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Prévia do material em texto

Direito dos Idosos e das 
Pessoas com Deficiência
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Reinaldo Zychan de Moraes
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Estatuto do Idoso – 1ª Parte
• Criação do Estatuto do Idoso
• Conceito de Idoso
• Direitos Fundamentais
• Garantia de Prioridade
• Violações aos Direitos dos Idosos
• Direito a Alimentos
• Direito à Saúde
• Direito à Educação, Cultura e Lazer
• Direito ao Trabalho
• Direito à Previdência Social
• Direito à Assistência Social
• Direito À Habitação
• Direito ao Transporte
 · Nesta Unidade, temos como objetivo conhecer o Estatuto do Idoso 
focando, em especial, os direitos que ele estabelece para os idosos.
 · Essa norma, fruto de disposições constitucionais e da evolução 
das normas internacionais que tratam desse grupo vulnerável, 
representou, na sua criação, um largo passo para que se compreenda 
que o idoso tem, ao mesmo tempo, os mesmos direitos fundamentais 
das demais pessoas e outros direitos que buscam atender à sua 
peculiar situação.
 · Ao enunciar esses direitos, o Estatuto buscou criar um sistema prote-
tivo que precisa ser conhecido e aplicado por todos; caso contrário, 
essa importante norma se tornará ineficaz e não atenderá ao seu 
objetivo de integrar essa parcela tão importante de nossa população.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Estatuto do Idoso – 1ª Parte
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Estatuto do Idoso – 1ª Parte
Criação do Estatuto do Idoso
O Estatuto do Idoso, Lei n.º 10.741, de 1º de outubro de 2003, foi confeccionado 
tendo por base, em especial, os preceitos dos Princípios das Nações Unidas 
em Favor das Pessoas Idosas, que foram adotados pela Assembleia Geral da 
Organização das Nações Unidas, em 1991.
A criação dessa norma também teve por foco regular os preceitos da Constitui-
ção Federal de 1988, específicos para o trato dos direitos dos idosos.
Conceito de Idoso
O Estatuto do Idoso buscou um critério puramente biológico para definir o 
conceito de idoso, sendo esse apresentado logo em seu Artigo 1º.
Estatuto do Idoso
Art. 1º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos 
assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
Isso, contudo, não impede que essa norma regule de forma diferenciada questões 
que envolvem idosos de idade superior a esse limite de idade, tal como ocorre com 
a gratuidade do transporte coletivo urbano que, nos termos do seu Artigo 39, é 
assegurado aos maiores de 65 anos.
Direitos Fundamentais
O Estatuto deixa claro que os idosos gozam dos mesmos direitos fundamentais 
deferidos às demais pessoas, sem prejuízo do sistema de proteção integral criado 
por essa norma.
Art. 2º O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à 
pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, 
assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades 
e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu 
aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de 
liberdade e dignidade.
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9
Garantia de Prioridade
O Estatuto destaca alguns direitos dos idosos, ou seja, direito à vida, à saúde, à 
alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, 
à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária, sendo 
que cabe à família, à comunidade, à sociedade e ao Poder Público, com absoluta 
prioridade, adotar medidas para que haja a efetivação desses direitos.
Essa garantia de prioridade assegura aos idosos:
• Atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos Órgãos Públicos 
e Privados prestadores de serviços à população;
É o que ocorre rotineiramente no atendimento de idosos em Bancos, Repartições 
Públicas e Transporte Coletivo.
Essa garantia é estendida também às pessoas de� cientes, às gestantes, às lactentes, 
às pessoas com crianças de colo e aos obesos, nos termos da Lei n.º 10.048/00 – 
Com importantes alterações dadas pela Lei n.º 13.146/15.
• Preferência na formulação e na execução de Políticas Sociais Públicas específicas;
• Destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas à proteção 
ao idoso;
• Viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do 
idoso com as demais gerações;
• Priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em detrimento 
do atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam de condições 
de manutenção da própria sobrevivência;
• Capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e 
gerontologia e na prestação de serviços aos idosos;
• Estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de informações 
de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais de envelhecimento;
• Garantia de acesso à rede de Serviços de Saúde e de Assistência Social locais;
• Prioridade no recebimento da restituição do Imposto de Renda.
9
UNIDADE Estatuto do Idoso – 1ª Parte
Não respeitar a prioridade de atendimento ao idoso acarreta a caracterização da 
infração administrativa prevista no Artigo 58 do Estatuto.
Estatuto do Idoso
Art. 58. Deixar de cumprir as determinações desta Lei sobre a prioridade 
no atendimento ao idoso:
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 1.000,00 (um mil reais) 
e multa civil a ser estipulada pelo juiz, conforme o dano sofrido pelo idoso.
Violações aos Direitos dos Idosos
Por se tratar de um grupo de alta vulnerabilidade, o Estatuto criou mecanismos 
próprios para prevenir e reprimir abusos aos direitos dos idosos estipulados por 
essa norma.
Dessa forma, os idosos não podem ser objeto de qualquer tipo de negligência, 
discriminação, violência, crueldade ou opressão. Todos os atentados aos seus direi-
tos, causados por pessoas físicas ou jurídicas, por ação ou omissão, deve ser punidos:
• Por meio dos mecanismos criados pelo Estatuto;
• Com o uso de outras normas que tratam especificamente dos idosos.
• Os mecanismos criados pelo Estatuto são, em especial:
• As infrações administrativas estabelecidas nos Artigos 56 a 58;
• Os crimes previstos nos seus Artigos 96 a 108.
Além da competência específica de alguns 
órgãos públicos, comoo Ministério Público, todos 
têm o dever de prevenir ameaças ou violações 
aos direitos do idoso.
Esse dever de zelar pelos direitos dos idosos tam-
bém compete aos Conselhos Nacional, Estaduais, 
do Distrito Federal e Municipais do Idoso, previstos 
na Lei no 8.842, de 4 de janeiro de 1994.
Uma importante disposição que objetiva dar 
maior garantia ao respeito aos direitos dos idosos 
está no Artigo 6º do Estatuto.
Estatuto do Idoso
Art. 6º - Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente 
qualquer forma de violação a esta Lei que tenha testemunhado ou de que 
tenha conhecimento.
A Lei 8.842/94 estabeleceu 
a Política Nacional do Idoso, 
bem como criou os Conselhos 
Nacional, Estaduais, do Distrito 
Federal e Municipais do Idoso. 
Esses conselhos são órgãos 
permanentes, paritários e 
deliberativos, compostos por 
igual número de representan-
tes dos órgãos e entidades 
públicas e de organizações 
representativas da sociedade 
civil ligadas à área.
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Direito a Alimentos
A expressão “alimentos”, em sua acepção jurídica, não é sinônimo de “comida”, 
englobando também todos os elementos necessários para a manutenção da vida 
saudável de um indivíduo, abrangendo, entre outros elementos, aqueles necessários 
à sua Educação, habitação e saúde.
O Estatuto, apesar de mencionar que o idoso tem direito a alimentos, estabelece 
que a disciplina sobre eles é regulada pela Lei Civil, em especial, o Código Civil, 
que trata desse assunto notadamente no Artigo 1.694 e seguintes.
Se o idoso precisa de alimentos para garantir sua subsistência com dignidade, ele 
poderá ingressar com Ação Judicial para obtê-los; contudo, também será possível 
estabelecer a obrigação de outrem de pagar os alimentos por meio do mecanismo 
do Artigo 13 do Estatuto.
Importante!
É importante destacar que a falta injusti� cada do pagamento de Alimentos, anteri-
ormente � xados em Ação Judicial ou em Título Extrajudicial, propicia, na execução, a 
prisão do devedor.
Importante!
Estatuto do Idoso
Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas 
perante o Promotor de Justiça ou Defensor Público, que as referendará, 
e passarão a ter efeito de título executivo extrajudicial nos termos da lei 
processual civil.
Nesse caso, é possível que o idoso (que necessita) e aquele que tem o dever de 
lhe prestar alimentos cheguem a um acordo, com a participação de um Promotor 
de Justiça ou de um Defensor Público. Esse acordo formará um Título Executivo 
Extrajudicial que, em caso de descumprimento, poderá ser executado perante o 
Poder Judiciário.
Dessa forma, em relação à existência de meios suficientes para a subsistência do 
idoso, podemos nos deparar, em geral, com as seguintes situações:
• Se o idoso possui aposentadoria, rendimentos ou bens suficientes para garantir 
suas necessidades, não se cogita a necessidade de qualquer medida;
• Não tendo o idoso meios suficientes de fortuna ou de rendimentos que lhe 
assegurem o suficiente para as suas necessidades, ele poderá pedir alimentos 
aos seus familiares, conforme o estabelecido na Lei Civil;
• Não tendo a família condições de prover as necessidades do idoso, caberá ao 
Poder Público conceder um benefício assistencial.
11
UNIDADE Estatuto do Idoso – 1ª Parte
Para que possamos compreender um pouco mais do assunto, é necessário 
entender que o dever de prestar alimentos a alguém está disciplinado nos Artigos 
1.696 e 1.697 do Código Civil.
Código Civil
Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e 
filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais 
próximos em grau, uns em falta de outros.
Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, 
guardada a ordem de sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim 
germanos como unilaterais.
Sobre a concessão de benefício assistencial, o Estatuto do Idoso trata desse te- 
ma no Artigo 14.
Estatuto do Idoso
Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições econômicas 
de prover o seu sustento, impõe-se ao Poder Público esse provimento, no 
âmbito da assistência social.
Direito à Saúde
O idoso tem direito a uma atenção integral à sua saúde, por intermédio do 
Sistema Único de Saúde – SUS, incluindo a atenção especial às doenças que afetam 
preferencialmente os idosos.
Considerando sua peculiar situação, o idoso enfermo não pode ser obrigado a 
comparecer perante Órgãos Públicos, em qualquer hipótese. Se, realmente, for 
necessário esse comparecimento, o Estatuto estabelece duas possibilidades:
• A Repartição Pública deve promover o contato necessário com o idoso em sua 
residência;
• Se o interesse for do próprio idoso, ele poderá ser representado por procurador 
legalmente constituído.
O Poder Público tem o dever de fornecer aos idosos, de forma gratuita, medi-
camentos, especialmente os de uso contínuo, bem como próteses, órteses e outros 
recursos necessários ao seu tratamento, habilitação ou reabilitação.
Em relação aos Planos de Saúde, eles não podem fazer a cobrança de valores 
diferenciados em razão da idade se o beneficiário for um idoso.
Se o idoso estiver internado em estabelecimento de saúde, ou ainda, em 
observação, ele tem o direito a um acompanhante em tempo integral, segundo o 
critério médico.
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Tem o idoso o direito de optar pelo tratamento de saúde que reputar o mais 
adequado; contudo, se ele não estiver em condições de proceder a essa opção, ela 
será feita:
• Pelo curador, quando o idoso for interditado;
• Pelos familiares, quando o idoso não tiver curador ou ele não puder ser con-
tatado em tempo hábil;
• Pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e não houver tempo hábil 
para consulta a curador ou familiar;
• Pelo próprio médico, quando não houver curador ou familiar conhecido, caso 
em que deverá comunicar o fato ao Ministério Público.
Os órgãos de saúde, diante da suspeita ou constatação de violência contra 
idosos, devem realizar a notificação compulsória do constatado para os Órgãos 
Públicos para a adoção de medidas para reprimir o ocorrido.
Estatuto do Idoso
Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada 
contra idosos serão objeto de notificação compulsória pelos serviços 
de saúde públicos e privados à autoridade sanitária, bem como serão 
obrigatoriamente comunicados por eles a quaisquer dos seguintes órgãos:
I – autoridade policial;
II – Ministério Público;
III – Conselho Municipal do Idoso;
IV – Conselho Estadual do Idoso;
V – Conselho Nacional do Idoso.
Considera-se violência contra o idoso qualquer ação ou omissão praticada em lo-
cal público ou privado que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico.
A omissão do profissional ou estabelecimento de saúde em realizar as acima 
mencionadas comunicações acarreta a caracterização da infração administrativa 
prevista no Artigo 57 do Estatuto.
Estatuto do Idoso
Art. 57. Deixar o profissional de saúde ou o responsável por estabelecimento 
de saúde ou instituição de longa permanência de comunicar à autoridade 
competente os casos de crimes contra idoso de que tiver conhecimento:
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil 
reais), aplicada em dobro no caso de reincidência.
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UNIDADE Estatuto do Idoso – 1ª Parte
Direito à Educação, Cultura e Lazer
A idade não pode privar as pessoas do acesso à Educação, à cultura e ao lazer. 
Para tanto, o Estatuto estabelece o direito dos idosos a esses importantes elementos 
de nossa vida social.
Estatuto do Idoso
Art. 20. O idoso tem direito à educação, cultura, esporte, lazer, diver-
sões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condi-
ção de idade.
O Estatuto:
• Garante ao idoso a oportunidade de acesso à Educação, devendo o Poder Público 
promover e fomentar cursos especiais para os idosos, incluindo temas relativos às 
técnicas de comunicação, computação e outros avanços tecnológicos;
• Exige que o Poder Público apoie a criação de Universidades Abertaspara os 
idosos, incentivando a publicação de livros e periódicos cujo conteúdo e padrão 
sejam adequados a eles, considerando sua natural redução da capacidade visual.
O Estatuto estabelece, ainda, a necessidade de inserção nos currículos mínimos 
do ensino formal de conteúdos voltados para o processo de envelhecimento, 
respeito e valorização do idoso, visando à eliminação do preconceito contra eles 
em nossa sociedade:
Estatuto do Idoso
Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal 
serão inseridos conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, ao 
respeito e à valorização do idoso, de forma a eliminar o preconceito e a 
produzir conhecimentos sobre a matéria.
Em relação ao acesso à cultura e ao lazer, o Estatuto garante que o idoso tenha 
desconto de pelo menos 50% (cinquenta por cento) nos ingressos, bem como 
acesso preferencial aos locais desses eventos:
Estatuto do Idoso
Art. 23. A participação dos idosos em atividades culturais e de lazer será 
proporcionada mediante descontos de pelo menos 50% (cinquenta por 
cento) nos ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos e de 
lazer, bem como o acesso preferencial aos respectivos locais.
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Direito ao Trabalho
O direito de exercício de atividade profissional aos idosos foi uma proteção 
inserida pelo Estatuto do Idoso. A fim de assegurar esse direito, ele prevê a proibição 
de qualquer forma de discriminação e fixação de limites de idade para admissão de 
idoso em trabalho ou emprego, inclusive concursos públicos, salvo nos casos em 
que a natureza do cargo exigir.
Complementando essa disposição, o Estatuto determina, como critério de 
desempate de Concurso Público, a idade, dando preferência aos candidatos de 
idade mais elevada:
Estatuto do Idoso
Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou emprego, é 
vedada a discriminação e a fixação de limite máximo de idade, inclusive 
para concursos, ressalvados os casos em que a natureza do cargo o exigir.
Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em concurso público 
será a idade, dando-se preferência ao de idade mais elevada.
A própria Lei dispõe ser crime a conduta de obstar o acesso de alguém a cargo 
público, emprego ou trabalho por motivo de idade:
Estatuto do Idoso
Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) 
ano e multa:
I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de 
idade;
II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho;
[...]
Devem existir, na conformidade do Estatuto, outros instrumentos de concretização 
do direito do idoso ao trabalho, tais como o estímulo, por parte do Estado, na criação 
de programas de profissionalização especializados para idosos, levando em conta 
seus potenciais e habilidades para o exercício de atividades regulares e remuneradas.
Outro estímulo se relaciona à necessidade de haver preparação dos trabalhadores 
para a aposentadoria, com ao menos um ano de antecedência, para evitar um 
choque na passagem para essa nova fase da vida.
15
UNIDADE Estatuto do Idoso – 1ª Parte
O Poder Público deve, ainda, estimular as empresas privadas a contratarem 
empregados idosos.
Estatuto do Idoso
Art. 28. O Poder Público criará e estimulará programas de:
I – profissionalização especializada para os idosos, aproveitando seus 
potenciais e habilidades para atividades regulares e remuneradas;
II – preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, com antecedência 
mínima de 1 (um) ano, por meio de estímulo a novos projetos sociais, 
conforme seus interesses, e de esclarecimento sobre os direitos sociais e 
de cidadania;
III – estímulo às empresas privadas para admissão de idosos ao trabalho.
Direito à Previdência Social
Nas palavras de Uadi Lâmmego Bulos, a Previdência Social é: “[...] a instituição 
encarregada de prover as vicissitudes do trabalhador e de sua família, em casos de 
doença, invalidez, morte, idade avançada, gravidez e desemprego involuntário”1.
Ora, a própria criação da instituição “Previdência” teve, entre seus objetivos, 
amparar o trabalhador em idade avançada, bem como sua família.
Dessa forma, atendendo a essa finalidade da Previdência Social, o Estatuto 
consagrou o direito de o idoso se valer dos benefícios da Previdência, atendidos os 
requisitos para que isso ocorra.
Para a Previdência, o trabalhador contribui com parte de seu salário e, depois de 
aposentado, recebe um benefício que lhe garante a subsistência sem os rendimentos 
de seu antigo trabalho.
A Legislação garante o recebimento do benefício no momento devido, determi-
nando que, em caso de pagamento com atraso por culpa da Previdência Social, o 
valor deverá ser devidamente atualizado.
Estatuto do Idoso
Art. 29. Os benefícios de aposentadoria e pensão do Regime Geral da 
Previdência Social observarão, na sua concessão, critérios de cálculo que 
preservem o valor real dos salários sobre os quais incidiram contribuição, 
nos termos da legislação vigente.
Parágrafo único. Os valores dos benefícios em manutenção serão 
reajustados na mesma data de reajuste do salário-mínimo, pro rata, de 
acordo com suas respectivas datas de início ou do seu último reajustamento, 
com base em percentual definido em regulamento, observados os critérios 
estabelecidos pela Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991.
1 Curso de direito constitucional. 9.ed. São Paulo: Saraiva, 2015. p.1294.
16
17
Direito à Assistência Social
A Assistência Social, diversamente da Previdência, tem por destinatários todos 
os necessitados.
O Estatuto garante às pessoas idosas o pagamento de um benefício assistencial 
mensal, desde que atendidos os seguintes requisitos:
• O idoso deve ser maior de 65 anos;
• Não possuir meios suficientes para a sua subsistência;
• Sua família não ter condições de prover a sua subsistência.
Estatuto do Idoso
Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não 
possuam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por 
sua família, é assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, 
nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS.
Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família 
nos termos do caput não será computado para os fins do cálculo da renda 
familiar per capita a que se refere a LOAS.
Direito À Habitação
Quanto ao direito do idoso à habitação, o Estatuto estabelece uma escala de 
preferências, ficando certo que o idoso tem direito à moradia digna, sempre que 
possível no seio da família natural ou substituta, ou desacompanhado de seus 
familiares, quando assim o desejar.
Estatuto do Idoso
Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural 
ou substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o 
desejar, ou, ainda, em instituição pública ou privada.
Dentro desse esforço de dar dignas moradias aos idosos, o Estatuto apresenta 
algumas regras a serem observadas nos programas habitacionais públicos ou 
subsidiados com recurso público. Nesses programas habitacionais, o Estado deve:
• Dar prioridade aos idosos para aquisição de imóveis para a moradia própria;
• Reservar pelos menos 3% (três por cento) das unidades residenciais para seu 
atendimento aos idosos;
• Implantar equipamentos urbanos comunitários voltados aos idosos;
• Eliminar as barreiras arquitetônicas e urbanísticas, para garantir a acessibilidade 
ao idoso;
17
UNIDADE Estatuto do Idoso – 1ª Parte
• Estabelecer critérios de financiamento compatíveis com os rendimentos de 
aposentadorias e pensões.
Não sendo possível atender às preferências de habitação do idoso com ou sem 
sua família, quando assim desejar, deve ser garantida a moradia em instituição 
pública ou privada.
Essa alternativa somente deve ser usada caso o idoso não possa habitar em 
residência própria e não possua grupo familiar que lhe acolha.
Direito ao Transporte
O Estatuto confere aos idosos vários direitos que lhe possibilitam o seu transporte, 
de forma compatível com as suas necessidades,sendo que as prescrições podem 
ser divididas da seguinte forma:
• Sobre o transporte coletivo urbano e semiurbano;
• Sobre o transporte coletivo interestadual.
Transporte Coletivo Urbano e Semiurbano
No caso do transporte coletivo urbano e semiurbano, o Estatuto assegura aos 
idosos maiores de 65 anos o transporte gratuito, bastando que apresentem qualquer 
documento pessoal que faça prova de sua idade. 
Essa disposição, praticamente, acaba por repetir o preceito constitucional 
estabelecido no § 2º do seu Artigo 230.
Constituição Federal
Art. 230 [...]
§ 2º - Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos 
transportes coletivos urbanos.
Importante salientar que esse benefício não se estende aos transportes que 
prestam serviço seletivo e especial, quando executados paralelamente aos servi-
ços regulares.
Além da gratuidade, devem ser reservados 10% (dez por cento) dos assentos 
para os idosos, com a devida identificação de ocupação preferencial.
E os idosos com idade entre 60 e 65 anos, não têm direito a essa gratuidade?
O Estatuto, seguindo praticamente o que dispõe a Constituição Federal, somente 
assegura a gratuidade no transporte coletivo urbano ou semiurbano aos idosos 
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maiores de 65 anos; contudo, estabelece a possibilidade de extensão desse direito 
aos idosos de idade entre 60 e 65 anos, sendo que, para tanto, deve haver uma Lei 
local que trate desse assunto.
Estatuto do Idoso
Art. 39
§ 3º No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre 60 (sessenta) 
e 65 (sessenta e cinco) anos, ficará a critério da legislação local dispor 
sobre as condições para exercício da gratuidade nos meios de transporte 
previstos no caput deste Artigo.
No caso de transporte intermunicipal, a competência para tratar desse assunto é 
dos estados. Como exemplo do exercício dessa competência, temos a Lei Estadual 
Paulista n.º 15.179/13, da qual destacamos o seguinte:
Lei Estadual n.º 15.179/13
Artigo 1º - Fica garantida às pessoas idosas, maiores de 60 (sessenta) 
anos, a gratuidade no serviço intermunicipal de transporte coletivo de 
passageiros de característica rodoviária convencional, até o limite de 2 
(dois) assentos por veículo.
§ 1º - Para ter acesso à gratuidade, o beneficiário deverá:
1 - solicitar reserva de assento com no mínimo 24 (vinte e quatro) horas 
de antecedência, contadas do horário previsto para a partida do veículo;
2 - apresentar documento de identidade.
§ 2º - Os prestadores de serviço de que trata esta lei deverão reservar e 
manter, em todos os horários, 2 (dois) assentos por veículo, devidamente 
identificados, em local que permita fácil acesso para o embarque e o 
desembarque dos idosos.
[...]
Se o transporte coletivo não ultrapassar os limites do município, a Lei local 
deve ser municipal. Como exemplo, temos a Lei n.º 189/03, do município 
pernambucano de Jaboatão de Guararapes, da qual destacamos o seguinte trecho:
Lei Municipal n.º 189/03
Art. 1º Fica instituído o Direito de acesso gratuito aos meios de transporte 
coletivo municipais aos maiores de sessenta anos se do sexo feminino e 
de sessenta e cinco anos se do sexo masculino e aos deficientes em geral.
Parágrafo Único - A gratuidade instituída no caput deste Artigo se destina 
exclusivamente aos residentes no município do Jaboatão dos Guararapes, 
nas condições ali descriminadas.
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UNIDADE Estatuto do Idoso – 1ª Parte
Transporte Interestadual
Quanto ao transporte coletivo interestadual, o Estatuto prevê que as empresas 
façam reserva de duas vagas gratuitas aos idosos com renda inferior a dois salários 
mínimos, bem como o desconto mínimo de 50% (cinquenta por cento) aos demais 
idosos com renda inferior a dois salários mínimos, que excederem as vagas gratuitas.
Estatuto do Idoso
Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual observar-se-á, nos 
termos da legislação específica:
I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com renda 
igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos;
II – desconto de 50% (cinquenta por cento), no mínimo, no valor das 
passagens, para os idosos que excederem as vagas gratuitas, com renda 
igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos.
Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes definir os mecanismos 
e os critérios para o exercício dos direitos previstos nos incisos I e II.
Outras Disposições sobre Transportes
O Estatuto prevê ainda:
• A necessidade de prioridade e segurança para os idosos no embarque e 
desembarque nos veículos de transporte coletivo;
• A reserva para os idosos de 5% (cinco por cento) das vagas nos estacionamentos 
públicos e privados, as quais deverão ser posicionadas de forma a garantir a 
melhor comodidade a eles.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Constituição Federal
https://goo.gl/HwJ1Q
Estatuto do Idoso, Lei n.º 10.741/03
https://goo.gl/bLddT
Decreto n.º 5.934/06
Regulamenta o Artigo 40 do Estatuto do Idoso, que trata do acesso do idoso ao 
transporte coletivo interestadual.
https://goo.gl/tdHFXy
Lei Estadual Paulista 15.179/13
Trata no âmbito do estado de São Paulo, do acesso do idoso ao transporte coletivo 
intermunicipal.
https://goo.gl/hQ1NZM
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UNIDADE Estatuto do Idoso – 1ª Parte
Referências
ARAÚJO, Luiz Alberto David; NUNES JÚNIOR, Vidal Serrano. Curso de Direito 
Constitucional. 18.ed. São Paulo: Verbatim, 2014.
BULOS, Uadi Lâmmego. Curso de Direito Constitucional. 9.ed. São Paulo: 
Saraiva, 2015.
LEMBO, Cláudio. A pessoa: seus direitos. Barueri: Manole, 2007.
MORAES, Alexandre de. Direitos humanos fundamentais: teoria geral, comen-
tários aos arts. 1º ao 5º da Constituição da República Federativa do Brasil, doutrina 
e jurisprudência. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2003 (Coleção temas jurídicos).
PINHEIRO, Naide Maria (org.). Estatuto do idoso comentado. Campinas: 
Servanda, 2012.
SARLET. Ingo Wolfgang. Dignidade da Pessoa Humana e Direitos Fundamen-
tais na Constituição Federal de 1988. 3.ed. Porto Alegre: Livraria do Advoga-
do, 2004.
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