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AULA 07 - Aula Doença De Chagas

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Universidade Federal de Pelotas- UFPel
Instituto de Biologia- IB
Departamento de Microbiologia e Parasitologia
Disciplina de Parasitologia
Trypanosoma cruzi e doença de Chagas
Biol: M.e: Ítalo Ferreira de Leon 1
Histórico 
• Carlos Justiniano Ribeiro das Chagas;
Mineiro (1878-1934);
• Enviado para Lassance/MG;
• Descobriu o protozoário Trypanosoma
cruzi;
• Descreveu todos os aspectos da
doença, o que faz dele único na
história da medicina;
2
Tópicos
• Histórico;
• Tipos de transmissão;
• Vetor;
• Trypanosoma cruzi;
• Patologia;
• Epidemiologia;
• Profilaxia;
• Curiosidades.
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Histórico
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Histórico
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Histórico
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Histórico
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doença de Chagas (DC)
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Fonte: googleimagens.comFonte: googleimagens.com Fonte: googleimagens.com
Distribuição
Fonte: WHO. 9
Trypanosoma cruzi: 
Filogenia
Reino Protista
Filo Sarcomastigophora, subfilo Mastigophora
Classe Zoomastigophora
Ordem Kinetoplastida
Família Trypanosomatidae
Gênero Trypanosoma - “Salivaria” e “Stercoraria”
Espécie: Trypanosoma cruzi
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Trypanosoma cruzi
• Agente etiológico de DC;
• Parasito heteroxeno;
• Sangue e tecido de diferentes
vertebrados;
• Não infecta aves, anfíbios e
répteis;
• Multiplicação por divisão binária
simples;
• Classicamente T. cruzi I e T.
cruzi II.
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Trypanosoma cruzi : 
morfologia
Epimastigota Amastigota
Flagelo
Núcleo
Cinetoplasto
Região posterior
Região anterior
Região anterior
Região posterior
Região anterior
Região posterior
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Trypanosoma cruzi: 
morfologia
Tripomastigotas
forma infectante;
grande mobilidade;
• não realiza divisão;
• formas largas e delgadas;
• 20 μm x 2 μm;
• Cinetoplasto - região posterior ao núcleo;
flagelo emerge e se adere ao corpo do
parasito (mem. ondulante);
• inseto vetor; sangue e espaço intercelular
dos hospedeiros vertebrados.
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Trypanosoma cruzi:
morfologia
• Forma epimastigota
• - alongadas (> que tripo);
• - móveis;
• - forma de reprodução no vetor ;
• - cinetoplasto anterior ao núcleo;
• - incapazes de penetrar em células humanas; -
também vista em glândulas anais de gambás.
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Trypanosoma cruzi:
morfologia
Forma amastigota
• - > 5 μm
• - esféricos;
• - pouca mobilidade;
• - flagelo não é livre;
• - interior das células humanas;
• - forma de reprodução;
• - cinetoplasto na região anterior ao núcleo;
• - divisão binária a cada 12 horas.
• - algumas podem ser infectantes!!
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16
Ciclo biológico de T. cruzi
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Ciclo de T. cruzi no hospedeiro vertebrado
Tripomastigotas metacíclicos nas fezes e urina penetra através de 
pele lesionada ou mucosas 
Fagocitado pelos macrófagos pelo fenômeno de adesão e invasão 
Diferenciação para amastigota 
Multiplica-se na célula inúmeras vezes (12 horas) Tripomastigota
novamente, antes da célula romper-se. 
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Hemiptera
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FITÓFAGAS HEMATÓFAGASPREDADORAS
Vetor 
• Hemípteros da família reduviidae, subfamília
Triatominae, conhecidos como barbeiros,
chupões, borrachudos, vinchuca, etc.
• Pouco mais de 10 espécies com destaque
epidemiológico;
• O barbeiro se infecta ao sugar o sangue de
mamíferos positivos para T. cruzi ;
• Apresentam em média entre 1,6 mm a 44mm
na fase adulta.
• Fêmeas via de regra maiores que os machos;
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Morfologia Geral
• Achatamento dorso-ventral
• probóscide reta e curta 
• antenas 
• tubérculos anteníferos
• Olhos
• Asas
• conexivo
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Gêneros
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Panstrongylus spp.
Antenas inseridas próximo 
aos olhos;
Triatoma spp.
Antenas inseridas entre os 
olhos e a extremidade 
anterior da cabeça;
Rodnius spp.
Antenas inseridas na 
extremidade anterior da 
cabeça;
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Espécies de triatomíneos
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Vias de transmissão vetorial
Ciclo Silvestre Ciclo peridoméstico Ciclo doméstico
27
28
Presença do Vetor na 
região sul do RS
29Fonte: (Priotto et al., 2015)
Presença do Vetor na região sul 
do RS
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Patologia
• 2 fases 
Aguda
Crônica
Sintomática
assintomática
Sintomática
Indeterminada
Importante : De acordo com a forma de infecção pelo protozoário, os sintomas e
gravidade pode ser variáveis.
Fase aguda em média 10 dias a 6 meses.
Fase crônica de 6 meses até 20/30 anos, podendo estender-se mais.
Cardíaca
Digestiva
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Patologia
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Patologia: fase aguda
Sinal de Romaña
Chagoma de Inoculação
• Tripanossomas circulantes;
• Período de incubação: 5 a 14 dias
(vetorial), 30 dias (transfusional);
• Sintomas inespecíficos;
• Mortalidade relativamente baixa
(miocardite e meningoencefalite)
• Febre baixa mas contínua;
• Hepatomegalia;
• Esplenomegalia;
• ÚNICA FASE EM QUE O
PACIENTE PODE SER CURADO
!
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Fase crônica: assintomática 
ou indeterminada
• Maioria dos casos;
• Caracteriza-se pela presença de anticorpos
anti- T. cruzi;
• Baixa parasitemia;
• Ausência de sintomas clínicos;
• Eletrocardiograma e exames radiológicos
normais.
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Fase crônica: sintomática 
(cardíaca e/ou digestiva)
• Pode ocorrer depois de décadas após a infecção;
• Fibrose das áreas inflamadas e necrosadas;
• Redução da força da musculatura do coração, levando a
insuficiência cardíaca e arritmias.
• Coração de boi;
• Insuficiência circulatória, edema e morte (pode ser súbita);
• Vertigens, desmaio, palpitações, dispneia, edemas;
• Síndrome tromboembólica.
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Cardiopatia chagásica 
crônica
Parasitismo intenso (ninhos de amatigotas). Resposta 
inflamatória; lesões celulares; fibrose. 
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Cardiopatia Chagásica 
crônica
Coração de boi
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Forma digestiva
• Alterações no esôfago e/ou
cólon intestino grosso/reto;
• Megaesôfago e megacólon;
• Mal do engasgo;
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megacólon
megaesôfago
Transmissão Congênita
• Mecanismo Transplacentário
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Transmissão Congênita
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Nascimentos 
prematuros
Baixo Peso
Problemas 
neurológicos
Icterícia Anemia
Anasarca
Síndrome do 
desconforto 
respiratório
Hepatomegalia
Esplenomegalia
Fonte: Freilij et al., (1995); Pinto et al., (2011)
Trypanosoma cruzi: 
Transmissão Oral
• 85% dos casos de DC aguda no 
Brasil nos dias atuais;
• Açaí, cana de açúcar, Bacaba, água 
são os agentes mais envolvidos na 
transmissão oral;
• Carne de tatus, gambás e roedores 
também merecem atenção;
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Diagnóstico
• Anamnese: procedência do paciente: (perguntas básicas) com
sinais clínicos é facilitado...
• Fase aguda: Parasitológico
• gota espessa, esfregaço
• Testes sorológicos – ELISA, RIFI
• Fase Crônica: baixa parasitemia,
• Xenodiagnóstico Presença de Ac – ambas fases
• Testes sorológicos – ELISA, RIFI, PCR (não é rotina)
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Diagnóstico
Radiografia torácica. 
Eletrocardiograma; 
Ecocardiografia; 
Ergometria; 
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Epidemiologia de DC na 
região
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5% de 
positividade 
entre 
oncológicos
(Rosenthal et al., 
2016)
5% de 
positividade 
entre pacientes 
HIV+
(Stauffert et al., 
2017)
1,9% de 
positividade 
entre 
cardiopatas
(Dutra et al., 
2021)
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Epidemiologia
• Pobreza e subdesenvolvimento;
• Doença típica de zona rural;
• Média de 4500 mortes por ano no Brasil;
• Urbanização da doença- migrações;
• Importância econômica e social da doença;
• Surtos relacionados atualmente à transmissão oral;
• Variação do período de infecção, gravidade de acordo
com a forma de transmissão.
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Tratamento
• Tratamento longo
• Bom índice de cura
na fase aguda
• Fase crônica pode ser
aplicado, mas com
ressalvas
• Índice relativamente
alto de efeitos
colaterais
• Deve ser adotado em
pacientes com
reativação 47
Profilaxia/Controle
• Melhoria habitacional;
• Manejo ambiental;
• Higiene domiciliar (limpeza, roupas de cama, varrer);
• Ventilação do ambiente e colchão;
• Aplicação de inseticidas piretróides;
• Eliminação de focos de morcegos no domicílio;
• Mosquiteiros impregnados por inseticidas;
• Educação sanitária da população;
• Cuidados estruturais com a estruturas de bretes, chiqueiros e
galinheiros;
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Curiosidades
• Nem todo triatomíneo carregao T. cruzi ;
• Cães e gatos podem ser infectados, desenvolvendo
problemas clínicos como o ser humano;
• Doença de Chagas pode ser uma IST ?
• Todos os anos saem boletins epidemiológicos do
Ministério da Saúde informando sobre a
epidemiologia de DC;
• No pré natal, especialmente em regiões endêmicas, é
necessário pedir a realização do teste.
• VACINAS ?
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Referências
• Brasil, Boletim epidemiológico, v. 53. Mar 2022.
• Bianchi T F., Jeske S, Grala APDP, Leon, IFD, Bedin C, Mello F. D., ... &Villela,
M. M.. Current situation of Chagas disease vectors (Hemiptera, Reduviidae) in
Southern Rio Grande do Sul State, Brazil. Revista do Instituto de Medicina Tropical
de São Paulo 2021:63.
• Cardoso, A. E. C., Haddad Junior, V. (2005). Accidents caused by lepidopterans
(moth larvae and adult): study on the epidemiological, clinical and therapeutic
aspects. Anais Brasileiros de Dermatologia, 80, 571-578.
• cit.rs.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=137&Itemid=61
• Favalesso, Marília Melo, et al. "Lonomia envenomation in Brazil: an
epidemiological overview for the period 2007–2018." Transactions of The Royal
Society of Tropical Medicine and Hygiene 115.1 (2021): 9-19.
• PRIOTTO, M.C.M. et al. Aspectos da vigilância entomológica da doença de
Chagas no sul do Rio Grande do Sul, Brasil. Revista de Patologia Tropical, v.
43, n. 2, p. 228-238, 2014.
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OBRIGADO !
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