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Política Industrial no Brasil

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Estudos Estratégicos
Capital empreendedor
2. POLÍTICA INDUSTRIAL E POLÍTICA 
DE INVESTIMENTO
Ao longo do século passado, o Brasil assistiu a diversas iniciativas para a formulação e 
implementação de políticas que buscavam o desenvolvimento e promoção da atividade 
econômica. 
De acordo com o momento político-econômico de cada época, tais políticas visavam de 
forma genérica, a substituição de importações, o desenvolvimento das indústrias de base e 
o apoio a setores que apresentassem dificuldades competitivas conjunturais ou estruturais.
Desde o Plano SALTE, lançado em 1947 no governo Dutra, passando pelo Plano de 
Metas de Juscelino, até o I e II PND, implementados nos governos Médici e Geisel, 
respectivamente, a instrumentalização das políticas de desenvolvimento econômico e 
industrial se deu por meio de empreendimentos de grande porte, normalmente ala-
vancados por financiamento de agências governamentais, incentivos tributários ou da 
participação direta do estado brasileiro como empreendedor ou acionista.
O poder de formulação de políticas de desenvolvimento foi de grande importância para 
a obtenção de avanços em áreas prioritárias para o desenvolvimento do País, marcada-
mente em setores como geração de energia, construção de estradas, indústria automo-
bilística, petróleo e petroquímica e telecomunicações.
A partir dos anos 80, o Brasil se defrontou com um ambiente interno marcado pela 
instabilidade monetária e pela deterioração da capacidade de investimento dos setores 
público e privado. 
No front externo o financiamento encareceu e se tornou escasso, especialmente para os 
países em desenvolvimento. Tal realidade restringiu enormemente a capacidade do País 
em sustentar a formulação e implementação de políticas de desenvolvimento.
Os anos 90 foram marcados pela revisão patrimonial do Estado, que ocasionou a mi-
gração do papel do estado brasileiro da condição de empreendedor e empresário para 
atividades mais voltadas à regulação da atividade econômica, por meio da criação e 
fortalecimento de agências reguladoras. 
Atingida a estabilidade monetária, abriu-se o espaço para a retomada da capacidade 
de formulação de políticas de desenvolvimento estruturadas, entre as quais se situa a 
política industrial.
Observando as experiências de países que na história recente obtiveram ganhos significa-
tivos em termos de desenvolvimento econômico (Japão, Coreia, Alemanha, Estados Uni-
dos, etc.), pode-se notar um elevado nível de articulação entre governos e iniciativa pri-
vada. Essa articulação se dá dentro de um processo de amadurecimento das instituições 
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e do compartilhamento de visões entre o meio empresarial e os governos, partindo do 
princípio de que “estamos todos no mesmo barco” (governos, famílias e empresas).
Há exemplos emblemáticos em que alguns países se comportam como verdadeiras 
“holdings”, onde estado e iniciativa privada adotam ações intensamente integradas e 
coordenadas. Para citar um exemplo, analisando-se o funcionamento institucional de 
um país como Singapura, poderemos ficar na dúvida se se trata de um país ou de um 
conglomerado ou um condomínio de empresas, no qual governo e iniciativa privada 
cooperam para atingir objetivos claramente compartilhados.
Em 2004, o Brasil lançou a primeira iniciativa claramente identificada como uma po-
lítica industrial, denominada PITCE – Política Industrial, Tecnológica e de Comércio 
Exterior que, em 2008 passou a contar com um enfoque voltado ao desenvolvimento 
de setores e cadeias produtivas prioritárias. Essa nova configuração recebeu o nome de 
PDP – Política de Desenvolvimento Produtivo.
Em 2011, já no governo Dilma Rousseff, a política industrial foi lançada com o nome de 
PBM – Plano Brasil Maior, com o lema “Inovar para competir. Competir para Crescer”.
O PBM é estruturado em duas dimensões: A Dimensão Setorial, composta por dezeno-
ve setores e/ou cadeias produtivas e a Dimensão Sistêmica, composta por nove temas de 
interesse da indústria como um todo. 
A operacionalização do Brasil Maior se dá em três níveis: articulação e formulação; 
gerenciamento e deliberação; e aconselhamento superior. Essa organização define o 
Sistema de Gestão e Governança do Plano, ilustrado na Figura 1:

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