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DISCIPLINA historia do maranhao PARA CONCURSOS História do Piauí (Universidade Federal do Piauí) Digitalizar para abrir em Studocu A Studocu não é patrocinada ou endossada por nenhuma faculdade ou universidade DISCIPLINA historia do maranhao PARA CONCURSOS História do Piauí (Universidade Federal do Piauí) Digitalizar para abrir em Studocu A Studocu não é patrocinada ou endossada por nenhuma faculdade ou universidade Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=disciplina-historia-do-maranhao-para-concursos https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-federal-do-piaui/historia-do-piaui/disciplina-historia-do-maranhao-para-concursos/26517849 https://www.studocu.com/pt-br/course/universidade-federal-do-piaui/historia-do-piaui/4079608?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=disciplina-historia-do-maranhao-para-concursos https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=disciplina-historia-do-maranhao-para-concursos https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-federal-do-piaui/historia-do-piaui/disciplina-historia-do-maranhao-para-concursos/26517849 https://www.studocu.com/pt-br/course/universidade-federal-do-piaui/historia-do-piaui/4079608?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=disciplina-historia-do-maranhao-para-concursos TJ-MA TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO MARANHÃO Pós-edital HISTÓRIA DO MARANHÃO HISTÓRIA DO MARANHÃO Livro Eletrônico Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=disciplina-historia-do-maranhao-para-concursos 2 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos História do Maranhão ................................................................................11 França Equinocial: expedição de Daniel de La Touche ....................................13 Fundação de São Luís ...............................................................................18 Batalha de Guaxenduba.............................................................................19 A invasão Holandesa .................................................................................25 A expulsão dos Holandeses ........................................................................27 O Estado do Maranhão e Grão-Pará: a Revolta de Bequimão – Causas – Companhia de Comércio do Maranhão e Grão-Pará – Os objetivos da Revolta ...29 A Revolta de Bequimão (1684) ...................................................................30 Companhia de Comércio do Maranhão e Grão-Pará .......................................35 Período do Império: adesão do Maranhão – A Independência do Brasil – Causas da não adesão: a Batalha do Jenipapo .........................................................39 A Batalha de Jenipapo ...............................................................................40 A Balaiada: caracterização e causas do movimento .......................................43 Período Republicano: adesão do Maranhão à República ..................................46 A Revolução de 1930 no Maranhão..............................................................53 O Vitorinismo e a Greve de 1951 ................................................................58 O Vitorinismo ...........................................................................................58 Greve de 1951 .........................................................................................62 Os principais fatos políticos, econômicos e sociais ocorridos no Maranhão na segunda metade do século XX ....................................................................63 Política maranhense ..................................................................................63 Economia do Maranhão .............................................................................69 Questões sociais .......................................................................................74 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SUYANNE KAREN LIMA SANTOS - 02708203371, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 3 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos Cultura....................................................................................................77 Resumo ...................................................................................................84 Questões de Concursos .............................................................................88 Gabarito ................................................................................................ 114 Gabarito Comentado ............................................................................... 115 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SUYANNE KAREN LIMA SANTOS - 02708203371, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=disciplina-historia-do-maranhao-para-concursos 4 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos Daniel Vasconcellos é Pós-graduado em Docência do Ensino Superior pela Facul- dade Darwin (2013). Graduado em História pelo Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM (2003). Possui mais de 15 anos de experiência em docência nas áreas de História, Filosofia, Sociologia, Geografia e Metodologia Científica, no En- sino Médio, Superior e em Preparatório para Vestibulares e Concursos. Atua como professor concursado da Secretária de Estado da Educação do Distrito Federal. Apresentação Olá, querido(a) aluno(a), tudo bem? O Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão (Edital TJ MA) divulgou no Diário Oficial do Estado o edital de abertura do concurso para provimento de 63 va- gas. Trata-se de uma excelente oportunidade para que você consiga a tão sonhada aprovação, a estabilidade empregatícia e toda a gama de vantagens que poderá valer-se na condição de servidor público. Não é mesmo uma boa notícia? Nesse sentido, ao elaborar esse material, o objeto primordial é que você alcance plenas condições de GABARITAR A PROVA DE HISTÓRIA. A organização do certame é de responsabilidade do Fundação Carlos Chagas (FCC), uma das mais tradicionais do país, o que favorece o melhor entendimento de como os conteúdos deverão ser abordados. Assim, nosso curso será inteiramente focado na FCC. Abordaremos a forma como os conteúdos serão cobrados e alguns “macetes” para que você, querido(a) aluno(a), consiga resolver com tranquilidade e confiança as questões de His- tória do Maranhão. Devemos ressaltar que a FCC é uma banca habitual na elaboração das provas de concursos para todo o país, tanto para órgãos públicos, quanto para a iniciativa O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SUYANNE KAREN LIMA SANTOS - 02708203371, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores àresponsabilização civil e criminal. Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 5 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos privada e outras organizações, deixando um vasto banco de dados para estudo. Nesse sentido, poderemos analisar, em detalhes, as questões de História do Ma- ranhão produzidas pela FCC. Além disso utilizaremos questões de outras bancas que se assemelham ao “modelo” cobrado na prova, sempre com uma abordagem coerente com o conteúdo listado no edital. Por falar em conteúdo, o edital valoriza, e muito, a tão rica e significativa História do Maranhão. Não é para menos. Registros de povoamento na região remontam pelo menos 9.000 anos. O Maranhão foi motivo de disputas entre espa- nhóis, portugueses, holandeses e franceses. Tão importante a ponto de influenciar os destinos do país, os destinos de países europeus. Realmente, não é para menos! Daí a necessidade de esmiuçarmos temas tão regionais e ao mesmo tempo tão ex- pressivos para a história do Brasil. Além disso, você, meu(minha) querido(a) aluno(a), precisa ter como re- quisito o conhecimento da História da sociedade a qual deverá servir, ze- lar. Você será membro do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão, Estado da Federação que possui uma população com características culturais muito específi- cas. Como poderá intervir em uma sociedade que você não conhece? Não é apenas uma disciplina cobrada para “encher linguiça”, para testar sua alfabetização. É uma necessidade lógica muito bem trabalhada na seleção pela FCC. Assim, é muito importante que você tenha um grande estofo de conhecimento sobre a História do Maranhão, conhecimento esse que possibilitará que você te- nha um alto índice de acertos nas questões ou, melhor ainda, que você gabarite a prova e encaminhe com solidez a sua aprovação em um cargo público. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SUYANNE KAREN LIMA SANTOS - 02708203371, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=disciplina-historia-do-maranhao-para-concursos 6 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos Para tanto, a base que norteará todo o nosso curso será o diálogo, favorecen- do uma boa interação entre aluno(a) e professor e a resolução oportuna das eventuais e possíveis dúvidas que por ventura surgirem. Antes, porém, peço licença para uma breve apresentação. Me chamo Daniel Vasconcellos, sou de Patos de Minas, interior de Minas Gerais. Pouco antes de me formar em História, coisa de um ano antes, 2003, comecei a trabalhar como professor no ensino médio. Tomei gosto pela coisa. Gosto do que faço, amo a docência. Foi muito rápido, quando percebi já atuava em cursinhos preparatórios para concursos públicos, vestibulares e no ensino médio da rede par- ticular no interior de Minas. Passei a ministrar também aulas de Filosofia, Sociologia e Geografia. Não faltava trabalho. Tive a sorte de ser “engolido” pelo sistema particular de ensino e re- cebia um salário razoável, pelo menos pra quem desejava uma vida pacata no interior. Com isso não criei o interesse por concurso público. Era feliz: trabalhava com o que gostava, mas... os ventos mudaram. Em 2013, após perder minha maior carga horária de trabalho, resolvi ir para Brasília, onde ainda resido. Entre agosto e dezembro de 2013 tentei os concursos do Ministério do Trabalho, Câmara dos Deputados e Secretaria de Educação do Distrito Federal. Fiquei muito mal quando não vi meu nome aprovado no concurso da Câmara. Me sentia prepa- rado, mas não era a minha área. A concorrência era enorme para um salário de R$ 18.000. Três meses de preparação é muito pouco tempo. Para um concurso deste porte eu já deveria estar me preparando. Tudo é planejamento e disciplina. Mas o negócio é levantar a cabeça, estudar mais e focar no próximo. Em dezembro fiz as provas para a Secretaria de Educação, em fevereiro saiu o resulta- do e em julho já estava fazendo o que gosto de novo! Mas o melhor de tudo: fazen- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SUYANNE KAREN LIMA SANTOS - 02708203371, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 7 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos do o que gosto, ganhando bem e com estabilidade!!! A estabilidade é a cereja do bolo do serviço público. Não existe mais aquela pressão de todos os finais de anos letivos em que ficávamos apreensivos sem saber ao certo se teríamos empre- go no ano seguinte. Em apenas um ano minha vida deu uma guinada radical e hoje só me arrependo de não ter buscado os concursos públicos antes. Se existe algo que eu possa passar com essa experiência é que não se pode perder tempo! Você precisa se dedicar, mas com planejamento, sem de- sespero. Esse material foi feito com muito carinho para que seu tempo seja otimi- zado, para que você não perca tempo com o que não tem possibilidade aparecer na prova. Vamos ajudá-lo(a) a alcançar seu objetivo, e digo mais, num curto espaço de tempo. Você verá, meu(minha) caro(a) aluno(a) que o sacrifício vale muito! Não vá se sentir culpado por não dedicar o tempo que seria justo à sua família e a seus amigos. Aquele encontro fica pra depois, e vai ser muito mais prazeroso porque carregado da alegria pela conquista do seu esforço! Então vamos!!! Bora buscar seu cargo! Conte comigo em tudo o que for preciso para alcançar seu objetivo. Muito bem, feitas as apresentações, vamos aos detalhes do concurso e do cur- so: Detalhes do Edital: Concurso: Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão (Edital TJ/MA) Banca organizadora: Fundação Carlos Chagas (FCC) Cargo(s): Técnico, Analista e Oficial de Justiça Escolaridade: Nível médio e superior Inscrições: de 05 de agosto a 28 de agosto de 2019. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SUYANNE KAREN LIMA SANTOS - 02708203371, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=disciplina-historia-do-maranhao-para-concursos 8 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos Valor da inscrição: R$ 70,00 ou R$ 100,00 Número de vagas: 63 Remuneração: até R$ 9,1 mil Data da prova objetiva: 29 de setembro de 2019 Curso: História do Maranhão: • França equinocial: expedição de Daniel de La Touche. − Fundação de São Luís. − Batalha de Guaxenduba. • A invasão holandesa. − Expulsão dos holandeses. • O Estado do Maranhão e Grão-Pará: a Revolta de Bequimão. Causas. Compa- nhia de Comércio do Maranhão e Grão-Pará. Os objetivos da Revolta − A Revolta de Bequimão. − Companhia de Comércio do Maranhão e Grão-Pará. • Período do Império: adesão do Maranhão. A Independência do Brasil. Causas da não adesão: a Batalhado Jenipapo. − A Batalha de Jenipapo • A Balaiada: caracterização e causas do movimento. • Período Republicano: adesão do Maranhão à República. • A Revolução de 1930 no Maranhão. • O Vitorinismo e a Greve de 1951. • Os principais fatos políticos, econômicos e sociais ocorridos no Maranhão na segunda metade do século XX. − Política maranhense − Economia do Maranhão O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SUYANNE KAREN LIMA SANTOS - 02708203371, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 9 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos − Questões sociais − Cultura Metodologia: A ideia do curso é que você não precise utilizar nenhum outro material além deste para se preparar para as questões de História. Cada detalhe do curso foi meticulosamente preparado para sanar todas as dúvidas que puderem surgir. Na parte teórica você encontrará uma narrativa leve e objetiva, com intuito de que consiga enxergar, compreender a História do Amapá como um processo. Variados exemplos, esquemas e mapas mentais serão utilizados para que consiga criar links cognitivos. Você, em curto espaço de tempo, conseguirá ler uma alternativa e perceber o seu erro por um pequeno detalhe, saberá identificar a única alternativa lógica para o Universo da História do Maranhão. Ao final de cada aula, os principais pontos dos temas estudados serão reunidos em um RESUMO. É ele o responsável para que você não tenha que voltar a ler as aulas incontáveis vezes. Esse resumo terá a função de fazer você recordar o que fora estudado como uma cadeia códigos que se conecta com sua memória, fazendo se lembrar, inclusive, de como o assunto poderá ser cobrado. Além disso, as questões de História do Maranhão elaboradas pela FCC se- rão comentadas para que você entenda o “jeito” da banca. Uma lista de exer- cícios com questões sobre o tema também o(a) ajudará na fixação do conteúdo. Detalharemos cada fato relevante à compreensão do processo, mas isto só terá sentido na medida em que ajudá-lo(a) a resolver as questões, a fazer bem a prova. Não vamos perder tempo com detalhes menores já que o objetivo não é que você escreva um artigo científico sobre “A Influência da Revolução Científica Moderna sobre o Governo de Maurício de Nassau em Pernambuco”. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SUYANNE KAREN LIMA SANTOS - 02708203371, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=disciplina-historia-do-maranhao-para-concursos 10 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos Não se preocupe, ao final do curso você estará muito bem preparado para rea- lizar uma excelente prova. Suporte A dúvida é o princípio do conhecimento. Questionar, indagar... é assim que a humanidade chegou no atual estágio de desenvolvimento. Por isso, questione. Não tenha receio em perguntar. Caso a dúvida não seja sanada de maneira firme, objetiva, o processo de apren- dizagem pode ser comprometido. Por isso, não hesite em questionar. Estarei à dis- posição para sanar quaisquer dúvidas que tiver. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SUYANNE KAREN LIMA SANTOS - 02708203371, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 11 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos HISTÓRIA DO MARANHÃO Querido(a), a história do Maranhão começa com o “descobrimento” das terras da nação, em 1500. Na época do Descobrimento do Brasil, o atual Estado do Ma- ranhão era povoado por diferentes tribos indígenas. Os primeiros habitantes do Maranhão faziam parte de dois grupos indígenas: os tupis e os jês. Os tupis habitavam o litoral. Já os jês habitavam o interior. Os dois povos indí- genas que pertencem ao grupo tupi são os guajajaras e os urubus. Os guajaja- ras e os urubus apenas foram pacificados no século XX. Os dois povos indígenas do grupo jê são os timbiras e os sacamecras. Diversas tribos do Piauí entraram no Maranhão. Isso ocorreu no século XVIII. Naquela época, esses povos indígenas piauienses escaparam para evitar que os brancos os caçassem. Não existem notícias feitas com exatidão a respeito das primeiras expedições que começaram a explorar a costa maranhense. Reza a crença que, em 1500, o espanhol Vicente Yáñez Pinzón já navegara por toda a costa norte do Brasil. A viagem feita por Pinzón na costa norte do Brasil tem origem em Pernam- buco e destino na foz do rio Amazonas. No meio da viagem, o navegador espanhol já atravessou o litoral do Maranhão. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SUYANNE KAREN LIMA SANTOS - 02708203371, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=disciplina-historia-do-maranhao-para-concursos 12 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos Figura 1. Mapa Terra Brasilis, 1519, autoria do Português Lopo Homem. O mapa Terra Brasilis, da imagem acima, é de domínio público. Nele, apare- cem escritos alguns nomes de acidentes geográficos da costa maranhense. A partir de 1524, os franceses começaram a frequentar o litoral do Maranhão. A explicação para o motivo dessa frequência é que o litoral do Maranhão foi esquecido pelos portugueses. Naquele lugar, os franceses trocavam com os indígenas produtos da região por objetos que trouxeram da Europa. Em 1531, Martim Afonso de Sousa chegou ao Brasil. Esse homem foi o coman- dante da primeira expedição que começou a colonizar a região. O militar e nobre português exigiu que Diogo Leite fosse responsável pela exploração do litoral norte. Diogo Leite aproximou-se da foz do rio Gurupi. Atualmente, o rio Gurupi serve de divisa entre os Estados do Maranhão e do Pará. A divisa entre os dois atuais esta- dos brasileiros ficou por muito tempo conhecida como “abra de Diogo Leite”. Em 1534, quando Dom João III dividiu a Colônia Portuguesa no Brasil em Capitanias Hereditárias, os portugueses ainda não chegaram a colonizar o Maranhão. Um ano depois, o monarca português concedeu a terra a três fidalgos O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SUYANNE KAREN LIMA SANTOS - 02708203371, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 13 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos queeram homens de sua confiança. Foram eles: João de Barros, Fernando Álvares de Andrade e Aires da Cunha. Ambos os primeiros idealizaram seu plano para a tomada de posse da capitania. Os dois donatários encarregaram sua execução a Aires da Cunha. Aires da Cunha veio ao Brasil, no mesmo ano da doação. Durante a viagem, dez veleiros, 900 homens de armas e 130 a cavalo estavam a caminho. Mas a frota afundou nas costas maranhenses devido a violento temporal e o capitão faleceu, assim como a maior parte dos integrantes. Os sobreviventes fundaram um núcleo de povoamento denominado Nazaré e passaram a explorar o terreno através dos acidentes geográficos fluviais. Entretanto, os indígenas não lhes favo- receram essa ocupação. Do núcleo de povoamento, não restou nada. Quando essa povoação foi destruída, os portugueses abandonaram-na. Em 1539, foi a vez de outro fidalgo lusitano denominado Luís de Melo da Sil- va. Esse homem também teve seu navio afundado no litoral maranhense. Entre- tanto, retornou para Portugal em 1554. João de Barros, em 1555, mandou seus descendentes João e Jerônimo para a donataria. Naquela época, os franceses já tinham entrado ali. De acordo com narrativa de Jerônimo dirigida ao monarca por- tuguês, estiveram na capitania 17 naus de franceses. Os franceses edificaram, com materiais de construção da época, casas de pedra e faziam comércio com os indígenas. França Equinocial: expedição de Daniel de La Touche Caro(a) aluno(a), a França Equinocial representou a segunda tentativa dos fran- ceses de se fixarem no Brasil, na região maranhense, entre os anos de 1612 a 1615. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SUYANNE KAREN LIMA SANTOS - 02708203371, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=disciplina-historia-do-maranhao-para-concursos 14 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos A origem do nome está relacionada com o território de conquista, posto que estava próximo da linha do Equador, antes denominada linha Equinocial. Esse evento ocorreu após a França Antártica, colônia francesa que durou cerca de quinze anos no Rio de Janeiro. Desde a chegada dos portugueses na América, outros povos europeus vinham disputando as terras encontradas com intuito de explorá-las. Nesse ínterim, Portu- gal, a maior potência marítima europeia dos séculos XV e XVI, disputava territórios da América, ao lado da Espanha. Os espanhóis saíram na frente quando Cristóvão Colombo alcançou o Caribe em 1492. Ademais, franceses e holandeses, procuraram se estabelecer na costa da colô- nia portuguesa na América durante o século XVI e XVII. Diversas foram as tentati- vas, no entanto, os portugueses defenderam o território combatendo as invasões. Precisamos lembrar que, num primeiro momento, Portugal não fixou colonos no território. A atividade se limitava em comercializar o pau-brasil com os indígenas através do escambo. Porém, com o assédio à região, a Coroa portuguesa começou a enviar pessoas com o intuito de povoar e estabelecer uma colônia. Povoar a terra foi uma tática importante encontrada pela Coroa Portuguesa a fim de consolidar a presença lusitana no território. Dessa maneira, se evitavam as invasões que aumentavam cada vez mais diante da ânsia dos povos europeus pela exploração e conquista. Nesse momento, a França passava por momentos difíceis, com embates entre os protestantes e católicos. Assim, os protestantes que estavam sendo perseguidos pela Igreja Católica e a coroa francesa, encontraram na América portuguesa um reduto mais tranquilo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SUYANNE KAREN LIMA SANTOS - 02708203371, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 15 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos Quando os franceses aqui chegaram, em 1555, se apossaram da cidade do Rio de Janeiro e erigiram um forte na Baía de Guanabara, o atual forte Villegagnon. Estava fundada, assim, a primeira colônia francesa no país: a França Antár- tica, pelo francês calvinista Nicolas Durand Villegagnon. No contexto em que os franceses se apossaram do Rio de Janeiro, esta não passava de uma possessão registrada nos mapas luso-espanhóis e fundamentado no Tratado de Tordesilhas (1494). A maioria das Capitanias Hereditárias (1534) haviam fracassado pouco tempo depois de seus estabelecimentos. O Governo Geral, instaurado nos idos de 1549 não dava conta da administração daquelas regiões. O norte era tido como verdadeiro sertão (lugar longínquo), onde diferentes nações europeias e indígenas empreendiam trocas comerciais em larga escala. Em 1560, os portugueses se prepararam para expulsar os invasores franceses do Rio de Janeiro, com apoio dos índios Tamoios. No entanto, não saíram vitorio- sos, sendo derrotados durante o governo do terceiro governador geral do Brasil, Mem de Sá, em 1567. Os franceses somente foram do Rio de Janeiro em 1570, na batalha de Cabo Frio. Dadas as dificuldades de acesso luso e a facilidade de comércio com os indíge- nas, os franceses empreenderam o estabelecimento colonial e a posse dos territó- rios indígenas no Maranhão. A partir da expulsão do Rio de Janeiro, os franceses resolveram ocupar outra parte do território colonial português. Na época, o rei da França era Henrique IV, a quem La Touche teria convencido sobre a importância de tomar posse das regiões não ocupadas pelos portugueses. La Touche conhecia bem a região pois, em 1604, havia explorado as costas da Guiana com o navegador Jean Mocquet. Porém, Henrique faleceu deixando como O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SUYANNE KAREN LIMA SANTOS - 02708203371, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=disciplina-historia-do-maranhao-para-concursos 16 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos sucessor seu filho Luis XIII, ainda criança. A viúva de Henrique, Maria de Médici, assumiu a regência e, de religião católica, impediu a expedição pelas diferenças religiosas com La Touche, que era calvinista. Depois de algumas barganhas na corte, tendo angariado fundos com o almiran- te François de Rossilly, Senhor Almers (líder católico), e o senhor de Sancy, Nicolau de Herley, La Touche partiu de Cancale, em Março de 1612, com uma caravela e duas naus: “Saint-Anne”, “Régente” e “Charlote”, tripuladas por 500 homens, entre eles frades capuchinhos, viajando por cinco meses completos, enfrentando os dissabores do mal tempo. Chegou, em setembro do mesmo ano, à “Montanha dos Canibais”, um ponto elevado na Ilha Grande, domínio dos Tupinambás. Com o patrocínio da Coroa Francesa, Daniel de La Touche e Charles des Vaux fundaram a França Equinocial, em março de 1612, cuja capital recebeu o no de São Luís, em homenagem ao rei e ao santo patronoda França. Figura 2. Busto de Daniel de La Touche, em frente à Prefeitura de São Luís. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SUYANNE KAREN LIMA SANTOS - 02708203371, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 17 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos As trocas voluntárias que já se processavam a mais de um século com os nati- vos, foi substituída pelo domínio da terra e da mão de obra indígena pelos france- ses. As tribos indígenas e os franceses já estavam familiarizados uns com os outros, pois navegantes vindos da França já rondavam a região. O próprio La Touche este- ve por ali duas vezes. Os indígenas, por sua vez, apelidaram os franceses de papagaios amarelos, pois estes eram loiros e tagarelas como as aves. Um Tupinambá chamado de Mom- boréuaçu chegou à conclusão de que, semelhante aos portugueses, os franceses estavam começando a se fixar na terra, desrespeitar os costumes de seu povo e ainda querendo-lhes escravizar. Os resultados desse empreendimento arriscado foi o despontar de grandes conflitos de caráter local com os grupos indígenas que não aceitavam tais medidas. Apesar de ser de religião calvinista, Daniel de La Touche trazia frades capuchi- nhos (franciscanos) na sua esquadra que rezaram a primeira missa pela fundação da cidade. Em três anos, o território francês se expandiu para os atuais estados do Pará, Amapá e Tocantins. Os portugueses, neste momento, estavam ligados aos espanhóis pela União Ibérica. No entanto, não se descuidavam dos negócios da colônia e é preciso lem- brar que os espanhóis eram históricos inimigos dos franceses. Assim, em 1615, uma expedição luso-espanhola alcançou São Luís e empre- endeu o processo de reconquista dos territórios. Liderados por Jerônimo de Al- buquerque e Alexandre de Moura, os portugueses expulsaram os franceses e tomaram o Forte de São Luís. Aliados aos Tupinambás, empreenderam o processo O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SUYANNE KAREN LIMA SANTOS - 02708203371, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=disciplina-historia-do-maranhao-para-concursos 18 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos de efetivação de territórios a oeste e fundaram, em 1616, o Forte do Presépio que deu origem à cidade de Belém, capital do Pará. Criaram o Estado do Maranhão, com administração independente do Estado do Brasil e estabeleceram uma relação direta com a metrópole que teve fim apenas com o processo de Independência do Brasil (1822). Desse modo, a tentativa francesa de estabelecer aquela colônia contribuiu para a criação do Estado do Maranhão, uma outra colônia portuguesa na América, com administração e características próprias que a diferenciaram, inclusive em termos históricos, da outra colônia portuguesa chamada Estado do Brasil. Os franceses, contudo, jamais desistiram de fixar uma colônia na América do Sul. Finalmente, conseguiram fazê-lo no território que hoje é a Guiana Francesa, com a fundação de Caiena em 1637. Fundação de São Luís São Luís é a única cidade brasileira fundada por franceses, no dia 8 de setem- bro de 1612. Os franceses chegaram ao Maranhão no dia 26 de julho e aportaram numa ilha denominada pelos índios de Upaon-mirim, que, na língua indígena, quer dizer “ilha pequena”. A ilha de Upaon-mirim não era o ponto final da jornada, lugar desabitado e localizado a cerca de doze léguas da Ilha Grande ou Upaon-Açu, como os aborí- gines chamavam a atual ilha de São Luís. O senhor Daniel de La Touche enviou uma expedição à ilha Grande sob o co- mando do senhor Des Vaux, para averiguar como seriam recebidos pelos nativos. A recepção foi acolhedora, pois, como vimos, já havia contatos anteriores com os nativos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SUYANNE KAREN LIMA SANTOS - 02708203371, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 19 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos A expedição teria partido para a Ilha Grande, onde foi festivamente recebido, não só pelos nativos, mas também por alguns náufragos franceses que viviam na ilha, entre os quais o capitão Gérard e o compatriota Du Manoir, responsável pela recepção grandiosa aos seus patrícios. Quando a expedição chegou a Upaon-Açu realizaram a celebração da primeira missa, em 12 de agosto de 1612. Em seguida, fizeram a busca de um local para a construção do forte de “São Luís”. No dia 8 de setembro de 1612 era fundada a cidade de São Luís, uma ilha e também capital do Maranhão. Batalha de Guaxenduba A Batalha de Guaxenduba foi um confronto militar ocorrido em 19 de novembro de 1614, próximo de onde hoje se localiza a cidade de Icatu, no estado do Mara- nhão, entre forças portuguesas e tabajaras, de um lado, e francesas e tu- pinambás, de outro. A batalha foi um importante passo dado pelos portugueses para a expulsão definitiva dos franceses do Maranhão, a qual viria a ocorrer em 4 de novembro de 1615. A expulsão dos franceses possibilitou que grande parte da Amazônia passasse para domínio português e, posteriormente, brasileiro. Ciente da presença dos franceses ao norte da capitania do Maranhão, Gaspar de Souza envia tropas de Pernambuco. Em 23 de agosto de 1614, Diogo de Campos parte do Recife com 300 homens e, no Rio Grande do Norte, se junta a Jerônimo de Albuquerque, que leva consigo um grande contingente de indígenas. A expedição portuguesa com 500 homens liderados pelo capitão-mor Jerônimo de Albuquerque acampa na barra do rio Perejá (Periá) com a intenção de buscar um local para edificar uma fortificação, enfrentando falta de alimentos e de água de qualidade. Um grupo de 14 exploradores portugueses descobre um O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SUYANNE KAREN LIMA SANTOS - 02708203371, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=disciplina-historia-do-maranhao-para-concursos 20 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos local adequado para a construção de um forte, e a expedição novamente zarpa em 2 de outubro de 1614. Em 26 de outubro, chegam a uma área chamada de Guaxindubá pelos indíge- nas, na margem direita da Baía de São José, entre muitas ilhas e canais estreitos. Ali, na praia de Guaxenduba, sob a orientação do engenheiro Francisco Frias de Mesquita é construída uma fortificação de forma hexagonal à qual é dado o nome de Forte de Santa Maria, a cerca de 20 km da atual sede do município de Icatu, diante dasposições francesas no Forte de São José de Itapari, instalados em São José de Ribamar. Uma vez estabelecidos, os portugueses passam a trabalhar na construção e vi- gilância do forte e no reconhecimento da região. Num primeiro contato com os por- tugueses, alguns indígenas da Ilha diziam que a mesma estava cheia de franceses, outros, que eles haviam ido embora. Em 30 de outubro, um grupo de indígenas da ilha matou quatro índias e um ín- dio que acompanhavam os portugueses, fazendo-os desconfiar dos nativos e acre- ditar que haviam sido enviados pelos franceses para reconhecer seus navios. Nos dias do final de outubro, os portugueses no forte de Santa Maria e na ilha de Santana observam o movimento de navios franceses na Baía de São José e o desembarque de peças de artilharia. Em 10 de novembro de 1614, o sargento-mor do Estado, Diogo de Campos, após se desentender com Jerônimo de Albuquerque, envia um grupo de marinhei- ros para defender as embarcações que estavam ancoradas ou encalhadas no estu- ário, pedindo que ficassem vigilantes. Na madrugada de 11 de novembro, os franceses, guiados por Monsieur de Pi- sieu, Monsieur du Prat e François Rasilly, se aproximam dos navios silenciosamen- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SUYANNE KAREN LIMA SANTOS - 02708203371, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 21 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos te. Quando percebem o ataque, os marinheiros tocaram as trombetas e alertaram os soldados do forte, que disparam a artilharia sem cessar, entretanto, não gerou nenhum efeito nos franceses. Os marinheiros abandonam e deixam livres as em- barcações, das quais três são capturadas pelos franceses: uma caravela, um pata- cho Abaeté de guerra e um barco que estavam mais afastados da terra. Na manhã de 19 de novembro de 1614, os soldados portugueses notaram que, ao lado do forte de Santa Maria, o mar estava repleto de embarcações a vela e à remo se aproximando da costa. Para atacá-los no desembarque, Diogo de Campos dirigiu-se à praia com 80 soldados portugueses, mas, percebendo que o número de inimigos era muito maior, retrocedeu. Logo, havia centenas de combatentes na praia. Os franceses dispunham de 200 soldados, muitos dos quais eram fidalgos, em duas tropas, levando coletes de aço, espadas e mosquetes de grande qualidade. Contavam com 50 canoas e 2500 ín- dios, incluindo 2 mil índios de Tapuitapera (atualmente Alcântara) e 100 índios de Cumã (atual Guimarães). Daniel de la Touche, comandante dos franceses, estava no mar com mais 200 soldados liderados pelo cavaleiro François Rasilly. Foi iniciada uma longa troca de tiros e nesse primeiro encontro, foram mortos um soldado português e dois fran- ceses. Os franceses desembarcaram pelo mar. Sob o comando de Monsieur de La Fos- -Benart, cerca de 400 tupinambás que lutavam pelo lado francês receberam a or- dem de fortificar o máximo que pudessem seu topo: construíram, ao todo, 7 trin- cheiras com pedras grandes, fortificando todo o espaço entre a maré e o topo do outeiro, de modo que as canoas que chegavam ficavam parcialmente ocultas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SUYANNE KAREN LIMA SANTOS - 02708203371, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=disciplina-historia-do-maranhao-para-concursos 22 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos Por um caminho secreto, Jerônimo de Albuquerque subiu o morro com 75 sol- dados e 80 arqueiros, enquanto Diogo de Campos atacava os franceses e indígenas que desembarcavam. Em terra, saltou de uma canoa com um trombeta (mensagei- ro), que levava o brasão de armas reais da França e uma carta em francês escrita por Daniel de La Touche, a qual dizia que os portugueses deviam se render em 4 horas ou seriam massacrados. Diogo de Campos percebeu que a carta era uma tentativa dos franceses de ganhar tempo e obter informações sobre o estado das tropas portuguesas. A esta altura, o grupo de soldados e arqueiros que acompanhava Jerônimo de Albuquerque já havia chegado à primeira trincheira. Os índios que a defendiam com os franceses eram uma grande multidão, e neles, os portugueses não perdiam um tiro. Daniel de La Touche observava do mar que o exército francês sofria pesadas baixas: em menos de uma hora, a área ao redor do forte de Santa Maria estava repleta de mortos franceses e indígenas. Ravardière mandou para próximo da praia os navios mais velozes para prevenir maiores danos à sua tropa, mas, sob o bom- bardeio da artilharia portuguesa, foi forçado a desistir. Havendo os portugueses dominado o outeiro fortificado, Diogo de Campos ordena que eles ateiem fogo a todas as canoas que estavam abicadas na base do morro. Com todas as canoas em chamas, os franceses restantes em terra não tiveram como fugir e tudo o que puderam fazer foi se recolher na fortificação no topo do outeiro. Entre eles estavam Monsieur de la Fos Benart e Monsieur de Canonville. Ao final da batalha, próximo ao outeiro, muitos dos soldados portugueses se pu- nham à frente dos mosquetes dos inimigos, que ainda resistiam. Turcou, que era o intérprete dos franceses na comunicação com os índios, foi baleado pelos portu- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SUYANNE KAREN LIMA SANTOS - 02708203371, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 23 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos gueses, e com ele, Monsieur de la Fos Benart, líder dos indígenas que lutavam com os franceses. Sem orientação, os índios restantes, mais de 600, começaram a fugir, descendo o outeiro e a eles se misturaram os soldados franceses, que não possuíam mais pólvora para atirar. Após a Batalha de Guaxenduba, as tropas francesas restantes no Maranhão es- tavam recolhidas no Forte de São Louis. Para ganhar tempo, Ravardière propôs uma trégua aos portugueses e sua proposta foi aceita, ficando estipulado que um oficial português e um francês fossem à França e um oficial português e um fran- cês fossem a Portugal, para procurar nas cortes desses países uma solução para o conflito. Com o cessar-fogo anunciado, portugueses, franceses e nativos permaneceram em paz. Em outubro de 1615, chega ao Maranhão o capitão-mor de Pernambuco, Alexandre de Moura, trazendo um reforço de tropas e mantimentos. Por ser de pa- tente superior, assumiu o comando geral das tropas portuguesas. Sob seu coman- do, os portugueses violaram o tratado feito com os franceses e intimaram Daniel de la Touche a abandonar o Maranhão em 5 meses, comprometendo-se a indenizá-lo. Como garantia de sua palavra, Ravardière entrega o Forte de Itapari. Três me- ses depois, chegaram da Europa Diogo de Campos e Martim Soares, trazendo mais tropas portuguesas e ordens terminantes da corte para os franceses abandonarem definitivamente o Brasil. Em 1º de novembro de 1615, Alexandre de Mouraordenou que o Forte de São Luís fosse cercado e desembarcou suas tropas na ponta de São Francisco. Em vez de indenizar os franceses, como fora combinado, os portugueses os embarcaram de volta para a França em dois navios, apenas com o que lhes era O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SUYANNE KAREN LIMA SANTOS - 02708203371, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=disciplina-historia-do-maranhao-para-concursos 24 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos indispensável. Alguns franceses ficaram no Maranhão, como Charles Des Vaux, que ajudava na comunicação com os nativos; os que permaneceram eram em sua maioria ferreiros. Em janeiro de 1616, Daniel de La Touche foi levado à força para Pernambuco, onde recebeu uma indenização e perdão do governador-geral, para evitar que se juntasse a outros corsários franceses e os liderasse novamente. Em 1619, ao exigir o aumento da pensão estipulada pela Coroa portuguesa, foi preso em Lisboa, per- manecendo encarcerado por três anos na Torre de Belém. No livro “História da Companhia de Jesus na Extinta Província do Maranhão e Pará”, de 1759, o padre José de Moraes relata a aparição de Nossa Senhora da Vitória entre os batalhões portugueses. É recorrente, na literatura histórica, en- contrar-se a expressão “Jornada Milagrosa” sobre essa aparição que animou os soldados durante todo o tempo da batalha e transformou areia em pólvora e seixos em projéteis. Nossa Senhora da Vitória é considerada a padroeira de São Luís e a Catedral da Sé da cidade recebe seu nome. Questão 1 (FCC/PM-MA/SOLDADO/2006) No início do século XVII, os franceses tentaram organizar uma colônia no Brasil. Para isso, fundaram a chamada de Fran- ça Equinocial, no Maranhão. Identifique os fatos históricos associados a essa colo- nização. I – Contrariando as determinações do rei francês, Daniel de La Touche autorizou a difusão da religião dos protestantes entre os indígenas no Maranhão. II – Com o objetivo de fixar a colonização no Brasil, os franceses construíram o forte que denominaram de São Luís, em homenagem ao rei francês. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SUYANNE KAREN LIMA SANTOS - 02708203371, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 25 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos III – Um dos ordenamentos instituídos na França Equinocial era a conversão da população ao cristianismo, segundo determinação do rei da França. IV – Os franceses fundaram a França Equinocial para garantir a posse das terras do Maranhão, conforme determinava as normas do Tratado de Tordesilhas. É correto o que se apresenta APENAS em a) I e II. b) I e III. c) II e III. d) II e IV. e) III e IV. Letra c. Os franceses se fixaram em São Luís objetivando o acesso ao comércio de produtos da região. Para tanto, construíram o forte de São Luís como meio de defesa para garantir a posse da terra. Daniel de La Touche recebeu apoio da coroa francesa para realizar a incursão ao Maranhão, mas deveria impor o catolicismo aos locais, o que torna falsa a afirmativa I. A afirmativa IV também é falsa pois o Tratado de Tordesilhas, celebrado entre Espanha e Portugal, garantia as terras do Maranhão aos portugueses. A invasão Holandesa Querido(a), chamamos Invasões Holandesas as incursões da República das Províncias Unidas (Holanda) no Nordeste Brasileiro: • Bahia em 1624 • Pernambuco em 1630 • Maranhão em 1641 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SUYANNE KAREN LIMA SANTOS - 02708203371, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=disciplina-historia-do-maranhao-para-concursos 26 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos Os holandeses criaram uma empresa que seria responsável por recuperar o comércio do açúcar invadindo o nordeste brasileiro: a Companhia das Índias Ocidentais. Após serem derrotados em Salvador, tiveram a sorte de encontrar e saquear um navio espanhol carregado de prata sul-americana! Com o capital, se prepararam para voltar ao Brasil, agora em Pernambuco, onde conseguiram triunfar. Os brasileiros e portugueses até tentaram montar uma resistência, no chamado Arraial do Bom Jesus, mas foram traídos por Domingos Calabar e caíram diante das tropas holandesas. Em 1637 a, W.I.C. (Cia. Das Índias Ocidentais) enviou Maurício de Nassau para administrar os negócios na Nova Holanda (Pernambuco). Nassau governou percebendo que teria que atuar de forma pacífica com os se- nhores de engenho. Ao invés de pressioná-los, proibiu a agiotagem praticada por agentes holandeses e conseguiu empréstimos para os senhores de engenho. Como “mimo” ainda concedeu a liberdade religiosa dos católicos. Ocorre que os Holandeses eram calvinistas (religião cristã protestante) e costumavam impor seu credo em suas colônias. Ainda promoveu obras de urbanização no Recife. Era um humanista, influenciado pelo Renascimento Cultural e, por isso, esti- mulou as ciências e as artes. Construiu um observatório astronômico, criou o jardim botânico. Trouxe grandes mestres da pintura flamenga como Albert Eckout e Frans Post. Convidou diversos artistas e cientistas para um grande projeto que ele mesmo definiu como “exploração profunda e universal da terra”. Entretanto, esses gastos com a colônia provocaram desavenças com a W.I.C. A Cia. Das Índias Ocidentais era uma empresa que visava o lucro maximizado. Foi para isso que Nassau foi chamado a governar. Por isso, em maio de 1644 Maurício de Nassau retorna a Holanda. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SUYANNE KAREN LIMA SANTOS - 02708203371, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 27 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos Os holandeses seriam expulsos de Pernambuco em 1654, quando ocorrera a Insurreição Pernambucana (1645-1654) Em 1641, aportou em São Luís uma esquadra holandesa formada por 18 embarcações, com mais de mil militares, sob o comando do almirante Jan Cor- nelizoon Lichtardt e pelo coronel Koin Handerson. O principal objetivo dos holandeses seria a expansão da indústria açucareira na região. Antes da invasão em São Luís, os holandeses já haviam invadido grande parte do nordeste brasileiro e tomado outras cidades como Salvador, Recife e Olin- da. Os holandeses investiram contra São Luís e amedrontaram os moradores, o que fez a cidade ficar deserta. Foi feito prisioneiro o governador da cidade, o fidalgo português BentoMaciel Parente, e também foi hasteada a bandeira holandesa. A cidade toda foi saqueada, igrejas e cerca de cinco mil arrobas de açúcar foram roubados. Isso tudo resultou numa paralisação da economia maranhense. A pro- dução da capitania era baseada na comercialização de tabaco, cravo, algodão, aguardente, açúcar, sal, azeite, couro, farinha de mandioca, baunilha entre outros produtos. A expulsão dos Holandeses Após a expansão dos holandeses para o interior além da ilha de São Luís, foram em busca do controle sobre outros engenhos maranhenses. Os portugueses esta- vam insatisfeitos, então iniciaram em 1642 os movimentos de revolta e de mobili- zação para tentar expulsar os holandeses das terras maranhenses. Começou então uma guerrilha que durou cerca de três anos e em consequência causou a destruição da cidade de São Luís. 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Em 28 de fevereiro de 1644, as debilitadas tropas holandesas foram obrigadas a fugir do Maranhão, partindo para o Ceará e, em seguida, para o Rio Grande do Norte. Finalmente depois de uma violenta batalha que levou a morte de muitas pesso- as, em 1644 os holandeses foram expulsos do Maranhão, após ocuparem São Luís por 27 meses. No ano seguinte eclodiu a Insurreição Pernambucana, que contou, em sua etapa final, com a aliança entre os moradores de Pernambuco e os portugueses. Depois de diversas batalhas, os holandeses foram derrotados em 1654. Em 1661, na cidade holandesa de Haia, Portugal e Holanda assinaram um acor- do que estabelecia uma indenização devida aos holandeses pelos investimentos feitos no Brasil. Encerrada a ocupação holandesa no Brasil, restava à colônia a herança dos com- promissos estabelecidos pela metrópole portuguesa com a Coroa inglesa, outra for- ma de dominação colonial. Isso porque, tanto na luta contra os holandeses quanto nas disputas contra os espanhóis pelo trono, os portugueses contaram com o apoio dos ingleses. Em consequência, Portugal e Brasil tornaram-se dependentes do capital inglês. Outra grave consequência da expulsão dos holandeses foi a concorrência promovida por eles na produção de açúcar. Utilizando os conhecimentos acu- mulados no Brasil, passaram a produzir açúcar em suas possessões nas Antilhas O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SUYANNE KAREN LIMA SANTOS - 02708203371, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 29 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos com custos mais baixos e melhor qualidade, provocando a decadência da produção açucareira no Nordeste do Brasil. Alguns historiadores afirmam que a expulsão holandesa também contribuiu para o surgimento do nativismo pernambucano, já que a província seria o palco de boa parte das revoltas posteriores contra a metrópole portuguesa. O Estado do Maranhão e Grão-Pará: a Revolta de Bequi- mão – Causas – Companhia de Comércio do Maranhão e Grão-Pará – Os objetivos da Revolta O Estado do Grão-Pará e Maranhão foi uma unidade administrativa portuguesa na América do Sul. Criado com a denominação de Estado do Maranhão em 13 de junho de 1621, por Filipe II de Portugal (ou Filipe III da Espanha), no Norte da América Portuguesa (atual Brasil), e renomeado Estado do Maranhão e Grão- -Pará em 1654, e Estado do Grão-Pará e Maranhão em 1751, o qual foi dividido em 1772. No seu período áureo, sua extensão territorial abrangia os atuais estados do Maranhão, Piauí, Pará, Amazonas, Amapá e Roraima. Em 1621, é criado o Estado do Grão-Pará e Maranhão (com capital em São Luís), separado do estado do Brasil (com capital em Salvador), cuja criação ti- nha o objetivo de melhorar o contato da região com sua metrópole, além de incentivar a coleta das “drogas do sertão”, o cultivo da cana, algodão, café e do cacau, além da vinda de colonos. Em 1637, uma expedição comandada por Pedro Teixeira partiu de Belém até chegar a Quito, no Equador. Ao voltar, tomou posse, em nome de Portugal, de todas O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SUYANNE KAREN LIMA SANTOS - 02708203371, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=disciplina-historia-do-maranhao-para-concursos 30 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos as terras na margem esquerda do Rio Napo até o Oceano Atlântico, ou seja, quase toda a Amazônia. Nas décadas seguintes, foram explorados os principais afluentes do Amazonas devido à procura das chamadas “drogas do sertão”, como a canela, a baunilha, o cravo, o urucu e o cacau. Sertanistas, religiosos, tropas de resgate, tropas de guerra, contratadas para vencer a resistência dos índios ou escravizá- -los, subiam e desciam rios, montando feitorias, explorando a floresta, pescando, num esforço que resultaria mais tarde em uma ocupação efetiva da região. Na segunda metade do século XVII é criada a Companhia Geral do Comércio do Grão- -Pará e Maranhão, para fomento da região, com a introdução de escravos negros. A união com o Maranhão é desfeita em 1774, ao mesmo tempo em que a região sofria com uma estagnação da economia local. À época da independência, o Grão- -Pará é uma das regiões onde há conflito armado contra o domínio português. A Revolta de Bequimão (1684) A Revolta de Beckman, também conhecida como Revolta dos Irmãos Beckman ou Revolta de Bequimão, ocorreu no Estado do Maranhão, em 1684. É tradicio- nalmente considerada como um movimento nativista pela historiografia em His- tória do Brasil. Como vimos, o Estado do Grão Pará e Maranhão foi criado à época da Dinastia Filipina, em 1621, compreendendo os atuais territórios do Maranhão, Ceará, Piauí, Pará e Amazonas. Essa região subordinava-se, desse modo, diretamente à Coroa Portuguesa. Entre as suas atividades econômicas destacavam-se a lavoura de cana e a produção de açúcar, o cultivo de tabaco, a pecuária (para exportação de couros) e a coleta de cacau. A maior parte da população vivia em condições de extrema O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SUYANNE KAREN LIMA SANTOS - 02708203371, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 31 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos pobreza, sobrevivendo da coleta, da pesca e praticando uma agricultura de subsis- tência. Rebeliões Nativistas: são rebeliões entre colonos ou em defesa do interesse das elites coloniais. • Revolta dos Beckman de 1684; • A Guerra dos Emboabas de 1708 e 1709; • A Revolta de Felipe dos Santos de 1720; • A Guerra dos Mascates. 1710 e 1711. Rebeliões Separatistas: visam a independência em relação a Portugal. • Inconfidência Mineira 1789; • Conjuração Baiana 1798; • Insurreição Pernambucana de 1817. (A Insurreição Pernambucana 1645- 1654 é a que expulsou os holandeses.) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SUYANNE KAREN LIMA SANTOS - 02708203371, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=disciplina-historia-do-maranhao-para-concursos 32 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos Desde meados do século XVII, o Estado do Maranhão enfrentava séria crise econômica, pois desde a expulsão dos Holandeses da Região Nordeste do Brasil, a empresa açucareira regional não tinha condições de arcar com os altos custos de importação de escravos africanos. Neste contexto, teve importância a ação do padre Antônio Vieira (1608-1697) que, na década de 1650, como Superior das Missões Jesuíticas no Estado do Maranhão, implantou as bases da ação missionária na região: pregação, batismo e educação, nos moldes da cultura portuguesa e das regras estabelecidas pelo Con- cílio de Trento (1545-1563). Posteriormente, pela lei de 1º de abril de 1680 a Coroa determinava a abo- lição da escravidão indígena, sem qualquer exceção, delimitando, mais adiante, as respectivas áreas de atuação das diversas ordens religiosas. Para contornar a questão de mão de obra, os senhores de engenho locais or- ganizaram tropas para invadir os aldeamentos organizados pelos Jesuítas e capturar indígenas como escravos. Estes indígenas, evangelizados, constitu- íam a mão de obra utilizada pelos religiosos na atividade de coleta das chamadas drogas do sertão. Diante das agressões, a Companhia de Jesus recorreu à Coroa, que interveio e proibiu a escravização do indígena, uma vez que esta não trazia lucros para a Metrópole. Para solucionar esta questão, a Coroa instituiu a Companhia do Comércio do Maranhão (1682), em moldes semelhantes ao da Companhia Geral do Comércio do Brasil (1649). Pelo Regimento, a nova Companhia deteria o estanco (monopó- lio) de todo o comércio do Maranhão por um período de vinte anos, com a obriga- ção de introduzir dez mil escravos africanos (à razão de quinhentas peças por ano), comercializando-os a prazo, a preços tabelados. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SUYANNE KAREN LIMA SANTOS - 02708203371, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 33 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos Além do fornecimento destes escravos, deveria fornecer tecidos manufaturados e outros gêneros europeus necessários à população local, como por exemplo o ba- calhau, os vinhos, e a farinha de trigo. Em contrapartida, deveria enviar anualmen- te a Lisboa pelo menos um navio do Maranhão e outro do Grão-Pará, com produtos locais. O cacau, a baunilha, o pau-cravo e o tabaco, produzidos na região, seriam vendidos exclusivamente à Companhia, por preços tabelados. Para obtenção da farinha de mandioca necessária à alimentação dos africanos escravizados, era permitido à Companhia recorrer à mão de obra indígena, remu- nerando-a de acordo com a legislação em vigor. Graças à intercessão do Governa- dor Francisco de Sá de Meneses, apenas os jesuítas e franciscanos ficaram livres do monopólio exercido pela Companhia. Sem conseguir cumprir adequadamente os compromissos, a operação da Com- panhia agravou a crise econômica e fez crescer o descontentamento na região: • os comerciantes locais sentiam-se prejudicados pelo monopólio da Compa- nhia; • os grandes proprietários rurais entendiam que os preços oferecidos pelos seus produtos eram insuficientes; • os apresadores de indígenas, contrariados em seus interesses, reclamavam da aplicação das leis que proibiam a escravidão dos nativos; • a população em geral, protestava contra a irregularidade do abastecimento dos gêneros e os elevados preços dos produtos. A Companhia passou a ser objeto de acusações de não fornecer anual- mente o número de escravos estipulado pelo Regimento, de usar pesos e me- didas falsificados, de comercializar gêneros alimentícios deteriorados e de praticar O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SUYANNE KAREN LIMA SANTOS - 02708203371, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=disciplina-historia-do-maranhao-para-concursos 34 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos preços exorbitantes. Esses fatos, somados às isenções concedidas aos religiosos conduziria a uma revolta. Após alguns meses de preparação, aproveitando a ausência do Governador Fran- cisco de Sá de Menezes, em visita a Belém do Pará, a revolta eclodiu na noite de 24 de fevereiro de 1684, durante as festividades de Nosso Senhor dos Passos. Sob a liderança dos irmãos Manuel e Tomás Beckman, senhores de enge- nho na região, e de Jorge de Sampaio de Carvalho, com a adesão de outros proprie- tários, comerciantes e religiosos insatisfeitos com os privilégios dos Jesuítas, um grupo de sessenta a oitenta homens mobilizou-se para a ação, assaltando os armazéns da Companhia. Já nas primeiras horas do dia seguinte os sediciosos tomaram o Corpo da Guarda em São Luís, integrado por um oficial e cinco soldados. Partiram dali, com outros moradores arregimentados no trajeto, para a residência do Capitão-mor Baltasar Fernandes, que clamava por socorro, sem sucesso. Beckman intimou-lhe a voz de prisão e suspensão do cargo, acrescentando, como que por chacota, que para tornar-lhe aquela mais suave o deixava em casa entregue à guarda da sua própria mulher, com obrigações de fiel carcereira. Por sua vez, em 1685 no Brasil, os revoltosos ocuparam o Colégio dos Mascates e expulsaram os jesuítas que viviam ali. Por cerca de um ano, Manuel Beckman controlou uma junta revolucionária e governou a Província do Maranhão. Por fim, em 15 de maio de 1685, o novo governador, Gomes Freire de An- drade, no comando de tropas portuguesas, desembarca na cidade, onde não encontra resistência. Ele reempossa as autoridades e, com a confirmação das acusações feitas à Companhia do Comércio do Maranhão, solicita o fim de suas atividades. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SUYANNE KAREN LIMA SANTOS - 02708203371, vedada, por quaisquer meios e a qualquertítulo, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 35 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos Já os líderes da revolta, Manuel Beckman e Jorge de Sampaio, serão pre- sos, julgados e condenados à morte pela forca, enquanto os outros envolvidos são condenados à prisão perpétua. Questão 2 (FCC/PM-MA/SOLDADO/2006) Em 1684, eclodiu uma revolta de pro- prietários de terra no Maranhão, conhecida por Revolta de Bequimão. Os revoltosos posicionaram-se a) contra o monopólio da companhia de comércio e contra os jesuítas. b) contra a escravidão dos africanos e dos indígenas maranhenses. c) a favor da catequização dos indígenas realizada pelos jesuítas. d) a favor do monopólio real sobre a exploração dos produtos da região. e) contra a expulsão dos jesuítas determinada pela coroa portuguesa. Letra a. Querido(a), como vimos, a Revolta de Bequimão foi resultado do monopólio da companhia de comércio, pelo não cumprimento do fornecimento de mão de obra escrava, e da interferência dos jesuítas, que proibiam a escravização de indígenas. Companhia de Comércio do Maranhão e Grão-Pará A Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão ou Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão foi uma empresa privilegiada, de carácter monopolista, criada pelo Marquês de Pombal, na segunda metade do século XVIII, em Portugal. Confirmada pelo Alvará Régio de 7 de junho de 1755, destinava-se a controlar e fo- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SUYANNE KAREN LIMA SANTOS - 02708203371, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=disciplina-historia-do-maranhao-para-concursos 36 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos mentar a atividade comercial com o Estado do Grão-Pará e Maranhão, fortalecendo a prática do mercantilismo no reino. Querido(a), não confunda a Companhia do Comércio do Maranhão (1682) com a Companhia do Comércio do Maranhão e Grão-Pará (1755). A primeira acabamos de estudá-la quando tratamos da Revolta de Bequimão. A segunda foi criada pelo Marquês de Pombal. Diante da proibição da escravidão indígena no Estado do Grão-Pará e Maranhão, a Companhia teve a sua origem numa petição, encaminhada em 1752 pela Câma- ra Municipal de São Luís do Maranhão ao governador e capitão-general, Francisco Xavier de Mendonça Furtado, para que fosse criada uma sociedade autorizada a explorar o comércio de importação de escravos africanos. Como vimos, a falta de mão de obra escrava, obrigação não cumprida pela Companhia do Co- mércio do Maranhão, foi o principal motivo da Revolta de Bequimão de 1682. O governador acolheu de bom grado a ideia e, após ter conseguido o apoio dos cidadãos mais influentes de Belém do Pará, encaminhou-a com sua aprovação ao seu meio-irmão, o Marquês de Pombal. No Reino, no âmbito da vasta reestruturação administrativa que promovia à época, Pombal atraiu, para a ideia, grandes comerciantes das praças de Lisboa e do Porto. Desse modo, fundava-se a Companhia, a 7 de agosto de 1755. O objetivo da Companhia era vender escravos africanos em grande es- cala nas capitanias do Grão-Pará e Maranhão, com isso desenvolvendo a agri- cultura e fomentando o comércio. Para esse fim, recebeu diversos privilégios, como: o monopólio por vinte anos do tráfico de escravos e do transporte naval de outras mercadorias para aquelas capitanias; dispor de navios da Armada Real para a es- colta de seus navios de transporte; o reconhecimento de que os seus funcionários O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SUYANNE KAREN LIMA SANTOS - 02708203371, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 37 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos estavam oficialmente a serviço de El-Rei; prioridade para as suas mercadorias nas alfândegas; foro especial para as suas causas; entre outros. Esses privilégios foram posteriormente ampliados pelo chamado “Alvará Secreto” de 1757, ano anterior ao em que zarparia a primeira de suas frotas para o Brasil (1758). Esse grande número de facilidades e prerrogativas concedido à Companhia por parte do Estado foi criticado pela Companhia de Jesus, prejudicada em suas explo- rações comerciais na região. Como exemplo, o padre Manuel Ballestre, de seu púl- pito em Lisboa, afirmou: “quem entrar nesta Companhia não entrará na de Cristo, nosso Redentor.” Essa fala custou-lhe o desterro sumário da Corte. Ao mesmo tempo, de São Luís, o bacharel em direito João Tomaz de Negreiros, instigado pelo vice-provincial dos jesuítas e procurador das Missões no Maranhão, padre Bento da Fonseca, peticionou à Coroa Portuguesa expondo o descontenta- mento dos comerciantes locais, que se sentiam lesados pela concorrência desleal. Pombal considerou a petição ofensiva e o seu desagrado traduziu-se na deten- ção do bacharel, do religioso, e de alguns dos comerciantes signatários da petição. Ao mesmo tempo, o governador e capitão-general recebeu ordens de não mais admitir qualquer ataque contra a Companhia, nomeadamente se originado de inte- resses particulares eventualmente prejudicados. Todos os envolvidos deveriam ser punidos, tornando-se objeto de devassa. A mesma prática deveria ser aplicada aos padres que se aproveitassem do púlpito para instigar o descontentamento entre a população. Apesar das críticas, a ação da Companhia trouxe grandes benefícios a São Luís: o comércio com a metrópole, antes incipiente, floresceu. Se, até então, o movimento resumia-se a um navio por ano para a Metrópole, entre 1760 e 1771 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SUYANNE KAREN LIMA SANTOS - 02708203371, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Baixado por Karine Study (karinekkaka2003@gmail.com) lOMoARcPSD|40673115 https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=disciplina-historia-do-maranhao-para-concursos 38 de 154www.grancursosonline.com.br HISTÓRIA DO MARANHÃO História do Maranhão Prof. Daniel Vasconcellos setenta e um navios dali partiram para o reino, transportando, em seus porões, cargas de algodão, arroz, cacau, gengibre, madeira e outras. Com relação ao movimento de escravos, calcula-se que, até 1755, data de sua criação, ingressaram apenas três mil africanos no Estado do Grão-Pará e Maranhão. Entre 1755 e 1777, esse número saltou para doze mil. A aquisição dessa mão de obra em Cacheu, Bissau e Angola era financiada pela Companhia. Maria I de Portugal extinguiu o monopólio no início da década de 1780, no con- texto da chamada “Viradeira”, extinguindo a própria Companhia em 25 de fevereiro de 1778. A sua liquidação, entretanto, arrastou-se ao longo das décadas, sendo concluída apenas em 1914. Viradeira é uma designação que se
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