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Tecnicas de Administracao de Medicamentos Injetaveis

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AN02FREV001/REV 4.0 
 1 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
TÉCNICAS DE ADMINISTRAÇÃO DE 
MEDICAMENTOS INJETÁVEIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
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CURSO DE 
TÉCNICAS DE ADMINISTRAÇÃO DE 
MEDICAMENTOS INJETÁVEIS 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
 
 
MÓDULO I 
 
1 O QUE É MEDICAMENTO? 
2 REGRAS PARA O PREPARO GERAL DAS MEDICAÇÕES 
3 VIA PARENTERAL 
4 PREPARO DO MEDICAMENTO EM AMPOLA 
5 TIPOS DE CATETER 
5.1 CATETER VENOSO PERIFÉRICO 
5.2 CATETER ARTERIAL PERIFÉRICO 
6 ANTISSEPSIA 
 
MÓDULO II 
 
7 CINCO CERTOS 
8 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL 
9 PROBLEMAS QUE PODEM OCORRER NA VIA PARENTERAL 
9.1 INFECÇÕES 
9.2 FENÔMENOS ALÉRGICOS 
9.3 MÁ ABSORÇÃO DAS DROGAS 
9.4 EMBOLIAS 
9.5 TRAUMAS 
10 ARMAZENAMENTO DE AGULHAS E SERINGA 
11 CÓDIGO DE ÉTICA 
12 LAVAGEM DAS MÃOS 
 
MÓDULO III 
 
13 INFECÇÃO HOSPITALAR 
 
 
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14 BACTEREMIA 
15 FLEBITE 
16 VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA 
17 HEPATITE B 
18 ORIENTAÇÕES APÓS ACIDENTES 
18.1 ORIENTAÇÕES GERAIS APÓS ACIDENTES COM AGULHAS OU MATERIAL 
PERFUROCORTANTE 
19 REGISTRO DO ACIDENTE DE TRABALHO 
20 CUIDADOS BÁSICOS ANTES DA APLICAÇÃO DE INJEÇÕES 
21 SUGESTÕES PARA DIMINUIR A DOR NAS INJEÇÕES 
22 TRANSFUSÃO SANGUÍNEA 
 
MÓDULO IV 
 
23 TÉCNICAS DE APLICAÇÃO 
23.1 INTRADÉRMICA 
23.2 ENDOVENOSA 
23.2.1 Interrupção de uma infusão intravenosa 
23.3 INTRAMUSCULAR 
23.3.1 Injeção intramuscular na região ventroglútea (Hochestetter) 
23.3.2 Injeção Intramuscular na face anterolateral da coxa 
23.3.3 Injeção Intramuscular na região dorsoglútea 
23.3.4 Injeção Intramuscular em região deltoide 
23.3.5 Técnica em Z 
23.4 SUBCUTÂNEA 
24 SOROS 
25 TIPOS DE AGULHA, PERFIL DO CORPO, ÂNGULO DE APLICAÇÃO 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
 
 
 
 
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MÓDULO I 
 
 
1 O QUE É MEDICAMENTO? 
 
 
De acordo com a ANVISA medicamentos são produtos farmacêuticos 
tecnicamente obtidos ou elaborados com a finalidade de: 
 
 Curar doenças; 
 Prevenir doenças; 
 Diagnosticar doenças; 
 Aliviar os sintomas. 
 
 
FIGURA 01 – ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.unimedcg.com.br/>. Acesso em: 12 nov. 2012. 
 
 
Todo medicamento deve ser utilizado após prescrição médica e essa deve 
estar escrita de forma clara e objetiva no prontuário do paciente. A prescrição 
médica deve conter: 
http://www.unimedcg.com.br/
 
 
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 Nome da medicação de forma legível; 
 A dose exata; 
 A via de administração; 
 Frequência de aplicação. 
 
 
FIGURA 02 – PRESCRIÇÃO MÉDICA 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.auditenf.com.br/>. Acesso em: 12 nov. 2012. 
 
 
Atenção! É de suma importância que a equipe esteja orientada quanto à 
administração de narcóticos, barbitúricos e de outros medicamentos controlados. 
Geralmente, depois que eles são administrados no paciente a anotação sobre o 
procedimento é feita no prontuário e em um formulário especial que é guardado 
separadamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.auditenf.com.br/
 
 
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FIGURA 03 – MEDICAÇÃO 
 
 
FONTE: Disponível em:<http://images.google.com.br/>. Acesso em: 12 nov. 2012. 
 
 
É necessário entender alguns conceitos relacionados aos medicamentos: 
 
 Medicamento Similar – aquele que contém o mesmo ou os mesmos 
princípios ativos. Apresenta a mesma concentração, forma farmacêutica, via de 
administração, posologia e indicações terapêuticas, preventivas ou diagnósticas do 
medicamento de referência registrado no órgão federal responsável pela vigilância 
sanitária, podendo diferir somente em características relativas ao tamanho e forma 
do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículos, 
devendo sempre ser identificado por nome comercial ou marca. 
 
 
 
 
 
http://images.google.com.br/
 
 
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FIGURA 04 – MEDICAMENTO SIMILAR 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.colegiosaofrancisco.com.br/>. Acesso em: 12 nov. 2012. 
 
 
 Medicamento Genérico – medicamento similar a um produto de 
referência ou inovador que se pretende ser com este intercambiável, geralmente 
produzido após a expiração ou renúncia da proteção patentária ou de outros direitos 
de exclusividade, comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade (lei nº 9.787, de 
10 de fevereiro de 1999). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.colegiosaofrancisco.com.br/
 
 
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FIGURA 05 – MEDICAMENTO GENÉRICO 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.opovo.com.br/>. Acesso em: 12 nov. 2012. 
 
 
 Medicamento de Referência – produto inovador registrado no órgão 
federal responsável pela vigilância sanitária e comercializado no País cuja eficácia, 
segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente junto ao órgão federal 
competente, por ocasião do registro (lei nº 9.787, de 10 de fevereiro de 1999). 
 
 Produto Farmacêutico Intercambiável – equivalente terapêutico de um 
medicamento de referência; comprovados, essencialmente, os mesmos efeitos de 
eficácia e segurança (lei nº 9.787, de 10 de fevereiro de 1999). 
 
 Bioequivalência – consiste na demonstração de equivalência 
farmacêutica entre produtos apresentados sob a mesma forma farmacêutica, 
contendo idêntica composição qualitativa e quantitativa de princípio(s) ativo(s), e que 
tenham comparável biodisponibilidade quando estudados sob um mesmo desenho 
experimental (lei nº 9.787, de 10 de fevereiro de 1999). 
 
 Biodisponibilidade – indica a velocidade e a extensão de absorção de 
um princípio ativo em uma forma de dosagem a partir de sua curva 
http://www.opovo.com.br/
 
 
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concentração/tempo na circulação sistêmica ou sua excreção na urina (lei nº 9.787, 
de 10 de fevereiro de 1999). 
 
 
2 REGRAS PARA O PREPARO GERAL DAS MEDICAÇÕES 
 
 
A administração de medicamentos é uma das atribuições de enfermeiros, 
técnicos e auxiliares de enfermagem que necessita de treinamento contínuo pelo 
grande número de produtos lançados no mercado exigindo atualização permanente, 
sendo também primordial o conhecimento de anatomia, fisiologia, farmacologia e 
matemática (MOTTA, 2006). 
 
 
FIGURA 06 – PREPARO DAS MEDICAÇÕES 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.hospitalsantaterezinha.com.br/>. Acesso em: 12 nov. 2012. 
 
 
Du Gas (1988) enfatiza que a primeira fase no preparo de qualquer 
medicação é obter uma prescrição completa e assegurar-se de que a mesma é 
compreensível. 
Depois prossegue para a lavagem das mãos e depois reúne o material que 
se necessita. A medicação deve ser administrada na dose exata prescrita pelo 
médico. 
http://www.hospitalsantaterezinha.com.br/
 
 
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De acordo com Motta (2006), medicamentos são substâncias que, ao serem 
introduzidas no organismo, atendem a uma necessidade terapêutica, como prevenir 
doenças (vacinas), aliviar sintomas (analgésicos) ou auxiliar nos diagnósticos 
(contrastes). 
Du Gas (1988) esclarece algumas regras gerais na administração de 
fármacos: 
 
1. Todo medicamento deve ser prescrito pelo médico; 
2. A prescrição deve ser escrita e assinada. Somente em caso de 
emergência, a enfermagem pode atender prescrição verbal que deverá ser transcrita 
pelo médico logo quepossível; 
3. Nunca administrar medicamento sem rótulo. 
4. Verificar data de validade do medicamento. 
5. Não administrar medicamentos preparados por outras pessoas. 
6. Interar-se sobre as diversas drogas, para conhecer cuidados específicos e 
efeitos colaterais: 
- Melhor horário; 
- Diluição formas, tempo de validade; 
- Ingestão com água, leite, sucos; 
- Antes, durante ou após as refeições ou em jejum; 
- Incompatibilidade ou não de mistura de drogas. 
7. Tendo dúvida sobre o medicamento, não administrá-lo. 
8. Manter controle rigoroso sobre medicamentos disponíveis. 
9. Alguns medicamentos como antibióticos, vitaminas e sulfas precisam ser 
guardados corretamente, pois se alteram na presença da luz, do ar ou do calor. 
 
 
3 VIA PARENTERAL 
 
 
É a administração de drogas pelas vias: 
 
 Intradérmica (ID). 
 
 
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 Subcutânea (SC). 
 Intramuscular (IM). 
 Endovenosa (EV). 
 
 
Embora mais raramente e reservadas aos médicos, utilizam-se também as 
vias intra-arterial, intraóssea, intratecal, intraperitoneal, intrapleural e intracardíaca. 
Há uma fundamental diferença entre a VIA ENTERAL, em que o 
medicamento é introduzido no aparelho digestivo e a VIA PARENTERAL. Nessa, as 
substâncias são aplicadas diretamente nos tecidos por injeção, com emprego de 
seringas, agulhas, cateteres. 
Du gás (1988) descreve a via parenteral como administração das 
medicações por injeção. Injeções intramusculares, intradérmicas, subcutâneas e 
endovenosas. 
Para que as drogas sejam administradas por essa via, é necessário que: 
 
 Elas estejam em forma líquida (pode ser em veículo aquoso ou oleoso, 
em estado solúvel ou suspensão e ser cristalina ou coloidal). 
 As soluções devem ser absolutamente estéreis, isentas de substâncias 
pirogênicas. 
 O material utilizado na aplicação deve ser estéril e descartável, de 
preferência. 
 A introdução de líquidos deve ser lenta, a fim de evitar rutura de capilares, 
dando origem a microembolias locais ou generalizadas. 
 
Geralmente, as medicações são administradas visando a um efeito local ou 
sistêmico. Efeito sistêmico refere-se às ações das medicações sobre todo 
organismo, enquanto o efeito local é aquele que se faz sobre uma área específica, 
como uma pomada sobre determinada área da pele. 
Às vezes, as medicações administradas por seu efeito local apresentam 
ações sistêmicas; por exemplo, uma reação colateral como febre pode resultar da 
aplicação tópica de uma pomada em uma incisão. 
 
 
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Esta via, assim como as outras, possui as suas peculiaridades, vantagens e 
desvantagens. 
 
Vantagens: 
 Absorção mais rápida e completa; 
 Maior precisão em determinar a dose desejada. 
 Obtenção de resultados mais seguros; 
 Possibilidade de administrar determinadas drogas que são destruídas 
pelos sucos digestivos. 
 
Desvantagens: 
 Dor, geralmente causada pela picada da agulha ou pela irritação da 
droga; 
 Em casos de engano pode provocar lesão considerável; 
 Em função do rompimento da pele, pode ocorrer o risco de adquirir 
infecção; 
 Uma vez administrada à droga, impossível retirá-la. 
 
 
4 PREPARO DO MEDICAMENTO EM AMPOLA 
 
 
FIGURA 07 – MEDICAMENTO EM AMPOLA 
 
FONTE: Disponível em: <http://static-p4.fotolia.com/ >. Acesso em: 12 nov. 2012. 
 
 
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1. Lavar as mãos. 
2. Certificar-se do medicamento a ser aplicado, dose, via e paciente a que 
se destina. 
3. Antes de abrir a ampola, certificar-se de que toda a medicação está no 
corpo da ampola e não no gargalo. Se não estiver, fazer a medicação 
descer, fazendo movimentos rotatórios com a ampola. 
4. Retirar a tampa metálica, e fazer desinfecção da tampa da rolha com 
algodão embebido em álcool. 
5. Abrir a ampola. 
6. Preparar a seringa, escolhendo uma agulha de maior calibre (25 x 9, 10 
ou 12). 
7. Absorver o líquido da ampola e introduzir no frasco (a agulha deve 
apenas atravessar a tampa da rolha). 
 
 
FIGURA 08 – INSERÇÃO DA AGULHA EM AMPOLA 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://portal.ua.pt/ >. Acesso em: 12 nov. 2012. 
 
 
8. Retirar a seringa. 
9. Homogeneizar a solução, fazendo a rotação do frasco, evitando a 
formação de espuma. 
10. Colocar ar na seringa, em volume igual ao medicamento a ser aspirado. 
 
 
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11. Soerguer o frasco, aspirando. 
12. Virar a seringa com a agulha para cima, em posição vertical e expelir o 
ar que tenha penetrado. 
13. Desprezar a agulha usada para aspirar. 
14. Escolher, para a aplicação, uma agulha de calibre apropriado à 
solubilidade da droga e à espessura do tecido subcutâneo do paciente. 
15. Manter a agulha protegida com protetor próprio. 
16. Identificar a seringa e colocá-la na bandeja com o algodão e o recipiente 
com álcool a 70%. 
 
 
5 TIPOS DE CATETER 
 
 
5.1 CATETER VENOSO PERIFÉRICO 
 
 
Os tipos mais comuns de cateter venoso periférico e de curta duração são: 
 
 
 Gelco 
 
 
FIGURA 09 – CATETER VENOSO PERIFÉRICO 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.nureinvestigacion.es/ >. Acesso em: 12 nov. 2012. 
 
 
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 Scalp 
 
FIGURA 10 – SCALP 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://br.geocities.com/ >. Acesso em: 12 nov. 2012. 
 
 
Os de teflon têm mais resistência aos agentes infecciosos que os de 
polietileno. Mas é aconselhável a troca a cada 72 horas, mesmo sem sinais de 
flebite ou infecção. 
 
 
5.2 CATETER ARTERIAL PERIFÉRICO 
 
 
São cateteres de curta permanência que servem para monitorar o paciente. 
A equipe de Enfermagem deve tomar alguns cuidados tais como: 
 
 Devem ser trocados a cada quatro dias; 
 Não deve ser feita coleta de sangue por esse cateter; 
 Não fazer infusão de sangue e hemoderivados por ele. 
 
 
 
 
 
 
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FIGURA 11 - CATETER VENOSO CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA 
 
 
FONTE: Disponível em:<http://intensivemed.com.br/ >. Acesso em: 12 nov. 2012. 
 
 
 Procedimento realizado pelo médico ou enfermeira treinada. 
 É um cateter bastante utilizado em neonatologia. 
 Possui baixo índice de infecção. 
 A troca de curativos deve ser feita quando houver sujidade, umidade ou 
quando estiver solto. 
 Pode ser utilizado por longos períodos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FIGURA 12 - CATETER VENOSO CENTRAL DE LONGA PERMANÊNCIA 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.endocenterpe.com.br/ >. Acesso em: 12 nov. 2012. 
 
 
 Em geral, é utilizado em pacientes oncológicos em uso prolongado de 
quimioterapia. 
 É contraindicado em pacientes com algum tipo de infecção ou que têm 
alergia ao material. 
 Não podem ser infundidos por eles produtos nutricionais ou substâncias 
que reagem com a constituição do cateter. 
 
 
ATENÇÃO! 
 
Os técnicos e auxiliares de Enfermagem devem tomar alguns cuidados na 
manipulação desses cateteres: 
 
 Sempre usar técnica asséptica ao manipular esse material; 
 Estar atento às anotações da enfermeira; 
 Realizar planos de cuidados traçados por ela; 
 Proceder à técnica de lavagem das mãos antes e depois de manipular o 
cateter; 
 Ter conhecimento do tipo de medicamento a ser infundido, observando 
atentamente a infusão; 
 
 
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 Comunicar à enfermeira responsável as possíveis intercorrências. 
 
 
6 ANTISSEPSIA 
 
 
A antissepsia é feita com substâncias que removem, destroem ou impedem 
o crescimento de microrganismos da flora transitória e alguns residentes da pele e 
mucosas, chamados antissépticos. 
O antisséptico de escolha deve ser aquele que melhor se adeque aos 
parâmetros de ação sobre a microbiota em questão, tolerância do profissional e 
custo. Para o uso hospitalar são mais indicados: álcool glicerinado a 2% 70 Gl (que 
não resseca tanto a pele e é virucida e tuberculicida), iodóforos como PVPI e 
gluconato de clorhexidina.Também podem ser utilizados sabões que são sais sódicos (ácidos graxos + 
radicais básicos). Têm ação tensoativa (detergente) permitindo a retirada pela água 
de sujidades e microrganismos não residentes. Sua qualidade depende dos 
materiais empregados na sua confecção. 
Alguns trabalhos recomendam o uso de sabões mais antimicrobianos para 
lavagem de mãos. Esse procedimento não é válido pelo CDC (Centers for Disease 
Control). 
Os antissépticos podem ser definidos como substâncias hipoalergênicas de 
baixa causticidade que matam ou inibem crescimento de microrganismos quando 
aplicados sobre a pele. Não devem ser usados sobre superfícies (com exceção do 
iodo e do álcool que possuem ação desinfetante). 
No âmbito hospitalar os mais utilizados são álcool etílico, gluconato de 
Clorhexidina e os compostos de iodo. Perdem sua efetividade sobre influência de 
luz, temperatura, pH e tempo. Os principais são: 
 
 
Álcool etílico a 70% 
 
 Age por desnaturação de proteínas. 
 
 
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 Sua atividade é reduzida em presença de matéria orgânica. 
 Não deve ser usado em mãos úmidas e só completa sua ação germicida 
ao secar. 
 O ressecamento das mãos por ele causado pode ser minimizado pelo uso 
de emolientes junto à solução como glicerina a 2%. 
 Sua ação é imediata e até três horas após a exposição. 
 Não possui efeito residual. 
 
 
É indicado para: 
 
 Desinfetar artigos semicríticos e superfícies fixas. 
 Fazer antissepsia de mãos após lavação. 
 Antissepsia de pele antes de venopunção. 
 Antissepsia de coto umbilical em recém-nascido. 
 
 
Clorhexidina (gluconato de Clorhexidina) 
 
 
 Rompe a membrana celular de micróbios e precipita seu conteúdo. 
 Não é esporicida, mas age contra vírus lipofílicos (HIV, CMV, herpes 
simples, influenza). Sua ação inicia-se com 15 segundos de fricção e o 
efeito residual é de 5 a 6 horas. 
 Baixa toxidade ao contato causando ceratite e ototoxidade se aplicado 
diretamente em olhos e ouvidos (respectivamente). 
 Tem sua ação anulada por sabão, soro, sangue e detergentes aniônicos. 
 Deixa mancha em roupas e não deve ser posto em frasco com tampa de 
cortiça (inativado pelo tanino). 
 É indicado para: 
 Antissepsia em pele e mucosas (solução aquosa a 4%). 
 Antissepsia complementar e demarcação da pele no campo 
operatório (solução alcoólica em álcool 70% de 0,5% de Clorhexidina). 
 
 
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 Degermação de campo cirúrgico e antissepsia de mãos e 
antebraços no pré-operatório (detergente líquido + solução aquosa a 4%). 
 Casos de alergia ao PVPI. 
 Em epidemias ou surtos de Staphylococcus aureus para antissepsia 
de mãos e banho em recém-nascidos. 
 
 
Iodóforos 
 
 PVPI (polivinilperrolidona 10% iodo 1%) age penetrando na parede celular 
e substituindo seu conteúdo por iodo livre. 
 É virucida, tuberculicida, fungicida, amebicida, nematocida, inseticida 
tendo alguma ação esporicida. É bactericida para Gram + e -. 
 O efeito residual é de seis a oito horas e necessita de dois minutos de 
contato para começar a agir. 
 Deve ser acondicionado em frascos âmbar, exceto solução alcoólica que 
deve ser guardada em frascos transparentes. 
 É inativo por substâncias orgânicas não devendo ser usado em recém-
nascidos. 
 Pode ser encontrado como: 
 PVPI detergente (solução detergente): degermação pré-operatória 
(campo e equipe), ao redor de feridas. Deve ser enxaguado e usado 
apenas em pele íntegra. 
 PVPI tópico (solução aquosa): antissepsia em mucosas e curativos, 
aplicação em feridas superficiais e queimaduras, entre outras. 
 PVPI tintura (solução alcoólica): luva química, antissepsia de campo 
operatório após PVPI degermante, demarcação da área cirúrgica. 
 
 
Álcool iodado 0,5 a 1% 
 
 
 É bactericida, virucida, fungicida, tuberculicida, mas não esporicida. 
 
 
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 É irritante para a pele, não tem ação residual e deve ser removido após 
secagem. 
 Deve ser acondicionado em frasco âmbar. 
 É usado para o preparo da pele do campo operatório, e antissepsia da 
pele em pequenos procedimentos invasivos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO I 
 
 
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MÓDULO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
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MÓDULO II 
 
 
7 CINCO CERTOS 
 
 
Quando se fala em administração de medicamentos, a equipe responsável 
por esse procedimento tem que ser treinada e sempre observar o que se denomina 
de cinco certos para que sejam evitados erros na administração. 
Os cinco passos certos para administração medicamentosa são: 
 
1. Medicamento certo; 
2. Dose certa; 
3. Via certa; 
4. Horário certo; 
5. Paciente certo. 
 
Du gás (1988) afirma que para completar a administração de muitas 
medicações é necessário proporcionar medidas de assistência de enfermagem 
capazes de suplementar a ação da medicação. 
O mesmo autor enfatiza que as reações das pessoas às diferentes 
medicações variam. A reação do paciente a qualquer medicação é importante e 
deve ser cuidada. 
O registro de qualquer reação anormal ao medicamento deve ser anotado no 
prontuário. O profissional deve julgar a eficácia do fármaco como o alívio da dor, 
redução da febre, diminuição do edema, mudança no aspecto da urina. Para isso, o 
profissional deve ter conhecimento sobre a farmacologia. 
É importante atentar que, às vezes, os pacientes apresentam reações 
colaterais, como consequência de uma medicação (náuseas, vômitos, diarreia, por 
exemplo). 
 
 
 
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8 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL 
 
 
Equipamentos de Proteção Individual ou EPIs são quaisquer meios ou 
dispositivos que podem ser utilizados por um profissional contra possíveis riscos 
ameaçadores da sua saúde ou segurança durante o exercício de uma determinada 
atividade. 
 
 
FIGURA 13 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL 
 
 
FONTE: Disponível em: <https://www.cartunista.com.br>. Acesso em: 12 nov. 2012. 
 
 
Um equipamento de proteção individual pode ser constituído por vários 
meios ou dispositivos associados de forma a proteger o seu utilizador contra um ou 
vários riscos simultâneos. 
O uso deste tipo de equipamento só deverá ser contemplado quando não for 
possível tomar medidas que permitam eliminar os riscos do ambiente em que se 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 27 
desenvolve a atividade; ou seja, inicialmente, o mais importante é eliminar ou tentar 
diminuir os riscos do ambiente de trabalho. 
O uso desses equipamentos devem ser regulamentados e no Brasil a NR 6 
é a norma regulamentadora desses. Alguns exemplos de EPI: capacetes, 
abafadores de ruído, máscaras, óculos, viseiras, sapatos, botinas, botas e luvas. 
Para os profissionais de saúde o uso desses equipamentos é indispensável 
porque os protege de acidentes com perfurocortantes, de secreções dos pacientes, 
de levar mico-organismos seus para o paciente e vice-versa, etc. 
Os materiais como laminas de barbear, agulhas ampolas de vidro, pontas 
diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas, espátulas e outros similares devem ser 
desprezados em recipientesespeciais como as caixas de perfurocortantes, pois 
apresentam elevados riscos de acidentes e contaminação. A caixa deve ser 
preenchida até 2/3 da sua capacidade. 
 
 
FIGURA 14 - CAIXA DE PERFUROCORTANTES 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.kalmed.com.br>. Acesso em: 12 nov. 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
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 28 
 
 
FIGURA 15 – TOUCAS, GORROS E MÁSCARAS 
 
FONTE: Disponível em: <http://200.18.38.50/www/teccir/img/toca_gorro.jpg>. Acesso em: 
12 nov. 2012. 
 
 
9 PROBLEMAS QUE PODEM OCORRER NA VIA PARENTERAL 
 
 
A administração de medicamentos é uma das atividades mais sérias e de 
maior responsabilidade da enfermagem e para sua execução é necessária a 
aplicação de vários princípios científicos que fundamentam a ação do enfermeiro, de 
forma a prover a segurança necessária (CARVALHO et al,1998). 
Embora se pretenda que a administração de medicamentos resulte em 
benefícios potenciais para os clientes, os medicamentos administrados 
erroneamente podem ter efeitos deletérios, se não letais. 
Os erros podem acontecer ao se ministrar medicamento para uma pessoa 
para a qual este não havia sido prescrito, em dose ou horário incorreto, em via de 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 29 
administração não indicada ou utilizando-se de um procedimento técnico incorreto 
(CARVALHO et al,1998). 
Embora muito utilizada para a administração de medicamentos, a via 
parenteral não é isenta de riscos. As aplicações devem ser feitas com o máximo 
zelo, a fim de diminuir traumas e acidentes. 
Além dos problemas específicos a cada via, temos alguns problemas gerais, 
enumerados por HORTA & TEIXEIRA (1973). 
 
 
9.1 INFECÇÕES 
 
 
Podem resultar da contaminação do material, da droga ou em consequência 
de condições predisponentes do cliente, tais como: mau estado geral e presença de 
focos infecciosos. 
As infecções podem ser de dois tipos: 
 
 Infecção local: na qual a área apresenta-se avermelhada, 
edemaciada, mais quente ao toque e dolorida. 
 
Pode haver acúmulo de pus, denominado abscesso. 
 
 
FIGURA 16 – ABSCESSO 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.fo.usp.br/>. Acesso em: 12 nov. 2012. 
 
 
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 30 
 
 
Pode aparecer também fleimão ou flegmão, que é uma inflamação 
piogênica, com infiltração e propagação para os tecidos, caracterizando-se pela 
ulceração ou supuração. 
 
 Infecção generalizada: onde aparece septicemia, ou seja, infecção 
generalizada, consequente da pronunciada invasão na corrente sanguínea por 
microrganismos oriundos de um ou mais focos nos tecidos, e possivelmente, com a 
multiplicação dos próprios microrganismos no sangue. 
 
 
9.2 FENÔMENOS ALÉRGICOS 
 
 
Os fenômenos alérgicos aparecem em função da susceptibilidade do 
indivíduo ao produto usado para antissepsia ou as drogas injetadas. 
 
 
FIGURA 17 – ALERGIAS 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.healthline.com/>. Acesso em: 12 nov. 2012. 
 
 
 
 
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 31 
A reação pode ser local ou geral, podendo aparecer urticária, edema, o 
Fenômeno de Arthus ou mesmo choque anafilático. O Fenômeno de Arthus é uma 
reação provocada por injeções repetidas no mesmo local, caracterizada pela não 
absorção do antígeno, ocasionando infiltração, edema, hemorragia e necrose no 
ponto de inoculação. 
No choque anafilático aparece a dilatação geral dos vasos, com 
congestionamento da face, seguida de palidez, alucinações, agitação, ansiedade, 
tremores, hiperemia, cianose, edema de glote, podendo levar à morte. 
 
 
9.3 MÁ ABSORÇÃO DAS DROGAS 
 
 
Quando a droga é de difícil absorção, ou é injetada em local inadequado 
pode provocar a formação de nódulos ou abscessos assépticos que, além de 
incomodativos e dolorosos, fazem com que a droga não surta o efeito desejado. 
 
 
9.4 EMBOLIAS 
 
 
Resultam da introdução na corrente sanguínea de ar, coágulos, óleos ou 
cristais de drogas em suspensão. É um acidente grave consequente da falta de 
conhecimento e habilidade do profissional. 
Pode ser em função da falta de aspiração antes de injetar uma droga, 
introdução inadvertida de ar, coágulo, substância oleosa ou suspensões por via 
intravenosa, ou da aplicação de pressão muito forte na injeção de drogas em 
suspensão ou oleosas, causando a rutura de capilares, com consequente 
microembolias locais ou gerais. 
 
 
 
 
 
 
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 32 
 
 
FIGURA 18 – EMBOLIA PULMONAR 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.drpereira.com.br/>. Acesso em: 12 nov. 2012. 
 
 
9.5 TRAUMAS 
 
 
Podemos dividi-los em trauma psicológico e trauma tissular. No trauma 
psicológico, o cliente demonstra medo, tensão, choro, recusa do tratamento, 
podendo chegar à lipotimia. O medo pode levar à exagerada contração muscular, 
impedindo a penetração da agulha, acarretando acidentes ou a contaminação 
acidental do material. 
É sempre de grande importância orientar o cliente, e acalmá-lo, antes da 
aplicação. Nos casos extremos, esgotados os recursos psicológicos faz-se 
necessária uma imobilização adequada do cliente a fim de evitar outros danos. 
Os traumas tissulares são de etiologias diversas, podendo ser consequência 
da agulha romba ou de calibre muito grande, que causa lesão na pele ou ferimentos, 
hemorragias, hematomas, equimoses, dor, paresias, parestesias, paralisias, nódulos 
 
 
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 33 
e necroses, causado por técnica incorreta, desconhecimento dos locais adequados 
para as diversas aplicações, falta de rodízio dos locais de aplicação ou variações 
anatômicas individuais. 
 
 
10 ARMAZENAMENTO DE AGULHAS E SERINGA 
 
 
A consciência de que determinados resíduos hospitalares (sangue, 
secreções, material ionizado, produtos químicos e tecidos humanos), enquanto 
focos de contaminação constituem perigo para a saúde pública, tornou-se mais 
aguda a partir do desenvolvimento de graves doenças transmissíveis, como a SIDA 
e a Hepatite B. 
Os acidentes são causados principalmente por: 
 
 Equipamento de coleta de sangue (ao se ativar um dispositivo de 
segurança com as duas mãos). 
 Procedimento de coleta de sangue (uma brecha entre a política e os 
procedimentos adotados, descarte de equipamento contaminado). 
 Injeções intramusculares ou subcutâneas (procedimento de duas mãos, 
equipamento não seguro). 
 Descarte impróprio de equipamento contaminado (equipamento não 
seguro, caixas excessivamente cheias). 
 
Desse modo, a equipe de enfermagem deve atentar para o armazenamento 
correto de seringas e agulhas utilizadas no paciente. 
A maioria dos acidentes com perfurocortantes acontecem tanto com os 
profissionais de saúde como com o pessoal da limpeza. 
 
 
 
 
 
 
 
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 34 
 
 
ESTE É UM PROCEDIMENTO DE ALTO RISCO! 
 
Para descartar o material devem-se seguir procedimentos internos do local 
de trabalho, atentando-se para algumas instruções básicas: 
 
 Descartar seringas, agulhas e algodão em locais identificados para este 
fim (coletores próprios). 
 As agulhas não devem ser desconectadas da seringa. 
 As agulhas não devem ser reencapadas, podendo ser utilizados 
PROTETORES AUTOMÁTICOS DE AGULHAS que protegem os usuários e já 
existem no mercado. 
 
 
FIGURA 19 - SERINGA COM PROTETOR DE AGULHA 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.bd.com>. Acesso em: 12 nov. 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 35 
 
 
NUNCA REENCAPAR AGULHAS! 
 
FIGURA 20 - DESCARTE DE AGULHA 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.descartak.promotool.com.br/>. Acesso em: 12 nov. 2012. 
 
 
FIGURA 21 - APARELHO QUE DESTRÓI AGULHAS CONTAMINADAS 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.laborana.com.br/ >. Acesso em: 12 nov. 2012. 
 
 
11 CÓDIGO DE ÉTICA 
 
 
O código de ética de enfermagem fala sobre: 
 
 Responsabilizar-se por falta cometida: 
 
 
 
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 36 
- Em suas atividades profissionais, independente de ter sido praticadaindividualmente ou em equipe; 
- Avaliar criteriosamente sua competência técnica e legal. Somente aceitar 
encargos ou atribuições, quando capaz de desempenho seguro para si e para 
clientela; 
- Manter-se atualizado ampliando seus conhecimentos técnicos, científicos e 
culturais, em benefício da clientela, coletividade e do desenvolvimento da profissão. 
 
 Das proibições: 
 
- Administrar medicamentos sem certificar-se da natureza das drogas que 
compõem e da existência de risco para o paciente; 
- Executar prescrições terapêuticas quando contrária à segurança do 
paciente. 
 
 Das infrações e penalidades: 
 
- Responde pela infração quem a cometer ou concorrer para sua prática, ou 
dela obtiver benefício, quando cometida por outrem; 
- As penalidades a serem impostas pelo Conselho Federal e Regional de 
Enfermagem, conforme o que determina o Art. 18 da Lei nº 5905, de 12 de 
julho/1973. 
 
I – advertência verbal; 
II – multa; 
III – censura; 
IV – suspensão do exercício profissional; 
V – cassação do direito de exercer a profissão. 
 
 
 
 
 
 
 
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 37 
 
 
12 LAVAGEM DAS MÃOS 
 
 
A antissepsia é feita com substâncias que removem, destroem ou impedem 
o crescimento de microrganismos da flora transitória e alguns residentes da pele e 
mucosas, chamados antissépticos. 
A antissepsia direta das mãos pode ser feita em locais onde a lavagem das 
mãos não é viável, não estando às últimas sujas com matéria orgânica. A técnica, 
nesse caso, inclui fricção de 3 a 5 ml de antisséptico por no mínimo 15 segundos em 
toda a superfície das mãos. A secagem deve ser natural no caso de ter sido usado 
álcool. 
Em procedimentos de risco que não precisem de efeito residual dos 
antissépticos pode-se optar pela lavagem das mãos com água e sabão, seguida do 
uso de antisséptico. 
Procede-se desse modo, por exemplo: no preparo da dieta para o berçário; 
no preparo de solução parenteral e enteral; na instalação de diálise; na 
instrumentação e sondagem de orifícios naturais; em punções, após tarefa em 
laboratório, antes e após curativos. 
A escolha entre lavagem simples das mãos, uso de antissépticos e lavagem 
seguida de antisséptico deve basear-se no grau de contaminação, no procedimento 
a ser realizado e na importância de reduzir-se a flora transitória e/ou residente. 
O antisséptico de escolha deve ser aquele que melhor se adeque aos 
parâmetros de ação sobre a microbiota em questão, tolerância do profissional e 
custo. 
Para o uso hospitalar são mais indicados: álcool glicerinado a 2% 70Gl (que 
não resseca tanto a pele e é virucida e tuberculicida), iodóforos como PVPI e 
gluconato de Clorhexidina. 
A lavagem das mãos é feita da seguinte maneira: 
 
1. Molhe as mãos e o antebraço, e coloque o antisséptico padronizado pela 
instituição que trabalha. Mantenha a torneira aberta. 
 
 
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 38 
2. Faça movimentos de fricção de uma mão contra a outra. Movimentos 
FIRMES e SEGUROS, e não agitados! 
3. Faça o mesmo movimento com o antebraço. 
4. Retire toda a espuma, iniciando pelo antebraço, descendo pelas mãos. 
5. Friccione a mão direita contra o antebraço e mão esquerda; faça o inverso 
com a mão esquerda, retirando qualquer excesso. 
6. Pegue um papel toalha e seque parcialmente as mãos, com o mesmo 
papel feche a torneira e despreze-o. 
7. Pegue outro papel toalha e continue a secagem do antebraço e das 
mãos. 
8. Aplique uma solução protetora nas mãos. Usualmente utiliza-se álcool a 
70%. 
 
 
FIGURA 22 - TÉCNICA DE LAVAGEM DAS MÃOS 
 
 
FONTE: Disponível em: http://hsm.gpsaude.pt>. Acesso em: 12 nov. 2012. 
 
 
FIM DO MÓDULO II 
 
 
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 39 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
TÉCNICAS DE ADMINISTRAÇÃO DE 
MEDICAMENTOS INJETÁVEIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 
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 40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
TÉCNICAS DE ADMINISTRAÇÃO DE 
MEDICAMENTOS INJETÁVEIS 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO III 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 41 
 
 
MÓDULO III 
 
 
13 INFECÇÃO HOSPITALAR 
 
 
Em todo ambiente hospitalar, a preocupação com o controle da infecção é 
ponto primordial entre todos os profissionais da saúde, passando a ser parte integral 
e constante nas ações e procedimentos realizados pela Enfermagem. 
Todo paciente, quando hospitalizado, fica suscetível a contrair um quadro 
infeccioso, em função da baixa resistência que pode apresentar em seu diagnóstico 
e aos microrganismos também já existentes no meio ambiente (SANTOS, 2005). 
A expressão “infecção hospitalar” é empregada para designar infecção 
adquirida após a admissão do paciente no hospital, e que se manifesta durante a 
internação ou após a alta, se puder ser relacionada com a hospitalização (PEREIRA, 
1994). 
O profissional de saúde deve tomar as devidas precauções para não deixar 
que estes microrganismos se disseminem. 
O ambiente hospitalar é considerado contaminado por si próprio, por possuir 
um grande número de agentes infecciosos e microbianos expostos, além de um 
grande número de pessoas que circula pelo local, tais como: visitantes, pacientes, 
equipes multidisciplinares, pessoal de apoio, manutenção, limpeza e outros; enfim, 
uma série de pessoas de diferentes locais de procedência, cada um com uma 
característica individual, tornando-os suscetíveis a doenças ou não (SANTOS, 
2005). 
São muitas as técnicas e procedimentos realizados no paciente, tais como: 
 
 Cateterismo vesical; 
 Mudanças de decúbito; 
 Tratamento por radiação; 
 Quimioterapia; 
 
 
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 42 
 Traqueostomia; 
 Cirurgias; 
 Ventilação mecânica; 
 Administração de medicamentos e outros. 
 
Esses procedimentos devem ter técnicas assépticas rigorosas para que 
sejam realizados com segurança, evitando assim que mais de uma porta de entrada 
esteja aberta aos agentes infecciosos. 
A má manipulação, ou a manipulação inadequada de determinados 
procedimentos, contribui para um aumento no risco de infecção nosocomial. Esses 
profissionais de saúde devem utilizar com eficiência as técnicas de assepsia que 
diminuem a infecção nosocomial. 
 
 
FIGURA 23 – LAVAGEM DAS MÃOS 
 
FONTE: Disponível em: <http://static.hsw.com.br>. Acesso em: 12 nov. 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 43 
 
 
14 BACTEREMIA 
 
 
A bacteremia é a quarta infecção hospitalar mais comum e está intimamente 
ligada à terapia endovenosa, quando ocorre contaminação dos líquidos 
intravenosos, na troca de cânulas e agulhas. 
Ocorre também na adição de equipos de múltiplas vias para medicação 
endovenosa, associado ao grande número de drogas invasivas. Ocorre por meio de 
agulhas e cateteres contaminados. Troca irregular do sistema de múltiplas vias. 
O Staphylococcus aureus é o agente infeccioso mais encontrado. Porém, 
existem muitos outros agentes. 
Segundo Santos (2003), os agentes infecciosos mais encontrados em 
ambiente hospitalar e que são causadores de infecção são: 
 
 Em cateter periférico: Staphylococcus aureus, Cândida sp. 
 Em cateter central: Staphylococcus aureus, Enterococcus, Bacilos gram-
negativo e aeróbicos como Klebsiella sp e Pseudomonas. 
 Cateter de longa permanência: Staphylococcus aureus, Enterobacter. 
 Nas infusões endovenosas contaminadas geralmente encontramos 
Enterobacter, Klebsiella, Pseudomonas e Cândida. 
 
De acordo com Santos (2005) os cuidados de enfermagemno controle e 
prevenção da bacteremia incluem: 
 
 Técnica asséptica de lavagem das mãos antes e depois de manipular o 
paciente. 
 Técnica segura e adequada para procedimentos invasivos com agulhas e 
cateteres. 
 Seguir padronização local para troca de cateter e equipo de múltiplas 
vias. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 44 
 Observar infusão das drogas, para que não ocorra alteração de sua 
concentração quando infundida mais de uma na mesma via. 
 
A bacteremia (presença de bactérias na corrente sanguínea) é comum e 
geralmente não produz sintomas. A maioria das bactérias que penetram na corrente 
sanguínea é rapidamente removida pelos leucócitos. 
Algumas vezes, no entanto, a quantidade de bactérias presentes é muito 
elevada, impossibilitando a sua fácil remoção, assim ocorre uma infecção 
denominada sepse, a qual produz sintomas graves. Em alguns casos, a sepse evolui 
para uma condição potencialmente letal denominada choque séptico. 
Como o organismo normalmente consegue eliminar rapidamente pequenas 
quantidades de bactérias, a bacteremia temporária raramente causa sintomas. 
No entanto, uma vez a sepse estabelecida, os sintomas incluem tremores, 
calafrios, febre, fraqueza, náusea, vômito e diarreia. Quando não tratada 
rapidamente, a sepse pode causar infecções em diferentes pontos do corpo 
(condição denominada infecção metastática). 
 
 
15 FLEBITE 
 
 
A principal complicação que pode aparecer no paciente que faz uso destes 
cateteres é a flebite. 
O que é flebite? 
 
 É todo tipo de inflamação da parede das veias que permite a aderência de 
plaquetas. 
 O sistema venoso profundo pode ser acometido da doença, mas, 
frequentemente, ocorre no chamado superficial. 
 As causas mais frequentes são injeções intravenosas de medicamentos, 
sejam terapêuticas ou inadvertidas (como fazem usuários de drogas). 
 
 
 
 
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 45 
 
É dividida em quatro estágios: 
 
1º - A pele fica avermelhada no local de aplicações, podendo ou não haver 
dor. 
2º - Ocorre com dor no local da inserção, avermelhamento da pele e/ou 
acúmulo de líquidos (edema). 
3º - Além dos sintomas anteriores, percebe-se um endurecimento da veia. 
4º - O canal venoso fica endurecido, com mais de uma polegada (2,75cm) 
em comprimento. 
 
 
O diagnóstico, normalmente, é feito pelo médico por meio de uma avaliação 
física. Mas, em alguns casos, podem ser necessários exames complementares. 
 
 
16 VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA 
 
 
O Vírus da Imunodeficiência Humana, conhecido como HIV (sigla originada 
do inglês: Human Immunodeficiency Virus), é um vírus pertencente à classe dos 
retrovírus e causador da AIDS. 
Ao entrar no organismo humano, esse vírus pode ficar silencioso e incubado 
por muitos anos. Essa fase denomina-se assintomática e relaciona-se ao quadro em 
que uma pessoa infectada não apresenta nenhum sintoma ou sinal da doença. 
O período entre a infecção pelo HIV e a manifestação dos primeiros 
sintomas da AIDS irá depender, principalmente, do estado de saúde da pessoa. 
O HIV age no interior das células do sistema imunológico, responsável pela 
defesa do corpo. Ao entrar na célula, o HIV passa a fazer parte de seu código 
genético. As células do sistema imunológico que são mais atingidas pelo vírus são 
os linfócitos CD4+, usados pelo HIV para fazer cópias de si mesmo. 
As células do sistema imunológico de uma pessoa infectada pelo vírus 
começam a funcionar com menos eficiência e, com o tempo, a habilidade do 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 46 
organismo em combater doenças comuns diminui, deixando a pessoa sujeita ao 
aparecimento de vários tipos de doenças e infecções. 
Ter o HIV não é a mesma coisa que ter a AIDS. Significa que, no sangue, 
foram detectados anticorpos contra o vírus. Há muitas pessoas soropositivas que 
vivem durante anos sem desenvolver a doença. No entanto, podem transmitir aos 
outros o vírus que trazem consigo. 
 
 
17 HEPATITE B 
 
 
Mais de 50% da população mundial já foi contaminada pelo vírus da Hepatite 
B. Estima-se algo em torno de 2 bilhões de pessoas que já entraram em contato 
com o vírus, 350 milhões de portadores crônicos e 50 milhões de novos casos a 
cada ano. 
Em áreas com maior incidência, 8 a 25% das pessoas carregam o vírus e de 
60 a 85% já foram expostas. No Brasil, 15% da população já foi contaminada e 1% é 
portadora crônica. 
O vírus que causa a Hepatite B (VHB) é um vírus DNA, transmitido por 
sangue (transfusões, agulhas contaminadas, relação sexual, após o parto, 
instrumentos cirúrgicos ou odontológicos, entre outros). 
Não se adquire Hepatite B por intermédio de talheres, pratos, beijo, abraço 
ou qualquer outro tipo de atividade social em que não ocorra contato com sangue. 
Após a infecção, o vírus concentra-se quase que totalmente nas células do fígado, 
onde seu DNA fará o hepatócito construir novos vírus. 
O vírus da Hepatite B é resistente, chegando a sobreviver sete dias no 
ambiente externo em condições normais e, se entrar em contato com sangue pela 
picada de agulha, corte ou machucados (incluindo procedimentos de manicure com 
instrumentos contaminados), pode levar à infecção em 5 a 40% das pessoas não 
vacinadas. 
O risco é maior do que o observado para o vírus da Hepatite C - 3 a 10% ou 
o da AIDS - 0,2-0,5% (www.colegiosaofrancisco.com.br). 
 
 
 
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 47 
 
 
18 ORIENTAÇÕES APÓS ACIDENTES 
 
 
18.1 ORIENTAÇÕES GERAIS APÓS ACIDENTES COM AGULHAS OU MATERIAL 
PERFUROCORTANTE 
 
No ambiente hospitalar é necessário trabalhar com atenção para diminuir o 
risco de acidente de trabalho com estes tipos de materiais. Mas caso haja 
contaminação o profissional precisa estar orientado e buscar as soluções precisas, 
tais como: 
 
 Limpar a área picada imediatamente após a contaminação, comprimindo 
o local. 
 Providenciar curativo apenas de proteção local. 
 Comunicar a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e 
descrever o acidente. 
 Proceder a uma coleta de sangue em tubo seco próprio, para realizar 
teste para antígeno de superfície da Hepatite B (HbsAg) e anticorpo para o vírus da 
imunodeficiência humana (HIV). 
 Se a contaminação foi por meio de material que acabou de ser retirado do 
paciente, ele deve se submeter, também, a uma amostra de exames. 
 Se a fonte de infecção tiver sorologia positiva para o vírus da Hepatite B 
(VHB) e o profissional não tenha sido vacinado contra a doença, será necessário 
que a série de vacina contra VHB seja iniciada. 
 Deve ser iniciada também uma dose única da imunoglobulina da Hepatite 
B (IGHB) caso o profissional tenha sido exposto nos últimos sete dias. 
 No caso de o profissional já ter sido vacinado contra o VHB e seu nível 
cediço do HbsAg for baixo, uma dose da vacina contra Hepatite B e uma dose da 
IGHB deverão ser administradas. 
 Se for negativa para HbsAg e o profissional ainda não tiver sido vacinado, 
será necessário receber a série de vacinas para Hepatite B. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 48 
 Se a fonte se recusar a fazer os testes ou se a fonte não for identificada, 
também é viável que a série de vacinas da Hepatite B seja administrada. 
 Se for positivo para Hepatite B ou suspeita de ser portadora dessa 
doença será necessário usar a IGHB. 
 Se a fonte for HIV positivo, o profissional deverá receber aconselhamento 
sobre a infecção e o risco de sua ocorrência e deverá iniciar a profilaxia para o HIV 
de acordo com normas institucionais e da vigilância de saúde. 
 Se o profissional que foi exposto ao HIV apresentar qualquer doença febril 
dentro de um período de 12 semanas após a exposição, o médico deverá ser 
comunicado e novas condutas deverão ser tomadas. 
 Se o teste do profissional foi negativo para HIV, o exame deve ser 
repetido dentro de seis semanas, depois com 12 semanas e seis meses após 
exposição. O profissional está assegurado também a solicitar umnovo exame com 
10 a 12 semanas de acordo com a necessidade observada. 
 Caso os testes realizados para HIV e para HbsAg sejam negativos, o 
acompanhamento deve ser feito dentro de 12 semanas (SANTOS, 2005). 
 
 
19 REGISTRO DO ACIDENTE DE TRABALHO 
 
 
De acordo com o Manual de Condutas em Exposição Ocupacional a 
Materiais Biológicos, do Ministério da Saúde, protocolos de registro, avaliação, 
aconselhamento, tratamento e acompanhamento de exposições ocupacionais que 
envolvam patógenos de transmissão sanguínea devem ser implementados nas 
diferentes unidades de saúde. 
Os acidentes de trabalho deverão ser registrados com informações sobre: 
 
 Condições do acidente. 
 Data e hora da ocorrência. 
 Tipo de exposição. 
 Área corporal do profissional atingida no acidente. 
 Material biológico envolvido na exposição. 
 
 
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 49 
 Utilização ou não de EPI pelo profissional de saúde no momento do 
acidente. 
 Avaliação do risco – gravidade da lesão provocada. 
 Causa e descrição do acidente. 
 Local onde ocorreu o acidente. 
 Dados do paciente-fonte. 
 Identificação. 
 Dados sorológicos e/ou virológicos. 
 Dados clínicos. 
 Dados do profissional de saúde. 
 Identificação. 
 Ocupação. 
 Idade. 
 Datas de coleta e os resultados dos exames laboratoriais. 
 Uso ou não de medicamentos antirretrovirais. 
 Reações adversas ocorridas com a utilização de antirretrovirais. 
 Uso ou não de gamaglobulina hiperimune e vacina para hepatite B. 
 Uso de medicação imunossupressora ou história de doença 
imunossupressora. 
 
A recusa do profissional à realização do teste sorológico ou ao uso das 
quimioprofilaxias específicas deve ser registrada e atestada pelo profissional. 
 
 
20 CUIDADOS BÁSICOS ANTES DA APLICAÇÃO DE INJEÇÕES 
 
 
A sala para preparo de medicações deve ser um ambiente arejado, com boa 
iluminação e com tela para proteção contra insetos nas janelas. Deve conter 
armários e bancadas com gavetas, pias e coletores de materiais perfurocortantes. 
Preferencialmente, não utilizar pias para preparo de medicamentos para evitar 
respingos e contaminação das medicações em preparo. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 50 
A sala e a bancada utilizadas devem ser limpas sempre que necessário e ao 
término de cada plantão. As bolas de algodão devem ser guardadas secas e o álcool 
em uma almotolia. 
Nunca manter as bolas de algodão embebidas em álcool, pois isso favorece 
a contaminação. Além disso, as bolas de algodão devem ser mantidas em recipiente 
com tampa. 
Deve-se observar na prescrição médica o nome do paciente, data da 
prescrição, nome do medicamento, dosagem e horário a ser administrado. Em 
relação ao medicamento, observar aspecto da substância (se não existe alteração 
de coloração, presença de depósitos ou turvação) e validade das drogas. 
Por fim, cita-se a importância da lavagem das mãos a fim de evitar infecções 
cruzadas. Lavá-las sempre que for preparar medicação, após a administração e 
entre a manipulação de pacientes. 
 
 
21 SUGESTÕES PARA DIMINUIR A DOR NAS INJEÇÕES 
 
 
1. Transmitir confiança. 
2. Aplicar compressas quentes ou cubos de gelo um pouco antes da 
aplicação. 
3. Introduzir a agulha rapidamente. 
4. Injetar a solução vagarosamente. 
5. Deixar na seringa uma pequena bolha de ar que, injetada no final, evitará 
a dor, especialmente no caso de soluções irritantes para os tecidos. 
6. Fazer rodízio de locais de aplicações, evitando áreas doloridas. 
7. Escolher a agulha ideal ao tipo de paciente e da solução, evitando 
agulhas calibrosas demais. 
8. Manter o paciente em posição confortável e apropriada. 
9. Não aplicar com agulhas de pontas rombas ou rombudas. 
10. Após a aplicação, fazer pressão leve e constante no local de penetração 
da agulha. Massagear a área, a não ser que haja contraindicação. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 51 
11. Há medicamentos doloridos que são acompanhados de diluentes com 
anestésico. 
 
 
22 TRANSFUSÃO SANGUÍNEA 
 
 
Inicialmente precisamos entender o que é a hemotransfusão. É a 
transferência de sangue ou de um hemocomponente (componente do sangue) de 
um indivíduo (doador) a outro (receptor). As transfusões são realizadas para 
aumentar a capacidade de o sangue transportar oxigênio, para restaurar o volume 
sanguíneo do organismo, para melhorar a imunidade ou para corrigir distúrbios de 
coagulação. 
O sangue humano é classificado em grupos e subgrupos, sendo os mais 
importantes os ABO (A, B, O e AB) e os Rh (positivo e negativo). 
No Brasil, os grupos sanguíneos mais comuns são O e A. Juntos eles 
abrangem 87% de nossa população. O grupo B contribui com 10% e o AB com 3%. 
No caso de transfusão, o ideal é o paciente receber sangue do mesmo tipo 
que o seu. Somente em situações de urgência/emergência lança-se mão de sangue 
universal O-. 
Os pacientes críticos, muitas vezes, estão dentro dessa situação e precisam 
receber sangue ou hemoderivados. 
Os hemocomponentes são: 
 
 Concentrado de hemácias: 
 
Indicação: hemorragias, anemias. 
 
 Concentrado de plaquetas: 
 
Indicação: doenças neoplásicas, leucemias, procedimentos cirúrgicos e 
disfunção plaquetária. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 52 
 Plasma fresco congelado: 
 
Indicação: reposição de fatores de coagulação, onde não estão disponíveis 
ou indicados os fatores liofilizados, doenças hepáticas, hemorragias. 
 
 Crioprecipitado: é a fração do plasma insolúvel em frio, obtida pelo 
plasma fresco congelado. 
 
Indicação: deficiências de fibrinogênio, doença de Von Willebrand, 
deficiência de fatores de coagulação. 
Como a equipe de Enfermagem deve proceder durante a hemotransfusão? 
Quais são os cuidados necessários? 
 
 
FIGURA 24 - HEMODERIVADOS 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.hemoclinica.com.br>. Acesso em: 12 nov. 2012. 
 
 
Quando o técnico receber a bolsa de hemocomponente para ser transfudida 
deve sempre conferir o tipo de sangue da bolsa com o tipo de sangue do paciente 
que irá recebê-la. Conferir o nome do paciente na bolsa e no prontuário e se é o 
hemoderivado prescrito para o paciente. 
 
 Verificar os sinais vitais. 
 Lavar as mãos. 
 Calçar as luvas. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 53 
 Selecionar a veia observando que a região a ser puncionada deve estar 
livre de lesões cutâneas. O paciente de UTI já possui vários acessos venosos. 
Nesse caso, utiliza-se o melhor acesso periférico. 
 Observar as condições do produto relativas à estocagem, aspecto, 
validade e liberação. 
 Atenção! O aquecimento do sangue antes da transfusão deve ser feito de 
forma controlada em aquecedores com termômetro visível e alarme sonoro. 
 Refazer a checagem de todos os dados. 
 Observar o cliente durante todo o procedimento a fim de detectar sinais e 
sintomas de reações adversas. 
 Os sinais vitais devem ser observados, pois a maioria das reações da 
transfusão acontece dentro de um tempo breve após o seu início, por isso a equipe 
deve estar atenta e permanecer junto ao paciente durante os primeiros 15 minutos. 
 Os sinais de reação à transfusão de sangue incluem: urticária, calafrios, 
dor nas costas, desconforto respiratório ou circulatório. Nesses casos, a transfusão 
deve ser interrompida e o fato ser comunicado ao médico. 
 
 
FIGURA 25 - URTICÁRIA 
 
FONTE: Disponível em: http://www.neeteson.nl/>. Acesso em: 12 nov. 2012. 
 
 
 Em caso de redução do fluxo, reposicionar agulha e observar o sistema 
para detectar coágulos. 
 Estar atento a sinais e alarmes dos equipamentos. 
 
 
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 54 
 Registrar todas as intercorrências. 
 Atenção: O tempo de infusão de uma bolsa não deve exceder às 4h! 
 Após o término do processo, retirar a etiqueta da bolsa e fixá-la no 
prontuário. 
 Além disso, registrar a hora da instalação, a quantidade de sangue e o 
nome do profissional responsável pelo procedimento. 
 
 
 
 
 
FIM DOMÓDULO III 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 55 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
TÉCNICAS DE ADMINISTRAÇÃO DE 
MEDICAMENTOS INJETÁVEIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 
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CURSO DE 
TÉCNICAS DE ADMINISTRAÇÃO DE 
MEDICAMENTOS INJETÁVEIS 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO IV 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 57 
 
 
MÓDULO IV 
 
 
23 TÉCNICAS DE APLICAÇÃO 
 
 
23.1 INTRADÉRMICA 
 
 
É a introdução de pequena quantidade de líquido na camada dérmica. É 
efetuada, frequentemente, como um procedimento diagnóstico, como no caso do 
teste de tuberculose e teste alérgicos. 
 
 
FIGURA 26 – ANATOMIA DA PELE 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.aceav.pt>. Acesso em: 12 nov. 2012. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 58 
 
 
Local de aplicação 
 
 Face anterior do antebraço, na vacina BCG a administração é na inserção 
inferior do músculo deltoide do braço direito. 
 Região subescapular das costas. 
 
 
FIGURA 27 – LOCAL DE APLICAÇÃO 
 
FONTE: Disponível em: http://www.efdeportes.com/>. Acesso em: 12 nov. 2012. 
 
 
Materiais 
 
FIGURA 28 – SERINGA DESCARTÁVEL 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.anestec.com.br/>. Acesso em: 12 nov. 2012. 
 
 
 
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 59 
 Seringas graduadas em cm3 como as de insulina. 
 Agulhas pequenas e finas, tais como 10X5, 13X3,8 e 13X4,5. 
 Álcool 70%. 
 Algodão. 
 
Volume 
 
O volume máximo permitido é de 0,5 ml da droga. 
 
Administração 
 
A agulha é introduzida em um ângulo de 15º com o bisel para cima e injeta-
se o líquido para produzir uma pequena elevação logo abaixo da pele. 
Não é necessário aspirar após introduzir a agulha, em decorrência das 
condições anatômicas da derme, relacionadas a vasos e nervos. 
A massagem local é contraindicada, pois o objetivo desta via é uma 
absorção lenta da droga. 
 
 
FIGURA 29 – APLICAÇÃO INTRADÉRMICA 
 
FONTE: Disponível em: http://acupunturacontemporanea.blogspot.com/>. Acesso em: 12 nov. 2012. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 60 
 
 
23.2 ENDOVENOSA 
 
 
A infusão de líquidos diretamente nas veias periféricas com frequência é 
indicada quando o paciente se mostra incapaz de receber líquidos por via oral. A 
infusão permite ao paciente obter muitos líquidos, eletrólitos e nutrientes necessários 
à sua vida. Além disso, há a vantagem da rápida absorção, a qual é especialmente 
importante, na administração de certas medicações (DUGAS, 1988). 
A área de terapia intravenosa é uma das áreas mais importantes e 
desafiadoras para o pessoal de enfermagem porque durante a sua realização as 
decisões precisam ser rápidas e precisas e os procedimentos devem ser adotados e 
praticados com segurança e competência. 
A terapia intravenosa é uma boa escolha por que: 
 
 É um meio ótimo de administrar medicamentos pela velocidade e 
eficiência. 
 A droga cai diretamente na corrente sanguínea. Assim, não pode ser 
revertida. 
 É a via de preferência para fármacos que não podem ser aplicados por 
via intramuscular ou subcutânea, quando o objetivo é o início rápido de ação. 
 Algumas vezes, a via oral não é possível por intolerância à medicação 
(como vômitos e dor de estômago) ou por condição que reduza a absorção do 
medicamento (como diarreia). 
 
Ao escolher o local para infusão devemos levar em consideração alguns 
fatores importantes, como: 
 
 Os sítios mais distais devem ser usados em primeiro lugar. 
 As veias da perna têm alto risco de embolia. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 61 
 
Deve-se evitar: 
 Veias distais já infiltradas ou flebítica. 
 Veias esclerosadas ou trombosadas. 
 Braço com fístulas, edema, infecção, coágulo. 
 Braço do lado mastectomizado. 
 
Em geral os materiais utilizados são: cateteres, equipo, frasco de soro ou 
outra medicação, suporte para soro, esparadrapo ou micropore, álcool, algodão. 
Antes de iniciar uma infusão intravenosa, o equipo é ligado ao frasco do 
medicamento que vai ser infundido. É importante e necessário sempre utilizar a 
técnica livre de contaminações. Dessa maneira, o paciente está protegido de futuras 
infecções. 
 
Atenção! 
 
Sempre se lembrar de retirar o ar do equipo para que este não seja 
introduzido no paciente. Isso evita uma embolia gasosa que é a obstrução de vasos 
sanguíneos por bolhas de ar e, assim, o fluxo sanguíneo para áreas importantes do 
corpo pode ser bloqueada. 
Com o algodão embebido em álcool a 70%, o local é limpo de inserção e 
introduz-se o cateter na veia em um ângulo de 45°, tendo o bisel voltado para cima. 
Inicialmente, encontra-se certa resistência à agulha ao atravessar a pele, 
mas os tecidos subcutâneos e as veias oferecem pouca resistência. 
O paciente vai sentir dor apenas quando o cateter atravessar a pele, porém 
há pouco desconforto depois dessa etapa. 
A velocidade do fluxo deve ser controlada de acordo com a prescrição. 
Durante a terapia intravenosa o paciente deve ser observado para que 
sejam detectados quaisquer efeitos adversos. Deve-se observar o local de inserção 
para que não haja edema, hiperemia, palidez ou dor. Essas reações podem indicar o 
fato de que a agulha saiu da veia, com o resultante fluxo para os tecidos 
circunvizinhos. A terapia intravenosa deve então ser interrompida imediatamente 
(DUGAS, 1988). 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 62 
Os pacientes também são observados para a verificação de sinais de 
hiperidratação ou sobrecarga cardíaca. Um pulso mais acelerado, um aumento de 
pressão sanguínea ou a dispneia indicam a sobrecarga circulatória e exigem 
imediata comunicação ao médico. Se o líquido está gotejando muito rapidamente ou 
o paciente apresenta sinais de sobrecarga cardíaca, o fluxo deve ser tornado mais 
lento (DUGAS, 1988). 
É essencial fazer todas as anotações no prontuário. 
Várias dificuldades podem ser encontradas na administração de líquidos 
intravenosos. Se o líquido para de correr ou flui espasmodicamente, a agulha pode 
ter sido deslocada, ou talvez o bisel esteja de encontro à parede da veia do 
paciente. Uma leve modificação da posição da agulha ou do tubo geralmente corrige 
o problema. Se a solução intravenosa penetra nos espaços intersticiais, a infusão 
deve ser reiniciada com outro cateter (DUGAS, 1988). 
Outro problema é o aparecimento de bolhas de ar no tubo. Quando isso 
existe, o tubo pode ser desligado do cateter, deixando-se o líquido correr para 
expelir as bolhas de ar. Outro método de remover uma bolha de ar consiste em 
“golpear” de leve o tubo com o dedo, enquanto ele é segurado e estendido até que a 
bolha suba para o frasco (DUGAS, 1988). 
 
 
23.2.1 Interrupção de uma infusão intravenosa 
 
 
Para a interrupção de uma infusão intravenosa torna-se necessária uma bola 
de algodão com um antisséptico para limpar a área puncionada. Pinça-se o equipo 
intravenoso, e depois a fita adesiva do braço do paciente é afrouxada. 
O cateter é retirado rapidamente da veia do paciente, a bola de algodão com 
antisséptico é colocada sobre a zona da punção, aplicando-se uma compressão 
digital até cessar o sangramento (DUGAS, 1988). Registrar no prontuário. 
Quando o sangramento persiste no local da punção venosa, a pressão é 
prolongada por meio de um pequeno curativo para evitar a formação de um 
hematoma. Em seguida, a natureza, a quantidade de líquidos infundidos e o término 
da infusão são anotados. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 63FIGURA 30 – PROFUNDIDADE DE INSERÇÃO DAS AGULHAS 
 
FONTE: Disponível em:<http://www.larrecantodaesperanca.org.br>. Acesso em: 12 nov. 2012. 
 
 
23.3 INTRAMUSCULAR 
 
 
É a aplicação de medicamentos diretamente em um músculo utilizando 
injeções. 
 
Vantagem: 
 
 Medicações irritantes para o tecido subcutâneo podem ser feitas por essa 
via. 
 Maior quantidade de medicamento. 
 Absorção mais rápida por causa da grande vascularização do tecido. 
 
Desvantagem: 
 
 Risco maior de lesar nervos e vasos. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 64 
 
 
Local de aplicação: 
 
Depende de vários fatores: 
 
 Tamanho do paciente; 
 Quantidade de músculo; 
 Proximidade de nervos e vasos; 
 Condições da pele; 
 Tipo de medicação. 
 
ATENÇÃO! O local deve ser anatomicamente seguro e livre de equimoses 
ou ferimentos, escoriações e cicatrizes. 
 
São basicamente quatro os locais para injeções intramusculares, sendo que 
a escolha deve obedecer à seguinte ordem de preferência: 
 
1º - Região ventroglútea (VG) ou Hochstetter – músculo glúteo médio. 
2º - Região da face anterolateral da coxa (FALC) – músculo vasto-lateral 
(terço médio). 
3º - Região dorsoglútea (DG) – músculo grande glúteo (quadrante superior 
externo). 
4º - Região deltóidea (D) – músculo deltoide. 
 
ATENÇÃO! As nádegas dividem-se em quatro quadrantes. A crista ilíaca e a 
prega glútea inferior servem como ponto de marcação. A injeção é feita no 
quadrante superior externo, 5 a 7,5 cm abaixo da crista ilíaca. Nessa área, grandes 
vasos e nervos são evitados. 
 
 
 
 
 
 
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 65 
 
 
Angulação da agulha 
 
Na região do deltoide e dorsoglúteo, a posição é perpendicular à pele, em 
um ângulo de 90º. 
Na região FALC o ângulo deve ser de 45º, em direção ao pé. 
 
Materiais 
 
 Seringa (de 1 a 10 mL). 
 Agulha 19 a 22. 
 Medicação prescrita. 
 Algodão e álcool a 70%. 
 
O número da agulha depende da viscosidade da medicação. O comprimento 
depende do tamanho do músculo do paciente e da quantidade de tecido adiposo 
existente. 
 
Volume 
 
O volume máximo permitido é de 10 ml do medicamento, porém recomenda-
se que seja administrado até 5 ml. 
 
Administração 
 
 Medicação preparada. 
 Músculo apalpado. 
 Pele limpa. 
 Introduz-se a agulha em um ângulo de 90° com delicadeza e firmeza. 
 O êmbolo é puxado para assegurar que a agulha não penetrou nenhum 
vaso. 
 Injeta-se medicação. 
 
 
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 66 
 Remove-se agulha rapidamente. 
 Massagem com algodão a 70%. 
 
Complicações 
 
 Abscesso. 
 Lesões nervosas. 
 Cistos. 
 Necrose tecidual. 
 
Registrar tudo no prontuário. 
 
 
23.3.1 Injeção intramuscular na região ventroglútea (Hochestetter) 
 
 
Esse local é muito adequado, pois possui grande espessura muscular 
constituída pelo músculo glúteo médio e mínimo, sendo limitada pelo osso ilíaco que 
a separa das estruturas profundamente situadas e possui feixes musculares com 
direção que previnem o deslizamento da solução injetada em direção ao nervo 
ciático. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 67 
 
 
FIGURA 31 – MÚSCULOS DO QUADRIL 
 
FONTE: Disponível em: <https://www.scielo.br>. Acesso em: 12 nov. 2012. 
 
 
Pode ser aplicada em qualquer faixa etária e em qualquer paciente, magro 
ou obeso, porém o incômodo é relacionado à ansiedade do paciente quando vê a via 
de administração. 
Deve-se colocar a mão esquerda no quadril direito do paciente, localizar com 
a falange distal do dedo indicador a espinha ilíaca anterossuperior direita, estender o 
dedo médio ao longo da crista ilíaca, espalmando a mão sobre a base do grande 
trocânter do fêmur e formando com o indicador um triângulo. 
Deve-se localizar a punção nesse triângulo com a agulha dirigida 
ligeiramente para crista ilíaca em um ângulo de 90°. Se a aplicação for do lado 
esquerdo do paciente, colocar o dedo médio na espinha ilíaca anterossuperior e 
depois afastar o dedo indicador para formar o triângulo. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 68 
 
 
23.3.2 Injeção Intramuscular na face anterolateral da coxa 
 
 
Na face anterolateral da coxa, encontramos o músculo vasto lateral, o maior 
dos componentes do grupo quadríceps. É uma região de grande massa muscular e 
extensa área de aplicação por estar livre de vasos, veias e nervos. 
Sua aplicação pode ser determinada superiormente, respeitando a distância 
de 12 a 15 cm abaixo do trocânter maior, e, inferiormente, com a distância de 9 a 12 
cm acima do joelho em uma faixa de 7 a 10 cm de largura. 
O ângulo da agulha deve ser de 45 graus, com eixo longitudinal em direção 
podálica. Essa região é contraindicada em recém-nascidos de 0 a 28 dias. 
Apresenta risco mínimo de lesões. 
 
 
FIGURA 32 – LOCAL DA ADMINISTRAÇÃO 
 
 
FONTE: Disponível em: http://seringasr.com.br/manual3.htm>. Acesso em: 12 nov. 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 69 
 
 
23.3.3 Injeção Intramuscular na região dorsoglútea 
 
 
Os três músculos da região glútea são: 
 
1. Glúteo máximo; 
2. Glúteo médio; 
3. Glúteo mínimo. 
 
Um dos locais da região glútea que pode ser utilizado para injeção 
intramuscular é o quadrante superior externo (dorsoglúteo), no qual a solução é 
introduzida no músculo máximo. 
A área de aplicação pode ser delimitada traçando uma linha imaginária 
horizontal que parta do final da prega glútea à espinha ilíaca, e uma linha vertical no 
meio dessa linha horizontal, de modo que o glúteo se divida em quatro quadrantes. 
O ângulo de aplicação em relação à pele é de 90°. 
É contraindicada em crianças de 0 a 2 anos, adultos excessivamente 
magros e adultos com mais de 60 anos. 
Podem ocorrer acidentes, como lesão do nervo ciático, causando paralisia 
do músculo dorsoflexor do pé, necrose das áreas glúteas, formação de nódulos e 
infiltrados subcutâneos. 
 
 
23.3.4 Injeção Intramuscular em região deltoide 
 
 
É contraindicada em crianças de 0 a 10 anos, pois é um músculo muito 
pequeno e de espessura reduzida. Contraindicada, também, em pacientes com 
pequeno desenvolvimento muscular local, substâncias irritantes, volume superior a 
2ml e injeções consecutivas (MOTTA, 2006). 
O ângulo de aplicação em relação à pele é de 90°. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 70 
 
 
FIGURA 33 – LOCAL DA ADMINISTRAÇÃO 
 
 
FONTE: Disponível em:<http://seringasr.com.br/manual3.htm >. Acesso em: 12 nov. 2012. 
 
 
 
23.3.5 Técnica em Z 
 
 
De acordo com PRADO (2002) esta técnica de aplicação para injeções IM é 
indicada quando medicações irritantes, como o ferro, podem infiltrar-se para tecidos 
subcutâneos e pele, inclusive manchando esta última. 
Após aspiração do volume correto de medicação e uma bolha de ar de 0,3 a 
0,5ml, substituir a agulha utilizada para aspirar a medicação. Procede-se, assim, 
para proteger a pele de qualquer medicamento existente na agulha. 
Depois disso, coloca-se o paciente em decúbito ventral preferencialmente. 
Nesse método, escolhe-se o local e, a seguir, puxa-se firmemente a pele 
para a face externa da nádega. 
O local da injeção é reexaminado e limpo com solução desinfetante e, a 
seguir, introduz-se uma agulha em um ângulo de 90° até a profundidade desejada. 
Puxa-se, então, levemente, o êmbolo para determinar se agulha penetrou 
em algum vaso sanguíneo. Caso não apareça sangue, a solução é lentamente 
injetada. Após injetar a solução, aguarda-se 10 segundos, para permitir que a 
medicação se disperse no interior do músculo e também para que haja relaxamento 
muscular. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 71 
Retire a agulha após esse tempo, e remova sua outra mão do local, 
liberando o tecido. Fazer massagem após aplicação para evitar hematoma. 
De acordo com PRADO (2002), esse método em Z faz com que a agulha, ao 
ser tracionada, faça uma alteração no seu trajeto de saída, mantendo a medicação 
no interior do músculoe prevenindo, assim, infiltração de drogas irritantes nos 
tecidos adjacentes. 
 
 
23.4 SUBCUTÂNEA 
 
 
A via subcutânea, também chamada de hipodérmica, é indicada 
principalmente para drogas que não necessitam ser tão rapidamente absorvidas. 
Além de algumas vacinas, as insulinas, a adrenalina, a heparina e outros hormônios 
têm indicação específica para esta via. 
 
Vantagem 
 
 Absorção quase que completa se a circulação do paciente for boa. 
 É possível uma avaliação exata da quantidade de medicação absorvida. 
 Os medicamentos administrados não são afetados pelos distúrbios 
gástricos. 
 Sua administração independe do estado de consciência ou raciocínio do 
paciente. 
 
Desvantagem 
 
 Ao se introduzir uma agulha através da pele, quebra-se uma das barreiras 
de defesa do organismo. Então, é importante o uso de técnicas assépticas. 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 72 
 
Local de aplicação 
 
 Área dos braços, faces anterior ou lateral das coxas e porção ventral e 
inferior da parede abdominal. 
 
O tecido subcutâneo está logo abaixo do tecido cutâneo, ou pele. Este 
possui menor quantidade de receptores sensoriais que a própria pele; por 
conseguinte, praticamente indolor. 
 
 A pele deve estar livre de irritações, coceiras ou quaisquer sinais de 
inflamação: 
 
- vermelhidão; 
- calor; 
- edema; 
- parestesia; 
- dor. 
 
 Não devem ser usadas áreas onde exista tecido cicatricial. 
 Na realidade, poderá ser utilizada qualquer área do tecido subcutâneo, 
desde que não esteja sobre saliências ósseas e seja livre dos grandes vasos 
sanguíneos. 
 
ATENÇÃO! Deve haver alternância de local se o tratamento for prolongado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FIGURA 34 – LOCAL DA ADMINISTRAÇÃO 
 
 
 
FONTE: Disponível em: http://seringasr.com.br/manual2.htm >. Acesso em: 12 nov. 2012. 
 
 
Materiais 
 
 Seringa (1 a 50 ml). 
 Agulha 20 x 6 ou 7 e 10 x 6 ou 7, para soluções aquosas e 20 x 8 ou 10 x 
8 para soluções oleosas. 
 Medicação prescrita. 
 Algodão e álcool a 70%. 
 
 
Volume 
 
 Até 3 ml. 
 
Atenção! Após o uso, devem ser descartados em recipientes apropriados. 
 
Administração 
 
 Escolha do local. 
 
 
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 74 
 Limpeza com solução antisséptica. 
 Espera a pele secar. 
 Retire o ar da seringa-agulha. 
 Faça a medicação. 
 
Em indivíduos obesos podem ser usadas agulhas mais longas, como as de 
25 mm, e o calibre irá variar de acordo com a viscosidade da droga. 
Se usarmos agulhas com dimensões 10 x 5 ou 10 x 6 em indivíduos normais 
ou obesos o ângulo será de 90°. Em indivíduos magros o ângulo é de 30°. Em 
indivíduos normais o ângulo é de 45º. 
 
Atenção! Não fazer massagem no local quando da aplicação de insulina e 
heparina, o que pode acelerar a absorção da droga. 
 
 
24 SOROS 
 
 
De acordo com Brunner (2005) as soluções IV contêm glicose ou eletrólitos 
misturados em várias proporções com a água. A água pura, sem eletrólitos, nunca 
pode ser administrada por via IV porque ela entra rapidamente nos eritrócitos e faz 
com que eles se rompam. 
As soluções são categorizadas como: 
 
 Isotônicos 
 
Apresentam mesma pressão osmótica do sangue e não fazem com que os 
eritrócitos se enruguem ou edemaciem. 
Exemplos: SG 5%, SF 0,9%, ringer lactato. 
 
 Hipotônicos 
 
Tem como finalidade repor o líquido celular, fornecer água livre para a 
 
 
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 75 
excreção das perdas corporais. 
Exemplos: SF 0,45% e soluções com múltiplos eletrólitos. 
 
 Hipertônicos 
 
Possui osmolalidade maior que a o líquido extracelular. São usadas para 
repor déficit de líquidos e eletrólitos. 
Exemplos: ringer lactato ou SF 0,9% com glicose a 5%. 
Chamamos de fluidoterapia a introdução de grandes volumes de líquidos por 
via intravenosa e para que ela ocorra normalmente é necessário calcular o 
gotejamento dos soros utilizando as seguintes fórmulas: 
 
 Número de gotas: 
 
Nº = Volume 
3xT 
N° = número de gotas, T = tempo em horas, V = volume em ml 
 
 
 Número de microgotas: 
 
Nº = Volume 
T 
N° = número de micro gotas, T = tempo em horas, V = volume em ml 
 
 
Com essas fórmulas pode-se calcular o número de gotas ou micro gotas, 
bem como o tempo necessário para administrar o volume total prescrito. 
Exemplo: qual o número de gotas para um volume de 2000 ml que deve 
correr em 24 horas? 
 
Nº = Volume 
3xT 
 
 
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Nº = 2000 
3x24 
 
Nº = 2000 
72 
Nº = 27,777 
 
N° = 28 gotas por min. 
 
 
25 TIPOS DE AGULHA, PERFIL DO CORPO, ÂNGULO DE APLICAÇÃO 
 
 
No quadro abaixo podemos ver a dimensão da agulha em relação às 
soluções e espessura da tela subcutânea nas crianças e adultos. 
 
 
QUADRO 01 – DIMENSÃO DA AGULHA EM RELAÇÃO ÀS SOLUÇÕES E 
ESPESSURA DA TELA SUBCUTÂNEA 
ESPESSURA DA TELA 
SUBCUTÂNEA 
SOLUÇÕES 
AQUOSAS 
SOLUÇÕES OLEOSAS/ 
SUSPENSÕES 
ADULTO 
MAGRO 25 X 6 ou 7 25 X 8 ou 9 
NORMAL 30 X 6 ou 7 30 X 8 ou 9 
OBESO 30 ou 40 X 6 ou 7 30 ou 40 X 8 ou 9 
CRIANÇA 
MAGRO 20 X 6 ou 7 20 X 8 
NORMAL 25 X 6 ou 7 25 X 8 
OBESO 30 X 6 ou 7 30 X 8 
 
FIM DO MÓDULO IV 
 
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
BRUNNER, L. S.; SUDDARTH. Tratado de Enfermagem Médico-cirúrgico. 10. ed. 
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 
 
 
CARVALHO, V.T.; CASSIANI, S. H.B; CHIERICATO, C. Erros mais comuns e 
fatores de risco na administração de medicamentos em unidades básicas de 
saúde. Rev.latino-am.enfermagem. Ribeirão Preto, v. 7, n. 5, p. 67-75, dezembro 
1999. 
 
 
COREN,SP. Documentos básicos de Enfermagem. São Paulo, 2001. 
DU GAS, B. W. Enfermagem Prática. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
1988. 
 
 
HORTA W.A, TEIXEIRA, M. S. Injeções Parenterais. Rer.Esc.Enf. USP,7(i): 46-79, 
março, 1973. 
 
 
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de Condutas em Exposição Ocupacional a 
Materiais Biológicos, 2006. 
 
 
MOTTA, Ana Letícia Carnevalli. Normas, rotinas e técnicas de enfermagem. São 
Paulo: Iátria, 2006. 
 
 
PEREIRA, M. S. Infecção Hospitalar: estrutura básica e vigilância e controle. 
Goiânia: AB Editora, 1994. 
 
 
PRADO, M. L., GELBCKE, F.L. Fundamentos de Enfermagem. Florianópolis: 
Cidade Futura, 2002. 
 
 
SANTOS, Nívea Cristina Moreira. Enfermagem na prevenção e controle da 
Infecção hospitalar. São Paulo: Iátria, 2005. 
 
 
SANTOS, Nívea Cristina Moreira. Urgência e Emergência. São Paulo: Iátria, 2003. 
 
 
 
 
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Sites consultados: 
 
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Disponível em: 
<http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/conceito.htm#1.2>. Acesso em: 20 dez. 
2009. 
 
 
ANGELFIRE. Disponível em: 
<http://www.angelfire.com/ma/pliniomaia/curativos10.html>. Acesso em: 20 dez. 
2009. 
 
 
Portal dos Médicos. Disponível em: 
<http://www.arquivomedico.hpg.ig.com.br/administracaodemedicamentos.htm>. 
Acesso em: 20 dez. 2009. 
 
 
Programa Nacional de DST / Aids. Disponível em: <http://www.aids.gov.br/>. 
Acesso em: 03 dez. 2008. 
 
 
Portal São Francisco. Disponível em: <http://portalsaofrancisco.com.br/>. Acesso 
em: 20 dez. 2009. 
 
 
 
 
FIM DO CURSO!

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