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Livro Digital Aula 07 – Tópicos de gramática II ENEM – 2020 Professora Celina Gil Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 2 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br Sumário Apresentação .................................................................................................................................... 4 1 – Frase, oração e período .................................................................................................... 4 2 – Termos Essenciais ............................................................................................................. 5 2.1 - Sujeito ........................................................................................................................................ 6 Sujeito simples .................................................................................................................................................................. 7 Sujeito composto .............................................................................................................................................................. 7 Sujeito oculto .................................................................................................................................................................... 8 Sujeito indeterminado ...................................................................................................................................................... 8 Sujeito inexistente ............................................................................................................................................................. 9 2.2 – Predicado ................................................................................................................................ 10 Predicado Nominal ......................................................................................................................................................... 10 Predicado Verbal............................................................................................................................................................. 12 Predicado Verbo-nominal ............................................................................................................................................... 13 3 – Termos Integrantes ........................................................................................................ 14 3.1 – Complemento verbal .............................................................................................................. 14 Objeto Direto .................................................................................................................................................................. 14 Objeto Indireto ................................................................................................................................................................ 14 3.2 – Agente da Passiva .................................................................................................................. 16 3.2 – Complemento Nominal........................................................................................................... 17 4 – Termos Acessórios .......................................................................................................... 19 4.1 – Adjunto adnominal ................................................................................................................. 19 4.2 – Adjunto adverbial ................................................................................................................... 21 4.3 – Aposto ..................................................................................................................................... 23 4.4 – Vocativo .................................................................................................................................. 24 5 – Significado dos conectivos .............................................................................................. 24 5.1 – Significado das Preposições.................................................................................................... 24 Preposição “a” ................................................................................................................................................................ 26 Preposição “de” .............................................................................................................................................................. 26 Preposição “em” ............................................................................................................................................................. 26 Preposição “com” ........................................................................................................................................................... 26 Preposição “contra” ........................................................................................................................................................ 26 Preposição “para” ........................................................................................................................................................... 26 Preposição “por” ............................................................................................................................................................. 26 Preposição “sobre” ......................................................................................................................................................... 26 5.2 – Significado das conjunções ..................................................................................................... 27 Conjunções coordenativas .............................................................................................................................................. 27 Conjunções subordinativas ............................................................................................................................................. 27 6 – O Período e sua construção ............................................................................................ 29 6.1 – Orações coordenadas ............................................................................................................. 30 Orações coordenadas sindéticas .................................................................................................................................... 30 Orações coordenadas assindéticas ................................................................................................................................. 32 6.2 – Orações subordinadas ............................................................................................................ 33 Orações subordinadas substantivas ............................................................................................................................... 33 Orações subordinadas adjetivas ..................................................................................................................................... 34 Orações subordinadas adverbiais ................................................................................................................................... 35 Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 3 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br 7 – Exercícios ........................................................................................................................ 37 7.1 – Já caiu no ENEM ..................................................................................................................... 38 7.2 – Outros vestibulares ................................................................................................................. 44 7.3 – Gabarito ..................................................................................................................................72 7.4 – Questões comentadas ............................................................................................................ 73 Considerações finais ........................................................................................................... 129 Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 4 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br Apresentação Caro aluno, Vamos continuar nossos tópicos de gramática para o ENEM. Como dissemos anteriormente, essa é uma parte do português com menor destaque no ENEM. Mas não é por isso que você deve deixar de aprendê-la. Ela é importante para várias questões e é fundamental para sua redação. Na aula de hoje, veremos a parte de análise sintática – a temida! Mas não se preocupe! Vamos passo a passo para que você não tenha dificuldades. Vamos lá? 1 – Frase, oração e período Antes de analisar em detalhes nos termos em si, vamos pensar primeiro nas três maneiras que uma mensagem pode se organizar: frase, oração e período. Frase é toda organização de palavras que fizer sentido, ou seja, um enunciado completo em si mesmo. Esse enunciado pode ou não conter um verbo. Ex.: - Silêncio! (frase sem verbo) - Cheguei cedo no trabalho hoje. (frase com verbo) Oração é um enunciado que contém, obrigatoriamente, uma forma verbal (verbo ou locução verbal). Essa forma verbal pode estar implícita ou explícita. Ex.: - Estou muito bem! (oração com verbo explícito) - Tenho andado distraído. (oração com locução verbal explícita) - Maria nadou à tarde / e João à noite. (oração com verbo implícito: João [nadou] à noite) Período é um enunciado composto de uma ou mais oração, ou seja, de construções que contém um ou mais de um verbo/forma verbal. Quando contém apenas um verbo, é chamado de período simples; quando contém dois ou mais verbos, é chamado de período composto. Ex.: - A menina dormia profundamente. (período simples: um só verbo) - Você sabe que eu só quero seu bem. (período composto: dois ou mais verbos) Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 5 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br ATENÇÃO: Isso significa que toda oração é uma frase? E que todo período também? Sim! Por isso, frase é o termo a que nos referimos genericamente a qualquer enunciado dotado de sentido. Vamos pensar primeiro nos períodos simples. A estrutura de um período simples é formada por termos que desempenham diferentes funções. Esses termos se dividem em três: termos essenciais, termos integrantes e termos acessórios. Vamos ver cada um mais detalhadamente. 2 – Termos Essenciais São chamados termos essenciais os responsáveis pela estrutura básica de uma oração. São dois os termos essenciais: sujeito e predicado. Essencialmente, segundo Celso Cunha (2017): Sujeito é o ser sobre o qual se faz uma declaração. Predicado é tudo aquilo que se diz do sujeito. Normalmente, as frases apresentam ordem direta, isso é, primeiro aparece o sujeito e depois o predicado: Ex.: Marcela ganhou o campeonato. Predicado Sujeito Período Frase organizada em uma ou mais orações. Pode ser simples (uma só oração) ou composto (duas mais orações). Oração Declaração que se faz por meio de um verbo. Verbo pode ou não estar expresso. Frase Enunciados de sentido completo. Formadas de uma ou mais palavras, com ou sem verbo. Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 6 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br Por vezes, as frases podem apresentar ordem indireta, ou seja, o predicado aparece antes do sujeito: Ex.: Pediram desculpas os alunos. Sujeito Predicado Vamos ver melhor cada um deles a seguir. 2.1 - Sujeito Define-se sujeito como o termo da oração com o qual o verbo concorda, ou seja, o sujeito é o termo que está no mesmo número (singular ou plural) e pessoa (1ª, 2ª ou 3ª) que o verbo. Ex.: Antonio Candido escreveu muitos livros. “escreveu” é verbo na 3ª pessoa do singular. “Antonio Candido” é sujeito. Esse substantivo é um nome próprio, masculino, na 3ª pessoa do singular. Nós iremos ao cinema mais tarde. “iremos” é verbo na 1ª pessoa do plural. “Nós” é sujeito. Esse pronome está na 1ª pessoa do plural. Um sujeito pode aparecer em diversos tipos. Pode ser simples, composto, oculto ou indeterminado. Há ainda a possibilidade de aparecerem orações sem sujeito. Muito da análise do tipo de sujeito está ligada ao conceito de núcleo. Observe a seguinte frase: A bela modelo brasileira do Rio Grande do Sul ficou muito famosa nos anos 1990. O sujeito dessa oração é “A bela modelo brasileira do Rio Grande do Sul”. Para descobrir o núcleo do sujeito é preciso procurar qual a palavra, dentre todas as compõe o sujeito, concorda com ficou e é central para essa frase. Encontrar o núcleo é encontrar qual a essência do termo, a informação mais importante. ficou verbo na 3ª pessoa do singular. Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 7 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br O termo essencial para essa frase é o substantivo “modelo”. Essa é a informação mais importante do termo todo, portanto, esse é o núcleo do sujeito. O núcleo é o termo central, na qual se ligam outras palavras que a caracterizam de algum modo. É possível, portanto, que um sujeito tenha mais de um núcleo: Ex.: Eu e ele fomos ao cinema. fomos verbo na 1ª pessoa do plural. Os termos essenciais para essa frase são os pronomes “eu” e “ele”, que colocados juntos indicam 1ª pessoa do plural. Logo, aqui, há dois núcleos para o sujeito. Tendo essas possibilidades em mente, vamos ver os tipos de sujeito possíveis: Sujeito simples Define-se sujeito simples aquele que contém um núcleo apenas. Ex.: As meninas jovens estavam muito bonitas. “estavam” é verbo na 3ª pessoa do plural. “meninas” é núcleo do sujeito. Esse substantivo está na 3ª pessoa do plural. ATENÇÃO: Independe se a palavra está no plural ou no singular, se houver apenas um núcleo, o sujeito é simples. Sujeito composto Define-se sujeito composto aquele que contém dois núcleos ou mais. Ex.: A mãe, o pai e a filha almoçaram fora. “almoçaram” é verbo na 3ª pessoa do plural. “mãe, “pai” e “filha” são núcleos do sujeito. Juntos, indicam 3ª pessoa do plural. Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 8 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br Sujeito oculto Define-se sujeito oculto como aquele em que o sujeito não está indicado textualmente. Nesses casos, o sujeito é identificado a partir do contexto ou da flexão do verbo. Ex.: Escrevi um e-mail para meu chefe. “escrevi” é verbo na 1ª pessoa do singular. Portanto, o sujeito oculto aqui deve ser “eu”: [Eu] escrevi um e-mail para meu chefe. Os olhos são a janela da alma. São incapazes de mentir. “são” é verbo na 3ª pessoa do plural. Pelo contexto, tomando a oração anterior como referência, o termo que concorda com esse verbo é “olhos”: [Os olhos] são incapazes de mentir. Sujeito indeterminado Define-se sujeito indeterminado aquele que não está expresso textualmente e é impossível ser identificado pelo contexto ou pela flexão verbal. Ex.: Telefonaram para você mais cedo. “telefonaram” é verbo na 3ª pessoa do plural. Não há nenhum referente na oração que corresponda a esse verbo. Também não há nenhuma indicação de quem seria a pessoa que “telefonou”. Por isso, esse sujeito é indeterminado. Precisa-se de vendedores. “precisa” é verbo na 3ª pessoa do singular. Não há nenhum referente na oração que corresponda a esse verbo. Também não há nenhuma indicação de quem seria a pessoa que “telefonou”. Por isso, essesujeito é indeterminado. O sujeito indeterminado pode aparecer em dois formatos: 3ª pessoa do plural, quando o verbo é transitivo direto. 3ª pessoa do singular, quando o verbo é intransitivo, transitivo indireto ou de ligação. Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 9 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br VOZ PASSIVA x SUJEITO INDETERMINADO Quando construída com a partícula –se, como identificar quando uma oração está na voz passiva ou possui sujeito indeterminado? Voz Passiva: - Concorda com o sujeito; - Verbos transitivos diretos ou transitivos direto e indiretos; e - Pode virar voz passiva analítica. Sujeito inexistente Quando um verbo é apresentado de forma impessoal, diz-se que a oração não tem sujeito ou que o sujeito é inexistente. Há alguns casos importantes a lembrar em que a oração se constrói sem sujeito: Com verbos indicando fenômenos da natureza. Ex.: Choveu muito em São Paulo. ATENÇÃO: Quando esses verbos aparecem no sentido figurado, há sujeito. Ex.: Choveram aplausos à peça. (choveram = verbo na 3ª pessoa do plural; aplausos = sujeito simples) Com o verbo “haver” no sentido de existir. Ex.: Há uma flor no vaso. = Existe uma flor no vaso. Há frutas no pomar. = Existem frutas no pomar ATENÇÃO: o verbo “existir” deve ser flexionado normalmente, respeitando a concordância com o sujeito. O verbo “haver” fica no singular independente dos outros termos da oração. Com o verbo “haver” indicando tempo decorrido. Ex.: Há um ano não o vejo. Já estou esperando há duas horas. Sujeito indeterminado: - Sempre no singular; - Verbos intransitivos ou transitivos indiretos; e - Não pode virar voz passiva analítica. Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 10 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br Com verbos “ser”, “fazer” e “ir” indicando tempo de modo geral. Ex.: Era verão. Faz três anos que estamos juntos. Vai fazer duas horas que estou aqui. 2.2 – Predicado Antes de falar sobre o predicado em si, é importante que você se lembre de algumas informações sobre verbos: O verbo é uma palavra que representa uma ação praticada (verbos de ação), estado (verbos de ligação) ou fenômenos da natureza. Eles podem ser regulares ou irregulares. Ex.: Eu comi muito. (ação feita por alguém, localizada num tempo específico) O dia está lindo. (estado de algo ou alguém) Chove. (fenômeno da natureza, relativo à meteorologia) Um verbo pode ser classificado de acordo com sua transitividade, ou seja, se possui ou não complemento para ter seu sentido completo: - Verbos transitivos diretos: Eu comi uma fruta. (“comi” precisa de complemento sem preposição) - Verbos transitivos indiretos: Eu andei de avião. (“andei” precisa de complemento com preposição) - Verbos transitivos direto e indiretos: Eu ensinei português para ele. (“português” não precisa de preposição e “ele” precisa de preposição) - Verbos intransitivos: Ele morreu. (“morrer” não precisa de complemento) Nos verbos de ligação: Eu estou bem. (“bem” indica qual o estado do sujeito) É preciso que você se lembre desses aspectos acerca dos verbos para compreender os tipos diferentes de predicado. As relações entre sujeito e predicado são mediadas pela análise do verbo e seu complemento. De maneira geral, tudo aquilo que não é sujeito numa oração, é predicado. Um predicado pode ser classificado em predicado nominal, predicado verbal e predicado verbo-nominal: Predicado Nominal O predicado nominal é formado por um verbo de ligação + predicativo do sujeito. LEMBRANDO! Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 11 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br Predicativo do sujeito O predicativo do sujeito é um termo que se tem a função de qualificar o sujeito de alguma maneira. Por isso, entende-se que ele não é um complemento do verbo. O verbo aqui apenas conecta o sujeito à sua característica. Podem ser adjetivos, locuções adjetivas ou verbos no gerúndio. Os verbos de ligação, no predicado nominal, são o elo entre o sujeito e sua característica a partir da ideia de estado. Esses verbos podem expressar: Estado permanente Ex.: Julia é bonita. “bonita” = predicativo do sujeito “é” = verbo de ligação indicando estado permanente Estado transitório Ex.: Julia estava sorrindo. “sorrindo” = predicativo do sujeito “estava” = verbo de ligação indicando estado transitório Mudança de estado Ex.: Julia ficou bonita. “bonita” = predicativo do sujeito “ficou” = verbo de ligação indicando mudança de estado Continuidade de algum estado Ex.: Julia continua sorrindo. “bonita” = predicativo do sujeito “continua” = verbo de ligação indicando continuidade de estado Aparência de estado Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 12 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br Ex.: Julia parece bonita. “bonita” = predicativo do sujeito “parece” = verbo de ligação indicando aparência de estado Os verbos da palavra mágica são: ser, estar, ficar, permanecer, parecer, continuar. Predicado Verbal O predicado verbal é formado por um verbo de ação. Pode ser acompanhado ou não de complemento. Com verbos intransitivos Ex.: O homem morreu. “morrer” = verbo intransitivo Ex.: Choveu muito ontem. “chover” = verbo intransitivo, indicando fenômeno meteorológico Com verbos transitivos Ex.: Marco abriu a porta. “abrir” = verbo transitivo direto (não demanda preposição antes de “a porta”) Ex.: Camila assistiu ao filme. “assistir” = verbo transitivo indireto (demanda preposição antes de “filme”) Ex.: Mamãe entregou a carta à professora. “entregar” = verbo transitivo direto e indireto (não demanda preposição antes de “a carta”, mas demanda preposição antes de “a professora”) Eu tenho uma palavra mágica para aprender os principais verbos que aparecem como verbo de ligação! É só decorar essa palavra que você não esquecerá nunca mais: SERESTAFICAPERPACON Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 13 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br Predicado Verbo-nominal O predicado verbo-nominal é formado por um verbo de ação + predicativo do sujeito, ou seja, um verbo que denota ação acompanhado de um complemento que se refere ao sujeito e não ao verbo. Ex.: O homem respirou aliviado. “aliviado” = predicativo do sujeito. “respirar” = verbo intransitivo ATENÇÃO: Um mesmo verbo pode assumir transitividades diferentes de acordo com o contexto. “respirar”, por exemplo, pode ser considerado verbo transitivo direto se aparecer numa frase como “Ele respirou o ar da manhã”. Por isso, não decore verbos de acordo com a transitividade, mas sim analise a frase sintaticamente. Veja como isso pode aparecer numa prova de vestibular: Termos essenciais Sujeito Simples Composto Oculto Indeterminado Inexistente Predicado Nominal Verbal Verbo-nominal Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 14 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br 3 – Termos Integrantes São chamados termos integrantes os responsáveis por completar o sentido de verbos e nomes numa oração. São termos integrantes: complementos verbais e complementos nominais. Vamos ver melhor cada um deles. 3.1 – Complemento verbal Complementos verbais são termos que integram o sentido dos verbos. Eles podem ser de duas naturezas: precedidos ou não de preposição. Quando não demandam preposição são chamados de objeto direto; e Quandodemandam preposição, são chamados de objeto indireto. Há ainda um tipo de complemento verbal muito específico, o agente da passiva, que veremos isoladamente. Objeto Direto Ex.: Ela adotou um gato. “um gato” = objeto direto (sem preposição) “adotar” = verbo transitivo direto Ex.: Ela subiu a ladeira. “a ladeira” = objeto direto (sem preposição) “subir” = verbo transitivo direto Objeto Indireto O objeto indireto complementa os verbos transitivos indiretos. Indica o termo (ser vivo ou coisa) para o qual se dirige a ação verbal precedido por preposição. Ex.: Ela conversou com o marido. “o marido” = objeto indireto (precedido por preposição) “conversar” = verbo transitivo indireto Ex.: Ela assistiu ao programa. “o programa” = objeto indireto (precedido por preposição) “assistir” = verbo transitivo indireto ATENÇÃO: Os verbos transitivos direto e indiretos são aqueles que possuem ambos os complementos verbais, ou seja, são acompanhados de objetos diretos e objetos indiretos. Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 15 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br É analisando o objeto que se descobre a transitividade do verbo! Observe sempre o complemento para descobrir como classificar um verbo. Algumas vezes, o objeto pode aparecer na forma de pronome oblíquo. Observe as seguintes frases: Ex.: Paguei-lhe em dinheiro. “lhe” = a ele, portanto, objeto indireto (precedido por preposição) “pagar” = verbo transitivo indireto Ex.: Convidaram-no para sair. “no” = ele, portanto, objeto direto (não precedido por preposição) “convidar” = verbo transitivo direto Algumas vezes, você pode ficar MUITO CONFUSO ao tentar classificar os pronomes oblíquos. Como essa é uma regra que não muda, você pode decorar sem medo que: Objeto direto: me, te, o, a, nos, vos, os, as. Ex.: Conte-as (= Conte as notícias) Objeto indireto: me, te, lhe, nos, vos, lhes. Ex.: Chamem-nos (= Chamem a ela e a mim) Tanto o objeto direto quanto o objeto indireto podem ser modificados por um predicativo do objeto. São termos, preposicionados ou não, que funcionam na mesma lógica do predicativo do sujeito: um termo que se tem a função de qualificar o objeto de alguma maneira. Ex.: Achei Carla empolgada. “empolgada” = predicativo do objeto, pois caracteriza como “eu” achei que estava “Carla” “Carla” = objeto direto Ex.: Me apaixonei por um homem mau. “mau” = predicativo do objeto, pois caracteriza “homem”. “homem” = objeto indireto (precedido de “por”) Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 16 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br Ex.: Ele concorreu como candidato à prefeito. “à prefeito” = predicativo do objeto, pois caracteriza qual foi a candidatura com que o sujeito concorreu. “candidato” = objeto indireto 3.2 – Agente da Passiva O agente da passiva é um complemento verbal que aparece na voz passiva. Não é obrigatório que toda construção passiva possua um agente da passiva, então não se preocupe em procurar essa construção todas vezes. Esse complemento designa o ser que pratica a ação sofrida (ou recebida) pelo sujeito. Vamos lembrar um pouco esse assunto: Voz passiva: o sujeito sofre a ação verbal, ou seja, o fato foi praticado no sujeito. Ex.: João foi ferido por José. Agente da passiva (José pratica a ação de ferir) Sujeito (João recebeu a ação de ferir) ATENÇÃO: Perceba que o sujeito faz a ação expressa na flexão do verbo, portanto, não precisa necessariamente ser quem a pratica. Na voz passiva, a ação se expressa numa locução verbal, ou seja, uma construção de verbo auxiliar + verbo principal. O principal modo de formar o agente da passiva é com a preposição por + complemento. Vamos ver exemplos de usos do agente da passiva: Ex.: O livro foi escrito por Machado de Assis. “Machado de Assis” = agente da passiva, pois é quem praticou a ação de escrever o livro. “livro” = sujeito, pois é quem sofreu a ação de ser escrito por alguém. Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 17 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br Ex.: A comida foi preparada pelo pai. “pai” = agente da passiva, pois é quem praticou a ação de preparar a comida. “comida” = sujeito, pois é quem sofreu a ação de ser preparada por alguém ATENÇÃO: é comum o aparecimento também da forma combinada “pelo” (por + o) como agente da passiva. Relembre essa forma combinada: Contração com preposição POR + Artigo definido pelo (por + o) pela (por + a) pelos (por + os) pelas (por + as) 3.2 – Complemento Nominal Complementos nominais são termos que integram ou limitam o sentido das formas nominais da oração. Eles sempre se ligam aos nomes através de uma preposição. Podem complementar o sentido de substantivos, adjetivos ou advérbios Ex.: Nenhum amor é mais forte que amor à mãe. “a” = preposição; “mãe” = substantivo; “à mãe” complementa o sentido do substantivo “amor”. “amor” = substantivo que demanda o complemento (“nenhum amor” é mais forte que qual tipo de amor?). A ação de amar é direcionado à mãe. Ela estava cheia de razão. “de” = preposição; “razão” = substantivo; “de razão” complementa o sentido do adjetivo “cheia”. “cheia” = adjetivo que demanda o complemento (é preciso limitar do que ela estava coberta). Estar cheio é uma ação direcionada à razão. Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 18 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br Agiu favoravelmente a mim. “a” = preposição; “mim” = pronome; “de manhã” complementa o sentido do advérbio de modo “favoravelmente”. “favoravelmente” = advérbio que demanda o complemento (a quem o sujeito foi favorável?) A ação de ser favorável foi direcionada a mim. Muitos dos substantivos que aceitam complemento nominal são substantivos abstratos derivados de verbos. Por isso, algumas vezes, pode ser um modo de identificar se o termo está acompanhado de complemento nominal. Ex.: Amor ao próximo (= do verbo amar) Resistência ao fracasso (= do verbo resistir) Por isso, costuma-se dizer que há uma ação implícita no complemento nominal: pois se ligam a palavras derivadas de verbo, recebendo sua ação. Pensando nos exemplos anteriores: Amor ao próximo = O ato de amar ao próximo “próximo” recebe a ação de amar Resistência ao fracasso = O ator de resistir ao fracasso. “fracasso” recebe a ação de resistir ATENÇÃO: Nos vestibulares, esse tema costuma aparecer ligado a questões em que é comparado a adjuntos adnominais. No tópico 4.1. veremos melhor o assunto. Termos integrantes Complemento verbal Objeto direto Objeto indireto Complemento nominal Agente da Passiva DICA! Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 19 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br 4 – Termos Acessórios São chamados termos acessórios os responsáveis por modificar ou especificar outros termos. Esses termos não são fundamentais para a construção da estrutura sintática da oração. São termos acessórios: adjunto adnominal, adjunto adverbial, aposto e vocativo. Vamos ver melhor cada um deles. 4.1 – Adjunto adnominal Vamos observar a seguinte oração para compreender o que é um adjunto adnominal: Os meus dois belos anéis de prata sumiram. Sujeito: “Os meus dois belos anéis de prata” Núcleo do sujeito: “anéis” Qual o objetivo dos outrostermos do sujeito? Especificar o sentido da palavra “anéis”. Essa é precisamente a função do adjunto adnominal. Um adjunto adnominal especifica ou torna mais preciso o sentido do substantivo que assumir a função de núcleo, tanto do sujeito quanto do objeto. Vamos pensar agora nas classes de palavra de cada termo do sujeito da frase de exemplo: Os: artigo definido meus: pronome possessivo dois: numeral belos: adjetivo de prata: locução adjetiva As palavras descritas acima são as classes de palavras que podem assumir a função sintática de adjunto adnominal. Para não esquecer quais as classes que podem assumir função de adjunto adnominal, lembre-se da palavra PLANA: Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 20 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br OBS: Nem todos os pronomes podem assumir a função de adjuntos adnominais. Veja quais são os tipos de pronome passíveis de realizar essa função: Pronomes* Demonstrativos Este, esse, aquele. Ex.: Esse menino é bonito. Indefinidos Algum, nenhum, muito, pouco, todo, outro, certo, tanto, quanto, qualquer. Ex.: Alguma vendedora pode me ajudar? Interrogativos Que, quem, qual, quanto. Ex.: Qual o livro mais caro? Possessivos Meu, teu, seu, nosso, vosso, seu. Ex.: Meu irmão chegou. Relativos O qual, cujo, quanto, que, quem, onde A pessoa à qual me refiro. *inseridos apenas um exemplo em cada tipo, sem variação de gênero e número. Na expressão utilizada acima, é fácil perceber que não há uma ação implícita, já que “anéis” não deriva de nenhum verbo. Mas e se a expressão fosse: “As construções de Roma são bonitas”? “construções” deriva do verbo “construir”, então como saber se “antigas” é complemento nominal ou adjunto adnominal? Basta fazer o mesmo movimento que fizemos no quadrinho anterior: Amor ao próximo = O ato de amar ao próximo “próximo” recebe a ação de amar, portanto é complemento nominal. As construções de Roma ≠ O ato de construir Roma. Não há, portanto, nenhuma ação implícita nessa expressão. Isso significa que ela é um adjunto adnominal. Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 21 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br COMPLEMENTO NOMINAL X ADJUNTO ADNOMINAL Observe essa tabela. Ela contém as diferenças entre o complemento nominal e o adjunto adnominal. Complemento nominal Adjunto Adnominal Acompanha quem? Substantivo abstrato, adjetivo e advérbio Substantivo concreto ou abstrato Preposição? Tem preposição Pode ou não ter preposição Que tipo de termo? Termo integrante, ou seja, INDISPENSÁVEL para completar o sentido Termo acessório, ou seja, DISPENSÁVEL para completar o sentido 4.2 – Adjunto adverbial O adjunto adverbial é um termo que acompanha verbos, adjetivos ou advérbio. Ele intensifica o sentido ou especifica as circunstâncias. Ex.: Sim, ele virá às seis da manhã de carro para o trabalho. “para o trabalho” = adjunto adverbial de finalidade “de carro” = adjunto adverbial de meio “às seis da manhã” = adjunto adverbial de tempo “sim” = adjunto adverbial de afirmação Os únicos termos que podem ser adjuntos adverbiais são advérbios e locuções adverbiais. Os adjuntos adverbias também são classificados da mesma maneira (afirmação, condição, dúvida, finalidade etc.) Portanto, se você se lembrar como identificar e classificar um advérbio, você encontrará as locuções adverbiais facilmente. Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 22 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br Vamos relembrar os principais tipos de advérbio e locução adverbial, pois são os mesmos que os tipos de adjunto adverbial. Nessa tabela, você encontra os principais conectivos que indicam o tipo de locução adverbial correspondente. Não se preocupe em decorar tudo. O importante é que você saiba identificar o significado das expressões nas orações. Assim, em “Andava com ele”, “com ele” é adjunto adverbial de companhia, indicado pela relação que “com” estabelece entre “andava” e “ele”. Vamos ver os tipos possíveis: Afirmação (ex.: Sim, certamente, realmente) Adjunto adverbial de afirmação Negação (ex.: Não, tampouco) Adjunto adverbial de negação Dúvida (ex.: Talvez, acaso, quiçá, porventura) Adjunto adverbial de dúvida Acréscimo (ex.: além de) Adjunto adverbial de acréscimo Assunto (ex.: sobre, de, a respeito de) Adjunto adverbial de assunto Causa (ex.: com, por, por causa de) Adjunto adverbial de causa Companhia (ex.: com, contigo) Adjunto adverbial de companhia Concessão (ex.: apesar de) Adjunto adverbial de concessão Condição (ex.: sem) Adjunto adverbial de condição Conformidade (ex.: conforme, segundo) Adjunto adverbial de conformidade Finalidade (ex.: para, a, a fim de, a fim de que) Adjunto adverbial de finalidade Frequência (ex.: sempre, todos os dias) Adjunto adverbial de frequência Instrumentos (ex.: com a faca, a mão) Adjunto adverbial de instrumento Intensidade (ex.: bastante, muito) Adjunto adverbial de intensidade Limite (ex.: até, à) Adjunto adverbial de limite Lugar (ex.: em Paris, de Roma, nas ruas, para São Paulo) Adjunto adverbial de lugar Matéria (ex.: de aço, de ouro) Adjunto adverbial de matéria Meio (ex.: de bicicleta, mediante fraude) Adjunto adverbial de meio Modo (ex.: a dedo, à vontade, tranquilamente) Adjunto adverbial de modo Tempo (ex.: das 8h às 9h, em junho, à noite) Adjunto adverbial de tempo Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 23 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br 4.3 – Aposto O aposto é um termo que é acrescentado à oração com o objetivo de explicar, esclarecer, desenvolver ou resumir algum outro termo. Ex.: Pelé, o rei do futebol, jogou até os 37 anos. “o rei do futebol” é um aposto de “Pelé”. Um aposto pode ser, portanto: Explicativo: explica ou esclarece algum termo da oração. Aparece sempre entre vírgulas, entre parênteses ou entre travessões. Ex.: Mario, o aluno mais inteligente, passou no vestibular. “o aluno mais inteligente” é aposto explicativo de Mario. Comparativo: explica ou esclarece a partir de comparação com outros elementos. Aparece sempre entre vírgulas, entre parênteses ou entre travessões. Ex.: Os olhos, janelas da alma, não mentem jamais. “janelas da alma” é um aposto comparativo de “olhos”. Enumerativo: enumera as partes que constituem um termo em especial. Aparece sempre após dois pontos, entre vírgulas ou entre travessões Ex.: Já viajei por todo o Brasil: Norte e Sul. “Norte e Sul” é um aposto enumerativo de “Brasil”. Recapitulativo (resumidor): resume diversos termos em um só, que o recapitula. Ex.: Chuva ou sol, nada mudará nossos planos. “nada” é um aposto recapitulativo de “chuva ou sol”. Não se preocupe em identificar os tipos de aposto pelo nome. Esse conteúdo não é cobrado nas provas. Você deve apenas ser capaz de entender as funções que ele assume. Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 24 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br 4.4 – Vocativo O vocativo é um termo que interpela o interlocutor diretamente. Serve para invocar, chamar ou nomear alguém, normalmente de maneira enfática. Vem sempre antes ou entre vírgulas. Ex.: Minha filha, venha aqui imediatamente. “Minha filha” é a pessoa a quem se chama. Ó, Deus, ouça meu pedido. venha aqui imediatamente. “Deus” é a pessoa a quem se invoca. Você, Paulo, é o vencedor. “Paulo” é a pessoa a quem se nomeia vencedor. 5 – Significado dos conectivos Antes de falarmos sobre as relações de coordenação e subordinação, vamos nos debruçar sobre os conectivos. Issoserá útil para a hora em que você tiver que fazer análise sintática. 5.1 – Significado das Preposições As preposições estabelecem ligações entre as palavras. Esta relação pode ser de muitas naturezas diversas. Mas atenção: uma mesma preposição pode estabelecer qualquer uma das relações dependendo do contexto. Estas são as principais relações que uma preposição pode estabelecer: Termos acessórios Adjunto adnominal Adjunto adverbial Aposto Vocativo Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 25 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br ASSUNTO EXEMPLO EXPLICAÇÃO Assunto Falar sobre política Qual o assunto da ação? Autoria A música de Caetano Veloso. Quem fez a ação de escrever a música? Causa Chorou de raiva. Por que motivo fez a ação? Companhia Fui com ele. Quem estava junto na ação? Conteúdo Uma taça de vinho O que estava dentro da taça? Destino Vou a Paris. Para onde vai? Distância Parei a um passo da porta. A que distância fez a ação? Finalidade Vim para te ver. A fim de que veio? Instrumento Me cortei com a faca. O que foi usado para realizar a ação? Limite Fui até o fim da rua. Até onde foi a ação? Lugar Está sobre a mesa. Onde está o objeto? Matéria Um anel de ouro. Do que é feito o objeto? Meio Viajamos de avião. Qual o meio de realização da ação. Modo Votou em branco. Qual o modo que a ação foi realizada? Oposição O Brasil jogou contra o Chile. Há oposição na ação. Origem Veio de família rica. Qual a origem da pessoa? Preço Vendeu a seis reais. Qual o preço do objeto? Posse O livro de Maria. Quem possui o livro? Tempo Saímos após o jantar. Qual a hora que a ação se deu? *atenção para não confundir causa e finalidade! Causa: Algo ocorreu e, por isso, houve um resultado. Ex.: Ele foi preso por assalto. (A causa dele ter sido preso foi o assalto) Finalidade: Faz-se algo para que um resultado ocorra. Ex.: Ele trabalhava para o sustento da família. (O objetivo, ou seja, a finalidade da ação de trabalhar é o sustento da família) Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 26 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br DICA Para entender qual a relação estabelecida, procure pistas no verbo. Um verbo como “vender”, por exemplo, tem grandes chances de se relacionar a preço. Use seu vocabulário a seu favor. Algumas preposições merecem maior atenção, principalmente porque podem aparecer em mais de uma situação diferente e exprimir diferentes relações. Aqui, alguns dos exemplos mais comuns: Preposição “a” Destino: Vão a São Paulo. Distância: Estava a um metro. Finalidade: Tinha dois amigos a me aconselhar. Instrumento: Escreveu à caneta. Meio: Andei a cavalo. Modo: Vive à sua própria vontade. Movimento: Ela foi à feira. Preço: Vendia uma peça a cem reais. Proximidade: Postou-se à entrada da casa. Tempo: Às manhãs de sábado, dormia mais. Preposição “de” Autoria: O livro de Machado de Assis. Causa: Gritou de ódio. Conteúdo: Um copo de suco. Lugar: Veio de longe. Matéria: Colar de prata. Meio: Vivia do seu próprio trabalho. Modo: Me encarou de frente. Origem: Vim de família pobre. Posse: A casa de minha família. Tempo: De noite, chorava. Preposição “em” Estado ou mudança de estado: As árvores em flor / Tornou água em vinho. Lugar: Estava em Paris. Modo: Os fieis vieram em romaria. Preço: Avaliaram a casa em um milhão. Tempo: Em minutos, estavam longe. Preposição “com” Causa: Perderam tudo com as chuvas. Companhia: Saiu com os amigos. Instrumento: Destruiu com as mãos. Oposição: Estão em guerra com a Espanha. Preposição “contra” Lugar: Segurava o papel contra o peito. Oposição: Um lutou contra o outro. Preposição “para” Direção: Viajou para o norte. Fim: Nascido para brilhar. Lugar: Rumou para sua casa. Preposição “por” Causa: Veio por mim. Finalidade: Viveu por ajudar os outros. Lugar: Olhou por toda a sala. Meio: É conhecido por seu trabalho. Tempo: Andou por horas. Preposição “sobre” Assunto: Falaram sobre religião. Posição: Estava sobre a mesa. Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 27 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br 5.2 – Significado das conjunções As conjunções podem estabelecer relações de coordenação – quando as duas orações ligadas são independentes; ou subordinação – quando uma oração determina ou completa o sentido de outra. Vamos ver agora quais os sentidos que as conjunções podem assumir em cada um destes casos: Conjunções coordenativas Aditivas: Relacionam pensamentos similares. Ex.: e (une duas afirmações) e nem (une duas negações). Ele telefonou e saiu de casa. Ele não telefonou nem saiu de casa. Adversativas: Relacionam pensamentos opostos. Quando posterior ao verbo, a conjunção vem entre vírgulas. Ex.: contudo, entretanto, mas, no entanto, porém, todavia. Gosto de flores, mas prefiro folhas. Gosto de flores; prefiro, porém, folhas. Alternativas: Relacionam pensamentos excludentes. Ex.: ou, já/já, ora/ora, quer/quer, seja/seja. Vamos à praia ou à piscina? Ora quer ir, ora quer ficar. Conclusivas: Relacionam pensamentos em que o segundo conclui o primeiro. A conjunção “pois” se emprega entre vírgulas. Ex.: consequentemente, logo, pois, por conseguinte, portanto. O carro quebrou; logo, não podemos viajar. Você está atrasado; deve, pois, pedir desculpas. Explicativas: Relacionam pensamentos em que a segunda frase explica a primeira. Ex.: pois, porque, que. Espere um pouco que ele não demora. Conjunções subordinativas Causais: Exprimem causa. Ela foi embora, porque estava muito triste. Ex.: como, já que, pois, porque, que, uma vez que. Concessivas: Exprimem contraste. Vou encontrá-lo, embora ache que não tem mais solução. Ex.: ainda que, embora, posto que, se bem que. Consecutivas: Exprimem consequência. Era tão alta que não passava na porta. Ex.: de forma que, de maneira que, de modo que, que (relacionado a tal, tão, tanto, tamanho). Finais: Exprimem finalidade. Menti para que não brigasse comigo. Ex.: a fim de que, para que, porque, que. Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 28 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br Condicionais: Exprimem condição. Irei se puder. Ex.: caso, desde que, contanto que, se; Conformativas: Exprimem conformidade. Resolvi a questão conforme você me ensinou. Ex.: como, conforme, segundo. Comparativas: Exprimem comparação. Prata vale menos do que ouro. Ex.: como (relacionado a tal, tão, tanto), como se, do que (relacionado a mais, menos, maior, menor, melhor, pior), que. Integrantes: Antecipam uma oração com valor de substantivo. Insisti que ele viesse. Não sei se ele vem. Ex.: que (para orações afirmativas), se (para orações negativas). Proporcionais: Exprimem proporção. À medida que andávamos, ficava mais escuro. Ex.: à medida que, à proporção que, ao passo que. Temporais: Exprimem tempo. Assim que a vi, me emocionei. Ex.: antes que, apenas, assim que, até que, depois que, logo que, quando, tanto que Algumas conjunções podem significar mais de um valor dependendo do contexto. Muitas vezes em exercícios você deverá identificar qual aspecto uma mesma conjunção representa e, por vezes, os nomes dos valores serão apresentados serão diferentes. Por isso, não se preocupe tanto em decorar, mas sim em compreender o contexto e interpretá-lo. Estas são algumas das principais possibilidades de significado e valores das conjunções: Conjunção Valores COMO Adição: Não só é bonito, como é inteligente. Causa: Como não sabia português, estudou. Comparação: Estudou como um gênio. Conformidade: Estudou como o manual mandava. E Adição: Ele é bonito e inteligente. Adversativo: Ele não sabe portuguêse não estuda. Conclusivo: Ele estudou português e passou de ano. Final: Ele ia estudar e passar na prova. POIS Adversativo: Está estudando? Pois não vai passar de ano. Conclusão: Está estudando, pode, pois, passar de ano. Explicação: Preciso estudar, pois não sei a matéria. PORQUE Causa: Estudei, porque não sabia a matéria. Explicação: Porque está a estudar muito, ele não deve saber a matéria. MAS Adição: Não só é bonito, mas inteligente. Adversativo: Estudou muito, mas não passou de ano. Atenuação: Ia mal na escola, mas disfarçava. Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 29 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br Compensação: Não saiu com os amigos, mas foi bem na prova. Restrição: Estudou, mas apenas para passar de ano. Retificação: Matemática é difícil, mas poucos se dedicam ao português. QUE Adição: Estuda que estuda, mas não passa de ano. Adversativo: Preciso estudar, que não essas poucas horas. Causa: Prevenido que era, estudou. Comparação: Ele estuda mais que os amigos. Concessão: Estude uma hora que seja. Conjunção Integrante: O importante é que você estude (o importante é isso). Consecutiva: Tanto estudou que passou de ano. Explicação: Estude, que a prova é amanhã. Final: Estudou para que passasse de ano. Modo: Sem que percebas, terás aprendido a matéria. Tempo: Sempre que estuda, vai bem na prova. SE Causa: Se você tinha dificuldades, porque não estudou? Condição: Se você estudar, irá entender a matéria. Concessão: Se não aprendeu tudo, ainda assim passou de ano. Conjunção Integrante: Não sei se estudou o suficiente. (se funciona como complemento de estudou: não sei isso.) Tempo: Se estuda, supera todos os outros. 6 – O Período e sua construção O período é um enunciado composto de uma ou mais oração, ou seja, de construções que contém um ou mais de um verbo/forma verbal. Quando contém apenas um verbo, é chamado de período simples; quando contém dois ou mais verbos, é chamado de período composto. Aqui, vamos nos debruçar sobre o período composto. Ele é estruturado e classificado a partir da relação que as orações estabelecem entre si em dois tipos: período composto por coordenação e período composto por subordinação. Três tipos de oração formam um período composto. Eles são divididos de acordo com como se comportam sintaticamente: Oração principal: não exerce função sintática no período. Oração subordinada: exerce função sintática no período, assumindo funções como sujeito, objeto, complemento, adjunto etc., em relação à principal. Pode também assumir função de adjetivo ou advérbio da oração principal. Oração coordenada: oração independente sintaticamente, ou seja, não possui orações que se referem a ela de modo a lhe completar o sentido. Vamos ver essa classificação com mais detalhes para tornar a ideia mais clara. Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 30 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br 6.1 – Orações coordenadas Períodos compostos por coordenação contém orações coordenadas, ou seja, independentes. São orações que possuem sentido completo em si mesmas, não necessitando de complemento. Elas podem aparecer ligadas uma a outra por meio de um conectivo (conjunções coordenativas) ou sem ele. Ex.: Chegou em casa e tomou banho. Orações que compõe o período: - “Chegou em casa” - “tomou banho” As orações são ligadas pela conjunção “e”. Vim, vi, venci. Orações que compõe o período: - “Vim” - “vi” - “venci” As orações não são ligadas por conjunção, mas por vírgulas. Às orações coordenadas ligadas por conectivos, dá-se o nome de orações coordenadas sindéticas. Às orações coordenadas sem conectivos, dá-se o nome de orações coordenadas assindéticas. Orações coordenadas sindéticas As orações coordenadas sindéticas recebem o nome das conjunções que aparecem no período. Lembre-se da classificação dos conectivos e observe como formam orações homônimas: Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 31 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br •- Relacionam pensamentos similares. Expressa adição, sequência de fatos ou pensamentos. •- Conjunções: "e", "não só ... mas também", "nem", "não ... nem". •Ex.: Ele telefonou e saiu de casa. • Ele não telefonou nem saiu de casa. •As orações formadas são orações coordenadas sindéticas aditivas. Aditiva •- Relacionam pensamentos opostos. Expressa ressalva, oposição ou contraste. •- Quando posterior ao verbo, a conjunção vem entre vírgulas. •- Conjunções: "contudo", "entretanto", "mas", "no entanto", "porém", "todavia" •Ex.: Gosto de flores, mas prefiro folhas. • Gosto de flores; prefiro, porém, folhas. •As orações formadas são orações coordenadas sindéticas adversativas. Adversativa •- Relacionam pensamentos excludentes. Expressa alternância ou exclusão. •- Conjunções: ou, já/já, ora/ora, quer/quer, seja/seja. •Ex.: Vamos à praia ou à piscina? • Ora quer ir, ora quer ficar •As orações formadas são orações coordenadas sindéticas alternativas. Alternativa •- Relacionam pensamentos em que o segundo conclui o primeiro. Expressa conclusão ou dedução. •- A conjunção “pois” se emprega entre vírgulas. •- Conjunções: consequentemente, logo, pois, por conseguinte, portanto. •Ex.: O carro quebrou; logo, não podemos viajar. • Você está atrasado; deve, pois, pedir desculpas. •As orações formadas são orações coordenadas sindéticas conclusivas. Conclusiva •- Relacionam pensamentos em que a segunda frase explica a primeira. Expressa explicação ou motivo. •- Conjunções: pois, porque, que. •Ex.: Espere um pouco que ele não demora. • Espere, porque daqui a pouco ele chega. • As orações formadas são orações coordenadas sindéticas explicativas. Explicativa Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 32 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br Orações coordenadas assindéticas As orações coordenadas assindéticas são separadas por pausas. No texto escrito, essas pausas são marcadas por vírgula, ponto e vírgula ou dois pontos. Ex.: O sol saiu, o dia estava bonito. As orações não são ligadas por conjunção, mas por vírgula. Cinco pessoas foram a favor da mudança; duas foram contra. As orações não são ligadas por conjunção, mas por ponto e vírgula. Toquei seu rosto: estava frio. As orações não são ligadas por conjunção, mas por dois pontos. Orações coordenadas Assindéticas Sindéticas Aditiva Adversativa Alternativa Conclusiva Explicativa Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 33 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br 6.2 – Orações subordinadas Períodos compostos por subordinação contém oração principal e oração subordinada. A oração principal é independente e a subordinada se relaciona com ela sintaticamente. Há três tipos de oração subordinada, cada uma assumindo funções ligadas a uma classe gramatical diferente: substantivas, adjetivas e adverbiais. Ex.: Imploro que desistas. Orações que compõe o período: - “Imploro” = Oração principal - “que desistas” = Oração subordinada substantiva A oração “que desistas” tem função de objeto direto (o que eu imploro?). Essa é a verdade que ninguém conta. Orações que compõe o período: - “Essa é a verdade” = Oração principal - “que ninguém conta” = Oração subordinada adjetiva A oração “que ninguém conta” tem função de adjunto adnominal (caracteriza “a verdade”). Não comprou nada porque estava sem dinheiro. Orações que compõe o período: - “Não comprou nada” = Oração principal - “porque estava sem dinheiro” = Oração subordinada adverbial A oração “porque estava sem dinheiro” tem função de adverbio de causa (por que não comprou?). Orações subordinadas substantivas As orações subordinadassubstantivas equivalem a substantivos. Exercem em relação à oração principal funções próprias de substantivos: sujeito, predicado, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal e aposto. Costumam ser iniciadas por conjunções integrantes (“que” e “se”). DICA: Para identificar uma oração subordinada substantiva, substitua a oração subordinada pela palavra “ISSO”. Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 34 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br Orações subordinadas adjetivas As orações subordinadas adjetivas equivalem a adjetivos. Exercem em relação à oração principal a função de adjunto adnominal de algum substantivo ou pronome da oração principal. Elas podem ser de dois tipos: Subjetiva • Quando uma oração exerce a função de sujeito, é chamada de oração subordinada substantiva subjetiva. • Ex.: É certo que ela chega hoje. (= Isso é certo.) Predicativa • Quando uma oração exerce a função de predicativo, é chamada de oração subordinada substantiva predicativa. Atenção para a necessidade do verbo de ligação para essa relação. • Ex.: A verdade é que estamos perdidos. (= A verdade é isso.) Objetiva direta • Quando uma oração exerce a função de objeto direto, é chamada de oração subordinada substantiva objetiva direta. • Ex.: Entendi que deveria ficar quieto. (= Entendi isso.) Objetiva indireta • Quando uma oração exerce a função de objeto indireto, é chamada de oração subordinada substantiva objetiva indireta. • Ex.: Não me arrependi do que falei. (= Não me arrependi disso.) Completiva nominal • Quando uma oração exerce a função de complemento nominal, é chamada de oração subordinada substantiva completiva nominal. • Ex.: Ela tem medo de que você vá embora. (Ela tem vontade disso.) Apositiva • Quando uma oração exerce a função de aposto, é chamada de oração subordinada substantiva apositiva. • Ex.: Só peço uma coisa: que você seja honesto. Restritiva • Quando restringe ou limita o significado do termo a que se refere, a oração é classificada como oração subordinada adjetiva restritiva. • Ex.: Você é a pessoa que mais gostei na vida. (= De todas as pessoas que gostei na vida, me refiro a uma em especial) Explicativa • Quando acrescenta qualidades ou esclarece melhor o significado do termo a que se refere, a oração é classificada como oração subordinada adjetiva explicativa. • Ex.: Eu, que era muito indecisa, não consegui escolher a sobremesa. (= Um dado novo é adicionado a "eu", caracterizando-o. ) Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 35 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br Um modo fácil de identificar o tipo de oração adjetiva é observar a existência de vírgula ou não. Orações subordinadas adjetivas restritivas: não há vírgula separando a subordinada da principal. Orações subordinadas adjetivas explicativas: não há vírgula separando a subordinada da principal. Orações subordinadas adverbiais As orações subordinadas adverbiais equivalem a advérbios. Exercem em relação à oração principal a função de adjunto adverbial do verbo da oração principal. Esse tipo de oração costuma ser iniciado por conjunções subordinativas. As orações subordinadas adverbiais são classificadas a partir do nome da conjunção que as antecede: DICA! Causais • Quando uma oração se inicia com conjunção que exprime causa, é chamada de oração subordinada adverbial causais. • Conjunções: como, já que, pois, porque, que, uma vez que. • Ex.: Ela foi embora, porque estava muito triste. Comparativas • Quando uma oração se inicia com conjunção que exprime comparação, é chamada de oração subordinada adverbial comparativa. • Conjunções: como (relacionado a tal, tão, tanto), como se, do que (relacionado a mais, menos, maior, menor, melhor, pior), que. • Ex.: Prata vale menos do que ouro. Concessivas • Quando uma oração se inicia com conjunção que exprime contraste, é chamada de oração subordinada adverbial concessiva. • Conjunções: ainda que, embora, posto que, se bem que. • Ex.: Vou encontra-lo, embora ache que não tem mais solução. Condicionais • Quando uma oração se inicia com conjunção que exprime condição, é chamada de oração subordinada adverbial condicional. • Conjunções: caso, desde que, contanto que, se. • Ex.: Irei se puder. Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 36 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br Conformativas • Quando uma oração se inicia com conjunção que exprime conformidade, é chamada de oração subordinada adverbial conformativa. • Conjunções: como, conforme, segundo. • Ex.: Resolvi a questão conforme você me ensinou. Consecutivas • Quando uma oração se inicia com conjunção que exprime consequência, é chamada de oração subordinada adverbial consecutiva. • Conjunções: de forma que, de maneira que, de modo que, que (relacionado a tal, tão, tanto, tamanho). • Ex.: Era tão alta que não passava na porta. Finais • Quando uma oração se inicia com conjunção que exprime finalidade, é chamada de oração subordinada adverbial final. • Conjunções: a fim de que, para que, porque, que. • Ex.: Menti para que não brigasse comigo. Proporcionais • Quando uma oração se inicia com conjunção que exprime proporção, é chamada de oração subordinada adverbial proporcionais. • Conjunções: à medida que, à proporção que, ao passo que. • Ex.: À medida que andávamos, ficava mais escuro. Temporal • Quando uma oração se inicia com conjunção que exprime tempo, é chamada de oração subordinada adverbial temporal. • Conjunções: antes que, apenas, assim que, até que, depois que, logo que, quando, tanto que • Ex.: Assim que a vi, me emocionei Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 37 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br 7 – Exercícios Antes de começar nossas questões, alguns avisos: Apesar de haver poucos exercícios do ENEM, aconselhamos que você também pratique com os de outros vestibulares. Assim você garantirá a apreensão do conhecimento. Se ficar com dúvidas, volte à teoria. É importante que ela esteja bem fixada! Vamos lá? Orações subordinadas Substantivas Subjetivas Predicativas Objetivas diretas Objetivas indiretas Completivas nominais Apositivas Adjetivas Explicativas Restritivas Adverbiais Causais Consecutivas Condicionais Concessivas Comparativas Conformativas Finais Proporcionais Temporais Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 38 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br 7.1 – Já caiu no ENEM (ENEM - 2018) Para os chineses da dinastia Ming, talvez as favelas cariocas fossem lugares nobres e seguros: acreditava-se por lá, assim como em boa parte do Oriente, que os espíritos malévolos só viajam em linha reta. Em vielas sinuosas, portanto, estaríamos livres de assombrações malditas. Qualidades sobrenaturais não são as únicas razões para considerarmos as favelas um modelo urbano viável, merecedor de investimentos infraestruturais em escala maciça. Lugares com conhecidos e sérios problemas, elas podem ser também solução para uma série de desafios das cidades hoje. Contanto que não sejam encaradas com olhar pitoresco ou preconceituoso. As favelas são, afinal, produto direto do urbanismo moderno e sua história se confunde com a formação do Brasil. CARVALHO, B. A favela e sua hora. Piauí, n. 67, abr. 2012. Os enunciados que compõem os textos encadeiam-se por meio de elementos linguísticos que contribuem para construir diferentes relações de sentido. No trecho “Em vielas sinuosas, portanto, estaríamos livres de assombrações malditas”, o conector “portanto” estabelece a mesma relação semântica que ocorre em a) “[...] talvez as favelas cariocas fossem lugares nobres e seguros [...].” b) “[...] acreditava-se por lá, assim como em boa parte do Oriente [...].”c) “[...] elas podem ser também solução para uma série de desafios das cidades hoje.” d) “Contanto que não sejam encaradas com olhar pitoresco ou preconceituoso.” e) “As favelas são, afinal, produto direto do urbanismo moderno [...].” (ENEM - 2016) O senso comum é que só os seres humanos são capazes de rir. Isso não é verdade? Não. O riso básico – o da brincadeira, da diversão, da expressão física do riso, do movimento da face e da vocalização – nós compartilhamos com diversos animais. Em ratos, já foram observadas vocalizações ultrassônicas – que nós não somos capazes de perceber – e que eles emitem quando estão brincando de “rolar no chão”. Acontecendo de o cientista provocar um dano em um local específico no cérebro, o rato deixa de fazer essa vocalização e a brincadeira vira briga séria. Sem o riso, o outro pensa que está sendo atacado. O que nos diferencia dos animais é que não temos apenas esse mecanismo básico. Temos um outro mais evoluído. Os animais têm o senso de brincadeira, como nós, mas não têm senso de humor. O córtex, a parte superficial do cérebro deles, não é tão evoluído como o nosso. Temos mecanismos corticais que nos permitem, por exemplo, interpretar uma piada. Disponível em: http://globonews.globo.com. Acesso em: 31 maio 2012 (adaptado). Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 39 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br A coesão textual é responsável por estabelecer relações entre as partes do texto. Analisando o trecho “Acontecendo de o cientista provocar um dano em um local específico no cérebro”, verifica-se que ele estabelece com a oração seguinte uma relação de a) finalidade, porque os danos causados ao cérebro têm por finalidade provocar a falta de vocalização dos ratos. b) oposição, visto que o dano causado em um local específico no cérebro é contrário à vocalização dos ratos. c) condição, pois é preciso que se tenha lesão específica no cérebro para que não haja vocalização dos ratos. d) consequência, uma vez que o motivo de não haver mais vocalização dos ratos é o dano causado no cérebro. e) proporção, já que à medida que se lesiona o cérebro não é mais possível que haja vocalização dos ratos. (ENEM - 2014) Tarefa Morder o fruto amargo e não cuspir Mas avisar aos outros quanto é amargo Cumprir o trato injusto e não falhar Mas avisar aos outros quanto é injusto Sofrer o esquema falso e não ceder Mas avisar aos outros quanto é falso Dizer também que são coisas mutáveis... E quando em muitos a não pulsar — do amargo e injusto e falso por mudar — então confiar à gente exausta o plano de um mundo novo e muito mais humano. CAMPOS, G. Tarefa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981. Na organização do poema, os empregos da conjunção “mas” articulam, para além de sua função sintática, a) a ligação entre verbos semanticamente semelhantes. b) a oposição entre ações aparentemente inconciliáveis. c) a introdução do argumento mais forte de uma sequência. Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 40 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br d) o reforço da causa apresentada no enunciado introdutório. e) a intensidade dos problemas sociais presentes no mundo. (ENEM - 2014) Reciclar é só parte da solução O lixo é um grande problema da sustentabilidade. Literalmente: todos os anos, cada brasileiro produz 385 kg de resíduos – dá 61 milhões de toneladas no total. O certo seria tentar diminuir ao máximo essa quantidade de lixo. Ou seja, em vez de ter objetos recicláveis, o ideal seria produzir sempre objetos reutilizáveis, o que diminui os resíduos. Mas, enquanto isso não acontece, temos que nos contentar com a reciclagem. E é aí que vem um detalhe perigoso: reciclar o lixo também polui o ambiente e gasta energia. Reciclar vidro, por exemplo, é 15% mais caro do que produzi-lo a partir de matérias-primas virgens. Afinal, é feito basicamente de areia, soda e calcário, que são abundantes na natureza. Então, nenhuma empresa tem interesse em reciclá-lo. Já o alumínio é um supernegócio, porque economiza muita energia. HORTA, M. Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 25 maio 2012. O emprego adequado dos elementos de coesão contribui para a construção de um texto argumentativo e para que os objetivos pretendidos pelo autor possam ser alcançados. A análise desses elementos no texto mostra que o conectivo a) “ou seja” introduz um esclarecimento sobre a diminuição da quantidade de lixo. b) “mas” instaura justificativas para a criação de novos tipos de reciclagem. c) “também” antecede um argumento a favor da reciclagem. d) “afinal” retoma uma finalidade para o uso de matérias-primas. e) “então” reforça a ideia de escassez de matérias-primas na natureza. (ENEM - 2014) É possível ter cãibras no coração? É impossível ter cãibras no coração, apesar de ser comum pacientes se queixarem de dores semelhantes a uma contratura no órgão. A musculatura cardíaca é diferente da musculatura esquelética das pernas e braços, onde sentimos as cãibras. Isso porque o coração possui um tipo especial de fibra muscular estriada, que tem movimento involuntário. O órgão contrai e relaxa automaticamente. Não há registro de casos em que ele permaneça contraído sem relaxamento imediato, que é como a cãibra se apresenta. Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 41 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 30 jun. 2012 (fragmento). Os conectivos são elementos fundamentais para a ligação de palavras e orações no texto. Contextualmente, o conectivo “apesar de” ( . 1) expressa a) explicação, porque apresenta os motivos que impossibilitam o aparecimento de cãibras no coração. b) concessão, pois introduz uma ideia contrária à afirmação “é impossível ter cãibras no coração”. c) causa, tendo em vista que introduz a razão da manifestação da doença no coração. d) conclusão, já que finaliza a afirmação “é impossível ter cãibras no coração”. e) consequência, uma vez que apresenta os efeitos das cãibras. (ENEM - 2013) Disponível em: http://clubedamafalda.blogspot.com.br. Acesso em: 21 set. 2011. Nessa charge, o recurso morfossintático que colabora para o efeito de humor está indicado pelo(a) a) emprego de uma oração adversativa, que orienta a quebra da expectativa ao final. b) uso de conjunção aditiva, que cria uma relação de causa e efeito entre as ações. c) retomada do substantivo “mãe”, que desfaz a ambiguidade dos sentidos a ele atribuídos, d) utilização da forma pronominal “la”, que reflete um tratamento formal do filho em relação à “mãe”. e) repetição da forma verbal “é”, que reforça a relação de adição existente entre as orações. Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 42 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br (ENEM - 2012) O bonde abre a viagem, No banco ninguém, Estou só, stou sem. Depois sobe um homem, No banco sentou, Companheiro vou. O bonde está cheio, De novo porém Não sou mais ninguém. ANDRADE, M. Poesias completas. Belo Horizonte: Itatiaia, 2005. Em um texto literário, é comum que os recursos poéticos e linguísticos participem do significado do texto, isto é, forma e conteúdo se relacionam significativamente. Com relação ao poema de Mário de Andrade, a correlação entre um recurso formal e um aspecto da significação do texto é a) a sucessão de orações coordenadas, que remete à sucessão de cenas e emoções sentidas pelo eu lírico ao longo da viagem. b) a elisão dos verbos, recurso estilístico constante no poema, que acentua o ritmo acelerado da modernidade. c) o emprego de versos curtos e irregulares em sua métrica, que reproduzem uma viagem de bonde, com suas paradas e retomadasde movimento. d) a sonoridade do poema, carregada de sons nasais, que representa a tristeza do eu lírico ao longo de toda a viagem. e) a ausência de rima nos versos, recurso muito utilizado pelos modernistas, que aproxima a linguagem do poema da linguagem cotidiana. (ENEM - 2011) Cultivar um estilo de vida saudável é extremamente importante para diminuir o risco de infarto, mas também de problemas como morte súbita e derrame. Significa que manter uma alimentação saudável e praticar atividade física regularmente já reduz, por si só, as chances de desenvolver vários problemas. Além disso, é importante para o controle da pressão arterial, dos níveis de colesterol e de glicose no sangue. Também ajuda a diminuir o estresse e aumentar a capacidade física, fatores que, somados, reduzem as chances de infarto. Exercitar-se, nesses casos, com acompanhamento médico e moderação, é altamente recomendável. ATALIA, M. Nossa vida. Época. 23 mar. 2009. Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 43 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br As ideias veiculadas no texto se organizam estabelecendo relações que atuam na construção do sentido. A esse respeito, identifica-se, no fragmento, que a) a expressão "Além disso" marca uma sequenciação de ideias. b) o conectivo "mas também" inicia oração que exprime ideia de contraste. c) o termo "como", em "como morte súbita e derrame", introduz uma generalização. d) o termo "Também" exprime uma justificativa. e) o termo "fatores" retoma coesivamente "níveis de colesterol e de glicose no sangue”. (ENEM - 2010) O Flamengo começou a partida no ataque, enquanto o Botafogo procurava fazer uma forte marcação no meio campo e tentar lançamentos para Victor Simões, isolado entre os zagueiros rubro-negros. Mesmo com mais posse de bola, o time dirigido por Cuca tinha grande dificuldade de chegar à área alvinegra por causa do bloqueio montado pelo Botafogo na frente da sua área. No entanto, na primeira chance rubro-negra, saiu o gol. Após cruzamento da direita de Ibson, a zaga alvinegra rebateu a bola de cabeça para o meio da área. Kléberson apareceu na jogada e cabeceou por cima do goleiro Renan. Ronaldo Angelim apareceu nas costas da defesa e empurrou para o fundo da rede quase que em cima da linha: Flamengo 1 a 0. Disponível em: http://momentodofutebol.blogspot.com (adaptado). O texto, que narra uma parte do jogo final do Campeonato Carioca de futebol, realizado em 2009, contém vários conectivos, sendo que a) após é conectivo de causa, já que apresenta o motivo de a zaga alvinegra ter rebatido a bola de cabeça. b) enquanto tem um significado alternativo, porque conecta duas opções possíveis para serem aplicadas no jogo. c) no entanto tem significado de tempo, porque ordena os fatos observados no jogo em ordem cronológica de ocorrência. d) mesmo traz ideia de concessões, já que “com mais posse de bola”, ter dificuldade não é algo naturalmente esperado. e) por causa de indica consequência, porque as tentativas de ataque do Flamengo motivaram o Botafogo a fazer um bloqueio. (ENEM - 2010) Os filhos de Ana eram bons, uma coisa verdadeira e sumarenta. Cresciam, tomavam banho, exigiam para si, malcriados, instantes cada vez mais completos. A cozinha era enfim espaçosa, o fogão enguiçado dava estouros. O calor era forte no apartamento que estavam aos poucos Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 44 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br pagando. Mas o vento batendo nas cortinas que ela mesma cortara lembrava-lhe que se quisesse podia parar e enxugar a testa, olhando o calmo horizonte. Como um lavrador. Ela plantara as sementes que tinha na mão, não outras, mas essas apenas. LISPECTOR, C. Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. A autora emprega por duas vezes o conectivo mas no fragmento apresentado. Observando aspectos da organização, estruturação e funcionalidade dos elementos que articulam o texto, o conectivo mas a) expressa o mesmo conteúdo nas duas situações em que aparece no texto. b) quebra a fluidez do texto e prejudica a compreensão, se usado no início da frase. c) ocupa posição fixa, sendo inadequado seu uso na abertura da frase. d) contém uma ideia de sequência temporal que direciona a conclusão do leitor. e) assume funções discursivas distintas nos dois contextos de uso. 7.2 – Outros vestibulares (FUVEST - 2019) Mito, na acepção aqui empregada, não significa mentira, falsidade ou mistificação. Tomo de empréstimo a formulação de Hans Blumenberg do mito político como um processo contínuo de trabalho de uma narrativa que responde a uma necessidade prática de uma sociedade em determinado período. Narrativa simbólica que é, o mito político coloca em suspenso o problema da verdade. Seu discurso não pretende ter validade factual, mas também não pode ser percebido como mentira (do contrário, não seria mito). O mito político confere um sentido às circunstâncias que envolvem os indivíduos: ao fazê-los ver sua condição presente como parte de uma história em curso, ajuda a compreender e suportar o mundo em que vivem. ENGELKE, Antonio. O anjo redentor. Piauí, ago. 2018, ed. 143, p. 24. Sobre o sujeito da oração “em que vivem”, é correto afirmar: a) Expressa indeterminação, cabendo ao leitor deduzir a quem se refere a ação verbal. b) Está oculto e visa evitar a repetição da palavra “circunstâncias”. c) É uma função sintática preenchida pelo pronome “que”. d) É indeterminado, tendo em vista que não é possível identificar a quem se refere a ação verbal. e) Está oculto e seu referente é o mesmo do pronome “os” em “fazê-los”. Prof. Celina Gil Aula 07 – ENEM 2020 45 129 Aula 07 – Tópicos de gramática II. www.estrategiavestibulares.com.br (FGV - 2018) Quando você significa eu Outro dia, deitado no divã em uma seção de análise, descrevi meus sentimentos. “Quando sobe a raiva, você perde a capacidade de ser generoso.” Antes de terminar a frase, eu me dei conta de que tinha usado “você”, apesar de estar descrevendo um comportamento meu. Instintivamente repeti a frase. “Quando sobe a raiva, eu perco a capacidade de ser generoso.” Não me senti bem. Não era o que eu queria expressar. O que seria esse estranho “você” que havia usado falando de mim, e seguramente não me referindo a ele, meu analista, que era o único na sala? Como você sabe, o “você” normal é usado como nessa frase, para se referir ao interlocutor. Descobri que esse estranho “você” é o chamado “você” genérico e pode significar muitas coisas, entre elas “eu e toda a humanidade”. O que eu queria dizer era o seguinte: “Quando sobe a raiva, eu e toda a humanidade perdemos a capacidade de sermos generosos.” Ao usar o “você” genérico estava tentando me eximir um pouco da culpa. Imagine qual não foi minha surpresa ao me deparar com um estudo que investiga exatamente em que condições as pessoas usam esse “você” genérico. O prazer é grande quando você (o prazer é meu, mas estou usando o “você “genérico para expressar minha esperança que você também tenha esse prazer) lê sobre algo que já observou. Fernando Reinach, O Estado de S. Paulo, 08/04/2017. A oração “Ao usar o ´você´ genérico” (final do segundo parágrafo) expressa ideia de a) causa. b) consequência. c) tempo. d) condição. e) finalidade. (FGV - 2018) A revolução chama Pedro Bala como Deus chamava Pirulito nas noites do trapiche. É uma voz poderosa dentro dele, poderosa como a voz do mar, como a voz do vento, tão poderosa como uma voz sem comparação. Como a voz de um negro que canta num saveiro o samba que Boa-Vida fez: “Companheiros, chegou a hora...” A voz o chama. Uma voz que o alegra, que faz bater seu coração. Ajudar a mudar o destino de todos os pobres. Uma voz que atravessa a cidade, que parece vir dos atabaques que ressoam nas macumbas
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