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R4TI CAMILA CARVALHO 20/09/2017 INTRODUÇÃO A pneumonia comunitária (PAC) e a pneumonia hospitalar (PAH) são as principais causas de morbidade, hospitalizações, custos de cuidados de saúde e readmissões. Historicamente a pneumonia tem sido considerada uma infecção bacteriana, porém atualmente tanto a pneumonia viral como a coinfecção têm sido reconhecidas. Com o reconhecimento da coinfecção a perspectiva médica sobre as infecções do trato respiratório inferior têm mudado. EPIDEMIOLOGIA EPIDEMIOLOGIA As taxas relatadas de co-infecção viral e bacteriana variam de 10 a 68%. O pneumococo é o patógeno mais encontrado em PAC, porém estudos recentes sugerem que muitos casos têm detecção simultânea de vírus. Na UTI, Staphylococcus aureus, Legionella e bacilos Gram negativos, entre outros, continuam a desempenhar um importante papel causal. EPIDEMIOLOGIA A epidemiologia viral mudou muito nos últimos anos, sendo que 40% das PACs são causadas por vírus. A co-infecção bacteriana está bem descrita com a gripe em conjunto com S. aureus, S. pneumoniae, Haemophilus influenza e Streptococcus pyogenes. Além da gripe, outros vírus respiratórios são bem descritos como causas subjacentes de pneumonia, incluindo vírus respiratório sincicial (RSV), rinovírus, coronavírus, adenovírus, metapneumovírus humano e vírus parainfluenza EPIDEMIOLOGIA Um estudo prospectivo com 1024 pacientes hospitalizados com PAC e 759 controles assintomáticos foi realizado para avaliar a prevalência de vírus. Influenza, RSV, metapneumovírus humano, parainfluenza e coronavírus foram mais comuns em PAC entre todas as idades. Enquanto o rinovírus era mais comum em adultos e adenovírus eram mais comuns em crianças com PAC. Outro estudo com pctes com PAC em UTI também indentificou a presença de vírus e coninfecção, sendo o rinovírus e o adenovírus os mais comuns. EPIDEMIOLOGIA Quanto a pneumonia hospitalar (PAH), vários estudos confirmam a presença de vírus isolados como causadores e coinfecção viral – bacteriana. Uma das razões para o recente maior reconhecimento de infecções virais é o aumento da disponibilidade dos testes de identificação viral (amplificação de ác. Nucleicos e PCR). Apesar da maior identificação a dificuldade ainda existe em diferenciar colonização de infecção. Será que a identificação viral é um marcador de gravidade da doença ou a presença viral apresenta impacto clinicamente significativo no hospedeiro? A coinfecção é descrita como um fator de risco independente para admissão na UTI, gravidade da doença e mortalidade VIROSES ESPECÍFICAS INFLUENZA RINOVÍRUS VÍRUS SINCICIAL RESPIRATÓRIO CITOMEGALOVÍRUS INFLUENZA A gripe está associada a coinfecção bacteriana, cerca de 10% dos pctes que internam na UTI com infecção de via aérea inferior são secundárias à influenza. A fisiopatologia da coinfecção é multifatorial e se relaciona com mudanças na anatomia do pulmão, permitindo a invasão bacteriana, produção de fatores de virulência que facilitam a infecção bacteriana por interação direta com o sistema imune do hospedeiro e potencializando a virulência das bactérias. Um estudo prospectivo avaliou pctes críticos com influenza e encontrou coinfecção em 16,6%, sendo que a coinfecção foi identificada como fator de risco independente para a mortalidade RINOVÍRUS Rinovírus é a causa mais comum de IVAS e tem sido implicado como causa de exacerbações de DPOC e pneumonia em pctes imunocomprometidos. Em alguns estudos ele é relatado como vírus mais comum em pctes com PAC. Aproximadamente 10% dos pctes com IRespA na UTI tem teste positivo para rinovírus. Quanto à coinfecção, existe uma associação entre rinovírus e S. pneumoniae, H. influenzae, S. aureus e Moraxella catarhalis. VÍRUS SINCICIAL RESPIRATÓRIO Causa infecção principalmente em crianças, mas também é reconhecido como causa de pneumonia em adultos idosos e imunocomprometidos. Assim como a gripe, aparece em surtos sazonais e é detectado em 7% dos pctes adultos internados em UTI por IRespA. Está associado a S. pneumoniae, M. catarhalis e H. influenza; com a associação entre RSV e S. pneumoniae tão forte quanto a influenza, pelo menos entre as crianças. CITOMEGALOVÍRUS Infecção comum com período de latência e com risco de reativação. Interesse clínico principalmente em pctes imunocomprometidos, mas pode ter impacto clínico em pctes imunocompetentes admitidos na UTI. Historicamente a detecção de CMV nas vias aéreas era considerado marcador de doença grave e não infecção.No entanto o CMV leva a um estado imunossupressor no hospedeiro através da desregulação de células críticas, como natural killers e células T, o que pode resultar em maior suscetibilidade para infecções secundárias. A pneumonia por CMV é mais comum em pctes imunocomprometidos. As variadas apresentações, a frequência de detecção e o impacto imunossupressor do vírus resultaram em questões sobre se o CMV deve ser prevenido através de profilaxia ou tratado, se detectado. O citomegalovírus pode ser um fator de risco independente para morbidade e mortalidade entre os pacientes de UTI. a PATOGÊNESE PATOGÊNESE As coinfecções têm aumentado os níveis de PCR e pró-calcitonina. Existem muitos mecanismos de interação, incluindo danos nas vias aéreas induzidos pelo vírus, promovendo a aderência bacteriana, diminuindo a depuração mucociliar e prejudicando o sistema imunológico. Como muitos vírus podem danificar a camada epitelial das vias aéreas, isso pode aumentar a probabilidade de adesão ao trato respiratório e translocação bacteriana. Os vírus podem ainda causar desregulação de muitos componentes do sistema imunológico, tanto pró-inflamatórios quanto antiinflamatórios, promovendo ainda mais o crescimento bacteriano. PATOGÊNESE A a infecção bacteriana primária pode predispor a infecções virais, por alterar a facilidade com que os vírus podem se propagar e infectar no sistema respiratório, destacando ainda o potencial impacto do microbioma pulmonar. DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO A obtenção de um diagnóstico microbiológico definitivo de pneumonia bacteriana e/ou viral pode ser limitada. As culturas de escarro e os testes nasofaríngeos dependem da cooperação do paciente e da capacidade de expectoração versus a obtenção de amostras do trato respiratório inferior quando intubado. Existem várias metodologias potenciais como painéis moleculares baseados em patógenos que incluem múltiplos patógenos bacterianos e virais difíceis de cultivar. Esses painéis aumentam o rendimento dos testes tradicionais e simplificam os fluxos de trabalho microbiológicos, enquanto ainda fornecem resultados rápidos. DIAGNÓSTICO A utilização de biomarcador é um bom complemento para o diagnóstico. A PCR e a pró-calcitonina foram utilizadas p/ identificar infecções bacterianas, sendo que a pró-calcitonina mostrou potencial em identificar a coinfecção bacteriana em infecções virais primárias em pctes com infecção de via aérea inferior. Um estudo com pctes de UTI com infecção confirmada por H1N1 a procalcitonina foi estatisticamente significantemente maior naqueles com coinfecção e demonstrou uma sensibilidade de 84%, especificidade de 43%. MANEJO MANEJO O tratamento da pneumonia depende de antimicrobianos. O tratamento das patologias virais é muito mais restrito. Existem tratamentos para gripe, CMV e vírus sincicial respiratório, mas para o restante dos vírus o tratamento é apenas suportivo. Existe um interesse crescente em terapias adjuntas como corticoides para diminuir a resposta inflamatória, macrolídeos para efeitos imunomoduladores e fornecer imunoglobulinas, mas faltam evidências. RESULTADOS E PREVENÇÃO RESULTADOS E PREVENÇÃO A mortalidade da PAC varia em até 40% nos pctes da UTI. Na coinfecção pode haver maior gravidade da doença e diminuição da sobrevivência, além de também serem relatados maior nível de cuidados, maior tempo de permanência, maior taxa de SARA e mais complicações da terapia antimicrobiana. Vários estudos confirmam maior morbidade e mortalidade parapctes com coinfecção. Há outros riscos a considerar como a associação entre pneumonia e eventos cardíacos. Além disso, coinfecções estão associadas a exacerbações de doenças crônicas e risco de readmissão. RESULTADOS E PREVENÇÃO Com o crescente aumento das taxas de pneumonia a prevenção é fundamental. A modalidade principal de prevenção é a estratégia adequada de vacinação, principalmente contra influenza, H.influenza e S. pneumoniae. A detecção de vírus pode resultar em um melhor controle da infecção, diminuindo assim a disseminação nosocomial. CONCLUSÃO CONCLUSÃO A coinfecção bacteriana e viral é cada vez mais reconhecida como causa de pneumonia. A gama de possíveis agentes patogênicos e combinações resultantes é extensa, mas testes moleculares aprimorados permitiram maior detecção e, portanto, maior compreensão epidemiológica. Para o diagnóstico, além dos testes moleculares, a utilização de biomarcadores também ajuda a diagnosticar a coinfecção. O tratamento pode ser limitado em alguns cenários, mas o reconhecimento permite uma maior compreensão do prognóstico, tendo implicações na prevenção e controle de infecção e tendo ramificações importantes para iniciativas de saúde pública, como promoção de vacinação. OBRIGADA image1.jpeg image2.png image3.jpeg image4.png image5.jpeg image6.jpeg image7.jpeg image8.jpeg image9.png image10.jpeg image11.jpeg image12.jpeg image13.jpeg image14.jpeg
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