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116 pude recolher, mas que a falta de espaço me impede de citar aqui, parecem pro- var que o cruzamento acidental entre indivíduos distintos, nos animais e nas plan- tas, constitui uma lei senão universal, pelo menos muito geral na natureza. CIRCUNSTÂNCIAS FAVORÁVEIS A PRODUÇÃO DE NOVAS FORMAS PELA SELE- ÇÃO NATURAL É este um assunto extremamente complicado. Uma grande variabilidade - e, sob este termo, se compreendem sempre as diferenças individuais - é eviden- temente favorável à ação da seleção natural. A multiplicidade de indivíduos, ofere- cendo mais probabilidades de variações vantajosas num tempo dado, compensa uma variabilidade menor em cada indivíduo tomado pessoalmente, e é este, creio eu, um elemento importante de sucesso. Posto que a natureza aplique longos pe- ríodos ao trabalho da seleção natural, não seria necessário acreditar, contudo, que esta delonga seja indefinida. Com efeito, todos os seres organizados lutam por se apoderar dos lugares vagos na economia da natureza; por conseqüência, se uma espécie, seja qual for, se não modifica nem se aperfeiçoa tão depressa como os seus concorrentes, deve ser exterminada. Ademais, a seleção natural não pode agir sem que alguns descendentes herdem variações vantajosas. A tendência à regressão ao tipo dos antepassados pode muitas vezes embaraçar ou impedir a ação da seleção natural; mas, por outro lado, como esta tendência não impede o homem de criar, pela seleção, numerosas raças domésticas, porque prevaleceria ela contra a obra da seleção natural? Quando se procede com uma seleção metódica, o tratador escolhe certos indivíduos para atingir um fim determinado; se permite a todos os indivíduos cru- zarem-se livremente, é certo que falhará. Quando, porém, muitos tratadores, sem a intenção de modificar uma raça, têm um tipo comum de perfeição, e que todos tentam procurar e fazer reproduzir os indivíduos mais perfeitos, esta seleção inconsciente traz lenta, mas seguramente, grandes progressos, admitindo mesmo que se separem os indivíduos mais particularmente belos. Dá-se o mesmo no es- tado livre; porque, numa região restrita, em que a economia geral
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