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O ambiente e as doenças do trabalho_Podcast Tema 03 - Audiodescrição

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Podcast 
Disciplina: O ambiente e as doenças do trabalho 
Título do tema: Agentes ambientais e doenças ocupacionais 
Autoria: Maiza Claudia Vilela Hipólito 
Leitura crítica: Joubert Rodrigues dos Santos Júnior 
 
Olá, ouvinte! No podcast de hoje vamos falar sobre uma atividade que muitas 
vezes fica esquecida pelo poder público no quesito fiscalização, que é o 
trabalho do cortador de cana-de-açúcar. Para discussão utilizamos o artigo: O 
trabalho no corte de cana-de-açúcar, riscos e efeitos na saúde: revisão da 
literatura, confeccionado pela autora: Marceli Rocha Leite e colaboradores. 
Publicado pela revista de Saúde Pública no ano de 2018. 
Primeiramente, a escolha do tema deve-se ao fato do Brasil ser um dos 
principais produtores. É importante que, você, ouvinte, compreenda como é a 
colheita da cana-de-açúcar. Em algumas regiões, ainda se utiliza da queima da 
palha, para contribuir para o corte manual, diminuir água e, consequentemente, 
aumentar o teor de açúcar e eliminar animais peçonhentos. Entretanto, essa 
prática emite quantidades excessivas de poluentes, propiciando efeitos nocivos 
à saúde dos trabalhadores e das populações das cidades próximas da queima. 
No ano de 2002 foi sancionada a Lei 11.241 no estado de São Paulo, a qual 
refere que a queima da palha será proibida a partir do ano de 2031. No ano de 
2007 foi elaborado o Protocolo Agroambiental, no mesmo estado, antecipando 
o prazo para interrupção da queima em áreas planas para 2014 e em terrenos 
acidentados passou para o ano de 2017. Ou seja, o estado de São Paulo já 
deve estar livre da queima da cana-de-açucar. 
É imprescindível entender as condições de trabalho dessa profissão que é 
exposta a tantos riscos, com o intuito de criar ações de promoção e prevenção 
a saúde para o grupo. 
O corte manual da cana exige alta carga física, pois necessita executar 
movimentos potentes, repetidos e rápidos com o facão. Depois, faz-se 
necessário carregar vários feixes de cana para serem retirados pelos 
caminhões que vão levar até a usina para moagem. Lembrando que todos 
esses processos são realizados sob sol, chuva, neblina e a remuneração é 
feita de acordo com a produção, ou seja, quanto mais trabalhar mais recebe, 
exigindo do trabalhador um ritmo excessivo de trabalho 
Além disso, os trabalhadores estão expostos aos poluentes gerados pela 
queima e, no geral, não fazem pausas de descanso, que é permitida por lei 
devido ao sol escaldante. 
Ainda tem a inalação de material particulado liberado durante a queima da 
cana-de-açucar que pode atingir as vias aéreas, causando doenças 
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respiratórias, além de prejuízos na função pulmonar nos trabalhadores 
envolvidos. 
Alguns estudos sugerem que devido a sobrecarga no sistema cardíaco, os 
trabalhadores têm pressão arterial aumentada, sistema cardíaco 
sobrecarregado, desordem no sistema nervoso autônomo, além de 
modificações de coagulação sanguínea durante a colheita, se comparado com 
a entressafra. 
Pode ocorrer inflamação pulmonar em cortadores de cana por conta do esforço 
físico em demasia, exposição a poluentes atmosféricos e a exposição ao sol. 
Estudos refletem também sobre as chances de doenças renais devido a 
exposição as altas temperaturas, desidratação e perda de volume. 
Enfim, os cortadores de cana-de- açúcar estão expostos a diversos riscos à 
saúde que afetam os sistemas: respiratórios, renais, cardiovasculares, 
osteomusculares, além dos agravos a visão e pele. 
O fornecimento inadequado de equipamentos como luvas e óculos, 
alimentação e hidratação insuficiente e condições sanitárias inseguras 
complementam o processo de trabalho. 
Diante do exposto, é importante que as empresas reflitam sobre a confecção 
de ações para minimizar o risco de acidentes e doenças entre os cortadores de 
cana e o governo necessita aprimorar os mecanismos de fiscalização com o 
intuito de melhorar as condições de trabalho. 
Fechamento: 
Este foi nosso podcast de hoje! Até a próxima!

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