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Definição: inicio do trabalho de parto entre 22 e 36 semanas e 6 dias o Se ocorrer após as 37 semanas -> TP a termo o Se ocorrer < 22 semanas -> aborto • Trabalho de parto: pelo menos 3 contrações de intensidade moderada com no mínimo de 30 a 40 seg de duração e dilatação > 2 cm e esvaecimento > 50%. Paciente com 32 semanas queixando-se de contrações: devemos tirar a história da paciente e perguntar principalmente fatores de risco ou causas de TPP. Além disto, devemos antes de tudo, pegar o cartão de pré-natal e recalcular a IG (pela DUM e pelo US mais precoce). Fatores de Risco - Causas • Superdistensão uterina o Gestação gemelar o Polidrâmnio o Macrossomia fetal • TPP prévio em gestações anteriores • Infecção -> fator de risco mais importante e mais frequente. o Infecção vaginal (vaginose bacteriana, tricomoníase ou infecção pelo Strepto B). o Infecção urinária o Qualquer infecção bacteriana ou viral (otites, sinusites, conjuntivites, infecção dentária, pneumonia, endocardite, gastrite, Enterocolite). o Infecção por tuberculose o Infecções por DST • Diabetes Gestacional -> pela macrossomia fetal ou polidrâmnio • Doenças crônicas o DM1 ou DM2; Hipertensão Arterial-> pela vasculopatia o Anemias o Desnutrição o Doenças autoimunes (LES, SAF) o Trombofilias • Uso de drogas lícitas ou ilícitas o Tabagismo • RCIU -> pois terá vasculopatia associada • Incompetência Istmocervical o Dilata fácil; mais relacionada com aborto tardio, mas pode ser causa de TPP. • Tumores Intra ou Extrauterinos o Miomas o Cistos de ovários • Placenta prévia (como síndrome hemorrágica) • Malformações uterinas o Útero septado por exemplo o Útero bicorno o Útero didelfo • RPMO Nossa paciente referiu fumar 15 cigarros por dia e 1 cerveja por dia, o resto ela negou. Após a anamnese, devemos fazer o exame físico. Exame Físico • Exame Físico Geral • Exame Obstétrico o Medir a AU o Manobra de Leopold para localizar o dorso e ausculta o BCF o Dinâmica Uterina (10 min com a mão no útero e contar quantas contrações teve, sua duração e intensidade). o Exame especular (verificar se há leucorreia, indicando infecção vaginal). o Toque Vaginal bimanual Em nossa paciente o exame físico geral está normal, PA 110/80 mmHg; AU = 30 cm, BCF = 144 bpm e DU = 3 contrações de 40 seg em médio em 10 min, moderadas. Ao exame especular a paciente apresentava 1 leucorréia acinzentada e com mal odor. Ao TV o colo estava pérvio para 3 cm, com colo esvaecido 60%. Diagnósticos da nossa paciente: infecção vaginal compatível com vaginose bacteriana, TPP, RCIU e tabagismo. Devemos já avisar para a paciente que ela será internada por pelo 72 horas, mesmo que seja possível inibir o TPP em 24 horas (o tratamento será de 48 horas de medicação uterolíca para inibir e terá que ficar mais 24 horas em observação, somente após isto poderá ter alta). Pacote de exames da propedêutica complementar de TPP • Podemos pedir no PAGO ou quanto ela chegar para ser internada. • Para Triagem infecciosa: o Swab endovaginal e anal para pesquisa de Strepto B o Hemograma completo o Urina 1 e urocultura (bacteriúria assintomática pode levar TPP). o PCR o Sorologias para DSTs • Cardiotocografia • Mobilograma • PBF somente se a CTG não for tranquilizadora • US obstétrico com ILA o Nos ajudará a saber se o feto é RCIU ou não • Se a paciente tiver alguma outra patologia concomitante ou alguma alteração do exame físico, devemos solicitar propedêutica complementar relacionada com a doença/alteração. o Ex: ausculta pulmonar sugestiva de pneumonia -> TC de tórax; endocardite -> ECG, eco. Hemograma está normal, na urina 1 tem bacteriúria moderada; PCR está normal; US obstétrico com ILA mostrou que o feto tem IG de 32 semanas e está no percentil 15 (não é RCIU – entre p10 e p90 é normal, abaixo do p10 é restrito e acima de p90 é GIG, se pesa 4 kg ou mais é macrossômico). Tratamento (decorar) • Internar • Repouso (inclusive após alta, orientar a paciente; orientar que o repouso deve ser inclusive de atividade sexual, até pelo menos 37 semanas). • Tratar a causa o No caso da nossa paciente devemos tratar a vaginose bacteriana com metronidazol 500 mg VO de 12/12 horas pode 7 dias. o Usamos também o metronidazol creme vaginal (aplicar com aplicador a noite por 7 dias) para as leucorréias, porém no caso da nossa paciente não podemos usar por estar em TPP. o O exame de urina 1 em nossa paciente está alterado = bacteriúria moderada -> bacteriúria assintomática. Neste caso devemos usar Amoxicilina + clavulanato 500 mg VO de 8/8 horas por 7 dias. • Profilaxia para Strepto B o Penicilina Cristalina (5 milhões de UI EV de ataque e 2,5 milhões UI EV de 4/4 horas de manutenção) ou Ampicilina (2 g EV de ataque e 1 g EV 4/4 horas de manutenção) por 48 horas ou até o resultado do swab. • Uterolíticos para inibir o TPP – Tocolíticos (saber pelo menos as 4 primeiras porque a ultima já não é tão utilizada pelos efeitos colaterais na gestação). o 1. Atozibam ou Atozibana (padrão outro) ▪ Antagonista da ocitocina ▪ EV por gotejamento ▪ 1 dose de ataque e 2 etapas de manutenção ▪ Deve ser mantida por 45 horas ▪ Não tem efeitos colaterais importantes ▪ Muito cara, não é disponibilizada pelo SUS o 2. Nifedipina ▪ É um hipotensor ▪ Bloqueador de canal de cálcio ▪ Usada VO ▪ 30 mg VO de ataque -> reavalio a paciente depois de 20-30 min e se continuar com contrações + 20 mg VO de ataque; manter 20 mg VO de 8/8 horas de manutenção por 48 horas. ▪ Devemos tomar cuidado ao prescrever em paciente hipertensas (o feto de mãe hipertensa não está acostumado a PA muito baixas). o 3. Terbutalina (utilizado em hospitais do interior do SP) ▪ Beta 2 agonista ▪ Usada EV ▪ 10 ampolas em SF de 500 ml e colocar em gotejamento de 4 gotas por minuto. Se tiver efeitos colaterais, devemos diminuir para 2 gotas para minutos. Se não tiver efeitos colaterais e continuar com contrações, aumentamos o gotejamento para 6 gotas por minuto. ▪ Tem muitos efeitos colaterais: hipotensão, sudorese, taquicardia materna e fetal, aumento da FR materna e é hiperglicemiante (não podemos prescrever para pacientes com DM). o 4. Sulfato de Mg ▪ Inibe as terminações nervosas, diminuindo as contrações uterinas. ▪ 1 g EV/ hora por 48 horas ▪ Pode provocar parada cardiorrespiratória e oligúria -> usar ampola de gluconato de cálcio nestes casos (antagonista). o 5. Indometacina (não mais utilizada na prática) ▪ AINE ▪ VO ou Via retal ▪ Não é mais utilizada pois antiinflamatórios em geral estão contraindicados na gestação (diminui o LA podendo provocar oligoâmnio), além disso, a indometacina especificamente, pode provocar fechamento precoce do ducto arterioso, podendo levar a hipertensão pulmonar no feto. • Profilaxia do TPP para evitar que tenha outro quadro de TPP: o Progesterona micronizada 200 – 400 mcg por dia VO ou Vaginal até 37 semanas. ▪ Outras situações que podemos usar a progesterona desta forma - > antecedentes de TPP em gestações anteriores a partir de 20 semanas até as 37 semanas; ameaça de aborto; pacientes com útero hiperexcitável; diagnóstico ultrassonográfico de colo curto (colo < 2,5 cm entre 20 e 24 semanas; sempre ao solicitar o US morfológico, devemos também solicitar um USTV para medir o comprimento do colo). Se não tiver resultado satisfatório nas primeiras horas da inibição, fazer: o Corticoide – para acelerar a maturidade pulmonar ▪ Betametasona (padrão outro) 12 mg IM 2 doses com intervalo de 24 horas entre a primeira e a segunda dose de 26 a 34 semanas. ▪ Pode ser usada a Dexametasona o Sulfato de Mg -> fazer 4 horas antes do parto para neuroproteção ▪ 1 g EV/ hora 4 horas antes do parto ▪ Usado até 31-32 semanas (depois não tem efeito neuroprotetor).
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