Buscar

Cistos de Erupção

Prévia do material em texto

Características clínicas 
 surge como um aumento de volume de 
consistência mole, frequentemente translúcido, na 
mucosa gengival que recobre a coroa de um 
dente decíduo ou permanente em erupção. 
 a maioria dos exemplos é observada em crianças 
com menos de 10 anos de idade. 
 apesar de esse cisto poder ocorrer em qualquer 
dente em erupção, a lesão é mais comumente 
associada a incisivos centrais decíduos inferiores, a 
primeiros molares permanentes e a incisivos 
decíduos superiores. 
 o trauma em sua superfície pode resultar em uma 
quantidade considerável de sangue no fluido cístico, 
o que concede uma cor azul a marromarroxeada 
ao cisto. Essas lesões algumas vezes são 
denominadas de hematoma de erupção. 
 
 
Esse aumento de volume gengival de consistência mole contém 
considerável quantidade de sangue e pode também ser designado como 
um hematoma de erupção. 
 
Características histopatológicas 
Cistos de erupção intactos raramente são enviados 
para o laboratório de patologia oral e maxilofacial e a 
maioria dos exemplos consiste no teto cístico que foi 
excisado para facilitar a erupção do dente. Eles exibem 
o epitélio oral de superfície na porção superior. A 
lâmina própria subjacente mostra infiltrado inflamatório 
variável (evento secundário). A porção profunda do 
espécime, que representa o teto do cisto, mostra uma 
fina camada de epitélio escamoso não ceratinizado. 
 
 
Uma cavidade cística revestida por epitélio pode ser observada logo 
abaixo da mucosa de superfície. 
Tratamento e prognóstico 
Pode não haver necessidade de tratamento porque o 
cisto geralmente se rompe espontaneamente, 
permitindo a erupção do dente. Se isso não acontecer, 
então a simples excisão do teto do cisto geralmente 
permite a rápida erupção do dente. 
 
Ceratocisto odontogênico 
 
O ceratocisto odontogênico é uma forma diferente de 
cisto odontogênico do desenvolvimento que merece 
consideração especial devido às suas características 
histopatológicas e comportamento clínico específicos. 
 
Contexto histórico 
 Hauer (1926) e Kostecka (1929): acreditava-se que 
sua origem estava na degeneração cística do 
epitélio do órgão do esmalte, ocorrendo no lugar 
de um dente, sendo assim chamada de cisto 
primordial. 
 Philipsem (1956): foi introduzido o termo ceratocisto 
odontogênico para um grupo de cistos com 
características histopatológicas e comportamentos 
clínicos específicos. Acreditava-se surgir da lâmina 
dental, nos primórdios da odontogênese, assim, não 
necessariamente ocuparia o lugar de um dente. 
Esse conceito foi amplamente utilizado e os termos 
ceratocisto odontogenico e cisto primordial foram 
usados como sinônimos durante muito tempo. 
 OMS (1972): recomendou-se o termo cisto 
primordial como termo preferencial para essa 
lesão. 
 OMS (1992): após análise de que esses cistos não 
necessariamente substituiria um elemento dentário, 
passou-se a designar essa lesão como ceratocisto 
odontogênico. 
 OMS (2005): após a analise de diversos casos 
clínicos, observou-se que essas lesões são bastante 
agressivas, com comportamento clínico 
semelhante às lesões tumorais, essas lesões foram 
denominadas de “tumor odontogênico 
ceratocístico”. Já as lesões menos agressivas 
passaram a ser chamadas de cistos odontogênicos 
ortoceratinizados 
 OMS (2017): nessa classificação o 
ceratocisto retorna a categoria de lesões císticas, 
e passa a ser chamado novamente de ceratocisto 
odontogênico. 
 
 
Características clinica 
 Apresenta diversas formas: envolvendo o dente, 
colateralmente as raízes dentárias, no lugar de um 
elemento dentário, e também na região posterior 
da mandíbula. 
 
 
 
 podem ser encontrados em pacientes com idade 
variável, desde a infância até a velhice, mas cerca 
de 60% de todos os casos são diagnosticados em 
pessoas entre 10 e 40 anos. 
 há uma leve preferência por homens. 
 a mandíbula é acometida em 60% a 80% dos 
casos, com uma marcante tendência para o 
envolvimento do corpo posterior, ângulo e ramo 
da mandíbula. 
 quando pequenos., geralmente são assintomáticos 
(a menos que ocorra secundariamente uma 
inflamação) e descobertos somente durante o 
curso de um exame radiográfico. 
 quando em grandes dimensões, podem estar 
associados a dor, edema, tumefação e drenagem. 
Contudo, podem ser assintomáticos. 
 tendem a crescer em uma direção ântero-
posterior, dentro da cavidade medular do osso, 
sem causar expansão óssea óbvia. 
 
 Essa característica pode ser útil para o diagnóstico 
diferencial clínico e radiográfico, pois os cistos 
dentígeros e radiculares de tamanho comparável 
geralmente estão associados à expansão óssea. 
Múltiplos ceratocistos odontogênicos podem estar 
presentes e tais pacientes devem ser avaliados, 
principalmente se estiverem na 2° ou 3° década de 
vida, em busca de outras manifestações da Síndrome 
do Carcinoma Nevoide Basocelular (Gorlin). Tais como: 
Carcinoma basocelular múltiplos, Ceratocistos 
odontogênicos, Foice do cérebro calcificada, Espinha 
bífica oculta das vertebras cervicais ou torácicas, entre 
outras manifestações desta síndrome. 
 
 
 
 
 
Características radiográficas 
 exibem uma área radiolúcida, com margens 
escleróticas frequentemente bem definidas. 
 lesões grandes, particularmente no corpo posterior 
e no ramo da mandíbula, podem se apresentar 
multiloculadas. 
 a reabsorção das raízes dos dentes erupcionados 
adjacentes aos ceratocistos odontogênicos é 
menos comum do que a notada com os cistos 
dentígero e radicular. 
 
 
Grande cisto multilocular envolvendo a maior parte do ramo da 
mandíbula 
 
 os cistos que envolvem extensas áreas da 
mandíbula podem deslocar o canal alveolar 
inferior, causar reabsorção da cortical óssea, bem 
como a perfuração destas corticais. 
 
Características histopatológicas 
 exibe tipicamente uma cápsula delgada, friável, que 
muitas vezes provoca dificuldades em ser 
enucleada do osso em um único pedaço, devido às 
fragmentações. 
 o lúmen cístico pode conter um líquido claro 
semelhante a transudato seroso ou pode estar 
preenchido por um material caseoso que, ao 
exame microscópico, consiste de restos em 
ceratinócitos. 
 microscopicamente, a delgada parede fibrosa é 
essencialmente desprovida de qualquer infiltrado 
inflamatório. 
 o revestimento epitelial é composto por uma 
camada uniforme de epitélio escamoso 
estratificado, geralmente com seis a oito células de 
espessura. O epitélio e a interface com o tecido 
conjuntivo geralmente são planos, e a formação 
de cristas epiteliais é inconspícua. 
 destacamento de porções do revestimento epitelial 
da cápsula fibrosa do cisto pode ser comumente 
observado. 
 
 
 
 a superfície luminal exibe células epiteliais 
paraceratóticas achatadas, que exibem um aspecto 
ondulado ou corrugado. 
 a camada basal epitelial é composta por uma 
camada em paliçada de células epiteliais coloidais ou 
colunares, que frequentemente são 
hipercromáticas. 
 pequenos cistos, cordões ou ilhas satélites de 
epitélio odontogênico podem ser observados na 
cápsula fibrosa. 
 em raras ocasiões, foi observada cartilagem na 
parede de um ceratocisto odontogênico. 
 
 
O revestimento epitelial apresenta espessura de 6 a 8 células, com uma 
camada de células basais hipercromáticas e em paliçada. Note a 
superfície paraceratinizada corrugada. 
 
Na presença de alterações inflamatórias, as características típicas 
do ceratocisto odontogênico podem exibir alterações. A 
superfície luminal paraceratinizada pode desaparecer e o epitélio 
pode proliferar formando cristas epiteliais com perda da 
característica em paliçada da camada basal (Fig. 15-18). Quando 
essas alterações envolvem a maioria do revestimento cístico, o 
diagnóstico de ceratocisto odontogênico não pode ser 
confirmado, a menos que outros cortes mostrem as típicas 
características descritas previamente 
 
Tratamento e prognóstico 
 apesar de poder haver suspeita da presença de 
umceratocisto odontogênico a partir dos exames 
clínicos e radiográficos, a confirmação 
histopatológica é requerida para o diagnóstico 
definitivo. 
 a maioria dos ceratocistos odontogênicos é tratada 
de forma similar a outros cistos odontogênicos, ou 
seja, através de enucleação e curetagem. 
 a remoção completa de um cisto em uma única 
peça frequentemente é difícil devido à natureza 
delgada e friável de sua parede cística. 
 em contraste com outros cistos odontogênicos, os 
ceratocistos odontogênicos com frequência 
tendem a recorrer após o tratamento. Ainda não 
se pode determinar com certeza se isso se deve a 
fragmentos do cisto original que não foram 
removidos no momento da cirurgia, ou a “novos” 
cistos que se desenvolveram a partir de restos da 
lâmina dental na área geral do cisto original. 
 a frequência descrita para a recidiva em vários 
estudos varia de 5% a 62%. Muitos recorrerem 
dentro do período de 5 anos após a cirurgia inicial. 
O acompanhamento clínico e radiográfico a longo 
prazo é, portanto, necessário. 
 exceto pela tendência á recidivas, o prognóstico 
geral é bom. 
 após cistectomia e biópsia incisional, alguns 
cirurgiões têm tratado grandes ceratocistos 
odontogênicos através da inserção de um dreno 
de polietileno para permitir a descompressão e a 
subsequente redução do tamanho da cavidade 
cística. Esse tratamento descompressivo resulta em 
espessamento do revestimento cístico, permitindo 
uma remoção mais fácil, com uma taxa de recidiva 
aparentemente mais baixa. 
 
 
 
 
 os odontomas são os tipos mais comuns de 
tumores odontogênicos. 
 são considerados como anomalias do 
desenvolvimento (hamartomas), em vez de 
neoplasias verdadeiras. 
 quando totalmente desenvolvidos, os odontomas 
consistem principalmente em esmalte e dentina, 
com quantidades variáveis de polpa e cemento. 
 nos estágios mais precoces do desenvolvimento, 
estão presentes quantidades variáveis de epitélio 
odontogênico em proliferação e mesênquima. 
 
Os odontomas são ainda subdivididos em tipo 
composto e tipo complexo. O odontoma composto 
é formado por múltiplas estruturas pequenas, 
semelhantes a dentes. O odontoma complexo 
consiste em uma massa conglomerada de esmalte e 
dentina, que não exibe semelhança anatômica com 
um dente. Na maioria das séries de casos, os 
odontomas compostos são diagnosticados com 
maior frequência do que os odontomas complexos, 
e é possível que alguns odontomas compostos não 
sejam submetidos a exame microscópico porque o 
clínico se sente confiante com o diagnóstico clínico 
e radiográfico. Ocasionalmente, essas lesões podem 
exibir características tanto do odontoma composto 
quanto do complexo 
 
Características clínicas 
 a maioria são detectados durante as primeiras 
duas décadas de vida e a idade média no 
momento do diagnóstico é de 14 anos. 
 a maioria dessas lesões é completamente 
assintomática, sendo descobertas durante o 
exame radiográfico de rotina ou quando são 
realizadas radiografias para determinar o motivo 
pelo qual um dente ainda não erupcionou. 
 são tipicamente lesões relativamente pequenas 
que raramente excedem o tamanho de um dente 
da região onde eles estão localizados. Contudo, 
odontomas maiores, de até 6cm ou mais de 
diâmetro, são ocasionalmente observados. 
 odontomas maiores podem levar à expansão dos 
ossos gnáticos. 
 ocorrem mais frequentemente na maxila do que 
na mandíbula. 
 apesar de os odontomas compostos e complexos 
poderem ser encontrados em qualquer sítio, o 
tipo composto é mais frequentemente observado 
na maxila anterior; odontomas complexos 
ocorrem mais na região de molares de qualquer 
um dos ossos gnáticos. 
 ocasionalmente, um odontoma pode se 
desenvolver completamente dentro dos tecidos 
moles gengivais. 
 a manifestação clinica mais comum é a falta de 
um elemento dentário. 
 um dente não erupcionado frequentemente se 
mostra associado ao odontoma, e o odontoma 
evita a erupção desse dente. 
 
Características macroscópicas 
 odontoma composto: consiste em múltiplas 
estruturas lembrando pequenos dentes 
unirradiculares, contidos em uma matriz fibrosa 
frouxa. 
 
 
Espécime cirúrgico consistindo em mais de 20 estruturas 
semelhantes a dentes malformados. 
 
 odontomas complexos: massa amorfa sem forma. 
 
 
 
 em ambos os casos se tem esmalte, dentina e 
polpa. 
 
Características radiográficas 
 odontoma composto: 
aparece como uma 
coleção de estruturas 
semelhantes a dentes de 
variados tamanhos e 
formas, cercados por uma 
delgada zona radiolúcida. 
 
 
Múltiplos dentículos estão impedindo a 
erupção do canino inferior. 
 odontoma complexo: aparece como uma massa 
calcificada, amorfa, com a radiodensidade da 
estrutura dentária, que também está cercada por 
uma delgada margem radiolúcida. 
 
 
Um grande aumento de volume radiopaco está sobreposto à coroa 
do segundo molar inferior direito, que foi deslocado para a margem 
inferior da mandíbula. 
 
Características histopatológicas 
 Odontoma composto: as áreas de dentina e de 
polpa mostram-se razoavelmente normais. As 
estruturas representadas por esmalte maduro das 
estruturas semelhantes a dente se perdem 
durante a descalcificação para preparação dos 
cortes microscópicos, mas quantidades variáveis 
de matriz de esmalte estão frequentemente 
presentes. 
 
OBS: Em pacientes que apresentam um odontoma em 
desenvolvimento, estruturas que lembram os germes dentários 
estão presentes. 
 
 
 
 odontoma complexo: apresenta um aumento de 
volume desorganizado de dentina misturado com 
pequenos grupamentos de matriz de esmalte. 
 
 
 
OBS: consistem, em grande parte, de dentina tubular madura. 
Essa dentina envolve fendas ou estruturas ocas circulares que 
costumavam conter o esmalte maduro que foi removido 
durante a descalcificação. Os espaços podem conter 
quantidades pequenas de matriz de esmalte ou esmalte imaturo. 
 
 dificilmente observa-se a presença de odontoma 
composto e odontoma complexo na mesma 
lesão. 
 
Tratamento e prognóstico 
 são tratados por excisão local simples e o 
prognóstico é excelente. 
 
Segundo alguns autores, o fibro-dentino 
ameloblástico, fibro-odontoma ameloblástico e o 
odontoma, parecem representar variações do 
mesmo processo, sendo o fibro-dentino 
ameloblástico um odontoma imaturo, e que se o 
tumor não for perturbado e sofrer maturação, se 
transformará em fibro-odontoma ameloblástico, e 
em seguida, se continuar a maturação, em 
odontoma. 
 
 
 neoplasia que conduz a formação de dentina. 
 estágio anterior da odontoma, procedendo o 
fibro-odontoma ameloblástico. 
 75% dos casos estão localizados na região 
posterior da mandíbula. 
 grande maioria é diagnostica antes dos 20 anos. 
 predileção pelo sexo masculino. 
 crescimento lento e pouca sintomatologia. 
 o tratamento consiste em uma remoção 
conservadora, sendo as recidivas raras. 
 devido à formação de dentina ou material 
dentinária, o tumor radiograficamente apresenta 
uma área mista radiolúcida e radiopaca. 
 
 
 
 microscopicamente apresenta-se cordões ou Ilhas 
epiteliais em um ectomesênquima bastante 
primitivo rico em células. 
 observa-se a formação de um tecido dentenóide..

Continue navegando