Buscar

572383

Prévia do material em texto

Etapa Ensino Médio
Conscientização e promoção dos direitos contra a violência
1º SÉRIE
Aula 03 – 4º Bimestre
Filosofia
Faça agora!
Humano 
adjetivo
1. do homem ou a ele relativo
2. bondoso, compassivo. 
Quando qualificamos uma pessoa como “humana”, o que você pensa? E o que você pensa quando se diz que uma pessoa ou grupo está sendo desumanizado? Na sua opinião, o que significa “desumanizar? 
Escreva as respostas no seu caderno e se solicitado pelo seu professor, socialize com a turma. 
Para começar
Conscientização e promoção dos direitos contra a violência
Identificar as contribuições da tradição filosófica para pensar o ser humano
Identificar o humano como base para pensar o processo de desumanização. 
Reconhecer as instituições democráticas como forma de superar situações de discriminação e violência e promover direitos de cidadania.
Conteúdo
Objetivos
EM13CHS503 – Identificar diversas formas de violência (física, simbólica, psicológica etc.), suas principais vítima, suas causas sociais, psicológicas e afetivas, seus significados e usos políticos, sociais e culturais, discutindo e avaliando mecanismos para combate-las, com base em argumentos éticos.
A investigação sobre o caráter do humano tem sido empreendida pela Filosofia, assim como pela Antropologia, Psicologia, Biologia entre outras ciências. As narrativas mitológicas e as religiões também se dedicaram para estabelecer uma compreensão do humano e o seu lugar no contexto no mundo entre os demais seres. 
 Filosofia e o Homem
Foco no conteúdo
Na história da Filosofia, diferentes filósofos abordaram o humano, a partir de reflexões acerca da natureza humana, da consciência moral, do conhecimento de si e do mundo, da experiência simbólica e dos ideais de justiça. Enfim, o humano e seus processos são temas centrais da Filosofia. Na abordagem do humano, pelo que ele se caracteriza, há diferentes teorias, como por exemplo, as  que consideram existir uma natureza humana que pode ser boa ou má e teorias como os  existencialistas que orientam para a impossibilidade de uma natureza humana.  
O homem é tão somente, não apenas como ele se concebe, mas também como ele se quer [...] O homem nada mais é do que aquilo que ele faz de si mesmo. (SARTRE, 1970, p. 10)
Foco no conteúdo
Também para H. Arendt não é possível definir uma essência humana: 
[...] A condição humana não é o mesmo que a natureza humana [...] É altamente improvável que nós, que podemos conhecer, determinar e definir a essência natural de todas as coisas que nos rodeiam e que não somos, venhamos a ser capazes de fazer o mesmo a nosso próprio respeito: seria como pular sobre nossa própria sombra. Por outro lado, as condições da existência humana – a própria vida, a natalidade e a mortalidade, a mundanidade , a pluralidade e o planeta Terra - jamais podem <<explicar>> o que somos [...] pela simples razão de que jamais nos condicionam de modo absoluto. (ARENDT, 1981, p.17, 18 e 19)
Foco no conteúdo
Para Aristóteles, o humano, se caracteriza pela necessidade de viver junto com seus iguais e pela expressão da razão (logos) que se manifesta na fala. Somente o humano é capaz de perceber e proferir discursos sobre o bem e o mal. 
A razão pela qual o homem, mais do que uma abelha ou um animal gregário, é um ser político em sentido pleno, é óbvia[...] só o homem, de entre todos os seres vivos possui a palavra. Assim, enquanto a voz indica prazer e sofrimento, e nesse sentido é também atributo de outros animais [...]o discurso por outro lado, serve para tornar claro o útil e o prejudicial e, por seguinte, o justo e o injusto. É que perante os outros seres vivos, o homem tem as suas peculiaridades: só ele sente o bem e o mal, o justo e o injusto; é a comunidade de sentimentos que produz a família e a cidade. (ARISTÓTELES, 1988, P.55)
Foco no conteúdo
Sem dúvida, os sons da voz (phone) exprimem a dor e o prazer; também a encontramos nos animais em geral; sua natureza lhes permite somente sentir a dor e o prazer e manifestar-lhes entre si. Mas o lógos é feito para exprimir o justo e o injusto. Este é o caráter distintivo do homem face a todos os outros animais: só ele percebe o bem e o mal, o justo e o injusto, e os outros valores; é a posse comum desses valores que faz a família e a cidade. 
ARISTÓTELES. A política. São Paulo: Nova Cultural, 1987 (adaptado). 
ENEM 2020
Na prática
Para o autor, a característica que define o ser humano é o lógos, que consiste na 
(A) evolução espiritual da alma. 
(B) apreensão gradual da verdade. 
(C) segurança material do indivíduo. 
(D) capacidade racional de discernir. 
(E) possibilidade eventual de transcender
Na prática
Para o autor, a característica que define o ser humano é o lógos, que consiste na 
Correção
(A) evolução espiritual da alma. 
(B) apreensão gradual da verdade. 
(C) segurança material do indivíduo. 
(D) capacidade racional de discernir. 
(E) possibilidade eventual de transcender
Na prática
A busca pelo que é o humano, ao longo do tempo, acabou servindo para estabelecer modelos ideias e ideologizados de ser humano. Nesse contexto, certos movimentos ideológicos serviram-se de modelos de ser humano para justificar invasões, exclusão, escravidão e até o genocídio. 
A desumanização pode ocorrer de vária formas e há diversos exemplos sobre o processo de desumanização como na escravização no mundo grego, o tráfego negreiro, a colonização da África, Ásia e América, os campos de concentração e extermínio de judeus, ciganos, Testemunhas de Jeová, entre outros grupos humanos, pelos nazistas. 
 Discriminação e violência
Foco no conteúdo
A desumanização também ocorre quando se atribui a pessoas e grupos humanos a ideia de ser “diferente”, por seu sexo, por sua cor, tipo físico, entre outras características distintas de um determinado modelo de ser humano. Essa condição pode levar àqueles que se identificam ao padrão a se sentirem autorizados, a marginalizar, constranger e submeter aqueles que não atendem ao modelo. Essa condição de desumanização de pessoas e grupos, construída historicamente, tem promovido barreiras de expressão e participação na vida social, de forma a restringir a liberdade e o processo de fazer-se como se quer. 
 Discriminação e violência
Foco no conteúdo
A opressão voltada para alguns grupos se relaciona com processos de desumanização. Em geral a perseguição ou a marginalização por questões étnico-raciais, de gênero, entre outras, contraria a compreensão da diversidade como uma condição da humanidade.
Nas democracias, há a possibilidade de organização para lutar contra a discriminação e acessar instrumentos de representação e cidadania. Entre os instrumentos de representação e atuação, temos, por exemplo, Conselhos voltados para a promoção da cidadania.
 Discriminação e violência
Foco no conteúdo
No Estado de São Paulo, no âmbito da Secretaria de Justiça e Cidadania, os Conselhos atuam para enfrentar a discriminação e para a promoção dos Direitos Humanos.
Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Nordestina de São Paulo (COPANE) tem como principal objetivo o enfrentamento da discriminação, assim como a conscientização e a divulgação das tradições e dos costumes do povo nordestino.
Defesa de direitos
Foco no conteúdo
O Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de São Paulo (CPDCN) tem como objetivo desenvolver estudos relativos à condição da comunidade negra e propor medidas que visem à defesa dos seus direitos, eliminação das discriminações e plena inserção na vida socioeconômica, política e cultural.
O Conselho Estadual da Condição Feminina tem como objetivo a defesa dos direitos da mulher, a eliminação das discriminações, atuar contra a violência contra a mulher, assim como promover a participação da mulher em todos os setores da atividade social.
Defesa de direitos
Foco no conteúdo
Além dos Conselhos mencionados, a Secretaria de Justiça do Estado de São Paulo abriga e colabora com os ConselhosEstaduais dos Direitos da População de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, dos Povos Indígenas e de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana.
Defesa de direitos
Foco no conteúdo
O homem é tão somente, não apenas como ele se concebe, mas também como ele se quer [...] O homem nada mais é do que aquilo que ele faz de si mesmo. 
Mediados pelo professor, discuta com seus colegas o conteúdo do excerto da obra de Sartre “O existencialismo é um humanismo”.
Em seguida, em parceria com os seus colegas, redija um argumento sobre como a participação em instituições democráticas e ações de cidadania têm o potencial de nos formar para sermos o que queremos ser, sem ser oprimidos por não seguir um padrão.
Virem e trabalhem
Aplicando
A abordagem do ser humano pela tradição filosófica (Aristóteles, Sartre e Hannah Arendt)
Como a investigação do humano pode gerar o desumano
A importância de instituições democráticas para superar situações de discriminação e violência.
O que aprendemos hoje?
Tarefa SP
Localizador: ID - 101123
Professor, para visualizar a tarefa da aula, acesse com seu login: tarefas.cmsp.educacao.sp.gov.br
Clique em “Atividades” e, em seguida, em “Modelos”.
Em “Buscar por”, selecione a opção “Localizador”.
Copie o localizador acima e cole no campo de busca.
Clique em “Procurar”. 
Videotutorial: http://tarefasp.educacao.sp.gov.br/
19
Slides 3 e 17- LEMOV, Doug. Aula nota 10: 49 técnicas para ser um professor campeão de audiência. Tradução: Leda Beck. Consultoria e revisão técnica: Guiomar N. de Mello e Paula Louzano. 2. ed. São Paulo: Da Prosa/Fundação Lemann, 2011.
Slide 3 – Humano. Disponível em: https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/humano 
Slide 5 E 17 – SARTRE, Jean-Paul. O Existencialismo é um Humanismo Jean-Paul Sartre Tradutora: Rita Correia Guedes. Paris, 1970. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5616157/mod_resource/content/1/O%20Existencialismo%20%C3%89%20Um%20Humanismo.pdf
Slide 6 - ARENDT, Hannah. A condição humana. Tradução de Roberto Raposo. Rio de Janeiro: Forense –Universitária; Rio de Janeiro: Salamandra; São Paulo: Ed. Da Universidade de São Paulo, 1981.
Referências
Slide 7 - ARISTÓTELES. A Política. Trad. Antônio Campelo Amaral e Carlos Gomes. Lisboa: Vega, 1988.
Slides 8 e 9 - ENEM 2020 - 2ª aplicação CH - 1° dia | Caderno 1 - AZUL - Página 21. Disponível em: https://download.inep.gov.br/enem/provas_e_gabaritos/2020_PV_reaplicacao_PPL_D1_CD1.pdf 
Slide 14, 15 e 16 – Secretaria de Justiça e Cidadania – Conselhos. Disponível em: https://justica.sp.gov.br/# Data de Acesso: 02 ago. 2023.
SÃO PAULO. Currículo Paulista: etapa ensino médio. Organização: Secretaria da Educação. Coordenadoria Pedagógica: União dos Dirigentes Municipais de Educação do Estado de São Paulo – UNDIME. São Paulo: SEDUC, 2020
Referências
Lista de imagens e vídeos
Slides 3 e 18 – Marcelo Ortega/@ortega_alemao
Referências

Continue navegando