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Importância da Floricultura

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE CARATINGA – FUNEC 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA – UNEC 
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FLORICULTURA, PLANTAS ORNAMENTAIS E PAISA-
GISMO 
 
 
 
 
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DISCIPLINA: FLORICULTURA, PLANTAS ORNAMENTAIS E PAISAGISMO 
 
 
 
1 - SITUAÇÃO E IMPORTÂNCIA DA FLORICULTURA. 
 
A floricultura é uma atividade de destaque, presente em praticamente todos os 
países e com um alcance global no mercado. Esse setor ganha importância especial 
nos países desenvolvidos. No Brasil, observa-se um crescimento significativo na 
quantidade de empreendimentos dedicados ao cultivo de flores e plantas ornamentais 
ao longo da última década, abrangendo todas as regiões e a maioria dos estados da 
Área de Atuação do BNB. 
Nesta região, o clima favorece o cultivo ao ar livre durante todo o ano, resul-
tando em custos de investimento mais acessíveis e na capacidade de fornecer cons-
tantemente uma variedade de produtos demandados pelo mercado consumidor. Isso 
também favorece a redução da dependência de importações no mercado interno. 
A floricultura é uma atividade que pode ser desenvolvida em propriedades de 
pequeno porte, apresentando uma rentabilidade significativa por área cultivada. Isso 
é especialmente relevante em áreas onde as propriedades estão diminuindo de tama-
nho, como é o caso da Região Nordeste. 
Além de seus benefícios econômicos, a floricultura se destaca pela intensidade 
de mão de obra que emprega, contribuindo para a manutenção das populações rurais 
e para a criação de empregos, tanto em áreas rurais quanto urbanas. Em um contexto 
de elevado desemprego e desafios econômicos, a floricultura continua desempe-
nhando um papel fundamental na geração de empregos e no estímulo ao desenvolvi-
mento econômico, sendo crucial seu incentivo e apoio em todas as etapas da cadeia 
produtiva. 
 
1.1 - CARACTERISTICAS DO SETOR 
 
A floricultura abrange uma ampla gama de atividades, que vão desde a produ-
ção de flores e folhagens para corte, plantas ornamentais em vasos, mudas de plantas 
AULA 1 
 
 
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ornamentais, gramas, até a produção de bulbos, tubérculos, rizomas, estacas e se-
mentes, destinados tanto ao paisagismo e jardinagem quanto aos ambientes internos. 
A comercialização dos produtos da floricultura é diversificada, ocorrendo em 
diferentes estruturas. Pode ser realizada diretamente com os consumidores, por meio 
de lojas próprias, ou com atacadistas para revenda aos varejistas, como floriculturas, 
supermercados, shopping centers, lojas de conveniência em postos de gasolina, qui-
osques, praças, sinais de trânsito, funerárias, entre outros, além do mercado externo 
por meio da exportação. 
Há também as vendas realizadas à distância, por telefone ou internet, propor-
cionando aos clientes a comodidade de não precisarem se deslocar até o ponto de 
venda e realizarem o pagamento por cartão de crédito, boleto ou transferência bancá-
ria. O comércio eletrônico, conhecido como e-commerce, possibilita operações comer-
ciais em ambiente virtual, onde os consumidores podem acessar lojas e produtos a 
qualquer hora e lugar, inclusive em floriculturas de regiões distantes, facilitando a pes-
quisa de preços e a escolha de produtos de forma rápida. 
O consumo de flores e plantas ornamentais é marcado por uma sazonalidade 
pronunciada, principalmente em datas comemorativas como o Dia Internacional da 
Mulher, Dia das Mães, Dia dos Namorados, Dia de Finados e festas de fim de ano. 
Os consumidores incluem pessoas físicas, hotéis, buffets, paisagistas, decoradores e 
empresas. 
Nos últimos anos, a cadeia produtiva de flores e plantas ornamentais no Brasil 
passou por transformações significativas. A demanda por plantas de interior aumentou 
devido à diminuição dos espaços de jardins nas residências. Por outro lado, o cresci-
mento de condomínios, tanto de prédios como de casas, impulsionou o consumo de 
plantas ornamentais, especialmente em vasos. Além disso, as demandas por decora-
ção de eventos como festas e cerimônias também têm crescido, impulsionando o seg-
mento de flores de corte e folhagens. O perfil dos consumidores tornou-se mais exi-
gente em relação à diversidade, qualidade dos produtos e formas de apresentação, 
gerando demandas específicas para o setor. 
 
1.2 - PANORAMA DO SEGMENTO NO MUNDO E BRASIL 
 
 
 
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1.2.1 - Produção mundial 
A produção mundial de flores e plantas ornamentais pode ser categorizada em 
três níveis distintos. No primeiro nível, destacam-se a China e a Índia, com áreas de 
cultivo que ultrapassam os 150 mil hectares. Em seguida, encontram-se os países 
com áreas cultivadas entre 10 mil e 50 mil hectares, como Países Baixos, Estados 
Unidos, Japão, México e Brasil. O Brasil, com uma área de 14,99 mil hectares, ocupa 
o sétimo lugar nesse ranking de área cultivada. Por fim, há um terceiro nível composto 
por países que possuem menos de 10 mil hectares de área dedicada à floricultura. 
(Tabela 1). 
Tabela 1 Áreas cultivadas com flores e plantas ornamentais pelos principais países 
produtores mundiais (1.000 ha) 
Paises 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 
India 190,8 190,8 253,6 234 255 245,5 
China 169 1340 
Paises Baixos 26,23 27,06 26,2 26,2 26,3 27,64 32,63 33,38 34,43 
Estados Unidos 21,29 29,4 20,07 
Japão 18,84 
Mexico 15,12 
Brasil 14,99 
Italia 9,42 8,85 8,78 
França 8,08 8,52 9,13 90,1 8,8 8,83 8,88 8,97 
Alemanha 8,38 8,4 7,6 7,7 7,3 7,5 7,3 6,9 6,9 
Espanha 6,68 6,49 7,01 6,98 7,06 6,3 6,44 6,23 6,22 
Colombia 6,78 
Equador 6,73 7,72 8,45 
Irã 6,57 
Reino Unido 6 5 6 6 6 7 6 8 7 
Bélgica 5 4,88 5,3 5,24 5,11 5,35 5,28 5,39 5,38 
Portugal 2,76 3,13 3,5 3,86 3,73 3,59 3,45 3,45 3,45 
Malásia 2,19 2,21 2,23 2,57 2,62 2,61 2,56 2,61 
Outros 11,04 11,9 15,11 8,04 13,02 13,21 19,87 15,79 2,59 
Total 267,16 268,39 356,97 309,6 611,79 344,1 1449,64 110,79 65,97 
Fonte: ECUADOR (2019); EUROSTAT (2019); ÍNDIA (2019); MALAYSIA (2019); OVERVIEW... (2018); USDA 
(2019). Nota: nd - informações não disponíveis. 
 
Com base nos dados de 2016, a área global destinada à produção de flores e 
plantas ornamentais excede 1,4 milhão de hectares, sendo que 92,4% desse total está 
concentrado na China. Em apenas dois anos, a área de cultivo nesse país aumentou 
em quase 700%, atingindo 1,34 milhão de hectares. Esse significativo crescimento é 
 
 
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atribuído em grande parte ao apoio do governo chinês em todos os segmentos da 
cadeia produtiva, incluindo a contratação de empresas de consultoria e investimentos 
em novos projetos de alta tecnologia, com o objetivo de estabelecer grandes empre-
sas no setor de flores, desenvolver parques temáticos florais e promover o agrotu-
rismo. Além disso, várias instituições holandesas têm presença ativa na China, como 
universidades, empresas de consultoria privadase escritórios voltados para a comer-
cialização desses produtos. 
 
1.2.2 - Estabelecimentos nacionais com produção de flores e plantas ornamen-
tais 
 
No Brasil, há 16,4 mil estabelecimentos dedicados à produção de flores e plan-
tas ornamentais. A maioria desses estabelecimentos está localizada na região Su-
deste (46,2%), com 24,2% deles situados no estado de São Paulo e 10,8% em Minas 
Gerais. A região Nordeste representa 16,5% do total de estabelecimentos, ocupando 
o terceiro lugar nacional após o Sul. Nessa região, existem 2,7 mil estabelecimentos 
distribuídos entre os nove estados, com concentrações significativas na Bahia (968 
estabelecimentos), Pernambuco (678), Ceará (398) e Sergipe (226). Esses quatro es-
tados, juntamente com o Norte de Minas Gerais, abrigam 80,5% dos 3,2 mil estabele-
cimentos localizados no Nordeste, Norte de Minas Gerais e Espírito Santo. 
A participação dos estabelecimentos dedicados ao cultivo de flores e plantas 
ornamentais em relação ao total de estabelecimentos agropecuários ainda é bastante 
reduzida em todo o país e em todas as regiões, sendo mais expressiva no Sudeste 
(0,78%) e Sul (0,45%), seguida pela Região Norte (0,25%) e Centro-Oeste (0,25%), e 
a menor participação no Nordeste (0,12%) (IBGE, 2019). No entanto, no período de 
2006 a 2017, o número de estabelecimentos nacionais dedicados ao cultivo de flores 
e plantas ornamentais aumentou em 48,2%, enquanto o número de estabelecimentos 
agropecuários nacionais diminuiu 2,0%. Esse crescimento foi observado em todas as 
regiões, destacando-se especialmente a Região Norte e Centro-Oeste. 
Embora os cultivos estejam distribuídos em diversos municípios da região, foi 
identificado um grupo de polos de produção estaduais, selecionando municípios com 
10 ou mais estabelecimentos produtores onde dentre os estados, a Bahia se destaca 
 
 
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como o estado com o maior número de municípios que possuem 10 ou mais estabe-
lecimentos, resultando em diversos polos de produção, como a Região Metropolitana 
de Salvador, Centro Norte Baiano, Centro Sul Baiano, Extremo Oeste Baiano, Nor-
deste Baiano, Sul Baiano e Vale São-Franciscano da Bahia. Sua produção abrange 
tanto flores tropicais quanto temperadas, principalmente para o abastecimento dos 
mercados locais. 
Em Pernambuco, a produção de flores e plantas ornamentais está distribuída 
em vários municípios que compõem as regiões fisiográficas do Estado, como a Região 
Metropolitana de Recife, Agreste Pernambucano, Mata Pernambucana, São Fran-
cisco Pernambucano e Sertão Pernambucano. Essa produção é direcionada princi-
palmente para o abastecimento da região metropolitana de Recife e em menor escala 
para outros estados nordestinos. 
No Ceará, a produção está presente em diversos municípios das regiões como 
a Região Metropolitana de Fortaleza, Centro-Sul Cearense, Norte Cearense, Sul Ce-
arense, Sertões Cearenses e Noroeste Cearense. Nessa região, várias instituições 
colaboraram para criar o projeto Rosas da Ibiapaba, visando transformar a Serra da 
Ibiapaba em um dos principais polos de produção de rosas do Brasil. 
Os municípios de Gravatá (PE), Teófilo Otoni (MG) e Boquim (SE) se destacam 
com mais de cem estabelecimentos dedicados à floricultura. Em Gravatá, existem 295 
estabelecimentos, com a maior parte voltada para a produção de flores e folhagens 
para corte. Teófilo Otoni possui 166 estabelecimentos, com foco na produção de mu-
das e plantas ornamentais em vaso. Boquim conta com 81,1% dos estabelecimentos 
produzindo mudas e 8,7% produzindo grama. 
No mercado nacional, os produtos mais comercializados incluem flores e folha-
gens para corte, mudas de plantas ornamentais e outras formas de propagação para 
plantio, bem como plantas ornamentais em vaso. Esses produtos estão presentes em 
81,2% dos estabelecimentos dedicados à produção de flores e plantas ornamentais 
no Brasil. 
No período de 2006 a 2017, o número de estabelecimentos nacionais dedica-
dos à floricultura aumentou em 2.617 unidades, abrangendo praticamente todos os 
segmentos de produtos: flores e folhagens para corte registraram um aumento de 
0,2%, mudas de plantas ornamentais cresceram 15,5%, plantas ornamentais em vaso 
 
 
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aumentaram em 36,6%, mudas e outras formas de propagação destinadas ao plantio 
tiveram um crescimento de 134,8%, e a produção de gramas aumentou em 28,7%. 
Houve exceções, como a produção de plantas, flores, folhagens medicinais, que dimi-
nuiu 30,9%, e as sementes destinadas ao plantio, que reduziram em 37,5%. 
Nesse período, a floricultura passou por várias transformações, com alguns 
segmentos aumentando suas participações, como as mudas e outras formas de pro-
pagação destinadas ao plantio, que cresceram 190,5%, passando de 3,1% em 2006 
para 12,4% em 2017, e as mudas de plantas ornamentais, que aumentaram de 12,8% 
para 21,4%. Por outro lado, houve uma queda significativa na participação das plan-
tas, flores, folhagens medicinais, que passaram de 29,6% para 8,5% devido a uma 
redução de 79,2% no número de estabelecimentos. 
No Nordeste, mais da metade dos estabelecimentos produzem flores e folha-
gens para corte (32,1%) e mudas de plantas ornamentais (21,4%), totalizando 80,9% 
dos produtos mais demandados em 2017, junto com plantas ornamentais em vaso 
(14,9%) e mudas e outras formas de propagação destinadas ao plantio (12,4%). No 
entanto, a maioria dos estabelecimentos produtivos na região Nordeste apresentou 
queda, incluindo os produtores de plantas, flores, folhagens medicinais, bem como os 
produtores de flores e folhagens para corte, plantas ornamentais em vaso, gramas e 
sementes destinadas ao plantio. Os principais motivos para o fechamento de estabe-
lecimentos foram o longo período de seca, resultando em escassez de água, e a re-
dução das exportações de produtos da floricultura tropical e flores e folhagens para 
corte devido à crise econômica internacional iniciada em 2008. 
Nas regiões Nordeste, Norte de Minas Gerais e Espírito Santo, os produtos 
mais relevantes são as flores e folhagens para corte, presentes em 29,3% dos esta-
belecimentos, seguidas pelas mudas de plantas ornamentais, presentes em 21,6% 
dos estabelecimentos. Em seguida, em ordem de importância, estão as mudas e ou-
tras formas de propagação destinadas ao plantio, presentes em 16,0% dos estabele-
cimentos, e as plantas ornamentais em vaso, em 15,1%. 
A produção de flores e folhagens para corte está mais concentrada em Per-
nambuco (39,3%) e Bahia (35,8%), enquanto as plantas, flores e folhagens medicinais 
estão principalmente na Bahia (39,8%), Ceará (19,8%) e Pernambuco (11,1%). As 
 
 
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mudas de plantas ornamentais têm uma distribuição menos concentrada, mas se en-
contram principalmente na Bahia (23,8%), Pernambuco (18,2%), Sergipe (14,9%), Ce-
ará (14,7%) e Norte de Minas Gerais (12,0%). 
Dos 477 estabelecimentos que produzem plantas ornamentais em vaso na 
Área do BNB, 31,4% estão na Bahia, 18,9% no Ceará e 14,0% em Pernambuco. Já 
os 505 estabelecimentos que produzem mudas e outras formas de propagação desti-
nadas ao plantio têm sua produção menos concentrada, embora estejam principal-mente na Bahia (25,5%) e Norte de Minas Gerais (14,7%). 
A produção de gramas está distribuída principalmente entre os estados da Ba-
hia (32,9%), Maranhão (14,9%), Pernambuco (13,3%) e Ceará (10,8%), enquanto os 
estabelecimentos para cultivo de sementes destinadas ao plantio estão localizados 
principalmente nos estados da Bahia (29,0%), Pernambuco (18,8%), Ceará (18,8%) e 
Norte de Minas Gerais (14,5%). 
Em termos proporcionais à quantidade produzida, as plantas, flores, folhagens 
medicinais, gramas e sementes destinadas ao plantio têm uma presença menor na 
Área do BNB, estando respectivamente presentes em 253, 249 e 69 estabelecimen-
tos. 
 
1.3 - MERCADO MUNDIAL 
 
O mercado global de flores e plantas ornamentais envolve um grande número 
de países tanto como fornecedores quanto como consumidores, abrangendo uma am-
pla variedade de produtos. No ano de 2018, as exportações desses produtos foram 
realizadas entre 102 países, totalizando um valor de 20,90 bilhões de dólares (Figura 
1). 
 
 
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Figura 1 Exportações mundiais de produtos da floricultura (2018) 
 
Fonte: UM COMTRADE (2019) 
 
A Holanda (Países Baixos) detém 51,2% do valor total das exportações mundi-
ais de flores e plantas ornamentais, exercendo uma grande influência neste mercado 
devido ao seu status como o maior hub global desses produtos. Por essa razão, tam-
bém se destaca como a segunda maior importadora mundial. 
A Colômbia ocupa o segundo lugar nas exportações mundiais e é pioneira no 
transporte marítimo de flores cortadas. Juntamente com o Equador, Quênia e Etiópia, 
esses países se tornaram os principais fornecedores para grandes redes varejistas 
em países desenvolvidos, aproveitando suas vantagens competitivas na produção de 
flores e plantas ornamentais. No entanto, eles também se tornaram concorrentes sig-
nificativos do Brasil, especialmente dos estados nordestinos. 
No ranking das exportações globais de flores e plantas ornamentais, o Brasil 
caiu da 45ª posição em 2017, com uma receita de 12,71 milhões de dólares, para a 
48ª posição em 2018, após uma queda de 3,1% na receita das exportações, que to-
talizou 12,32 milhões de dólares. Durante o mesmo período, as exportações globais 
aumentaram em 3,4%. Os principais contribuintes para esse aumento foram a Ho-
landa, com um acréscimo de 560 milhões de dólares, seguida pela França, Tailândia, 
Itália e Bélgica, cujos aumentos combinados totalizaram 551 milhões de dólares. 
As importações mundiais de flores e plantas ornamentais atingiram 19,73 bi-
lhões de dólares, com a participação de 116 países. A Alemanha lidera como principal 
 
 
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importadora e também se destaca como a terceira maior exportadora mundial (Figura 
2). 
Figura 2 Importações mundiais de produtos da floricultura (2018) 
 
Fonte: UM COMTRADE (2019) 
 
Devido aos altos níveis de consumo interno, alguns países que são grandes 
produtores de flores e plantas ornamentais não estão entre os principais exportadores 
globais, como é o caso da China, Estados Unidos e Japão. No entanto, esses países 
se destacam como grandes importadores, como evidenciado pelos Estados Unidos e 
Japão. 
Comparado a 2017, as importações mundiais aumentaram em 20,9%, impulsi-
onadas em grande parte pela entrada de 18 novos países. Entre esses, a França se 
destacou com importações no valor de 1,30 bilhões de dólares, seguida pela Áustria 
(440,05 milhões de dólares), Bielorrússia (377,31 milhões de dólares), Arábia Saudita 
(83,17 milhões de dólares) e Emirados Árabes Unidos (79,35 milhões de dólares). 
Como resultado, o Brasil passou da 36ª posição no ranking das importações mundiais 
de flores e plantas ornamentais em 2017, com um valor de 40,52 milhões de dólares, 
para a 39ª posição em 2018, mesmo aumentando suas importações para 45,39 mi-
lhões de dólares. 
As plantas vivas e mudas, juntamente com as flores de corte, representaram 
cerca de 94,0% tanto das exportações quanto das importações mundiais de plantas 
ornamentais em 2018. As plantas vivas e mudas superaram as flores de corte como 
 
 
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os produtos de floricultura mais comercializados globalmente. Isso é em parte resul-
tado da crise econômica e financeira internacional que afetou os principais mercados 
consumidores de flores e folhagens para corte, como a União Europeia, Estados Uni-
dos e Japão. Outros produtos comercializados, como folhagens e gramíneas, repre-
sentaram aproximadamente 6,0% tanto das exportações quanto das importações 
mundiais. No entanto, as vendas de bulbos e tubérculos foram suspensas em 2018. 
 
1.4 - O MERCADO DE FLORES NO BRASIL 
 
O Brasil tem uma produção de flores que abrange 15.600 hectares, represen-
tando 8% da produção mundial. A floricultura, intensiva em capital e mão de obra, 
emprega, em média, 3,8 trabalhadores por hectare. Esse setor, tanto na produção 
quanto na comercialização de flores e plantas, gera cerca de 800.000 empregos indi-
retos e 272.000 empregos diretos, correspondendo a 1,17% dos empregos do agro-
negócio brasileiro, conforme dados do CEPEA/ESALQ/USP (Tabela 2). Desses em-
pregos, 50% estão nas propriedades, 40% no varejo, 4% na distribuição, e o restante 
está em atividades complementares. Nas pequenas propriedades, apenas 20% da 
mão de obra é familiar, enquanto os outros 80% são contratados, destacando-se como 
o setor agropecuário que mais emprega mulheres, representando 48% da força de 
trabalho total e, em algumas regiões, chegando a 63%. 
Tabela 2 PIB do setor ornamental nacional e comparado com o estado de São Paulo 
Setor Ornamental 2023 Nacional São Paulo 
Tamanho do mercado (R$ bilhões) PIB 19.872.000.000,00 7.885.209.600,00 
População brasileira (milhões) 203.000.000,00 45.240.000,00 
Consumo per capta - R$ 97,89 174,68 
Número de produtores 8.300 4.200 
Área cultivada (ha) 15.600 8.160 
Tamanho médio da área de produção 1,88 2,08 
Empregos diretos por hectare 8 8 
Mão de obra envolvida (Total) 272.000 127.495 
Num. de espécies produzidas 2.500 2.500 
Num. De variedades Prod./cultivares 17.500 17.500 
Num. De centrais de atacado 60 25 
Num de empresas atacadistas 680 480 
Num de pontos de venda no varejo 25.000 8.000 
Num de feiras exposições 35 15 
 
 
 
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No mercado de flores, existem aproximadamente 680 empresas atacadistas e 
mais de 25.000 pontos de venda. Cerca de 40% do consumo está concentrado no 
Estado de São Paulo, e o mercado nacional absorve 97,5% da produção, com uma 
pequena porcentagem destinada à exportação. Os principais centros de produção es-
tão localizados no Estado de São Paulo, em áreas como Arujá, Atibaia, Holambra e 
Ibiúna. Outros polos incluem Andradas, Barbacena e Munhoz (MG); Nova Friburgo, 
Petrópolis e Serra da Mantiqueira (RJ); Vale do Caí (RS); Joinville e Corupá (SC); e 
Serra da Ibiapaba (CE). Além disso, as flores e folhagens tropicais são produzidas em 
locais ao longo do litoral do Nordeste,incluindo estados como Alagoas, Pernambuco, 
Rio Grande do Norte e Bahia. 
A produção de flores no ano de 2023 ficou distribuída entre uma área total de 
15.600 hectares, os quais estão distribuídos em 1.342 hectares de flores cultivadas 
em estufa, 530 hectares de produção de flores sob sistema de sombrite e nos 13.738 
hectares restantes a produção é realizada ao ar livre. 
A tabela 3 nos traz duas informações relevantes do mercado de plantas orna-
mentais no Brasil entre os anos de 2017 a 2023. O primeiro ponto que merece desta-
que é o do crescimento do mercado interno (em bilhões de reais) desde 2017, que 
condiz com a porcentagem de crescimento ao longo dos anos no setor, chegando a 
valores médios de 12% ao longo desses anos. 
Tabela 3 Evolução do PIB do setor ao longo dos anos 
Ano Mercado interno PIB (R$ bilhões) % de crescimento 
2017 10 9% 
2018 10,7 7% 
2019 11,5 7,50% 
2020 11,9 3,50% 
2021 15,7 32% 
2022 18,4 17% 
2023 19,9 8% 
 
Quando consideramos o PIB do mercado de plantas ornamentais (R$ 
19.872.000.000,00) podemos distribui-lo dentro de diversos segmentos do mercado, 
sendo estes: 
• Floricultura 
• Decoração 
 
 
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA 
DISCIPLINA: FLORICULTURA, PLANTAS ORNAMENTAIS E PAISAGISMO 
 
• Paisagismo 
• Autosserviço 
• Atacados para consumidor final 
• Produtor para consumidor final 
• Outros 
Ao analisar cada um desses segmentos, pode-se observar que os setores de 
decoração (30%), Autosserviço (21%) e Paisagismo (20%) são os principais partici-
pantes do PIB de plantas ornamentais (Figura 3). 
 
Figura 3 Participação dos segmentos dentro do PIB de ornamentais no ano de 2023 
 
 
 
 
 
 
 
Floricultura
17%
Decoração
30%
Paisagismo
20%
Autosserviço
21%
Atacados p/ consumidor 
final
3%
Produtor p/ consumidor 
final
1%
Outros
8%
PARTICIPAÇÃO DE CADA SEGMENTO NO PIB 
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Importância Social e Econômica da Floricultura 
 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 14 
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GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA 
DISCIPLINA: FLORICULTURA, PLANTAS ORNAMENTAIS E PAISAGISMO 
 
Bibliografia 
ALVES, José Roberto A.; ALVES, Elisabeth T. Floricultura no Brasil. Editora Nobel, 
2009. 
JUNQUEIRA, Luís Renato; et al. Mercado de Flores e Plantas Ornamentais no Brasil: 
Panorama Atual e Perspectivas. Editora Funep, 2018. 
TEIXEIRA, Mário Lopes; TAVARES, Mauro Sérgio Alves. Produção de Flores Tropi-
cais no Brasil. Editora UFV, 2015. 
SUMIDA, Carlos José Hissashi; et al. Floricultura Brasileira: Desafios e Oportunida-
des. Editora Interciência, 2017. 
FELICIANO, Renato; et al. Estratégias Competitivas para o Setor de Flores e Plantas 
Ornamentais no Brasil. Editora Senac São Paulo, 2016.

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