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TRYPANOSSOMA CRUZI Profa ISABELLA CAMPELO EPIDEMIOLOGIA Doença de Chagas Responsável por alterações econômicas, maioria dos acometidos encontram–se na fase produtiva. Acentuadas insuficiências cardíacas e respiratórias, esses pacientes apresentam baixa tolerância às atividades físicas, diretamente proporcional a intensidade do trabalho. Treze milhões de pessoas estejam infectadas, Três milhões sem sintomatologia. Anualmente: 15 países um total de 200 mil casos novos. Estima–se que 28 milhões de pessoas vivem a áreas de risco, sendo 12.500 o número de óbitos causados pela tripanossomose. EPIDEMIOLOGIA OMS: 13 doenças tropicais mais negligenciadas Infecção há 9.000 anos DNA do parasito presente em múmias Brasil: 5 milhões de portadores EPIDEMIOLOGIA O T. cruzi é encontrado somente no continente americano, desde o Sul do EUA até o sul da Argentina e Chile. A infecção por T. cruzi ocorre basicamente em áreas rurais e periurbanas pobres, onde o tipo de moradia (barro, palha) favorece a colonização por triatomíneos. Os triatomíneos podem ter hábitos silvestres, semidomiciliares e domiciliares. EPIDEMIOLOGIA O Mal de Chagas ou tripanosomíase é uma doença que afeta milhões de pessoas no Brasil. Homenagem ao cientista brasileiro Carlos Chagas (1879-1934) que descreveu o ciclo de vida do parasita causador da doença: o protozoário flagelado Trypanosoma cruzi. O Trypanosoma vive no sangue humano e se instala em diversos órgãos, principalmente na musculatura do tubo digestivo e do coração, destruindo estes tecidos. A pessoa é contaminada pelas fezes de insetos hematófagos conhecidos como “barbeiros” ou “chupanças”. Dr. CARLOS CHAGAS Doença de Chagas CLASSIFICAÇÃO FILO SARCOMASTIGOPHORA CLASSE: ZOOMASTIGOPHOREA ORDEM: KINETOPLASTIDA FAMILIA: TRYPANOSOMATIDAE GÊNERO: Trypanosoma ESPÉCIE: Trypanosoma cruzi TRYPANOSSOMA CRUZI Grande diversidade biológica e um grande número de mamíferos podem ser contaminados Grande polimorfismo morfológico Grupos majoritários: T. cruzi I e T. cruzi II Heteroxeno Hospedeiros vertebrados: mamíferos, sendo muito importante em humanos. Hospedeiros invertebrados: insetos hemípteros hematófagos da família Reduviidae, subfamília Triatominae. Principais: Triatoma sp, Rhodnius sp e Panstrongylus sp. TRYPANOSSOMA CRUZI Habitat: tripomastigotas na corrente sanguínea e amastigotas intracelularmente no músculo cardíaco, esquelético ou liso, células do SFM, e células nervosas. TRYPANOSSOMA CRUZI FORMAS VETOR EPIMASTIGOTAS: Tubo digestivo do vetor do triatomíneo Estágio capaz de dividir-se, mas não infecta células TRIPOMASTIGOTA METACÍCLICA: Estágio infectante sem capacidade de dividir-se FORMAS VETOR FORMAS HOSPEDEIRO FORMAS HOSPEDEIRO CICLO Os insetos vetores infectam quando seu repasto sanguíneo sobre mamífero infectado com tripomastigota. Tripomastigota – epimastigota no intestino do triatomíneo Reprodução: divisão binária Tubo digestivo: tripomastigota metacíclico infectante 7 dias para desenvolvimento do parasito no triatomíneo Triatomíneo defeca (50 a 300 tripomastigotas) durante ou pouco tempos depois do repasto sanguíneo Tripomastigota metacíclica penetra células do hospedeiro e transformam-se em amastigotas CICLO Um tripomastigota dá origem a 500 amastigotas Tripomastigota rompem a membrana plasmática invadindo outras células e corrente sanguínea CICLO CICLO O transmissor da doença: um percevejo O vetor que transmite o Trypanosoma para o ser humano é um percevejo que pertence geralmente aos gêneros Triatoma, Panstrongylus e Rhodnius, sendo a espécie transmissora mais comum o Triatoma infestans. Rhodnius prolixus Triatoma sp Triatoma infestans TRANSMISSÃO Vetorial Pode ocorrer por meio de transplante de órgãos, transfusões de hemocomponentes (10 a 20%), transmissão congênita (1 a 18%), acidentes laboratoriais com amostras positivas para doença de Chagas TRANSMISSÃO A contaminação através da via oral: caldo de cana, polpa de açaí, buriti, contaminação com fezes de triatomíneos. Outra hipótese é ingestão de carne de caça, preparo e consumo inadequado de carnes de animais contaminados pelo agente. A transmissão da Doença de Chagas, por meio de transfusão de hemocomponentes, apresenta–se de forma assintomática na maioria dos casos. A fase aguda é manifestada de modo excepcional em pacientes imunossuprimidos, transplantados, pacientes submetidos tratamentos a base de quimioterápicos e paciente portadores do vírus HIV. Quando há sintomas: febre prolongada, linfadenopatia e hepatoesplenomegalia. O período de incubação caracteriza–se por ser mais extenso, podendo ultrapassar os 100 dias. TRANSMISSÃO Estes protozoários apresentam seletividade pelo músculo cardíaco: eles penetram nas células cardíacas, perdem o flagelo e tornam-se esféricos. A presença dos parasitas causa lesões que prejudicam o funcionamento do coração, o que leva à morte o doente. A infestação pode causar aumento e disfunção de outros órgãos, como o esôfago, o baço, o fígado. Tratamento adequado, iniciado precocemente pode aumentar a expectativa de vida. O causador da doença: um flagelado O barbeiro adquire os tripanosomos ao sugar sangue de pessoas ou animais silvestres contaminados, como tatús, em cujas tocas o barbeiro costuma se abrigar. Este animais costumam ser reservatórios naturais do protozoário. O inseto transmissor pode ser encontrado em ninhos de pássaros, cascas de troncos de árvores, montes de lenha e embaixo de pedras. Os barbeiros também costumam se esconder em frestas de casas de pau-a-pique ou de barro. O triatoma tem hábitos noturnos: sai da toca durante a noite, a procura de alimento (sangue) e geralmente pica as pessoas no rosto. ENCONTRADO NAS FRESTAS DE PAREDES NÃO REBOCADAS GRANDES QUANTIDADES DE OVOS, NINFAS E ADULTOS 1 2 3 Trypanosoma aderindo-se à célula muscular. T.cruzi penetrando em célula do miocárdio. 3. Tripanossomos, já sem flagelo, alojados no músculo cardíaco. Período incubação Transmissão da doença por meio da picada dos insetos entre 5 e 15 dias após a entrada do agente. De 30 a 40 dias é a incubação por meio de transfusões sanguíneas e de até nove meses por meio da transmissão congênita. Via oral, não é muito comum, sendo o período de incubação entre 7 e 22 dias. SINTOMATOLOGIA A) Fase Aguda: multiplicação , lise celular, Chagoma de Inoculação (tumoração cutânea com hiperemia e dor). Penetração do parasita pela conjuntiva: edema de pálpebra (geralmente unilateral), conjuntivite, lacrimejamento (Sinal de Romaña). Estimulação do Sistema Fagocitário Mononuclear hepatoesplenomegalia, febre (intensidade variável), cefaléia e mal-estar. SINTOMATOLOGIA SINTOMATOLOGIA Formas tripomastigotas no sangue penetram em células dos tecidos miocardite, linfoadenite, esplenite, hepatite, encefalite, gastrite fase inicial (aguda) - pode ser assintomática, ou sintomatologia variada (febre alta,hepatoesplenomegalia, sintomas cardíacos (hipotensão, taquicardia, dilatação cardíaca), vômitos, diarréia e sintomatologia nervosa quando o SNC é acometido). B) Fase crônica: manifestações clínicas cessam, podendo evoluir o paciente para cura clínica, porém não parasitológica. Forma Indeterminada: sem sintomas, 70% dos indivíduos, muitos meses ou muitos anos. SINTOMATOLOGIA Cardiopatia chagásica: inflamações progressivas necrose miocárdica e destruição de sistema de condução elétrica do coração, insuficiência cardíaca, aneurisma, arritmias . SINTOMATOLOGIA Formas digestivas: alterações parassimpáticas (megas e alterações esfincterianas), destruição de células nervosas presentes nos plexos responsáveis pela motilidade, diminuição do peristaltismo e retenção do conteúdo alimentar dilatação e hipertrofia compensatória da musculatura do órgão. SINTOMATOLOGIA Megaesôfago: disfagia, tosse, ptialismo e pneumonia de aspiração (complicação). Megacólon: constipação e possibilidade de peritonite infecciosa. Megas em estômago, duodeno e vesículabiliar. Relação direta da carga parasitária inicial e gravidade das lesões. SINTOMATOLOGIA DIAGNÓSTICO Fase aguda: Microscopia: tripomastigotas circulantes no sangue exame direto, esfregaço sanguíneo ou gota espessa corados por corantes Sorologia: níveis elevados IgM Fase crônica: IgG no teste Elisa, imunofluorescência indireta Hemocultura Punção de linfonodos: formas amastigotas em células do SFM. Pesquisa de Ac: RIFI, ELISA, hemaglutinação. Pesquisa de DNA parasitário: PCR DIAGNÓSTICO TRATAMENTO A Doença de Chagas não possui cura. Fármacos que não conseguem eliminar a infecção pelo Tripanossoma cruzi e promover a cura definitiva da patologia. O bendomidazol e o nifurtimox são recomendados para todos os casos agudos. O benzonidazol: nitroheterocíclica (Nbenzil-2-nitroimidazole-1-acetamida) com capacidade anti-protozoária, capaz de eliminar as morfologias sanguíneas e teciduais. 5mg/kg dia 2 a 3x dia por 60 dias. Eficácia 70% TRATAMENTO O nifurtimox 3-metil-4 (5’-nitrofurfurilidenamino)- tetraidro (1,4)- tiazina-1-1-dióxido atua contra as formas sanguíneas e teciduais, auxiliando na inibição do desenvolvimento das morfologias intracelulares do parasito. 10mg/kg dia 60 a 90 dias Fora do mercado nacional TRATAMENTO Fase crônica: controle das complicações tardias digestivas e cardíacas. TRATAMENTO Várias espécies de mamíferos já foram encontradas infectadas com T. cruzi, no entanto, os marsupiais, principalmente o gambá (Didelphis marsupialis), parecem ser os reservatórios silvestres mais importantes. Outros reservatórios importantes da infecção são os tatus, roedores silvestres e morcegos. IMUNIDADE Parasito precisa sobreviver longos períodos de tempo no hospedeiro para aumentar as chances de encontro com o vetor Desenvolvimento de anticorpos, IL-10, 12 PROFILAXIA Combate aos triatomíneos (inseticidas organoclorados – a cada 12 meses) Melhoria das habitações Medidas de educação sanitária Controle do banco de sangue Pesquisa de reservatórios domésticos e sacrifício. Diagnóstico e tratamento dos casos agudos. Proteger portas e janelas com telas. Proteger camas com cortinados Usar inseticidas Profilaxia: Não há ainda um tratamento eficaz para a Doença de Chagas. São necessárias, portanto, medidas preventidas ( que evitem a penetração do Trypanosoma no organismo humano.
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