Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SAÚDE COLETIVA Saúde - conceitos: ● É um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doença ou enfermidade (OMS) ● É resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde (VIII CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE) Histórico da saúde: Visão mágica: ● A doença seria um castigo e/ou punição dos deuses sobre as pessoas. Teriam uma clara relação causa e efeito. ● Sociedades tinham hábitos que as protegiam do adoecimento. Século V – Hipócrates (pai da medicina): ● Hipócrates ➔ fatores ambientais influenciam a ocorrência de doenças. O modo como as pessoas viviam, onde moravam, o que comiam e bebiam eram os responsáveis pelas doenças. Portanto, à saúde era resultado do equilíbrio entre o homem e seu meio. Idade média – séculos V a XV: ● Forte presença da Igreja católica ● Doenças seriam punições pelos pecados ● No final da idade média, algumas medidas sanitárias começaram a ser tomadas. ● Teoria dos Miasmas diz que a transmissão de doenças se devia aos “maus ares”. Renascimento – século XV: ● Ruptura entre Igreja e poder político ● As grandes navegações levam doenças para América ● Crescimento das Artes e Ciência ● Descartes faz uma analogia entre o funcionamento do corpo humano e algumas máquinas. Para ele, portanto, a doença seria um “defeito” da máquina humana. Iluminismo - século XVIII: ● Revolução Industrial relação empregador x empregado. ● Os trabalhadores deviam ficar menos doente para “render” mais no trabalho ● Medicina social: processo de adoecimento a partir das condições de vida das pessoas. Ocorrem intervenções para o controle das doenças e da mortalidade. Era bacteriológica – século XIX: ● Primeiras provas de que os germes estavam relacionados a algumas doenças. Século XX: ● Fundação da Organização Mundial da Saúde (OMS) 7 de abril de 1948 SAÚDE COLETIVA Promoção da saúde também é parte da prevenção primária. Ela é o processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste processo. Para atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social os indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente. (OMS, 1986) ● Determinantes Sociais de Saúde são os fatores sociais, econômicos ou comportamentais que influenciam a saúde, positiva ou negativamente, e que podem ser influenciados por decisões políticas ou individuais, ao contrário da idade, sexo e fatores genéticos, que também influenciam a saúde, mas não são modificáveis por essas decisões. Século XXI: ● Saúde envolve contextos fisiológicos, ambientais, educacionais, ecológicos, genéticos, sociais, culturais, econômicos e políticos. ● Estilos de Vida ➔ como o sujeito se relaciona com ele mesmo, com os outros e com a natureza. Eles interferem na saúde. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. (BRASIL, Constituição; 1988) SAÚDE COLETIVA: ● Diz respeito a um processo de trabalho em saúde que tenha como foco a promoção da saúde, a prevenção de riscos e agravos, a reorientação da assistência, a melhoria da qualidade de vida, privilegiando mudanças nos modos de vida e nas relações entre as pessoas e instituições envolvidas no cuidado à saúde da coletividade. Também é gerida e administrada pelo Estado. Epidemiologia: ● “CIÊNCIA QUE ESTUDA O PROCESSO SAÚDE-DOENÇA EM COLETIVIDADES HUMANAS, ANALISANDO A DISTRIBUIÇÃO E OS FATORES DETERMINANTES DO RISCO DE DOENÇAS, AGRAVOS E EVENTOS ASSOCIADOS À SAÚDE, PROPONDO MEDIDAS ESPECÍFICAS DE PREVENÇÃO, CONTROLE OU ERRADICAÇÃO DE DOENÇAS, DANOS OU PROBLEMAS DE SAÚDE E DE PROTEÇÃO, PROMOÇÃO OU RECUPERAÇÃO DA SAÚDE INDIVIDUAL E COLETIVA, PRODUZINDO INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO PARA APOIAR A TOMADA DE DECISÃO NO PLANEJAMENTO, ADMINISTRAÇÃO E AVALIAÇÃO DE SISTEMAS, PROGRAMAS, SERVIÇOS E AÇÕES DE SAÚDE.” Histórico da saúde no Brasil: Colonialismo português: ● Exploração de matérias-primas e monopólio comercial por Portugal. ● Os índios utilizavam se de seus conhecimentos sobre as plantas presentes no país e suas crenças para curar as doenças. SAÚDE COLETIVA ● Santas Casas de misericórdia: Olinda (1540) e Santos (1543); Vitória (1818)➔ filantropia ● Doenças pestilenciais (cólera, varíola etc.) são trazidas pelos portugueses ● 1808➔ Vinda da família real-portuguesa ● Boticários➔ manipulação das fórmulas (famílias mais ricas) Império: ● Primeiras Faculdades de Farmácia e Medicina➔ 1839 ● Abertura dos portos ● Desenvolvimento das cidades e início da industrialização ● Doenças pestilenciais e prioridade da vigilância sanitária (portos e comércio) ● Expectativa de vida (1897)➔ 27,08 anos (branco) e 19-27 anos (escravo) República velha: ● Doenças pestilenciais e doenças de massa (tuberculose, sífilis, endemias rurais) ● Século XX➔ Industrialização➔ Imigrantes como mão de obra➔ não havia direitos trabalhistas ● Atender as reinvindicações dos trabalhadores➔ Lei Eloy Chaves (1923) ➔ marco da previdência social no Brasil ➔ CAIXAS DE APOSENTADORIA E PENSÃO (CAP’s): ● Direito a saúde➔ Desigual. Apenas as pessoas que faziam parte das CAP’s a recebiam Ditadura Vargas: ● Criação do Ministério da Educação e Saúde Pública ● INSTITUTOS DE APOSENTADORIA E PENSÃO (IAP) (1933-38) – categorias profissionais (marítimos, bancários, comerciários) e não por empresas (CAP) ● 1943➔ CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) ● Predominância de endemias rurais (p. ex., doença de Chagas, esquistossomose, ancilostomíase, malária), tuberculose, sífilis e deficiências nutricionais Instabilidade democrática: ● Criação do Ministério da Saúde (1953) “cuidar da saúde pública e prestar serviços aos pobres, desempregados e trabalhadores informais” ● Emergência de doenças crônico-degenerativas, acidentes de trabalho e de trânsito ● Expectativa de vida: 45,5 anos Ditadura militar: ● Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAP) unificados no INSTITUTO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (INPS)➔ privatização da assistência médica e capitalização do setor da saúde (1966) ● Assistência médica➔ MODELO BIOMÉDICO: ● Prática médica individual, assistencialista e especializada➔ hospitalocêntrica ● Desvios de verbas ● INSTITUTO NACIONAL DA ASSISTÊNCIA MÉDICA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL (INAMPS) (1977) SAÚDE COLETIVA ● Centralização do sistema de saúde, fragmentação institucional, beneficiando o setor privado. Expansão da assistência médica privada. ● Predominância: � morbidade moderna (p. ex., doenças crônicas degenerativas, acidentes de trabalho e de trânsito) � endemias rurais e urbanas � doenças infectoparasitárias (NE, N, CO) ● Década de 70: � Profissionais de saúde, movimentos estudantis e a sociedade queriam melhorias nas condições de vida da população. Foi então feita a reforma sanitária, um conjunto de ideias que se tinha em relação às mudanças e transformações necessárias na área da saúde. Contexto internacional: ● Críticas à medicalização ● 1978 → Conferência Internacional sobre a Atenção Primária a Saúde - Alma Ata ● Saúde como direito ● Estratégia → Atenção Primária à Saúde Transição democrática: ● 1986 - 8ª Conferência Nacional de Saúde➔ Reformulação do Sistema de Saúde ● Movimentos sociais ● Reivindicação do reconhecimento da saúde como direito de todos e dever do Estado ocorre com a Constituição Federal de 1988. ● Seção de saúde da Constituição Federal de 1988 ART. 196° a 200° A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação (ConstituiçãoFederal de 1988, Art. 196°) 1988-Atualmente: ● Brasil: tripla carga de doenças➔ RAS ● Expectativa de vida➔ 65,3 anos ● Leis Orgânicas da Saúde: Sistema único de saúde (SUS): ● Atuação da iniciativa privada: Saúde suplementar➔ conjunto ações e serviços desenvolvidos por operadoras de planos e seguros privados de assistência médica à saúde e que não têm vínculo com o Sistema Único de Saúde (SUS) (Lei federal nº 9.656/1998.) Regulação e fiscalização➔ Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) (Lei 9.961/2000) Saúde complementar➔ atuação da iniciativa privada na área da saúde pública (SUS) mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos➔ Estado utiliza da iniciativa privada para aumentar e complementar a sua atuação em benefício público. ● Princípios e diretrizes: SAÚDE COLETIVA ● Organização: ● Em cada instância do governo teremos: ● FINANCIAMENTO � os recursos serão alocados no Fundo Nacional de Saúde (FNS) ➔ órgão gestor dos recursos financeiros do Ministério da Saúde Operacionalização e implantação do SUS: Objetivo do sus: Normas operacionais básicas (NOBs): ● Instrumentos utilizados para a definição de estratégias que reorientem a operacionalidade (implantação) do SUS SAÚDE COLETIVA ● Induzir e estimular mudanças ● Aprofundar e reorientar a implantação do SUS ● Normatizar o SUS ● Fornece instruções aos responsáveis ● pela implantação e operacionalização do SUS ● Regular as relações entre os gestores do SUS ● As NOBS se configuram como instrumentos que direcionam as Políticas Públicas de Saúde, através de seu papel regulador junto a gestão, principalmente para os munícipios. Normas operacionais da assistência à saúde (NOAs): ● NOAS-SUS 01/2001: � Fortalecimento do processo de regionalização mediante a pactuação de atribuições e responsabilidades na atenção à saúde entre os gestores dos diferentes níveis governamentais � Obrigatoriedade de elaboração, por parte dos estados e do Distrito Federal, de instrumentos de planejamento que deveriam conduzir à reorganização do sistema � Contribuir para o acesso dos cidadãos brasileiros aos serviços de saúde em todos os níveis de atenção, em especial aos de média e alta complexidade. � “promover maior equidade na alocação de recursos e no acesso da população às ações e aos serviços de saúde em todos os níveis de atenção (integralidade)” ● NOAS-SUS 01/2002: � “Amplia as responsabilidades dos municípios na Atenção Básica; estabelece o processo de regionalização como estratégia de hierarquização dos serviços de saúde e de busca de maior equidade; cria mecanismos para o fortalecimento da capacidade de gestão do Sistema Único de Saúde e procede à atualização dos critérios de habilitação de estados e municípios.” Pacto pela saúde - 2006: ● Conjunto de reformas institucionais do SUS pactuado entre as três esferas de gestão (União, Estados e Municípios) com o objetivo de promover inovações nos processos e instrumentos de gestão, visando alcançar maior eficiência e qualidade das respostas do Sistema Único de Saúde. ● Ações prioritárias: � o compromisso com o SUS e seus princípios; � o fortalecimento da atenção primária; SAÚDE COLETIVA � a valorização da saúde; � a articulação intersetorial; � o fortalecimento do papel dos estados; � a luta pela regulamentação da Emenda Constitucional no 29 (que regulamenta os recursos mínimos para o financiamento das ações e dos serviços públicos de saúde). ● Pacto pela vida: � “É o compromisso entre os gestores do SUS em torno de prioridades que apresentam impacto sobre a situação de saúde da população brasileira.” ● Pacto em defesa do SUS: � “Envolve ações concretas e articuladas pelas três instâncias federativas no sentido de reforçar o SUS como política de Estado mais do que política de governos; e de defender, vigorosamente, os princípios basilares dessa política pública, inscritos na Constituição Federal.” � IMPLEMENTAR UM PROJETO PERMANENTE DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL COM A FINALIDADE DE: Mostrar a saúde como direito de cidadania e o SUS como sistema público universal garantidor desses direitos; Garantir, no longo prazo, o incremento dos recursos orçamentários e financeiros para a saúde. Aprovar o orçamento do SUS, composto pelos orçamentos das três esferas de gestão, explicitando o compromisso de cada uma delas. � ELABORAR E DIVULGAR A CARTA DOS DIREITOS DOS USUÁRIOS DO SUS ● Pacto de gestão do SUS: � “Estabelece as responsabilidades claras de cada ente federado de forma a diminuir as competências concorrentes e a tornar mais claro quem deve fazer o quê, contribuindo, assim, para o fortalecimento da gestão compartilhada e solidária do SUS.” � DEFINIR DE FORMA INEQUÍVOCA A RESPONSABILIDADE SANITÁRIA DE CADA INSTÂNCIA GESTORA DO SUS: federal, estadual e municipal, superando o atual processo de habilitação. � ESTABELECER AS DIRETRIZES PARA A GESTÃO DO SUS, com ênfase na Descentralização; Regionalização; Financiamento; Programação Pactuada e Integrada; Regulação; Participação e Controle Social; Planejamento; Gestão do Trabalho e Educação na Saúde. SAÚDE COLETIVA Decreto 7508: ● Regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa. Capítulo I – das disposições preliminares: ● Este Decreto regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa Capítulo II – da organização do SUS: ● O SUS é constituído pela conjugação das ações e serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde executados pelos entes federativos, de forma direta ou indireta, mediante a participação complementar da iniciativa privada, sendo organizado de forma regionalizada e hierarquizada ● Portas de Entrada: � Serviços de atendimento inicial à saúde do usuário no SUS � São Portas de Entrada às ações e aos serviços de saúde nas Redes de Atenção à Saúde os serviços: � I - De atenção primária; � II - De atenção de urgência e emergência; � III - de atenção psicossocial; e � IV - Especiais de acesso aberto ● Referência e contrarreferência: � Portas de entrada➔ referenciam os usuários para os serviços de atenção hospitalar e ambulatoriais especializados, entre outros de maior complexidade e densidade tecnológica. Capítulo III – do planejamento da saúde: ● Planejamento da Saúde: � Processo de planejamento da saúde➔ ascendente e integrado, do nível local até o federal, ouvidos os respectivos Conselhos de Saúde, compatibilizando-se as necessidades das políticas de saúde com a disponibilidade de recursos financeiros. � Obrigatório para os entes públicos e será indutor de políticas para a iniciativa privada ● Mapa da Saúde: � Descrição geográfica da distribuição de recursos humanos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada, considerando-se a capacidade instalada existente, os investimentos e o desempenho aferido a partir dos indicadores de saúde do sistema Capítulo IV – da assistência à saúde: ● Assistência à Saúde: � Integralidade da assistência à saúde se inicia e se completa na Rede de Atenção à Saúde, mediante referenciamento do usuário na rede regional e interestadual, conforme pactuado nas Comissões Intergestores ● RENASES - : SAÚDE COLETIVA � Todas as ações e serviços que SUS oferece ao usuário, para atendimento da integralidade da assistência à saúde: I - Ações e serviços da atenção básica (primária); II - Ações e serviços da urgência e emergência; III - ações e serviços da atenção psicossocial; IV - Ações e serviços da atenção ambulatorial especializada e hospitalar; V - Ações e serviços da vigilância em saúde. ● RENAME – relação nacional de medicamentos: � Compreende a seleção e a padronização de medicamentos indicados para atendimento de doenças ou de agravos noâmbito do SUS. � Formulário Terapêutico Nacional � O Estado, o Distrito Federal e o Município➔ relações específicas e complementares de medicamentos ● Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas � Documentos que estabelecem: critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde tratamento preconizado, com os medicamentos e demais produtos apropriados, quando couber posologias recomendadas mecanismos de controle clínico acompanhamento verificação dos resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS Baseados em evidência científica → eficácia, segurança, efetividade e custo-efetividade das tecnologias recomendadas ● O acesso universal e igualitário à assistência farmacêutica pressupõe, cumulativamente: I. Estar o usuário assistido por ações e serviços de saúde do SUS; II. Ter o medicamento sido prescrito por profissional de saúde, no exercício regular de suas funções no SUS; III. estar a prescrição em conformidade com a RENAME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas ou com a relação específica complementar estadual, distrital ou municipal de medicamentos; e IV. Ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas pela direção do SUS. ● DECRETO nº 11.161, de 4 de agosto de 2022* ● O Ministério da Saúde consolidará e publicará as atualizações: I. Da RENAME, a cada dois anos, e disponibilizará, nesse prazo, a lista de tecnologias incorporadas, excluídas e alteradas pela CONITEC e com a responsabilidade de financiamento pactuada de forma tripartite, até que haja a consolidação da referida lista; II. Do FTN, à medida que sejam identificadas novas evidências sobre as tecnologias constantes na RENAME vigente; e III. de protocolos clínicos ou de diretrizes terapêuticas, quando da incorporação, alteração ou exclusão de tecnologias em saúde no SUS e da existência de novos estudos e evidências científicas identificados a partir de revisões periódicas da literatura relacionada aos seus objetos Capítulo V – da articulação interdefensiva: ● Articulação Interfederativa � Comissões Intergestores pactuarão a organização e o funcionamento das ações e serviços de saúde integrados em redes de atenção à saúde SAÚDE COLETIVA Redes de atenção à saúde (RAs): Sistemas de saúde: ● “são estruturas públicas e privadas que tem por objetivo promover a saúde, garantir melhorias das condições de saúde da população, cuidar das pessoas e aliviar seu sofrimento” ● “são respostas sociais deliberadas às necessidades de saúde dos cidadãos e, como tal, devem operar em total coerência com a situação de saúde das pessoas usuárias, em determinada sociedade e em certo tempo” ● Descompasso entre a situação de saúde de país e o seu sistema de atenção à saúde➔ crise nos sistemas de saúde➔ Sistema de saúde FRAGMENTADO ● O SUS é um sistema de saúde fragmentado por conta das transições sociais, transições epidemiológicas e transições demográficas ocorridas na população brasileira. Sistema de saúde brasileira: ● fatores contextuais (envelhecimento da população, transição epidemiológica e avanços científicos e tecnológicos) ● fatores internos (cultura organizacional, recursos, sistemas de incentivos, estrutura organizacional e estilo de liderança e de gestão) ● Sistemas de saúde não tem a capacidade de adaptar-se as mudanças contextuais em tempo oportuno ● Crise dos Sistemas de Atenção à Saúde enfrentamento das condições crônicas na mesma lógica das condições agudas ● SUS➔ Sistema de Saúde do século XX atendendo a situação de saúde do século XXI➔ SISTEMAS DE SAÚDE FRAGMENTADOS Redes de atenção à saúde: ● PORTARIA Nº 4.279, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2010 “Estabelece diretrizes para a organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS)” ● Portaria de consolidação nº 3 de 28 de setembro de 2017 ● Superar a fragmentação existente➔ Redes de Atenção à Saúde ● “arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado” (Mendes, 2011) ● Objetivo➔ Promover a integração sistêmica, de ações e serviços de saúde com provisão de atenção contínua, integral, de qualidade, responsável e humanizada, bem como incrementar o desempenho do Sistema, em termos de acesso, equidade, eficácia clínica e sanitária; e eficiência econômica. ● Pontos de atenção à saúde → espaços onde se ofertam determinados serviços de saúde, por meio de uma produção singular. Ex. unidades básicas, unidades ambulatoriais especializadas, hospitais ● Nas RAS os pontos de atenção à saúde perdem a concepção hierárquica (piramidal) e assumem uma conformação poliarquia ● Poliarquia → pontos de atenção são igualmente importantes para que se cumpram os objetivos das RAS SAÚDE COLETIVA ● Os pontos de atenção se distinguem apenas pelas densidades tecnológicas, e permitem diferentes itinerários para o fluxo de pessoas, informações e produtos. Elementos constitutivos: ● População e regiões de saúde: � Atenção à saúde baseada na população “é a habilidade de um sistema em estabelecer as necessidades de saúde de uma população específica, sob sua responsabilidade, segundo os riscos, de implementar e avaliar as intervenções sanitárias relativas a essa população e de prover o cuidado para as pessoas no contexto de sua cultura e de suas preferências” � População de uma RAS: vive em territórios sanitários singulares organiza-se socialmente em família cadastrada e registrada em subpopulações por riscos socio-sanitários ● Estrutura operacional: � 3° elemento: Sistemas de apoio “lugares institucionais das redes onde se prestam serviços comuns a todos os pontos de atenção à saúde” SAÚDE COLETIVA � 5° elemento: Sistema de governança “é o arranjo organizativo que permite a gestão de todos os componentes das redes de atenção à saúde” Modelo logico de atenção: ● Modelos de Atenção à Saúde “são sistemas lógicos que organizam o funcionamento das redes de atenção à saúde, articulando, de forma singular, as relações entre a população e suas subpopulações estratificadas por riscos, os focos das intervenções do sistema de atenção à saúde e os diferentes tipos de intervenções sanitárias” Política nacional de atenção básica: PORTARIA Nº 2.436, DE 21 DE SETEMBRO DE 2017 Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) Atenção básica: ● “É o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária.” ● Principal porta de entrada e centro de comunicação da RAS, coordenadora do cuidado e ordenadora das ações e serviços disponibilizados na rede ● Ofertada integralmente e gratuitamente a todas as pessoas → necessidades, demandas do território, considerando os determinantes e condicionantes de saúde ● É proibida qualquer exclusão de qualquer espécie Princípios e Diretrizes do SUS e da RAS a serem operacionalizados na Atenção Básica: ● Regionalização e Hierarquização: � Atenção Básica como ponto de comunicação na RAS ● Territorialização e População Adscrita: � Permitir o planejamento, a programação descentralizada e o desenvolvimento de ações setoriais e intersetoriais com foco em um território específico, com impacto na situação, nos condicionantes e determinantes da saúde das pessoas e coletividades que constituem SAÚDE COLETIVA aquele espaço e estão, portanto, adstritos a ele ● Cuidado centrado na pessoa: � Desenvolvimento de ações de cuidado de forma singularizada, que auxilie as pessoas a desenvolverem os conhecimentos, aptidões, competências e a confiança necessáriapara gerir e tomar decisões embasadas sobre sua própria saúde e seu cuidado de saúde de forma mais efetiva ● Resolutividade: � Deve ser capaz de resolver a grande maioria dos problemas de saúde da população, coordenando o cuidado do usuário em outros pontos da RAS, quando necessário ● Longitudinalidade do cuidado: � Continuidade da relação de cuidado → construção de vínculo e responsabilização entre profissionais e usuários ao longo do tempo e de modo permanente e consistente, acompanhando os efeitos das intervenções em saúde e de outros elementos na vida das pessoas ● Coordenar o cuidado: � Elaborar, acompanhar e organizar o fluxo dos usuários entre os pontos de atenção das RAS → produzir a gestão compartilhada da atenção integral ● Ordenar as redes � Reconhecer as necessidades de saúde da população sob sua responsabilidade, organizando as necessidades desta população em relação aos outros pontos de atenção à saúde, contribuindo para que o planejamento das ações ● Participação da comunidade � Estimular a participação das pessoas, a orientação comunitária das ações de saúde na Atenção Básica e a competência cultural no cuidado, como forma de ampliar sua autonomia e capacidade na construção do cuidado à sua saúde e das pessoas e coletividades do território Atenção básica: ● Estratégia prioritária para expansão e consolidação da Atenção Básica → Saúde da Família ● Integração entre a Vigilância em Saúde e Atenção Básica → essencial para o alcance de resultados que atendam às necessidades de saúde da população → integralidade da atenção à saúde ● Vigilância em Saúde → processo contínuo e sistemático de coleta, consolidação, análise de dados e disseminação de informações sobre eventos relacionados à saúde → planejamento e a implementação de medidas de saúde pública ● Unidade Básica de Saúde (UBS) → Estabelecimentos de saúde que prestem ações e serviços de Atenção Básica que NÃO possuem equipe de Saúde da Família ● Unidade de Saúde da Família (USF) → Estabelecimentos com pelo menos UMA Equipe de Saúde da Família ● USF → 40h semanais, 5 dias da semana e 12 meses do ano → acesso facilitado à população ● UBS e USF → potenciais espaços de educação, formação de recursos humanos, pesquisa, ensino em serviço, inovação e avaliação tecnológica para a RAS ● Infraestrutura → adequada ao quantitativo de população adscrita e suas especificidades, aos processos de trabalho das equipes e à atenção à saúde dos usuários ● Ambiência → espaço físico (arquitetônico) → lugar social, profissional e de relações interpessoais SAÚDE COLETIVA → proporcionar uma atenção acolhedora e humana para as pessoas e de um ambiente saudável para o trabalho dos profissionais de saúde ● Deverá estar afixado em local visível, próximo à entrada da UBS: � Identificação e horário de atendimento; � Mapa de abrangência, com a cobertura de cada equipe; � Identificação do Gerente da Atenção Básica no território e dos componentes de cada equipe da UBS; � Relação de serviços disponíveis; e � Detalhamento das escalas de atendimento de cada equipe ● Tipos de unidades e equipamentos de Saúde: ● Funcionamento: � Recomenda-se que a população adscrita por equipe de Atenção Básica ou Equipe de Saúde da Família (eSF) → 2.000 a 3.500 pessoas. ● Tipos de equipe 1. Equipe de Saúde da Família (Esf) 2. Equipe da Atenção Básica (eAB) 3. Equipe de Saúde Bucal (eSB) 4. Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB) 5. Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS) 6. Equipes de atenção básica para populações específicas Programa Saúde na Hora: ● Portaria nº 397 de março de 2020 ● Implementou o horário estendido de funcionamento da USF e UBS no SUS ● Estipulou o recebimento de incentivos financeiros de custeio aos municípios e DF que aderirem ao Programa ● Objetivos: � Ampliar o acesso aos serviços de Atenção Primária à Saúde por meio do funcionamento das UBS ou USF em horário estendido � Ampliar a cobertura da Estratégia Saúde da Família � Ampliar o acesso às ações e serviços considerados essenciais na Atenção Primária à Saúde (APS) � Ampliar o número de usuários nas ações e nos serviços promovidos nas USF e UBS � Reduzir o volume de atendimentos de usuários com condições de saúde de baixo risco em unidades de pronto atendimento e emergências hospitalares
Compartilhar