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e-Tec Brasil119 Aula 17 – Inspeção de Segurança Nesta aula vamos estudar não apenas a importância de se re- alizar inspeções de segurança para que se possa providenciar a melhoria das avarias, mas também desenvolver uma cultura de comportamento seguro de sempre se ter cuidado com os equipamentos, ferramentas e processos. Já vimos até aqui que segurança depende de todos e sendo assim, estar atento para falhas, quebras ou defeitos em geral é um dos objetivos da se- gurança do trabalho. 17.1 Olho vivo e faro fino As ações necessárias para se ter segurança no espaço onde será realizado o evento é uma rotina dos profissionais desta área. Mas já sabemos que todos são responsáveis ou corresponsáveis pela segurança, bem-estar, conforto e higiene. De forma direta ou indireta, o foco deve estar em promover ativida- des que não exponham o trabalhador ou os convidados a riscos, acidentes ou qualquer outra forma de perigo. Analisamos em aulas anteriores que o risco nunca é eliminado totalmente, pois sempre há o risco residual e podem ocorrer acidentes, incidentes, erros em função de falhas técnicas ou decorrentes das pessoas por motivos diver- sos. Mas sendo assim, o que é possível fazer? Cardella (1999) afirma ser necessário estabelecer normativas e procedimen- tos que orientem as pessoas para que saibam o que pode desencadear um comportamento de risco, podendo comprometer a integridade física da pes- soa, do patrimônio ou do meio ambiente. Inspeção de segurança são procedimentos administrativos e ope- racionais que buscam levantar e indicar problemas ou situações de risco que podem comprometer a segurança e a saúde do trabalho. (BARBOSA FILHO, 2002) O cuidado diário gradativamente estabelece uma rotina ou cultura de compor- tamentos mais preventivos. A atenção, o olhar mais cuidadoso, a verificação de equipamentos e materiais antes do manuseio, o uso de equipamentos de proteção, a sinalização adequada e legível, entre outras providências simples, buscam assegurar ou, ao menos, minimizar a não ocorrência de acidentes. Então, podemos associar o termo inspeção com atividades que visem o monitoramento ou verificação contínua e de forma holística. Assim, me- diante a aplicação de ações preventivas podemos mudar a mentalidade e comportamento das pessoas e acabamos por tornar todos os funcionários ou inspetores. É preciso despertar nas pessoas a colaboração para ações preven- tivas eliminando ou minimizando os efeitos dos acidentes e das doenças ocupacionais. Zocchio (2002) afirma que a inspeção deve abranger toda a área geográfica da empresa, mantendo a visão holística de segurança, ou seja, que deve con- templar a todos sem distinção. O autor ainda descreve algumas modalidades que acabam por diferenciar a forma de executar a vistoria nos ambientes de trabalho. São elas: • Rotina: exames feitos todos os dias para checar operações, máquinas, equipamentos, EPI, com o objetivo de desenvolver hábitos mais seguros para a promoção da saúde ocupacional. Qualquer pessoa pode fazê-la, pois a importância está em descobrir o perigo e evitá-lo, sinalizá-lo ou eliminá-lo. • Periódica: seguem uma avaliação sistematizada em equipamentos, ins- talações, processos, sempre em intervalos regulares (semanal, mensal, quinzenal, anual). As inspeções periódicas previstas em lei são para extin- tores portáteis de incêndio, elevadores, vasos de pressão, cadeiras, for- nos, aparelhos radiológicos, por exemplo. Podem ser feitas pela chefia ou pelos próprios trabalhadores do setor em questão. • Especial: tem caráter extraordinário. É uma verificação mais aprofun- dada e detalhada. Em geral envolve análise dos aspectos ergonômicos físicos ambientais (ruído, iluminação, ventilação), funcionamento de dis- positivos de segurança ou equipamentos que já apresentaram problemas anteriormente. • Dirigida: são feitas sem datas determinadas. O objetivo está em certifi- car equipamentos, instalações, ferramentas, painéis e obter informações que não seriam possíveis nas inspeções de rotina. • Oficial: realizadas por agentes de órgãos oficiais como o Ministério do Trabalho, Delegacia Regional do Trabalho ou Corpo de Bombeiros. Tem Inspeção Significa realizar, vistoriar, controlar, revistar, fiscalizar. Segurança e Operacionalidade de Eventose-Tec Brasil 120 caráter judicial para verificação de atas da CIPA, laudos de PPRA, PCMSO ou outros documentos que envolvam segurança e saúde ocupacional. Observe que cada inspeção tem uma característica em particular, mas todas visam o monitoramento para direcionar responsabilidades e deveres. Sendo assim, Barbosa Filho (2002) prescreve ainda a necessidade de cumprir com o ciclo de inspeção. Este ciclo estabelece algumas etapas ou formalidades que asseguram a fidelidade dos dados obtidos. Inicia-se por uma etapa de observação onde devem ser detectados dados que apresentem comprometimentos. Estas informações devem ficar regis- tradas (registro), quer seja de forma verbal, oral ou escrita, ou mesmo (,por meio de fotos e filmagens para ter documentado as observações feitas. A sequência das etapas prossegue com o encaminhamento ou pedido de reparo para o setor ou pessoa responsável. Este relatório de inspeção gerado através do registro é um documento legal interno da empresa. Toda esta documentação deve tramitar por diversos setores e sendo assim, deve passar pelo acompanhamento. Profissionais especialistas podem assessorar este acompanhamento buscando medidas corretivas. O processo de execução deve passar por uma aprovação final da diretoria ou responsáveis e, de alguma forma, gerar um documento que descreva todo este processo, estabelecendo prazos, responsabilidades, puni- ções e pessoas chaves para a implantação das melhorias. Assim se pode afirmar que desenvolver um programa de segurança que con- temple as diversas formas de realizar as inspeções de segurança pode mudar o comportamento das pessoas. Seria possível organizar um evento sem fa- zer inspeções e ter a certeza de que tudo está muito próximo do ideal? Sua resposta, com certeza, seria não. Eventos de sucesso implicam em muitas inspeções até que tudo e todos estejam em um nível de preparo muito pró- ximo do cem por cento. Resumo Aprendemos nesta aula que é preciso fazer inspeções de segurança para garantir que os processos, equipamentos, ferramentas ou qualquer outra situação estejam preparadas para os convidados ou consumidores. Conhe- cemos o conceito, a importância, as diferentes formas de realização e o ciclo de inspeção. Reiteramos que a segurança deve ser feita por todas as pessoas mesmo por aquelas que não sejam do RH, SESMT ou CIPA. Acesse o site: www. higieneocupacional.com.br/ download/textos-miscelania-3.doc Leia o pequeno texto de Miranda (1998) sobre Inspeção do trabalho, epidemiologia e segurança no trabalho. Este foi um texto classificado em primeiro lugar no Concurso de Monografias do 16º. Encontro Nacional dos Agentes da Inspeção do Trabalho de Manaus. O autor se reporta a legislação e traz um contexto histórico que complementa os conteúdos da aula. Vale a pena conferir! Acesse o site: http://www.mte. gov.br/fisca_trab/inclusao/ lei_cotas_10.asp do Ministério do Trabalho e Emprego, e você encontrará mais informações sobre a legislação vigente e ficará mais bem informado sobre o que de fato é necessário para deixar o evento em plenas condições de segurança para todos: convidados e funcionários. e-Tec BrasilAula 17 – Inspeção de Segurança 121 Atividades de Aprendizagem • Reúna sua equipe de trabalho e juntos tracem um ciclo de inspeção. Observem as etapas descritas na aula e não se esqueçam de especificar quais modalidades de inspeção serão pertinentes para a realização até o fechamento com a elaboração do laudo de inspeção. Se for necessário peçam auxílio de profissionais externos como técnicos de segurança, en- genheiros de segurança, médicos dotrabalho ou outros. O importante é que o evento tenha este aval técnico para garantir. Segurança e Operacionalidade de Eventose-Tec Brasil 122
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