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PATOLOGIA CONCEITOS • Adaptação celular: lesões que o controle mitótico ainda existe. Algumas lesões de adaptação podem evoluir para lesão maligna. • A perda do controle mitótico evolui para neoplasia. CONTROLE MITÓTICO CÉLULAS LÁBEIS • Células em constante mitose → células lábeis. • Ex.: medula óssea; células epiteliais de revestimento, epiderme, mucosa oral, mucosa do trato digestivo, mucosa urinaria... CÉLULAS ESTÁVEIS • Células em G0 e que se receberem algum sinal de fator de crescimento, voltam para G1 → células estáveis. • Ex.: músculo liso; tecido conjuntivo fibroso; osteoblasto; glândulas (parenquimatosas), vaso sanguíneo, fibroblasto • Baço, timo, tonsila palatina e linfonodo são estáveis, pois iniciam processo mitótico mediante a estímulo de citocina. CÉLULAS PERMANENTES • Células que fizeram mitose e saíram da linhagem, ou seja, não possuem mais capacidade mitótica – só faz mitose, na fase de crescimento fisiológico → células permanentes. Ex.: SNC; músculo cardíaco; m. esquelético; cristalino. • Também chamadas de células perenes. DIFERENCIAÇÃO CELULAR • Célula diferenciada = é quando a célula chega no estágio de maturação em que ela se torna especializada porque tem função, morfologia e ultraestrutura especifica para fazer parte daquele tecido. • Quanto mais diferenciada/especializada for a célula, menor a sua taxa de mitose • Quanto mais eu expresso genes, para eu ter uma forma, uma ultraestrutura e uma função, menos eu expresso genes de mitose. • As células lábeis apresentam genes que controlam a mitose, por isso que ela não se diferencia. • A cél. mais diferenciada/especializada que temos: neurônio → perde a capacidade de mitose rapidamente. Porque para ser especializada, ela não expressa genes de mitose (ou faz mitose, ou especializa) Lembrando que o m. cardíaco e o esquelético possuem em comum: a presença de sarcômeros, o que torna a estrutura mais complexa (impossibilitada de fazer mitose) frequentemente). 2 • O neurônio só se divide até os três anos de idade, depois disso, só aumenta a rede neuronal a partir de sinapses. • Portanto, é importante estimular as crianças por meio de brinquedos e atividades, estimulando sinapses e proliferação de neurônios. Isso permitirá um maior e melhor raciocínio para a criança futuramente. • As células do epitélio estratificado pavimentoso que tem capacidade mitótica são as células da camada basal. • As células do epitélio de mucosa que tem capacidade mitótica são as células em reserva ou células tronco. CÉLULAS-TRONCO • São células indiferenciadas que guardam potencial mitótico. • Células de reserva: célula-tronco em que se tem potencial mitótico e quando ela se divide, a célula-filha se diferencia e perde a capacidade mitótica. Presentes na suprarrenal, na hipófise, na tireoide... • Portanto, as células diferenciadas/maduras não se dividem! ADAPTAÇÃO CELULAR . • Adaptação celular: é gerada quando colocamos a célula em um momento de estresse. Assim, dependendo do estímulo, podemos ter diminuição do fornecimento de energia ou aumento do trabalho. Diante dessas situações a célula pode se adaptar ou não. • Se a célula não consegue adaptar → sofre lesão (reversível ou irreversível). • Adaptação celular é para aquela célula que consegue viver com aquela nova situação. Dependendo do tipo de célula e do tipo de estímulo, vamos evoluir para as adaptações (hipertrofia, atrofia, hiperplasia, metaplasia). • As adaptações são em teoria reversíveis após a retirada do estímulo. Ex: atrofia do miocárdio, não é reversível TIPOS DE ADAPTAÇÃO CELULAR HIPERTROFIA • Aumento no tamanho das células, resultando em aumento do tamanho do órgão que ela compõe, em resposta ao aumento da carga de trabalho. • Células permanentes e estáveis. • Pode ser fisiológica (ex. útero na gravidez) ou patológica (ex. aumento do coração devido hipertensão). • Mais comum em: m. estriado cardíaco (sobrecarga hemodinâmica crônica advindo da hipertensão arterial ou valvas deficientes) e músculo esqueléticos (musculação). HIPERPLASIA • Aumento no número de células. • Podemos ter em células lábeis (endométrio) e estáveis (epitélio ductal da mama) • Pode ser fisiológica ou patológica. ATROFIA • Diminuição no tamanho e na função das células. O potencial mitótico depende do tipo de tecido e só faz mitose as células que não terminaram a diferenciação. 3 • Hipoplasia (diminuição do no de células) + hipotrofia (dim. do tamanho de células) = atrofia. METAPLASIA • Alteração da diferenciação celular. • Alteração reversível por estímulo estressante, no qual um tipo de célula adulta é substituído por outro tipo de célula adulta, mais capaz de suportar o estresse. • Ex.: epitélio respiratório de um fumante – células epiteliais normais colunares e ciliadas da traqueia e brônquios são substituídas por células epiteliais escamosas estratificadas. Se o estímulo estressante persistir por mais tempo, podem predispor a transformação maligna deste tecido, como câncer de pulmão. Portanto, a forma mais comum de câncer no trato respiratório é formada de células escamosas. A metaplasia epitelial mais comum é a colunar para a escamosa (trato respiratório). ORIGEM EMBRIONÁRIA DOS TECIDOS • Ectoderma origina: Epiderme e anexos epidérmicos. Mucosa oral. Terço distal da vagina. Ânus e canal anal. Neuroectoderma (SNC; melanócitos; medular; suprarrenal). Todos esses têm epitélio estratificado pavimentoso • Mesoderma origina: Tecido conjuntivo (fibroso; ósseo; cartilagem; linhagem sanguínea; músculo, peritônio, pericárdio.) • Endoderma origina: Mucosas, glândula parenquimatosa, trato gastrointestinal • É necessário saber a origem embrionária dos tecidos para saber as adaptações possíveis de cada tecido. • Quando eu mudo o microambiente de uma célula, eu vou ocasionar lesão celular e morte da célula, aí quem vai repovoar a população é a célula de reserva – se o microambiente continuar modificado, eu tenho uma modificação epigenetica, ou seja, o ambiente altera a expressão genica. → Esse tecido que foi lesionado pelo microambiente modificado, vai receber a sinalização e vai fazer modificações epigeneticas. Além disso, vai começar a expressar outros genes, sendo isso que leva a diferenciação → a diferenciação da célula filha vai se alterar, mas eu tenho que respeitar o folheto embrionário. Eu só consigo transformar tecidos, dentro da mesma origem embrionária. (METAPLASIA) • Portanto, dependendo do tipo de célula, vamos ter adaptações diferentes. EXEMPLOS Cardiomiócito normal → aumento da carga de trabalho → hipertrofia → Não adaptou → lesão celular → infarto. 4 TIPOS DE ALTERAÇÕES DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO • Alterações do volume celular → hipotrofia/hipertrofia. Diminui a estimulação neuronal de um grupo muscular esquelético – hipertrofia – hipotrofia – atrofia • Alterações da proliferação celular → hipoplasia/hiperplasia. • Alterações da diferenciação celular → metaplasia. • Alterações da proliferação e da diferenciação celulares → displasia/neoplasia. • Outros distúrbios: Agenesia (falha embrionária na indução da formação de determinado órgão, tecido, osso). Atresia (falha da apoptose no período embrionário de modo que não se forma luz em um órgão). Distrofia (alteração da estrutura, geralmente é genético). Ectopia ou heteropia (erro de migração de célula durante a fase embrionária; célula do pâncreas no duodeno,por exemplo). Coristia (crescimento ectópico exagerado). Hamartias (crescimento exagerado embrionário de um tecido normal no lugar dele). Estenose (diminuição da luz; constrição ou estreitamento de um duto ou passagem; também pode ser de origem embrionária). ATROFIA • Pode ser fisiológico (ex. útero e mama na menopausa; timo não acompanha o crescimento durante a vida) ou patológico. • Dim. atividade metabólica → dim. síntese de proteína → aumento da degradação proteica. ETIOPATOGÊNESES: ENVELHECIMENTO • Processo próprio do indivíduo que se inicia após os 35 anos. • O indivíduo diminui como um todo e o organismo entra em um novo equilíbrio. • Único fisiológico. • É importante lembrarmos que há uma perda de massa característica com o avanço da idade muscular. Epitélio → células lábeis. Epitélio sofre hiperplasia (e não hipertrofia), pois ele tem uma alta capacidade mitótica. Se houver lesão no músculo (com exceções), o músculo faz hipertrofia. Porque não tem capacidade mitótica. Musculo liso faz, mas ele faz mais hipertrofia Tecido perfeitamente normal Imobilidade → sarcopenia → diminuição da massa 5 PERDA DA INERVAÇÃO • A inervação e responsável por transportar o estímulo trófico para a musculatura; com a perda da inervação, a musculatura não recebe adequadamente os estímulos e, não trabalha. • Exemplo de doença viral que causa atrofia muscular: poliomielite. DIMINUIÇÃO DE SUPRIMENTO SANGUÍNEO • Sem o suprimento, a célula vai desmantelar estruturas para mantê-la viva, então, faz autofagia. Não conseguindo manter si mesma, a célula faz apoptose, a qual contribui para atrofia. • Ex.: placa de ateroma causando 60% de obstrução da luz → cardiomiócito recebe menor suprimento, sendo necessário diminuir de tamanho e, posteriormente, diminuir em quantidade também → atrofia miocárdica por isquemia crônica (causa insufic. cardíaca). NUTRIÇÃO INADEQUADA O indivíduo com uma falta de nutrientes faz com que as células diminuem sua atividade. PERDA DE ESTIMULAÇÃO ENDÓCRINA • Temos órgãos que são estimulados por hormônios. • A hipófise é composta por: Adenohipófise – parte anterior: é um arranjo de células produtoras que tem uma diferenciação para a síntese de cada um dos hormônios: LH FSH TSH ACTH MSH STH PRL Na Doença de Chagas, temos lesão da inervação do coração, pois o Trypanossoma cruzi tem tropismo pela inervação. Diante disso, a musculatura cardíaca diminui e, consequentemente, dilatação das câmaras cardíacas, pois não há musculatura suficiente para aguentar a pressão sanguínea. O coração fica espesso devido à fibrose e não à musculatura, assim, não se trata de hipertrofia. A figura B está normal. Já na A mostra um caso de atrofia que pode ser causada pela idade, Alzheimer, alcoolismo... Estimula gônadas – células gonadotróficas Tireoide – células tireotróficas Cortical da suprarrenal - cél. adenocorticotróficas Melanócitos – células melanotróficas Estimula as placas hipofisárias Estimula mamas Células mamotróficas OBSERVAÇÕES • Lembrando que temos as chamadas new cell que são células não diferenciadas que servem como células de reserva. • Precisa-se de TRH, hormônio liberador de TSH, para liberar o TSH que vai fazer a tireoide produzir tri-iodotironina (T3) e tiroxina (T4). • Se a tireoide não for estimulada, ela não trabalha. Logo, as células vão começar a fazer autofagia, diminuindo o volume celular e, posteriormente, diminui o número de células → tireoide diminui de tamanho. Células mamotróficas 6 Neurohipófise – parte posterior: apenas armazena os hormônios sintetizados no hipotálamo. • Síndrome de Sheehan: quadro de paciente grávida, período no qual há muita síntese hormonal e se faz hiperplasia hipofisária (fisiológica). No último trimestre de gestação, essa mulher sofre uma hemorragia e evolui para choque hipovolêmico → a taxa de sangue oxigenado para a hipófise diminui, isso leva a uma isquemia hipofisária (perda de 90% do tecido hipofisária) → começa a perder as células que não essenciais para a sobrevivência → as new cells vão se diferenciar nas células mais importantes → podemos perde FSH e LH, o que vai fazer com que o ciclo menstrual da paciente cesse → também pode perder PRL, limitando a capacidade de aleitamento. A quantidade de células na hipófise diminui; na tomografia vemos a sela túrcica vazia. DESUSO • Todo órgão que não está sendo estimulado e nem usado entra em desuso e, por conseguinte, inicia o processo de atrofia. COMPRESSÃO • Exemplo: se tiver aumento da pressão glicólica por muito tempo, podemos ter compressão da hipófise que é banhada pelo liquor. Essa compressão sinaliza para apoptose, diminuindo o número de células. • Outro exemplo: hemorragia causada por TCE (traumatismo cranioencefálico) → diminuição do aporte de sangue oxigenado para diversas estruturas cerebrais → apoptose e necrose. INTOXICAÇÃO POR METAIS PESADOS • Intoxicação por chumbo causa destruição e atrofia renal e neuronal. INFLAMAÇÃO CRÔNICA • Na inflamação crônica temos o aumento da destruição tecidual, levando a uma menor quantidade de células e de tecido funcionante. • H. pylori: A bactéria gástrica flagelada Helicobacter pylori está relacionada a um saneamento básico ruim e à contaminação de água e de alimentos. Uma das principais formas de contaminação é de mãe para bebê (transmissão vertical), pois a bactéria está na bactéria exalada e pode ser facilmente transmitida quando a mãe assopra a comida da criança, por exemplo. Essa bactéria tem enzimas que as mucolíticas, ou seja, consegue quebra o muco, como o do estômago. Ela é capaz de se ligar, pois em seus flagelos há uma adesina que é uma molécula que se liga ao glicocálice da célula gástrica. Os indivíduos de grupo sanguíneo O e A têm mais chances de desenvolverem (por questão evolutiva), pois eles têm na superfície moléculas que se ligam à adesina da bactéria. Essa bactéria tem uma enzima chamada urease, a qual é responsável pela quebra da ureia, produzindo amônia. Apesar do H. pylori viver no estômago, ele gosta de pH ácido, então ele produz a urease para ele tamponar o ambiente em que ele vive. Além disso, ele tem vacuolizantes e necrotizantes, isto é, ele vai matar célula parietal. Como resposta, temos inflamação crônica (a bactéria está no organismo há muitos anos). Portanto, a principal causa de gastrite crônica é a presença de H. pylori. O estômago começa a ficar liso, ou seja, sem pregas → atrofia da mucosa gástrica → gastrite crônica atrófica. 7 A célula parietal tem como função secretar ácido clorídrico. Se temos menos células parietais, temos uma menor quantidade de ácido clorídrico → pH menos ácido. IMAGENS Ressonância evidenciando atrofia. Os giros estão bem alterados. A parte branca periventricular é chamada de leucoaraiose, característico de indivíduo hipertenso há muito tempo sem tratamento adequado. Ainda é visto o ventrículo dilatado → hidrocefalia ex-vácuo. Córtex com bastante atrofia. Túnel do Carpo: uma estrutura anatômica formada por vários ligamentos, onde temos a passagem de nervos. Uma pessoa que realiza movimentos repetitivos com as mãos durante muito tempo e frequentemente começa a ter um processo inflamatório crônico com fibrose que começa a fazer compressão de nervo. Também pode ser por artrite reumatoide.Na figura temos atrofia tenar por conta da compressão do n. mediano. A hanseníase (lepra) é uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae. A lesão básica do bacilo é lesão de nervo, o que leva à destruição dos nervos → sem estimulação dos músculos do nervo → atrofia. Perda muscular pode ser por perda de inervação ou por desuso, por exemplo. Diferença da musculatura na poliomielite. Musculatura normal circulada de verde e atrófica de vermelho. Atrofia renal por uma lesão vascular que pode ser por placa de ateroma. 8 Estenose da artéria circulada. Importante lembrar que aterosclerose é sistêmico, e atentar aos fatores de risco. Áreas de aterosclerose circuladas. O rim direito está bem menor que o esquerdo. Imensa aterosclerose da aorta e atrofia renal de um lado por causa da aterosclerose. OBSERVAÇÕES Para compensar a atrofia renal: se diminui a taxa de filtração glomerular (diminui a filtração), para compensar temos renina, angiotensina e aldosterona. A aldosterona retém sódio e água, fazendo com que a PA se eleve → paciente hipertenso que não responde bem à medicação. Lembrando que hipertensão pode ser primária (multifatorial; mais comum) ou secundária (resultante de outra patologia, inclusive renal). Ex.: obstrução da artéria renal → rim não está filtrando e está lançando no sangue uma taxa muito elevada de renina, causando um aumento da pressão arterial, não adiantando usar hipotensor, pois é a renina que está aumento a PA. Portanto, se houver suspeitas, podemos dosar a quantidade de renina no sangue. Se houve perda de glomérulos, os demais glomérulos aumentaram sua capacidade para manter a filtração. Isso significa que a quantidade de creatinina estará normal, o que pode acabar criando confusão para o diagnóstico. Podemos solicitar o exame clearence de creatinina, taxa de renina e exame de imagem para avaliarmos o caso. Atrofia de parênquima em um paciente com câncer de pelve. Esse câncer obstruiu a pelve, houve um aumento de pressão dentro da pelve renal, levando a uma isquemia do parênquima. Exemplo de tumor causando hidronefrose. 9 Microscopia. Glomérulos circulados e o resto é túbulo. Nessa imagem vemos uma diminuição na quantidade de glomérulos na parte superior. Lesão dos túbulos e a fibrose entre eles. Pode ser lesão da inervação levando a atrofia da perna direita; pode ser por inúmeras causas. Paciente acamado com atrofia por desuso. É possível vermos a diferença na quantidade de musculatura entre as duas partes. A perna esquerda apresenta atrofia devido a uma necrose presente na cabeça fêmur. Há uma diferença na musculatura das coxas, sendo a direita menor. Vemos a presença de uma prótese na cabeça do fêmur, o que provocou uma falta de uso dessa perna, causando tal diminuição na musculatura. É um caso reversível. Síndrome de Sheeran → mulher grávida → acidente obstétrico → sangrou → grande hipotensão → choque. A hipófise da mulher vai sofrer uma isquemia, levando à morte de 90% das células. Portanto, teremos as new cells repondo o que é fundamental, de modo que a principal célula é a adenocorticotrófica → teremos deficiência de lactação e o que faltou prolactina. A deficiência de ACTH é, de modo geral, a última a acontecer, pois o cortisol é um hormônio fundamental para a vida. O ovário vai diminuir de volume, pois não tem mais estimulação, torna-se uma massa de tecido conjunto. Além da perda hormonal, o órgão envolvido sem sinalização começa a fazer autofagia → apoptose → diminui. Ex. de paciente MASCULINO de TCE → hemorragia → vasoconstrição reflexiva → perda de sangue → isquemia da hipófise → diminuição da síntese de espermatozoide e de testosterona (perde massa muscular e óssea..). 10 Corte de endométrio. O estrógeno age sobre o endométrio de forma que ele tem uma taxa mitótica mais elevada. Toda mulher nasce com os seus oócitos envoltos por uma camada de célula achatada que não tem função nenhuma. O FSH age sobre a célula folicular, fazendo com que ela mude de forma e fique cuboidal, ela aumenta a taxa de mitose, fazendo com que ela prolifere e forme a granulosa, a qual produz estrógeno. Logo, no primeiro dia de menstruação o FSH está bem elevado, pois é necessário sinalização para a produção de estrógeno. À medida que temos FSH, as células do folículo se proliferam e estimulam a síntese estrogênica, consequentemente, o endométrio aumenta de tamanho às custas de mitose. Quando a mulher menstrua, o endométrio fica necrótico e descama. Quando o estrógeno sobe, ele estimula a mitose do endométrio, fazendo ele proliferar. Temos, também, uma camada funcional, na metade do ciclo menstrual, a quantidade de estrógeno produzida é suficiente para gerar o pico de LH que antecede a ovulação. Após a ovulação, começa a puxar gordura para dentro, forma o corpo lúteo e começa a produzir progesterona, o que gera amadurecido do endométrio e maior secreção das glândulas, pois espera-se feto. Se não há feto, o corpo lúteo não se mantém (dura em torno de 14 dias). Após isso, os níveis de estrógeno e progesterona caem e inicia-se a fase menstrual, pois com a falta de estrógeno as arteríolas que nutrem a porção funcional do endométrio fazem vasoconstrição, o que provoca isquemia e, posteriormente, necrose do endométrio; os vasos se rompem e isso é apresentado na forma de ciclo menstrual. Na imagem podemos ver um endométrio restrito à camada basal. Uma mulher pós menopausa não tem estrógeno. Logo, o endométrio dela não consegue manter a taxa proliferativa → diminui o número de células, não por desuso, mas por falta de estimulação hormonal. Casos de desnutrição → é possível vermos as marcas das costelas, órbitas, escápula... pode ser por fome, neoplasia, tuberculose... Como a tuberculose poderia gerar atrofia do tecido adiposo e da musculatura: produção da citocina TNF em excesso, principal citocina relacionada à perda de tecido adiposo e massa muscular; presente em todos os processos inflamatórios crônicos. Tuberculose, hanseníase, sífilis, neoplasia → doenças chamadas de consuntivas ou caquetizantes. Mucosa gástrica com alterações, pois está lisa. O que pode gerar uma perda de células suficiente para perder as pregas gástricas? Processo inflamatório crônico → gastrite crônica (pode ser por alcoolismo crônico, tabagismo crônico, pode ser autoimune, a principal causa em nosso meio é a H. pylori). Processo inflamatório crônico. Os pontos escuros referem-se à inflamação crônica → gastrite crônica atrófica. Podemos ver que existe uma diminuição do tamanho das glândulas e diminuição no número de células. 11 HIPERTROFIA • Aumento do volume da célula, de modo geral, a célula permanente. isso resultando em aumento do tamanho do órgão. • Podemos encontrá-la na musculatura esquelética e na cardíaca. • Tudo que gera hipertrofia é o que aumenta a força de trabalho. Em relação ao coração, ele pode aumentar sua carga de trabalho através do aumento da demanda de trabalho às custas de uma sobrecarga de pressão (ex.: insuficiência da valva mitral) ou podemos ter sobrecarga de volume (ex.: estenose aórtica). • Portanto, o aumento de volume de um órgão é às custas do aumento das células! • Classificação: Fisiológica: o que guarda uma função normal do organismo. Ex.: gravidez. Patológica. Ex.: hipertensão (aumenta o tônus vascular, a musculatura vascular...). • Na maioria das vezes a hipertrofia é classificada como patológica, pois o conceito de fisiológico relaciona-se a algo importante para a função normal do organismo e a hipertrofia muscular é mais para aumentar a força e a resistência do músculo. • Há uma confusão em relação à hipotrofia, à normotrofia e à hipertrofia. O objetivo ao praticar atividade física deveria ser alcançar a normotrofia, ou seja, garantir uma função adequada do organismo no que diz respeito à massa muscular, como no caso do pilates. Já a hipertrofia trata-se da realização de um trabalho além da intenção, fazendo com que o volume celular fique bem maior. • Hipertrofia fisiológica importante: o músculo liso é capaz de ter uma taxa e mitose, mesmo que pequena. O m. liso vai aumentar seu tamanho na gestação, pois terá que aumentar o tamanho do útero. A fibra vai aumentar no sentido de comprimento (principalmente), já que é necessário gerar uma cavidade para que o neném se acomode. Estrógeno é um bom estimulador de mitose; a própria sobrecarga que existe dentro da cavidade uterina levou à hipertrofia. • Sobrecarga de volume → aumento no sentido do comprimento. • À medida que o neném cresce, a pressão contra a parede uterina aumenta e isso é um fator trófico da hipertrofia. • Progesterona: relaxamento da musculatura. ETIOPATOGÊNESES AUMENTO DA DEMANDA FUNCIONAL • Principal mecanismo. • Ex.: consumo de fast-food (muito sódio → maior retenção de água → maior volume celular). • Se há aumento da resistência periférica, o cardiomiócito terá que fazer muito mais força. Logo, aumenta a carga de trabalho, ele não pode dividir, mas ele aumenta o número de sarcômeros. • Quando é sobrecarga de pressão, o aumento de sarcômero é em paralelo, pois isso aumenta a força. ESTIMULAÇÃO HORMONAL ESPECÍFICA • Toda hipertrofia cardíaca pode gerar aumento da taxa de apoptose, diminuindo o número de carrdiomiócito. Além disso, aumenta o tamanho da célula, precisando de mais nutrientes e, consequentemente, de mais capilares. Entretanto, não temos fator de crescimento para capilar, causando um desequilíbrio entre a necessidade de nutrição e a quantidade de sangue chegando. Logo, ocorrerá isquemia de alguns cardiomiócitos, perdendo uns por apoptose e outros por necrose. Desse modo, a força de cardiomiócito diminui e o paciente evolui para insuficiência cardíaca. • Há também transcrição de genes fetais para fazer a síntese de uma miosina mais potente e mais econômica. O começo dessa transcrição 12 começa a despertar a memória da mitose e o cardiomiócito não pode fazer mitose e isso é reativo para apoptose. A HIPERTROFIA NA MUSCULATURA CARDÍACA É ESTIMULADA POR: 1. Adrenérgicos (ativados por adrenalina e noradrenalina), isso pode acontecer em caso de preocupação excessiva, por exemplo, pois aumenta a liberação de adrenalina, a qual costuma ter uma ação curta, porém de modo contínuo é um mecanismo de hipertrofia miocárdica. 2. Angiotensina II está presente no SRAA. Logo, diminuindo o volume de sangue que passa pelo rim e uma vasoconstrição gerada pela adrenalina, temos interação de renina que ativa a enzima conversora do angiotensinogênio II, que é um potente vasoconstritor. Se temos uma vasoconstrição periférica, a pressão aumenta. 3. Endotelina, vasoconstritor produzido pelo endotélio. 4. Alguns fatores de crescimento. 5. Estresse biomecânico, a sobrecarga de volume também é um estimulador importante, pois gera uma forma de estresse. • Tudo isso vai gerar: aumento de fatores de transcrição para uma indução de proteínas contráteis (vai produzir mais actina e miosina de cadeia leve) e, principalmente, indução de genes embrionários (miosina de cadeia pesada e uma actina de característica esquelética), isso vai gerar o gatilho para a apoptose e a perda da força de trabalho. • Isso é p/ aumentar a atividade de contração e ser possível vencer o obstáculo pressórico. Porém, isso tem um tempo de vida útil. Logo, a hipertrofia cardíaca é limitada. FORMAS DE HIPERTROFIA CARDÍACA • Hipertrofia concêntrica (sobrecarga de pressão): é concêntrica, pois o número de sarcômero em paralelo aumenta o diâmetro da fibra, diminuindo a câmara cardíaca e gerando perda de débito cardíaco. • Hipertrofia excêntrica (sobrecarga de volume): precisamos de uma cavidade para albergar o volume extra. Assim, aumenta o sarcômero em série para que a fibra fique mais cumprida. Logo, aumentará a câmara para acomodar o volume. • Hipertrofia compensatória (pós-infarto): após perder uma área por infarto, o restante irá hipertrofiar para compensar. Toda sobrecarga de trabalho do ventrículo é entendida como estresse sobre a parede do ventrículo. Essa sobrecarga de pressão aumenta a pressão sistólica para ejetar o sangue, isso vai gerar um estresse na parede do vaso. Aumentará os sarcômeros em paralelo para aumentar o espessamento e a força de contração → hipertrofia concêntrica. Em caso de sobrecarga de volume temos dois volumes, o que chega do pulmão e o que refere ao problema valvar. Teremos essa sobrecarga de volume durante a diástole, aumentando o estresse da parede, o suficiente para aumentar os sarcômeros em série e, consequentemente, aumentar o tamanho da fibra. Logo, isso vai gerar uma câmara maior para albergar esse volume extra → hipertrofia excêntrica. No caso da sobrecarga de volume, também gerará estresse. Então, uma excêntrica evolui para concêntrica. 13 Suposto infarto. A hipertrofia concêntrica com diminuição do volume e da câmara. Já a hipertrofia excêntrica é onde a câmara está aumentada, mas temos espessa da musculatura. Hipertrofia genética → cardiopatia hipertrófica. Ventrículo esquerdo e direito praticamente sem luz. Grande hipertrofia concêntrica. Caso de hipertrofia, mas o coração ainda apresenta câmara → hipertrofia excêntrica. Ventrículo esquerdo normal do lado esquerdo da imagem. Já do direito temos um ventrículo hipertrófico com massa muscular aumentada, ou seja, com maior necessidade de nutrientes e, consequentemente, de capilar. Como a quantidade de capilar não aumenta, acontece o desequilíbrio, gerando uma complicação circulatória. Principal etiologia de hipertrofia concêntrica → hipertensão arterial → aumenta o risco de infarto. Do lado esquerdo da imagem temos cardiomiócitos normais. E do lado direito temos um ventrículo hipertrófico, o que pode ser reforçado pelo fato dos cardiomiócitos apresentarem um volume bem maior, resultando em fibras bem maiores. Imagem anterior mais aproximada (corte longitudinal). É possível vermos a diferença de tamanho das células e, consequentemente, das fibras. 14 Corte transversal da imagem anterior. Vemos que o volume da fibra hipertrófica é muitas vezes maior que a normal. Tetralogia de Fallot → cardiopatia congênita em que temos um erro embrionário em um local do coração, o que gera várias complicações. Na fase embrionária, formamos um cone vascular que vai crescer um septo que vai dividir aorta e pulmonar. Esse septo vai para frente e para cima, sendo que atrás está a aorta e na frente, a pulmonar. Quando ele vai para frente e para cima, ele diminui a abertura da pulmonar → estenose de valva pulmonar. Esse septo fibrosedá continuidade para juntar com o septo muscular do ventrículo. Cardiomiopatia hipertrófica de origem genética, em que temos o aumento da quantidade de sarcômeros na espessura das fibras musculares. É um arranjo de fibras mais anômalo. Na figura A, vemos que a câmara está aumentada Na figura C, vemos que há bastante hipertrofia e uma câmara (VE) bastante diminuída. É chamada de cardiomiopatia restritiva, pois ela diminui muito o débito cardíaco. Exemplo de hipertrofia muscular, o que pode ser às custas de exercício físico e de mais quantidade de testosterona, por exemplo. Desenvolvimento por estimulação de testosterona resulta em uma força muscular maior do que um desenvolvimento por estimulação de estrógeno. É uma diferença biológica. Na primeira imagem, temos do lado direito um útero normal em repouso e do lado esquerdo temos um útero gravídico após o nascimento do bebê. Cresceu por hiperplasia, mas também por hipertrofia. Na imagem do meio temos o arranjo da musculatura normal e na última imagem, o arranjo hipertrófico. Após o nascimento da criança, o útero volta ao tamanho normal e para sua localização na sínfise púbica. Então, temos a hipertrofia reduzindo, o útero quase volta ao normal, pois a hiperplasia não retorna ao normal. O útero da multípara é menor que o da primípara. 15 HIPERPLASIA • Aumento do número de células através de mitose. • O órgão afetado tem seu volume aumentado às custas do aumento da quantidade de células. • Tal aumento é dado através do controle mitótico que passa a ser estimulado pelas células lábeis e estáveis. • A hiperplasia pode favorecer a neoplasia, pois estimulando sempre às células a fazerem muitas mitoses pode ocasionar uma mutação gênica, o que gerar neoplasia. HIPERPLASIA FISIOLÓGICA COMPENSATÓRIA (OU VICARIANTE) • No caso da obstrução da artéria renal, o rim contralateral terá sua carga de trabalho aumentada para compensar a atrofia do outro. Então, no rim temos componentes que aumentam em número e componentes que aumentam em tamanho. • O aumento compensatório, nesse caso, é para responder à tal condição. Logo, temos tanto hipertrofia quanto hiperplasia vicariante. • Ex.: se uma pessoa doa um rim para alguém, o seu outro rim gerará sobrecarga de pressão, o que acelera o envelhecimento do órgão, podendo favorecer uma insuficiência renal. HORMONAL • É o que ocorre, por exemplo, na mama feminina que em torno dos 9 anos de idade começa a se desenvolver. • Esse desenvolvimento da mama ocorre às custas de estrógeno. • Aos 9 anos, o FSH está aumentando, estimulando o folículo que está amadurecendo. • A menina precisará de uma grande quantidade de estrógeno, já que ela precisa fazer o estirão de crescimento e caracteres sexuais secundários, incluindo o crescimento da mama. • Na mama, precisa fazer mitose de acinos e ductos mamários, mas isso não pode ser chamado de hiperplasia, pois isso está dentro do crescimento fisiológico normal. • Durante uma gravidez, teremos muito estrógeno, o qual vai agir sobre os acinos e ductos mamários, levando à uma proliferação dessas células. Logo, a mama vai aumentar → hiperplasia fisiológica hormonal. • Ao final da gestação, se não mantida a lactação, esses acinos entram em apoptose e a mama retorna ao tamanho normal. A doença diverticular dos cólons pode ter diverticulite (quando ela está inflamada) ou diverticulose (quando não tem sintomatologia). Doença associada a um indivíduo idoso que possui uma dieta inadequada durante toda a vida. A pessoa que não come verduras tem um bolo fecal muito pequeno, não sendo suficiente para estimular peristalse eficiente. Diante disso, o intestino começa a fazer uma intensa peristalse para tentar empurrar o bolo fecal, isso faz com que a musculatura receba maior carga de trabalho e, consequentemente, ocorre hipertrofia da musculatura. Ao mesmo tempo, temos uma fragilidade ao redor dos vasos que penetram na alça intestinal, já que há menos colágeno devido à idade. E o aumento de pressão faz com que a mucosa invagine através da área de fraqueza, originando divertículo. A musculatura ficará muito espessada às custas da hipertrofia e com isso a luz do intestino diminui. Isso piora a constipação. Diagnóstico diferencial: câncer. HIPERPLASIA FISIOLÓGICA • Causada por aumento local dos reguladores de ciclo mitótico, alterando e estimulando a transcrição destes genes. • Com isso, há maior estimulação da mitose nestas células. 16 HIPERPLASIA PATOLÓGICA HORMONAL • Teremos uma hiperplasia patológica na mama em caso de uma mulher com ciclos anovulatórios. Ela não vai produzir progesterona em quantidade ideal, não irá diferenciar as células do ducto mamário. Logo, a taxa mitótica aumentará. • Ciclo anovulatório sem uso de anticoncepcional é patológico. • É comum termos ciclos anovulatórios na adolescência, pois precisa de muito estrógeno para o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários. Depois do fim do amadurecimento, o organismo já está apto para a reprodução, sendo necessário não ter mais ciclos anovulatórios. Se esses ciclos continuam, torna-se patológico. • Portanto, só temos a produção estrogênica. Com a baixa progesterona, as células dos acinos e dos ductos mamários • Em caso de gravidez, o estrógeno faz proliferação de acinos e ductos. Já a progesterona gera diferenciação (amadurecimento), preparando para a lactação. E a prolactina gera lactação, mas se não tiver a progesterona para fazer a diferenciação, a prolactina não funciona. A ocitocina é responsável pela ejeção do leite. • Se tivermos uma taxa estrogênica muito elevada, os acinos e os ductos mamários sofrerão muitas mitoses, podendo ocorrer mutações durante tais divisões. Se essas mutações acontecerem nos genes que controlam a mitos, ela ficará cada vez mais descontrolada, o que aumenta a chance de evolução maligna. • Progesterona é protetor para a mama, assim como para o endométrio, pois como ela estimula a diferenciação, ela faz diminuir a taxa mitótica. Durante a gravidez, a mulher passa nove meses ou mais produzindo progesterona, logo, a gravidez é um fator protetor para câncer de mama. • Não gestar aumenta a chance de câncer de mama, de endométrio e de ovário. • Gestação → maior nível de progesterona → melhor diferenciação → menor taxa mitótica → não ovulação. • Na fase de lactação, a taxa de progesterona cai um pouco, pois ela é mais alta nos primeiros meses de gestação. Então, a mulher mesmo que amamentando, ela ovula, sendo possível ela engravidar novamente durante a amamentação. • Utilizando o mesmo raciocínio para o endométrio, pois excesso de estrógeno aumenta a fase proliferativa → pouca progesterona → não temos fase secretória. Assim, podemos perder o ritmo e, consequentemente, ocorrendo transformação maligna. • Portanto, hiperplasias hormonais geram preocupação, pois há grande risco de transformação maligna. • Hiperplasias glândulas, no geral, têm risco de transformação maligna. • Além da progesterona e do estrógeno, temos também uma série de citocinas chamada de • Progesterona → diferenciação • Estrógeno → mitose O rim do lado direito da imagem sofreu lesão, o que ocasionou uma diminuição de tamanho. Diante disso, o outro rim terá que compensar a perda do outro → hipertrofia e hiperplasia vicariante. 17 fatores de crescimento. Essas citocinas induzem mitose, podendo induzir hiperplasia. • Logo, temos hiperplasias causadas por processos inflamatórios → hiperplasias patológicas. • Cirrose: É uma doença hepática crônica e cursa com destruição hepatocitária contínua, processo inflamatório crônico e formaçãode nódulos regenerativos de hepatócitos. Esses nódulos terão uma taxa mitótica maior, para poderem regenerar. Assim, uma alta proliferação pode gerar nódulo hiperplásico, o qual, por sua vez, pode gerar uma neoplasia. Portanto, toda cirrose é fator de risco para hepatocarcinoma. É preciso fazer controle semestral por ultrassom para verificar se há nódulos grandes (maiores que 3cm). • Genes: P53: gene que controla ciclo mitótico. Responsável por parar a mitose, permitea releitura. Se tiver mutação, ele ativa o mecanismo para “consertar”, podendo até mesmo ocorrer apoptose. Vai estar alterado em 90% dos casos de câncer. Oncogenes: surgem dos genes das células normais, conhecidos como proto- oncogenes, e estimulam a mitose. Portanto, estão ligados ao surgimento de tumores. Proto-oncogenes: são supressores da mitose e, assim, geram o controle. • Hiperplasia prostática: Hiperplasia benigna prostática, não tem risco de transformação maligna → hiperplasia “neutra”, pois leva a complicações renais importantes como colapso da uretra e retenção urinária (patológica), mas também é comum no envelhecimento (fisiológica). Ocorre em homens mais velhos, aos 45 anos já pode começar com hiperplasia prostática, geralmente imperceptível. Quanto mais velho o paciente, maior a chance de hiperplasia prostática → maior a próstata → mais sintomático é o paciente. A próstata prolifera as glândulas prostáticas a partir de um derivado da testosterona. O homem produz a testosterona, transformando-a em DHT que estimula as células prostáticas e, consequentemente, a taxa mitótica. Logo, no envelhecimento, por razões ainda não esclarecidas totalmente, acúmulo de DHT, tendo um efeito muito grande desse hormônio sobre a próstata. Circulado de vermelho temos a uretra e em verde os glóbulos laterais que estão bem proliferados. Diante disso, a uretra vai sendo comprimida, de modo que o paciente passa a ter dificuldade de iniciar o jato urinário e de interrompê-lo também. Não esvaziando a bexiga totalmente, o indivíduo vai ao banheiro várias vezes. Microscopia Figura 1: formação de nódulos separados por faixas de fibrose → hiperplasia e hipertrofia estromal. A proliferação da glândula leva à formação de acinos muito maiores, dando o aspecto de luzes. Figura 2: glândulas bem proliferadas. A projeção para dentro da luz (circulado em vermelho) é chamada de papila digitiforme, que é característica de begninidade. 18 Continuidade das figuras anteriores, imagem mais aproximada. Vemos que não possui atipia, as glândulas estão normais (papila circulada), as células são bem diferenciadas, os núcleos estão adequados → tem uma taxa mitótica aumenta, porém não há indícios de malignidade. Portanto, hiperplasia prostática não é um fator de risco para câncer de próstata, mas o aumento de testosterona é. Papilas digitiformes; são papilas simples. Vemos várias, mas nenhuma delas é ramificada. Útero. Colo do útero circulado de vermelho. Corpo do útero revestido de endométrio circulado de verde. Pólipo endometrial circulado de azul → é uma proliferação hiperplásica do endométrio (estímulo de estrogênio excessivo). Causa sangramento. Lâmina do pólipo da figura anterior em que temos proliferação vascular, tecido fibrovascular. Temos aumento da quantidade de glândulas. Pode ser benigno, maioria, ou maligno, preciso investigar. Foto de um útero na horizontal. Toda a parte circulada é endométrio, o qual está muito espessado, formando áreas císticas. Temos duas (ambas patológicas) formas de hiperplasia de endométrio. Uma delas é: Hiperplasia cística do endométrio → comum no climatério; não tem atipia; taxa estrogênica mantida com pouca progesterona, causando a hiperplasia. Temos aumento do tamanho da glândula (número de células), aumento do estroma e a taxa mitótica não é tão elevada. Causa sangramento irregular, podendo ser confundido com os efeitos do climatério. Endométrio nas suas fases: A → endométrio basal. B → endométrio secretora (a progesterona que faz o endométrio ser secretor). C → endométrio na fase proliferativa. 19 • A Hiperplasia cística. A glândula está aumentada e temos muito estroma entra as elas → benigna. Ultrassom medindo a cavidade endometrial. Vemos um endométrio muito espesso (circulado). Útero no anatopatológico. Endométrio espessado. Hiperplasia adenomatosa atípica. As glândulas estão praticamente encostadas umas nas outras, o que chamamos de arranjo cribriforme (não tem estroma) → taxa de mitose muito alta. Os núcleos (circulados) possuem formas variadas, tamanhos maiores que o normal e é visível o nucléolo (visível na mitose). A imagem retrata a fase de síntese. Hiperplasia na mama, com taxa mitótica baixa; grande quantidade de estroma, vários ductos em proliferação. Isso é chamado de alteração fibrocística. Hiperplasia na mama (continuação das figuras anteriores). Mais proliferação. As paredes dos ductos da mama são formadas por duas camadas de células. Na imagem demos que há várias camadas, aspecto multilaminar → taxa mitótica maior que antes. Na figura inferior temos áreas já quase sólidas → possui risco de câncer. Hiperplasia na mama (continuação das figuras anteriores). Na parte circulada de azul é possível vermos as duas camadas de células que constituem as paredes dos ductos da mama (condição normal). Circulado de vermelho, vemos várias camadas e ducto sem luz alguma, só há um pequeno nódulo proliferativo. Ductos maiores, mais hipercromáticos, áreas se tornando sólidas, mitose → atipia. 20 METAPLASIA • É a transformação de células adultas em outros tipos de células adultas, porém da mesma linhagem embrionária. • Estresse celular gera metaplasia. • Ganha-se em resistência e perde-se especificidade → células mais resistentes e menos específicas. ETIOPATOGÊNESES • Resulta de reprogramação de células de reserva (stem cells), que existem em tecidos normais, ou de células indiferenciadas de tecido conjuntivo. • A diferenciação destas células é gerada por sinalização de citocinas, fatores de crescimento e componentes de matriz extracelular do ambiente da célula. Ocorre para garantir a nossa sobrevivência. • Ex.: fumante há anos → a fumaça do cigarro com muitas substâncias tóxicas adentra o organismo. A traqueia e os brônquios são revestidos por epitélio pseudoestratificado ciliado (os cílios são o sistema de limpeza) com células mucossecretoras (produzem muco que captura microrganismos). Assim, trata-se de um epitélio muito diferenciado e ao entrar em contato com a fumaça do cigarro, as células desse epitélio são danificadas e as stem cells tentam recompensar essas perdas. Chega um momento em que as stem cells passam a produzir células mais resistentes e, consequentemente, menos especializadas. Logo, tal epitélio passa a ser transformado em estratificado pavimentoso (escamoso), o qual não possui a função mucociliar. Trata-se de uma metaplasia escamosa! • A metaplasia recebe o nome do epitélio resultante. • Sistema genital feminino: A ectocérvive, parte do colo do útero que faz relação direta com o colo do útero, é revestida por epitélio estratificado pavimentoso (escamoso), o epitélio mais resistente. Isso é justificado pelo fato de a vagina apresentar acidez(pH em torno de 4), necessitando de um epitélio resistente. Na vagina temos lactobacilo, bactéria que quebra o glicogênio produzido pela endocérvice por estímulo estrogênico e com isso, ele produz ácido lático, o qual confere a acidez normal, impedindo o crescimento de outras bactérias, pois bactéria, de modo geral, gosta de ambiente alcalino. Já a endocérvice é revestida por epitélio cilíndrico (colunar) simples mucoprodutor. O muco produzido atua como uma barreira mecânica, pois na mulher temos uma comunicação direta entre o meio externo e o peritônio, ou seja, o muco espesso impede a subida de microrganismos. Entretanto, para fins reprodutivos não podemos ter uma barreira. Diante disso, durante o período ovulatório, esse muco torna-se fluído, para permitir a passagem de espermatozoide. Após o término da HIPERPLASIA PATOLÓGICA • Estimulação hormonal excessiva. • Processos inflamatórios crônicos. • Hiperplasia patológica é terreno fértil para o crescimento de neoplasias!!! Levam à perda do controle da mitose Hiperplasia de mama, seja lobular ou ducto, com atipia exige uma atenção extra, pois há grande risco de evoluir para câncer. 21 fase ovulatória, a progesterona reduz e o estrógeno aumenta, causando o retorno do espessamento do muco. Como é preciso uma alta produção de muco, o epitélio cilíndrico simples é bem pregueado, aumentando sua área. A região de união dos dois epitélios (estratificado pavimentoso/escamoso e cilíndrico/colunar) é chamada de junção escamo-colunar (JEC). Fases da vida da mulher em que há muito estrógeno → puberdade; gravidez → fisiológico! Logo, quando temos hiperestrogenismo ou microtraumas nas relações sexuais fazemos um edema do córion da endocérvice e esse pregueamento se desfaz, já que à medida que se faz edema, o córion vai aumentando e o prefueamento vai se desfazendo. Diante disso, o epitélio escamo-colunar fica numa posição mais abaixo (desce) e, consequentemente, a JEC também, passando a ser chamada de JEC+1. • Ectrópio uterino: O epitélio da ectocérvice que é róseo vai ter uma área ao redor do orifício mais avermelhada, o que chamamos de ectrópio uterino, já que houve uma eversão dessa mucosa endocervical, na clínica chamamos de mácula rubra, pois se trata de uma mancha mais vermelha, pois o epitélio é simples, sendo mais fácil de visualizar a vascularização, apresentando cor mais avermelhada. Logo, temos um epitélio cilíndrico simples extremamente delicado e funcional exposto ao pH muito ácido da vagina, fazendo com que ele não consiga sobreviver. Desse modo, gera uma sinalização para mudança de expressão gênica, expressando para as células de reserva darem origem às células-filhas com diferenciação mais resistente. Em resposta, há a troca de epitélio cilíndrico simples por epitélio estratificado pavimentoso → metaplasia escamosa (nesse caso, é fisiológico). Quando a metaplasia escamosa é mais recente ela fica mais propensa a ser infectada pelo agente viral Papilomavírus Humano (possui potencial carcinogênico). Então, o epitélio escamoso é mais resistente a infecções, porém a área de metaplasia escamosa jovem que ainda não terminou sua diferenciação é mais suscetível à entrada do vírus. Assim, a metaplasia já madura não apresenta problemas, já a jovem possui maiores chances de albergar o Papilomavírus. Não é toda área de metaplasia que precisa ser cauterizada. É preciso colher a amostra citopatológica, risco de HPV! ZT: zona de transformação, onde acontece a metaplasia. 22 Epitélio estratificado pavimentoso circulado em verde. Circulado de vermelho temos o epitélio escamo-colunar, ou seja, a área de metaplasia escamosa. Figura A: mostra as células de reserva gerando células- filhas se diferenciando em epitélio estratificado e não em simples como no lado esquerdo da figura. Há a zona de transição (circulado em vermelho) entre a metaplasia jovem (imatura) para a já madura. Figura B: a área circulada corresponde à área de metaplasia e a seta verde indicada a área que ainda apresenta epitélio glandular. A Caso de ectrópio uterino. Aumento do estrógeno que levou a um aumento da endocérvice, fazendo com que a JEC mais para baixo. Com o pH ácido da vagina, ocorre sinalização para a transformação da área em um epitélio estratificado pavimentoso → metaplasia escamosa. Na figura do lado esquerdo vermos uma diferença de coloração, a borda mais rósea e o interior mais avermelhado → mácula rubra. Na figura da direita, temos o teste de Schiller que consistente em aplicar uma solução de iodo no colo do útero, DEPOIS de colher a amostra citopatológica. Isso evidencia a área de ectrópio ou metaplasia jovem, uma vez que o epitélio maduro produz glicogênio, o qual fica corado na presente de iodo. 23 Figura A: área de metaplasia imatura. Figura B: temos glândula circulada em verde e em cima temos epitélio estratificado pavimentoso (indicado pela seta) → metaplasia madura bem diferenciada. Caso de indivíduo fumante. O epitélio brônquico vai sofrer lesão, vamos ter bronquite crônica (perceptível pelo infiltrado inflamatório e pela angiogênese na figura do lado direito). Diante disso, o epitélio vai se diferenciar em estratificado escamoso → metaplasia patológica. Metaplasia bem diferenciada na parte superior e na parte debaixo (mais clara) temos cartilagem brônquica. No caso do fumante, temos elevada produção de muco, pois a quantidade de substâncias prejudiciais chegando é muito grande. Logo, temos hiperplasia das células mucoprodutoras. Entretanto, não há quantidade de cílios suficiente. A bactéria que chega através da respiração encontra no muco carboidrato e proteína, tornando-se meio de cultura. Portanto, em caso de fumante temos maiores chances de ter infecções nas áreas de metaplasia. Esôfago de Barret. O esôfago é revestido por epitélio estratificado pavimentoso. Já o estomago possui epitélio cúbico glandular. Há contextos em que o hiato esofágico, por onde passa o esôfago, se alarga. Ex.: velhice (leva a uma fragilidade dos músculos), a obesidade (maior pressão intra- abdominal), o consumo de alimentos gordurosos (demoram mais para serem digeridos, mantendo a pressão intra-gástrica aumentada por mais tempo); ingestão de café, chocolate, cigarro, alimentos gaseificados e álcool (maior relaxamento da musculatura lisa no consumo exagerado desses itens, diminuindo a peristalse)... Tudo isso eleva a pressão intra-gástrica, causando refluxo de ácido clorídrico para o esôfago. Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE): gera esofagite. Sintomas de esofagite: ardor ou pirosa retroesternal (azia); sensação de dor epigástrica; eructação (arroto) aumentada; sensação de ácido na boca; aumenta a quantidade de doença nos dentes por conta do ácido; sensação de falta de ar. Temos epitélio estratificado pavimentoso entrando em contato com o ácido clorídrico → resposta inflamatória → vasos neoformados → fator de crescimento → hiperplasia de epitélio (esofagite crônica) → as células de reserva começam a fazer metaplasia gástrica (epitélio escamoso para mucosa gástrica),mas acabam mudando para metaplasia intestinal que é um erro de diferenciação acoplado a um aumento da taxa de mitose, podendo evoluir para displasia com potencial maligno. Cerca de 1% dos casos de DRGE evoluem para carcinoma. 24 LESÕES PRÉ MALIGNAS • É a alteração adquirida caracterizada por alterações do crescimento e da diferenciação celulares acompanhadas de redução ou perda da diferenciação das células afetadas. • Na displasia ou na lesão pré-maligna temos uma situação em que a taxa de proliferação da célula aumentou e, consequentemente, a taxa de diferenciação diminuiu. Dessa maneira, temos um número muito grande de apresentações até que evolui para neoplasia propriamente dita. • No período que antecede a mitose celular temos a fase de duplicação do material genético e do patrimônio da célula, e depois o período de síntese. Nessa fase, o núcleo celular fica maior que o normal (macronucleose/cariomegalia). • O núcleo se cora na presença de hematoxilina. Como o núcleo está maior, precisaremos de mais hematoxilina, ficando com uma coloração mais roxa (hipercromasia). • Com a proliferação ocorrendo cada vez mais rápido, o controle mitótico vai sendo perdido. Diante disso, podemos ter um número de material genético diferente de N → 2N, ou seja, com a perda do controle da síntese do material genético pode gerar uma célula com 5N, por exemplo. Assim, temos poliploidia (múltiplos de N) ou uma aneuploidia (valor aleatório de cromossomos). Normal (epitélio escamoso) → começa a fazer epitélio glandular com células caliciformes (circulado de amarelo) → a taxa mitótica vai aumentando → surge displasia (circulado de verde) → evolui para câncer (circulado de vermelho). Endoscopia. A parte mais rósea é epitélio estratificado pavimentoso (normal). A porção mais avermelhada é epitélio glandular → epitélio de Barret. Figura A: epitélio glandular mucoprodutor com um grande processo inflamatório. Figura B: processo histoquímico que separa muco ácido de muco base → temos metaplasia intestinal no meio de uma metaplasia gástrica, ou seja, temos um erro de diferenciação. Novamente, temos epitélio intestinal, podendo, inclusive, células com fenótipo misto entre intestinal e gástrica. Para termos esôfago de Barret precisamos ter metaplasia intestinal, pois ela que guarda o potencial de perda de diferenciação, de aumento da taxa proliferativa e de lesão pré-maligna. 25 • Também podemos ter pleomorfismo (formas variadas) tanto celular quanto nuclear. ACHADOS EM LESÕES PRÉ MALIGNAS • Cariomegalia. • Poliploidia ou aneuploidia. • Hipercromasia (quantidade muito maior de DNA que o normal). Condiloma acuminado lesão intraepitelial de baixo grau. Lesão intraepitelial de alto grau.
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