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Bacteriologia Clínica

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Bacteriologia 
Clínica
Estrutura, fisiologia e crescimento 
bacteriano
Prof.ª Ma. Giovanna Vaz Crippa
Conteúdo 
Programático
Estrutura, fisiologia e crescimento 
bacteriano.
Cocos patogênicos Gram positivos 
de interesse clínico.
Cocos patogênicos Gram 
negativos de interesse clínico. 
Características gerais e 
patogênicas de bactérias 
fastidiosas.
Contextualização
Nessa aula vamos aprender os conceitos sobre 
bacteriologia clínica:
 Características bacterianas
 Crescimento e metabolismo bacteriano
 Microbiota normal
Vamos estudar?
Shutterstock: 696758020
Bactérias
Bactérias
• Reino Monera
• Células procariontes → material genético não envolto por membrana nuclear
• Unicelulares
• Apresentam várias formas
• Podem apresentar arranjos: pares, cadeias, cachos
• Parede celular formada por peptideoglicano
• Reprodução por fissão binária
Morfologia Bacteriana
 Variam de 0,2 a 2,0 µm de diâmetro e 2 a 8 µm de comprimento.
Formas básicas: Coco, bacilo e espirilo.
Arranjos:
• Pares: diplo-
• Cadeia: estrepto-
• Cachos: estafilo-
• Tétrades (4 cocos unidos)
• Sarcinas (8 cocos em formato de cubo)
BLACK, Jacquelyn G.; BLACK, Laura J. Microbiologia - Fundamentos e Perspectivas. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021.
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Citologia Bacteriana
BLACK, Jacquelyn G.; BLACK, Laura J. Microbiologia - Fundamentos e Perspectivas. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021.
Citologia Bacteriana
Membrana plasmática: constituída de proteínas e
fosfolipídeos, possui uma membrana seletiva. Isola a
célula do meio exterior.
Parede celular: estrutura rígida, confere a forma da
bactéria e também, proteção e resistência às estruturas
internas. Formada principalmente por peptídeoglicanos.
Cápsula: composta principalmente por polissacarídeos.
Envoltório protetor que atua na defesa da bactéria,
conferindo maior resistência.
TORTORA, Gerard J.; FUNKE, Berdell R.; CASE, Christine L. Microbiologia. Porto Alegre: Grupo A, 2017. 
Citologia Bacteriana
Flagelos: apêndices muito finos, responsáveis pelo movimento e locomoção,
estão presentes em algumas bactérias. Podem ser únicos ou múltiplos.
Pili ou fimbrias: apêndices mais finos que os flagelos e apresentam estrutura
rígida. Responsáveis pela aderência e transporte de material genético.
TORTORA, Gerard J.; FUNKE, Berdell R.; CASE, Christine L. Microbiologia. Porto Alegre: Grupo A, 2017. 
Citologia Bacteriana
Distinção das bactérias pelo envoltório celular
Bactérias gram-positivas
Bactérias gram-negativas
BLACK, Jacquelyn G.; BLACK, Laura J. Microbiologia - Fundamentos e Perspectivas. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021.
Mecanismos de ação dos antibióticos
TORTORA, G.J. et al. Microbiologia. 12.ed. São Paulo: Artmed, 2017.
BACTERICIDAS
BACTERIOSTÁTICOS
Resistência bacteriana aos antibióticos
• Uso de antibióticos de forma indiscriminada e irracional;
• Seleção de uma população de bactérias → apresentam 
mutação → confere resistência.
Resistência Intrínseca NATURAL
Resistência Adquirida
Ex: Vancomicina só consegue atuar nas bactérias gram-positivas. 
Mutação cromossomial
Enzimas
Bombas de resistência a 
múltiplos fármacos
BLACK, Jacquelyn G.; BLACK, Laura J. Microbiologia - Fundamentos e Perspectivas. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021.
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Crescimento e 
metabolismo 
bacteriano
Crescimento Bacteriano
Aumento do nº de células  acumulam-se em colônias
Fatores necessários para o crescimento
Fatores 
Físicos
 Temperatura
pH
 Pressão Osmótica
Fatores 
Químicos
Carbono, nitrogênio, enxofre e fósforo
Oligoelementos
Oxigênio
Fatores orgânicos de crescimento
BLACK, Jacquelyn G.; BLACK, Laura J. Microbiologia - Fundamentos e Perspectivas. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021.
Crescimento Bacteriano
TORTORA, G.J. et al. Microbiologia. 12.ed. São Paulo: Artmed, 2017.
Fator Físico
TEMPERATURA
Fator Químico
OXIGÊNIO
1. Aeróbios obrigatórios; 2. Aeróbios facultativos; 
3. Anaeróbios obrigatórios; 
4. Aerotolerante; 5. Microaerófilos. 
Metabolismo 
Bacteriano
Crescimento Bacteriano Reprodução assexuada  fissão binária
 Célula nova: cromossomo completo + 
nutrientes suficientes para iniciar o ciclo.
 Tempo de geração: tempo necessário para 
uma célula se dividir.
E. coli : 20 minutos  1 milhão (7horas)/ 1 
bilhão (10 horas)
BLACK, Jacquelyn G.; BLACK, Laura J. Microbiologia - Fundamentos e Perspectivas. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021.
Crescimento Bacteriano
TORTORA, G.J. et al. Microbiologia. 12.ed. São Paulo: Artmed, 2017.
o Fase lag
o Fase log
o Fase estacionária
o Fase de morte
Curva de Crescimento
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Transferência de informações genéticas
SNUSTAD, D P.; SIMMONS, Michael J. Fundamentos de Genética, 7ª edição. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2017. 
Controle do crescimento bacteriano
Agentes físicos
Calor Esterilização → Remoção ou destruição de todos 
os microrganismos vivos
Calor seco Eficaz em metais, vidrarias, pós, óleos e ceras.
160 a 180°C
Calor úmido Autoclave
Calor aplicado na presença de umidade 
Utilizado em materiais que não suportam altas 
temperaturas
Frio Não mata a grande maioria dos microrganismos, 
apenas diminuem suas atividades metabólicas.
Radiação Raios UV → penetram nas células, causando 
danos no DNA. Radiação Ionizante.
Ondas ultrassônicas Limpeza e esterilização de equipamentos 
delicados.
VERMELHO, Alane B. Práticas de Microbiologia. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2019.
Controle do crescimento bacteriano
Agentes químicos
Álcool 70%, detergente
Rompimento da membrana celular lipídica
Cloro, iodo, glutaraldeído
Modificação das proteínas
Cristal de violeta
Modificação do DNA
Alguns agentes químicos atuam em mais de um 
mecanismo.
Alguns agentes químicos atuam em mais de um 
mecanismo.
Meios de cultura e 
técnicas para 
semeadura
Meios de Cultura
 Fornece nutrientes para o crescimento bacteriano
 Preparações líquidas, semissólidas e solidificadas;
 Específicos ou não;
 Formam cultura bacteriana a partir de um inóculo. 
Cultivo in vitro
Classificação dos meios de cultura
Quanto à consistência: Líquidos ou caldos, semissólidos 
e sólidos.
VERMELHO, Alane B. Práticas de Microbiologia. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2019.
Classificação dos meios de cultura
Quanto à função: 
Rico Rico em nutrientes Caldo Brain Heart 
Infusion (BHI), Caldo 
Tetraionato
Seletivo Selecionar espécies que se 
deseja isolar
Ágar MacConkey
Diferencial Permite a distinção de vários 
gêneros e espécies
Ágar MacConkey
Indicador/
Diferencial 
indicador
Possibilita a análise das 
propriedades bioquímicas e 
funções fisiológicas
Ágar Triple Sugar Iron 
(TSI) e ágar Citrato de 
Simmons
Transporte Previne a desidratação de 
secreções e evita a oxidação 
e autodestruição enzimática
Meio de Stuart, Meio de 
Cary-Blair e Caldo 
Tioglicolato
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Técnicas de Semeadura
Método utilizado para transferir inóculos bacterianos de um meio de cultura
ou material a ser analisado (urina, sangue, alimentos) para um outro meio
de cultura.
Técnicas antissépticas:
 Desinfecção da área de trabalho
 Assepsia das mãos
 Trabalhar dentro da área de segurança (10 cm ao redor 
do bico de Bunsen)
 Esterilizar todo o material
 Flambar a boca dos frascos e tubos
Técnicas de Semeadura
Meios sólidos
Para isolamento e obtenção de culturas puras de 
amostras que contenham mais de uma microbiota e 
estudo da morfologia colonial. 
Esgotamento em estrias múltiplas (3 estrias)
Esgotamento em estrias 
simples
TORTORA, Gerard J.; FUNKE, Berdell R.; CASE, Christine L. Microbiologia. Porto Alegre: Grupo A, 2017. 
Técnicas de Semeadura
MADIGAN, Michael T.; MARTINKO, John M.; BENDER, Kelly S.; et al. Microbiologia de Brock. Porto Alegre: Grupo A, 2016. 
Técnicas de Semeadura
Repique genérico para crescimento 
bacteriano em meio líquido. 
Meio sólido em tubo
Obtenção de intensa massa de 
microrganismos e testes 
bioquímicos. 
Disponível em: https://www.ufjf.br/microbiologia/files/2013/05/ROTEIRO-PARA-AULAS-PR%C3%81TICAS-
bacteriologia-2018-vers%C3%A3o-02-2018.pdfMeio líquido
Visualização e tipos de coloração
MÉTODOS DE COLORAÇÃO
• Microscopia óptica
A fresco: suspensão bacteriana → bactérias espiraladas
Esfregaço fixado e corado: diferenciação de células por 
afinidades aos corantes e morfologia
• Coloração simples
• Coloração diferencial ou seletiva
 Método de Gram, de Ziehl-Neelsen, de Albert Laybourn.
BLACK, Jacquelyn G.; BLACK, Laura J. Microbiologia - Fundamentos e Perspectivas. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021.
Coloração de Gram
Bactérias gram-positivas
Bactérias gram-negativas
MADIGAN, Michael T.; MARTINKO, John M.; BENDER, Kelly S.; et al. Microbiologia de Brock. Porto Alegre: Grupo A, 2016. 
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Técnica de 
coloração de 
Gram
BLACK, Jacquelyn G.; BLACK, Laura J. Microbiologia - Fundamentos e Perspectivas. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021.
Microbiota normal
Microbiota Normal
 Microrganismos que habitam a pele e a mucosa
de pessoas sadias.
• Inibem e dificultam a 
colonização de outros 
microrganismos;
• Produzem vitamina K e B;
• Contribuem para o 
desenvolvimento do 
sistema imunológico. 
Manutenção da saúde
BLACK, Jacquelyn G.; BLACK, Laura J. Microbiologia - Fundamentos e Perspectivas. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021.
Microbiota Normal
Microbiota residente: considerada fixa em uma
determinada área, não produzem doenças em
condições normais.
Microbiota transitória: originária do meio externo e que
pode permanecer no indivíduo por algumas horas,
semanas ou meses.
Normalmente, a 
microbiota residente se 
mantém intacta, 
entretanto, se alterada, 
os microrganismos 
transitórios podem 
colonizar o local e causar 
doenças.
TORTORA, Gerard J.; FUNKE, Berdell R.; CASE, Christine L. Microbiologia. Porto Alegre: Grupo A, 2017. 
Constituintes da microbiota normal
Pele:
• Principalmente bactérias e fungos
• Variam de acordo com o pH, umidade, temperatura,
salinidade, presença de resíduos químicos e presença
de outros organismos.
Regiões mais secas: Staphylococcus epidermidis e
Propinibacterium acnes
Regiões mais úmidas: Staphylococcus aureus e
Corynebacterium sp.
Constituintes da microbiota normal
Staphylococcus epidermidis
Propinibacterium acnes
Staphylococcus aureus 
Corynebacterium sp. 
Lactobacillus
Streptococcus
Actinomyces
Bacteroides
Fusobacterium
Porphyromonas
Neisseria
Veillonella
Variam de acordo com o pH, umidade, temperatura, salinidade, 
presença de resíduos químicos e presença de outros organismos. 
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Constituintes da microbiota normal
Trato respiratório superior: grande e variada 
população de microrganismos.
 Inofensivos: Difteroides, lactobacilos e 
micrococos. 
 Oportunistas: Streptococcus, Staphylococcus, 
Neisseria e Corynebacterium.
Trato respiratório inferior: 
livre de microrganismos. 
Constituintes da microbiota normal
Trato geniturinário:
Uretra distal: Neisseria, estafilococos, estreptococos,
enterococos, difteroides, micobactérias, micoplasmas,
bastonetes entéricos gram-negativos, algumas bactérias
anaeróbias, leveduras e vírus.
Vagina:
• Puberdade e pós-menopausa: predominam difteroides,
estreptococos, estafilococos e coliformes.
• Período fértil: lactobacilos, estreptococos alfa-
hemolíticos, estafilococos, difteroides e leveduras.
Constituintes da microbiota normal
Staphylococcus
Lactobacillus
Streptobacillus
Veillonella
Clostridium 
perfringens
Anaeróbios 
obrigatórios:
Bacteroides
Fusobacterium
Bifidobacterium
Eubacterium
Clostridium
Peptostreptococcus
Veillonella
Anaeróbios facultativos:
Enterobacteriaceae, E. coli
Klebsiella, Enterobacter
Proteus, Enterococcus
Pseudomonas, Streptococcus, 
Lactobacillus, Mycoplasma
Muitos microrganismos 
são removidos pela 
defecação, grande parte 
da massa fecal é 
constituída por bactérias. 
Recapitulando... 
• Bactérias: seres unicelulares, procariontes.
• Apresentam várias formas e arranjos.
• Parede celular formada por peptideoglicano – bactérias gram-positivas e 
gram-negativas.
• Microbiota normal: habitam a pele e a mucosa. 
• Crescimento bacteriano: 
 Fatores químicos e físicos
 Resistência bacteriana
 Meios de cultura e semeadura
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