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AREIAS LIGADAS QUIMICAMENTE Claudio Luiz Mariotto SISTEMAS LIGANTES QUÍMICOS Lista parcial de processos baseados em ligantes químicos desenvolvidos a partir de 1945 aproximadamente, não incluindo, portanto, processos já considerados convencionais à época da II Guerra (areia-óleo, areia-cimento e moldagem em gesso, entre outros) Shell Molding (Croning, moldagem em casca) 1948 Processo CO2 1954 Processo óleo-ativador (oxidante) 1954 Processo hot-box (caixa quente) 1958 Cura-a-frio, furânico 1958 Warm-Box: resina ou silicato e ar quente 1960 Hot-box, fenólico 1961 Areia Fluida, silicato 1965 Cura-a-Frio, óleo-isocianato 1965 Cura-a-Frio, fenólico 1966 Silicato / Fe-Si (Nishiyama) 1967 Silicato / éster 1968 Cura-a-Frio, fenólico-uretânico 1969 Cold-Box (fenólico-uretânico) 1969 Processo SO2 1971 Fosfatos poliméricos 1974 Areia Fluida, resinas furânicas 1974 Warm-Box (sem ar quente) 1980 Cimento sorel / oxalatos 1980 Cura-a-Frio, resol-éster (alcalino) 1980 Começando nos anos 60, o desenvolvimento de ligantes químicos autocuráveis à temperatura ambiente para materiais de moldagem, substituiu os processos convencionais de moldagem manual para moldes de fundição. Os moldes feitos com areia ligada com argila, secos ou não, e compactados mecanicamente e os machos feitos com areia a óleo, foram substituídos em instalações de moldagem de grandes peças, por ligantes de cura a frio que são endurecidos utilizando-se ácido. Isto está ocorrendo também, cada vez mais, na produção de pequenas, peças com pedidos individuais ou em pequenas corridas. As resinas têm sido desenvolvidas continuamente e têm sido complementadas por uma série de novos processos. A tabela abaixo dá uma visão geral. Sistemas ligantes de cura-a-frio para moldes e machos (segundo BENZ, N. e KÄLBERER, T. Casting Plant and Technology, nº 4, 1985) SISTEMA LIGANTE ADEQUAD O PARA COMPOSIÇÕES USUAIS PINTURA À BASE DE RECUPE- RAÇÃO OBSERVAÇÕES Resina de Cura-a-frio a) à base de resina furânica / ácido fofo cinzento, aço, ligas leves, ligas de cobre 100 areia quartzo 0,3-0,5 PTS, H3PO4 0,8-1,2 resina furânica álcool ou água mecânica ou térmica Processo universal, especialmente para peças grandes; tempos de cura curtos com endurecedores especiais b) à base de resina fenólica fofo cinzento, fofo nodular e aço 100 areia quartzo 0,3-0,6 ácido 0,8-1,2 resina fenólica álcool ou água mecânica ou térmica Processo universal, especialmente para peças grandes Resina poliuretanica a) com acelerador fofo cinzento, fofo nodular e aço. 100 areia quartzo 0,5-0,8 poliisocianato 0,5-0,6 resina fenólica 0,5-2 catalisador álcool; água sob certas circunstânci as ? É uma variante do processo de resina de cura rápida; bom acabamento em aço b) sem acelerador Ligas leves 100 areia de Quartzo 0,6-0,8% poliisocianato 0,6-0,8 aminopoliol álcool ? Bom acabamento e boa colapsibilidade com ligas leves Resol-éster fofo cinzento, fofo nodular, aço, ligas leves, ligas de cobre 100 areia de Quartzo 0,2-0,5% éster 1,2-1,4 resina resólica álcool ? Sem odores na produção de moldes e machos; ótimo acabamento superficial, boa colapsibilidade em peças de ligas leves Resina alquídica- uretânica fofo cinzento, nodular, aço, ligas de cobre 100 areia de Quartzo 0,2-0,2% poliisocianato 1,5-1,8 ligante álcool mecânica ou térmica Apropriado particularmente para aço devido a atmosfera redutora durante vazamento Silicato de sódio/éster 100 areia de Quartzo 0,2-0,3% éster 2,5-3,0 silicato de sódio álcool ? Sensibilidade à temperatura; baixa colapsibilidade AREIAS-BASE São de importância decisiva em todos os processos que utilizam resinas. A aplicação ótima do ponto de vista tecnológico e econômico dos sistemas ligantes requer a utilização de areias de quartzo lavadas e classificadas. Em casos especiais pode-se usar areias de zirconita, cromita e olivina. Além da composição química e mineralógica, a forma superfície, tamanho e distribuição granulométrica dos grãos da areia são importantes no julgamento da qualidade da areia. As areias de quartzo de alta qualidade são as que contêm teores muito baixos de minerais contaminantes tais como feldspato, mica, glauconita, óxidos de metais alcalinos e minerais carbonáceos. A presença desses minerais reduz o ponto de sinterização da areia de modo mais ou menos pronunciado. Minerais argilosos afetam desfavoravelmente os ligantes químicos. O teor ótimo de ligantes em cada caso particular depende fortemente da forma e da área superficial dos grãos de areia. Está demonstrado que grãos arredondados exigem os menores teores de ligante, além de propiciarem melhor adensamento. O tamanho da partícula e sua distribuição têm uma influência significativa na resistência do material de moldagem curado: o tipo de dependência da resistência em relação aos teores de ligante e ao módulo da areia está exemplificado na figura abaixo. areia módulo 40 areia módulo 70 1000 800 600 400 200 0 R es is tê nc ia à f le xã o, N /c m 2 0 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 Resina furânica adicionada, % O tamanho do grão de areia tem pronunciado efeito na resistência à flexão. Resina furânica, 45% ácido fosfórico 75 (s/ a resina), após 24 horas de cura. RESINAS SINTÉTICAS Resina sintética é um termo genérico de uma classe de substâncias que possuem uma composição química complexa alto peso molecular e ponto de fusão indeterminado. Estes compostos apresentam a propriedade de polimerização ou cura, isto é, fusão de várias moléculas para formar longas cadeias moleculares. Ao se polimerizarem, as resinas sintéticas endurecem formando blocos de material sólido e quimicamente inerte. A reação de polimerização é normalmente iniciada por certos reagentes químicos, como ácidos fortes ou ésteres, ou por condições físicas, como calor ou radiação. As resinas sintéticas vêm sendo utilizadas comercialmente nos mais diversos produtos desde o início do século, quando foi introduzido o material conhecido como baquelite. Entretanto, foi somente durante a II Guerra Mundial que a indústria, ao pesquisar alternativas para as matérias-primas tradicionais, descobriu o imenso potencial de aplicação das resinas sintéticas. As principais matérias-primas empregadas na produção de resinas sintéticas para moldagem em areia são descritas rapidamente a seguir: Metanol (álcool metílico) - Líquido incolor, tóxico e inflamável, miscível em água, outros álcoois e éteres. O metanol é o primeiro e o mais simples dos álcoois alifáticos, com apenas um átomo de carbono. Ponto de ebulição: 64,50C. Utilizado na produção de formol, em sínteses químicas e como solvente. Formol (formaldeído, aldeído fórmico) - Gás à temperatura ambiente, é geralmente misturado à água para formar uma solução clara, incolor, irritante, com odor penetrante e forte efeito lacrimejante. O formol é um aldeído, o primeiro e o mais simples da série alifática. Utilizado na manufatura de resinas sintéticas por reação com fenol, uréia, melamina e outros. E utilizado também como intermediário na síntese de outros produtos químicos e desinfetantes. Fenol - Sólido, cristalino, incolor, venenoso e corrosivo. E o composto químico mais simples da série dos fenóis. Ponto de fusão: aproximadamente 420C. Solúvel em água, álcool e éter. O fenol é empregado na fabricação de resinas para fundição, resinas para abrasivos e materiais de fricção, aglomerados de lã de vidro e outras fibras, laminados para decoração, composições especiais de borracha e plásticos do tipo baquelite. Uréia - Sólida, cristalina, branca, praticamente inodora e incombustível, com ponto de fusão a 132,70C. E uma das principais matérias-primas para a produçãode resinas uréia-formol, que são resinas termofixas de boa resistência. Álcool furfurílico (furfurol) - Liquido venenoso, solúvel em álcool e éter, miscível em água, facilmente resinificável por ácidos. Obtido por reação catalítica do furfural (aldeído furfurílico). Utilizado como solvente e na produção de resinas sintéticas para fundição. DOIS TIPOS PRINCIPAIS DE RESINAS SINTÉT1CAS As resinas sintéticas podem ser classificadas em dois grandes grupos, de acordo com a sua propriedade final: Resinas termoplásticas: têm a propriedade de sempre amolecer sob a ação do calor e de enrijecer quando resfriadas. Resinas termoestáveis ou termofixas: são compostos que ao se solidificarem (curarem) tornam-se produtos insolúveis, infusíveis, rígidos e estáveis. Isso significa que a cura não é a simples evaporação de um solvente (que seria melhor descrita como secagem), mas sim o desencadeamento de uma ou mais reações químicas complexas, como condensação, reticulação, polimerização, etc. Para que a cura se processe é imprescindível que exista no sistema um conjunto de condições que possibilitem estas reações, como calor e pH adequados. As características de insolubilidade e infusibilidade são inerentes às resinas sintéticas formadas por ligações cruzadas (reticulação). É possível controlar a estrutura química da resina de forma que sua polimerização final ocorra apenas quando ela for utilizada para a obtenção do produto final. Este é o principal tipo de resina empregado na indústria de fundição. As possibilidades de aplicação das resinas sintéticas para aglomeração de areia em fundição foram percebidas há muito tempo, mas os primeiros sistemas de resinas comerciais surgiram apenas na década de 50. A seguir, uma breve descrição das principais resinas de interesse para a indústria de fundição de metais. RESINAS FENÓLICAS Também chamadas resinas fenol-formol ou FF são resinas sintéticas termofixas produzidas pela reação de fenol e formol. As primeiras informações sobre as resinas fenólicas surgiram em 1872, na Alemanha, quando A. von Bayer descobriu que o fenol reagindo com o formol originava um produto resinoso. Em 1907, nos EUA, L. H. Baekeland publicou a primeira patente de real interesse sobre resinas fenólicas. Em 1910, as resinas fenólicas foram pela primeira vez aplicadas industrialmente na produção de vernizes de isolamento elétrico. A partir de 1914, a indústria de equipamentos elétricos começou a utilizar regularmente estas resinas para a impregnação de papel e tecidos. A partir de 1920, iniciou-se o desenvolvimento de materiais moldados para a indústria automobilística e, sobretudo, para a indústria de equipamentos elétricos. As resinas fenólicas podem ser produzidas por processo alcalino ou ácido, resultando em resinas alcalinas ou resóis e resinas ácidas ou novolacas. Os resóis caracterizam-se por um excesso de formol em relação ao fenol e são produzidas com catalisadores alcalinos, do tipo hidróxido de sódio, hidróxido de potássio, hidróxido de bário, etc. Uma grande quantidade de resóis é obtida com a variação da quantidade de formol em relação ao fenol, cuja relação molar oscila normalmente entre 1/1 e 2/1 (formol/fenol). E possível também a obtenção de produtos diferentes através de variações dos derivados fenólicos, dos catalisadores e dos processos de síntese. A temperatura para a obtenção de resóis varia de 40 a 120°C, sendo a faixa dos 70-80°C a mais utilizada. De forma geral, os resóis são líquidos, podendo também ser obtidos na forma sólida, quando necessário. Normalmente, estas resinas curam a altas temperaturas para cura, acima de 130°C, sem necessidade de conversores, o que é garantido por sua proporção molecular e seu ambiente. Entretanto, algumas resinas podem ser curadas à temperatura ambiente com a adição de conversores especiais que destroem o inibidor e permitem que a reação continue até o final em intervalo de tempo relativamente curto, como, por exemplo, as resinas conhecidas comercialmente como Alphaset e Betaset. As novolacas são obtidas com o emprego de catalisadores ácidos e caracterizam-se por um excesso de fenol em relação ao formol. São normalmente sólidas. Obtêm-se produtos com características diferentes variando os derivados fenólicos, os catalisadores (que podem ser orgânicos ou inorgânicos) e, em menor grau, o processo de produção. A relação molar fenol/formol, que normalmente vai de 1/0,5 a 1/0,88, é freqüentemente alterada para a obtenção de produtos diferentes. As resinas fenólicas do tipo novolaca podem ser entregues para consumo tanto na forma sólida quanto em solução em solventes orgânicos. Sua estabilidade na armazenagem é considerada excelente. A cura final ocorre em altas temperaturas e com a adição de conversores, sendo a hexametilenotetramina (ou hexamina) o conversor mais empregado. Ver esquema abaixo: Tanto as resinas fenólicas do tipo resol como as novolacas encontram largo emprego como aglomerantes de areia bem como na preparação de revestimentos de machos c moldes para fundição. Ao selecionar resinas fenólicas para uma determinada aplicação é necessário observar o grau de dilutibilidade, a solubilidade, as condições de diluição e a compatibilidade da resina em relação às funções da aplicação. RESINAS URÉIA-FORMOL Também chamadas resinas uréicas ou UF, são resinas sintéticas termofixas produzidas pela reação de formol com uréia. São extremamente versáteis e de baixo custo. Podem ser produzidas com diversas composições moleculares, puras ou modificadas por outros compostos, resultando em resinas especiais, como, por exemplo, as modificadas com álcool furfurílico. As resinas uréicas contêm nitrogênio, originário da própria uréia, que é uma amina. Podem ser formuladas de modo a que curem a diversas temperaturas, desde a temperatura ambiente até 200°C. Para a cura final é necessário secar a resina pela evaporação do solvente (água) e adicionar um conversor que destrua a ação dos inibidores e estabilizantes. Resistem bem aos solventes orgânicos, mas são hidrolisadas por ácidos e bases fortes. Ver esquema abaixo: n RESINA FENOL-FORMOL CONVERSOR RESINA RETICULADA RESINA RETICULADA FORMOL RESINA URÉIA-FORMOL CONVERSORURÉIA n FENOL FORMOL RESINAS FURÂNICAS São resinas complexas, com três componentes ativos: uréia-formol/álcool furfurílico (UF/AF) ou fenol- formol/álcool furfurílico (FF/AF). São resinas líquidas e termofixas, catalisadas por sistemas ácidos. Resinas furânicas especiais do tipo novolaca são utilizados em outras áreas técnicas. Ver esquema mais adiante. Para emprego em fundição, esses três materiais resinosos costumam ser comercializadas segundo as seguintes combinações básicas: Resina uréica-furânica (UF/AF): apresenta teor de álcool furfurílico entre 30 e 80% e vários teores de nitrogênio e água. Tem alta resistência a frio e é adequada para o uso com alumínio e ferros fundidos de baixa liga. Em alguns casos, os altos teores de nitrogênio poderão interferir na qualidade final do fundido, causando porosidades. Resina fenólica-furânica: apresenta teor de álcool furfurílico entre 30 e 70%, com um desempenho ligeiramente inferior à UF/FA em termos de desenvolvimento de resistência a frio. Entretanto, devido à ausência de nitrogênio, é mais indicada para o uso com aço, ferro fundido nodular e ferro fundido de alta resistência. Resina uréica-fenólica-furânica (UF/FF/AF): apresenta teor de álcool furfurílico entre 40 e 85%, com baixos teores de nitrogênio, apesar de manter um bom desenvolvimento de resistência a frio. É adequada para ferro fundido de alta resistência, ferro fundido nodular e aço. RESINA RETICULADA CONVERSOR RESINA FURÂNICA ÁLCOOL FURFURÍLICO RESINA UF n CONVERSORES São compostos auxiliares utilizados em conjunto com as resinas sintéticas para promover sua polimerização ou cura. Sempre é possível adaptar um conversor que se ajuste às situações específicasencontradas na produção. De forma geral, as resinas fenólicas novolaca de cura a quente utilizam como conversor a hexamina que, pela ação do calor, se desdobra em amoníaco e formol, promovendo a reação de cura. De forma geral, as resinas de cura a frio utilizam como conversores alguns ácidos fortes. Os ácidos mais freqüentemente utilizados com resinas furânicas são o ácido fosfórico, o ácido paratolueno sulfônico (PTSA) e o ácido xileno sulfônico (XSA). O ácido fosfórico e suas misturas são recomendados para uso apenas com resinas do tipo uréica-furânica. Estes conversores geralmente impossibilitam a recuperação da areia devido aos fosfatos formados que permanecem na areia e causam redução da resistência do molde e absorção de fósforo pelo metal. Os ácidos paratolueno sulfônico e xileno sulfônico podem ser usados com todos os tipos de resinas furânicas. Não impõem restrições à recuperação de areia pois decompõem-se facilmente, juntamente com a resina, durante o vazamento do metal. Alguns sistemas de moldagem pelo processo de cura a frio utilizam resinas curadas por ésteres. PROCESSOS DE MOLDAGEM COM RESINA DE CURA A FRIO Dentre os processos de moldagem usando sistemas ligantes químicos, o processo com resina de cura a frio tem apresentado a maior importância. Sistemas ligantes: os seguintes tipos de resinas são utilizados como ligantes: • resinas furânicas; • resinas fenólicas; • combinações de resinas furânicas e fenólicas. As principais matérias-primas para a produção das resinas são: álcool furfurílico, fenol, uréia e formaldeido. Os processos químicos envolvidos na formação de resinas furânicas e fenólicas são resumidos a seguir: a) resina furânica (F = furano) oformaldeid furano OHCHCH OCHCHCHOHOCHOHCH n 2 O 22 O 2 O 2 H 22 O →+ + FFFF b) resina fenólica (B = anel benzênico) OHn CH OHCHH OHCH II. fenílico álcool fenol OHCH OCH I. 2 OH 2 OH 2 OH 2 OH 2 OH 2 OH +→+ →+ BBBB BB Alguns dos esforços mais recentes no desenvolvimento das resinas de cura a frio para têm-se concentrado na obtenção de resinas de baixo odor e livres de formaldeido (ou que praticamente não liberam formaldeido para o ambiente durante o processamento). As exigências, impostas principalmente pelas fundições de aço, por resinas que não produzissem defeitos de fundição causados por nitrogênio motivaram o desenvolvimento de resinas fenólicas de cura a frio praticamente isentas de nitrogênio, que encontram aplicação também na fundição de peças pesadas de ferro fundido. Os agentes de cura mais utilizados para o processo de moldagem com resina de cura a frio são ácido ortofosfórico em concentrações variadas (65% a 87% em peso) e de vários níveis de pureza, assim como ácido toluenosulfônico - uma mistura isomérica de ácido orto- e paratoluenosulfônico (PTS) - o qual é usado geralmente em concentrações de 60% a 70% em peso. Além do PTS e do ácido fosfórico, também são utilizadas misturas contendo outros ácidos orgânicos e inorgânicos. Condicionamento. O desenvolvimento dos misturadores contínuos e dos processos de cura a frio ocorreram em regime de dependência mútua: na verdade, os misturadores contínuos estimularam a rápida expansão do processo de moldagem em cura a frio que, por seu turno, exigiu constantes aperfeiçoamentos nesses equipamentos. O uso de areia base isenta de poeiras é fundamental para a economia de qualquer processo de cura a frio. O uso de areias com módulo AFS em torno de 50-60 (tamanho médio de grão entre 0,2 e 0,3mm) permite obter bons níveis de resistência com teores de ligante entre 0,9 e 1,2% (em peso, sobre a areia). É melhor basear-se o teor de agente de cura (conversor) na quantidade de ligante do que na de areia. Em geral, a adição de conversor na proporção aproximada de 33% em peso sobre a quantidade de ligante é suficiente para obter uma boa cura (v. figura abaixo). 2% resina 1% resina 1000 800 600 400 200 R es is tê nc ia à f le xã o, 2 0 20 30 40 50 60 70 Adição de catalisador % O teor apropriado de conversor para resinas furânicas está na faixa de 33 a 55% em peso sobre a resina. O que determina a relação correta entre as quantidades de ligante e de agente de cura é o tempo de cura que se deseja na operação de moldagem. O tempo de cura é definido como o tempo necessário para que a areia endureça o suficiente para que se possa extrair os modelos ou caixas de machos sem risco de dano. É importante lembrar, no entanto, que a cura ainda não está completa neste ponto. Regeneração da areia e uso de areia de quartzo: A utilização de areia regenerada está aumentando continuamente. As razoes para tal, são variadas. Elas podem ser agrupadas nas seguintes categorias: • controle de poluição • razões de qualidade • razões econômicas O descarte de areias usadas ligadas com resina tem se constituído em um problema. Deve-se supor que limites cada vez mais restritos serão impostos no futuro para o descarte de areia de fundição usada. As considerações econômicas em favor da reutilização da areia recuperada também não são desprezíveis. Além disso, a prática tem mostrado que quando areia usada é empregada, defeitos de fundição tais como veiamento, distorções e penetrações ocorrem muito menos freqüentemente do que quando é usada areia nova exclusivamente. Estes defeitos os quais são causados principalmente pela expansão do quartzo, são freqüentes, especialmente no caso de fundição de aços e metais pesados, quando sé é utilizada areia nova. De um ponto de vista tecnológico, os processos de regeneração mecânica e térmica são apropriados para recuperação de areia. Em geral, areias ligadas com resinas de cura a frio podem ser regeneradas mecanicamente. São obtidos níveis de resistência mais baixos quando se usa areia recuperada mecanicamente, em comparação com areia nova. A qualidade da areia usada exerce uma forte influencia a este respeito, e isto precisa ser checado continuamente. Instalações de recuperação de areia com pequenas perdas de resistência já são possíveis hoje em dia. Produção de moldes e machos: a seleção de materiais para modelos e caixas de machos deve basear-se em critérios econômicos já que, do ponto de vista tecnológico não há restrição ao uso de madeira, metal ou plástico. Como a escoabilidade das areias ligada com resina de cura a frio tende a ser boa, conseguem-se níveis de compactação elevados, o que permite utilizar baixos teores de ligantes. A compactação por simples vibração é muito usada, mas pode revelar-se insuficiente, principalmente se não houver controle da direção e da intensidade de vibração. A deficiência de compactação pode revelar-se na forma de rugosidade excessiva e até mesmo penetração, principalmente quando se empregam caixas (de machos ou de moldagem) altas. O PROCESSO POLIURETÂNICO No processo poliuretânico o sistema ligante pode requerer ou não a adição de um acelerador para a cura da resina. O princípio do processo é a poliadição de álcoois multivalentes a isocianatos multivalentes. Desta reação resultam resinas poliuretânicas sólidas, altamente ligadas, nas quais não surge nenhum subproduto. Sistemas ligantes: poliuretanas sem acelerador de reação são sistemas de dois componentes consistindo de um aminopoliol e de um poliisocianato. O tempo de cura é determinado por um ajuste do ligante na fábrica. Entretanto, o tempo de cura pode ser modificado na fundição através da mistura de duas resinas, e também pela alteração da relação de poliol e isocianato. O tempo de cura aumenta com o excesso de isocianato. APOLIURETANNATOPOLIISOCIALAMINOPOLIO →+ Este sistema é particularmente apropriado para o uso em fundições de metais leves devido a suas boas propriedades de colapsibilidade. Poliuretanas com aceleradores de reação são sistemas de três componentes consistindode uma resina fenólica modificada com grupos reativos OH, um poliisocianato e um catalisador básico. A velocidade de cura e ajustada pelo teor de catalisador, que varia de 0,2 a 1,5% em peso sobre a resina. A relação entre o tempo de processamento e o tempo de cura é especialmente favorável neste processo: APOLIURETANNATOPOLIISOCIAFENÓLICARESINA RCATALISADO →+⋅ Como resultado da estabilidade térmica mais elevada do que nos sistemas sem acelerador de reação e devido à formação de uma atmosfera redutora durante o vazamento, esta combinação ligante é apropriada para todos os tipos de fundições, especialmente para fundição de aço. Condicionamento: Pode-se empregar qualquer misturador contínuo rápido, desde que o catalisador seja pré-misturado a um dos outros dois componentes (caso contrário, será necessário um dispositivo para dosagem do terceiro componente). Os teores de ligantes dependem dos requisitos necessários às seções dos machos e moldes a serem produzidos. Na prática, os teores de ligantes de 1% ou pouco superiores, em peso, sobre a areia, são suficientes. Os componentes ligantes são empregados em diferentes relações de peso, que podem variar de resina / isocianato de 1:1 a 1:1,2. A reação de cura pode ser guiada. O tempo de processamento é dependente basicamente do tempo de cura. O tempo de processamento é em geral 25% do tempo de cura. Produção dos moldes e machos: modelos e caixas de machos de quase todos os materiais podem ser usados para a produção de moldes e machos. O material de moldagem tem uma escoabilidade muito boa, isto é, atinge alto grau de compactação com relativamente pouca energia. Como mencionado previamente, durante a reação dos componentes individuais não são desprendidos subprodutos, de modo que os odores quando se processa a mistura de areia são bastante toleráveis. Recuperação da areia: areias usadas ligadas com poliuretanas podem ser recuperadas tanto por meios mecânicos como térmicos. O PROCESSO "RESOL-ÉSTER" Sistema ligante: o desenvolvimento mais recente na área dos processos de auto-cura é o "resol-éster". Neste processo, um resol alcalino contendo um mínimo de 30% em peso de água é endurecido pela adição de um éster para mudar o valor do pH. INSOLÚVELULAMACROMOLÉCÉSTERALCALINORESOL ⋅→+⋅ Condicionamento: Usam-se quaisquer dos misturadores contínuos disponíveis comercialmente, mas é possível utilizar também misturadores de bateladas. Os odores desprendidos durante a mistura são bastante toleráveis. A mistura deve ser processada em menos de 10 minutos, quando a reação de endurecimento está avançada. Este sistema ligante é aplicável à fundição de aços e também a ligas de menor temperatura de vazamento. Recuperação da areia: A recuperação da areia deste sistema é problemática, exigindo-se diluições muito grandes (de, pelo menos, 50% de areia nova). 2% resina, 0,5% éster 1% resina, 0,5% éster 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 24 tempo, horas 400 350 250 200 150 100 50 0 R es is tê nc ia à f le xã o, N /c m 2 Usando teores típicos de adição de 1,2 a 1,4% resina e 0,5% de éster (sobre a areia), podem-se obter resistências à flexão ao redor de 250 N/cm2. O PROCESSO DE RESINA ALQUÍDICA-URETÂNICA Sistema ligante: As bases do processo são representadas por um ligante alquídico modificado com resina de poliéster. A cura ocorre com a participação de um poiisocianato na presença do oxigênio atmosférico, de modo a formar uma poliuretana. O processo de cura é controlado por um elemento reativo incorporado à resina. COMPLEXOREATIVOELEMENTOATIVADOR →⋅+ REAÇÃODARESIDUALPRODUTOALQUÍDICAURETANARESINACOMPLEXO ⋅⋅⋅+⋅→+ Condicionamento: A mistura pode ser produzida em praticamente todas as unidades de mistura conhecidas. Como regra, utiliza-se de 1,5 a 1,8% de ligante e 0,2 a 0,4% de poliisocianato, em peso sobre a areia. É prudente adicionar-se de 0,5 a 1,2%, em peso sobre a areia, de óxido férrico à mistura da areia em todos os casos. Isto serve para prevenir à tendência à penetração. Não ocorrem incômodos sensíveis devidos aos odores durante a mistura. Produção de moldes e machos: Este processo é apropriado para a produção de moldes e machos. As seções do molde devem ser secadas com um sopro de ar quente antes do vazamento de modo a eliminar a umidade absorvida da atmosfera. O processo de resina alquídica-uretânica é usado principalmente para grandes peças individuais (de 20 a 40 toneladas métricas) em aço, pois a atmosfera do gás no molde durante o vazamento tem um efeito fortemente redutor. Recuperação da areia: A recuperação da areia usada é possível utilizando-se processos mecânicos, térmicos e combinados mecânicos-térmicos. O PROCESSO SILICATO DE SÓDIO-ÉSTER Sistema ligante: Os tipos utilizados são silicatos de sódio que formam um gel quando gasados por CO2. Processos químicos e físicos iniciam esta reação. Este processo também ocorre quando ésteres de baixo peso molecular são usados no lugar do CO2. A reação do agente de cura líquido é baseado em uma mudança do pH da mistura. A relação entre SiO2 e Na2O aumenta e o gel de sílica finalmente coagula. Os agentes de cura em uso não são tóxicos, constituindo-se de líquidos oleosos livres de nitrogênio. Condicionamento: Todos os tipos de misturadores conhecidos são apropriados para a produção das misturas. Em geral, adiciona-se à areia de quartzo pura de 2,5 a 3,0% de silicato de sódio em peso sobre a areia e de 0,3 a 0.5% de éster líquido em peso sobre a areia. A mistura tem boas propriedades de escoabilidade, resistência, dureza superficial e armazenabilidade. Não evoluem odores irritantes durante a produção. Produção de moldes e machos: Devido à baixa colapsibilidade, este processo é apropriado principalmente para a produção de moldes. Se possível, as seções do molde devem ser secadas antes do vazamento, pois este sistema tende a absorver umidade, a qual pode levar a elevadas perdas de resistência e defeitos de fundição (lavagens, defeitos de gases, etc.) Tempos de cura curtos, menores que 1 hora, são impossíveis. Recuperação da areia: Ainda não está claro se a areia usada, recondicionada mecanicamente, pode ser reutilizada. ARMAZENAGEM DE LIGANTES SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS EXTREMAS Resinas furânicas ricas em álcool furfurílico de alta qualidade e poliisocianatos (ligantes poliuretânicos sem acelerador, alquídico-uretânicos) não têm sua vida de estocagem (5-6 meses) prejudicada, mesmo a temperaturas mais elevadas. Resinas furânicas com alto teor de uréia, fenólicas e resóis (PU com acelerador, ligantes resol-éster) e ligantes de silicato de sódio precisam ser transportados em caminhões tanque refrigerados e armazenados em ambientes com ar condicionado. Requisitos de alimentação de peças de 26 kg em ferro nodular (disco de φ250mm × 50mm, com bossa central); moldes de areia ligada com resina uréia-formol/álcool furfurílico, de cura-a-frio (HUGHES) Volume de rechupe, cm3 Resina catalisador Tempo de cura, horas % tipo % 6 10 20 30 50 2,2 PTSA 20 150 1,6 H3PO4 35 130 115 60 30 10 1,0 PTSA 35 80 65 25 15 8 1,6 PTSA 35 70 50 18 8 4 1,6 XSA 35 10 8 5 5 4 1,0 PTSA 50 10 2,2 PTSA 35 8 6 3 2 2 2,2 PTSA 35 5 resina totalmente curada cimento silicato/CO2 resina sub- curada areia verde +0,75 +0,5 +0,25 0 -0,25 -0,5 -0,75 Desvios de dimensões (em relação à cavidade do molde) e de densidade de esferas de 76mm fundidas em nodular, em relação à cura de resinas e outros sistemas ligantes de areia (HUGHES) 6,8 6,9 7,0 7,1 densidade das peças, g/cm3 Desenvolvimento dos processos endurecidos com gás • Processo CO2 - ~1950 (silicato de sódio) • Processo Cold-Box Ashland- 1968 (uretânico) • Processo acetal (silicato de sódio) • Processo formiato de metila (silicato de sódio) • Processo resina fenólica CO2 • Processo FRC - 1980 (polimerização através de radical com peróxido e SO2) • Processo SO2 / resina furânica (peróxido orgãnico) • Processo SO2 / resina epoxi – 1982 (alta escoabilidade, vida >24h, alta reatividade, cura rápida, reduzido teor de resina, reduzido consumo de gás, menor agressão ambiental, sem formaldeído, sem fenol, não forma carbono lustroso, boa precisão dimensional, boa estabilidade térmica; manuseio de peróxido, requer captação de gases, custo de fixação do SO2 excedente, mais caro que outros processos com gasagem) • Processo SO2 / resina epoxi sem solventes - 1992 Sistemas ligantes usados em macharia Cura-a-frio Caixa fria Caixa-quente Cura em estufa furânico / ácido epóxi - acrílico / SO2 hot-box furânico óleo secativo reação em meio fortemente ácido; formação de água Formação de ácido forte por oxidação SO2 “gasado”; reação c/ ácido forte; formação de água reação em meio ácido (“ácido” latente liberado por calor); reação ativada por calor Secagem + oxidação + polimerização do óleo em presença de ar + calor fenólico / ácido furânico / SO2 hot-box fenólico reação em meio fortemente ácido; formação de água Formação de ácido forte por oxidação SO2 “gasado”; reação c/ ácido forte; formação de água reação em meio ácido (“ácido” latente liberado por calor); reação ativada por calor fenólico alcalino / éster fenólico - uretânico / amina reação c/ éster; formação de sal de potássio Reação resina fenólica + isocianato em meio básico (amina “gasada”) óleo - uretânico fenólico / éster shell formação de uretana + oxidação reação c/ éster (metil formiato “gasado”); formação de sal de potássio Condensação de moléculas de resina fenólica devido a decomposição térmica de hexa Poliol – uretânico fenólico / CO2 reação resina fenólica + isocianato em meio básico (amina) Reação c/ CO2 “gasado”; formação de sal de potássio Silicato / éster silicato / CO2 reações de saponificação e desidratação desidratação + reação com ácido (CO2 “gasado”) Atributos exigidos das areias para machos - I Atributo Definição Observações Vida de banca intervalo de tempo, contado a partir do preparo da mistura, dentro do qual pode- se fabricar machos com resistência mecânica maior ou igual a 80% da resistência obtida com areia compactada imediatamente após o preparo função da condições do ambiente e da areia (principalmente temperatura) e da composição da mistura (teor de conversor ou catalisador) Escoabilidade (Soprabilidade) correlaciona o grau e a uniformidade de compactação da areia com a energia despendida nessa operação depende da areia base (facilidade de escorregamento mútuo dos grãos) e do filme de ligante (quantidade, viscosidade) Consistência (no estado cru) capacidade de retenção da forma antes da cura final tem interesse nos casos em que os machos precisam ser extraídos da caixa-de-macho para ser curados em uma estufa Plasticidade deformação da massa de areia compactada para que o macho não se rompa durante a operação de extração do interior da caixa-de-macho. deformação predominantemente plástica quando a extração é feita antes da cura e predominantemente elástica nos demais casos Permeabilidade capacidade de permitir o livre escape dos gases e vapores; em excesso produz peças muito rugosas depende basicamente do tamanho médio dos poros intergranulares que, por sua vez, é determinado pelas características geométricas da areia base e pelo grau de adensamento do macho Atributos exigidos das areias para machos - II Atributo Definição Observações Estabilidade térmica dimensional capacidade de acomodar os efeitos da intensa e brusca expansão térmica que sofrem os grãos de areia próximos da interface metal-molde função do tipo de areia (expansibilidade e condutividade térmicas), suas características granulométricas, tipo e quantidade de ligantes e grau de adensamento do macho Difusividade térmica determina a velocidade de extração de calor do metal por parte do macho, importante por determinar a estrutura de solidificação da liga fundida e a seqüência de solidificação da peça função do tipo de areia (expansibilidade e condutividade térmicas), suas características granulométricas, tipo e quantidade de ligantes e grau de adensamento do macho Inércia química em relação ao metal fundido evitar as reações entre o metal e o material do macho e/ou seus produtos de decomposição (principalmente gases ou vapores) fatores de influência: composições do metal e da areia de macho (e seus produtos de decomposição), grau de contato metal-molde (pressão do metal), temperatura local, pressão dos gases; estes últimos dependem também da permeabilidade e e da difusividade térmica do macho Propriedades mecânicas a temperatura elevada resistência mecânica a quente (inicialmente) e progressiva perda de resistência em favor da plasticidade a quente (capacidade de deformar-se plasticamente) função principalmente do sistema ligante e do grau de compactação do macho Desmoldabilidade facilidade com que se pode retirar o macho do interior da peça solidificada função da resistência residual do ligante e/ou de baixa refratariedade da areia base Refratariedade refere-se à areia base: ela não deve amolecer nem sofrer sinterização (ligação vítrea entre grãos) refratariedade deficiente pode resultar em deformações no macho, aderência de areia à peça fundida e dificuldades de limpeza e desmoldagem; dificilmente ocorrerão na fundição de alumínio Areias base - I Areias de quartzo • SiO2 - mais abundantes ∴ mais baratas • densidade: 2,65 • dureza Mohs: 7 • ponto de fusão: 1728°C • impurezas predominantes: • feldspatos (K2O.Al2O3.6SiO2) • argilas • óxidos de ferro (tais como limonita) • rutilo (TiO2) • sais (nas areias de litoral) • areia retirada do depósito natural requer lavagem e classificação p/ que fique em condições de ser utilizada em fundição • praticamente inertes ao alumínio líquido e, mesmo que impuras, satisfazem amplamente as exigências de refratariedade da fundição de ligas de alumínio • inversão do quartzo: • quartzo α ↔ quartzo β - ocorre a 573°C → acentuada expansão • outras transformações alotrópicas do quartzo (não chegam a ocorrer em moldes para fundição de ligas de alumínio) • quartzo β ↔ tridimita ocorre a 867°C • tridimita ↔ cristobalita ocorre a 1470°C • aspecto higiênico: se respirado habitualmente, ar contendo mais de 6.000.000 de partículas de quartzo por pé cúbico (partículas essas menores que 10 micrômetros), causa silicose Areias base - II Areias de zirconita • ZrSiO4 silicato de zircônio • densidade: 4,7 • ponto de fusão: 2550°C (mineral zirconita) • ocorre na natureza na forma de areia (no Brasil, areia monazítica; zirconita é subproduto) • alta capacidade de extração de calor • baixo coeficiente de expansibilidade térmica Areias de cromita • cromitas são soluções: cromita, FeO.Cr2O3, picrocromita, MgO.Cr2O3, e espinélio, MgO.Al2O3 • ganga de serpentina, olivina, quartzo, piroxênios • areia obtida através da britagem, moagem e classificação granulométrica do minério • densidade: 4 a 4,6 • dureza Mohs: 5 • ponto de fusão: > 2000°C • expansão térmica moderada • capacidade térmica elevada Areias de olivina • solução sólida de ortossilicatos de magnésio: forsterita, Mg2SiO4 e faialita, Fe2SiO4 • areia obtida através de britagem, moagem e classificação da rocha • densidade próxima de 3,3 • ponto de fusão: ≈ 1800°C para olivinas com ~ 90% de forsterita • expansão térmica: ~ 30% menor que a do quartzo Areias base - III Distribuição Granulométrica Peneira Nº 6 12 20 30 40 50 70 100140 200 270 prato abertura nominal, di (mm) 3,35 1,70 0,85 0,595 0,42 0,30 0,21 0,15 0,105 0,074 0,053 0,020 mi 3 5 10 20 30 40 50 70 100 140 200 300 si (cm2/g) 9,0 17,8 31,3 44,6 62,9 88,8 126,1 178,3 253,0 356,6 620,3 ni (104 unid./g) 0,004 5 0,035 0,191 0,551 1,545 4,346 12,46 35,18 100,5 3 281,4 7 1482, 1 Definindo-se gi = quantidade, em gramas, de material retido em uma dada peneira i, calcula-se: • módulo de finura ig imig M Σ ⋅Σ = )( • área específica teórica ig isig TS Σ ⋅Σ = )( , em cm2/g • número específico de grãos teórico ig inig N Σ ⋅Σ = )( , em unidades / g • diâmetro representativo π⋅ = N S d T n 10 , em mm • divergência r T T r T n S SS D )( 100 − = , em % no caso de areia de sílica: nd r TS 6415,22= cm2/g Areias base - IV Forma dos grãos • observação visual com lupa • grãos arredondados • grãos sub-angulares • grãos angulares • área específica real dos grãos, SR. • através de medida de permeabilidade utilizando o "permeâmetro de Blaine" • coeficiente de angularidade • relação entre os valores de área específica real e teórica SR/ST dá uma idéia quantitativa do desvio que a forma dos grãos de uma dada areia apresenta em relação à forma esférica • correspondência aproximada entre as formas típicas (de observação visual) e valores de coeficiente de angularidade: Forma SR/ST arredondada < 1,25 sub-angular cerca de 1,50 angular > 1,65 SILICATOS DE SÓDIO São soluções de sílica (SiO2) e soda (Na2O) em água, obtidas por fusão de areia e barrilha (carbonato de sódio) e posterior dissolução do vidro resultante com vapor, em autoclaves Podem ser produzidos com diferentes relações SiO2/Na2O e diferentes teores de água Na2O líquidos viscosos e semisólidos vidros 1000 poise 100 poise líquidos comerciais composições insatisfatórias líquidos diluídos líquidos e géis instáveis SiO2 H2O 2,0 3,0 4,0 relações SiO2/Na2O DENSIDADE DE SOLUÇÕES DE SILICATO DE SÓDIO 20 15 10 5 0 0 20 10 30 40 20 15 10 30 25 35 40 45 50 55 60 den relação SiO2/Na2O 5,0 4,0 3,0 2,0 165 ,5 25As relações entre composição e densidade são bem definidas. Os seguintes 4 fatores permitem identificação precisa de um silicato de sódio: % SiO2, % Na2O, relação SiO2/Na2O e peso específico. O conhecimento de quaisquer dois deles permite determinar os outros dois. % N a 2 O VISCOSIDADE DE SOLUÇÕES DE SILICATO DE SÓDIOO aumento da viscosidade com a concentração, isto é, com a redução da % de água, é tanto mais rápido quanto maior a relação SiO2/Na2O % SiO2 1 1000 1 10V is c o s i d a d e 0 18106 8 % Na2O 2,0 3,0 2,5 3,5 relação SiO2/Na2O 16141242 0,01 0, 0 SILICATOS DE SÓDIO COMERCIAISAs soluções de silicato de sódio comerciais mais usadas como ligantes de areia em fundição têm relação SiO2/Na2O entre 2:1 (silicatos de sódio “alcalinos”) e 3:1 (silicatos de sódio “neutros”). Menores relações SiO2/Na2O permitem obter viscosidades relativamente baixas com elevadas concentrações (SiO2+Na2O). Altas relações SiO2/Na2O dão soluções mais reativas. Relação molar SiO2/Na2O Peso específico @ 20°C Na2O % SiO2 % Água % 2,00:1 1,560 15,3 30,6 53,1 2,50:1 2,500 12,5 31,1 54,4 3,00:1 1,375 8,6 27,6 63,5 SILICATO DE SÓDIO COMO LIGANTE DE AREIA Os silicatos de sódio não apresentam uma mudança de estado líquido → sólido O endurecimento dos silicatos de sódio corresponde a aumento de viscosidade que pode ser conseguida por dois tipos de mecanismos principais: �Mecanismos físicos: correspondem à remoção de água da solução por –Secagem –Fixação da água como H2O de cristalização de outra substância (p. ex. gesso) Na2O.xSiO2.yH2O (sol.) → Na2O.xSiO2.(y-z)H2O (sol.) + z H2O �Mecanismos químicos: resultam em aumento da relação SiO2/Na2O através de –Fixação de Na2O por reação com ácidos fracos ou ésteres Na2O.xSiO2.yH2O (sol.) → (1-z)Na2O.xSiO2.yH2O (sol.) + z Na2O –Aumento da % de SiO2 por reação com silício metálico Na2O.xSiO2.yH2O (sol.) + z Si → Na2O.(x+z)SiO2.(y-2z) H2O (sol.) + 2z H2 PROCESSO SILICATO / CO2 Este processo é empregado na produção tanto de machos quanto de moldes. Os teores de silicato na areia são altos, da ordem de 3 a 4%. O endurecimento do silicato de sódio é obtido por “gasagem” com CO2 (passagem de CO2 através da areia compactada), através de dois grupos de mecanismos: �Mecanismo químico de endurecimento Na2O.xSiO2 (aq.) + CO2 → Na2 CO3 + x SiO2 (aq.) Na2O.xSiO2 (aq.) + 2 CO2 + H2O → 2 NaHCO3 + x SiO2 (aq.) Alguns autores atribuem o endurecimento resultante da reação química à precipitação de SiO2 na forma de gel. É possível que essa precipitação também contribua para a ligação, mas a explicação mais aceita parece ser a elevação de viscosidade que acompanha o aumento da relação SiO2/Na2O do silicato. O mecanismo químico é favorecido por baixas velocidades (vazões) de gás (ver figuras abaixo). �Mecanismo físico de endurecimento - Durante a “gasagem”, o excesso de CO2 (que é um gás seco) carrega água e desidrata o silicato. - Após a “gasagem”, durante o armazenamento do macho ou molde, ocorre perda de água para o ambiente. O mecanismo físico é favorecido por altas velocidades (vazões) de gás CO2 na gasagem. GASAGEM Os consumos de CO2 variam amplamente: 0,2 a 5 m 3 /kg de silicato dependendo de: - vazão de gás - configuração de macho / molde - método de gasagem Para economia e desempenho ótimos, deve-se buscar condições que garantam que a maior parte do CO2 seja consumida na reação química de formação do gel de sílica. 20 0 10 C O 2 ab so rv id o, % e m p es o 0 5 15 vazão, litros/minuto 1000 s 100 s Tempo de gasagem R es is tê nc ia à c om pr es sã o, k gf /c m 2 60 40 20 00 5 15 vazão, litros/minuto 1000 s 100 s Tempo de 40 0 20 Á gu a ev ap or ad a, % e m p es o 0 5 15 vazão, litros/minuto Tempo de 00 s Tempo de gasagem 100 s 1000 s 1000 s 1 1000 s 100 s Tempo de gasagem SOBREGASAGEM Relação SiO2/Na2O = 2,0 10 100 000 10000 0 1 2 3 4 tempo de armazenamento, dias R e s is tê n c ia à c o m p re s s ã o , k g f/ c m 2 50s 60s 90s 150s 300s Relação SiO2/Na2O = 2,5 10 100 1000 10000 0 1 2 3 4 tempo de armazenamento, dias R e s is tê n c ia à c o m p re s s ã o , k g f/ c m 2 17s 34s 51s 150s 300s 1 Relação SiO2/Na2O = 3,2 10 100 1000 10000 0 1 2 3 4 tempo de armazenamento, dias R e s is tê n c ia à c o m p re s s ã o , k g f/ c m 2 7s 14s 21s 50s 100s A gasagem por tempos excessivos, isto é, a “sobregasagem”, pode dar altas resistências imediatas, mas baixas resistências e friabilidade após armazenamento. Esse fenômeno é interpretado como decorrente de desidratação excessiva do silicato durante a gasagem. Silicatos de maior relação SiO2/Na2O são mais propensos à “sobregasagem”. MÉTODOS DE GASAGEM Vários métodos proporcionam diferentes graus de homogeneidade de distribuição do CO2.Quanto maior essa homogeneidade, maior é a economia de CO2 e melhores propriedades finais. Os métodos mais usados em ordem crescente de homogeneidade de gasagem são: CO (1) Com pequenas campânulas de borracha O procedimento é inteiramente manual e fortemente dependente do operador CO (2) Com agulhas dotadas de perfurações laterais Como a gasagem com campânula, é também um procedimento manual fortementedependente do operador. As agulhas são, na verdade, tubos com perfurações laterais para melhor distribuição do gás. Antes de iniciar a gasagem com agulhas, é preciso efetuar os furos com uma agulha maciça. (3) Através de tampa superior Este método permite manter pressão elevada de CO2 na areia. A distribuição de gás melhora com alguns respiros na placa. No entanto, respiros executados sem critério podem agir com vias preferenciais de escape dos gases, deixando outras áreas sem gasagem. CO (4) Através da placa-modelo ou da caixa de macho A distribuição de gás pelo molde é potencialmente melhor do que nas situações anteriores. Requer a incorporação de uma câmara de distribuição de gás (“plenum”) e de respiros na placa e nos modelos. Aqui também, respiros mal distribuídos podem ser contraproducentes.Pode-se manter uma elevada pressão de CO2 na areia através do uso de uma tampa superior. C Métodos não-convencionais de gasagem Gasagem a vácuo A câmara é inicialmente evacuada até uma pressão de pouco mais de 700 mmHg Admite-se, então, o CO2 à pressão de 1,8 bar e mantém-se bomba de vácuo em funcionamento, de modo a atingir 51 mmHg, pressão que é mantida por 1 minuto. Segue-se pressurização e abertura da câmara. A gasagem a vácuo permite que se pratiquem consumos de CO2 da ordem de 0,25 m3/kg de silicato, que é um consumo excepcionalmente baixo! �Gasagem através de caixa permeável A face interna da caixa de macho deve ser permeável. Isto pode ser conseguido de várias maneiras; duas delas são: CO - Usinando a face de trabalho da caixa de macho a partir de bloco sinterizado feito de pó metálico de grãos esféricos. CO- Inserindo grande número de respiros em uma caixa de macho convencional. A gasagem pode se efetuada com CO2 a pressões estáticas de 0,3 a 1 bar. O consumo de CO2 neste caso atinge valores ainda mais baixos que na gasagem a vácuo: 0,22 m3/kg de silicato !! PROPRIEDADES A ALTAS TEMPERATURAS, COLAPSIBILIDADE, DESMOLDABILIDADE Com temperaturas crescentes, a resistência a quente de areias ligadas com silicato de sódio cresce até cerca de 400°C e depois cai drasticamente, tornando-se desprezível a cerca de 700°C, quando forma um vidro mais ou menos fluido ao fundir e reagir com a sílica da areia. Resistência a quente e após aquecimento areia com silicato 2:1 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 0 200 400 600 800 1000 1200 Temperatura, °C R es is tê n ci a à co m p re ss ão , d aN /c m 2 na temperatura após esfriamento Portanto, as areias ligadas com silicato de sódio apresentam elevada plasticidade a quente, de modo que não devem provocar mais trincas em peças do que areias com outros tipos de ligantes, inclusive os orgânicos. Assim, as areias ligadas com silicato de sódio não têm problema de “colapsibilidade”, já que, por definição, essa é uma característica medida em alta temperatura. Por outro lado, a resistência mecânica da areia medida após esfriamento reflete a solidificação do vidro formado, crescendo novamente a partir de 500°C e atingindo um máximo entre 860 e 900°C. Essa resistência, também denominada residual, é que é problemática, pois dificulta a desmoldagem. O aumento de resistência a quente até aproximadamente 400°C é parcialmente devido a gasagem incompleta, correspondendo à desidratação de ligante não reagido, enquanto que a queda posterior é decorrente do amolecimento da ligação com a elevação da temperatura. Se desejado, pode-se reduzir a resistência a quente diminuindo o teor de silicato e/ou usando silicatos com maiores relações SiO2/Na2O. A presença de certas argilas também reduz a resistência a quente. Quanto à resistência residual, medida após esfriamento, o primeiro pico é explicado também por desidratação de ligante não reagido, seguida de amolecimento. O segundo aumento de resistência residual é atribuído a uma reação química entre o silicato de sódio residual (e compostos de sódio resultantes da gasagem) com os grãos de quartzo da areia, formando uma estrutura monolítica de alta resistência. A presença de silicato de sódio facilita e apressa a ocorrência de transformações alotrópicas do quartzo acima de 900°C, com formação de tridimita e, no caso de fundição de aços, até mesmo de cristobalita. Essas transformações são acompanhadas grande expansão e as tensões resultantes tendem a reduzir a resistência residual. FATORES QUE AFETAM A RESISTÊNCIA RESIDUAL As resistências residuais após aquecimento a temperaturas de até 600°C, principalmente nas vizinhanças de 100°C, diminuem com o aumento do tempo de gasagem. Acima de 600°C o efeito da gasagem sobre a resistência residual é desprezível. O teor de silicato na mistura afeta a resistência residual para toda a faixa de temperaturas até 1200°C. Quanto maior a relação SiO2/Na2O do silicato menor a resistência residual: a resistência medida após aquecimento a 900°C cai de 900 N/cm 2 com relação 2,0:1, para cerca de 200 N/cm 2 para relação 2,9:1. Pode-se reduzir a resistência residual por meio de adições de certos materiais inorgânicos à mistura de areia, tais como sepiolita, silicato de magnésio, argilas caulínicas, principalmente as de alto teor de alumina. Esses materiais formando com o silicato compostos ternários de alto ponto de fusão, evitando a formação dos vidros de baixo ponto de fusão, responsáveis pelo segundo pico de resistência. O pico da resistência residual medida em laboratório é pouco afetado por adições de materiais orgânicos. Esse comportamento é esperado, uma vez que esses materiais são, em geral, destruídos a temperaturas menores que 900°C. No entanto, observa-se na prática que açúcares, piche, pó de carvão e outros facilitam a desmoldagem. A causa dessa aparente incoerência deve-se, provavelmente, ao fato de que durante seu aquecimento no molde os materiais orgânicos acima, não encontrando as condições oxidantes que prevalecem no aquecimento em laboratório, não chegam a queimar, mas sofrem pirólise e deixam um depósito de carbonoso (negro de fumo, grafita pirolítica ou coque), que previne a continuidade do vidro formado a partir de 500°C, contribuindo, assim, para a redução da resistência residual. PROCESSO SILICATO / ÉSTERO sistema ligante silicato-éster pode ser empregado na produção de machos e moldes, através de um processo do tipo cura-a-frio em que o ligante é o silicato de sódio. Como no processo CO2, os teores de silicato na areia são da ordem de 2 a 4%. O endurecimento do silicato de sódio ocorre por reação com ésteres. Na verdade, três ésteres podem ser empregados isoladamente ou combinados: - Para cura rápida usa-se diacetina (diacetato de glicerol) - Para cura a velocidade média, usa-se diacetato de glicol dietileno (EGDA) - Para cura lenta, usa-se triacetina (triacetato de glicerol) A velocidade de cura pode ser graduada com a mistura desses ésteres. O endurecimento se dá por dois mecanismos: �Mecanismo químico de endurecimento Ao ser misturado à areia contendo o silicato, o éster hidrolisa vagarosamente, formando um ácido fraco e um álcool. O ácido fraco reage com a soda do silicato, formando um sal (acetato) de sódio. Em decorrência da indisponibilidade dessa soda na solução de silicato, a relação sílica/soda aumenta, conduzindo a um aumento de viscosidade que leva ao endurecimento final.�Mecanismo físico de endurecimento No processo silicato-éster, como no processo CO2, também ocorre perda de água para o ambiente.Esse mecanismo acessório de endurecimento, no entanto, tem pouquíssima importância, sendo considerado irrelevante. A figura seguinte mostra como o sistema silicato-éster se compara a outros sistemas de cura-a-frio em termos de velocidade de cura, aqui expressa como evolução da resistência mecânica (à compressão) em função do tempo após preparo da mistura. Sob esse ponto de vista, ele é mais lento que o sistema furânico-ácido e mais rápido que os sistemas óleo-uretanae fenólico-ácido. 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 tempo de estripagem, minutos R es is tê n ci a à co m p re ss ão , p si Fenólico Uretânico Novo Fenól. Uretân. Fenól.-Ester Furânico Silicato-Ester Oleo-Uretân. Fenólico-ácido ADIÇÕES DE ÓXIDO DE FERRO Adições de óxido de ferro são usadas freqüentemente na fabricação de machos e moldes com areias ligadas quimicamente com a finalidade de reduzir ou eliminar defeitos como: - Pin-holes (principalmente em hot-box e cura-a-frio) - Veiamento e outros defeitos devidos à expansão do quartzo - Aderência de areia (burn-on) - Penetração de metal São várias as teorias que procuram explicar os efeitos de adições de óxidos de ferro. A mais comum é a de que, na fundição de ferros fundidos, uma reação que ocorre no encontro de metal, areia e óxido de ferro produz uma escória (faialita) que envolve os grãos de areia. Esse material, que é plástico nas temperaturas que predominam na interface metal-molde, de um lado aumentaria a resistência e/ou a plasticidade a quente (dependendo da quantidade adicionada) e, de outro lado, reduziria a permeabilidade o suficiente para retardar a passagem de vapor para o metal, com o qual reagiria para formar hidrogênio: H2O (vapor) + Fe = FeO + H2 Sabe-se, no entanto, que essa teoria é inadequada para explicar a formação de pin-holes. Assim, embora a prática demonstre a eficácia do emprego de óxido de ferro para a eliminação desse tipo de defeito, não há consenso entre os pesquisadores sobre os mecanismos de sua ação. TIPOS DE ÓXIDOS DE FERRO USADOS Podem ser naturais, obtidos da moagem de hematita (Fe2O3), magnetita (Fe3O4), limonita (2Fe2O3.3H2O) ou siderita (FeCO3), ou sintéticos, usados como pigmentos na indústria de tintas e lacas e produzidos, por exemplo, pela oxidação do ferro metálico com nitrobenzol (processo anilina) ou com ar (processo Pennimarn). Conforme sua origem, os óxidos de ferro variarão quanto à composição, densidade, área específica, granulometria, cor, pH, custo etc. A densidade do óxido de ferro não influi em seu desempenho na areia de fundição, mas demonstra a pureza do material. A densidade teórica do Fe2O3 α é 5,18 g/cm3; um óxido de ferro comercial tem densidade tanto menor que essa quanto maior o teor de impurezas (sílica, argilas, sais) presentes. A área específica (“superfície específica”), expressa em m2/g, é geralmente determinada pelo método da absorção de gás nitrogênio (método BET). Embora haja alguma relação entre a área específica e a distribuição granulométrica, a correlação não é uni-unívoca. A distribuição granulométrica dos óxidos de ferro sintéticos costuma ser muito mais homogênea (menor dispersão dos tamanhos de grãos) que a dos produtos naturais, o que juntamente com uma área específica de pelo menos 2 m2/g, é considerada vantajosa nas aplicações em fundição. Outras características dos óxidos de ferro, que podem ser empregadas como índices de controle de recepção, são o intervalo de fusão, o pH e a condutividade elétrica que, no entanto, segundo Berndt et. al., têm pouco ou nenhum significado direto para o desempenho do material na fundição O intervalo de fusão, geralmente situado em 1300°C + 10°C nos óxidos sintéticos e 100 a 150°C abaixo disso nos óxidos naturais. O pH e a condutividade elétrica dependem da quantidade e tipo das impurezas solúveis (sais solúveis), as quais parecem constituir um dos fatores importantes para o desempenho de um óxido de ferro na fundição. EFEITO DA ADIÇÃO DE ÓXIDO DE FERRO NA RESISTÊNCIA A adição de óxido de ferro, como de qualquer outro material particulado, tenderá a competir com os grãos de areia na distribuição da resina líquida. Se a quantidade de resina na mistura já estava otimizada para a areia base, a adição tenderá a reduzir a resistência mecânica do macho ou molde curado, como pode ser observado na figura abaixo (à esquerda). Nesse caso (hot-box), a queda de resistência (em relação à mistura isenta de óxido de ferro) observada quando da adição de 1% de diferentes óxidos de ferro tende a ser maior quanto maiores forem as áreas específicas dos materiais adicionados, mas não há uma correlação clara. A dependência da resistência mecânica em relação à área específica do óxido ferro empregado é bem mais nítida, no entanto, para areia de cura-a-frio, figura abaixo, à direita. Hot-box, 1% óxido de ferro 450 500 550 600 650 700 750 0 5 10 15 20 área específ ica do óxido, m2/g re s is tê n c ia à f le x ã o , N /c m 2 Cura-a-frio, 2% óxido de ferro 350 400 450 500 550 600 650 700 750 0 5 10 15 20 área específ ica do óxido de ferro, m2/g re s is tê n c ia à t ra ç ã o a p ó s 2 4 h , N /c m 2 No caso de areias de cura-a-frio, principalmente as que usam conversores ácidos, a velocidade de cura é bastante afetada pelo teor de sais solúveis do óxido de ferro empregado. Como esses sais têm caráter alcalino, eles consomem o ácido do conversor e retardam a reação de cura (a menos que se adicione maior quantidade de conversor). Dependendo do processo de fabricação do óxido de ferro, seria viável remover parte desses sais por lavagem com água. REDUÇÃO DE PIN-HOLES POR ADIÇÃO DE ÓXIDO DE FERRO Os dados da literatura mostram que adições de óxidos com áreas específicas maiores que aproximadamente 2,5m2/g e teores de Fe2O3+FeO maiores que 88% efetivamente reduzem a ocorrência de pin-holes, bastando adições de 0,5% à areia. Entretanto, é preciso ter em mente que a formação de pin-holes é devida primariamente a condições metalúrgicas (teores de elementos que afetam a solubilidade de gases no metal e a tensão interfacial gás- metal), que podem ser agravadas pela presença de materiais nitrogenados (como a uréia) na areia. Caso as condições metalúrgicas sejam muito desvantajosas do ponto de vista de formação de pin-holes, então pode ser necessário elevar-se a adição de óxido de ferro para até cerca de 1%. REDUÇÃO DE VEIAMENTO POR ADIÇÃO DE ÓXIDO DE FERRO Em geral, o veiamento pode evitado com adições à areia de 2% óxidos de ferro, desde que com teores de Fe2O3+FeO maiores que 90%, figura abaixo, à esquerda. O efeito tende a ser melhor quanto maior a área específica da variedade empregada, figura abaixo à direita, embora não se tenha uma correlação clara a esse respeito. Hot-box, 1% óxido de ferro 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 70 80 90 100 Fe2O3+FeO no óxido, % ín d ic e d e v e ia m e n to Hot-box, 1% óxido de ferro 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 0 5 10 15 20 área específica do óxido, m2/g ín d ic e d e v e ia m e n to Entretanto, como visto anteriormente, os óxidos de ferro com grandes áreas específicas são os que mais prejudicam a resistência mecânica da areia. Assim, há necessidade de um compromisso entre as características de área específica e composição. Analisando os dados de Berndt et. al., verifica-se que os índices de veiamento não caem indefinidamente com o aumento da área específica (conforme sugerido no artigo original), mas passam por um mínimo, indicando que para óxidos de ferro relativamente puros (Fe2O3+FeO>96%) não há vantagens em chegar a áreas específicas maiores que 10 m2/g. BIBLIOGRAFIA BERNDT, H., UNGER, D. e RÄDE, D. Die Bedeutung der Eisenoxydzugabe zum Formstoff. Giesserei, 59(3):61-7, fev. 1972. (trad. Arnaldo Romanus) SANDERS, C. A. The use and value of iron oxide. Modern Casting, mar. 1971, págs. 61-3. COMPORTAMENTO NAS TEMPERATURAS DE VAZAMENTO A introdução dos primeiros ligantes químicos em fundição (os óleos secativos?) visava à obtenção de resistências mecânicas à tração que permitissem a utilização de machos esbeltos e geometricamente complexos. Modernamente, um dos motivos, talvez o principal, da evolução contínua e do emprego cada vez mais generalizado de ligantes químicosé a busca de moldes e machos mais confiáveis do ponto de vista de precisão dimensional, de modo a pode satisfazer as especificações cada vez mais exigentes dos clientes. O emprego de ligantes químicos cuja cura pode ser efetuada enquanto a areia aglomerada ainda está em contato com o modelo ou caixa de macho possibilitou a obtenção de níveis muito altos de precisão dimensional. No que diz respeito às dimensões de moldes e machos à temperatura ambiente, não há problema em alcanças os níveis de precisão dimensional desejados, quer se usem processos de cura a quente ou a frio. No entanto, ao ser aquecida pelo metal líquido, a areia ligada sofre alterações térmicas importantes causadas pela expansão da areia base, distorções devidas a expansão não uniforme, ao amolecimento e outras alterações do ligante e, finalmente, à decomposição do ligante seguida de colapso do macho ou molde. Todas essas alterações que ocorrem durante o vazamento e a solidificação do metal estão diretamente correlacionadas aos tipos de ligante e de areia que constituem o macho ou molde, e são influenciadas por fatores como preparação, adensamento, aditivos, pinturas etc. As características dos materiais de moldagem e macharia medidas à temperatura ambiente têm pouca relação com o seu comportamento nas condições de vazamento. O trabalho de otimização dos materiais de moldagem e macharia numa fundição pode ser melhor orientado se for possível conhecer de antemão o comportamento desses materiais em temperaturas elevadas. O mesmo se pode dizer do trabalho de desenvolvimento de sistemas ligantes. Com essa finalidade têm sido propostos vários ensaios para serem executados em temperaturas comparáveis às que são atingidas pela face do molde ou macho durante a fundição do metal. Alguns dos principais ensaios a altas temperaturas, aplicáveis às areias ligadas quimicamente em geral, isto é, que não são específicos de um determinado tipo de material, são os seguintes: - Resistência à compressão a quente (carga de ruptura à temperatura T, após encharcamento). - Expansão por choque térmico (registro da variação dimensional ε = f [T (t) ] ). - Colapsibilidade (tempo de colapso sob carga F, aplicada após encharcamento à temperatura T). - Distorção a quente (ε = f (tempo) na extremidade de uma barra aquecida no centro, em uma face ). Os três primeiros ensaios acima relacionados podem ser efetuados em corpo de prova de 1¼” φ × 2” (recomendação AFS) usando o “dilatômetro” de fabricação Dietert, ou corpo de prova mais esbelto, de modo a minimizar os tempos de encharcamento à temperatura, usando equipamento similar de fabricação GF. É preciso ter em mente que todos os ensaios a alta temperatura efetuados em laboratório padecem de um mesmo problema: é impossível reproduzir as condições que prevalecem no molde, principalmente a sua atmosfera. A utilização de um domo sobre o corpo de prova, que dificulte a dissipação dos gases resultantes da decomposição térmica dos ligantes corrige parcialmente essa deficiência: são os ensaios ditos “sob a própria atmosfera” ou “own atmosfere tests”. Além disso, os ensaios de resistência à compressão a quente e de colapsibilidade são pouco precisos porque os materiais de moldagem e macharia têm características de resistência que variam não só com a temperatura, mas também com o tempo de exposição à temperatura considerada; assim, além das variáveis de atmosfera, homogeneidade da mistura e adensamento do corpo de prova, os resultados são fortemente afetados pela precisão da regulagem de temperatura e do tempo de encharcamento à temperatura. Já o ensaio de expansão por choque térmico reflete principalmente o comportamento da areia base e diz pouco do sistema ligante propriamente dito. No ensaio de distorção a quente, desenvolvido no antigo BCIRA, o problema da atmosfera não está melhor resolvido, mas as condições de ensaio são mais reprodutíveis pois abandona-se a tentativa de fixar temperaturas precisas e, ao invés disso, fixa-se a potência térmica usada para aquecer o corpo de prova. O princípio desse ensaio está exposto na figura a seguir. corpo de prova de areia aglomerada: 1”x¼”x4½” movimento medido e registrado dispositivo de aplicação de carga posição inicial do corpo de prova frio fixação do corpo de prova queimador de gás D B tempo de colapso do corpo de prova C te rm op la ss ti ci da de (m ov im en to p ar a ba ix o ) ex pa ns ão (m ov im en to p ar a ci m a, c on tr a a ca rg a) A 0 A = ponto de máxima expansão; até esse instante a resistência a quente predomina sobre a plasticidade AB porção da curva em que o aumento da termoplasticidade do corpo de prova não permite que ele sustente a carga aplicada BC termoendurecimento secundário, presente em alguns ligantes: a areia recupera resistência e o corpo de prova pode, novamente, expandir contra a carga aplicada C = ponto em que o termoendurecimento secundário termina e em que a decomposição do ligante começa a predominar D = ponto em que ocorre o colapso final do corpo de prova. As figuras e os comentários apresentados a seguir mostram exemplos de curvas de distorção a quente para diversos ligantes e situações. estufado 1/2 h cura-a-frio cold fenólica - isocianato, catalisado por amina Os ligantes uretânicos (resinas fenólicas-isocianato-amina), tanto de cura-a-frio como as empregadas em cold-box, apresentam alta termoplasticidade, que pode ser substancialmente reduzida por um curto período de pós-cura em estufa. Também é possível aumentar a resistência superficial e a rigidez por pintura e secagem posterior. A plasticidade a quente destes ligantes os fazem bastante resistentes ao veiamento. FF-AF FF-UF-AFUF-AF hot-box Diferentes tipos de resinas para hot-box. As resinas uréia formaldeido – álcool furfurílico (UF-AF) têm alta plasticidade a quente e rápido colapso e, por isso, são usadas mais freqüentemente em machos de ligas leves. As resinas fenol formaldeido- uréia formaldeido – álcool furfurílico (FF-UF-AF) apresentam pequena expansão com alguma plasticidade, o que não permite o acúmulo de tensões térmicas severas no macho; o tempo de colapso longo o suficiente para a sua aplicação típica (machos de camisa d’água). Se a alta expansão das resinas fenol formaldeido – álcool furfurílico (FF-AF) forem adequadamente compensadas na caixa de macho, sua alta resistência a quente é vantajosa em machos intrincados e sujeitos a condições térmicas severas. finamente moído normal duas granulometrias de óxido de ferro resina de várias idades 40 dias 7 dias 13 dias hot-box A viscosidade das resinas aumenta com o tempo de estocagem. Isso pode não ficar evidente no ensaio de tração (a frio), mas aparece como aumento de expansão a quente e pode explicar súbitas ocorrências de veiamento. A adição de óxido de ferro visa, quase sempre, redução de expansão e aumento de resistência a quente. Entretanto, uma mesma composição de óxido de ferro pode dar resultados indesejáveis dependendo do grau de moagem: neste caso, óxido de ferro mais fino que o usual causou aumento da expansão, o inverso do desejado. tinta com adição de tenso-ativo tinta pouco penetrante hot-box, pintado por imersão A alta distorção observada em macho de camisa d’água de um bloco de motor Diesel hot-box (2,5% resina furânica, 20% catalisador, 0,5% óxido de ferro) pintado por imersão passou a ocorrer com uma alteração na tinta que a tornou pouco penetrante. A adição de tenso-ativo à tinta restaurou seu grau de penetração no macho, capacitando-a a formar uma capa mais forte na superfície do macho e reduzindo a plasticidade a quente. cura-a-frio, conversor ácido 24h 4h 2h1h 1/2h areia nova PF 1,9% 80% recup PF 3,9% 1h 1/2h 2h 4h 24h 80% recup PF 5,7% 1/2h 1h 2h 24h Em cura-a-frio com resina catalisada com ácido, as propriedades térmicas da areia recuperada são melhores que as da areia nova: o acúmulo de matéria orgânica (indesejado, quando em excesso, pela evolução de gases) é benéfico por eliminar o veiamento e aumentar o tempo de colapso (menor expansão térmica e maior plasticidade a quente). A variação de qualidade da areia recuperada pode causar apreciáveis variações dimensionais nas peças, principalmente se vazados após diferentes tempos de cura. pintado sem pintura shell Em moldagem shell é importante ter-se a alta resistência a quente e o colapso longo propiciado pelas resinas fenol formaldeido. As curvas de distorção a quente mostram que os corpos de prova mantêm resistência a quente por período longo, com expansão térmica e plasticidade a quente moderadas. gasado 60s gasado 35s gasado silicato 2,5:1, gasado com CO2 e estocado por 24 horas Sabe-se que as propriedades a quente de areias ligadas com silicato-CO2 são influenciadas pelos tempos de gasagem e estocagem dos machos ou moldes. Com o aumento do tempo de gasagem, a expansão térmica diminui e a resistência a quente também. A elevada termoplasticidade do silicato é claramente demonstrada. 45 min 15 min 90 min 90 min 45 min + 1% óxido de ferro 15 min óleo de linhaça + amido, vários tempos de cura em Com o aumento do tempo de cura, aumenta a expansão térmica e diminui a plasticidade a quente. No exemplo, com cura de 15 minutos ter-se-ia distorção excessiva dos machos e de 90 minutos alta tendência a veiamento. A adição de óxido de ferro torna a areia menos susceptível aos efeitos de tempos de cura curtos ou longos. MORGAN, A. D. e FASHAM, E. W. The BCIRA hot distortion tester for quality control in production of chemically bonded sands. AFS Transactions, 91:73-80, 1975. COMPARAÇÃO DE SISTEMAS LIGANTES DE CURA-A-FRIO Tabela comparativa de vantagens e desvantagens Sistema ligante cat. Vantagens Desvantagens Fenólica Uretânica I = fenol- formaldeído+solv.+adit. II = isocianato polimérico amina qualquer metal fumos Nova uretânica ↓ fumaça Resol éster resina fenólica alcalina (resol) éster ↓↓ fumos, odor ↑ teor de resina ↓ armazenagem ↓ reciclabilidade Furânica ácido resina furânica ácido forte ↑ resistência a quente ↑ resistência à erosão ↑ desmoldabilidade água como produto de reação Fenólica ácido resina fenólica ácido forte ↑ resistência a quente ↑ resistência à erosão ↑ desmoldabilidade água como produto de reação ↓ armazenagem Óleo-alquídico A: mistura óleo-resina alquídica C: isocianato B: cat ↑ destacamento do modelo Silicato-éster silicato de sódio éster ↓↓ fumos, odor ↓ produtividade ↓ resist à umidade ↓ desmoldabilidade ↓ reciclabilidade Fosfato inorgânico solução de fosfato de alumínio em água óxido metálic o em pó ↓↓↓ fumos, odor ↑↑ desmoldabilidade ↓ resist ao manuseio ↓ resist à umidade CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS COMPARADAS a) Escoabilidade (fluidez) Tanto melhor quanto menores os teores permitidos e quanto mais baixa a viscosidade dos ligantes. Melhor: Fenólica-uretânica, permanece escoável até quase o tempo de destacamento do modelo. Todos os outros sistemas apresentam aumento imediato de resistência uma vez terminada a mistura. b) Resistência após 1 hora Melhores: Fenólica-uretânica, furânica / ácido, alquídica e fenólica / ácido Médios: Resol-éster e silicato-éster Pior: Fosfato inorgânico c) Produtividade: tempo de trabalhabilidade / tempo de estripagem Tempo de trabalhabilidade: tempo desde a mistura até o endurecimento Tempo de estripagem: tempo desde a mistura até a retirada do modelo; depende da velocidade de cura e da temperatura da areia A relação entre os dois pode variar desde quase zero até quase 1; quanto mais próximo de 1, maior a produtividade potencial: 1 Fenólica-uretânica 0,75 - 0,8 2 Resol-éster 0,67 3 Furânica-ácido 0,57 4 Silicato-éster 0,53 5 Óleo-alquídico 0,5 6 Fenólica-ácido 0,45 7 Fosfato inorgânico 0,33 d) Resistência à umidade Melhores: Resol-éster e Fenólica-ácido Médios (sem problemas): Fenólica-uretânica, Furânica-ácido, Óleo-alquídico Problemáticos: Silicato-éster e Fosfato inorgânico (perdem 80 a 90% da resistência permanecendo 24 h a umidade relativa 100%) Resistência à tração, níveis de adição, tempos, suscetibilidade à umidade (ambiente e tintas) Resistência à tração (psi) @ 100% umidade Degradação com pintura (água) Sistema e % ligante Catalisad or / conversor Tempo trab. / estrip. 1 h 3 h 24 h 24 h a quente a frio Fenólica Uretânica, 1,25% 4% 3 / 4 158 199 275 150 51 236 Nova uretânica, 1% 6% 4 / 5 149 201 263 159 49 254 Fenólica éster, 1,5% 35% 4 / 6 94 174 218 163 89 241 Furânica ácido, 1,25% 35% 8 / 14 195 396 427 218 75 364 Fenólica ácido, 1,5% 40% 10 / 22 195 400 488 251 81 421 Óleo-alquídico, 1,5% 8% 10 / 20 67 117 270 144 41 296 Silicato-éster, 3,5% 10% 9 / 17 31 118 188 27 0 103 Fosfato inorgânico, 5% 3,5% líq. 1,5% pó 5 / 11 30 101 125 37 7 75 e) Queda de resistência após pintura com tinta à base de água Todos os sistemas perdem resistência mas, com exceção de Silicato-éster e Fosfato inorgânico, recuperam após secagem em estufa. Silicato-éster e Fosfato inorgânico requerem tintas à base de solventes para minimizar efeito de degradação. f) Temperatura da areia Temperaturas elevadas aceleram a cura e, portanto, reduzem os tempos de trabalhabilidade e estripagem. A velocidade de cura dobra para cada aumento de 10°C na temperatura; portanto, para cada aumento de 10°C na temperatura os tempos de cura e estripagem são cortados pela metade. Faixas de temperaturas isentas de problemas: 26 a 32 °C. Temperaturas extremas são problemáticas: T<10°C a cura pode não acontecer; T>38°C cura rápida demais. Sistema mais sensível: Furânica-ácido Sistema menos sensível: Óleo-alquídico g) Uniformidade de cura ao longo da seção Afeta tendência a quebra de machos / moldes Mais fáceis de estripar: Óleo-alquídico Mais difíceis de estripar: Furânica-ácido e silicato-éster h) Propensão a defeitos de gases (cone escalonado) Piores resultados: Silicato-éster i) Erosão (atribuída a degradação prematura do ligante) Piores resultados: Óleo-alquídico e Fosfato inorgânico Desempenho de Óleo-alquídico melhorado com adição de óxido de ferro ou pó de sílica j) Penetração de metal Teste avalia tendência a defeitos de penetração e veiamento. O aumento da densidade do molde ou macho contribui para prevenir a penetração de modo que a Fenólica-uretânica tende a dar melhores resultados devido a sua melhor escoabilidade. Deve-se ter em mente que todos os sistemas são “pintáveis” e que com tinta refratária, todos eles resistem perfeitamente à penetração de metal. k) Carbono lustroso Forma-se a partir de ligantes que, durante o enchimento do molde, desprendem grandes quantidades de produtos carbonáceos de decomposição. Em quantidades moderadas pode ser benéfico (provê atmosfera redutora, reduz a oxidação do metal e melhora o acabamento superficial da peça), mas, em excesso, provoca defeitos superficiais e atrasa a solidificação. Maior problema: Fenólica-uretânica (melhorado nas novas versões); pode ser amenizado com > temperatura de vazamento, menor % resina, < tempo de vazamento, adições de óxido de ferro, respiros. l) Defeitos devidos a gases Estão relacionados tanto com a quantidade quanto com a composição dos gases liberados pelos machos ou moldes. Os ligantes que proporcionam a resistência desejada com as menores adições produzem as menores quantidades de gás. O uso de respiros é a forma mais barata de minimizar
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