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241 da vida e da morte, esses resistem à implantação das normas inspiradas nos princípios da Declaração Univer- sal. Apesar das injustiças e da violên- cia muito presentes no mundo contem- porâneo, o exame atento da realida- de, através das grandes linhas das ações humanas e num período de tem- po mais amplo, mostra um avanço con- siderável na conscientização das pes- soas e dos povos. Existem razões ob- jetivas para se acreditar que a história da humanidade está caminhando no sen- tido da criação de uma nova socieda- de, na qual cada pessoa, cada grupo social, cada povo, terá reconhecidos e respeitados seus direitos humanos fun- damentais. O que reforça essa crença é a constatação de que vem aumen- tando incessantemente o número dos que já tomaram consciência de que, para superar as resistências, cada um deverá ser um defensor ativo de seus próprios direitos humanos. A par dis- so, verifica-se que já não é possível ig- norar as normas fundamentais de di- reitos humanos ou sustentar sua im- portância secundária sob o pretexto de que isso é necessário para o progresso econômico e social ou para o desen- volvimento das ciências. O significado atual dos direitos humanos e sua importância prática para toda a humanidade e, em con- jugação com esta, a imperativa obe- diência aos seus preceitos, foram sin- tetizados de modo magistral num do- cumento da UNESCO em que foram fixadas diretrizes para estudiosos de to- das as áreas: “Os direitos humanos não são uma nova moral nem uma religião lei- ga, mas são muito mais do que um idioma comum para toda a humani- dade. São requisitos que o pesquisa- dor deve estudar e integrar em seus conhecimentos utilizando as normas e os métodos de sua ciência, seja esta a filosofia, as humanidades, as ciências naturais, a sociologia, o direito, a his- tória ou a geografia” (4). A consciência dos direitos huma- nos é uma conquista fundamental da humanidade. A Bioética está inserida nessa conquista e, longe de ser opor a ela ou de existir numa área autônoma que não a considera, é instrumento valioso para dar efetividade aos seus preceitos numa esfera dos conhecimen- tos e das ações humanas diretamente relacionada com a vida, valor e direi- to fundamental da pessoa humana. Referências bibliográficas 1. Cranston M. O que são os direitos hu- manos? São Paulo: DIFEL, 1979: 25- 27. 2. Clotet J. Bioética como ética aplicada e genética. Bioética (CFM) 1997;5:173-83. 3. Schramm FR. Eugenia, eugenética e o espectro do eugenismo: considerações atuais sobre biotecnociência e bioética. Bioética (CFM) 1997;5:203-20. 4. UNESCO. Medium-term plan 1977- 1982. Genebra: UNESCO, 1977: 7, parágrafo 1122. (Documento 19 C/4). 242
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