidade como um todo inte-
grado (os efeitos).
Mas o que realmente observamos na maioria dos materiais 
didáticos é que eles simplesmente usam a Cartografia como uma 
ferramenta para a compreensão e exemplificação dos assuntos 
tratados, e não como uma forma de construção do conhecimento.
É preciso encarar a Cartografia além de seus aspectos visuais 
e artísticos, propondo alternativas para a sua utilização, que ultra-
passem o simplismo da imagem e cheguem ao nível de conheci-
mento necessário para a compreensão da realidade que o aluno 
vive, pois a maneira como os mapas são utilizados, apresentando o 
conteúdo imediato do texto, e não incorporando nada ao que já se 
foi mencionado, expõe ao aluno uma realidade um tanto caótica, 
© Cartograia Temática18
uma vez que os fenômenos aparecem bagunçados e independen-
tes. Assim, os conteúdos dos mapas pouco ou em nada subsidiam 
o aluno no entendimento da realidade.
Há outro problema no uso dos mapas no ensino. As repre-
sentações cartográficas são capazes de expressar a percepção do 
espaço daqueles grupos e/ou pessoas que a construíram. As cartas 
e mapas expõem territórios, paisagens, elementos ou até mesmo 
fenômenos que são representados mediante ideologias de seus 
realizadores, pois essas representações são condicionadas pela 
forma de como esses grupos veem o mundo; em outros termos, 
são “olhares”, e como coloca Japiassu (1975) em sua obra O mito 
da neutralidade científica: não há “olhares neutros”. Eles são ba-
nhados por uma atmosfera sociopolítica.
Esse mesmo autor lembra que a produção do conhecimento 
se faz numa sociedade determinada, que condiciona seus objeti-
vos, seus agentes e seu modo de funcionamento. Ela é profunda-
mente marcada pela cultura em que se insere e carrega em si os 
traços da sociedade que a engendram,refletindo suas contradi-
ções, tanto em sua organização interna quanto em suas exterio-
rizações, como a arquitetura e a arte, ou mesmo a forma de uma 
cidade em termos de suas características.
Assim, a Cartografia apresenta-se como algo muito além do 
que uma simples técnica. 
É necessário se ter em mente que seu uso e sua construção 
não são neutras. Por exemplo, ao darmos uma definição ampla e 
geral de que a Cartografia é uma atividade de construção, repre-
sentação e interpretação do território a partir da generalização de 
elementos da paisagem, estamos aceitando o fato de que quem 
faz a cartografia é um indivíduo carregado de ideologias, mesmo 
que ingenuamente.
Diante desse contexto, cabe a seguinte indagação: é possível 
a aplicação na Educação Básica de mapas construídos sob determi-
nada condição sociopolítica a alunos que vivem outras realidades?
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19© Caderno de Referência de Conteúdo
Que espaço é esse que se observa nas representações car-
tográficas? O que são essas representações em termos de territó-
rios? A que se destinam?
O que entra em questão é: qual realidade que está sendo 
transmitida ao aluno? Uma realidade distante do seu cotidiano 
com mapas carregados de conteúdos ideológicos díspares à sua 
realidade, que não estejam relacionados com o seu dia a dia.
Essa problemática incentivou pesquisadores, grupos de es-
tudos e laboratórios de programas científicos a iniciar um novo 
processo de produção de conhecimento cartográfico, mais compa-
tível com a realidade dos alunos, aproximando-os de seu espaço. 
A solução a esse problema foi a elaboração dos Atlas Municipais, 
que são um conjunto de mapas específicos de uma localidade, de 
um território específico, restringindo a representação a uma reali-
dade mais próxima para determinada comunidade.
Esse projeto, que entra na linha de melhoria do ensino pú-
blico, teve como objetivo central elaborar material didático e pro-
cedimentos de ensino para o estudo da localidade dentro da disci-
plina de Geografia.
Esse material parte do pressuposto de que é o próprio aluno 
o principal usuário dos mapas. Assim, definem-se claramente as 
finalidades dos mapas. E, se retomarmos as questões iniciais, sa-
beríamos responder a quem ele se destina, à qual uso etc. Além 
disso, minimizaríamos o principal problema aqui levantado, que 
corresponde à questão da contextualização da realidade em que o 
mapa foi gerado com a realidade do indivíduo.
A educação cartográfica por meio do lugar de vivência do 
aluno permite que ele relacione facilmente no mapa os espaços 
representados com sua realidade. Assim, os Atlas Municipais po-
dem levar os alunos a uma melhor compreensão crítica e reflexiva 
da realidade. 
© Cartograia Temática20
Grupos de pesquisa têm concluído que a temática dos ma-
pas municipais e o consequente estudo da localidade têm favore-
cido um processo de ensino e aprendizagem mais significativo, já 
que se trata de aspectos do lugar vivido pelos alunos e até mesmo 
dos professores.
Para finalizar, concluímos que a Cartografia tornou-se essen-
cial para a educação contemporânea, tanto para o aluno atender 
às necessidades do seu cotidiano quanto para estudar o ambiente 
em que vive. Aprendendo as características físicas, econômicas, 
sociais e humanas do ambiente, ele pode entender as transforma-
ções causadas pela ação do homem e dos fenômenos naturais ao 
longo do tempo.
Há a necessidade de refletir acerca da teoria e metodologia 
da Cartografia quando se considera o ambiente educacional, pois 
falar de Cartografia no ensino de Geografia implica a Cartografia 
feita de forma crítica, sem esquecer ou reduzir o conhecimento 
teórico e científico dos mapas. 
Contudo, não adianta um material ser elaborado calcado nas 
melhores teorias pedagógicas, utilizando-se dos melhores recur-
sos didáticos e linguísticos, se não houver um comprometimento 
e ética por parte dos professores perante sua profissão e seus alu-
nos.
Reflita sobre as ideias expostas nesta Abordagem Geral e, 
principalmente, comece você, futuro professor de Geografia, a 
desenvolver o hábito de avaliar criticamente os mapas presentes 
em seu cotidiano, sejam eles apresentados na televisão, em mídias 
impressas, em simples panfletos, nos livros didáticos etc.
Não se esqueça de que a Cartografia é uma ciência só; a di-
visão entre sistemática e temática é apenas uma questão didática.
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21© Caderno de Referência de Conteúdo
Glossário de Conceitos 
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rá-
pida e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um 
bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de 
conhecimento dos temas tratados neste Caderno de Referência de 
Conteúdo. Veja, a seguir, a definição dos principais conceitos: 
1) Acurácia: na Cartografia, pode ser entendida como a dis-
crepância entre o valor do dado estimado e o observado 
(referência), ou seja, o quanto o dado se difere espacial-
mente.
2) Aplicativo: desde os anos de 1980, com a difusão dos 
computadores, a informática tornou-se indispensável 
nas áreas de Geociências, e a palavra “aplicativo” confi-
gurou-se como um termo usual, que se refere a progra-
mas de computador (softwares), criados para atender 
às necessidades específicas de um determinado usuá-
rio. pode, também, designar uma ferramenta específica 
dentro do software. Por exemplo: o Sistema de Infor-
mações Geográficas SPRING/INPE possui aplicativos de 
processamento digital de imagens.
3) Arquivos raster: são comumente denominados de ima-
gem, pois consistem em uma matriz regular, formada 
por linhas e colunas, em que cada unidade (célula) é de-
nominada de pixel. Cada pixel, por sua vez, contempla 
um valor numérico. Pode ser compreendido como um 
modo de armazenamento de dados.
4) Arquivos vetoriais: constituem-se em um modo de ar-
mazenamento de dados por coordenadas (vetores), 
compostos por linhas, pontos ou polígonos, passíveis de 
edição que permitam alterações em sua geometria e po-
sição espacial, sem que haja, necessariamente, perda de 
informação, diferentemente dos dados raster. 
5) Banco de Dados Geográfico (BDG): arquitetura compu-
tacional que permite o armazenamento de dados alfa-
-numérico, sob a forma de tabelas, com o diferencial de 
suportar feições geométricas com suas respectivas coor-
denadas espaciais. 
© Cartograia Temática22
6) CAD: a sigla significa Computer Aided Design ou Desenho 
Assistido (auxiliado) por Computador. Abrange o conjun-
to de softwares com funções de auxiliar a manipulação 
e criação de informações vetoriais, baseado no uso de 
planos cartesianos, em que os eixos X, Y e Z podem as-
sumir variadas unidades de medida, como metros, qui-
lômetros ou graus, minutos e segundos. Justamente por 
esse fato, os softwares CAD foram largamente utilizados 
para suprir as necessidades da cartografia digital, pois 
simulavam o plano cartesino como um plano.
7) Carta: representação simbólica, geralmente plana, da 
superfície terrestre e de seus objetos e fenômenos. Na 
bibliografia, observa-se que a distinção entre os termos 
“mapa” e “carta” não é consolidado. De modo geral, o 
mais aceito é que “mapa” se refere a um termo de utili-
zação comum, enquanto “carta” é especialmente usada 
no âmbito da cartografia topográfica, hidrográfica, náu-
tica e aérea, em que as medidas de distância e orienta-
ção são precisas, sendo normalmente apresentadas em 
média e grande escalas (até 1:25.000). 
Particularmente, acreditamos que a definição de mapa 
contém a “ideia de carta” e restringe sua utilização ape-
nas para quando há subdivisão, sistematização e articu-
lação entre folhas, obedecendo a um plano nacional ou 
internacional, como: as folhas das cartas topográficas 
1:50.000 do IBGE. 
8) Carta cadastral: o mesmo que planta cadastral. Repre-
sentação detalhada das ruas, quadras e lotes de uma 
área urbana.
9) Carta corográfica: carta topográfica de escala intermé-
dia, em regracompreendida entre 1:500 000 e 1:50 000, 
que representa os traços gerais de países ou regiões (ter-
mo em desuso). 
10) Carta imagem: tendo como fundo uma imagem da su-
perfície terrestre (visada perpendicular), são delineadas 
(como um desenho sobreposto) apenas algumas infor-
mações que se deseja evidenciar. 
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23© Caderno de Referência de Conteúdo
11) Cartografia topográfica: ramo da Cartografia que trata 
das cartas topográficas. Devido ao seu interesse nacional, 
normalmente a responsabilidade de seu levantamento 
é atribuída a organismos estatais ou reconhecidos pelo 
Estado. No Brasil, o IBGE é o grande responsável pela or-
ganização, criação e atualização das informações planial-
timétricas (X, Y e Z). No estado de São Paulo, destaca-se 
o Instituto Geográfico Cartográfico (IGC). Com o advento 
das novas tecnologias de aquisição de dados terrestres, 
como o imageamento de altimetria realizado a laser ou 
RADAR transportados por aeronaves, algumas empresas 
privadas de aerolevantamento iniciaram a comercializa-
ção de informações topográficas de elevado detalhe e 
precisão para áreas específicas.
12) Cartodiagramas: são representações com diagramas so-
brepostos. Aplicam-se a fenômenos discretos, e seu uso 
tem sido bastante discutido. Não que os diagramas em 
si não sejam importantes instrumentos de análise de fe-
nômenos geográficos; eles de fato são. No entanto, sua 
disposição sobre mapas costuma confundir o leitor. Nes-
se tipo de representação, são dispostos especialmente 
diagramas de linha, colunas, histogramas e diagramas 
de área (também conhecido como "pizza").
13) Compilação cartográfica: conforme IBGE (1998), é o 
processo de elaboração de um novo e atualizado original 
cartográfico, tendo por base a análise de documentação 
existente, em que um ou mais mapas e cartas, fotogra-
fias aéreas e/ou levantamentos de diversas naturezas 
são adaptados e compilados sobre uma base confiável, 
atribuindo escala e projeção únicas. Esses elementos 
têm origem em documentação variada, que inclui outras 
cartas, fotografias aéreas, entre outros. 
14) Comunicação visual: meio de comunicação baseado 
em elementos visuais, como signos, imagens, desenhos 
e gráficos. No processo de comunicação, estabelecido 
entre o remetente da mensagem e o destinatário, pode 
haver perda de informação, devido a fatores como re-
presentação inadequada (erro do redator) ou falta de 
arcabouço conceitual por parte do destinatário. Dessa 
© Cartograia Temática24
forma, a comunicação visual, quando destinada à ciên-
cia, encontra a dificuldade na subjetividade da inter-
pretação. Assim, a Cartografia é obrigada a estabelecer 
procedimentos metodológicos rigorosos para diminuir a 
possibilidade de apresentar informações ambíguas.
15) Coordenadas (sistema de): designa uma grandeza linear 
e ou angular que indica um valor único de localização, 
que pode ser ocupado por um ponto, baseado numa 
estrutura ou um sistema de referência. Justamente por 
isso, é importante designar seu complemento quando 
utilizamos esse termo, como: coordenadas “planas”, 
“geodésicas”, “geográficas”, entre outras. 
16) Coordenadas geodésicas: coordenadas geográficas 
(graus, minutos e segundos) definidas sobre uma super-
fície de referência (elipisoide). 
17) Coordenadas geodésicas elipsoidais: coordenadas geo-
désicas relativas ao elipsoide de referência.
18) Coordenadas geográficas: a latitude e a longitude defi-
nidas sobre a superfície terrestre, ou um modelo. 
19) Coordenadas retangulares: um sistema de coordenadas 
retangulares, no plano, é aquele que utiliza duas medi-
das de distância retilíneas a dois eixos perpendiculares 
entre si para referenciar a posição dos pontos relativa-
mente a uma origem arbitrária. 
20) Cores hipsométricas: sequência convencional de cores 
destinada a representar as classes de altitude definidas 
entre curvas de nível adjacentes. As cores são ordenadas 
do verde escuro (usado para as menores altitudes) até 
ao castanho avermelhado (para áreas mais elevadas). 
A utilização da cor branca posteriomente ao vermelho 
restringe-se aos morros cobertos por neves perenes ou 
intermitentes. Devem-se excluir tons de azul para qual-
quer relevo acima da cota 0m, o qual é reservado para a 
representação da batimetria.
21) Dado: de forma abrangente, pode ser caracterizado 
como uma sequência de símbolos quantificados ou 
quantificáveis apropriados para o processamento. En-
tende-se, assim, que o dado antecede a informação.
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25© Caderno de Referência de Conteúdo
22) Datum geodésico: conceito muito relevante para as ope-
rações cartográficas, que diz respeito ao conjunto dos 
parâmetros que constituem a referência de um deter-
minado sistema de coordenadas geográficas e que inclui 
a definição do “elipsoide de referência” e a sua posição 
relativamente ao globo terrestre. Denomina-se como 
superfície de referência, que contém cinco parâmetros: 
ponto do terreno, altura goidal, elipsoide de referência, 
coordenadas astronômicas e azimute. O datum forma a 
base para o cálculo dos levantamentos de controle hori-
zontal do terreno. A definição do datum é fundamental 
para a precisão das operações cartográficas.
23) Decodificação: é o processo realizado pelo destinatário 
no ato de compreender a informação, que consiste em 
captar o significante e extrair o significado.
24) Escala cartográfica: relação matemática. Termo genéri-
co que expressa o quociente entre o comprimento de 
um segmento no mapa e seu correspondente na super-
fície real. Em geral, as escalas nos mapas variam com a 
posição e com a direção consideradas.
25) Escala geográfica: refere-se ao recorte espacial, tama-
nho da área ou território abordado para análise. Im-
portante destacar que é de coneito inverso ao da esca-
la cartográfica. Quando nos referimos à escala grande, 
estamos considerando uma área superficial grande, um 
país, o globo. Por sua vez, quando nos referimos à es-
cala geográfica pequena, consideramos uma cidade, um 
bairro. 
26) Exatidão cartográfica: grau de conformidade de um va-
lor com o valor verdadeiro ou aceito como padrão. Na 
cartografia, as operações são normatizadas por leis e 
normas, que definem padrões de precisão que variam 
conforme finalidade do estudo e escala de de trabalho. 
Trabalhos em escalas cartográficas reduzidas aceitam er-
ros maiores (por isso, são mais generalizadas); logo, pos-
suem menor exatidão. Já aqueles trabalhos realizados 
em escalas grandes, de detalhe, devem possuir elevada 
exatidão cartográfica. 
© Cartograia Temática26
Como regra geral, para determinar o erro tolerável, ou 
seja, a margem de erro aceita em um mapa de modo 
a cumprir os critérios de exatidão cartográfica, deve-se 
sempre considerar escala cartográfica de referência, sen-
do que o erro será 1/5 de milímetro (0,0002m) do deno-
minador da escala.
27) Fotogrametria: para a American Society for Photogram-
metry and Remote Sensing (ASPRS, 1979), a fotograme-
tria consiste na arte, ciência e tecnologia de obtenção 
de informação confiável sobre objetos físicos e o meio 
ambiente por meio de processos de gravação, medição 
e interpretação de imagens fotográficas e padrões de 
energia eletromagnética radiante e outras fontes.
28) Generalização: operação que consiste em selecionar, 
classificar, simplificar e harmonizar a informação a in-
cluir numa carta, de acordo com a sua escala e finalida-
de. A generalização implica, em regra, uma redução da 
complexidade da informação original, necessária quan-
do se trata de a adaptar a uma carta de menor escala ou 
finalidade diversa. 
29) Geodesia: ciência que se ocupa do estudo da forma e 
dimensões da Terra. 
30) Geoide: superfície de nível aproximadamente coinciden-
te com o nível médio do mar, supostamente prolongado 
por sob os continentes. O geoide é, em cada ponto, per-
pendicular à vertical do lugar.
31) Geoprocessamento: de acordo com o Instituto Nacional 
de Pesquisas Espaciais(INPE), pode ser definido como 
um conjunto de tecnologias voltadas à coleta e ao trata-
mento de informações espaciais para um objetivo espe-
cífico. Assim, as atividades que envolvem o geoproces-
samento são executadas por sistemas específicos para 
cada aplicação. Esses sistemas são mais comumente 
tratados como Sistemas de Informação Geográfica (SIG) 
(DSR, 2012). 
32) GIS – Geographic Information System; SIG – Sistema de 
Informação Geográfica: de acordo com o Instituto na-
cional de Pesquisas Espaciais (INPE), SIG é o conjunto de 
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27© Caderno de Referência de Conteúdo
tecnologias matemáticas e informacionais responsáveis 
pelo processamento de dados gráficos e não gráficos (al-
fanuméricos) com ênfase a análises espaciais e modela-
gens de superfícies. 
33) GPS – Global Positioning System: sistema de posiciona-
mento global baseado num conjunto de satélites de ór-
bita polar, mantido pelo governo dos EUA. 
34) Isoietas: linha que une pontos de igual valor de precipi-
tação num determinado período de tempo.
35) Landsat: o programa Landsat, desenvolvido pela Natio-
nal Aeronautics and Space Administration – NASA, foi 
originalmente denominado Earth Resources Technology 
Satellite – ERTS. Foi o primeiro programa de satélite de 
sensoriamento remoto para observação dos recursos 
terrestres posto em órbita da Terra. O primeiro satélite, 
de caráter experimental, foi construído para demonstrar 
a viabilidade de mapeamento e monitoramento de fei-
ções da superfície da Terra a partir de imagens orbitais. 
Esse programa foi desenvolvido com o objetivo de pos-
sibilitar a aquisição de imagens da superfície da Terra 
de maneira global e repetitiva. O primeiro satélite dessa 
série foi lançado em 23 de julho de 1972 com a deno-
minação de ERTS-1. Em 14 de janeiro de 1975, o nome 
foi trocado para Landsat – Landsatellite, e, em 22 de ja-
neiro, foi lançado o segundo satélite, então denominado 
Landsat-2.
36) Mapa Base: É o mapa cujo objetivo é a representação 
espacial de informação geográfica de carácter genérico, 
comportando em geral um conjunto organizado de fo-
lhas que cobrem um país ou região, de forma sistemáti-
ca. São mapas de base as cartas topográficas e hidrográ-
ficas. Pode ser, também, o mapa que serve de suporte, 
ou fundo, a uma carta temática.
37) Mapa físico: mapa temático que representa, essencial-
mente, os aspectos naturais da topografia e hidrografia 
da superfície terrestre (termo em desuso, embora ainda 
utilizado em atlas).
© Cartograia Temática28
38) Mapa hipsométrico: mapa temático que representa as 
classes de altitude por meio de cores hipsométricas. Es-
sencialmente, seus dados são de natureza contínua, e 
sua representação é feita em tons dégradés, de cores 
frias a cores quentes, respectivamente, do mais baixo ao 
mais alto. 
39) Mapa temático: mapa cujo objetivo é representar in-
formação geográfica ou apoiar atividades, de carácter 
especializado. Tipicamente, os mapas temáticos apre-
sentam, sobre um fundo de informação geral mais ou 
menos simplificado, muitas vezes extraído de cartas to-
pográficas, hidrográficas e administrativas, fenômenos 
localizáveis de qualquer natureza, sob forma qualitativa 
ou quantitativa. Antigamente, os mapas temáticos tam-
bém eram denominados de Mapas Geográficos. 
40) Modelo digital do terreno: também denominado de 
Modelo Digital de Elevação (MDE), representa uma su-
perfície contínua, formada pela variação de valores de 
altimetria, que indica as variações de geometria do re-
levo. É estimado por meio de métodos de interpolação 
espacial, a partir dos dados originais observados, mais 
comumente modelados por grades retangulares ou mé-
todos de triangulação. 
41) Precisão: importante conceito para a Cartografia, pois 
indica o quanto os valores de uma série de dados estão 
próximos uns dos outros. É comum na avaliação de re-
sultados obtidos pelas tecnologias certa confusão entre 
precisão e acurácia.
42) Precisão gráfica: é a menor grandeza medida no terre-
no, capaz de ser representada no mapa sem que seja 
necessário utilizar símbolos ou convenções cartográficas 
(IBGE, 2012).
43) Rede geodésica: composta por um conjunto de pontos 
materializados (pontos reais, fixos na superfície terres-
tre, e articulados às coordenadas geográficas precisa-
mente conhecidas) distribuídos de forma homogênea 
ao longo de um determinado território, estruturando 
uma malha triangular. Uma rede geodésica constitui o 
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29© Caderno de Referência de Conteúdo
referencial de apoio à Cartografia e às operações de ge-
orreferenciamento em geral.
44) Representação gráfica: é a linguagem gráfica, bidimen-
sional, atemporal, destinada à vista. Se expressa por 
meio da construção da imagem, tem supremacia sobre 
as outras formas de linguagem, pois demanda apenas 
de um instante mínimo de percepção. E, especialmente, 
integra o sistema semiológico monossêmico.
45) Resolução espacial (espectral): é a capacidade de um 
sensor "enxergar" ou distinguir os objetos da superfície 
terrestre; já a resolução temporal se refere à frequência 
com que são obtidas imagens de um determinado local 
por uma determinada plataforma orbital.
46) Sistema de projeção: quando se refere a um sistema de 
projeção, na verdade está se referindo a um conjunto de 
referências espaciais composto por: um elipsoide de re-
ferência, um datum geodésico e a projeção cartográfica.
47) Sombreado: forma de representação gráfica do relevo 
através de manchas que simulam as sombras resultantes 
de hipotéticas fontes de luz colocadas em locais deter-
minados (em geral, no canto superior esquerdo das car-
tas, incidindo a luz segundo um ângulo de 45º).
48) SPOT: a série SPOT (Satellite pour l’Observation de la 
Terre) foi iniciada com o satélite franco-europeu SPOT 
1, em 1986, sob a responsabilidade do Centre National 
d’Etudes Spatiales – CNES da França. Hoje, a plataforma 
do SPOT está em órbita com três satélites (2, 4 e 5), o 
que possibilita acesso a qualquer ponto da Terra em me-
nos de 24 horas e atuando em conjunto, com revisitas 
em intervalos de 3 a 5 dias. Os satélites da família SPOT 
operam com sensores ópticos, em bandas do visível, in-
fravermelho próximo e infravermelho médio.
© Cartograia Temática30
Esquema dos Conceitos-chave 
Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais 
importantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um 
Esquema dos Conceitos-chave. O mais aconselhável é que você 
mesmo faça o seu esquema de conceitos-chave ou até mesmo o 
seu mapa mental. Esse exercício é uma forma de você construir o 
seu conhecimento, ressignificando as informações a partir de suas 
próprias percepções. 
É importante ressaltar que o propósito desse Esquema dos 
Conceitos-chave é representar, de maneira gráfica, as relações en-
tre os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais 
complexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar você 
na ordenação e na sequenciação hierarquizada dos conteúdos de 
ensino. 
Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende-
-se que, por meio da organização das ideias e dos princípios em 
esquemas e mapas mentais, o indivíduo pode construir o seu co-
nhecimento de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos pe-
dagógicos significativos no seu processo de ensino e aprendiza-
gem. 
Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem es-
colar (tais como planejamentos de currículo, sistemas e pesquisas 
em Educação), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda, 
na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que es-
tabelece que a aprendizagem ocorre pela assimilação de novos 
conceitos e de proposições na estrutura cognitiva do aluno. Assim, 
novas ideias e informações são aprendidas, uma vez que existem 
pontos de ancoragem. 
Tem-se de destacar que “aprendizagem” não significa, ape-
nas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é preci-
so, sobretudo, estabelecer modificaçõespara que ela se configure 
como uma aprendizagem significativa. Para isso, é importante con-
siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais 
Claretiano - Centro Universitário
31© Caderno de Referência de Conteúdo
de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os novos concei-
tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez 
que, ao fixar esses conceitos nas suas já existentes estruturas cog-
nitivas, outros serão também relembrados. 
Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é você 
o principal agente da construção do próprio conhecimento, por 
meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações internas 
e externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por objetivo tor-
nar significativa a sua aprendizagem, transformando o seu conhe-
cimento sistematizado em conteúdo curricular, ou seja, estabele-
cendo uma relação entre aquilo que você acabou de conhecer com 
o que já fazia parte do seu conhecimento de mundo (adaptado do 
site disponível em: <http://penta2.ufrgs.br/edutools/mapascon-
ceituais/utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 11 mar. 2010). 
© Cartograia Temática32
Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave – Cartografia Temática. 
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33© Caderno de Referência de Conteúdo
Como você pode observar, esse Esquema dá a você, como 
dissemos anteriormente, uma visão geral dos conceitos mais im-
portantes deste estudo. Ao segui-lo, você poderá transitar entre 
um e outro conceito e descobrir o caminho para construir o seu 
processo de ensino-aprendizagem. Por exemplo, observe que para 
atingirmos a finalidade da ciência Cartográfica, que é apresentar 
informações úteis a sociedade, obrigatoriamente devemos conhe-
cer os procedimentos teóricos e práticos para elaboração de um 
mapa, diagrama ou um cartograma. Desta forma, observamos em 
nosso mapa conceitual um caminhamento lógico que vai da com-
preensão de conceitos a abordagens pragmáticas. Paralelamente 
ao pragmatismo cartográfico (e concomitantemente), caminha sua 
bagagem de conhecimento, os assuntos que serão espacializados 
em um plano bidimensional. Por isso, observamos que as informa-
ções contidas no espaço geográfico, deverão ser compreendidas 
em termos de sua natureza para, posteriormente, selecionar os 
métodos de representação cartográfica mais adequados!
O Esquema dos Conceitos-chave é mais um dos recursos de 
aprendizagem que vem se somar àqueles disponíveis no ambien-
te virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem como 
àqueles relacionados às atividades didático-pedagógicas realiza-
das presencialmente no polo. Lembre-se de que você, aluno EaD, 
deve valer-se da sua autonomia na construção de seu próprio co-
nhecimento. 
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem 
ser de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertati-
vas. 
 Responder, discutir e comentar essas questões, bem como 
relacioná-las com a prática do ensino de Cartografia Temática 
pode ser uma forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim, 
© Cartograia Temática34
mediante a resolução de questões pertinentes ao assunto tratado, 
você estará se preparando para a avaliação final, que será disser-
tativa. Além disso, essa é uma maneira privilegiada de você testar 
seus conhecimentos e adquirir uma formação sólida para a sua 
prática profissional. 
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus es-
tudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as bibliogra-
fias apresentadas no Plano de Ensino e no item Orientações para o 
estudo da unidade.
Figuras (ilustrações, quadros...)
Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte inte-
grante dos conteúdos, ou seja, elas não são meramente ilustra-
tivas, pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados no 
texto. Não deixe de observar a relação dessas figuras com os con-
teúdos estudados, pois relacionar aquilo que está no campo visual 
com o conceitual faz parte de uma boa formação intelectual. 
Dicas (motivacionais)
O estudo deste Caderno de Referência de Conteúdo convida 
você a olhar, de forma mais apurada, a Educação como processo 
de emancipação do ser humano. É importante que você se atente 
às explicações teóricas, práticas e científicas que estão presentes 
nos meios de comunicação, bem como partilhe suas descobertas 
com seus colegas, pois, ao compartilhar com outras pessoas aqui-
lo que você observa, permite-se descobrir algo que ainda não se 
conhece, aprendendo a ver e a notar o que não havia sido perce-
bido antes. Observar é, portanto, uma capacidade que nos impele 
à maturidade. 
Você, como aluno do Curso de Graduação na modalidade 
EaD, necessita de uma formação conceitual sólida e consistente. 
Claretiano - Centro Universitário
35© Caderno de Referência de Conteúdo
Para isso, você contará com a ajuda do tutor a distância, do tutor 
presencial e, sobretudo, da interação com seus colegas. Sugeri-
mos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as atividades 
nas datas estipuladas. 
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em 
seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode-
rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ-
ções científicas.
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie 
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discu-
ta a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoau-
las. 
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os 
conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos 
para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, 
pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure-
cimento intelectual.
Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na 
modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando 
sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores.
Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a 
este Caderno de Referência de Conteúdo, entre em contato com 
seu tutor. Ele estará pronto para ajudar você. 
3. E-REFERÊNCIAS
ASPRS – SOCIEDADE AMERICANA DE FOTOGRAMETRIA E SENSORIAMENTO REMOTO. 
Home page. Disponível em: <http://www.asprs.org/>. Acesso em: 27 mar. 2012.
CARTOGRAFIA. O que é? Disponível em: <http://www.cartografia.eng.br/artigos/carto.
php>. Acesso em: 29 mar. 2012.
IBGE. Noções básicas de cartografia. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/
geociencias/cartografia/manual_nocoes/representacao.html>. Acesso em: 27 mar. 2012.
IMPE – DIVISÃO DE SENSORIAMENTO REMOTO. Introdução sobre o geoprocessamento. 
Disponível em: <http://www.dsr.inpe.br/intro_sr.htm>. Acesso em: 27 mar. 2012.
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4. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
JAPIASSU, H. O mito da neutralidade científica. Rio de Janeiro: Imago, 1975.
1
EA
D
Fundamentos Teóricos da 
Cartografia Temática e a 
Problemática do 
Termo “Escala” 
1. OBJETIVOS
• Conhecer e descrever os princípios teóricos da Cartogra-
fia Temática.
• Compreender e discutir as diferentes abordagens do ter-
mo “escala”.
2. CONTEÚDOS
• Fundamentos teóricos da Cartografia Temática.
• Escala cartográfica x escala geográfica.
• Generalização cartográfica e cálculo da precisão gráfica 
para determinação do valor da escala numérica. 
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE
Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que 
você leia as orientações a seguir:
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1) Tenha em mente que o intuito final da cartografia é ofe-
recer condições visuais adequadas para a transmissão 
de uma ideia; logo, é de extrema importância que você 
compreenda a proposta da comunicação cartográfica e 
os conceitos que a embasam.
2) A história da cartografia teórica moderna e a da Geo-
grafia enquanto ciência são sincrônicas. Para o enten-
dimento dos fatos e da evolução da ciência geográfica,indicamos um clássico da Geografia, a obra Geografia: 
pequena história crítica, de Antonio Carlos Robert de 
Morais.
3) Para saber mais sobre a International Cartographicqu 
Association, acesse o site disponível em: <http://carto-
graphy.tuwien.ac.at/ica/>. Acesso em: 27 mar. 2012.
4) A comunicação cartográfica faz parte da Teoria da Infor-
mação. Nessa teoria, fundamentada pela matemática, 
admite-se que a presença de ruídos na mensagem pro-
voca perda de informação. Para saber mais, realize uma 
pesquisa na internet a respeito da Teoria da Informação.
5) É importante ressaltar que existem autores que de-
fendem uma outra abordagem para a cartografia, uma 
cartografia não normativa. Essa abordagem está funda-
mentada em uma corrente de pensamento direcionada 
ao Ensino Básico. Aprofunde seus conhecimentos sobre 
esse assunto pesquisando as obras, especialmente, do 
Professor Jhon Seeman. Faça uma busca pela internet e 
veja quais são as outras correntes cartográficas.
6) Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante 
que você saiba que a Cartografia Temática e a Sistemá-
tica possuem muitos pontos em comum, uma vez que a 
Cartografia Temática surgiu a partir da Sistêmica, quan-
do esta não mais pôde atender às necessidades impos-
tas pelos avanços do século 17. Entre as semelhanças, 
podemos destacar as bases da comunicação gráfica e 
as teorias de linguagem. Entretanto, em nada elas se 
assemelham quanto à obtenção e coleta de dados, ao 
tratamento da informação e aos procedimentos meto-
dológicos que geram os mapas. Outro ponto discrepante 
Claretiano - Centro Universitário
39© U1 - Fundamentos Teóricos da Cartograia Temática e a Problemática do Termo “Escala”
aparece até mesmo no campo profissional, pois as for-
mações dos cartógrafos não são as mesmas. 
7) Neste Caderno de Referência de Conteúdo, optamos por 
adotar a cartografia como arte, por concordar que ela é 
adequada ao ambiente acadêmico de discussões e de-
senvolvimento do conhecimento científico, além de per-
mitir abranger um volume maior de informações sobre a 
cartografia, fornecendo condições necessárias para que 
no final deste estudo você possa formar sua própria opi-
nião a respeito do tema e das suas diversas correntes 
que o definem.
8) Nesta unidade, vamos estudar a compreensão do pro-
cesso de comunicação visual, a qual nos permitirá criti-
car os mapas. Mas será que os mapas com os quais nos 
deparamos cumprem com clareza o papel de transmitir a 
mensagem? Sugerimos que você observe nos materiais 
didáticos como os mapas são abordados. O texto expli-
cativo que os seguem aproveita as informações transmi-
tidas pelo mapa ou o “despreza”, tomando-o como uma 
mera ilustração? Ressaltando a necessidade de a ciência 
utilizar a linguagem monossêmica, será que os mapas 
que vemos conseguem cumprir esse papel? Lembre-se 
de que a ciência é crítica e rigorosa em seus métodos; 
logo, ela nos "abre" espaço para avaliações.
9) É importante destacar que, nas referências bibliográficas 
disponíveis, a terminologia para os mapas da cartografia 
sistemática é variada. Pode ser encontrada como: mapa 
topográfico (BARBOSA, 1967), mapa geral (RAISZ, 1969) 
e mapa base (SANCHEZ, 1973; 1981). 
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Você já notou que, em nosso cotidiano, as representações 
cartográficas se tornaram elementos essenciais em nossas vidas? 
Deparamo-nos com mapas nas escolas, nos telejornais, nos rotei-
ros de viagem, no computador de bordo do carro, na rede mundial 
© Cartograia Temática40
de computadores, nas estações rodoviárias, enfim, sua apresenta-
ção tornou-se essencial em inúmeros locais.
Pois é, na era da informação, na qual o grande fluxo de infor-
mações dita as regras das atuais relações de poder, nada melhor 
do que um instante de “abarcar de olhos” para compreender a 
mensagem comunicativa e "pular" para a próxima. Se a mensagem 
for bem estruturada, esse "abarcar de olhos" é o tempo necessário 
para percebermos a informação, captar a mensagem, entendê-la e 
assimilá-la. E não para por aí, porque, após a sua assimilação, você 
ainda pode acreditar ou não na informação veiculada. 
Essa tarefa é o desafio da comunicação visual. A composi-
ção de cores e de elementos é uma "arma" na mão de quem sabe 
manuseá-la, tornando simples mensagens em verdadeiras obras 
de arte de forte valor ideológico.
 Com os mapas não são diferentes. Os mapas pertencem à 
família da representação gráfica, são respaldados por teorias cien-
tíficas e, por isso, nada em um mapa pode ser considerado por 
acaso, nem seus símbolos, nem suas cores, nem seu tamanho e, 
muito menos, seu conteúdo.
Dessa forma, convidamos você a ir além da simples visuali-
zação de um mapa, ou seja, ir em busca de construir um conhe-
cimento específico capaz de nos dar condições para desvendar o 
universo que está por trás dos mapas, conhecê-lo a fundo, para, 
assim, compreender a dimensão da ciência Cartográfica!
Iniciaremos nossos estudos pelas principais teorias que re-
gem a cartografia. Veremos seus aspectos básicos e suas intrínse-
cas ligações com a Geografia, o que a torna essencial neste curso, 
afinal, a cartografia nada mais é do que a expressão gráfica da Ge-
ografia. Pense nisso! 
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5. BREVE PANORAMA TEÓRICO DA CARTOGRAFIA 
Para que o estudo da cartografia seja proveitoso, é de funda-
mental importância conhecer o seu propósito como ciência. Para 
isso, será apresentada suas principais bases teóricas. 
Princípios teóricos da Cartografia
Apesar de registros históricos apontarem que os primeiros 
documentos cartográficos datam de séculos antes do apareci-
mento da própria escrita, a preocupação com a questão teórica 
é recente, surgindo apenas na metade do século 19, com grande 
expressão na Alemanha e na França. 
No século 17, a cartografia desenvolvia-se, principalmente, 
em função das grandes navegações e da necessidade de explora-
ção de novas terras para se confirmar a expansão territorial. Nes-
sa época, buscava-se mais aprimorar as técnicas matemáticas e a 
arte para a apresentação dos mapas do que o seu conteúdo cien-
tífico em termos de sistematização das atividades e divulgação do 
conhecimento. 
Somente no final dos anos de 1930, a cartografia firma-se 
como um campo da ciência. A partir desse período, surgem inúme-
ras definições, elaboradas por diversos autores nas mais distintas 
épocas que explicam seus meios e fins (por exemplo, o livro Intro-
dução à Cartografia Temática, de Paulo Araújo Duarte, de 1991, 
traz um conjunto de definições sobre cartografia). Todavia, essas 
definições possuem algumas divergências entre si, que variam de 
acordo com as concepções dos autores, seus princípios pessoais, 
a cultura na qual se inserem, a atmosfera política que os envolve, 
em resumo, o contexto histórico em que viveram. 
A característica técnica do mapa é indiscutível. Além dis-
so, alguns autores entendem a cartografia como ciência, outros, 
ainda, como arte, e a grande maioria aceita as duas concepções. 
Esta última possui uma grande aceitação no Brasil, e é adotada por 
© Cartograia Temática42
importantes autores especializados na área. Ainda na década de 
1990, surgiram outras definições que a classificaram como disci-
plina, como fez a International Cartographic Association em 1991.
Como mencionado, a grande maioria das definições compar-
tilham um objetivo comum. Podemos considerar que a cartografia 
é ao mesmo tempo:
• Ciência.
• Arte.
• Técnica.
Esses três tópicos serão os pilares de nossos estudos. Assim, 
transcrevemos, a seguir, uma definição dada à Cartografia no ano 
de 1964, pela International Cartographic Association (ICA), que 
engloba esses itens e satisfaz às necessidades do curso. 
Cartograia –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 
Cartograia é o conjunto de estudos e operações cientíicas, artísticas e 
técnicas, baseadas nos resultados de observações diretasou de análise de 
documentação, com vistas à elaboração e preparação de cartas, planos e outras 
formas de expressão, bem como sua utilização (ASSOCIAÇÃO CARTOGRÁFICA 
INTERNACIONAL DE GEOGRAFIA, 2012). 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A seguir, analisaremos cada um dos tópicos destacados an-
teriormente. Vejamos:
• Ciência: de acordo com Duarte (2002), a cartografia pode 
ser considerada uma ciência, pois está inserida em um 
campo de atividade humana que requer o desenvolvi-
mento de conhecimentos específicos, aplicação sistemá-
tica de operações de campo e laboratório, planejamento 
dessas operações, metodologia de trabalho e aplicação 
de técnicas, além do conhecimento de outras ciências. 
• Arte: a sensibilidade artística é própria, também, de todo 
trabalho cartográfico. Por ser caracterizado como docu-
mento exclusivamente visual, o mapa está submetido a 
leis fisiológicas de percepção da imagem. Assim, para que 
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se cumpra corretamente sua função de transmitir a infor-
mação ao receptor (dentro da ótica de comunicação), é 
essencial que haja harmonia entre cores, símbolos, boa 
disposição dos elementos (traçados, legenda, letreiros), 
respeitando sempre as regras da semiologia gráfica, e 
primando pela estética. Nesse sentido, Duarte (1991) 
afirma que o trabalho cartográfico deve objetivar o ide-
al da beleza. Deve-se salientar que a arte não quer dizer 
complexidade, e muito menos que deva se priorizar o as-
pecto decorativo do mapa em detrimento da precisão de 
sua informação. Na representação cartográfica, o caráter 
artístico, juntamente com o científico, deve compor um 
conjunto harmonioso, que satisfaça o leitor por meio da 
beleza, e garanta a qualidade e o nível de informação for-
necida.
• Técnica: a técnica justifica-se pelo fato de que todo con-
junto de operações ser direcionado à obtenção de um do-
cumento com caráter altamente técnico, o mapa. Seu ob-
jetivo primeiro, de comunicar uma idéia sem dar margens 
a interpretações contraditórias (MARTINELLI, 1991), con-
firma esta posição. Outro fator que destaca claramente 
a tecnicidade do mapa é, como indica Joly (2003), que a 
atividade cartográfica engloba as atividades que vão des-
de o levantamento de campo, ou mesmo de documentos 
cartográficos já existentes na bibliografia, até a impressão 
definitiva e publicação do mapa elaborado.
Atualmente, com a difusão das geotecnologias, em especial 
das ferramentas de geoprocessamento, nas quais se inserem os 
sistemas de informações geográficas (SIG), a técnica assume des-
tacada relevância entre os três itens discutidos. No entanto, não 
haverá êxito na manipulação das ferramentas essencialmente 
técnicas se o operador não dispuser de bom senso em relação à 
arte e, especialmente, à ciência. Caso contrário, a difusão dessas 
© Cartograia Temática44
ferramentas condicionará a banalização do tratamento das infor-
mações geográficas e, consequentemente, a publicação de falsas 
informações. 
A necessidade de compreendermos a influência exercida 
pela ciência, arte e a técnica em um simples mapa reside na pre-
tensão deste Caderno de Referência de Conteúdo em abordar a car-
tografia sob uma visão holística, para que possamos compreender 
seu potencial e seus limites, e não apenas conceber o mapa como 
produto já pronto em papel ou num monitor de vídeo, passando 
despercebido todo o processo de elaboração que o antecedeu.
Mas será que é necessário que todos aprendam essas carac-
terísticas tão peculiares da ciência cartográfica? A justificativa para 
aceitarmos a afirmativa anterior é muito simples. 
Estamos nos propondo a nos especializarmos em numa área 
do conhecimento humano (a Geografia) que nos torna indivídu-
os com conhecimentos específicos, diferenciados. O que é de do-
mínio do senso comum, por exemplo, a leitura dos mapas (pelo 
menos deveria ser), como mencionado, todos sabem. No entan-
to, o conhecimento dessas peculiaridades serão o seu diferencial 
no campo profissional. O domínio dessas informações garantirá 
a você a segurança diante dos obstáculos que surgirem, seja em 
perguntas em sala de aula, seja fora dela. Não se esqueça de que 
temos muito mais facilidade de ensinar aquilo que conhecemos a 
fundo e com o qual temos experiência.
Sendo assim, é aconselhável que conheçamos todas as suas 
etapas. Como salientou Joly (2003), as operações cartográficas são 
extensas, vão desde o levantamento de dados até a divulgação do 
material. No entanto, isso não significa que devemos dominar o 
manuseio de cada etapa do processo de elaboração do mapa. É 
desejável, pelo menos no campo profissional, que haja especialis-
tas para as diversas etapas do trabalho cartográfico. 
Podemos concluir que o material cartográfico é o responsá-
vel por representar, de modo adequado, os fatos e fenômenos que 
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ocorrem sobre a superfície da Terra, no céu, no mar e até mes-
mo nos astros, constituindo um instrumento indispensável para 
o trabalho do geógrafo, pois possibilita tanto o registro como a 
análise espacial dos dados. Conhecer e representar a Terra foram 
os primeiros objetivos da cartografia, e ainda hoje é a sua maior 
preocupação. 
Agora, com o foco na Geografia, convidamos você a exercitar 
seu raciocínio de pesquisador. À luz do que você conhece sobre as 
diversas concepções de espaço na Geografia, como a cartográfia 
pode contribuir em cada corrente do pensamento geográfico? 
É importante destacar que a cartografia convive com plura-
lismos epistemológicos, o que ocorre em qualquer outra ciência. 
Compreender pontos de vista distintos nos permite visualizar o as-
sunto por outro ângulo, facilitando o entendimento dos "porquês" 
de diferentes abordagens. Ao defender uma posição, é importante 
conhecê-la tão bem quanto suas antagônicas, para que as críticas 
sejam baseadas em argumentos científicos concretos, e não em 
"achismos" do senso comum. Desse modo, é de fundamental im-
portância que você pesquise sobre as diversas abordagens existen-
tes na cartografia, assim como na Geografia em geral.
Comunicação cartográfica
Há inúmeras formas de comunicar uma mensagem. De ma-
neira simplista, podemos indicar a comunicação por meio da fala 
(comunicação verbal), da música, da escrita e de várias outras pos-
sibilidades desenvolvidas ao longo da história do homem.
Esses meios de comunicação atingem o seu objetivo median-
te o uso de uma linguagem específica, que pode ser compreendida 
como: 
Linguagem ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Qualquer e todo sistema de signos que serve como meio de comunicação de idéias 
ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráicos, gestuais etc., 
podendo ser percebida pelos diversos órgãos dos sentidos, o que leva a distinguir 
© Cartograia Temática46
várias espécies de linguagem: visual, auditiva, tátil, etc., ou, ainda, outras mais 
complexas, constituídas, ao mesmo tempo, de elementos diversos, como se faz 
nos ilmes que misturam a linguagem visual com a sonora (ALMEIDA, 1980, n. p.; 
HOUAISS, 2001, n. p.). 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Dessa forma, podemos considerar a cartografia como uma 
linguagem específica, pois atende a todos os requisitos mencio-
nados. Ou seja, possui seus signos (normatizados pela semiologia 
gráfica), exprime uma ideia (o tema abordado) e é, na maioria das 
vezes, uma linguagem visual. Existem mapas cuja finalidade não 
se destina apenas ao sentido visual. Há mapas especiais desen-
volvidos para deficientes visuais também. A Cartografia Tátil é a 
responsável pela elaboração de mapas (maquetes), formados por 
materiais distintos, apresentando formas e rugosidades específi-
cas, segundo o objeto da realidade que esteja representando. É 
especial por ser um meio de comunicação entre

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