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Farmacologia e 
Toxicologia Geral
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Dr.ª Mariana Cavalcante e Almeida Sá
Revisão Textual:
Prof.ª M.ª Sandra Regina Fonseca Moreira
Toxicologia dos Medicamentos e Domissanitários
Toxicologia dos Medicamentos 
e Domissanitários
• Estudar as substâncias químicas usadas em terapêutica avaliando seu risco e benefício e a 
quais produtos de uso doméstico ou peridomiciliar são aplicadas em objetos ou superfícies 
com a finalidade de manter as condições sanitárias adequadas, já que podem ser tóxicas.
OBJETIVO DE APRENDIZADO 
• Introdução à Toxicologia dos Medicamentos e Domissanitários;
• Toxicologia dos Medicamentos;
• Toxicologia dos Domissanitários.
UNIDADE Toxicologia dos Medicamentos e Domissanitários
Introdução à Toxicologia dos 
Medicamentos e Domissanitários
Anteriormente, discutimos a toxicocinética e toxicodinâmica, e, a partir disso come­
çamos a compreender que, apesar do princípio básico do medicamento ser auxiliar na 
recuperação do sistema, nem todas as substâncias atuam de maneira precisa. Desse 
modo, nem todas as substâncias, antes de serem colocadas no mercado para uso, devem 
ser testadas em todos seus níveis de toxicidade e segurança, principalmente as novas 
substâncias. Esses testes são priorizados para aquelas substâncias que estão em contato 
direto com o organismo, como os medicamentos, os domissanitários, praguicidas, adi­
tivos alimentares, produtos industriais etc.
Figura 1 – Ilustração de ensaio de testes toxicológicos
Fonte: Getty Images
No Brasil, a Resolução Normativa nº 1/78 (D. O. 17/10/78), do Conselho Nacional 
de Saúde, exige 5 tipos de ensaios de toxicidade, que são: aguda, subaguda, crônica, 
embriotoxicidade, teratogenicidade, e também alguns estudos especiais, como a car­
cinogenicidade, os testes comportamentais e outros. Esses estudos são realizados em 
animais experimentais em condições éticas, segundo as indicações dos Comitês de Ética 
de Animais Experimentais.
O teste de dose letal 50% aguda oral é feito através da administração de uma dose 
que causará uma resposta de 50% em uma população em que se estuda o efeito letal de 
uma substância química. Esse ensaio é determinado pela relação dose­resposta. 
Como pode haver reações agudas e crônicas do organismo a determinadas substân­
cias, há o teste da toxicidade aguda, que é a administração ou exposição de uma substân­
cia química em uma única dose no tempo de 24 horas, e o teste de toxicidade crônica, 
que é a administração de uma substância por um período maior, de 2 anos por exemplo, 
utilizando 3 níveis de doses da via de administração usada pela substância química.
Pode existir ainda substâncias carcinogênicas, então há o teste de carcinogenicidade, 
que estuda o potencial de uma substância química em causar câncer. São realizados em 
pelo menos duas espécies animais com duração máxima de 130 semanas para ratos, e 
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120 para camundongos, com no mínimo 2 doses da substância. O resultado desse teste 
é agregado a outros ensaios para obter a avaliação final do risco de carcinogenicidade 
para o homem.
Há também substâncias que podem favorecer processos mutacionais, desse modo, 
as substâncias podem passar pelo teste de mutagenicidade. Esse teste avalia os efeitos 
mutagênicos das substâncias químicas, sendo realizados em microrganismos in vitro, 
e em organismos superiores. Esses ensaios avaliam o dano provocado na molécula de 
DNA pela substância química.
Existem testes que avaliam a capacidade de substâncias terem efeitos sobre a ferti­
lidade, desempenho reprodutivo, em gestantes e durante a lactação. Nesses casos, é 
realizado o teste de teratogenicidade, que consiste em ensaios realizados através de 
um protocolo em 3 fases: avaliação do potencial tóxico da substância sobre a fertili­
dade e o desempenho reprodutivo; através de doses diárias da substância química na 
dieta de fêmeas grávidas; e a terceira sobre o desenvolvimento peri e pós natal, com 
administração da substância química no último terço da gestação até o desmame, na 
qual se avalia o desenvolvimento somático, neuromotor, sensorial e de comportamento 
dos filhotes.
Por fim, existem substâncias que podem provocar alterações comportamentais, para 
isso se aplicam os testes comportamentais, que são ensaios realizados para buscar al­
gumas alterações neuro­comportamentais devido às preocupações que algumas substân­
cias causam nas populações por contaminações ambientais. Veja o exemplo: Chumbo 
acrescentado à gasolina foi proibido não pela incidência de encefalopatias (dores de 
cabeça), mas pelos resultados com estudos de comportamento nas pessoas.
A última etapa para aprovação de um medicamento são os testes clínicos, que são 
estudos que necessitam de aprovação pelo Conselho Nacional da Saúde, através dos 
Comitês de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos e outros documentos na­
cionais e internacionais. Esses ensaios são relacionados a uma simulação de exposição 
ocupacional a substâncias químicas.
Toxicologia dos Medicamentos
Toxicologia de medicamentos é a área da toxicologia que estuda os efeitos nocivos 
produzidos pela interação dos medicamentos com o organismo, decorrentes do uso ina­
dequado ou da suscetibilidade individual.
Quando se faz a administração de um medicamento a um organismo, espera­se a 
obtenção de efeitos terapêuticos, contudo, podem ocorrer efeitos indesejáveis, como os 
efeitos colaterais (não deletérios), ou com reações adversas ao medicamento (deletérios). 
Consideramos efeito colateral como qualquer efeito não intencional de um medi­
camento, em doses normalmente utilizadas, relacionado com suas propriedades farma­
cológicas. A reação adversa é definida como qualquer resposta prejudicial ou indesejável, 
mesmo sendo não intencional, a um medicamento, que ocorre nas doses usualmente 
empregadas para profilaxia, diagnóstico ou terapia de doenças. 
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UNIDADE Toxicologia dos Medicamentos e Domissanitários
Figura 2 – Ilustração de pessoas observando um medicamento tóxico
Fonte: Adaptada de Getty Images | Freepik
O efeito adverso ou “anormal” com freqüência é definido em relação à medição que 
está fora da amplitude “normal”. A amplitude “normal”, por sua vez, se define com base 
nos valores médios que se tem observado num grupo de indivíduos presumivelmente 
sãos. No entanto, é praticamente impossível, numa população geral, definir valores 
“normais”, onde se inclui grupos que podem ser mais sensíveis aos fatores ambientais, 
em especial as pessoas muito jovens e muito idosas, as afetadas por alguma enfermidade 
e as expostas a outros agentes tóxicos e tensões.
Por isso, a formulação de critérios para determinar efeitos adversos baseados em con­
siderações biológicas, e não somente em diferenças estatisticamente significativas em rela­
ção a uma população controle.
Sendo assim, o efeito não adverso é aquele que não reduz a capacidade funcio­
nal nem a capacidade para compensar tensões adicionais. São reversíveis logo após 
cessar a exposição, sem diminuição detectável da capacidade do organismo para 
manter a homeostase, e não realçam a suscetibilidade aos efeitos de outras influên­
cias ambientais.
Por outro lado, se pode deduzir que os efeitos adversos são alterações biológicas que:
• Ocorrem com uma exposição intermitente ou continuada e que dão lugar à diminui­
ção da capacidade funcional (determinada por parâmetros anatômicos, fisiológicos 
e bioquímicos ou de comportamento) ou à uma diminuição da capacidade para 
compensar tensões adicionais;
• São reversíveis durante a exposição ou logo cessada esta, quando tais alterações cau­
sam diminuições detectáveis da capacidade do organismo para manter a homeostase; 
• Realçam a suscetibilidade do organismo aos fatores nocivos de outras influên­
cias ambientais.
Dentro dos efeitos adversos, temos os efeitos adversos causados por substâncias quí­
micas, denominados de efeito tóxico. Assim, todo efeito tóxico é indesejável e nocivo. 
Mas nem todos efeitos indesejáveis sãotóxicos.
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Classificação dos Efeitos Tóxicos
Efeito idiossincrático
As reações idiossincráticas correspondem às respostas quantitativamente anormais a 
certos agentes tóxicos, provocados por alterações genéticas. O indivíduo pode ter uma 
resposta adversa com doses baixas (não­tóxicas) ou então ter uma resposta extrema­
mente intensa com doses mais elevadas. Exemplo: sensibilidade anormal aos nitritos 
e a outros agentes metemoglobinizantes, devido à deficiência, de origem genética, na 
NADH­metemoglobina redutase.
Efeito alérgico
Reações alérgicas ou alergia química são reações adversas que ocorrem somente 
após uma prévia sensibilização do organismo ao agente tóxico, ou a um produto quimi­
camente semelhante.
Na primeira exposição, a substância age como um hapteno promovendo a formação 
dos anticorpos, que em 2 ou 3 semanas estão em concentrações suficientes para produ­
zir reações alérgicas em exposições subsequentes.
Alguns autores não concordam que as alergias químicas sejam efeitos tóxicos, já 
que elas não obedecem ou apresentam uma relação dose­resposta (elas não são dose 
dependente). Entretanto, como a alergia química é um efeito indesejável e adverso ao 
organismo, pode ser reconhecido como efeito tóxico.
Efeito imediato, crônico e retardado
Os efeitos imediatos ou agudos são aqueles que aparecem imediatamente após 
uma exposição aguda, ou seja, exposição única ou que ocorre, no máximo, em 24 horas. 
Em geral são efeitos intensamente graves.
Os efeitos crônicos são aqueles resultantes de uma exposição crônica, ou seja, expo­
sição a pequenas doses, durante vários meses ou anos. O efeito crônico pode advir de 
dois mecanismos: (a) Somatória ou Acúmulo do Agente Tóxico no Organismo: a velo­
cidade de eliminação é menor que a de absorção, assim, ao longo da exposição o AT 
vai sendo somado no organismo, até alcançar um nível tóxico. (b) Somatória de Efeitos: 
ocorre quando o dano causado é irreversível e, portanto, vai sendo aumentado a cada 
exposição, até atingir um nível detectável; ou, então, quando o dano é reversível, mas o 
tempo entre cada exposição é insuficiente para que o organismo se recupere totalmente.
Os efeitos retardados são aqueles que só ocorrem após um período de latência, 
mesmo quando já não mais existe a exposição. Exemplo: efeitos carcinogênicos que têm 
uma latência a 20­30 anos.
Efeitos reversíveis e irreversíveis
A manifestação de um ou outro efeito vai depender, principalmente, da capacidade 
do tecido lesado em se recuperar. Assim, lesões hepáticas são geralmente reversíveis, já 
que esse tecido tem grande capacidade de regeneração, enquanto as lesões no sistema 
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UNIDADE Toxicologia dos Medicamentos e Domissanitários
nervoso central (SNC) são geralmente irreversíveis, uma vez que as células nervosas são 
pouco renovadas.
Efeitos locais e sistêmicos
O efeito local refere­se àquele que ocorre no local do primeiro contato entre o AT e 
o organismo. Já o sistêmico exige uma absorção e distribuição da substância, de modo 
a atingir o sítio de ação, onde se encontra o receptor biológico. Existem substâncias que 
apresentam os dois tipos de efeitos. (ex.: benzeno, chumbo tetraetila etc.).
Efeitos resultantes da interação de agentes químicos
O termo interação entre substâncias químicas é utilizado todas as vezes em que uma 
substância altera o efeito de outra. A interação pode ocorrer durante a fase de exposi­
ção, toxicocinética ou toxicodinâmica. Como consequência dessas interações, podem 
resultar diferentes tipos de efeitos:
• Adição: É aquele produzido quando o efeito final de 2 ou mais agentes é quan­
titativamente igual à soma dos efeitos produzidos individualmente. Ex.: chumbo 
e arsênio atuando a nível da biossíntese do heme (aumento da excreção urinária 
da coproporfirina);
• Sinergismo: Ocorre quando o efeito de 2 ou mais agentes químicos combinados, 
é maior do que a soma dos efeitos individuais. Ex.: a hepatotoxicidade resultante 
da interação entre tetracloreto de carbono e álcool é muito maior do que aquela 
produzida pela soma das duas ações em separado, uma vez que o etanol inibe a 
biotransformação do solvente clorado;
• Potenciação: Ocorre quando um agente tóxico tem seu efeito aumentado por atuar 
simultaneamente com um agente “não tóxico”. Ex.: o isopropanol, que não é hepa­
totóxico, aumenta excessivamente a hepatotoxicidade do tetracloreto de carbono.
• Antagonismo: Ocorre quando dois agentes químicos interferem um com a ação do 
outro, diminuindo o efeito final. É, geralmente, um efeito desejável em toxicologia, 
já que o dano resultante (se houver) é menor que aquele causado pelas substâncias 
separadamente. Existem vários tipos de antagonismo:
 » Antagonismo químico (também chamado neutralização): ocorre quando o an­
tagonista reage quimicamente com o agonista, inativando­o. Esse tipo de antago­
nismo tem um papel muito importante no tratamento das intoxicações. Ex.: agentes 
quelantes como o EDTA, BAL e penicilamina, que sequestram metais (As, Hg, Pb 
etc.), diminuindo suas ações tóxicas;
 » Antagonismo funcional: ocorre quando dois agentes produzem efeitos contrá­
rios em um mesmo sistema biológico, atuando em receptores diferentes. Ex.: bar­
bitúricos que diminuem a pressão sanguínea, interagindo com a norepinefrina, 
que produz hipertensão;
 » Antagonismo não-competitivo, metabólico ou farmacocinético: é quando um 
fármaco altera a cinética do outro no organismo, de modo que menos AT alcance 
o sítio de ação ou permaneça menos tempo agindo. Ex.: bicarbonato de sódio 
que aumenta a secreção urinária dos barbitúricos; fenobarbital que aumenta a 
biotransformação do tolueno, diminuindo sua ação tóxica; 
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 » Antagonismo competitivo, não-metabólico ou farmacodinâmico: ocorre quan­
do os dois fármacos atuam sobre o mesmo receptor biológico, um antagonizando 
o efeito do outro. São os chamados bloqueadores e este conceito é usado, com 
vantagens, no tratamento clínico das intoxicações.
Toxicologia dos Domissanitários
Produtos domissanitários são substâncias ou preparações destinadas à higienização, 
desinfecção ou desinfestação domiciliar em ambientes coletivos e/ou públicos, em luga­
res de uso comum e no tratamento de água.
Figura 3 – Ilustração dos tipos de produtos de limpeza residenciais
Fonte: Getty Images
São considerados Domissanitários:
• Produtos para limpeza geral: alvejantes, branqueadores, detergentes e desincrustrantes;
• Finalizadores: amaciantes, lustradores, ceras para pisos, facilitadores de passagem 
de roupas, polidores, engomadores de roupas, acidulantes, neutralizadores para 
lavagem de roupa;
• Neutralizadores de odores;
• Polidores de metais;
• Produtos para pré­lavagem e pós­lavagem;
• Removedores;
• Sabões e saponáceos;
• Produtos com ação antimicrobiana: algicidas e desinfetantes, desodorizantes 
de superfícies e ambientes, esterilizantes, fungicidas, germicidas, sanitizantes e 
potabilizadores;
• Produtos biológicos à base de microrganismos;
• Produtos desinfestantes: inseticidas domésticos, inseticidas para empresas espe­
cializadas, produtos para jardinagem amadora, moluscicidas, raticidas domésticos, 
raticidas para empresas especializadas e repelentes.
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UNIDADE Toxicologia dos Medicamentos e Domissanitários
Quadro 1 – Classificação dos Domissanitários
Quanto à finalidade
• Limpeza;
• Desinfestação;
• Desinfecção;
• Jardinagem amadora.
Quanto à aplicação/manipulação
• Uso profissional;
• Uso não profissional.
Quanto à destinação
• Domiciliar (embalagens até 5 kg ou l);
• Institucional (1 a 20 kg ou l);
• Industrial (5 a 200 kg ou l).
O setor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) responsável pela legis­
lação em relação a esses tipos de produtos é a RDC (Resolução da Diretoria Colegiada). 
É uma série de normas regulamentares cujo objetivo é atribuir responsabilidades a em­
presas e profissionais a fim de garantir as Boas Práticas, mantendo os padrões de quali­
dade dos produtos e serviços destinados à saúde da população. A RDCnº 184, de 22 de 
outubro de 2001, além da categorização dos tipos de produtos domissanitários, também 
legisla sobre a classificação dos produtos como de Risco I e Risco II.
Figura 4 – Imagem de uma criança abrindo a dispensa onde há materiais de limpeza
Fonte: Adaptada de Getty Images
Os produtos de Risco I se referem àqueles que não contenham substâncias teratogê­
nicas, substâncias mutagênicas e substâncias carcinogênicas. Formulações prontas para 
uso com Toxicidade Oral Aguda: Sólidos: DL 50 Oral > 500 mg / kg e líquidos: DL 50 
Oral > 2000 mg / kg; e que tenham pH > 2 e < 11,5.
Os produtos de Risco II se referem àqueles que não contenham substâncias teratogê­
nicas, substâncias mutagênicas e substâncias carcinogênicas. Formulações prontas para 
uso com Toxicidade Oral Aguda: Sólidos: DL 50 Oral > 500 mg / kg e líquidos: DL 50 
Oral > 2000 mg / kg; E que tenham pH < 2 (corrosivo) ou > 11,5 (cáustico), com ativi­
dade antimicrobiana, os desinfetantes e os produtos à base de microrganismos.
Quando identificado algum problema ou infração são requisitados os seguintes docu­
mentos para verificação e regularização dos produtos:
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• Peticionamento eletrônico;
• Modelo de rótulo;
• Desenho da embalagem;
• Termo de responsabilidade técnica;
• Relatório técnico;
• Comprovante de porte da empresa;
• Cópia da autorização de funcionamento;
• Alvará sanitário;
• Taxa sanitária.
Os acidentes mais comuns ocorrem com produtos artesanais, que não possuem regis­
tro junto à ANVISA (ver Figura 5). Esses normalmente são comercializados em garrafas 
plásticas e não contêm nenhuma informação sobre composição e validade do produto, 
tornando­o potencialmente perigoso no uso doméstico. 
Figura 5 – Produtos de limpeza clandestinos geralmente não têm 
rótulos e são armazenados em embalagens de refrigerantes
Fonte: agenciaalagoas.al.gov.br
A ANVISA prevê a utilização de produtos artesanais para o comércio, mas recomen­
da que se utilize com rótulo de registro de lote e com a data de validade. O rótulo deve 
conter informações importantes como composição do produto, possíveis recomenda­
ções em caso de acidentes domiciliares e principais contra indicações (ver Figura 6).
Figura 6 – Produtos de limpeza com rótulos de registro de lote e data de validade
Fonte: Getty Images
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UNIDADE Toxicologia dos Medicamentos e Domissanitários
As patogenias das lesões provocadas por domissanitários, na maioria das vezes, se 
dão por sua ação direta sobre o sítio lesado, de modo geral, pela diferença entre o seu 
pH e o da pele ou mucosa expostos. Também podem ocorrer lesões por hipersensibi­
lização desencadeada em exposição prévia. A absorção desses produtos normalmente 
não é relevante, e quando existe, geralmente tem papel secundário na patogenia.
A fisiopatologia das lesões por exposição direta a substâncias de bases fortes (com 
pH > 11,5) promove necrose por liquefação, permitindo a rápida penetração do agente 
cáustico, causando lesões profundas, não raro com perfurações. Outras lesões podem 
ser causadas por ácidos fortes (pH <2), promovendo necrose por coagulação, que con­
siste, como o próprio nome diz, na formação de uma camada coagulada, que normal­
mente tem o aspecto de escara enegrecida, o que limita a profundidade, mas não a 
extensão do dano, que mais frequentemente atinge o estômago.
Figura 7 – Ilustração da necrose no pé esquerdo de um humano
Fonte: Getty Images
Existem algumas diretrizes de atendimento em caso de acidentes domésticos com 
domissanitários. A primeira é sempre buscar conhecer a formulação dos produtos utili­
zados, utilizá­lo na concentração correta e, principalmente, atentar para o estado físico 
e químico dessas substâncias, a quantidade de produto e o tempo transcorrido desde 
a exposição até o atendimento. Como exemplo disso, temos que substâncias sólidas 
provocam lesões mais localizadas, enquanto substâncias líquidas provocam lesões difu­
sas e, normalmente, mais graves. Em relação à química, substâncias com pH alcalino 
provocam lesões cáusticas e substâncias com pH alcalino provocam lesões corrosivas. 
Outra diretriz é tentar realizar uma descontaminação precoce, ampla e cuidadosa, 
manter o paciente em observação rigorosa. E, por fim, utilizar sempre o bom senso ao 
utilizar materiais químicos no ambiente domiciliar.
Principais produtos peridomiciliares 
que podem causar intoxicações
Apesar de não podermos contemplar todos os tipos de produtos e as lesões causadas 
por eles nessa unidade, iremos contemplar aqui as principais substâncias químicas exis­
tentes no ambiente domiciliar e as patologias causadas pelas mesmas.
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Hipoclorito de Sódio
O uso doméstico do hipoclorito de sódio é na água sanitária, cloradores de piscinas e 
de água de consumo. Em si, essa substância não é tóxica, porém, quando associada com 
amônia, produz fumos de cloramina e dicloramina, que em contato com mucosas forma 
ácido hidrocloroso e oxigênio nascente, que são potentes agentes oxidantes e que causam 
lesão celular. Pode ainda interagir com soluções ácidas liberando cloro gasoso e ácido 
hipocloroso que são absorvidos pelas mucosas, determinando dano local e sistêmico.
Surfactantes Aniônicos
O uso de surfactantes aniônicos como detergente, sabonete, sabão doméstico, xampus, 
pasta dental e produtos para limpeza de pele podem provocar dermatite de contato (ver 
Figura 8), que consiste em uma reação inflamatória induzida pelo contato com substân­
cias químicas, físicas ou biológicas. 
Intoxicações por inseticidas piretróides de uso doméstico
Alguns inseticidas podem causar problemas na pele como eritema, edema, queima­
ção, parestesias e sensação de fisgadas. Também podem atingir os olhos promovendo 
uma irritação local, podendo causar conjuntivite e lesões de córnea.
Além disso, podem provocar reações alérgicas, normalmente leves devido à inalação. 
Em indivíduos sensíveis, causam dermatite, cefaleia, rinite, asma, pneumonite, podendo 
desenvolver reação anafiláticas com broncoespasmo grave, edema de orofaringe, hipo­
tensão e choque.
Figura 8 – Dermatite de contato
Fonte: Wikimedia Commons
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UNIDADE Toxicologia dos Medicamentos e Domissanitários
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Fundamentos em toxicologia
KLAASSEN, C. D.; WATKINS III, I. B. Fundamentos em toxicologia. Porto 
Alegre: AMGH, 2012.
 Vídeos
Alerta: Perigos da intoxicação por medicamentos
https://youtu.be/a2MsI45S7F0
Saúde em Prática | Intoxicação por produtos de limpeza
https://youtu.be/PsL8Rp3KCW0
 Leitura
Impacto dos medicamentos nas intoxicações humanas no Brasil
https://bit.ly/3nep9XY
Toxicologia de Medicamentos 
https://bit.ly/32FdSXn
Grupo Técnico de Sanenates Domissanitários
https://bit.ly/3gFEks9
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Referências
GFELLER, R. W.; MESSONNIER, S. P. Manual de Toxicologia e Envenenamento 
em Pequenos Animais. 2. ed. São Paulo: Roca, 2006.
SPINOSA, H. S.; PALERMO­NETO, J.; GORNIAK, S. L. Toxicologia Aplicada à Me-
dicina Veterinária. São Paulo: Manole, 2008.
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