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Prematuridade e TPP 1 Prematuridade e TPP PREVALÊNCIA 5 REVISÃO Considerada quando o RN tem menos de 37 semanas completas de gestação, contadas a partir do primeiro dia do último período menstrual. Prematuridade tardia: entre 34 semanas e 36 semanas e 6 dias. Prematuridade precoce: até 33 semanas e 6 dias. Prematuridade extrema: entre 22 semanas e 27 semanas e 6 dias. A prematuridade eletiva decorre de intercorrências obstétricas e/ou fetais que justifiquem a interrupção antes do termo. A prematuridade espontânea é multifatorial e ocorre na vigência do TP prematuro. O TPP pode ocorrer por sobredistensão uterina (polidramnia, gemelaridade), RPMO, alterações endócrinas que causem aumento da contratilidade uterina, placenta prévia, DPP, incompetência istmo-cervical, malformações uterinas ou miomas múltiplos ou volumosos e infecções. Os fatores de risco incluem: Fatores anatômicos: Uterinos: miomatose ou malformações uterinas. Cervicais: colo curto 25mm. A média do comprimento é de 40mm antes de 22 semanas, 35mm entre 22 e 32 semanas e 30mm após 32 semanas. Gestação múltiplas. Polidramnia. Estresse e ansiedade: podem desencadear alterações hormonais, entre elas a liberação de ocitocina pela hipófise posterior, o que culmina nas contrações uterinas. Drogas: tabaco, cocaína, álcool, … Infecções sistêmicas e ISTs. Prematuridade e TPP 2 História prévia de prematuridade: principal fator de risco e necessita de um acompanhamento mais atento da gestante. 💡 No segundo trimestre, preconiza-se a avaliação ultrassonográfica TV do comprimento do colo uterino em todas as gestantes entre 20 e 24 semanas, no momento da ultrassonografia morfológica. Se houver suspeita de encurtamento do colo uterino em IG mais precoce, pode- se realizar a partir de 16 semanas. O diagnóstico do TPP é feito a partir de: Atividade uterina: 4 contrações em 20 minutos 2 a cada 10ʼ) ou 8 contrações em 60 minutos. RPMO visualização de LA no exame especular e/ou teste da cristalização ou da nitrazina. Alterações cervicais: dilatação cervical 2cm ou apagamento cervical 80%, com progressão na reavaliação. As complicações neonatais mais comuns incluem síndrome do desconforto respiratório, hemorragia intracraniana, enterocolite necrosante e sepse. Em relação à prenvenção, podemos adotar algumas medidas como: Interrupção do uso de álcool, cigarro e drogas. Repouso se gestação gemelar. Uso de progesterona via vaginal para casos de colo curto e/ou história de prematuridade anterior ou, ainda, nas pacientes submetidas à cerclagem terapêutica ou de emergência. 200mg via vaginal ao se deitar. Tratamento de infecções vaginais, urinárias e bacteriúria assintomática. Cerclagem uterina, se incompetência istmo cervical. Cerclagem eletiva: indicada se histórico de uma ou mais perdas fetais no segundo trimestre da gestação, na ausência de TP OU antecedente de cerclagem por dilatação assintomática do colo uterino no segundo trimestre da gestação. Prematuridade e TPP 3 Deve ser realizada antes da cervicodilatação: entre 12 e 16 semanas de gestação. Cerclagem terapêutica: indicada se histórico de TPP 34 semanas e colo uterino 25mm em USTV entre 16 e 24 semanas. Não deve ultrapassar as 24 semanas de gravidez (deve ser feito antes). Cerclagem de urgência: indicada se dilatação assintomática do colo uterino e membranas ovulares protrusas através do canal cervical. Não deve ultrapassar as 24 semanas de gravidez. A conduta depende da IG. A conduta geral inclui internação, repouso relativo, avaliação da vitalidade fetal, USG para avaliação do peso fetal estimado/apresentação fetal/presença de malformações/ILA/perfil biofísico fetal, rastreio infeccioso, tocólise entre 24 e 34 semanas para realização da corticoterapia. Se IG 34 semanas, o parto é conduzido normalmente com profilaxia para estreptococo do grupo B. Se IG 24 semanas, informar a família sobre prognóstico reservado. Se IG entre 24 e 34 semanas, retardar o parto com tocólise e administrar corticóide para maturação pulmonar, profilaxia de hemorragia intraventricular e enterocolite necrosante. Tocólise: indicada para IG entre 24 e 34 semanas. Deve ser avaliada de acordo com a tabela a seguir: PARÂMETROS PONTUAÇÃO 0 1 2 Posição do colo Posterior Intermediário Centralizado Apagamento cervical Imaturo 30 a 50% 50% Dilatação cervical Ausente 2 a 4cm 4cm Altura de apresentação Alta (móvel) Média (fixa) Baixa Bolsa amniótica Não formada Formada Herniada Contrações 1/hora 1/10 /̓15ʼʼ 2/10 /̓25ʼʼ Prematuridade e TPP 4 Se pontuação: 5 sem risco de TP iminente, não inibir. 6 a 9 risco iminente de TP, inibir. 10 TP em evolução, não inibir pois não é efetivo. A tocólise é contraindicada se: óbito fetal, malformações fetais incompatíveis com a vida, sofrimento fetal, pré-eclâmpsia grave ou eclâmpsia, hemorragia materna com instabilidade hemodinâmica, corioamnionite, RPMO e contraindicação às drogas tocolíticas. Como opções de drogas tocolíticas, temos: Terbutalina: classe C. Prolonga a gestação por 48h. Deve ser evitada por apresentar alto risco de hipotensão, isquemia miocárdica e edema agudo de pulmão. Diluir 5 ampolas de terbutalina 1 amp 0,5mg) em 500mL de SG 5%. Ataque: 10 gotas/minuto EV, aumentando 10 gotas/minutos de 20/20minutos até cessar as contrações (máximo de 80 gotas/minuto). Manutenção: manter a dose capaz de cessar as contrações por 24h, diminuindo 10 gotas de 20/20 minutos até a suspensão total. Indometacina: classe B. Contraindicado em disfunção renal ou hepática materna, úlcera péptica ativa, oligodramnia, IG 32 semanas por mais de 48h (risco de fechamento do ducto arterioso). Ataque: 50mg via retal (supositório) ou 50 100mg VO. Manutenção: 25 a 50mg 4/4h por 48h (não ultrapassar 200mg/24h). Bloqueador do canal de cálcio (nifedipino): classe C. Melhor escolha. Pode cursar com cefaleia e hipotensão. Contraindicado em casos de hipotensão e ICC. Ataque: 10mg a cada 20 minutos ou 30mg VO DU. Manutenção: 20mg 6/6h por até 48h. Prematuridade e TPP 5 Bloqueador do receptor de ocitocina (atosiban): alto custo, poucos efeitos colaterais. Ataque: 1 amp 0,9mL EV em 1 minuto. Manutenção: 2 amp 5mL 90mL SG 5% em BIC a 24mL/h por 3 horas, correndo 28mL restantes a 8mL/h. Caso haja contrações persistentes, realizar 2 ampolas 5mL 90mL SG5% em BIC durante 12h e 30min, podendo repetir o esquema até 48h após o início da dose de ataque. Corticoterapia: indicada entre 24 e 34 semanas. O efeito máximo inicia-se após 24h e persiste por 7 dias. Não deve ser realizado se houver infecção materna ou DM descompensado. Esquemas: Betametasona 12mg IM 1x/dia por 2 dias. Dexametasona 6mg IM 12/12h por 2 dias. Profilaxia para GBS a infecção neonatal pode ser precoce (primeiros 7 dias — desconforto respiratório, apneia, sinais de sepse) ou tardia 7 a 12 semanas — meningite, bacteremia sem foco aparente, artrite séptica, onfalite e osteomielite). A profilaxia está indicada em todos os casos de TPP, a menos que tenha ocorrido o rastreio negativo há, no máximo, 5 semanas. Esquema: Recomendado: penicilina G cristalina 5 milhões UI EV seguido de 2,5 milhões UI EV 4/4h até o parto. Alternativa: ampicilina 2g IV seguido de 1g IV 4/4h ou 2g IV 6/6h até o parto. Se alérgico a penicilina: clindamicina 900mg IV 8/8h até o parto ou vancomicina 1g IV 12/12h até o parto. Neuroproteção: o sulfato de magnésio é utilizado como profilaxia da paralisia cerebral do prematuro. Entre os critérios de utilização, se encontra IG 32s e TPP iminente em 24h. Esquema: Prematuridade e TPP 6 Ataque: sulfato de magnésio 10% 4g EV 4 amp EV lento 20 minutos). Manutenção: sulffato de magnésio 50% 1g/h 5 amp SG5% 450mL. Preparar gluconato de cálcio 10% 10mL água destilada 10mL como antídoto em caso de intoxicação pelo sulfato de magnésio. Interromper se: o parto deixar de ser iminente, se o uso tiver sido feito por 24h, diurese 25mL/h, FR 16irpm ou abolição de reflexos profundos.
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