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iniciao biotica-120

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da vida e da morte, esses resistem à
implantação das normas inspiradas
nos princípios da Declaração Univer-
sal.
Apesar das injustiças e da violên-
cia muito presentes no mundo contem-
porâneo, o exame atento da realida-
de, através das grandes linhas das
ações humanas e num período de tem-
po mais amplo, mostra um avanço con-
siderável na conscientização das pes-
soas e dos povos. Existem razões ob-
jetivas para se acreditar que a história
da humanidade está caminhando no sen-
tido da criação de uma nova socieda-
de, na qual cada pessoa, cada grupo
social, cada povo, terá reconhecidos e
respeitados seus direitos humanos fun-
damentais. O que reforça essa crença
é a constatação de que vem aumen-
tando incessantemente o número dos
que já tomaram consciência de que,
para superar as resistências, cada um
deverá ser um defensor ativo de seus
próprios direitos humanos. A par dis-
so, verifica-se que já não é possível ig-
norar as normas fundamentais de di-
reitos humanos ou sustentar sua im-
portância secundária sob o pretexto de
que isso é necessário para o progresso
econômico e social ou para o desen-
volvimento das ciências.
O significado atual dos direitos
humanos e sua importância prática
para toda a humanidade e, em con-
jugação com esta, a imperativa obe-
diência aos seus preceitos, foram sin-
tetizados de modo magistral num do-
cumento da UNESCO em que foram
fixadas diretrizes para estudiosos de to-
das as áreas:
“Os direitos humanos não são
uma nova moral nem uma religião lei-
ga, mas são muito mais do que um
idioma comum para toda a humani-
dade. São requisitos que o pesquisa-
dor deve estudar e integrar em seus
conhecimentos utilizando as normas e
os métodos de sua ciência, seja esta a
filosofia, as humanidades, as ciências
naturais, a sociologia, o direito, a his-
tória ou a geografia” (4).
A consciência dos direitos huma-
nos é uma conquista fundamental da
humanidade. A Bioética está inserida
nessa conquista e, longe de ser opor a
ela ou de existir numa área autônoma
que não a considera, é instrumento
valioso para dar efetividade aos seus
preceitos numa esfera dos conhecimen-
tos e das ações humanas diretamente
relacionada com a vida, valor e direi-
to fundamental da pessoa humana.
Referências bibliográficas
1. Cranston M. O que são os direitos hu-
manos? São Paulo: DIFEL, 1979: 25-
27.
2. Clotet J. Bioética como ética aplicada e
genética. Bioética (CFM) 1997;5:173-83.
3. Schramm FR. Eugenia, eugenética e o
espectro do eugenismo: considerações
atuais sobre biotecnociência e bioética.
Bioética (CFM) 1997;5:203-20.
4. UNESCO. Medium-term plan 1977-
1982. Genebra: UNESCO, 1977: 7,
parágrafo 1122. (Documento 19 C/4).
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