Buscar

Comércio e Política

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Relações entre comércio e política
Como são as relações entre comércio e política?
Como verificamos no módulo anterior, o comércio deve ser considerado um fator decisivo quando as decisões políticas são tomadas e as políticas públicas elaboradas. Porém, antes de nos aprofundarmos nessa questão, precisamos entender o que é a política.
De acordo com o dicionário (DICIO, 2022), política diz respeito à:
1. ciência do governo dos povos;
2. direção de um estado e determinação das formas de sua organização;
3. mecanismo de orientação administrativa de estados;
4. conjunto dos negócios de estado, maneira de os conduzir.
(DICIO, 2022)
Vemos, portanto, que o conceito de política está ligado à ideia de governar, de administrar e orientar um Estado, o que coloca o comércio como uma das fontes que direcionam e que servem como base para a administração e a orientação do Estado-Nação de governar.
A tese de que o comércio influencia os resultados políticos, especialmente em sociedades democráticas, recai sobre o fato de que, nesses regimes, os grupos de interesse se organizam e mobilizam suas forças em torno da defesa de seus interesses junto ao Estado.
No caso do Brasil, percebemos a existência de uma enorme variedade de associações, federações e confederações que trabalha para fortalecer os mais distintos setores da economia nacional. Podemos citar diversas confederações empresariais:
1. adjust
Confederação Nacional da Indústria (CNI).
2. adjust
Confederação Nacional do Transporte (CNT).
3. adjust
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
4. adjust
Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
5. adjust
Confederação de Jovens Empresários (Conaje).
Essas entidades configuram a instância máxima de representação desses setores. Vamos usar o sistema da indústria para ilustrar isso.
CNI
É formada pelas federações de indústria dos estados, como a conhecida FIESP, de São Paulo.
arrow_forward
Federações
São formadas pelos sindicatos industriais, como o Sindicato das Pedreiras do Estado de São Paulo ou o Sindicato das Indústrias de Máquinas e Equipamentos.
Nesse caso, observamos a capilaridade e o grau de organização e mobilização que os setores econômicos possuem. Toda essa estrutura é utilizada para pressionar os governos nos variados níveis (municipal, estadual e federal) em busca de um ambiente de negócios mais amigável ao setor produtivo e para, sobretudo, defender os interesses de determinada classe empresarial.
Esses interesses podem ser a criação de uma política de incentivos, de subsídios às indústrias ou mesmo uma política protecionista.
extension
Exemplo
Imposição de uma alíquota de importação mais alta para proteger e defender as indústrias nacionais da concorrência estrangeira, o que vimos no passado após o aumento da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Comércio além do poder
Apesar de o comércio parecer subordinado e dependente de decisões políticas, a verdade é que ele sempre foi tão relevante que, em muitos casos, eram os interesses comerciais que influenciavam a criação e o aperfeiçoamento das políticas. Quando isso não parecia possível, verdadeiras revoltas e revoluções se ocupavam de corrigir os rumos da história.
Pacto colonial.
Durante o período da colonização europeia no continente americano, sobretudo as promovidas por Espanha e Portugal.
As colônias não podiam comercializar os produtos que produziam ou extraídos de seus territórios com outros países em razão do pacto colonial, segundo o qual o comércio era permitido exclusivamente entre a colônia e a metrópole.
A força das dinâmicas comerciais internacionais também fica nítida quando, a partir da Revolução Industrial e do impressionante incremento na produtividade, a Inglaterra, que antes adotava políticas protecionistas, tornou-se a principal defensora do livre comércio, pressionando os demais países para que abrissem suas economias, o que inaugurou a primeira onda do liberalismo econômico.
Revolução industrial.
Essa mudança representa uma resposta às pressões internas promovidas pelos empreendedores ingleses, que desejavam expandir suas vendas para outros mercados em que teriam vantagens competitivas maiores devido às novas tecnologias.
No fim do século XIX, os movimentos de partilha da Ásia e da África, cristalizados por meio do Tratado de Berlim entre as potências europeias, sobretudo as mais industrializadas, tinham como objetivo ampliar o mercado consumidor para seus produtos.
Isso resultou na criação de verdadeiros impérios coloniais, com destaque especial para a França e a Inglaterra, que mantiveram boa parte de suas colônias até por volta dos anos 1960.
Por fim, vemos ainda que as forças comerciais se manifestaram também quando o Reino Unido, no século XIX, travou duas importantes guerras contra a China conhecidas como as “guerras do ópio”.
Os conflitos se iniciaram contra os chineses a fim de garantir que os orientais mantivessem seus portos abertos para o comércio internacional, além de garantir que os ingleses continuariam a vender ópio, droga proibida na China, mas que rendia grandes lucros aos britânicos.
Herança das relações comerciais históricas
Exemplificando e entendendo a herança das relações comerciais históricas
Vimos apenas alguns dos casos mais emblemáticos que revelam o quanto o comércio internacional é importante, muitas vezes sobrepondo-se às questões políticas e diplomáticas de um país, com o objetivo final de atender e proteger os interesses econômicos e comerciais de seu setor produtivo. Cientes dessa relevância, devemos frisar que a questão econômica ainda é considerada central nos tempos atuais da política internacional e da diplomacia.
Atualmente, uma das mais comuns formas de pressão para que certo Estado se comporte de determinada maneira ou deixe de praticar algumas atitudes ocorre por meio de sanções econômicas.
Um exemplo é o embargo imposto pelos Estados Unidos à Cuba, que fica impossibilitada de comercializar com os mercadores norte-americanos e boa parte de seus aliados.
Outro caso interessante – e mais próximo no tempo e no espaço – é a pressão por parte dos europeus para que o governo do presidente Bolsonaro se adequasse à agenda internacional de meio ambiente, promovendo o travamento de negociações importantes para o Brasil, como é o caso do acordo entre Mercosul e União Europeia.
Dessa forma, observamos a relevância do aspecto comercial desde tempos remotos até a contemporaneidade no âmbito da política internacional, sendo considerado um importante pilar nos processos de formação de políticas e da tomada de decisões.
O caso chinês, com a sua política de fortalecimento dos “campeões nacionais”, constitui um caso particularmente interessante para se observar a questão do protecionismo e como os interesses comerciais podem afetar a forma como a política é desenhada.
Vamos conhecer?
Caso chinês – Política de fortalecimento dos “campeões nacionais”
expand_more
Essa política seleciona empresas de determinados segmentos entendidos como estratégicos para o país. Em seguida, o governo atua, criando um ambiente de excepcionalidade para essas companhias, fornecendo acesso a financiamentos diferenciados, facilitando relações comerciais em processos licitatórios com o governo e, por vezes, até possibilitando a formação de monopólios ou oligopólios no mercado doméstico, o que também as protege contra os concorrentes estrangeiros.
Um exemplo de empresa favorecida pela estratégia de campeã nacional é a Huawei, empresa de telefonia e tecnologias para telecomunicações, que despontou globalmente com a criação da tecnologia 5G. Ela vem se tornando uma das maiores empresas produtoras de celulares do mundo, além de ser a maior em equipamentos de telecomunicações (GRACEFFO, 2017).
Empresa Huawei.
Outro interessante exemplo é a intervenção que o então presidente Getúlio Vargas, em 1931, decidiu executar em função da pressão que sofreu dos produtores de café da região do Vale do Paraíba, a maior região produtora do grão no país. À época, devido à crise de superproduçãoiniciada nos Estados Unidos, que acabou afetando o mundo como um todo, o preço do produto caiu fortemente.
Principais clientes importadores do café brasileiro, os Estados Unidos reduziram drasticamente suas aquisições.
Isso fez com que os produtores brasileiros mantivessem um estoque grande do produto e não tivessem clientes suficientes para vender.
Desse modo, com a escassez de clientes e a grande disponibilidade do produto, os preços despencaram. Como explica a teoria econômica, quando temos uma alta oferta e uma baixa demanda do produto, o movimento natural dos preços é cair.
Negociações comerciais internacionais
Como são as negociações comerciais internacionais?
Assim como discutimos a relação existente entre as questões comerciais e a sua influência no processo político, nesta seção vamos apresentar, de maneira ainda mais aprofundada, essa relação. Afinal, no âmbito da diplomacia e da política internacional, existe todo um regime internacional de comércio que se ocupa de:
fact_check
Estabelecer regras para o comércio internacional.
connect_without_contact
Promover a facilitação do comércio entre países.
handshake
Solucionar controvérsias comerciais que os Estados enfrentem em suas relações.
O regime de comércio internacional representa um conjunto de instituições, normas e costumes que regulamenta o funcionamento do comércio em nível global. Apesar de sua história ser muito antiga, os processos de regulação internacional não são assim tão datados.
Antes do estabelecimento de normas escritas e formais que regulassem o comércio internacional, uma série de práticas, conhecidas como “costumes”, já era adotada por boa parte dos países mais ativos nas atividades comerciais com outras nações. Os costumes também são considerados uma das fontes do direito internacional.
Isso quer dizer que um costume internacional ligado ao comércio possui força como a de um tratado internacional, sendo possível que um país seja questionado em nível internacional pelo não cumprimento desse costume.
Em 1947, na capital cubana, foi celebrado o primeiro grande tratado internacional voltado para a regulação do comércio global: o GATT (General agreement on tariffs and trade), cuja sigla significa, em português, acordo geral sobre tarifas e comércio. O tratado inaugurou e definiu as regras do jogo entre seus signatários.
O GATT era formado inicialmente por 23 países; entre os quais, destacamos o Brasil, os Estados Unidos, a China, Austrália, França, Índia, a África do Sul e o Reino Unido. Veja o mapa dos 23 países a seguir:
Os 23 países participantes da GATT: África do Sul, Austrália, Bélgica, Birmânia (ou Myanmar), Brasil, Canadá, Ceilão, Chile, China, Cuba, Checoslováquia, Estados Unidos, França, Holanda, Índia, Líbano, Luxemburgo, Nova Zelândia, Noruega, Paquistão, Reino Unido, Rodésia do Sul e Síria.
À época, as negociações se voltaram para regular o comércio transfronteiriço de bens, o que reacendeu discussões mais tarde, nos anos 1990, sobre outros tipos de comércio que não foram incorporados aos acordos.
A década de 1990 foi particularmente interessante no contexto do comércio internacional, uma vez que o cenário político que se desenhava era cada vez mais complexo.
De um lado...
A Guerra Fria chegava ao fim com o colapso e divisão de território da União Soviética, uma das duas superpotências globais existentes na época.
close
Do outro lado...
O mundo assistia à ascensão comercial da China e o avanço das tecnologias de informação e comunicação que aumentavam a internacionalização de serviços.
Foi com esse pano de fundo que os países signatários do GATT se reuniram para discutir uma atualização do sistema internacional de comércio, reacendendo a discussão sobre a criação de uma organização internacional voltada para o assunto, algo tentado sem resultados satisfatórios quando ele foi estabelecido.
Em abril de 1994, na cidade marroquina de Marrakesh, foram aprovadas as declarações finais da Rodada do Uruguai, iniciada quase dez anos antes, em 1986, que foi responsável por atualizar as regras do GATT aprovadas em 1947. No ano seguinte, após um ano de transição, foi finalmente estabelecida a Organização Mundial do Comércio (OMC).
post_add
Saiba mais
Sediada na cidade suíça de Genebra, próximo do Palais des Nations, a OMC fica no prédio que abrigou a Liga das Nações e também sediou as negociações do GATT na década de 1940 (WORLD TRADE ORGANIZATION, 2022a).
Atualmente, a OMC representa a principal instituição responsável pelos assuntos de comércio em nível global. Estabelecida em 1995, a entidade foi inserida sob o guarda-chuva da Organização das Nações Unidas (ONU). Diferentemente dos 23 membros que assinaram o acordo do GATT em 1947, a entidade atualmente conta com 164 membros, entre países e territórios, os quais, juntos, são responsáveis por 98% de todo o comércio internacional.
Os 164 países participantes da OMC.
A organização fornece inovações em relação ao GATT, já que atualiza as normas sobre o comércio de bens. OMC, aliás, vai muito além, expandindo sua atuação e discutindo outras questões. Como por exemplo:
1. adjust
Comércio eletrônico.
2. adjust
Propriedade intelectual.
3. adjust
Pesca.
4. adjust
Agricultura.
5. adjust
Comércio de serviços e inovação com a criação do órgão de solução de controvérsias (Dispute settlement body).
Esse órgão é a instância institucional voltada para solucionar impasses comerciais entre os países membros. Isso garante a aplicação das normas internacionais acordadas com o objetivo de promover um ambiente tranquilo e previsível a fim de que os países comercializem seus produtos e serviços entre si.
Normalmente, os países levam suas demandas ao órgão quando sentem que seus direitos, garantidos pelo conjunto de normas internacionais, foram desrespeitados.
O processo de análise é inicialmente composto pelas consultas entre os membros e, em seguida, pelo estabelecimento de um painel de especialistas.
Nesse painel, um profundo estudo do caso é realizado e as normas acordadas são levadas em consideração. Os especialistas, então, devem julgar o caso e proferir um veredito. Caso as partes ainda não estejam satisfeitas com o resultado, há ainda uma última instância, que seria a apelação com base em princípios legais, fazendo com que uma nova decisão, dessa vez de caráter definitivo, seja proferida.
Vejamos a seguir um exemplo do nível de sucesso e confiança no sistema de solução de controvérsias da OMC.
extension
Exemplo
Desde 1994, a OMC já analisou mais de 500 casos. Trata-se de um número muito maior que o recebido pelo GATT em todos os anos de trabalho: em quase 50 anos, cerca de 300 casos (WORLD TRADE ORGANIZATION, 2022d).
Agentes comerciais e o Estado
Entendendo os agentes comerciais e o Estado
Os dois tópicos anteriores buscaram apresentar as relações que o comércio estabelece com a política. Ao termos mostrado as nuances das negociações, pudemos observar com clareza a forma com que as dinâmicas comerciais afetam a política, chegando ao ponto de ser criada uma área inteira de atuação na política e na diplomacia internacional voltada para os assuntos comerciais.
A OMC é uma das organizações do sistema ONU que desfruta de maior relevância e prestígio exatamente pela importância que as relações comerciais desempenham nas mais variadas áreas de uma sociedade, como geração de emprego e renda ou desenvolvimento econômico, social e sustentável.
A Organização Mundial do Comércio é considerada uma promotora da paz, já que os interesses comerciais são tão fortes e os benefícios do comércio internacional tão grandes que um país dificilmente entraria em conflito armado com outra nação com quem mantivesse uma intensa relação comercial.
Como mostramos em outra seção, os agentes comerciais e o setor produtivo, como um todo, tendem a se organizar em países de regime democrático com o objetivo de fortalecer seus segmentos de atuação e pressionar os governos em busca de melhores condições para seus empreendimentos. Nesse sentido, um assunto importante a ser debatido é o das relações governamentais, oque é mais popularmente conhecido como “lobby”.
Cartum de 1891 sobre lobby nos Estados Unidos.
Precisamos enfatizar inicialmente que as atividades de lobby não devem ser criminalizadas, pois, na verdade, fazem parte do jogo democrático, já que a democracia se trata justamente das diversas opiniões e os variados grupos de interesse que existem na sociedade.
Além disso, esses grupos se organizam, respeitando o princípio da maioria, segundo o qual a maioria da população decidir algo por meio do voto tem de ser visto como a mais soberana das decisões.
As relações governamentais nada mais são do que a organização dessas inclinações de segmentos específicos da sociedade que buscam defender seus interesses.
Também é importante distinguir a atividade do lobby da prática de corrupção. O lobby é a defesa de um interesse, sem que nenhuma vantagem indevida ou qualquer tipo de remuneração aos representantes eleitos seja feita.
assignment_ind
Comentário
No Brasil, falta regulamentação para essa atividade, ação que ajudaria inclusive a combater as práticas ilegais, como a corrupção. Essa é, no entanto, uma conversa para outro momento.
O sistema produtivo no Brasil possui uma relação próxima com os governos. Praticamente todos os presidentes da República, desde a redemocratização, entendiam o papel que o setor produtivo possui no país. Além disso, sua força de mobilização sempre foi robusta, fazendo com que os presidentes, preocupados com seus mandatos e sua popularidade, não quisessem comprar briga com setores tão mobilizados e fortalecidos.
Observamos diversas parcerias entre entidades do setor privado e o Estado em diversos níveis, desde o federal até os níveis estadual e municipal.
Um exemplo interessante é o da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
Ela é a entidade do governo federal que busca promover produtos e serviços brasileiros no exterior, além de atrair investimentos estrangeiros para o país.
A Apex possui um projeto setorial com a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), que tem como objetivo principal mapear as oportunidades no exterior e fomentar a internacionalização das empresas brasileiras desse segmento. Vemos, portanto, que não se trata de uma coincidência, e sim de um trabalho coordenado e estratégico desenvolvido entre o setor privado e o governo federal.
A relação entre os agentes privados e o Estado também pode caminhar por caminhos nebulosos, como veremos a seguir.
extension
Exemplo
Durante o governo do presidente Lula, o Brasil promoveu uma série de empresas brasileiras, especialmente no ramo da construção civil, segmento responsável por uma porção relevante do produto interno bruto e que gera inúmeros empregos.
Nesse período, grandes empreiteiras foram acusadas de subornar membros do governo a fim de garantir vantagens na promoção de seus serviços em obras no exterior e facilidades com os governos estrangeiros.
Existe muita discussão sobre a veracidade das alegações – e não é nosso intuito entrar nessa questão. No entanto, para fins ilustrativos, podemos observar esse caso como uma demonstração dos limites que a relação entre os agentes comerciais e o Estado deve obedecer.
image6.jpeg
image7.jpeg
image8.jpeg
image9.jpeg
image10.jpeg
image11.jpeg
image12.jpeg
image1.jpeg
image2.jpeg
image3.jpeg
image4.jpeg
image5.jpeg

Continue navegando