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Evolução Histórica das Políticas de Saúde

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Evolução Histórica das Políticas de Saúde
· 
· Brasil Colônia
· Saúde era muito ligada ás crenças
· Doenças eram um castigo divino
· Curandeirismo – o pajé era o médico que mediava o contato entre o mundo dos homens
· Físicos e cirurgiões-barbeiros – Eram responsáveis pela aplicação de ventosas e sarjas, ao sangramento, e a extração de dentes
· Padres Jesuítas – tiveram papel importante na assistência aos doentes levando medicamentos (manipulados em suas boticas) e alimentos. Introduziram a questão do isolamento para prevenir a transmissão de algumas doenças.
· Santas Casas da Misericórdia – primeiro tipo de assistência médico-hospitalar do Brasil. A fundação dessas instituições acompanhava a colonização.
· Chegada da Família Real ao Brasil – a política médica passou a ter foco na intervenção da condição de vida e de saúde da população.
· Ênfase a promover uma prática mais eficaz no controle de epidemias
· Ações de proteção e saneamento das cidades, em especial as portuárias
· Controle e observação das doenças e dos doentes
Essas ações não eram focadas na preservação da saúde dos trabalhadores, mas na preservação das mercadorias. Ao trabalhador restava a quarentena para evitar a propagação de doenças. 
· Teoria Miasmática
· Relacionava as doenças à “infecção do ar”
· Alvará de 22 de janeiro de 1810
· Criação de um lazareto para a quarentena de viajantes e de escravos portadores de moléstias epidêmicas
· As condições nos lazaretos eram precárias e acabavam piorando a condição da pessoaMedidas 
· A autoridade sanitária poderia conceder o visto de entrada das pessoas na cidade
· Um dos primeiros regulamentos para o controle sanitário de pessoas/viajantes, cargas/ mercadorias e embarcações nos portos no Brasil. Marcou o nascimento da vigilância em saúde nos portos, aeroportos e fronteiras, com medidas de controle para doenças contagiosas. 
· Brasil império (1822- 1889)
· Caracterizado por ações de combate a doenças transmissíveis
· Era bacteriológica – foi identificado o agente etiológico da doença (microrganismos)
· Superação da Teoria Miasmática
· Modelo Unicausal 
· Existência de apenas uma causa (agente etiológico) para um agravo ou uma doença
· Fez sucesso na prevenção de doenças infecciosas 
· Apresentava uma visão única em relação ao combate às enfermidades em geral
· República Velha (1889 – 1930) 
· Avanço da bacteriologia
· Medicina higienista – começaram a entender que o ambiente influencia na propagação de doenças. O governo passou a exigir/impor que os locais com determinada higiene. Não era trazido como uma questão de promoção da saúde
· Planejamento das cidades
· Doenças de destaque: cólera, peste bubônica, febre amarela, varíola, tuberculose, hanseníase e febre tifoide 
· O saneamento foi a forma de melhorar a imagem do país no exterior
· Medidas Jurídicas Impositivas
· Notificação de doenças 
· Vacinação obrigatória 
· Vigilância sanitária em geral
A vacinação obrigatória foi um marco de Oswaldo Cruz como diretor do Departamento Federal de Saúde Pública (cargo que hoje corresponde ao de Ministro da Saúde). Ele encontra um cenário de grande incidência de surtos de varíola.
· Modelo Campanista – a saúde pública se voltava mais para questão das campanhas de vacinação e controle de endemias. Não havia a preocupação com a promoção da saúde, era algo impositivo, não havia compartilhamento de informações com a população. As ações chegavam verticalizadas, de cima para baixo, eram impostas para a população. 
· Campanhas contra febre amarela, peste bubônica e varíola.
· Elementos das Ações de Saúde
· Registro demográfico: conhecer a composição e os fatos vitais de importância da população. Foi importante para planejar as ações.
· Introdução do laboratório para auxiliar no diagnóstico etiológico. Assim era possível conhecer a doença, saber identificar de fato qual doença acometia determinada população e direcionar melhor as ações.
· Fabricação organizada de produtos profiláticos para serem usados pela população. Era o início da indústria farmacêutica no país.
· 1920 – Carlos Chagas - Reestruturação do Departamento Nacional de Saúde
· Propaganda
· Educação Sanitária – ainda não é o que chamamos de educação em saúde, mas já havia uma maior disseminação de informação para população
· Criação de órgão especializados para o tratamento de doenças: tuberculose, hanseníase e doenças sexualmente transmissíveis.
· Expansão do saneamento para outras cidades além das portuárias.
· 1923 – Celebrado o convênio entre o Brasil e a Fundação Rockfeller e promulgada a Lei Eloy Chaves – considerada um marco do início da previdência social no Brasil e que criou as Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs). Nesse período voltava a saúde para as pessoas que tinham algum vínculo empregatício e para os seus dependentes. 
 CAPs: Início da assistência médico-previdenciária
· Era Vargas (1930-1954) / Repúblicas Populistas 
· Criação do Ministério da Educação e Saúde pública (MESP)
· Tudo que fosse relacionado à saúde da população e que não se encontrava na área previdenciária era desenvolvido por esse ministério. 
· Prestava atenção a saúde aos chamados pré-cidadãos: pobres, desempregados, os que exerciam atividades informais, ou seja, os que não eram seguradas da previdência social. 
· 1933 – Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs) – organizava os trabalhadores em categorias profissionais. Substituía os CAPs
· 1953 - LEI nº 1.920/1953 – desmembramento do MESP. Foram criados o Ministério e o da Educação e Cultura (MEC).
· Autoritarismo (1964 – 1985)
· Saúde Pública de baixa qualidade e limitada voltada basicamente para campanhas de vacinação e controle de endemias.
· 1966 – Fusão dos IAPs, o que resultou na criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS)
· 1977 – Criação do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS)
· 1970 – Movimento da Reforma Sanitária
· Surgiu da indignação da população sobre o dramático quadro do setor da saúde pública
· Formado por técnicos e intelectuais, partidos políticos, diferentes tendências e movimentos sociais diversos.
· Um dos marcos dessa luta foi a realização da 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986.
· 1978 - Confrência de Alma-Ata – germinou o debate entre vários países sobre a importância da atenção primária à saúde e que impulsionou o debate de um novo modelo de saúde no Brasil
· 1981 – CONASP (Conselho Consultivo de Administração da Saúde Previdenciária) – O plano dividia em 3 grandes grupos de programas, um deles era as Ações Integradas de Saúde (AIS)
· CONASP – criado pelo Decreto nº 86.319/1981 da Previdência da República, como órgão do Ministério da Previdência e Assistência Social. Deveria organizar e racionalizar a assistência médica e procurar instituir medidas moralizadoras na área da saúde
· 1983 – Implementação das AIs, que foram o primeiro movimento voltado para a universalização e integralização do acesso à saúde.
· Nova República (1985-1988)
· 1986 – 8ª Conferência Nacional da Saúde
· Possibilitou a participação popular
· Princípio da “saúde como direito de todos e dever do Estado”
· Suas principais deliberações foram a base para institucionalização do SUS pela Constituição Federal de 1988.
· 3 temas principais: saúde como direito, reformulação do sistema nacional de saúde e o financiamento setorial.
· 1987 – Criação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS) – os princípios básicos também eram a universalização, a equidade, a descentralização, a regionalização, a hierarquização e a participação comunitária.
· 1988 – Instucionalização do SUS pela Constituição Federal de 1988, com disposições sobre a Seguridade Social nos arts. 194 e 195 e, a Saúde nos arts. 196 a 200.
· 1990 – Regulamentação do SUS pelas Leis Orgânicas da Saúde 
· Lei nº 8080/1990 – dispõe sobre as condições para a promoção, a proteção e a recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.
· Lei nº 8142/1990 – dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do sus e sobre as transferênciasintergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências.

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