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Legislação Trabalhista e Estatutária

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2018
LegisLação TrabaLhisTa e 
esTaTuTária
Profª Ana Paula Tabosa dos Santos Sanches
Profª Gabriela Wolff
Copyright © UNIASSELVI 2018
Elaboração:
Profª Ana Paula Tabosa dos Santos Sanches
Profª Gabriela Wolff
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
SA194l
 Sanches, Ana Paula Tabosa dos Santos
 Legislação trabalhista e estatutária. / Ana Paula Tabosa dos 
Santos Sanches; Gabriela Wolff. – Indaial: UNIASSELVI, 2018.
 199 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0239-6
1.Legislação Trabalhista. – Brasil. 2.Legislação Estatutária. – Brasil. 
I. Wolff, Gabriela. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 344
III
apresenTação
Acadêmico, o trabalho é reconhecido em nossa sociedade como 
uma atividade que determina força produtiva, produção de riquezas, 
estabelecendo relações interpessoais, entre outras. As relações de trabalho 
transformam-se no decorrer de nossa história, as nossas estruturas sociais 
também são modificadas, principalmente a forma como se estruturavam 
nossas relações, posições na hierarquia social, formas de segregação e, em 
grande parte, aspectos culturais erguidos em torno das relações de trabalho.
O Estado desempenha um papel importante na manutenção da paz 
social e na organização das relações estabelecidas entre os que compõem 
uma sociedade. Não poderiam ser afastadas da proteção do Estado aquelas 
relações decorrentes do trabalho estabelecidas como obrigações e deveres no 
desenvolvimento de tarefas.
As informações trazidas neste Livro de Estudos têm por objetivo 
situá-lo acerca de conceitos e diretrizes que integram a Legislação Trabalhista 
e Estatutária, buscando fornecer subsídios que o tornem capaz de interpretar 
de forma lógica e deter uma visão holística do mundo do trabalho.
 
Na Unidade 1, estudaremos os aspectos gerais da administração 
pública, tais como: o conceito de administração pública, as espécies de 
agentes públicos, os cargos, empregos e funções públicas.
A Unidade 2 é dedicada ao estudo dos princípios, ingresso e atuação 
na administração, às características do concurso público e ao conceito de 
servidor público. Também nesta unidade, estudaremos as formas de perda 
de cargo público.
Já na Unidade 3, será tratado do conceito, das características e espécies 
de contratos, como também dos sujeitos que fazem parte das relações 
trabalhistas prescritas na Consolidação da Leis Trabalhistas (CLT).
Desejamos a você uma trajetória de sucesso! Bons estudos!
Profª Ana Paula Tabosa dos Santos Sanches
Profª Gabriela Wolff
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE 1 – ASPECTOS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ................................... 1
TÓPICO 1 – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ...................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................................................................ 3
2.1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E SERVIÇO PÚBLICO .............................................................. 5
2.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GOVERNO ............................................................................. 7
2.3 DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................................................................................... 8
2.3.1 Administração centralizada ou direta ................................................................................. 8
2.3.2 Administração descentralizada ou indireta ........................................................................ 11
2.3.3 Autarquias ................................................................................................................................ 15
2.3.4 Fundações públicas ................................................................................................................ 16
2.3.5 Empresas estatais: empresas públicas e sociedade de economia mista .......................... 20
2.4 ENTIDADES PARAESTATAIS E TERCEIRO SETOR ................................................................ 24
2.4.1 Serviços sociais autônomos ................................................................................................... 25
2.4.2 Organizações sociais............................................................................................................... 26
2.4.3 Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) ..................................... 28
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 31
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 32
TÓPICO 2 – ESPÉCIES DE AGENTES PÚBLICOS .......................................................................... 35
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 35
2 AGENTES PÚBLICOS ........................................................................................................................ 35
2.1 AGENTES POLÍTICOS .................................................................................................................. 36
2.2 SERVIDORES PÚBLICOS EM SENTIDO AMPLO .................................................................... 38
2.3 SERVIDORES ESTATUTÁRIOS .................................................................................................... 39
2.4 EMPREGADOS PÚBLICOS .......................................................................................................... 40
2.5 SERVIDORES TEMPORÁRIOS .................................................................................................... 41
2.6 PARTICULARES QUE ATUAM EM COLABORAÇÃO COM O PODER PÚBLICO ........... 43
2.7 PARTICULARES POR DELEGAÇÃO ......................................................................................... 43
2.8 PARTICULARES QUE ATUAM POR REQUISIÇÃO, NOMEAÇÃO OU DESIGNAÇÃO .... 46
2.9 GESTORES DE NEGÓCIOS .......................................................................................................... 46
2.10 MILITARES ....................................................................................................................................47
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 48
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 49
TÓPICO 3 – CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÕES PÚBLICAS ..................................................... 51
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 51
2 CARGOS PÚBLICOS ........................................................................................................................... 51
3 EMPREGOS PÚBLICOS ..................................................................................................................... 53
4 FUNÇÕES PÚBLICAS ......................................................................................................................... 53
5 FUNÇÕES DE CONFIANÇA E CARGOS COMISSIONADOS ................................................. 54
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 56
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 63
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 64
sumário
VIII
UNIDADE 2 – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E SUAS FORMAS DE ADMISSÃO ................. 67
TÓPICO 1 – PRINCÍPIOS, INGRESSO E ATUAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO ....................... 69
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 69
2 CONCEITO DOS PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS ............................................................... 69
2.1 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ..................................................................................................... 70
2.2 PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE ........................................................................................... 72
2.3 PRINCÍPIO DA MORALIDADE ................................................................................................... 73
 2.4 PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE .................................................................................................... 75
2.5 PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA ........................................................................................................ 78
2.6 PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE .................................................................................. 80
2.7 PRINCÍPIOS DA SEGURANÇA JURÍDICA, DA CONFIANÇA LEGÍTIMA E 
 DA BOA-FÉ....................................................................................................................................... 82
2.8 PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O INTERESSE 
PARTICULAR ................................................................................................................................... 84
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 86
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 87
TÓPICO 2 – CONCURSO PÚBLICO ................................................................................................... 89
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 89
2 DO CONCURSO PÚBLICO DE PROVAS OU DE PROVAS E TÍTULOS ................................ 89
2.1 VINCULAÇÃO AO EDITAL ......................................................................................................... 92
2.2 DA NOMEAÇÃO ........................................................................................................................... 93
2.3 DA POSSE E DO EXERCÍCIO ....................................................................................................... 96
2.4 DA ESTABILIDADE ....................................................................................................................... 99
2.5 DA READAPTAÇÃO ...................................................................................................................102
2.6 DA REVERSÃO .............................................................................................................................103
2.7 DA RECONDUÇÃO .....................................................................................................................105
2.8 DA DISPONIBILIDADE E DO APROVEITAMENTO ............................................................106
2.9 DA VACÂNCIA ............................................................................................................................108
2.10 DA REMOÇÃO E DA REDISTRIBUIÇÃO .............................................................................110
2.11 CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA POR EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO ...........112
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................116
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................117
TÓPICO 3 – O SERVIDOR PÚBLICO E AS FORMAS DE PERDA DE CARGO .....................119
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................119
2 SERVIDOR PÚBLICO, ESTABILIDADE E HIPÓTESES DE PERDA DE CARGO ..............119
3 DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR (PDA) ...................................................121
4 AFASTAMENTO PREVENTIVO.....................................................................................................123
5 DAS INFRAÇÕES E SANÇÕES ADMINISTRATIVAS IMPOSTAS AOS SERVIDORES 
 PÚBLICOS ESTÁVEIS.......................................................................................................................124
5.1 ADVERTÊNCIA .............................................................................................................................125
5.2 SUSPENSÃO ...................................................................................................................................126
5.3 DEMISSÃO .....................................................................................................................................126
5.4 CASSAÇÃO DE APOSENTADORIA E CASSAÇÃO DE DISPONIBILIDADE ...................127
6 DA REINTEGRAÇÃO .......................................................................................................................127
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................129
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................134
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................135
IX
UNIDADE 3 – ASPECTOS GERAIS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR 
 E DA SINDICÂNCIA PUNITIVA ...........................................................................137
TÓPICO 1 – O PROCESSO ADMINISTRATIVO ...........................................................................139
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................139
2 PRINCÍPIOS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO ..................................................................139
3 PREVISÃO CONSTITUCIONAL E INFRACONSTITUCIONAL ...........................................1414 LEGITIMADOS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR E À 
 SINDICÂNCIA ...................................................................................................................................142
5 OBJETO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR E DA SINDICÂNCIA 
 PUNITIVA ............................................................................................................................................142
6 SANÇÕES .............................................................................................................................................146
6.1 ADVERTÊNCIA .............................................................................................................................147
6.2 SUSPENSÃO ...................................................................................................................................149
6.3 DEMISSÃO .....................................................................................................................................150
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................154
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................155
TÓPICO 2 – PRESCRIÇÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR ...............157
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................157
2 PRESCRIÇÃO ......................................................................................................................................157
3 DENÚNCIA .........................................................................................................................................159
4 DEVER DE PROMOÇÃO DA APURAÇÃO .................................................................................161
5 SINDICÂNCIA ...................................................................................................................................162
5.1 SINDICÂNCIA INVESTIGATÓRIA ...........................................................................................163
5.2 SINDICÂNCIA PUNITIVA ..........................................................................................................164
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................168
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................169
TÓPICO 3 – FASES DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR .............................171
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................171
2 FASES DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR .................................................171
3 ETAPAS PREVISTAS NO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR ..........173
3.1 INSTAURAÇÃO ............................................................................................................................174
3.2 INQUÉRITO ADMINISTRATIVO ...............................................................................................175
3.3 RELATÓRIO ...................................................................................................................................179
3.4 JULGAMENTO ..............................................................................................................................180
4 CONCEPÇÃO DOS TRIBUNAIS A RESPEITO DAS DECISÕES ADMINISTRATIVAS ..182
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................184
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................189
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................190
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................191
X
1
UNIDADE 1
ASPECTOS GERAIS DA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir dos estudos desta unidade, você será capaz de:
• entender os aspectos gerais da administração pública, suas espécies de 
agentes públicos, os cargos, empregos e funções públicas;
• compreender a relação da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e o 
Direito Administrativo, sua vigência e aplicação, interpretação e integra-
ção ao caso concreto, a ponto de facilitar no seu dia a dia profissional;
• analisar relação da administração pública e Governo, suas formas de ges-
tão, administração direta e indireta;
• identificar as empesas estatais, empresas públicas e sociedades de econo-
mia mista e suas formas de concessão, assim como as entidades paraesta-
tais e terceiro setor, além de outros órgãos relacionados.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
TÓPICO 2 – ESPÉCIES DE AGENTES PÚBLICOS 
TÓPICO 3 – CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÕES PÚBLICAS
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, seja bem-vindo a esta caminhada para estudar e 
compreender um dos principais temas do direito administrativo que envolve as 
espécies de agentes públicos. 
O Direito Administrativo é um conjunto de princípios jurídicos voltado 
para as questões que concernem à Administração Pública, regulamentando 
funções administrativas de responsabilidade de interesse público e coletivo. 
As regras e princípios têm a finalidade de proporcionar total conformidade e 
harmonia para o ordenamento jurídico. 
Os agentes públicos, independentemente de suas formações ou da 
função que desempenham, são importantes na construção social, pois trata-se 
de profissionais que desempenham suas funções durante muitos anos, o que os 
tornam profundos conhecedores da gerência de prestação de serviços ao cidadão. 
Estão preparados para desbravar esta temática e refletir sobre ela? Então, 
vamos aos estudos!
2 CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A palavra administração origina-se do latim administratione, que significa 
direção, gerência, logo, podemos afirmar que é a capacidade de gerir e conduzir 
um negócio, recursos e pessoas, com o objetivo de alcançar um fim proposto. Já a 
palavra pública, remete-nos a algo que é pertencente ao povo, algo que é de todos 
e se faz diante de todos. 
Assim, unindo ambos conceitos, de forma simplista, podemos definir 
administração pública como o ato de gerenciar algo que é do povo, em função do 
povo, com o intuito de atingir metas previamente definidas.
Tecnicamente falando, administração pública é um conceito decorrente 
do direito administrativo que representa o conjunto de agentes, serviços e 
órgãos formados pelo Estado com a finalidade de fazer o gerenciamento de 
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
4
certas áreas de uma sociedade, como educação, saúde, cultura dentre outras. É 
toda e qualquer atividade, como a prestação e coordenação de serviços públicos, 
desempenhada pelo Estado ou pelos seus representantes em favor da sociedade.
Para Daft (2010, p. 6), “administração é o atingimento das metas 
organizacionais de modo eficiente e eficaz por meio do planejamento, 
organização, liderança e controle dos recursos organizacionais”. Nessa visão, o 
ato de administrar abrange o planejamento, a organização, direção e controle da 
coisa pública, de modo eficiente e eficaz.
Di Pietro (2012, p. 50) subdivide a administração pública em sentidos 
subjetivo/objetivo e amplo/estrito. Vejamos:
a) em sentido subjetivo, formal ou orgânico, ela designa os entes 
que exercem a atividadeadministrativa; compreende pessoas 
jurídicas, órgãos e agentes públicos incumbidos de exercer uma das 
funções em que se triparte a atividade estatal: a função administrativa;
b) em sentido objetivo, material ou funcional, ela designa a 
natureza da atividade exercida pelos referidos entes; nesse sentido, 
a administração pública é a própria função administrativa que 
incumbe, predominantemente, ao Poder Executivo [...].
c) em sentido amplo, a Administração Pública, subjetivamente considerada, 
compreende tanto os órgãos governamentais, supremos, constitucionais 
(Governo), aos quais incumbe traçar os planos de ação, dirigir, 
comandar, como também os órgãos administrativos, subordinados, 
dependentes (Administração Pública, em sentido estrito), aos quais 
incumbe executar os planos governamentais; ainda em sentido amplo, 
porém objetivamente considerada, a administração pública compreende 
a função política, que traça as diretrizes governamentais e a função 
administrativa que as executa;
d) em sentido estrito, a administração pública compreende, sob o 
aspecto subjetivo, apenas os órgãos administrativos e, sob o aspecto 
objetivo, apenas a função administrativa, excluídos, no primeiro caso, 
os órgãos governamentais e, no segundo, a função política.
Meirelles (2002) corrobora com esse entendimento e acrescenta que em 
uma visão global, Administração é o aparelhamento do Estado preordenado à 
realização de serviços em benefício do povo. E esclarece que, a Administração 
pratica somente atos de execução, mas não atos de governo, dos quais trataremos 
a seguir.
Desta forma, vimos que a administração pública compreende o ato de 
administrar. Todavia, a quem compete tal tarefa? Ao gestor público. É ele que 
detém toda a responsabilidade de fazer uma gestão de forma transparente, 
impessoal, pública, eficiente, conforme os princípios constitucionais.
Se por acaso esse gestor descumprir preceitos da administração pública e 
incorrer na prática de qualquer ilícito, ele responderá pelos atos praticados, além 
de ser julgado por improbidade administrativa, com base na Lei nº 8.429/92.
TÓPICO 1 | ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
5
FIGURA 1 – FUNÇÕES DO GESTOR PÚBLICO
FUNÇÃO DO
GESTOR
PÚBLICO:
Ser
transparente
em seus atos
Impessoal
Gestão
pública
Ser eficiente
FONTE: As autoras
DICAS
O objetivo da administração pública é sempre trabalhar a favor do interesse 
público e dos direitos e interesses dos cidadãos.
2.1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E SERVIÇO PÚBLICO
O conceito de serviço público passou por diversas mudanças no decorrer 
do tempo. Meirelles (2002) define o serviço público como todo empenho pela 
administração ou por seus delegados, regidos por normas e controles estatais, 
para desempenhar necessidades essenciais ou secundárias da coletividade, ou 
simples adequação do Estado.
No mesmo sentido, Cretella Júnior (1980, p.55) defende que, de 
forma ampla, serviço público é “toda atividade que o Estado exerce direta ou 
indiretamente, para satisfação das necessidades públicas mediante procedimento 
típico do direito público”.
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
6
Para Di Pietro (2012), serviço público são atividades que a lei atribui ao 
Estado para que represente diretamente ou através de seus agentes, com o intuito 
de satisfazer consistentemente às necessidades coletivas, sob regime jurídico total 
ou parcialmente público.
Em nossa Constituição Federal, o artigo 175 dispõe que incumbe ao Poder 
Público a prestação de serviços públicos adequados. Vejamos:
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou 
sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a 
prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
[...]
IV - a obrigação de manter serviço adequado.
Entretanto, estes serviços podem ser classificados das seguintes formas:
FIGURA 2 – FORMAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS
Quanto à sua essencialidade:
Quanto ao objetivo:
Prestação de serviço misto:
a) serviços públicos indelegáveis: são aqueles que somente
podem ser prestados pela Administração, ou seja, privativos 
do Estado, quando a competência é única e exclusiva do 
poder público. Serviços que não admitem a execução.
Ex.: serviço de segurança nacional, emissão de moeda etc.
b) serviços públicos delegáveis: são aqueles prestados pelo 
poder público para satisfazer as necessidades do indivíduo na 
sociedade, que admitem a execução por meio de terceiros.
a) serviços administrativos: atividades 
que visam atender às necessidades 
internas da Administração ou servir de 
base para outros serviços.
Ex.: Imprensa Oficial.
b) serviços comerciais ou industriais: 
ativiades que visam atender às 
necessidades da coletividade no aspecto 
econômico.
Ex.: serviço de energia elétrica.
c) serviços sociais: atividades que visam 
atender às necessidades essenciais da 
coletividade em que há atuação da iniciativa 
privada ao lado da atuação do Estado. Ex.: 
serviço de saúde (existem hospitais públicos 
e privados), serviço de educação (há escolas 
públicas e privadas).
Serviços prestados pela Admistração, mas que podem ser executados por pessoa física ou jurídica de caráter privado.
Ex.: assistência hospitalar, previdência social etc.
FONTE: As autoras
TÓPICO 1 | ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
7
DICAS
Art. 175 Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime 
de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter 
especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, 
fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - política tarifária;
IV - a obrigação de manter serviço adequado.
Além disso, assim como há princípios que regem a Administração Pública, 
também existem princípios inerentes ao serviço público, como: o da continuidade 
do serviço público, o da mutabilidade do regime jurídico e o da igualdade dos 
usuários.
No primeiro, o da continuidade do serviço público, faz referência, 
principalmente, ao exercício da função pública e aos contratos administrativos, 
os quais não podem parar. É com base nele, em que são designados prazos para 
cumprimento de contratos, por exemplo. Já em relação às funções públicas, 
podemos citar a regulamentação do direito à greve, não podendo ser a qualquer 
tempo e condição, procurando estabelecer regras que conciliem o serviço público, 
a fim de não perturbar o seu funcionamento.
Quando nos referimos ao princípio da mutabilidade do regime jurídico, 
Di Pietro (2012) nos diz que ele nos permite uma certa flexibilização em realizar 
mudanças no regime de execução do serviço para adaptá-lo ao interesse público. 
Podemos citar uma alteração no estatuto dos funcionários ou a rescisão/alteração 
de um contrato que venha atender ao interesse público.
E, por fim, no princípio da igualdade dos usuários, refere-se, principalmente, 
ao tratamento igualitário a qualquer pessoa à prestação dos serviços públicos, 
desde que ela atenda às condições legais para tal. Temos como exemplo o direito à 
aposentadoria, desde que cumprido os requisitos para a concessão.
2.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GOVERNO
Na maioria das vezes, quando falamos sobre Governo e administração 
pública, utilizamos ambos como sinônimos, o que não é correto. Governo e 
administração pública possuem conceitos distintos e é de grande importância 
fazermos essa diferenciação.
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
8
Meirelles (1998) menciona que apesar de andarem juntos e por muitas vezes 
serem confundidos, apresentam aspectos bem diversos. Entende-se por Governo, 
“o conjunto de Poderes e órgãos constitucionais; é o complexo de funções estatais 
básicas; é a condução política dos negócios públicos” (MEIRELLES, 1998, p. 65). 
E como já visto, a administração pública caracteriza-se pelas funções 
próprias do Estado e aprática necessária para o cumprimento dessas funções. 
Diante disso, é a executora das atividades visando ao bem comum.
Dessa forma, não cabe à administração pública a prática de atos de 
governo, mas sim de atos administrativos próprios.
2.3 DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Administração pública é uma concepção da área do direito que representa 
o conjunto de agentes, serviços e órgãos determinados pelo Estado com o intuito 
de fazer o controle de certas áreas da sociedade, como Educação, Meio-ambiente, 
Saúde, Cultura, dentre outras. 
Essa concepção tem como propósito empenhar-se em prol do interesse 
público, e dos direitos e benefícios dos cidadãos que administra. No geral, ela 
está organizada de forma a diminuir os trâmites administrativos. 
2.3.1 Administração centralizada ou direta
A administração pública pode ser direta/centralizada ou indireta/
descentralizada. A centralizada ou direta é desempenhada pelos Poderes da 
União, pelos Estados, Distrito Federal e Municípios. É realizada diretamente 
pelas entidades políticas da Administração Direta (União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios) por meio de seus órgãos e agentes, em seu nome e sob sua 
responsabilidade.
TÓPICO 1 | ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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FIGURA 3 – DIVISÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
ADMINISTRAÇÃO 
DIRETA
UNIÃO
ESTADOS
MUNICÍPIOS
D.F
FONTE: As autoras
Essas pessoas jurídicas possuem diversas competências, as quais são 
distribuídas internamente pelos seus diversos órgãos públicos. 
As pessoas que compõem a Administração Direta possuem o regime 
jurídico administrativo ou público, caracterizado por uma série de prerrogativas 
ao Estado, como a supremacia do interesse público sobre o privado, a fim de 
atingir o seu objetivo que é gestão dos interesses da coletividade. Ou seja, sempre 
que algum ato for de interesse de toda sociedade, o Estado poderá agir em 
detrimento de um particular.
Ainda, conforme Coutinho e Rodor (2015, s.p), podemos citar como 
demais prerrogativas da Administração Direta: 
seus bens são impenhoráveis, imprescritíveis, o pagamento de suas 
condenações via precatório, imunidade tributária quanto aos impostos, 
lei de execução fiscal própria etc., bem como de várias restrições, tais 
como: exigência de licitação para a contratação de bens, serviços e 
obras, necessidade de concurso para contratação de pessoal em caráter 
permanente, dever de prestar contas com o Tribunal de Contas etc.
Além das prerrogativas, esses entes administrativos são dotados de 
autonomia administrativa, financeira e orçamentária. Coutinho e Rodor (2015, 
s.p), as conceitua como:
Autonomia administrativa significa que as pessoas jurídicas 
integrantes da Administração Direta podem deliberar internamente, 
dentro dos limites impostos pela lei, quanto à divisão de atribuições 
entre os diferentes órgãos e agentes componentes, bem como ao 
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
10
uso dos bens públicos vinculados a seus serviços, quanto à forma 
de processamento dos requerimentos administrativos formulados 
junto a seus órgãos, quanto à decisão no concernente à conveniência 
de se proceder à contratação de terceiros para atender às demandas 
administrativas e quanto às relações disciplinares e de fiscalização 
da conduta de seus agentes, no exercício, por parte destes, da função 
administrativa.
A autonomia financeira e orçamentária está ligada ao uso dos recursos 
financeiros necessários à manutenção dos serviços públicos prestados 
pela entidade da Administração Direta, bem como a toda a plêiade 
de agentes públicos e da infraestrutura de bens vinculados àqueles 
(despesas de custeio). Eventualmente, pode significar, também, a 
gestão dos recursos arrecadados, quando vinculados ao serviço, o 
que ocorre geralmente com as taxas. Essa autonomia corresponde à 
decisão quanto ao que pode ser gasto, mas ela é naturalmente limitada 
em termos globais, visto que está restrita aos recursos totais destinados 
à entidade pela respectiva lei orçamentária, com as estipulações, 
ainda, das respectivas leis de programação e de responsabilidade 
orçamentárias (planos plurianuais, leis de diretrizes orçamentárias e 
Lei de Responsabilidade Fiscal) (grifo nosso).
Cabe mencionar que, em regra, todas as obras, serviços e bens adquiridos 
e contratados pela administração pública deverão ser realizados através de um 
procedimento seletivo prévio, chamado de licitação, previsto no artigo 37 da 
Constituição Federal, em respeito aos princípios da isonomia, impessoalidade, 
moralidade e indisponibilidade do interesse público, todos anteriormente 
estudados.
Por fim, é importante destacar que os entes da Administração Direta 
gozam de imunidade tributária, quanto à cobrança de impostos sobre rendas, 
serviços ou patrimônio, conforme instituído pelo artigo 150, inciso VI, alínea “a”, 
da Constituição Federal. Cita-se:
Art. 150 Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, 
é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
[...]
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.
Diante disso, por ser o Imposto de Renda cobrado sobre a renda, como o 
próprio nome já diz, a União não poderá cobrar dos Estados e Municípios, como 
também o Estado não poderá cobrar ICMS (serviços) dos Municípios e da União, 
e nem os Municípios cobrarem IPTU (patrimônio) sobre os imóveis pertencentes 
aos Estados e à União.
Em decorrência dos serviços prestados pela Administração Direta através 
dos seus servidores, qualquer dano que decorra dessa atuação, tem como regra a 
responsabilidade em reparar, como estipula o artigo 37, §6º da CF:
TÓPICO 1 | ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
11
Art. 37 A administração pública direta e indireta de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
[...]
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado 
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus 
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito 
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Assim, com base no entendimento do STF e do STJ, quando o servidor 
público cometer o dano por alguma ação, de forma lícita ou ilícita, essa 
responsabilidade em indenizar é objetiva. Por outro lado, caso a conduta 
seja omissão, de não agir, a responsabilidade é subjetiva, ou seja, o cidadão 
prejudicado deve provar a culpa ou dolo, que pode ser pela falta do serviço, 
prestação inadequada ou prestação tardia dos serviços.
FIGURA 4 – RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR PÚBLICO
Dano por AÇÃO
do servidor
Dever de
indenizar
Responsabilidade 
OBJETIVA (SEM 
necessidada de prova)
Dano por 
OMISSÃO do 
servidor
Dever de 
indenizar
Responsabilidade
SUBJETIVA
(necessidade de
prova)
FONTE: As autoras
É importante mencionar, acadêmico, que a administração pública direta 
agindo apenas de forma centralizada, o Estado não seria capaz de administrar todo 
o território nacional devido à extensão e volume das relações sociais existentes 
entre o Governo e a sociedade. Devido a isso, foi necessário transferir poderes 
para outras entidades, por meio da administração indireta, que veremos agora.
2.3.2 Administração descentralizada ou indireta
Na administração pública descentralizada ou indireta, as atividades são 
prestadas por outra pessoa que não seja integrante da Administração Direta. O 
Poder Público transfere a titularidade ou sua execução, por outorga ou delegação, 
às autarquias, fundações e empresas estatais, empresas privadas ou particulares. 
Essa outorga ocorre quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere, 
por lei, determinado serviço. Somente por lei pode ser retirado ou modificado. 
Há uma presunção de definitividade.
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
12
Nos casos de delegação, o Estado transfere por contrato (concessão) ou 
ato unilateral (permissãoou autorização) a execução do serviço. Normalmente, 
por prazo certo (ato administrativo).
Na descentralização, não há hierarquia entre a administração e as 
entidades (autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia 
mista), ou seja, elas não são subordinadas ao Estado. O que existe é um 
controle com atribuições de fiscalização. 
Conforme Mello (2011), controle é a influência que a Administração 
Central tem de intervir sobre a pessoa descentralizada. 
FIGURA 5 – PODER DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
DESCENTRALIZAÇÃO
SEM HIERARQUIA
CONTROLE DE
FISCALIZAÇÃO
FONTE: As autoras
Ainda, há a figura da administração pública desconcentrada, na qual ela 
executa centralizadamente, mas distribui entre vários órgãos da mesma entidade, 
para facilitar sua realização e obtenção pelos usuários.
Di Pietro (2012) difere os dois institutos de forma bem clara, ao afirmar 
que a descentralização é o compartilhamento de competências de uma para 
outra pessoa, física ou jurídica. Diferenciando-se da desconcentração pelo fato 
de ser esta uma divisão interna de competências, isto é, uma distribuição de 
competências dentro da mesma pessoa jurídica.
Mello (2011) assevera que descentralização e desconcentração são 
situações distintas, eis que na descentralização há a presença de diversas 
pessoas jurídicas, enquanto que na desconcentração, refere-se a uma só pessoa. 
Nos casos de desconcentração administrativa, ocorre hierarquia entre o órgão 
desconcentrado e aquele que recebe a atribuição.
TÓPICO 1 | ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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FIGURA 6 – ATRIBUIÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO
DESCONCENTRAÇÃO HIERARQUIA
FONTE: As autoras
DICAS
Atenção, acadêmico! Não confunda descentralização com desconcentração. 
Na descentralização, há a presença de diversas pessoas jurídicas, enquanto que, na 
desconcentração, refere-se a uma só pessoa.
As administrações públicas têm suas administrações descentralizadas em 
decorrência da sua capacidade territorial ou por serviços, funcional ou técnica.
Sendo o Brasil um país de grande extensão, observamos a administração 
descentralizada com seus territórios federais, onde cada Estado administra serviços 
de segurança, saúde, justiça etc. Nos casos de descentralização de serviços, o poder 
público, através da União, Estados ou Municípios criam determinadas pessoas 
jurídicas, atribuindo a elas a titularidade e execução dos serviços públicos. Cita-se 
como exemplo, uma empresa municipal de abastecimento de água.
No organograma a seguir, podemos analisar melhor os órgãos que 
compõem a Administração Indireta:
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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FIGURA 7 – ÓRGÃOS DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
ORGANIZAÇÃO
ATIVIDADES 
PARAESTATAIS
ADMINISTRAÇÃO
INDIRETA
ORGANIZAÇÕES 
SOCIAIS
ENTES
AUTÔNOMOS
SOCIEDADE DE
ECONOMIA
MISTA
EMPRESAS
PÚBLICAS
FUNDAÇÕES
AUTARQUIAS
FONTE: As autoras
Como se vê, no direito brasileiro, as autarquias, as fundações instituídas 
pelo poder público, as sociedades de economia mista, as empresas públicas e 
consórcios públicos compõem a Administração Indireta.
Destas, as autarquias são pessoas jurídicas de direito público, as fundações 
e os consórcios públicos podem ser de direito público ou privado, sendo as 
demais pessoas jurídicas de direito privado. Vejamos um pouco mais sobre cada 
uma delas.
TÓPICO 1 | ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
15
2.3.3 Autarquias
Para Cretella Júnior (1980, p. 139) autarquia significa um “comando 
próprio, direção própria, autogoverno”.
No direito brasileiro, elas estão instituídas no artigo 41, inciso IV do 
Código Civil como pessoas jurídicas de direito público interno. Cita-se: “Art. 41. 
São pessoas jurídicas de direito público interno: [...] IV - as autarquias, inclusive 
as associações públicas”. 
O seu conceito, pode ser precisamente extraído do Decreto-lei nº 200 de 
1967, artigo 5º, inciso I:
Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: 
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade 
jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades 
típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor 
funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.
As principais características das autarquias é o fato de serem pessoas 
jurídicas públicas, instituídas por lei, com capacidade de autoadministração, 
especialização do seu fim e ser sujeita a controle ou tutela.
Desta maneira, detalha Di Pietro (2012):
a) por ser pessoa jurídica, ela é titular de direitos e obrigações próprios, distintos 
do ente a que instituiu;
b) o fato de ser pública, submete-se ao regime público quanto à sua criação, 
extinção, poderes, prerrogativas, privilégios e sujeições;
c) com relação a sua capacidade de autoadministração, diferencia-se a autarquia 
das pessoas jurídicas públicas políticas (União, Estado e Municípios), que 
tem o poder de criar o próprio direito, desde que observados os critérios 
constitucionais;
d) a especialização dos fins remete a capacidade específica para a prestação de 
determinado serviço, impedindo-as de exercer atividades diversas daquelas 
para as quais foram criadas, segundo o princípio da especialização e;
e) o controle administrativo ou tutela é indispensável para assegurar que a 
autarquia não se desvie dos seus fins institucionais. 
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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FIGURA 8 – AUTARQUIAS
FONTE: Disponível em: <www.entendeudireito.com.br>. Acesso em: 9 ago. 2018. 
DICAS
Exemplos de autarquias: o IBAMA, o INCRA, o INMETRO, o Banco Central e 
as agências reguladoras, tais como a ANEEL, a ANATEL, a ANP, a ANA, a ANTT, a ANVISA e 
a ANCINE. Também são consideradas autarquias federais os conselhos de fiscalização de 
profissão, como: CRO, CRM, CREA, CRECI.
2.3.4 Fundações públicas
Comumente, as fundações são confundidas entre si e com as associações. 
Em vista disso, diferenciaremos cada uma para não haver confusão.
Nas associações, o essencial é a reunião de determinados membros 
que associação para atingir certos fins com benefício próprio. Nas fundações, 
a principal característica é o patrimônio destinado à realização de certos fins 
que ultrapassam o âmbito da própria entidade, beneficiando não só a ela, mas 
também a terceiros.
TÓPICO 1 | ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
17
Di Pietro (2012, s.p) exemplifica de maneira clara essa diferença:
O Estado pode instituir pessoa jurídica constituída por sujeitos unidos 
(ainda que compulsoriamente) para a consecução de um fim que é 
ao mesmo tempo público (fiscalização do exercício da profissão) e de 
interesse específico dos associados (defesa dos interesses da classe), 
como ocorre com a OAB e demais entidades corporativas; como pode 
constituir pessoa jurídica dotada de patrimônio vinculado a um fim que 
irá beneficiar pessoas indeterminadas, como ocorre com a Fundação 
de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, o Hospital das Clínicas, 
as Universidades Públicas, todas elas constituídas por um patrimônio 
destinado a atingir terceiros estranhos a essas entidades; o elemento 
humano que as compõe é mero instrumento para a consecução dos 
seus fins.
Em decorrência, podemos conceituar fundação como uma pessoa jurídica 
de direito público ou privado, com patrimônio total ou parcialmente público, 
instituída pelo poder público, a fim de desempenhar as atividades do Estado, 
com capacidade de autoadministração e com controle por parte da Administração 
Pública, na forma da lei.
Juridicamente, o contexto histórico das legislações que versavam sobre 
as fundações públicas e privadas era bastante confuso, ora fazendo referência 
as fundações públicas, ora privadas e, outras vezes de forma genérica. Após a 
Emenda Constitucional nº 19/98, esse cenário deu uma clarificada, retirando 
a expressão “fundação pública”, podendo ser instituídas fundações de direito 
público ou de direito privado.
Assim como as fundações de direito público, as fundações de direito 
privado, devidamente instituídas pelo Poder Público, gozam dos mesmos 
privilégios e prerrogativase sujeitam-se às mesmas restrições do regime. Ou seja, 
tem presunção de veracidade e executoriedade dos seus atos; a desnecessidade 
de inscrição no Registro Civil das Pessoas Jurídicas; não são submetidas à 
fiscalização por parte do Ministério Público; seus bens são impenhoráveis e 
sujeitos ao processo especial de execução, conforme preceitua o artigo 100 da 
Constituição Federal e, ainda, possuem um juízo privativo.
Preste atenção, acadêmico, anteriormente tratamos das fundações, 
de direito público e privado, ambas instituídas pelo Poder Público. Todavia, 
podemos encontrar também fundações privadas, instituídas por particulares, em 
que o regime jurídico é totalmente diferente, seguindo as regras do Código Civil 
brasileiro.
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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FIGURA 9 – FUNDAÇÕES PÚBLICAS E PRIVADAS
FONTE: As autoras
Como analisado, as fundações públicas são sempre instituídas pelo Poder 
Público, mas podem ter o regime jurídico de direito público ou de direito privado. 
Além destas, também há as Fundações Privadas, instituídas por particulares, nas 
quais o regime jurídico é apenas de direito privado. A seguir, pode-se perceber a 
diferença existente entre elas.
TÓPICO 1 | ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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QUADRO 1 – FUNDAÇÃO PÚBLICA E PRIVADA
FONTE: <https://renatavalera.wordpress.com/2015/07/23/fundacoes-publicas-fundacoes-
instituidas-pelo-poder-publico/>. Acesso em: 10 ago. 2018.
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
20
2.3.5 Empresas estatais: empresas públicas e sociedade 
de economia mista
Antes de abordarmos sobre os conceitos de empresas públicas e sociedades 
de economia mista, bem como as suas respectivas características, é necessário que 
se esclareça a diferença entre empresas estatais e empresas públicas.
Borges (2015) define empresa estatal como um gênero, que comporta as 
espécies: sociedades de economia mista, empresas públicas e outras empresas 
controladas direta ou indiretamente pelo Estado. Afirma tal posicionamento em 
decorrência do exposto no texto constitucional, em seu artigo 37, inciso XVII:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
[...]
XVII – a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange 
autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas 
subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo 
poder público (grifo nosso).
Para o autor, o inciso é claro ao mencionar como empresa estatal as demais 
empresas controladas direta ou indiretamente pelo Poder Público e que não são 
enquadradas no conceito de empresa pública ou sociedade mista. Em decorrência, 
a “empresa estatal” é bastante abrangente, envolvendo toda e qualquer empresa 
controlada pelo Estado. 
A maior diferença entre as empresas estatais e as empresas públicas é que 
nestas há um processo específico de criação e a forma de controle do patrimônio 
e capital, que veremos a seguir.
As sociedades de economia mista e empresas públicas dizem respeito a 
empresas que buscam explorar atividade econômica e acabam por disputar o 
mercado com a iniciativa privada. Contudo, é possível que elas prestem serviços 
públicos, tudo a depender da finalidade que lhe conferiu a lei que autorizou sua 
criação. 
Podemos citar como alguns exemplos de sociedades de economia 
mista, as conhecidas empresas: Banco do Brasil S/A, a Petróleo Brasileiro S/A – 
Petrobras, a Centrais Elétricas Brasileiras S/A. E, como empresas públicas: a Caixa 
Econômica Federal, a Empresa Correios e Telégrafos – ECT, o Banco Nacional de 
Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES etc.
TÓPICO 1 | ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
21
FIGURA 10 – SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA
FONTES: <www.correios.com.br>; <www.cef.gov.br>; <www.bb.com.br> e <www.bndes.gov.
br>. Acesso em: 11 ago. 2018.
Acerca de seus conceitos, o Decreto-lei nº 200/1967, em seu artigo 5º, inciso 
II e III, dispõem sobre as empresas públicas e as sociedades de economia mista:
Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: [...]
II – Empresa Pública – a entidade dotada de personalidade jurídica de 
direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, 
criado por lei para a exploração de atividade econômica que o Governo 
seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência 
administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas 
em direito.
III – Sociedade de Economia Mista – a entidade dotada de personalidade 
jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de 
atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações 
com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade 
da administração indireta.
Para Borges (2015, s.p), esses conceitos merecem alguns ajustes em virtude 
da CF/88 e julgados do STF. Destaca-se:
1. É informado que as empresas públicas “serão” criadas por lei. 
Atualmente, isso não está correto, porque o art. 37, inc. XIX, da CF/1988 
dispõe que são apenas autorizadas por lei.
2. Informa-se, ainda, que a entidade se destina tão só à exploração de 
atividade econômica. Entretanto, existem muitas empresas públicas 
que prestam serviços públicos, como a Empresa Brasileira de Correios 
e Telégrafos, a INFRAERO, o METRÔ-SP.
3. Com relação às empresas públicas: sociedades mistas também 
podem ser prestadoras de serviços públicos.
Como características em comum, as sociedades de economia mista e 
empresas públicas possuem seu processo de criação estipulado em lei específica. 
Porém, ao contrário do que ocorre quanto às autarquias, essa lei específica não cria 
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
22
diretamente a estatal, mas apenas autoriza a sua criação. E, consequentemente, 
para a extinção destas entidades também se faz necessário a lei autorizativa.
Coutinho e Rodor (2015, s.p) explicam detalhadamente o processo de 
criação:
Se a estatal que se pretende criar estiver ligada ao Poder Executivo, 
cabe ao Presidente da República a iniciativa do projeto de lei para sua 
constituição, como estabelece o art. 61, § 1.º, II, “a”, da Constituição 
Federal. Após a publicação e entrada em vigor da lei, está autorizada 
a sua criação.
Ato contínuo, geralmente por meio de decreto, será aprovado seu 
ato constitutivo (contrato social ou estatuto, a depender da forma 
societária da estatal) e, logo após, providenciado o registro no local 
competente, notadamente na Junta Comercial, visto que, em regra, 
tais entidades se destinam à atuação na economia, ainda que como 
prestadoras de serviços públicos. Observe-se que, no caso das 
sociedades de economia mista, é impositiva, pela Lei 6.404/1976 (art. 
235), a adoção da forma societária de sociedade anônima, sendo ilógico 
imaginar o registro destas fora do registro de comércio.
As sociedades de economia mista e as empresas públicas, por serem 
empresas, são pessoas jurídicas de direito privado com regime jurídico misto. 
Explica-se: em determinados casos decorrem de um regime de direito privado 
(relação funcional baseada na CLT) e, em outros se observam regras do regime 
público (exigência de licitação para contratação de bens, serviços, obras; concurso 
público para servidores etc.).
Ainda, ambas detêm autonomia administrativa e financeira, orçamentos e 
patrimônios próprios. Ressalta-se que esse patrimônio é composto por bens móveis 
e imóveis pertencentes à pessoa jurídica, mas que são, inicialmente, transferidos 
pelo ente instituidor da estatal para que ela possa dar início às suas atividades. 
Diante disso, por se tratar de bens privados, podem ser objetos de penhora 
e usucapião, desde que não se enquadrem no rol dos bens de domínio nacional, 
conforme dispõe o artigo 98 do Código Civil. Vejamos: “Art. 98 São públicos os 
bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público 
interno;todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem” 
(BRASIL,2002, s.p.).
Importante ressaltar que, caso sejam prestadoras de serviços públicos, o 
regime de bens é diferenciado, ou seja, os bens afetados à prestação dos serviços 
contarão com a proteção dos bens públicos caracterizados pela impenhorabilidade, 
imprescritibilidade e outras garantias próprias, conforme já determinado pelo 
STF (RE 220906/DF).
Acerca dos seus servidores, Borges (2015) assegura que os empregados 
públicos possuem regime celetista, ou seja, são regidos pela CLT, os quais 
assinam contrato de trabalho, recebem salários e à justiça competente conhecer 
TÓPICO 1 | ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
23
e julgar suas causas, relacionadas ao vínculo funcional, é a Justiça do Trabalho. 
Cabe destacar que, mesmo sendo regidos pela CLT, a forma de contratação desses 
servidores é através de aprovação em concurso público.
Até o momento, acadêmico, analisamos as características em comum das 
sociedades de economia mista e das empresas públicas. A seguir, observaremos 
as diferenças entre elas.
No âmbito federal, ou seja, apenas para as empresas públicas federais, 
caberá um juízo privativo, por expressa determinação legal no disposto do artigo 
109, I, da CF, em que a competência para julgar e processar caberá a Justiça 
Federal.
Conforme Borges (2015) as sociedades de economia mista federais, assim 
como estaduais e municipais e as empresas públicas estaduais e municipais, serão 
julgadas e processadas na Justiça comum estadual, nas varas cíveis, “visto que as 
empresas públicas e sociedades de economia mista não se inserem no conceito 
tradicional de Fazenda Pública” (BORGES, 2015, s.p.).
Outra diferença se dá, por força do disposto no artigo 235 da Lei nº 
6.404/1976, que determina que as sociedades de economia mista só podem 
adotar a forma societária de sociedades por ações, enquanto que as empresas 
públicas podem adotar qualquer forma societária admitida no direito privado, 
e, eventualmente, até mesmo uma forma societária singular, apenas prevista em 
sua lei de criação (BORGES, 2015). 
Finalmente, no que diz respeito ao capital dessas empresas, a sociedade 
de economia mista é formada pela união de capitais públicos e privados, mas 
garante ao ente público o controle da maioria das ações com direito a voto. No 
âmbito federal, no artigo 5º, inciso III do Decreto-Lei 200/1967 determina que esse 
controle seja da União ou entidade da Administração Indireta Federal. No caso 
das empresas públicas, o capital social é integralmente público, ou seja, exclusivo 
da União.
QUADRO 2 – PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE AS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA E AS 
EMPRESAS PÚBLICAS
ENTIDADES 
FEDERAIS
SOCIEDADES DE ECONOMIA 
MISTA
EMPRESAS PÚBLICAS
Composição do capital
Maioria das ações com direito a 
voto do Estado
100% capital público (1)
Formação societária Sempre Sociedade Anônima
Qualquer forma admitida 
em direito (2)
Foro de julgamento Justiça Comum Estadual (3) Justiça Comum Federal (4)
FONTE: As autoras
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
24
(1) O primeiro detalhe é que se exige 100% de capital público, e não 100% de 
patrimônio público. O segundo é um reforço de que as empresas públicas 
podem ser pluripessoais, ou seja, pode ser constituída com vários sócios, 
por exemplo: uma autarquia, um município, e, em tese, até mesmo uma 
sociedade de economia mista. Nesse caso, basta a sociedade de economia 
mista integralizar a parte pública de seu capital, assim, continuaremos a 
ter 100% de capital PÚBLICO.
(2) A formação societária nem sempre será um traço distintivo, já que 
a Empresa Pública pode assumir qualquer configuração admitida em lei, 
como Sociedade Anônima, oportunidade que se igualará à Sociedade de 
Economia Mista.
(3) As sociedades de economia mista federais, estaduais e municipais têm o foro 
de julgamento na Justiça Comum Estadual. No entanto, temos uma exceção, 
tratando-se de Sociedade de Economia Mista federais – Súmula 517 do STF: 
“as sociedades de economia mista só têm foro na Justiça Federal, quando a União 
intervém como assistente ou opoente”.
(4) A Administração Direta, autárquica e empresas públicas FEDERAIS têm 
foro de julgamento na Justiça Comum Federal. No entanto, para as empresas 
públicas municipais e estaduais, o foro de julgamento é a Justiça Comum 
Estadual.
FONTE: Borges, Adriel Sá Cyonil. Direito administrativo facilitado. Rio de Janeiro: Forense; São 
Paulo: MÉTODO, 2015.
2.4 ENTIDADES PARAESTATAIS E TERCEIRO SETOR
Iniciaremos agora o estudo das chamadas entidades paraestatais e o 
terceiro setor. Todavia, cabe destacar que os entes abordados a seguir não 
compõem a Administração Pública direta ou indireta.
Para Borges (2015) o Estado sempre obteve o auxílio de particulares para 
o desempenho de tarefas e atividades que são de interesse coletivo, mas que, não 
eram titularizadas pelo Poder Público.
Santos (2016, s.p), afirma que:
as entidades paraestatais integram o chamado terceiro setor, assim 
entendido por ser formado por pessoas jurídicas que, embora não 
pertençam ao Estado (primeiro setor), com ele colaboram, executando 
tarefas de interesse da coletividade, sem a finalidade lucrativa, que 
é a principal característica do mercado, chamado neste contexto de 
segundo setor.
Assim, podemos conceituar as entidades paraestatais como pessoas 
jurídicas privadas, sem finalidade lucrativa, que visam desempenhar atividades 
de interesse público e, por esse motivo, recebem tratamento especial do Estado, 
isto é, recebendo recursos públicos por meio de contribuições compulsórias.
TÓPICO 1 | ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
25
Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2012, p. 457) ensina que:
em todas essas entidades estão presentes os mesmos traços: são 
entidades privadas, no sentido de que são instituídas por particulares; 
desempenham serviços não exclusivos do Estado, porém, em 
colaboração com ele; recebem algum tipo de incentivo do poder público; 
por essa razão, sujeitam-se a controle pela Administração Pública e 
pelo Tribunal de Contas. Seu regime jurídico é predominantemente 
de direito privado, porém, parcialmente derrogado por normas de 
direito público. Integram o terceiro setor, porque nem se enquadram 
inteiramente como entidades privadas, nem integram a Administração 
Pública, direta ou indireta. Incluem-se entre as chamadas organizações 
não governamentais (ONGs). Todas essas entidades enquadram-se na 
expressão entidade paraestatal.
Em breve resumo, temos o primeiro setor na figura do Estado; o segundo 
setor como o mercado, e o terceiro setor é composto pelas entidades paraestatais.
2.4.1 Serviços sociais autônomos
Os chamados serviços sociais autônomos são pessoas jurídicas de direito 
privado, sem fins lucrativos, que desempenham atribuições de interesse de certas 
categorias profissionais, prestando auxílio social aos trabalhadores vinculados.
Estes segmentos são bastante conhecidos, e iniciaram pelos serviços mais 
numerosos como os da indústria e do comércio – Serviço Social da Indústria – 
SESI (Decreto-lei nº 9.403/1946); Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 
– SENAI (Decreto-lei nº 4.048/1942; Serviço Social do Comércio – SESC (Decreto-
lei nº 9.853/1946); Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC 
(Decreto-lei nº 8.621/1946); Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR 
(Lei nº 8.315/1991); Serviço Social do Transporte (SEST) e o Serviço Nacional de 
Aprendizagem em Transportes (SENAT), instituídos pela Lei nº 8.706/1993.
Borges (2015, s.p) explica que em todos esses casos a lei autoriza a 
criação de contribuição obrigatória para o financiamento das atividades de tais 
instituições. No entanto, 
o governo não participa da gestão delas, que é integralmente 
transferida para as confederações patronais do segmento econômico 
respectivo, como a Confederação Nacional da Indústria – CNI, a 
Confederação Nacional do Comércio – CNC, a Confederação Nacional 
da Agricultura – CNA e a Confederação Nacionaldos Transportes – 
CNT.
Vale dizer que, estas entidades possuem a obrigação legal de investir os 
recursos recebidos por meio das contribuições em atividades de interesse coletivo, 
pois são sujeitas a controle financeiro pelo Tribunal de Contas da União.
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
26
FIGURA 11 – ALGUMAS ENTIDADES DO SISTEMA “S”
FONTES: <www.sc.senac.br>; <www.sesisc.org.br>; <www.sc.senai.br> e <www.senar.org.br>. 
Acesso em: 23 ago. 2018.
2.4.2 Organizações sociais
Santos (2016, s.p) conceitua as organizações sociais como 
as pessoas jurídicas de direito privado, criadas por particulares, 
que, após cumprirem determinadas exigências legais, recebem uma 
qualificação do Poder Público para a execução, sem fins lucrativos, 
de atividades de interesse público relacionadas ao ensino, pesquisa, 
desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio 
ambiente, cultura e saúde.
As organizações sociais podem atuar em diferentes áreas de interesse 
social, como as de ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, 
proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde. Contudo, para ser 
considerada uma organização social deve preencher alguns requisitos previstos 
no artigo 2º, incisos I e II, da Lei nº 9.637/98, tais como:
I - comprovar o registro de seu ato constitutivo, dispondo sobre:
a) natureza social de seus objetivos relativos à respectiva área de 
atuação; 
b) finalidade não-lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento 
de seus excedentes financeiros no desenvolvimento das próprias 
atividades;
c) previsão expressa de a entidade ter, como órgãos de deliberação 
superior e de direção, um conselho de administração e uma diretoria 
definidos nos termos do estatuto, asseguradas àquele composição e 
atribuições normativas e de controle básicas previstas nesta Lei;
d) previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação 
superior, de representantes do Poder Público e de membros da 
comunidade, de notória capacidade profissional e idoneidade moral; 
TÓPICO 1 | ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
27
e) composição e atribuições da diretoria;
f) obrigatoriedade de publicação anual, no Diário Oficial da União, 
dos relatórios financeiros e do relatório de execução do contrato de 
gestão; 
g) no caso de associação civil, a aceitação de novos associados, na 
forma do estatuto;
h) proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio 
líquido em qualquer hipótese, inclusive em razão de desligamento, 
retirada ou falecimento de associado ou membro da entidade; 
i) previsão de incorporação integral do patrimônio, dos legados ou 
das doações que lhe foram destinados, bem como dos excedentes 
financeiros decorrentes de suas atividades, em caso de extinção ou 
desqualificação, ao patrimônio de outra organização social qualificada 
no âmbito da União, da mesma área de atuação, ou ao patrimônio 
da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, na 
proporção dos recursos e bens por estes alocados;
II - haver aprovação, quanto à conveniência e oportunidade de sua 
qualificação como organização social, do Ministro ou titular de órgão 
supervisor ou regulador da área de atividade correspondente ao seu 
objeto social e do Ministro de Estado da Administração Federal e 
Reforma do Estado (BRASIL, 1998, s.p.).
Ressalta Di Pietro (2012, p. 511) que “nenhuma entidade nasce com o 
nome de organização social; a entidade é criada como associação ou fundação e, 
habilitando-se perante o poder público, recebe a qualificação; trata-se de título 
jurídico outorgado e cancelado pelo poder público”.
Uma vez recebido “o selo” de organização social, a entidade será declarada 
de interesse social e de utilidade pública, podendo receber recursos públicos ou 
mesmo utilizar bens do Estado necessários para o cumprimento do contrato de 
gestão, conforme determinam os artigos 11 e 12 da Lei nº 9.637/98.
Pelo exposto no artigo 14 da citada lei, poderá ainda o Poder Executivo 
ceder servidor público para estas organizações sociais sem ônus para tais 
entidades, ou seja, a obrigação de efetuar o pagamento desse servidor continuará́ 
sendo do Poder Público.
As organizações sociais são fiscalizadas por uma comissão de avaliação 
indicada pela autoridade supervisora da área correspondente (ensino, pesquisa, 
meio ambiente etc.). Seus atos deverão ser baseados na execução do contrato 
de gestão e, a comissão, ao tomar conhecimento de qualquer irregularidade ou 
ilegalidade na utilização de recursos ou bens de origem pública por organização 
social, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de 
responsabilidade solidária, como preceitua o artigo 9º da Lei nº 9.637/98.
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
28
2.4.3 Organizações da Sociedade Civil de Interesse 
Público (OSCIP)
As Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), 
modalidade de parceria envolvendo o Estado e entidades do chamado terceiro 
setor, foram incorporadas ao ordenamento jurídico por meio da Lei nº 9.790/99, 
regulamentada pelo Decreto nº 3.100/99.
Estas entidades privadas, sem fins lucrativos, desempenham atividades 
de interesse social, vinculadas ao Estado por convênio ou contrato. 
Há muita similaridade com as organizações sociais, tendo como diferencial 
de que as OSCIP não recebem ou podem receber delegação para a gestão de 
serviço público e exercem apenas atividade de natureza privada.
A Lei nº 9.790/99, que trata do tema, apresenta requisitos para a obtenção 
de tal qualidade. Inicialmente, podem qualificar-se como Organizações da 
Sociedade Civil de Interesse Público das pessoas jurídicas de direito privado sem 
fins lucrativos que tenham sido constituídas e se encontrem em funcionamento 
regular há, no mínimo, três anos e, desde que os respectivos objetivos sociais e 
normas estatutárias atendam aos requisitos legais.
Ainda, não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade 
Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades 
exigidas em lei (art. 2º): 
I - as sociedades comerciais;
II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação de 
categoria profissional;
III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de 
credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais;
IV - as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas 
fundações;
V - as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens 
ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios;
VI - as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e 
assemelhados;
VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas 
mantenedoras;
VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e 
suas mantenedoras;
IX - as organizações sociais;
X - as cooperativas;
XI - as fundações públicas;
XII - as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado 
criadas por órgão público ou por fundações públicas;
XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de 
vinculação com o sistema financeiro nacional a que se refere o art. 192 
da Constituição Federal (BRASIL, 1999, s.p.).
TÓPICO 1 | ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
29
Com efeito, a qualificação como Organizações da Sociedade Civil de 
Interesse Público somente será conferida às pessoas jurídicas de direito privado, 
sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes 
finalidades (art. 3º):
I - promoção da assistência social;
II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico 
e artístico;
III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma 
complementar de participação das organizações de que trata esta Lei;
IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar 
de participação das organizações de que trata esta Lei;
V - promoção da segurança alimentar e nutricional;
VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção 
do desenvolvimento sustentável;
VII - promoção do voluntariado;
VIII - promoçãodo desenvolvimento econômico e social e combate à 
pobreza;
IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos socioprodutivos 
e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito;
X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e 
assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar;
XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da 
democracia e de outros valores universais;
XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, 
produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e 
científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste artigo.
XIII - estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a disponibilização 
e a implementação de tecnologias voltadas à mobilidade de pessoas, 
por qualquer meio de transporte (BRASIL, 1999, s.p.).
Ainda, mesmo após atendido todos os requisitos supracitados, a citada 
Lei exige que as pessoas jurídicas interessadas sejam regidas por estatutos cujas 
normas expressamente disponham sobre (art. 4º):
I - a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade, economicidade e da eficiência;
II - a adoção de práticas de gestão administrativa, necessárias e 
suficientes a coibir a obtenção, de forma individual ou coletiva, de 
benefícios ou vantagens pessoais, em decorrência da participação no 
respectivo processo decisório;
III - a constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado de 
competência para opinar sobre os relatórios de desempenho financeiro 
e contábil, e sobre as operações patrimoniais realizadas, emitindo 
pareceres para os organismos superiores da entidade;
IV - a previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo 
patrimônio líquido será transferido a outra pessoa jurídica qualificada 
nos termos desta Lei, preferencialmente que tenha o mesmo objeto 
social da extinta;
V - a previsão de que, na hipótese de a pessoa jurídica perder a 
qualificação instituída por esta Lei, o respectivo acervo patrimonial 
disponível, adquirido com recursos públicos durante o período em 
que perdurou aquela qualificação, será transferido a outra pessoa 
jurídica qualificada nos termos desta Lei, preferencialmente que tenha 
o mesmo objeto social;
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
30
VI - a possibilidade de se instituir remuneração para os dirigentes da 
entidade que atuem efetivamente na gestão executiva e para aqueles 
que a ela prestam serviços específicos, respeitados, em ambos os casos, 
os valores praticados pelo mercado, na região correspondente a sua 
área de atuação;
VII - as normas de prestação de contas a serem observadas pela 
entidade, que determinarão, no mínimo:
a) a observância dos princípios fundamentais de contabilidade e das 
Normas Brasileiras de Contabilidade;
b) que se dê publicidade por qualquer meio eficaz, no encerramento 
do exercício fiscal, ao relatório de atividades e das demonstrações 
financeiras da entidade, incluindo-se as certidões negativas de débitos 
junto ao INSS e ao FGTS, colocando-os à disposição para exame de 
qualquer cidadão;
c) a realização de auditoria, inclusive por auditores externos 
independentes se for o caso, da aplicação dos eventuais recursos objeto 
do termo de parceria conforme previsto em regulamento;
d) a prestação de contas de todos os recursos e bens de origem 
pública recebidos pelas Organizações da Sociedade Civil de Interesse 
Público será feita conforme determina o parágrafo único do art. 70 da 
Constituição Federal (BRASIL, 1999, s.p.).
A obtenção da qualificação, no âmbito federal, é feita junto ao Ministério 
da Justiça. Como se vê, o processo de obtenção como OSCIP é muito mais rígido do 
que como organização social. Outro diferencial é que enquanto nas organizações 
sociais estão presentes os contratos de gestão, nas OSCIP é adotado o termo 
de parceria, uma espécie de convênio, que segundo Borges (2015), o vínculo é 
mais de cooperação do que propriamente de substituição do Poder Público pela 
entidade privada.
Por fim, a fiscalização da execução do objeto do Termo de Parceira é 
realizada pelo órgão do Poder Público da área de atuação correspondente 
à atividade fomentada e pelos Conselhos de Políticas Públicas das áreas 
correspondentes de atuação existentes, em cada nível de governo (art. 11 da Lei 
nº 9.790/1999).
31
Neste tópico, você aprendeu:
• O conceito de administração pública e suas diferentes formas.
• Identificar e conceituar as empesas estatais, empresas públicas e sociedades de 
economia mista, descrevendo a competência administrativa destas.
• Analisar as entidades paraestatais e terceiro setor e sua importância para a 
sociedade.
• Caracterizar os serviços sociais autônomos e as organizações sociais.
• Que o conceito de administração pública, na forma adotada pelo direito 
brasileiro, é decorrente do direito administrativo que descreve o conceito 
de agentes, serviços e órgãos instituídos pelo Estado.
• Que a administração pública pode ser direta/centralizada ou indireta/
descentralizada.
• A distinção da administração pública direta e indireta e seus respectivos 
órgãos.
RESUMO DO TÓPICO 1
32
1 A respeito do conceito de administração pública, assinale a alternativa 
CORRETA.
a) ( ) É o conjunto de agentes, serviços e órgãos instituídos pelo Estado com 
o objetivo de fazer a gestão de certas áreas de uma sociedade, 
como educação, saúde, cultura etc.
b) ( ) o conjunto de atividades e organizações constituídas sem participação 
do setor público.
c) ( ) A administração pública define-se como o poder de gestão da iniciativa 
privada, o qual inclui o poder de legislar e tributar, fiscalizar e regulamentar.
d) ( ) É o conjunto de agentes, serviços e órgãos instituídos pela iniciativa 
privada com o objetivo de fazer a gestão de certas áreas de uma sociedade.
2 Na administração pública descentralizada ou indireta, as atividades são 
prestadas por outra pessoa que não seja integrante da Administração 
Direta. Com base nessa informação, assinale a alternativa CORRETA, que 
trata das instituições da administração indireta.
a) ( ) Autarquias, empresas públicas e fundações públicas.
b) ( ) Autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e empresas 
concessionárias de serviço público.
c) ( ) Autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e 
fundações públicas.
d) ( ) Autarquias, órgão autônomos, empresas públicas, sociedade de 
economia mista e fundações públicas.
3 A administração pública centralizada é realizada diretamente pelas 
entidades políticas da Administração Direta. Com base nessa informação, 
assinale a alternativa CORRETA, que trata das instituições responsáveis.
a) ( ) União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
b) ( ) União, Estados, Distrito Federal e territórios.
c) ( ) União, Estados, Distrito Federal, Municípios e a iniciativa privada.
d) ( ) União, Estados, Distrito Federal, Municípios e Estados internacionais.
4 (INEP-2006) Dos seguintes trechos de textos legais, assinale o que NÃO 
expressa um elemento próprio de uma tendência evidenciada na última 
década do Direito administrativo brasileiro:
a) ( ) Fica instituído o Termo de Parceria, assim considerado o instrumento 
passível de ser firmado entre o Poder Público e as entidades qualificadas 
como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público destinado 
à formação de vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento e a 
execução das atividades de interesse público previstas no artigo 3° desta Lei.
AUTOATIVIDADE
33
b) ( ) Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de que 
a administração pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva 
execução de obra ou fornecimento e instalação de bens.
c) ( ) A administração pública obedecerá, dentre outros, aos princípios 
da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, 
moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse 
público

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